Taipa Japonesa: Técnica, estudo e construção

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VEDAÇÃO EM TÉCNICA MISTA TSUCHIKABE (“PAREDE DE TERRA”)

“Técnica mista _ termo recente adotado pela Rede IberoAmericana de Arquitetura e Construção com Terra PROTERRA- para designar as técnicas de construção com terra que utilizam de uma estrutura suporte construída por materiais como a madeira e o bambu, os quais sustentam uma argamassa de barro de recobrimento.” (HIJIOKA, 2016)


TÉCNICA BRASILEIRA _Bastante rudimentar e há apresentado aprimoramentos.

séculos não tem

_Associado atualmente à moradias de população de baixa renda

TÉCNICA JAPONESA _Saber milenar que requer anos de prática. Seu conhecimento é desenvolvido na relação entre mestre e aprendiz. _O processo construtivo apresenta extremo apuro técnico, variedade de materiais e ferramentas.

_Paredes possuem de 10 cm a 15 cm de espessura _Possui uma espessura de 5 cm a 7 cm. _Diferentemente dos sistemas de técnica mista presentes no Brasil, no modelo japonês, além do equivalente aos esteios (travamento do vão), existem a malha estruturante (bambus roliços) e o entramado (bambus partidos).


PROJETO INICIAL Imagens da apresentação feita em sala de aula do primeiro exercício.


PROJETO INICIAL Imagens da apresentação feita em sala de aula do primeiro exercício.


FICHA TÉCNICA (PROJETO INICIAL)

PLANTA

ELEVAÇÃO1

ELEVAÇÃO2


DETALHAMENTO


PAINEL

SUPORTE

_2 peças de madeira pinus 0,80 x 0,11 x 0,05m _2 peças de madeira pinus 1,60 x 0,11 x 0,05m _2 peças de madeira pinus 0,72 x 0,11 x 0,05m _8 parafusos de 15cm + 8 porcas _16 parafusos de 8 cm _9 peças de bambu (vertical) - 50,5 cm _6 peças de bambu (vertical) - 73 cm _Corda de sisal (3x8,93) - 25 m _1m2 de fibra de cânhamo _60 pregos de 2 cm _Terra: 80 litros (0,08 m³) _Casca de Arroz: 32 litros (aprox.: 5Kg) _Areia: 50,5 litros (0,05 m³) _Terra+Casca de Arroz+Areia: 162,5 litros _Água

_2 ripas de madeira de 8cm x 10cm x 80cm _2 ripas de 2 cm x 8 cm x 1,0m _Cola para madeira _4 parafusos de 4 cm _4 rodinhas + seus respectivos parafusos e porcas

FERRAMENTAS _Peneira 15mm _Balde de plástico _2 caixas de PVC _Kote/Pá de pedreiro _Facão _Liquidificador _Parafusadeira _Serra _Talhadeira _Martelo _Faca Radial / takewariki

LISTA DE MATERIAIS

FACA RADIAL

FACÃO

KOTE/COLHER DE PEDREIRO


CANTEIRO DE OBRAS




I_

PENEIRAÇÃO DA TERRA

II_

HIDRATAÇÃO DA TERRA (DURANTE 2 DIAS) E

AMASSAMENTO POSTERIOR COM A FIBRA III_ MONTAGEM DO PAINEL. IV_ CORTE E ABERTURA DOS BAMBUS EM FEIXES V_ REMOÇÃO DOS NÓS E DAS BORDAS DOS BAMBUS ; CONTAGEM E AMARRAÇÃO VI_ SEPARAÇÃO DA CASCA DE ARROZ EM DOIS GRUPOS: A) INTEIRO b) TRITURADO

VII _ MONTAGEM DA TRAMA VIII_ AMARRAÇÃO IX_ CONSTRUÇÃO DA 1ª CAMADA (ARAKABE E URAGAESHI) X_ TRATAMENTO DAS BORDAS DE INTERFACE (CHIRIMAUARI)

XI_ REGULARIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE (MURANAOSHI) XII_ CONSTRUÇÃO DA CAMADA DO MEIO (NAKANURI) XIII_ ACABAMENTO (UWANURI)

ETAPAS


CORTE DO FENO

Corte do feno em dois tamanhos diferentes: O maior, cerca de 5 -10cm, seria misturado à terra destinada à primeira camada, e o segundo, com tamanho menor ou igual a 5 - 3cm, à camada de regularização. Inicialmente utilizamos a guilhotina, mas com o tempo percebemos que seria mais fácil com uma tesoura simples.


PENEIRAGEM DA TERRA

Peneiramento da terra. Para esse processo, necessitamos de uma carriola para o transporte da terra, pá, balde e peneira. Foram peneirados 80L de terra em dois dias. A quantidade de terra foi calculada a partir dos baldes (cada balde possuía 12 litros). Como havia chovido no dia anterior, a terra estava úmida e com pedaços maiores, dessa forma era necessário parar para esfarelar esses pedaços, tomando mais tempo.


PREPARO DA TERRA

Preparo e amassamento. Após o preparo dos materiais, cerca de ⅔ da terra foi separado para misturar junto com o feno de maior tamanho e ⅓ para o feno menor, ambas com a água e a areia. No começo, seguimos a proporção elaborada no projeto inicial (5 baldes de terra para 2 de palha e 3 de areia), mas houve adaptações durante o processo se atendo à consistência e textura da terra. O amassamento foi realizado com os nossos pés sob uma lona azul na garagem, e ao seu fim a terra foi separada para fermentar por duas semanas.



PRODUÇÃO DO PAINEL - PREPARO DOS BAMBUS

Corte e preparo dos bambus: Inicialmente, foram escolhidos os bambus com espessuras parecidas que foram cortados em dois tamanhos diferentes (45 e 80 cm). Posteriormente, alguns desses bambus foram cortados ao meio usando uma serra elétrica, a qual substituiu a faca radial. Por último, lixamos na lixadeira elétrica os nós desses bambus para um melhor acabamento e os separamos nos dois grupos já citados.


PRODUÇÃO DO PAINEL - REALIZAÇÃO DOS ENCAIXES/SAMBLADURA

Os encaixes/sambladura também foram feitos na serra elétrica de forma a criar dentes que posteriormente seriam quebrados. Depois, a superfície foi lixada para criar um melhor acabamento. Esse processo foi feito em todas as peças de madeira que comporiam a moldura do painel. Para os processos feitos na maquetaria do Instituto que envolviam a serra elétrica, recebemos auxílio dos técnicos José Dibo e Odinei.


PRODUÇÃO DO PAINEL - REALIZAÇÃO DOS ENCAIXES/SAMBLADURA

Sobre os encaixes, apesar de aparentemente bem fixos, optamos por parafusá-los para obtermos maior segurança do suporte ao longo do transporte até o galpão do Habis.


PRODUÇÃO DO PAINEL - ENCAIXES PARA OS BAMBUS

Com o auxílio da broca foi possível esculpir as peças de madeira do suporte para a produção dos furos com profundidade de 1 cm, onde seriam encaixados os bambus.


PRODUÇÃO DO PAINEL - MONTAGEM

Parafusagem dos encaixes.


PRODUÇÃO DO PAINEL - MONTAGEM


PRODUÇÃO DO PAINEL - COLOCAÇÃO DOS BAMBUS

Após a finalização da moldura, iniciou-se a instalação dos bambus de perfil circular na horizontal e na vertical. Os bambus de perfil semi-circular foram utilizados na etapa posterior, sendo amarrados aos bambus inteiros encaixados.


PRODUÇÃO DO PAINEL - MONTAGEM


PRODUÇÃO DO PAINEL - MONTAGEM/ AMARRAÇÃO DOS BAMBUS

Nessa etapa, realizamos a montagem da ossatura de bambu e realizamos a amarração com sisal de acordo com as especificações detalhadas nos estudos consultados.



PRODUÇÃO DO PAINEL - PRODUÇÃO DO SUPORTE Foi produzido um suporte para que o painel se equilibrasse e “parasse em pé”, o qual serviria como travamento da estrutura principal.


TRANSPORTE DO PAINEL ATÉ O HABIS

Para o transporte do painel da maquetaria atĂŠ o habis, utilizamos um carrinho de metal com rodas, devido ao seu peso. Foi colocada fita crepe nas laterais do painel que receberiam terra.


INÍCIO DO BARREAMENTO DA PRIMEIRA CAMADA


APLICAÇÃO DA 1 CAMADA


APLICAÇÃO DA 1ª CAMADA A primeira camada foi aplicada no 2º e no 3º setor do painel (de baixo para cima).


CORREÇÃO DA TERRA


APLICAÇÃO DA SEGUNDA CAMADA A segunda camada foi realizada com a terra misturada ao feno de menor dimensão já corrigida (incremento de feno). Ela foi feita no 1º setor (também de baixo para cima) dos dois lados e a em suas laterais foi adicionada a tela de juta. As ferramentas utilizadas para a aplicação de terra foram: pá de pedreiro (brasileira), kote (pá japonesa) e a desempenadeira.

pá de pedreiro

kote

desempenadeira


APLICAÇÃO DA SEGUNDA CAMADA


APLICAÇÃO DA SEGUNDA CAMADA


INTRODUÇÃO DA TELA DE JUTA


INTRODUÇÃO DA TELA DE JUTA Diferente do nosso projeto, em que seria utilizada a tela de cânhamo, foi colocada a tela de juta através da qual seria possível atingir o mesmo objetivo. A tela foi grampeada à filetes de madeira e instalada nas laterais do painel que receberiam a segunda camada de terra. Sua função na parede de taipa é ajudar a suportar a camada de terra que tende a descer pela ação da gravidade, entretanto, por conta do risco de trincar a terra já seca, optamos por não pregar os filetes de madeira na moldura do painel, prendendo-os somente com a ajuda do barro .


APLICAÇÃO DA CAMADA DE REGULARIZAÇÃO Após a correção da terra para a aplicação da segunda camada e a introdução da tela de Juta nas extremidades das bordas e no centro, onde o bambu ficava mais próximo à superfície, podendo se tornar uma região frágil e mais suscetível a trincas, foi aplicada a camada de regularização. Para a aplicação dessa camada também foi utilizada a terra com maior concentração de feno, com o objetivo de reduzir as fissuras. Esta camada regulariza a altura da terra em relação à tela de juta aplicada nas bordas.


PROJETO FINAL

QUASE


REFERÊNCIAS TESES _HIJIOKA,A. JOAQUIM, B. INO, A. Aprendendo Com Os Mestres Japoneses O Tsuchikabe: Técnica de taipa japonesa no Brasil. 15° Seminario Iberoamericano De Arquitectura Y Construcción Con Tierra. Equador, 2015. _HABIS. Oficina de taipa japonesa. Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP. São Carlos, julho e agosto de 2013. _GONÇALVES, Rogério Bessa.O sincretismo de culturas sob a ótica da arquitetura vernácula do imigrante japonês na cidade de Registro, São Paulo. An. mus. paul. [online]. 2008, vol.16, n.1, pp.11-46. ISSN 010 LINKS _http://japaneseplastering.blogspot.com.br/2014/09/chirimawari-go-around.html?m=1 _http://springing.jugem.jp/?cid=49 _http://tomizawakenzai.com/weblog/2008/04/ _http://www.mochizuki-komuten.co.jp/innovation/tsutikabe/index.htm VÍDEOS _https://www.youtube.com/watch?v=SfPh8aRLYxM _https://www.youtube.com/watch?v=ofBCQYCvKko _https://www.youtube.com/watch?v=bLpjoz18x0M


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