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ALGARVE INFORMATIVO 7 de julho, 2018

«SWEET HOME EUROPA» EM PORTIMÃO ROGÉRIO CÃO APRESENTA «A GAVETA DA PEDRA» | MIROCA PARIS LANÇA «D’ALMA» FESTIVAL MED EM LOULÉ | «LAGOA WINE SHOW» | «NUOVA BARBERIA ALGARVE CARLONI» EM TAVIRA 1 INFORMATIVO #162


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CONTEÚDOS #162 7 DE JULHO, 2018

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ARTIGOS 12 - Faro quer ser uma Estação Náutica 20 - Festival MED em Loulé 38 - «Lagoa Wine Show» 46 - «Nuova Barberia Carloni» no «Cenas na Rua» de Tavira 58 - Miroca Paris lança «D’Alma» 68 - «A Gaveta da Pedra» de Rogério Cão 78 - «Sweet Home Europa» no Teatro Municipal de Portimão 98 - Atualidade

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OPINIÃO 90 - Paulo Cunha 92 - Adília César 94 - Antónia Correia ALGARVE INFORMATIVO #162

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REPORTAGEM

FARO QUER SER ESTAÇÃO NÁUTICA Texto:

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om o objetivo de promover Faro como destino náutico, a Câmara Municipal de Faro assinou, no dia 28 de junho, um acordo de parceria com mais de 40 entidades públicas e privadas para a implementação do conceito de Estação Náutica no concelho. Entre as entidades parceiras contam-se empresas ligadas às atividades náuticas, de turismo de natureza, de acolhimento e reparação naval, hotéis, restaurantes, de ensino e formação, profissional e desportiva, associações empresariais e desportivas, de defesa do ambiente, bem como entidades públicas.

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O projeto de criação de uma rede de Estações Náuticas foi desencadeado em Portugal pela Fórum Oceano, uma associação para o desenvolvimento do cluster do mar que lançou este desafio aos territórios e entidades com base no potencial que o país apresenta na área do turismo náutico. O conceito de Estação Náutica, enquanto rede de oferta turística náutica de qualidade, organizada a partir da valorização dos recursos náuticos presentes no território, inclui a oferta hoteleira, restauração, atividades de animação turística náuticas e outras relevantes para a atração de turistas e outros 12


utilizadores, acrescentando valor e criando experiências diversificadas e integradas. O envolvimento de entidades ligadas ao ensino, formação profissional e superior, a centros de investigação e a associações e clubes locais, reflete ainda o reconhecimento de Faro enquanto destino náutico pela sua população residente. “O momento de arranque deste projeto deu-se a 26 de março, quando o António José Correia veio apresentar as Estações Náuticas na Região de Turismo do Algarve e lançar as candidaturas. Três meses depois estamos aqui para assinar um acordo de parceria com muitas empresas, associações e entidades que se reveem neste projeto e que estão disponíveis para participar ativamente nele, porque têm ideias muito próprias e firmes sobre esta matéria”, destacou

Carlos Baía, Vereador da Câmara Municipal de Faro. “Faro é a capital de distrito, temos 14 por cento da população do Algarve – com mais de 60 mil habitantes –, estamos ladeados pelo Oceano Atlântico e pela Ria Formosa – que ocupa 26 por cento do nosso território – e temos mais de 17 quilómetros de canais que são protegidos por um cordão dunar onde temos as ilhas de Faro, Culatra, Farol e Barreta. Faro é a porta de entrada de muitos milhões de turistas no Algarve e já existe um conjunto bastante consolidado de atividades náuticas que se realizam de forma regular, portanto, este projeto vai, em primeira análise, potenciar aquilo que já fazemos em termos individuais”, sublinhou o vereador.

António José Correia, Rogério Bacalhau e Carlos Baia 13

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O modelo de governação subjacente à Estação Náutica assenta num grupo coordenador, que fará a programação e o acompanhamento posterior do desenvolvimento das atividades; num comité executivo que irá dinamizar as atividades a realizar; e num conjunto de grupos de trabalho temáticos com parceiros que se identificam com cada área específica. “A nossa expetativa inicial apontava para a criação de seis ou sete Estações Náuticas em Portugal e deveremos ter entre 10 a 15 candidaturas, o que é bastante interessante para se começar a percorrer este caminho. Não é apenas de dinheiro que estamos aqui a falar, mas fundamentalmente de um desafio para os territórios se organizarem em torno de um conceito que também não é inovador. Fazemos parte de uma rede europeia que tem mais de 30 Estações

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em França e mais de duas dezenas em Espanha e queremos ter mais palavra no Turismo Náutico na Europa”, explicou António José Correia, da Fórum Oceano. O que se pretende, basicamente, é que várias entidades pensem conjuntamente a Náutica numa ótica de parceria público-privada, ou seja, que estejam presentes a administração pública local e central, os organismos, os empresários, o desporto escolar, de acordo com o coordenador do projeto, que antevê que cada Estação Náutica depois siga o caminho que melhor for adequado para ela, dentro de parâmetros pré-estabelecidos. “Umas terão mais impacto e sucesso do que outras, dependendo da forma como, localmente, a estrutura funcionar, como ela for dinamizada. Estamos igualmente a criar uma plataforma que

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terá duas dimensões: uma de divulgação dos territórios; outra para identificar as ofertas existentes em cada Estação Náutica e promover, dessa forma, negócio para as empresas participantes”, adiantou António José Correia. “A 16 de novembro, Dia Nacional do Mar, haverá mais um Fórum do Mar, na Alfândega do Porto, onde entregaremos os certificados das Estações Náuticas que vierem a ser reconhecidas”, revelou ainda o antigo presidente da Câmara Municipal de Peniche. A candidatura de Faro a Estação Náutica foi perfeitamente natural para o edil Rogério Bacalhau, sobretudo por colocar todos os atores do cluster do mar a trabalhar em rede e não de forma isolada. “Alguém me dizia há uns dias que, se percorrermos um caminho sozinhos, chegamos ao destino mais depressa.

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Contudo, se formos acompanhados, vamos mais longe. O Turismo é a atividade fundamental do Algarve e é algo que abraçamos, em Faro, há algum tempo, os autarcas e os empresários que criaram as respostas turísticas. Hoje, não há concorrência, mas sim complementaridade. Os clientes modernos fazem as suas opções de acordo com um conjunto alargado de fatores e nós só temos que estar preocupados em lhes proporcionar experiências únicas e inesquecíveis. Temos em mente projetos como o Passeio Marítimo, a requalificação da Baixa, a Marina, mais equipamentos hoteleiros, e tudo resultará melhor com a vossa participação”, frisou Rogério Bacalhau, o primeiro a assinar o acordo de parceria em nome da Câmara Municipal de Faro.

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15.ยบ FESTIVAL MED SURPREENDEU VISITANTES COM PROPOSTAS INOVADORAS DA WORLD MUSIC Texto:

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m público verdadeiramente frenético, vindo de vários pontos do globo, invadiu a Zona Histórica de Loulé de 28 de junho a 1 de julho, para experienciar todas as propostas diferenciadoras do 15.º Festival MED. As sonoridades contagiantes da World Music foram o principal destaque deste encontro cultural à escala global, mas também houve espaço para outras manifestações artísticas que não deixaram indiferentes os visitantes cada vez mais fiéis ao «Melhor Festival de Média Dimensão da Península Ibérica». Concertos com casa cheia nos vários palcos, umas vezes por tratar-se de nomes consolidados do panorama musical nacional, como foi o caso de Bonga e Miguel Araújo, no Palco Matriz, ou de Teresa Salgueiro e Sara Tavares, no Palco Matriz; outras vezes por serem artistas

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sonantes em termos internacionais como os franceses Dub Inc e os britânicos Asian Dub Foundation – ambos a levarem à loucura o público do Palco Matriz; ou apenas pela curiosidade relativamente à originalidade dos projetos, como aconteceu com Vurro, que atuou no Palco Castelo. Foi precisamente com este espanhol que arrancou a programação nos palcos principais. Com uma caveira de boi na cabeça que lhe permite dar umas marradas na bateria, enquanto toca teclas, o boogie da sua música inspirada numa conceção bovina agradou a quem ali foi e que não perdeu a oportunidade para um «pezinho» de dança. Mas os momentos altos da noite inaugural foram mesmo as atuações de Miguel Araújo e de Bonga.

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O cantautor é um dos nomes mais importantes da música portuguesa da atualidade e regressou ao palco do MED depois de um concerto em 2013 e com ele trouxe alguns dos sucessos da sua carreira, a solo e nos Azeitonas, como autor e intérprete: «Fizz Limão», «Dona Laura», «Anda Comigo ver os Aviões», «Os Maridos das Outras», «Pica do Sete», entre outros. Já Bonga, que viu a sua carreira ter uma fase crescente nos últimos tempos depois do grande sucesso na década de 80, contou com muitos fãs (sobretudo angolanos) em Loulé, passados poucos dias do concerto no Rock in Rio Lisboa. Os clássicos «Mariquinha», «Lágrima no Canto do Olho» ou «Kambua» foram cantados em coro pelo público. Nesta noite passaram ainda pelo MED o

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projeto indie brasileiro Metá-Metá, os ritmos latinos da cumbia amazónica dos peruanos Los Mirlos, a releitura da música tradicional portuguesa e dos seus instrumentos com os Gaiteiros de Lisboa, a folk americana trazida pela voz e guitarra do quarteirense Sam Alone and The Gravediggers, a envolvência musical e estética dos Orelha Negra e os novos contextos da música tradicional, encenada pelo DJ Set Sampladélicos. Apesar da chuva ter obrigado ao cancelamento dos dois últimos concertos, na sexta-feira a euforia esteve nas ruas, becos e ruelas da Zona Histórica de Loulé, sobretudo junto aos palcos. No Palco Cerca, as vozes femininas foram o grande destaque. Os ritmos quentes de Cabo Verde – um dos países com representação mais expressiva neste Festival – chegaram a Loulé com Sara Tavares, a bem sucedida 27

artista no circuito internacional da World Music. Com a «ginga» que tão bem caracteriza o seu estilo marcado pela soul, a artista não deixou ninguém indiferente sobretudo em temas como «Balancé». O «girl’s power» continuou com a atuação de Morgane Ji, a artista natural da desconhecida Ilha de Reunião que pela primeira teve uma representação no MED. A sua voz rouca e sensual, com um timbre único, trouxe a Loulé a força da «Woman Soldier» (título de um dos seus trabalhos), numa mescla explosiva de pop, rock, eletrónica, com alguns laivos de músicas do mundo, vincadas pelos seus gritos xamânicos. Se nestes dois concertos permitiram ao público desfrutar da magia da música de uma forma mais calma, no Palco ALGARVE INFORMATIVO #162


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Matriz foi a energia eletrizante dos artistas que levou a plateia ao rubro. Primeiro com os espanhóis de La Pegatina, numa atuação sempre acelerada onde o lado latino da rumba e o merengue se juntou às loucuras do punk cigano ou dos cânticos hooligans para um concerto verdadeiramente alucinante; e depois com aquele que terá sido um dos melhores espetáculos de todo o Festival e que ficará na história do MED, com os londrinos Asian Dub Foundation a levarem milhares de pessoas ao êxtase. O grupo multicultural que apresenta um repertório onde o dub, drum, bass, reggae ou rock se junta a melodias tradicionais da Índia e letras de rap, com uma forte componente contestatária contra a opressão e injustiça social, resultou em Loulé como um produto explosivo em palco. Foram as condições meteorológicas que levaram ao cancelamento dos dois últimos concertos: a DJ 29

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Selecta Alice (que subiria ao palco na noite seguinte) e o projeto vibrante de Portugal, Moçambique e Gana, o Gato Preto. Apesar dos muitos esforços para prosseguir a atuação, depois de três canções a vocalista Cármen anunciaria a interrupção do espetáculo por falta de condições em palco. Nesta noite que terminou com cheiro a terra molhada, destacaram-se ainda os projetos nacionais que subiram ao Palco Castelo: o guitarrista Ricardo Martins, o jazz de fusão de Bruno Pernadas e o klezmer de Melech Mechaya. A noite de sábado voltou a bater recordes de afluência de público. O fenómeno Dub Inc, a ex-Madredeus Teresa Salgueiro, ou a dupla cabo-verdiana Bitoria e Chando Graciosa contribuíram em muito para mais uma casa cheia a juntar ao historial do MED. Considerado por muitos como um dos tesouros da cultura portuguesa contemporânea, a voz de Teresa Salgueiro ALGARVE INFORMATIVO #162

que já percorreu o mundo inteiro teve um encontro com esse mesmo mundo em Loulé. Um momento intimista, onde foram recordados os grandes hinos do seu antigo grupo, como «Vaca de Fogo» ou «O Pastor», temas do seu trabalho a solo, ou até mesmo a versão de «Canção de Embalar» de José Afonso. No largo da Matriz, uma multidão esperava dois dos vários artistas de Cabo-Verde que fizeram do funaná um fenómeno de dança à escala internacional. Bitori «Nha Bibinha» e Chando Graciosa não defraudaram as expetativas, sobretudo dos muitos africanos residentes no Algarve que aqui vieram assistir a uma atuação vibrante de dois senhores que celebram o funaná tradicional, sem esquecer que esta é também uma arma de protesto. Aliás, a música como veículo de contestação política, social, ideológica foi uma 30


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constante nesta edição do Festival MED. Vindos da Palestina, os 47 Soul deixaram bem presente o que é o longo conflito com Israel. Os polacos Hanba! recriaram o espírito rebelde, revolucionário e libertário dos oponentes aos regimes no período entre as duas Grandes Guerras na sua cidade natal, Cracóvia. Enquanto que os Dub Inc, considerados como o maior fenómeno do reggae europes, não esqueceram a vida dos imigrantes, sobretudo num país como França. Também este foi um dos concertos marcantes do MED, com o grupo de diferentes origens a trazerem a Loulé esta fusão do reggae tradicional, hip-hop, eletrodub, ritmos magrebinos ou música eletrónica numa sonoridade refrescante. Depois de uma atuação no Cine-Teatro Louletano durante a apresentação da edição transata do MED, os Tribali pisaram o Palco Cerca já com muitos fãs nesta cidade. Marcada pela originalidade da conjugação instrumental ALGARVE INFORMATIVO #162

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(cítara e didgeridoo, guitarras elétricas e percussões), mas também por um ambiente hipnotizante de transe que passa muito pela voz e movimentos da cantora/bailarina, a banda da República de Malta deu tudo em palco. A narrativa da viagem de um meteoro contada em palco pelos farenses Ridding a Meteor, a guitarra portuguesa de Ricardo Martins e os frenéticos tunisinos Ifriqiya Electrique com o seu ritual Banga passaram nesta derradeira noite pelo Palco Castelo. A 15.ª edição do Festival MED terminou em festa, com dois DJs set que puseram a Matriz a pular: Selecta Alice e os Irmãos Makossa. No final, Carlos Carmo, diretor do Festival MED e vereador da Autarquia de Loulé, fez um balanço “bastante positivo” desta 15.ª edição, destacando a afluência do público, sobretudo na sexta-feira e no ALGARVE INFORMATIVO #162

sábado, com as ruas repletas de pessoas e os concertos cheios de espetadores. “Se, inicialmente, este era um festival atrativo por todo o ambiente à sua volta e os artistas eram na sua maioria desconhecidos do grande público, cada vez mais os visitantes vêm aqui à procura das bandas que apresentamos no cartaz. Talvez porque, cada vez mais, as pessoas estão familiarizadas com o conceito da World Music”, considerou, sublinhando ainda a “dinamização da atividade económica do concelho, do comércio à restauração, passando pelas unidades hoteleiras, e o contributo para o turismo”, com um aumento significativo do número de turistas de diferentes nacionalidades na cidade nestes dias .

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REPORTAGEM

«LAGOA WINE SHOW» ATRAIU APRECIADORES DE VINHO E FADO AO CENTRO DA CIDADE Texto:

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Luís Encarnação, vereador da Câmara Municipal de Lagoa, Francisco Martins, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Miguel Freitas, Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, José Águas da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lagoa e Fernando Severino, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve

Lagoa Wine Show mudouse, em 2018, do Centro de Congressos do Arade, no Parchal, para o centro de Lagoa, com o objetivo de tornar o coração da cidade num espaço de convívio onde se pudessem apreciar vinhos de várias regiões vitivinícolas do país, ouvir fado e apreciar petiscos portugueses. E a aposta da Câmara Municipal de Lagoa foi bem-sucedida, com cerca de nove mil visitantes a percorrerem, durante três noites (29 e 30 de junho e 1 de julho), a Praça da República, o Largo Alves Roçadas e a Rua Coronel Figueiredo.

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Ao todo estiverem presentes mais de 30 expositores das regiões vitivinícolas do ALGARVE INFORMATIVO #162

Algarve, Alentejo, Lisboa, Tejo, Setúbal, Bairrada, Dão e Vinhos Verdes, com o conceito de «Vinho, Gastronomia e Fado» a encher as ruas da cidade, mesmo apesar da chuva que se fez sentir no primeiro dia. Por isso, o presidente da autarquia, Francisco Martins, manifestou-se bastante satisfeito com a passagem do certame para o centro de Lagoa, justificando o investimento que foi feito nas artérias comerciais como forma de dinamizar o comércio local. “Os nossos vinhos de mesa também são os nossos embaixadores, está aqui Portugal inteiro representado e temos, inclusive, um produtor da Moldávia. Neste mandato apostamos imenso na 40


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mobilidade e na regeneração urbana e quisemos trazer o evento para o centro da cidade para dar a conhecer esta pitada pitoresca que ainda existe em Lagoa”. Também o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Miguel Freitas, marcou presença no dia inaugural e elogiou o evento, lembrando que Lagoa é a Capital do Vinho no Algarve. “Vivemos um tempo bom no vinho e na vinha no Algarve. É verdade que a área tem vindo a diminuir, mas a produtividade disparou e, hoje, a qualidade do vinho algarvio é reconhecida a nível nacional”, realçou. “Este setor soube fazer a transformação que era necessária, os vinhos do Algarve e de Lagoa são de excelente qualidade e, por isso, em qualquer restaurante da região os podemos encontrar na Carta de Vinhos. Para além disso, temos sempre a preocupação que o rendimento do vinho chegue ao produtor e estão são, atualmente, compensados pelo seu ALGARVE INFORMATIVO #162

esforço e pelo investimento que realizaram, algo que há muito tempo não acontecia”, acrescentou o governante. Miguel Freitas falou ainda do papel essencial desempenhado pelos distribuidores, ainda mais se pensarmos que o Algarve tem uma produção vitivinícola pequena quando comparada com outras regiões do país. “Lagoa foi Cidade Europeia do Vinho em 2016, tem investido bastante neste setor de excelência do ponto de vista agrícola e até turístico, e este certame demonstra que o Algarve, para além de ser um bom produtor de vinho, também é um bom mercado de vinho, porque estão aqui presentes empresas de outras zonas de Portugal. O Algarve, por exemplo, é um excelente mercado consumidor de vinho verde”, adiantou ainda o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas.

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A música, veículo privilegiado de emoções, trouxe, através do fado de Teresa Viola, Maria Emília, Marco Rodrigues, Pedro Viola, Fado Lélé, Raquel Tavares, Luana Velasques, Sangre Ibérico e Fábia Rebordão, excelentes momentos de partilha, em três palcos e algumas janelas, para surpresa dos muitos visitantes. Junto ao Mercado Municipal, o chef Telmo Jacinto deixou no ar várias sugestões simples de concretizar através dos seus shows de cozinha ao vivo: Arroz de tomate e cavala com azeite de coentros; pataniscas de vegetais; caldo 43

verde com pão com chouriço, alho e orégãos; caldo verde com pão com chouriço vegetariano; assadura de carne de porco sobre tiborna ou tofu grelhado em escabeche sobre tiborna, sempre harmonizado com vinhos do Algarve . ALGARVE INFORMATIVO #162


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«NUOVA BARBERIA CARLONI» ENCANTOU TAVIRA Texto:

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o âmbito do programa cultural «Verão em Tavira» decorre, até 15 de julho, a 14.ª edição do Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua «Cenas na Rua», que conta com alguns dos melhores grupos e projetos portugueses e internacionais. E uma excelente noite foi, de facto, proporcionada pelo Teatro Necessario, que trouxe de Itália a «Nuova Barberia Carloni», com a Praça da República a encher, como seria de esperar, por completo. Das antigas barbearias permanecem espelhos retangulares encobertos pelo tempo, velhas cadeiras estridentes e instrumentos enferrujados. Há apenas meio século atrás, o barbeiro era o local de encontro preferido dos cavalheiros, um lugar discreto para se debater, livremente, os assuntos e as ideias de cada um. Conversas condimentadas pela música,

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o simples café e as anedotas excêntricas do barbeiro confidente, das quais poucos exemplos persistem na atualidade. O barbeiro era, naqueles breves momentos, o ponto nevrálgico da aldeia, da vila, da pequena cidade, e a ideia do espetáculo da companhia transalpina é, precisamente, recriar a atmosfera duns tempos não muito distantes, quando aquele profissional costumava cantar, tocar música, servir bebidas, dar conselhos, resumindo, entreter os seus convidados, por entre um corte de cabelo ou um simples fazer da barba. O cenário da peça, por isso, é a própria loja de barbeiro, animada por três aspirantes a barbeiros que fizeram as delícias do público, entre residentes e muitos turistas estrangeiros, desde os mais pequenos aos mais graúdos. Cidadãos anónimos que, no fim, acabaram por fazer parte integrante da «Nuova Barberia Carloni», com dois espetadores a serem seduzidos pelas promoções oferecidas pelo trio e a aceitarem o desafio de se sentarem na cadeira do barbeiro. E se o primeiro corte era oferta da casa e tudo correu sem percalços, o segundo cliente passou por mais peripécias durante o serviço e, talvez por isso, se tenha escapada da barbearia sem pagar, para desespero dos atores e divertimento da assistência . ALGARVE INFORMATIVO #162

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ENTREVISTA

MIROCA PARIS LANÇA-SE A SOLO COM

«D’ALMA» Texto:

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asceu Ademiro José Paris Miranda, mas é como Miroca Paris que é conhecido no meio artístico o multifacetado instrumentista cabo-verdiano que durante 11 anos percorreu o mundo como percussionista de Cesária Évora. Oriundo de uma família de músicos de sucesso, «os Paris», na ilha norte de São Vicente, Mindelo, em Cabo Verde, começou a tocar bateria aos sete anos e, aos 13, experimentou os vocais, ao mesmo tempo que tocava violão e percussão. Influenciado pelos sons que o rodeavam dia e noite, fundou a primeira banda em 1994, onde tocava bateria e cantava. Um ano depois, Miroca foi convidado para tocar com «A Batucada», um conjunto de percussão em São Vicente, mas as grandes mudanças começaram quando, em 1998, decide rumar a Portugal. As oportunidades começaram a surgir em resultado das muitas apresentações que fazia em bares como baterista ou percussionista, mas também acompanhando o tio, o famoso Tito Paris, por esse mundo fora. Em 1999, aceitou o repto de Sara Tavares para integrar a banda da conhecida artista e só demorou um ano para dar um salto ainda maior na sua carreira, ao juntar-se ao conjunto de Cesária Évora em França. E assim passou a ser a vida de Miroca Paris durante mais de uma década, percorrendo o mundo de lés-a-lés por várias ocasiões, conhecendo artistas de craveira internacional, colaborando com inúmeros talentos que o levaram a crescer, tanto como músico, como enquanto pessoa.

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Esta viagem alucinante poderia ter tido uma parada abrupta quando Cesária Évora faleceu, em dezembro de 2011, mas a carreira de Miroca Paris seguiu «de vento em popa», partilhando o palco com conceituados artistas como Angélique Kidjo, Aline Frazão, Bana, Boy Gê Mendes, Camané, Bonga, Celina Pereira, Cuca Roseta, Chico César, Nancy Vieira, Sara Tavares, Teófilo Chantre, Tito Paris, Orquestra Cesária Évora e muitos outros. Enquanto isso, contudo, ia fervilhando cada vez mais o bichinho de compartilhar a sua própria música com o mundo, de cantar as suas histórias, enquanto se acompanha na guitarra, como costumava fazer quando ia crescendo nas Ilhas de Cabo Verde, com os pés na areia. O primeiro single «Mund Amor» foi lançado em dezembro de 2016 e depressa ganhou destaque em vários lugares ao redor do mundo, antecipando a edição do álbum «D’Alma», em novembro de 2017. Já este ano, o disco de estreia de Miroca Paris entrou para o Top 40 Transglobal Music Charts e, em março, alcançou o 13.º lugar no Top Europeu de World Music. E foi do seu trabalho que o caboverdiano falou ao Algarve Informativo, na manhã do dia 30 de junho, aproveitando a vinda a Loulé para participar no 15.º Festival MED, no concerto de Bitori «Nha Bibinha» com Chando Graciosa. “Há uns anos que esta vontade vem crescendo e a Cesária também me empurrou para as cantigas. Ela não fazia o sound check do microfone, deixava essa tarefa para 60


mim e, sempre que chegava à sala, apanhava um bocadinho da minha voz. Incentivou-me para procurar a minha cena, fui compondo alguns temas, mas o problema foi mesmo arranjar tempo para ir para estúdio”, relatou Miroca, que vai atuar, no dia 5 de agosto, em Quarteira. Assumido o seu lado artístico a solo com «D’Alma», Miroca Paris continuou a pisar grandes palcos com artistas de topo, não 61

só acompanhando-os à percussão, mas aproveitando para interpretar os seus próprios temas, cantando e tocando guitarra, e assim se percebe, de certa forma, o rápido sucesso dos originais do cabo-verdiano. “Infelizmente, chegou uma altura em que tive mesmo que deixar muitos projetos em que participava há imenso tempo para apostar a sério na minha carreira. Com a Sara Tavares, por exemplo, tocava ALGARVE INFORMATIVO #162


desde os meus 17 anos, participei em quase todos os seus discos. Com o Dino d’Santiago aconteceu a mesma coisa, já não consegui participar no último disco dele, para ter tempo para mim. Mas acredito que vou voltar a encontrá-los mais lá para a frente”, refere o entrevistado. Como se adivinha, «D’Alma» é um disco com bastante ritmo, não fosse Miroca Paris um exímio baterista e percussionista, com as composições à guitarra a terem também uma grande alegria. “A «escola» que fui fazendo ao longo destes anos todos na estrada permite-me saber exatamente o que quero para a minha carreira, qual o melhor caminho a seguir, mas também a ser muito perfecionista. Este disco vem abrir-me também outras portas em termos de espetáculos porque, às vezes, quando não tens um trabalho editado, é mais complicado seres contratado para determinados festivais ou eventos”, reconhece o caboverdiano.

O caminho de Miroca Paris foi-se fazendo, então, passo a passo, de forma gradual, mas nem sempre é fácil «descolar-se» do nome de Cesária Évora, com quem subiu ao palco ao longo de 11 anos. Da mesma forma que é rapidamente associado a outros cantores. No entanto, o entrevistado acredita que isso é uma maisvalia, um género de certificado de competência, de reconhecimento do seu talento. “O disco saiu em novembro e tem corrido tudo bem, está a ter um

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feedback incrível. Claro que as pessoas querem saber quem tu és, de onde vieste, com quem andaste, querem conhecer a tua história de vida e isso eu tenho com fartura. O «D’Alma» ilustra os sentimentos profundos que partilho quando toco guitarra, é mesmo algo que vem do meu interior, de forma espontânea. Todos somos influenciados pelas experiências que temos, mas tentei ser o mais honesto possível comigo próprio, fazer 62


realmente o que me ia na alma”, afirma, sorridente. O trabalho de Miroca Paris é, por isso, um cocktail das muitas sonoridades típicas de Cabo Verde, das pessoas bonitas que acompanhou, dos concertos que viu, das histórias que viveu, mas reconhece que escrever as letras foi um pouco complicado. “Não sou tão forte na poesia como a compor as músicas. Peguei, então, nas minhas memórias de infância, 63

de quando passava os dias a brincar na rua, ninguém tinha televisão ou jogos de consolas naquela altura. Há alguns poemas de amor em «D’Alma», mas a maioria dos temas são histórias do quotidiano, falam das alegrias e tristezas, de felicidade, desgosto e saudade”, revela, acrescentando que juntar depois a banda para o acompanhar em palco é bastante fácil. “Essa é a parte mais simpática e interessante de tudo isto, porque sei ALGARVE INFORMATIVO #162


Foto: João Espada

Miroca Paris no 15.º Festival MED, no concerto de Bitori «Nha Bibinha» com Chando Graciosa. A 5 de agosto, regressa ao Algarve, a Quarteira, para apresentar «D’Alma»

exatamente o contributo que cada músico pode dar ao projeto. Quando decidi avançar para uma carreira a solo, não quis ser apenas mais um a cantar e tocar. Os meus temas têm muito impacto musicalmente e nos concertos há toda a vertente da festa e da espontaneidade. A Cesária Évora estava em palco exatamente como se estivesse em casa e eu faço tudo o que estiver ao meu alcance para as pessoas regressarem contentes a casa”. Para já, a reação do público tem sido francamente positiva, comprovando que a música cabo-verdiana tem um espaço próprio no contexto internacional e não apenas em festivais de world music. “Somos 10 ilhas com vários estilos próprios. A morna é uma melodia mais ALGARVE INFORMATIVO #162

suave, melancólica, cheia de saudade e amor. O funaná é um ritmo mais rápido, bastante convidativo para dançar. No meio está a coladeira, mas há também o batuque, tabanca, mazurca, portanto, a música caboverdiano cabe em qualquer sala ou festival a céu aberto. A Cesária deixounos um excelente legado a que muita gente está a dar continuidade, cada um com as suas forças e armas, um dia de cada vez. E acredito que a morna venha a ser considerada Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, à semelhança do que aconteceu com o fado”, conclui Miroca Paris, deixando o convite para o concerto que vai dar, no dia 5 de agosto, em Quarteira .

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ENTREVISTA

«A GAVETA DA PEDRA»

DE ROGÉRIO CÃO Texto:

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Foto: Eduardo Pinto

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atural de Fradelos, concelho de Vila Nova de Famalicão, Rogério Oliveira, ou Rogério Cão, como o passarei a chamar daqui por adiante, veio parar ao Algarve por amor. Não por amor à região, ao seu maravilhoso clima e paradisíacas praias, mas por amor a uma mulher. Uma mulher que conheceu por intermédio da poesia, dos escritos que colocava no mundo virtual no blogue que ele mantinha. Conversa para aqui, conversa para acolá, surgiu o convite do lado feminino para descer ao Sul para, como tantos outros portugueses o fazem, desfrutar de umas curtas férias. E foi assim, clique, amor quase à primeira vista. Voltou à terra natal, despediu-se do emprego, teve uma longa conversa com a mãe, fez as malas e «aterrou», em setembro de 2006, em Faro. Começou então a dizer poesia nos bares da cidade e assim nascia o Rogério Cão. Fez formação teatral e conheceu outra figura marcante no seu trajeto, o ator Rui Cabrita, falecido em final de 2017. Foi em resposta ao desafio de Rui que compôs, se assim se pode dizer, em 2010, «A Gaveta da Pedra» para ser interpretada, declamada, pelo ator junto à Capela de São Luís, em Alte. Depois, os escritos ficaram guardados na gaveta, provavelmente essa não de pedra, mas uma igual a todas as outras. Fez formação de teatro pelo Grupo SinCera, da Universidade do Algarve, com o encenador Pedro Pires Pinto, participou na curtametragem «Fragmentação» de Nuno Fernandes, e no «Discurso» de Hernani Maria Cabral e, em 2018, decidiu colocar no papel, na forma tradicional de livro, «A Gaveta da Pedra». “Foi algo que ganhou

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vontade própria, porque estou a escrever outras coisas e queria encerrar definitivamente aquele capítulo. Não foi uma questão de vaidade para dizer que tenho um livro publicado”, explica, em conversa no centro de Faro.

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A par dos textos de Rogério Cão saltam de imediato à vista em «A Gaveta da Pedra» os desenhos de Fernando Brazão, mas o livro nem era suposto ser assim, apenas tinha pedido que o artista lhe fizesse a capa. “Tinha pensado numa carranca e, quando fui a casa dele para 71

ver o esboço, deparei-me com um livro repleto com os seus desenhos. Perguntei-lhe logo se os podia usar. Depois, foi uma questão do Jaime Almeida, que fez a composição gráfica, ter muita paciência comigo e numa semana estava o assunto despachado”, descreveu com uma ALGARVE INFORMATIVO #162


ligeireza de discurso que depressa constatamos ser a sua maneira de estar na vida. “É na gaveta que guardamos as coisas, a pedra simboliza o coração, portanto, o livro é um género de memória do coração. Retrata um personagem que está cansado de viver essas memórias e que vai contando as suas emoções e aventuras ao longo das páginas. Os textos podem-se ler em separado, mas existe um fio condutor, pelo que o ideal é ler-se de forma sequencial”.

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Um livro que foi feito mais para ser dito, declamado, do que propriamente para ser lido em silêncio e a personagem pode ser qualquer um de nós, embora aborde, como é natural, vivências e sentimentos do autor. “Não é um livro para estudar, não foi feito com muita complexidade, é para ser dito e para que as pessoas se identifiquem com algumas das coisas que ali vão encontrar”, entende Rogério Cão, pouco preocupado, garante, com os proveitos financeiros que possam advir da venda do livro. “Escrever é uma extensão de mim. São coisas que não consigo dizer em voz alta, não posso andar aqui a gritar no meio da rua e aos saltos. Por isso escrevo, para deitar sentimentos cá para fora, mas também para me conhecer melhor a mim próprio”, indica o entrevistado. Recuando ao passado, verificamos que a escrita já tinha marcado presença na vida de Rogério Cão, na altura ainda Oliveira, se bem que de forma mais crua, quiçá rudimentar. “Quando tinha 18 anos andei numa banda de pop/rock, mas éramos muito 72


fraquinhos e, como mais ninguém queria fazer as letras, coube-me a mim escrever qualquer coisa. Fazia umas rimas e tal, mas depois senti uma vontade enorme de parar de escrever e começar a ler”, recorda o nortenho, seguindo-se, dos 21 aos 30, um período em que se fartou de ler os escritores clássicos. “O primeiro livro que li foi do Gabriel García Márquez – «Crónica de uma morte anunciada» – uma obra pequena que se lê em poucas horas. Outro que me ficou na retina daquela época foi o «Capitães da Areia», do Jorge Amado, lindíssimo”.

PERSISTÊNCIA E RESPEITO PELOS OUTROS Pegando nas palavras de Mário Cesariny «ama como a estrada começa», Rogério Cão garante que qualquer pessoa consegue escrever poemas, sobretudo os de amor, e assim ficamos a conhecer a tal história de amor que o trouxe ao Reino dos Algarves. “Conversávamos muito online sobre poesia, vim cá passar oito dias de férias e, ao terceiro dia, estávamos completamente apaixonados. Larguei o emprego, disse à minha mãe que gostava muito dela mas que tinha que ir para o Algarve, e cá estou”, resume. “Entreguei pizzas, aluguei quartos, até me envolver com a produção de eventos, em acompanhar bandas e orquestras. E foi nesse momento que compreendi como devemos estar em palco. É um espaço digno, onde precisamos ter respeito por nós e pelos outros, principalmente por aqueles que pagam bilhete para assistir a um espetáculo, a uma performance”, referiu, enquanto enrolava um cigarro.

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Sem ter pensado muito nisso, ou ter feito muito para que tal acontecesse, passou a ser convidado com regularidade para dizer poesia em bares. E como achava arriscado declamar a obra dos outros, cedo começou a apresentar os seus poemas, sem pudor ou complexos. Curiosamente, para quem não saiba, até existe um pequeno circuito de bares onde se declama poesia. “Tudo depende da sensibilidade e da vontade dos proprietários dos espaços e dos produtores de eventos em apostarem na poesia, porque, de facto, não há muitos. Mas há alguns, em Faro e Olhão. Por exemplo, na última quintafeira de cada mês há sempre uma sessão no bar da Associação Recreativa e Cultura de Músicos de Faro. Cada um leva poemas, contos, histórias, a partir das 22h, e são serões muito agradáveis”. Entre os amigos que se juntam nesses encontros estão Pedro Monteiro e Luís Ene, “duas pessoas muito dinâmicas e que querem fazer coisas”, mas Rogério Cão lembra ainda o Encontro Internacional Poesia a Sul de Olhão, organizado por Fernando Cabrita, “um senhor de quem gosto imenso”. Portanto, o entrevistado opta por não pegar no habitual discurso de que se aposta pouco na cultura em Portugal, de que não se apoiam os artistas, falando antes em persistência. “Não podemos fazer uma coisa uma vez e, por se ter poucas pessoas na assistência, desistimos logo. O ideal é continuar-se a fazer, independentemente de haver público ou não, para, daqui a 10 anos, ALGARVE INFORMATIVO #162


dizermos que nos mantemos no ativo. E as pessoas vão acabar por aparecer”, acredita Rogério Cão. Encerrado o capítulo «A Gaveta da Pedra», o trabalho que se segue está praticamente concluído, faltando apenas dar os retoques finais, com a certeza de que será um livro mais denso, mas não um romance. “Não é a minha praia, pelo menos para já, não quer dizer que não o venha a fazer no futuro. Estes textos pequenos escrevem-se depressa, o que demora mais tempo é decidir o sentido que se quer dar às palavras”, esclarece, voltando a falar da importância de se ter respeito pelos outros, nomeadamente por aqueles que potencialmente comprem um livro para o ler, não apenas para colocar na estante da sala como peça decorativa. “Uma coisa é dizermos poemas, palavras, num café ou bar com os amigos. Outra é escrever um livro físico, implica uma certa responsabilidade, estejamos a pensar num best-seller ou não. É algo que fica para a posteridade, em que as pessoas gastam dinheiro, tem que ter uma certa qualidade. Não sou apologista de lançar-se um livro só porque se tem dinheiro para pagar à editora”, sublinha o autor. Esta responsabilidade não se traduz, contudo, numa rotina para escrever, confessa Rogério Cão. “Não sou nada metódico nesse aspeto, nem sequer estou preocupado se hoje já escrevi alguma frase ou não e se amanhã tenho que escrever duas para compensar a «folga» do dia anterior. Às vezes estou a ouvir música, ou a ler um livro, e, de repente, dá-me o clique. E, quando começo a escrever, embrulho-me naquilo ALGARVE INFORMATIVO #162

várias horas”, diz-nos, adiantando que a revisão do texto é feita no dia seguinte. “Umas vezes não se aproveita nada, noutras até ficaram umas coisas engraçadas e guardo-as numa pastinha do computador”. As viagens a Famalicão para estar com a mãe também costumam ser bastante produtivas, revela, não poupando palavras de elogio à progenitora. “É uma senhora incrível, de 84 anos, que 74


me conta imensas histórias sem sequer se aperceber disso. Perdeu o marido e uma filha, teve oito filhos, trilhou muito, e a verdade é que eu estou aqui e sou uma pessoa educada. Fez um excelente trabalho comigo”, salienta, pensativo. “Depois de regressar a Faro, passo uns dias apenas a pensar em tudo o que ela me disse, umas coisas boas, outras menos boas, e fico com uma vontade enorme de escrever”.

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Com «A Gaveta da Pedra» há poucos meses nas bancas, Rogério Cão vai promovendo o livro quando tem vontade para tal e nas sessões em que participa, mas não tem feitio para participar em feiras do livro ou eventos semelhantes. “Não sou um grande vendedor”, reconhece, com uma risada. “Mas sou uma pessoa positiva e a vida é isto, gostar daquilo que se está a fazer”, finaliza . ALGARVE INFORMATIVO #162


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REPORTAGEM

«SWEET HOME EUROPA» EM PORTIMÃO Texto:

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e onde vimos e para onde estamos a ir é o pensamento subjacente a «Sweet Home Europa», um texto original de Davide Carnevalli, traduzido por Tereza Bento e encenado por João Pedro Mamede, que foi a cena, no dia 30 de junho, no Teatro Municipal de Portimão, numa produção do Teatro Nacional Dona Maria II. Nesta fábula interpretada por João Vicente, Isabel Costa e João Pedro Mamede, o amor é o ato político que calibra o bem-estar económico da comunidade; cada indivíduo, a memória de um povo; o capital, o prato na mesa. «Sweet Home Europa» é um projeto da Europa em crise, em que sentimos o tremor da sua estrutura, sendo-nos revelada a sua singularidade. Davide Carnevali descreve o extremo em que o Velho Continente se encontra, o crepúsculo, talvez o sítio de onde podemos ver melhor de onde vimos e para onde estamos a ir, numa visão cáustica do sonho europeu. Na obra, o dramaturgo italiano fala de uma Europa que aceita estrangeiros e refugiados e que os integra, para logo depois os abandonar e desprezar, enredo que é

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protagonizado pelos três atores num estrado inclinado com pregos no chão. No cenário apenas se vislumbram, para além dos pregos no chão, uma mesa azul e duas cadeiras, mas também flores amarelas de papel espalhadas pelo chão que simbolizam um jardim. E é nesta envolvência que dois homens e uma mulher vão representando várias personagens anónimas, com música clássica interpretada, ao vivo, num piano no canto esquerdo do palco, quase escondido. Ao longo da peça estão em colisão constante o interior e o litoral, a pesca e a agricultura, as diferentes culturas e religiões, mas abordam-se também os problemas das mulheres dos tempos modernos, os salários inferiores aos seus colegas masculinos, a igualdade ilusória, aparente, que depois não se concretiza no mundo real. Em suma, retrata-se uma Europa que todos acolhe, mas que joga para o lixo quem não lhe interessa, um cenário bem atual pela problemática dos refugiados, mas que também já se vislumbrou noutros momentos da sua história .

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OPINIÃO

Solidariedade, palavra vã? Paulo Cunha (Professor)

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amorfismo, a inoperância e a permissividade dos portugueses perante determinadas medidas que nos têm provocado danos irreparáveis, uma vez que não teremos oportunidade de os apagar da nossa (única e insubstituível) vida, leva-me a crer que poderíamos, e deveríamos, ser um povo mais solidário. Esquecendo-se que tudo o que afeta os seus concidadãos irá, de forma direta ou indireta, afetá-los, só quando um grupo profissional, sindical, social, etário, étnico ou regional é colocado em causa é que os seus membros subitamente acordam e corporativamente - protestam, gesticulam e vociferam. Enquanto nação soberana é, indubitavelmente, a falta de solidariedade o que mais nos fragiliza e permeabiliza perante quem, pelo poder do dinheiro, nos quer conquistar. Acredito que se as próximas gerações forem - sempre - solidárias com os seus semelhantes, ninguém, nem nada lhes fará frente. É a desunião que nos faz fracos e fáceis de manipular e malgovernar! “Não tenho nada a ver com isso!”, “Quero lá saber!”, “Não me chateiem!”, “O que é que eu ganho com isso?”, são frases que, entre muitas, indiciam um dos grandes males endémicos que afligem o nosso país. No desinteresse, no amorfismo e no desdém que muitos revelam pelos problemas de alguns deteta-se o rumo e o destino de todos. A solidariedade não se diz, nem se apregoa, simplesmente pratica-se! Tal como uma boa e eficaz equipa de trabalho, onde todos os elementos são peças fundamentais duma engrenagem, quando um elemento falha, todos os outros tentam encontrar mecanismos para colmatar a sua falha ou ausência, tomando iniciativas tendentes a

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ajudá-lo. É nesse espírito de entreajuda e de equipa que se revelam as equipas ganhadoras, as tais que, aos olhos de quem as observa, funcionam como um todo. Quando observamos a indiferença, a inveja, a maledicência e o desapreço instalados em determinados grupos profissionais, onde seria natural e desejável que os seus membros funcionassem em articulação, aproveitando melhor as sinergias de cada um, claramente ficamos a pensar que este é um dos grandes «calcanhares de Aquiles» do nosso tecido produtivo. Usa-se o corporativismo pelas piores razões, virando costas a quem de nós precisa e enclausurando-nos em autênticos guetos socioprofissionais. Ao fazê-lo, fechamos as portas à partilha de informação e de saberes entre vários setores da sociedade que, em perfeita articulação, potenciariam no país, a vários níveis, um crescimento consistente, continuado e duradouro. A solidariedade não pode, nem deve ser uma palavra usada de forma vã, condenada a ser usada só em determinadas circunstâncias. Deve ser o motor de arranque para uma rápida e eficaz recuperação socioeconómica. Gente solidária, ao proporcionar felicidade e bem-estar aos outros, torna-se também mais feliz! Acredito na felicidade alheia como um forte tónico para a felicidade de cada um de nós. Felicidade gera felicidade! Por isso, piamente, defendo que, mais do que lecionar conteúdos programáticos que, num ápice, a vida se vai encarregar de fazer esquecer e, consequentemente, apagar, urge colocar em prática, desde tenra idade, práticas solidárias onde o respeito pelos outros seja assente na assunção que todos, sendo diferentes, são iguais nos deveres e nos direitos. A solidariedade como trampolim para a felicidade! . 90


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OPINIÃO

A lucidez do corpo Adília César (Escritora) verão chegou. O calor a dobrar o ar e as obsessões da mente em relação à estranheza de um corpo que não serve os padrões veranis de beleza ideal ou idealizada. Despimos mais do que vestimos, mostramos mais do que escondemos, «mais pele à vista e menos roupa» é o lema generalizado. No Algarve, reino da liberdade e da descontracção, evita-se até, propositadamente, qualquer tipo de glamour na vestimenta destinada ao tempo quente: um vestido largo, uns calções curtos, uns chinelos ou sandálias rasteiras nos pés… e já está, acreditamos que ficamos prontos para qualquer eventualidade, na rua, no trabalho, no centro comercial, na praia… Quer isto dizer que somos mais verdadeiros e menos dissimulados? A lucidez do corpo acorda os sentidos. O cérebro recebe esses sinais, mas os preconceitos obrigam-nos a decidir como podemos dispor do nosso próprio corpo, que se cobre e descobre através de convenções dos costumes e da moda. E desnuda-se sob o olhar do outro apenas em contextos pré-formatados: na intimidade exploratória do erotismo, na praia de nudistas, na consulta médica, na representação da figura humana na arte. O corpo real e o corpo idealizado são, a maior parte das vezes, caminhos que nunca se encontram. A beleza é fundamental em termos de cultura e de marketing e nesse sentido há um sem número de dimensões ao seu dispor. Cosmética, maquilhagem, cirurgia plástica, tatuagens, moda. Modifica-se a forma dos corpos, perde-se e ganha-se peso, pratica-se exercício físico intenso, ingere-se substâncias «milagrosas», altera-se cheiros do corpo com perfumes artificiais, faz-se todas as tentativas para atingir um ideal de beleza que não é real. E dá-se toda esta importância ao corpo porque ele não é apenas uma capa, é a apresentação da pessoa aos outros, é aquilo que ela decide

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mostrar, é a sua realidade possível. Mas não é a sua essência. O corpo arrasta consigo o olhar, o gesto, a afectividade na relação com conhecidos e desconhecidos. “Estou aqui”, é o que o corpo diz. A mente projecta na corporeidade a mensagem que quer passar, que será sempre lúcida enquanto houver a coragem de deixar cair a máscara, o artificial. A máscara, não sendo real, é uma intenção deturpada da pessoa em mostrar aquilo que ela não é, mas gostaria de ser. Para «olhar» alguém de forma lúcida, para percepcionar a sua essência, é preciso provocála até que deixe cair o que de si própria não faz parte, para que se mostre tal como é, real e pura. O corpo nu, o olhar focado, a escuta, sem máscaras. Os adereços e os artifícios com que nos cobrimos mantêm-nos no nosso esconderijo particular, confortáveis e seguros. Quando deixamos cair esse disfarce, confiamos no outro que está perante nós. O que se avizinha nem sempre é puro ou agradável, mas é verdadeiro. É a verdade nua daquele momento. A procura da verdade afectiva e emocional é o nosso destino, a nossa busca maior. Se insistirmos em manter a máscara, rendemo-nos ao inevitável medo de viver. Darmo-nos ao outro é um risco, um agora ou nunca, sem retorno nem condições. Os sentidos alerta, dando forma à essência única de cada pessoa, sem falsos pudores nem preconceitos. A lucidez do corpo é a lucidez da mente. Os panos e as máscaras que cobrem a nudez do corpo têm as cores dos preconceitos e dos falsos pudores que se agarram a nós. Um vestuário emocional que nos protege das intempéries relacionais e sociais. O que quer dizer que podemos despir as roupas, mas nunca ficamos completamente nus. A nudez é sempre interior: a pele é apenas o contorno do corpo .

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OPINIÃO

A imobiliária do lazer no Algarve Antónia Correia (Professora) pós um período de crise económica, a evolução natural do Algarve para um destino residencial persiste. Turistas que persistem na visita à região escolhem-na para se reformarem. Neste local abençoado pelo clima prazenteiro e pela genuinidade das suas gentes, leia-se hospitalidade, procuram qualidade de vida em harmonia com a natureza. Esta decisão é unânime entre os familiares, sugerindo que a decisão de viver na região onde sempre passaram férias é uma forma de perpetuar um lazer que deleitou estes turistas. A segurança, a interação com a comunidade local, serviços de assistência médica e a possibilidade de comunicarem na língua materna são as exigências dos turistas que pretendem ser residentes. Entre os turistas que visitam a região, cerca de 50 por cento pretende um dia

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reformar-se e adquirir uma propriedade neste local. Valorizam casas pequenas com muitos espaços exteriores, jardim e piscina. Procuram casas elegantes, únicas e modernas, com suite e cozinha. Detestam ar condicionado, mas privilegiam o aquecimento central. O convívio com a natureza não passa pela proximidade da praia, atributo que desvaloriza os imóveis. Imóveis inseridos em urbanizações, moradias em banda beliscam a privacidade destes turistas que almejam tranquilidade. Pequenas vivendas ou apartamentos T2 ou T3 no barrocal ou na costa vicentina são os imóveis mais visados mas, para que estes turistas persistam na intenção de residir no Algarve, importa aliviar o sistema burocrático e favorecer a integração destes novos residentes na vida das nossas gentes .

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ATUALIDADE

ARTESANATO, GASTRONOMIA E MÚSICA REGRESSAM A ALBUFEIRA Festival Al’Buhera está de regresso a Albufeira, de 25 a 29 de julho, com concertos, artesanato e gastronomia a prometerem animar a Praça dos Pescadores. A música é a alma da festa e o festival abre em grande, no dia 25, com os GNR, banda liderada pelo carismático vocalista Rui Reininho, e que segue a caminho dos 37 anos de carreira. Jimmy P, uma das figuras em destaque da nova geração da música portuguesa, sobe ao palco a 26, com uma atuação onde não irá faltar o seu alinhamento de músicas ao melhor estilo de Rap e Hip-Hop. No dia 27 será a vez dos The Gift, uma das maiores e mais

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acarinhadas bandas nacionais, com Sónia Tavares ao leme. A 28 será a vez de Expensive Soul, que regressam a Albufeira num ano em que se preparam para lançar novo álbum. Na noite de encerramento, a 29, a baixa de Albufeira recebe Sara Tavares. Para além destes nomes sonantes da música portuguesa, o Al’Buhera conta também com a fanfarra «Al-Fanfare» e a orquestra de percussão «Percutunes», na animação das ruas, bem como grupos locais a fazerem as primeiras partes dos espetáculos principais. A acompanhar os concertos, a tradicional Mostra de Artesanato irá juntar mais de 60 participantes com peças genuínas, produzidas a partir de materiais 98


tradicionais como o cobre, madeira, cortiça, pedras e conchas da praia, artigos em couro, bijutaria, têxteis, pintura e objetos de decoração, passando pelo artesanato oriundo de vários pontos do Globo. Para além do artesanato, os visitantes podem encontrar excelentes produtos gastronómicos, nomeadamente frutos secos, compotas, mel, licores, conservas,

doçaria regional e criativa, produtos alimentares e bebidas. Este ano, a candidatura de Albufeira ao Programa «7 Maravilhas à Mesa» não será esquecida, estando previstas diversas ações ao longo do Festival. O certame funciona das 19h à 1h, com os espetáculos a terem início a partir das 21h .

MUNICÍPIO DE ALCOUTIM CRIA PROJETO «BRINCAR E APRENDER» Município de Alcoutim associou-se ao Centro de Animação Infantil de Martim Longo no desenvolvimento do projeto «Brincar e aprender», que pretende complementar as atividades das crianças inscritas na valência de CATL (Centro de Atividades de Tempos Livres) da instituição, com ações de caráter educativo, cultural e lúdico. O projeto irá funcionar de 3 a 13 de julho e disponibilizará aos inscritos as atividades: Alimentação Criativa; Jogos de Arqueologia; Pintura Decorativa; Hora do Conto; Vamos prevenir: As aventuras do Búzio e da Coral; Arte de Reciclar; Corrida de Sons; Visita ao Fluviário de Mora; e ida à Piscina Municipal de Mértola. Terão acesso às atividades as crianças inscritas na valência de pré-escolar e CATL e outras que venham a

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formalizar a sua inscrição junto da instituição. “Os benefícios de brincar estão confirmados no desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças, é possível aprender através dos tempos lúdicos, estando o município disponível no apoio ao desenvolvimento de atividades para os jovens”, justifica o Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves .

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ATUALIDADE

MARTIM LONGO VAI GANHAR 26 LOTES PARA USO HABITACIONAL

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Município de Alcoutim vai avançar com um loteamento de carácter habitacional na aldeia de Martim Longo, tendo o projeto de execução sido aprovado, no dia 27 de junho, em reunião do executivo. Inserido numa zona habitacional a norte do núcleo urbano, junto à Escola Básica Integrada de Martim Longo, ao Pavilhão Desportivo e à Piscina Municipal, o terreno a intervencionar tem uma área total de 20 mil metros quadrados. A operação de loteamento tem como objetivo a implementação de um conjunto de 26 lotes, exclusivamente para uso habitacional, junto à 2.ª Fase da Avenida de Acesso à EBI de Martim Longo. A zona habitacional será organizada e estruturada por um plano regular de arruamentos onde existem diversas bandas de lotes. Nos arruamentos projetados, que terão uma ALGARVE INFORMATIVO #162

largura de 4,50 metros, prevê-se um sentido de circulação. No projeto existem parqueamentos de estacionamento público em faixa própria ao longo dos arruamentos, num total de 85 lugares, e estacionamento privado no interior de cada lote. Os materiais a utilizar, nos arruamentos e passeios, serão semelhantes aos existentes na zona, ou seja, em calçada irregular de xisto da região, os lancis serão em pedra calcária, já os locais de estacionamento e arruamentos serão alcatroados ou em cubos de granito negro. Toda a zona residencial enquadra um conjunto de zonas verdes com espécies endógenas, com uma área total de 3 mil e 179,69 metros quadrados e espaço infantil, com posterior implantação do respetivo equipamento. “Com esta medida, a Câmara Municipal procura resolver os conhecidos problemas de falta de habitação para venda ou arrendamento, bem como dos elevados preços das poucas existentes, e que constituem fortes entraves à fixação das camadas mais jovens da população”, refere Osvaldo Gonçalves, presidente da autarquia. O preço base da empreitada cifra-se em um milhão, 61 mil e 760,40 euros e tem um prazo de execução de 12 meses . 100


PASSEIOS TUK TUK DESCOBREM PATRIMÓNIO DE CASTRO MARIM

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a prossecução de uma política de valorização e enriquecimento do valioso património material e imaterial do concelho de Castro Marim, a NovBaesuris organiza, em parceria com a empresa Tavipool & Garden, Lda, Passeios Tuk Tuk nos meses de julho e agosto pela Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António e monumentos históricos da vila. Os passeios acontecem às terças e sextas-feiras até dia 31 de agosto e iniciam-se, pelas 14h, junto ao Mercado Local de Castro Marim. Após a partida, os passeios passam por cenários deslumbrantes, entre o tom de terra das fortificações da vila de Castro Marim e a brancura dos cristais do sal. A primeira paragem é no Forte de São Sebastião, onde será feito um 101

enquadramento histórico da vila, seguindose a entrada na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/ Vila Real de Santo António, através da visita ao SPA salgado na salina da Barquinha, da empresa Água Mãe. Mais à frente, os veículos elétricos Tuk Tuk conduzem os visitantes pelo santuário natural da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/ Vila Real de Santo António, um património natural ímpar na Europa, com uma área de dois mil hectares, para um passeio às salinas tradicionais, durante o qual podem assistir à extração do sal com as técnicas ancestrais. No regresso, os visitantes são convidados a subir à Colina do Revelim de Santo António para uma prova gastronómica, terminando os Passeios Tuk Tuk com uma visita à Casa do Sal, um espaço onde se pretende perpetuar a memória viva do sal de Castro Marim .

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ATUALIDADE

ALGARVE COM MAIS 6,5 MILHÕES DE EUROS PARA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA processo de comunicação dos resultados do concurso de 2017 de projetos de I&D em todos os domínios científicos (Aviso 02/SAICT/2017) está concluído, traduzindo-se na atribuição de 375 milhões de euros, dos quais 6,5 milhões de euros para 49 projetos envolvendo entidades do Algarve, que resultam do financiamento conjunto da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), do COMPETE2020 e do Programa Operacional Regional CRESC ALGARVE 2020. Trata-se do maior financiamento alguma vez atribuído em concursos de projetos de I&D em Portugal, um valor cerca de três vezes superior ao montante global envolvido no último concurso lançado pela FCT, em 2014, sendo que todos os proponentes já foram notificados pelas diversas Autoridades de Gestão envolvidas e/ou pela FCT (quando aplicável). Neste concurso de 2017 foram submetidas 4593 candidaturas, a nível nacional, em conformidade com os termos do aviso de abertura de concurso. As candidaturas foram distribuídas por 33 painéis de avaliação, de acordo com a respetiva área científica, sendo 1618 os projetos recomendados para financiamento em todas as áreas do conhecimento. No caso concreto do

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Algarve, foram apresentadas 173 candidaturas sendo aprovado o financiamento de 49 projetos, submetidos pelo Centro Ciência Viva do Algarve, Centro de Ciências do Mar do Algarve, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Universidade do Algarve, que beneficiam de um incentivo do CRESC ALGARVE 2020 no valor 1,8 milhões de euros. Complementarmente, está em avaliação um pacote de candidaturas nos domínios abrangidos pelo Conselho de Inovação da Região do Algarve (CIRA) – Turismo, Smarts Grids e TIC’s – Projeto Região inteligente Algarve (RIA), com uma dotação de 1,5 milhões de euros para financiamento, e foi lançado um aviso-convite para a criação do Polo Tecnológico do Algarve, um projeto que pretende agrupar competências destinadas ao desenvolvimento tecnológico e à inovação de setores de atividade económica com expressão consolidada ou emergente na região, com uma dotação orçamental inicial de 3,8 milhões de euros. 102


POSTOS DE SAÚDE DE PRAIA VOLTAM A GARANTIR CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS PRAIAS EM 2018 partir do dia 30 de junho, a Administração Regional de Saúde do Algarve e a Cruz Vermelha Portuguesa vão disponibilizar 31 Postos de Saúde de Praia ao longo da costa algarvia, com o objetivo de assegurar cuidados de saúde de enfermagem e dar resposta a situações clínicas de menor gravidade que possam ser tratadas no local, ou, em caso de necessidade, encaminhar o utente para uma unidade de saúde mais adequada. Os Postos de Saúde de Praia vão funcionar até 16 de setembro, com o horário de atendimento das 10h às 18h (até 15 de julho) e das 10h às 19h (16 de julho a 31 de agosto), sendo que sete Postos manter-se-ão em funcionamento das 10h às 18h (1 e 16 de setembro).

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Os veraneantes podem recorrer aos cuidados de saúde de enfermagem na praia em diversas situações como por exemplo insolações, quebra de tensão, picadas de peixe-aranha ou pequenas escoriações para receberem tratamento no local, evitando deslocações desnecessárias para alguma unidade de saúde. Em caso de necessidade, o Posto de Saúde de Praia funciona também como ponto de esclarecimento e de triagem, sendo o utente encaminhando pelos profissionais de enfermagem para uma unidade de saúde adequada. Os recursos afetos aos Posto de Saúde de Praia são potenciados através da comunicação por via telefónica entre os enfermeiros dos Posto de Saúde de Praia e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, permitindo uma integração adequada com o dispositivo préhospitalar . ALGARVE INFORMATIVO #162


ATUALIDADE

AUTARQUIA LOULETANA ATRIBUI PERTO DE QUATRO MILHÕES DE EUROS ÀS JUNTAS DE FREGUESIA DO CONCELHO

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oram celebrados, no dia 2 de julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, os contratos interadministrativos de delegação de competências entre a Câmara Municipal de Loulé e as nove Juntas de Freguesia do Concelho, através dos quais foi atribuída uma verba de perto de quatro milhões de euros. Esta dotação orçamental permitirá às Juntas de Almancil, Alte, Ameixial, Boliqueime, Salir, São Clemente, São Sebastião, Quarteira e União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim levarem a cabo a realização de pequenas reparações nos ALGARVE INFORMATIVO #162

estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino primário e a manutenção dos mesmos, limpeza de vias, valetas e outros espaços públicos, apoiando ainda a realização de obras e de eventos de interesse municipal nas localidades, bem como algumas situações de natureza social, designadamente o apoio ao transporte dos cidadãos das freguesias do interior onde tal matéria é mais problemática. Esta delegação de competências constitui o primeiro passo de um processo que deverá ser aprofundado em 2019, no sentido de concretizar em pleno o que a legislação prevê. Recorde-se que, para fazer esta ligação entre as Juntas e a Câmara, o 104


Município conta com um Gabinete de Apoio às Freguesias responsável por prestar todo o apoio técnico necessário. “Estes contratos interadministrativos revestem-se de grande importância para a eficácia de uma administração local moderna, cada vez mais próxima do cidadão, que assenta a sua ação na

efetiva articulação entre todos os órgãos autárquicos locais, em respeito pela autonomia de cada um, mas colaborando ativamente entre si no sentido da melhoria dos serviços prestados às populações”, considera o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo .

FEIRA DO LIVRO DE OLHÃO VOLTA À ZONA RIBEIRINHA

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ntre 14 e 21 de julho, o Jardim Patrão Joaquim Lopes volta a receber a FLO – Feira do Livro de Olhão. O certame, que vai na sua 3.ª edição, é já uma referência na região algarvia. Diariamente, às 21h30, no «À noite, na FLO», serão recebidos vários convidados, começando, no dia 14, com Miguel Miranda e Luís Ene, no dia 15, com Filipa Martins e Paulo M. Morais, no dia 17, com Isabel Rio Novo e António Manuel Venda, no dia 18, com João Luís Barreto Guimarães, Marco Mackaaij e Catherine Dumas, no dia 19, com Manuela Sabino e Paulo Cunha, no dia 20, com Ana Cristina Leonardo e António Ladeira, e no dia 21, com Rita Ferro e Eduardo Jorge Duarte. De terça a sexta, às 18h, nas «Conversas ao fim da tarde», vão encontrar-se escritores residentes, numa iniciativa dinamizada pela Junta de Freguesia de Olhão. Nem só de livros vive, porém, a FLO 2018, com o programa a contemplar, igualmente, um conjunto de atividades paralelas diversificadas. Nas artes plásticas, no dia da abertura, 14 de julho, 105

inaugura-se uma exposição de pintura do Centro de Arte de Pintores Olhanenses e do OLHAM - Clube de Fotografia de Olhão. No teatro, e integrado nas comemorações do 10.º aniversário da Biblioteca Municipal José Mariano Gago, Virgílio Castelo traz a peça «O último dia de um condenado» no dia 14; no dia 16, é a vez de Jorge Serafim encantar com «Contos ao serão». Três noites na semana, o ator Alexandre Lopes abre «À noite, na FLO», com um espetáculo especial, «Serenata em passeio», de drama, canto e dança. Na programação musical, no dia 20, Carlos Alberto Moniz vem «Cantar poetas». A 3.ª edição da Feira do Livro de Olhão encerra com Sérgio Gonçalves e Amantes d’Fado, que cantam Amália . ALGARVE INFORMATIVO #162


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VÃO NASCER MAIS DOIS HECTARES PARA LAZER E DESPORTO INFORMAL NO PARQUE MUNICIPAL DE LOULÉ

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oi assinado, no dia 4 de julho, o auto de consignação da empreitada de construção da segunda fase do Parque Municipal de Loulé, dando-se de imediato o arranque de uma obra que permitirá reforçar os espaços para o lazer e a prática de desporto informal na cidade. Esta ampliação será realizada num terreno com cerca de dois hectares, na zona Norte do Parque, junto ao Skate Parque, num local onde em tempos funcionou o «Bairro de Santa Luzia». O projeto procura dar continuidade funcional e conceptual à primeira fase do Parque Municipal, nomeadamente ao nível da continuação dos percursos já existentes, os materiais utilizados, as redes de infraestruturas, mobiliário e ALGARVE INFORMATIVO #162

ajardinamentos. Com o objetivo de reforçar os espaços de lazer e atividade física informal, ali irão nascer um relvado sintético, sem balizas, o que permitirá a realização de outras atividades informais, uma pista de 100 metros com um pavimento em borracha mais amortecedora para os praticantes de corrida de manutenção, e que poderá estimular a prática do atletismo, uma zona de street workout, uma plataforma para a prática de petanca numa zona já arborizada e com sombra para proteger os praticantes, e ainda um campo de basquetebol com uma tabela. Com este alargamento do Parque Municipal pretende-se reforçar a arborização com a plantação de mais espécies, aumentado a já considerada área 106


verde do Parque. Numa clara preocupação com as questões ambientais, em consonância com a própria filosofia desta intervenção, será introduzida iluminação com tecnologia LED que permitirá reforçar a segurança dos utilizadores. Com o intuito de potencializar a função social do Parque, está prevista ainda a colocação de novo mobiliário urbano como bancos, mesas para merenda ou jogo. O projeto contempla igualmente a criação de um parque estacionamento de apoio com cerca de 60 lugares.

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O valor previsto nesta intervenção é de cerca de 1,2 milhões de euros e o prazo de execução de um ano e meio. “O alargamento do Parque Municipal de Loulé enquadra-se nas políticas municipais que promovem novos estilos de vida, mais conviviais e de fruição da natureza, assim como de estímulo à prática da atividade física informal na linha daquele que é o «compromisso» da Autarquia com o Desporto”, justifica o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo .

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ANANTARA VILAMOURA É O PARAÍSO DOS APRECIADORES DE VINHO EMO, o galardoado restaurante do Anantara Vilamoura, acaba de ser reconhecido pelos Wine Spectator’s Restaurant Awards 2018 como um dos restaurantes com uma oferta vínica de excelência a nível mundial. Apresentando uma experiência enogastronómica memorável, o EMO celebra a cozinha nacional com pratos harmonizados com as várias referências da sua extensa adega. Os prémios, promovidos pela prestigiada revista norte-americana «Wine Spectator», distinguem os restaurantes que oferecem seleções interessantes de vinhos que se adequam

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às propostas gastronómicas e apelam a uma vasta gama de amantes de vinho. No EMO, esta simbiose perfeita é da responsabilidade do Chef Executivo Bruno Viegas e do sommelier Bruno Cunha, que se juntou recentemente à equipa do Anantara Vilamoura para vir elevar as propostas vínicas a um novo patamar de subtileza. Trazendo consigo um grande conhecimento de vinhos portugueses e internacionais e uma ampla experiência na harmonização com criações culinárias, o novo Wine Guru supervisionará e fará a gestão da impressionante adega do restaurante, com mais de 350 referências, que brilharão junto do delicioso menu criado pelo Chef Bruno Viegas e serão também as protagonistas de um verão 108


repleto de grandes momentos. A viagem tem início na chegada ao hotel, com a nova Wine Boutique, que vem complementar o ritual de boas-vindas e o jantar no EMO com um showcase e loja das mais exclusivas colheitas nacionais e internacionais, prolongando a incrível experiência de degustação no espaço e no tempo. Localizada no piso térreo do Anantara Vilamoura, será também o centro dos eventos vínicos, master classes e outros momentos únicos. O Verão vai ganhar um novo sabor à quinta-feira com as Wine Nights. Nos meses de julho e agosto, os hóspedes são convidados a melhorar o seu conhecimento sobre vinhos portugueses, explorando a associação à gastronomia lusa através de diferentes temas, como vinhos orgânicos, vinhos do Algarve, rosés e vinhos da região de Lisboa. Todas as semanas, diversos produtores nacionais apresentarão os seus vinhos através de degustações, cocktails à base de vinho de boas-vindas e canapés, seguindo-se um menu de degustação exclusivo. Por sua vez, nos dias 26 de julho e 2 de agosto, a «Battle of the Bubbles» colocará frente-afrente os principais produtores de Champagne com os melhores vinhos espumantes portugueses, de forma a eleger o «Best of the Bubbles». Num dia repleto de momentos de puro deleite, o pequeno-almoço especial é regado de espumante, seguindo-se um almoço de marisco no 109

restaurante Ria, acompanhado de espumante e de champagne, antecedendo uma tarde relaxante junto à piscina com uma flute na mão. O dia termina com um sumptuoso jantar no EMO, em que o menu de degustação especialmente criado para a ocasião dará palco aos melhores champagnes e espumantes portugueses. Por fim, as noites de terça-feira do EMO Lounge convidam os apreciadores de vinho a conhecerem as deliciosas propostas dos bartenders convidados que, durante julho e agosto, desenvolverão surpreendentes cocktails à base de vinho em autênticas masterclasses de mixologia .

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FESTIVAL MED ESTEVE AINDA MAIS «VERDE» NESTA EDIÇÃO

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iel à preocupação permanente da Câmara Municipal de Loulé com as questões ambientais foram introduzidas algumas ações que tornaram o Festival MED, nesta 15.ª edição, um evento ainda mais sustentável e amigo do ambiente. Nesse sentido, com o intuito de garantir que os resíduos recicláveis produzidos fossem, na sua totalidade, encaminhados para reciclagem, minimizando o impacto ambiental, a autarquia louletana apresentou uma candidatura do Festival ao projeto Eco Evento da ALGAR. Assim, durante os quatro dias de MED, foi implementado um Sistema de Gestão de Resíduos no espaço do recinto que passou pela realização de ações de sensibilização, destinadas às equipas de limpeza e responsáveis pelos expositores de restauração, sobre a correta separação/deposição dos resíduos de embalagem recicláveis. Por outro lado, os espaços de restauração foram monitorizados, garantindo o cumprimento das regras de deposição seletiva, através da «fiscalização» por parte de um voluntário. O Eco Evento tem também uma importante ALGARVE INFORMATIVO #162

componente solidária, já que 50 por cento do que for pago pelas entidades gestoras de resíduos para cada tipo de material será atribuído ao Centro Comunitário de Vale Silves. Na vertente da Energia, o Fundo Ambiental atribuiu um financiamento ao Festival MED integrado no programa «SêLo Verde», que distinguiu uma das inovações deste ano. Na área de restauração junto ao Palco Arco, algumas tasquinhas funcionaram durante estes 110


quatro dias com células fotovoltaicas. Toda a energia necessária para o funcionamento dos equipamentos foi energia solar, garantindo um sistema de autonomia praticamente duramente todo o evento e que permitiu reduzir os consumos de energia elétrica da rede pública. Num Concelho distinguido com o «Selo da Qualidade Exemplar da Água para Consumo Humano», a Autarquia realizou no Festival MED a sensibilização para o consumo da água da torneira, reforçando a confiança dos consumidores na mesma. Assim, foram disponibilizados dois pontos gratuitos e eficientes de água, colocados na Cerca do Convento Espírito Santo e no Mercado Municipal, com torneira com sensor, de modo a minimizar as perdas e o desperdício deste recurso. Para além de apelar à promoção da qualidade e do consumo de água da torneira, esta iniciativa também permitiu reduzir consideravelmente a quantidade de resíduos de plástico, associados à compra e consumo de água engarrafada. Simultaneamente, nas bancas de merchandising do MED estiveram à venda garrafas reutilizáveis de água, a um preço simbólico de um euro. Naquela que foi uma das iniciativas pioneiras no contexto dos festivais de Verão em Portugal, lançada em 2014, o Copo Ecológico foi novamente distribuído aos milhares de visitantes. Se noutros tempos os copos de plásticos cobriam o chão do recinto no final de cada noite, atualmente este cenário já não se verifica. Estima-se que, mais uma vez, foi reduzida a produção de plástico em quase uma tonelada por noite, com um impacto significativo não só no

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ambiente mas também nos custos com a recolha dos resíduos. Outra iniciativa que se repetiu em 2018 foi a associação do Movimento «Zero Desperdício» ao evento, com o objetivo de doar toda a comida não consumida durante os dias do evento a famílias em situação de maior vulnerabilidade. Seguindo todos os parâmetros de segurança alimentar, técnicos da Divisão de Coesão Social e Saúde do Município, a Associação EXISTIR, a Refood e voluntários recolheram, no final de cada noite, alimentos não consumidos mas que se encontravam em boas condições, distribuindo-os depois a pessoas e famílias em dificuldades socioeconómicas. De entre as várias medidas que visaram a redução da pegada ecológica neste Festival destaca-se ainda a reutilização de paletes para a construção do Palco Arco e para a criação de mobiliário espalhado pelo recinto onde os visitantes puderam usufruir de alguns momentos de descanso. Este empenho da organização com as questões ambientais levou a que também nesta 15.ª edição a Conferência Talk MED tivesse sido dedicada ao tema «Festivais como motor da ecologia e da sustentabilidade para uma nova sociedade», que decorreu no dia de arranque do MED, na Alcaidaria do Castelo. Ricardo Bramão, presidente da APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de Música, entidade parceira da organização, foi o moderador enquanto que como oradores foram convidados Lina Madeira (Chefe de Unidade Operacional de Educação Ambiental), Sandra Vaz (Diretora do Departamento de Desenvolvimento Humano e Coesão), José Raposo (presidente da Associação Almargem) e Fernando Reis (diretor do Jornal do Algarve). ALGARVE INFORMATIVO #162


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OLHÃO RECEBEU VELEIROS DA ESCOLA NAVAL EM VIAGEM DE INSTRUÇÃO Escola Naval escolheu, este ano, Olhão como porto de passagem dos seus veleiros durante a viagem de instrução dos cadetes do 3.º ano. Nesse sentido, as embarcações NRP Polar e NRP Zarco atracaram no Porto de Pesca, no dia 3 de julho, onde receberam a visita do público e do executivo municipal. O presidente da Câmara Municipal, António Miguel Pina, deu as boas-vindas a Olhão aos 26 tripulantes, a quem relatou uma das páginas mais marcantes da história do concelho – a viagem ao Brasil dos 18 bravos olhanenses a bordo do caíque Bom Sucesso, “uma autêntica epopeia, quase sem instrumentos de navegação, que só se saldou num sucesso graças à coragem e à garra

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destes homens do mar”. António Miguel Pina e a restante comitiva tiveram ainda oportunidade de subir a bordo das duas embarcações, onde ficaram a conhecer a sua história e o quotidiano dos cadetes. No final de cada ano letivo, os cadetes participam numa viagem de instrução, onde têm oportunidade de aplicar no mar os conhecimentos de navegação e marinharia que aprenderam em contexto de sala de aula. Ao longo de mês e meio, a viagem decorre em águas e portos nacionais, este ano com passagem por Olhão, um dos portos de arribada escolhidos. Os veleiros, o NRP Zarco e o NRP Polar, são duas embarcações da Marinha Portuguesa atribuídas à Escola Naval para efeitos de instrução no mar e aprofundamento do espírito de corpo e de missão dos cadetes.

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ALVOR VAI TER AMBULÂNCIA DE EMERGÊNCIA MÉDICA EM PERMANÊNCIA DURANTE O VERÃO Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, inaugurou, no dia 4 de julho, em Alvor, um Local Estratégico de Pré-Posicionamento da Proteção Civil Municipal, que permite albergar um Posto de Emergência Médica do INEM a funcionar 24 horas, operacionalizado pela Delegação de Portimão da Cruz Vermelha Portuguesa, com uma ambulância de emergência «à porta» e que servirá prioritariamente aquela freguesia. A medida insere-se na estratégia municipal de resposta no âmbito da proteção civil e socorro e, à semelhança dos destacamentos já operacionalizados na Senhora do Verde e no Aeródromo Municipal, visa aproximar os meios das áreas de maior procura operacional ou risco. Além da antecipação na chegada do meio às ocorrências naquela localidade (que representam mais de 15 por cento da atividade operacional no concelho), fica assegurada a presença de uma equipa diferenciada com Desfibrilhador Automático Externo (DAE). A sessão oficial de abertura do espaço instalado no edifico do Mercado Municipal, cedido pela Junta de Freguesia de Alvor, contou com uma apresentação do Comandante Operacional Municipal, Richard Marques, que enquadrou a estratégia adotada que assenta numa descentralização de meios em benefício

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do socorro, contando ainda com intervenções do Responsável Operacional do INEM no Algarve, Carlos Raposo, que destacou o exemplo desta parceria que poderá ser replicado em outros locais em situações semelhantes, e do Presidente da Junta de Freguesia, Ivo Carvalho, que agradeceu o empenho de todos quanto tornaram realidade esta importante concretização para os alvoradenses. Isilda Gomes encerrou a cerimónia sublinhando a importância de explorar todas as medidas que reduzam o tempo de resposta do socorro, e afirmando que é de capital importância garantir que Portimão continue a ser reconhecido como um destino turístico seguro. Agradeceu o empenho da Cruz Vermelha Portuguesa, que tem sido um parceiro fundamental do Município, e enalteceu o contributo do Instituto Nacional de Emergência Médica na materialização desta amplificação do dispositivo de emergência .

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FUNDAÇÃO MONTEPIO ENTREGOU VIATURAS ADAPTADAS AO «O PONTÃO» E AO CENTRO PAROQUIAL DE PÊRA Pontão – Associação de Solidariedade Social da Conceição de Tavira e o Centro Paroquial de Pêra são duas das 21 instituições que receberam, no dia 4 de julho. uma viatura especialmente adaptada às suas necessidades, no âmbito da 11.ª edição da Frota Solidária da Fundação Montepio. A cerimónia de entrega da Frota reuniu instituições de

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solidariedade social de Portugal Continental e Ilhas em Lisboa, junto ao Padrão dos Descobrimentos, e contou com a presença do Presidente da Fundação Montepio e do Grupo Montepio, António Tomás Correia, e do Vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Feliciano Gaspar. Criada, em 2008, pela Fundação Montepio, a «Frota Solidária» é um projeto que se concretiza através da aquisição, 114


transformação e adaptação de viaturas destinadas a instituições particulares de solidariedade social de todo o País. “Temos consciência de que o trabalho desenvolvido pela Fundação Montepio é uma gota de água no universo de tudo aquilo que pode ser feito. Temos que agradecer a estas instituições, através das quais concretizamos esta política de responsabilidade social de que tanto nos orgulhamos, pelo trabalho notável que desenvolvem junto dos jovens, idosos e todos aqueles que mais necessitam”, afirmou, na ocasião, António Tomás Correia, Presidente da Fundação Montepio e do Grupo Montepio. Em 2017, a Fundação Montepio recebeu, através do Ministério das Finanças, 229 mil e 35,41 euros resultantes de valores atribuídos, no ano

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2015, no âmbito da Lei da Liberdade Religiosa (Consignação Fiscal). O montante, entregue pelos contribuintes ao cuidado e gestão da Fundação Montepio, foi assim devolvido à sociedade civil, através da aquisição de veículos automóveis especiais e adaptados que, constituindo a «Frota Solidária», apoiarão a atividade de 21 instituições particulares de solidariedade social. Desde 2008, a Fundação Montepio recebeu através da Consignação Fiscal quatro milhões de euros, integralmente devolvidos à sociedade civil através da entrega de 203 viaturas solidárias a igual número de IPSS. A missão da Frota Solidária consiste em apoiar a mobilidade, a inclusão e o combate ao isolamento e à desertificação, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva, coesa e solidária.

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ALGARVE CONQUISTOU 12 PRÉMIOS NOS WORLD TRAVEL AWARDS

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s vencedores europeus dos World Travel Awards 2018 foram conhecidos, no dia 30 de junho, em Atenas, na Grécia, e Portugal foi eleito, pelo segundo ano seguido, Melhor Destino da Europa nos Óscares do turismo mundial. Contudo, foi a hotelaria do Algarve a estar em grande evidência nesta noite, ao arrecadar um total de 12 galardões, oito europeus e quatro nacionais. “A excelência das unidades hoteleiras algarvias, cuja fama tem granjeado a conquista reiterada de prémios internacionais para a região, levou a melhor sobre a forte concorrência nacional e estrangeira em algumas das principais categorias dos World Travel Awards”, considera o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, felicitando assim ALGARVE INFORMATIVO #162

o desempenho dos hotéis do maior destino de férias português. Na secção europeia dos prémios, o Ria Park Hotel & Spa, em Vale do Lobo, obteve duas distinções: Melhor Resort Familiar da Europa e Melhor Hotel de Reuniões & Conferências da Europa. O Hotel Quinta do Lago, na Quinta do Lago, foi eleito Melhor Resort de Praia da Europa e Vila Joya, em Albufeira, foi aclamado Melhor Boutique Resort da Europa. O prémio de Melhor Lifestyle Resort da Europa foi entregue ao Conrad Algarve, na Quinta do Lago, e o Melhor Hotel & Villas de Luxo da Europa é Vila Vita Parc, em Lagoa. O Dunas Douradas Beach Club, no Garrão (Almancil), foi designado Melhor Resort de Villas da Europa e o Monte Santo Resort, no Carvoeiro, foi considerado o Resort Mais Romântico da Europa. Aos oito Óscares europeus juntam-se outros quatro nacionais: o de Melhor Hotel de Conferências de Portugal (Ria Park Hotel & Spa), Melhor Resort Familiar de Portugal (Hotel Quinta do Lago), Melhor Hotel de Residências de Portugal (Monte Santo Resort) e ainda o de Melhor Resort de Portugal (Hilton Vilamoura As Cascatas Golf Resort & Spa, em Vilamoura) .

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HOTÉIS NAU DISTINGUIDOS COM SELOS «WE SHARE» E «WE CARE»

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odas as unidades da NAU Hotels & Resorts foram reconhecidas pela AHP - Associação de Hotelaria de Portugal com os selos «We Share» e «We Care», reconhecendo-se desta forma o compromisso do grupo na aplicação de boas práticas ambientais e de políticas de responsabilidade social, promovidas e incentivadas pelo Programa Hospes. Salgados Palace, Salgados Palm Village, Salgados Dunas Suites, Salgados Vila das Lagoas, São Rafael Atlântico, São Rafael Suites, Morgado Golf & Country Club, Hotel Palácio do Governador, Hotel do Lago Montargil e Salema Beach Village são as unidades NAU Hotels & Resorts que conquistaram através destas distinções, e pelo segundo ano consecutivo, o reconhecimento da associação do sector pela implementação de medidas sustentáveis e socialmente responsáveis. No âmbito do Projeto de Responsabilidade Social «We Share», os hotéis do Grupo NAU, Hotels & Resorts, participaram no Programa «1 Colchão, 1 Coração», que consiste na doação de bens provenientes das unidades a instituições de carácter social. Enquadrado no Projeto de Sustentabilidade Ambiental «We Care»,

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todas as unidades do Grupo NAU, Hotels & Resorts procederam à entrega de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos dentro do Programa «Electrão by AHP»; utilizaram tecnologias e serviços «amigos do ambiente»; adotaram programas de eficiência energética para reduzir as necessidades energéticas; e tomaram medidas para a preservação, redução e reutilização da água nas operações e para o incentivo à conservação da água. O programa Hospes da AHP ambiciona contribuir e motivar o sector para um Turismo cada vez mais responsável e sustentável, um compromisso assumido por todos os grupos e hotéis distinguidos com os selos «We Share» e «We Care». Este desígnio conjunto confirma a importância da Hotelaria não apenas como um stakeholder económico fundamental, mas também como um valioso contribuinte para o tecido social do País . ALGARVE INFORMATIVO #162


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FOZ DO RIO GUADIANA TEM NOVO EQUIPAMENTO TURÍSTICO presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, e a Presidente do Conselho de Administração da Docapesca, Teresa Coelho, inauguraram, no dia 5 de julho, o Beach Club do futuro hotel Grand House Algarve. O arranque do Beach Club, situado na zona da Ponta da Areia, junto ao rio, constitui o primeiro passo da reativação do renovado Hotel Guadiana no concelho de Vila Real de Santo António, cuja abertura se encontra prevista para o terceiro trimestre de 2018.

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A sua entrada em funcionamento representa igualmente um passo em frente no processo de requalificação da foz do Rio Guadiana, um lugar estratégico para o turismo náutico e porta de entrada para o Atlântico e Mediterrâneo. “Tudo isto são boas notícias para a economia. Vamos, em breve, abrir o primeiro hotel de 5 estrelas do concelho, o que representa investimento, dinamização económica e sobretudo a criação de emprego, com 40 postos de trabalho”, afirma Conceição Cabrita, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. O valor total do investimento (Hotel e Beach Club) ascende aos 3,9 milhões de

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euros, dos quais 2,4 milhões foram aplicados na reabilitação de património. De acordo com a diretora geral do Grand House Algarve, Marita Barth, o Beach Club será um dos equipamentos de apoio ao renovado hotel Guadiana, que terá 31 quartos - 15 duplos, três suites júnior e 13 quartos individuais – e a configuração de um boutique hotel. “A requalificação do Hotel Guadiana representa também a devolução, à cidade, de um edifício de referência que permite a conjugação do turismo cultural e a promoção do património, que tem como expoente 119

máximo o edifício da antiga alfândega, recuperado ao abrigo do Programa Jessica, e que será uma extensão do hotel”, acrescentou Conceição Cabrita. Em paralelo à recuperação do Hotel Guadiana, é intenção da autarquia de Vila Real de Santo António transformar o Centro Histórico da cidade numa referência em termos turísticos, estando para isso em marcha um ambicioso projeto que pretende converter três imóveis pombalinos, propriedade da Câmara Municipal, numa Pousada de Portugal .

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ecorreu, no dia 29 de junho, em Faro, a Transmissão de Tarefas do Rotary Clube Estoi Palace Internacional (RCEPI), com a presença de cerca de 100 convidados, incluindo representantes de outros clubes rotários do Algarve. Manuela Robinson, a Presidente Cessante, aproveitou a ocasião para fazer um balanço sobre o trabalho realizado, destacando a angariação de 27 mil euros destinados à melhoria das condições de vida da comunidade local. O RCEPI celebra, a 26 de outubro, o 10.º aniversário e Manuela Robinson recordou que o primeiro projeto consistiu em fornecer leite aos mais necessitados da comunidade de Estoi, que se encontravam referenciados no Banco Alimentar de Faro. O apoio foi dado através da entrega de pacotes mensais distribuídos por seis litros de leite por criança e dois litros por adulto. A antiga presidente anunciou ainda que, em abril do corrente ano, o Rotary Clube Estoi Palace Internacional atingiu o marco de 50 mil litros fornecidos ao longo de 10 anos, com um custo total de 21 mil e 500 euros. “As Quiz nights e doações foram as principais fontes de angariação do financiamento para a doação deste leite”, revelou. Em junho foi realizada a festa anual «A Noite Branca», que resultou na angariação de dois mil euros, doados a

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uma associação local que apoia crianças autistas e suas famílias. O apoio aos estudantes também esteve em evidência no último ano rotário, salientando-se os cerca de 10 mil euros que foram usados para ajudar os estudantes com cursos universitários e de Verão. “Ainda resultante do esforço de todos, a escola local de Estoi recebeu um forno e um micro-ondas, para melhorar as instalações dos seus alunos, e sete estudantes fizeram uma visita de estudo ao norte de Portugal para analisar os métodos tradicionais de cozinha portuguesa. A escola também recebeu dicionários em português / inglês para auxiliar os alunos do 5.º ano e os certificados de Mérito foram concedidos aos alunos mais destacados”, apontou Manuel Robinson. Além disso, palestras de carreira, conselhos e informações foram disponibilizados para os alunos do 9.º ano no sentido de os apoiar nas suas futuras escolhas de trabalho. Trabalhando em conjunto com o Fundo de Caridade «Wolf Valley», o Rotary Clube Estoi Palace Internacional doou fundos à Casa de Povo de Estoi, que foram destinados à compra de uma carrinha para ajudar o seu trabalho na Comunidade. Foram ainda realizadas festas de Natal para os desfavorecidos nas Casas do Povo em Estoi e Moncarapacho e uma noite musical em maio, que angariou fundos adicionais para a Casa de Povo de Estoi, permitindolhes renovar uma área exterior onde agora podem realizar eventos de angariação de fundos. Internacionalmente, a RCEPI doou 120


mil euros para o projeto «Keystone Now» do Rotary International, destinado a erradicar a pólio da face da terra. Após os terremotos devastadores na Itália e erupção vulcânica em Barbuda, foram também enviadas Shelterboxes para ajudar os sem-abrigo. Trabalhando com outros Rotary Clubs do Algarve e associações beneficentes como o «Wolf Valley Charity Fund», um veículo móvel foi doado à Associação de Oncologia do Algarve (AOA) para a realização de rastreios da mama. “Este ano, a RCEPI juntou forças novamente com Wolf Valley Charity Fund e com a AOA para a compra de um veículo móvel de rastreio do Cancro do Pulmão e da Pele”, referiu orgulhosamente a Presidente Cessante. Estes dois veículos móveis irão fazer a diferença na população algarvia, tornando o rastreio e aconselhamento sobre a prevenção facilmente acessível a milhares de pessoas. “A deteção precoce salva vidas e a RCEPI está muito orgulhosa por fazer parte disso”, realçou Manuela Robinson. Já o futuro presidente para o ano rotário de 2018-2019, Bruno Sousa Costa,

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expressou a sua vontade de continuar o trabalho realizado pelo Clube na última década, assim como aumentar a consciencialização sobre o trabalho realizado pelo Rotary, fazendo do aumento do número de membros um objetivo vital para reforçar a sua força e capacidade de ajuda. Lembrando também o lema do Rotary - «Dar antes de pensar em si» Bruno Costa afirmou que é seu objetivo “manter e aprofundar todas as fundações estabelecidas com sucesso por expresidentes de clube e membros”. “A missão da Fundação Rotária é permitir que os rotários promovam a paz, a boa vontade e a paz mundial por meio da melhoria da saúde, do apoio à educação e do alívio da pobreza. O Rotary Club de Estoi Palace International tem-se orgulhado de defender esses direitos, valores que estiveram sempre presentes durante a presidência de Manuela Robinson e que quero continuar, honrando a história do nosso Clube e dos rotários de todo o mundo, desejando que todos sejamos a inspiração para um mundo melhor”, referiu ainda Bruno Sousa Costa .

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ALGARVE INFORMATIVO #162


DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina

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