Planejar com a paisagem: o desenho como articulador da cidade

Page 1

Instituto de Arquitetura e Urbanismo IAU|USP Trabalho de Graduação Integrado II

PLANEJAR COM A PAISAGEM O desenho como articulador da cidade

Por Daniela Sarone Fiori



Universidade de São Paulo Instituto de Arquitetura e Urbanismo IAU/USP São Carlos

PLANEJAR COM A PAISAGEM:

O desenho como articulador da cidade Daniela Sarone Fiori

Trabalho de Graduação Integrado II São Carlos, agosto 2020.



PLANEJAR COM A PAISAGEM:

O desenho como articulador da cidade

MEMBROS DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO PERMANENTE Profª. Drª Aline Coelho Sanches Prof. Dr. Joubert José Lancha COORDENADOR DO GRUPO TEMÁTICO Profª. Drª Luciana Bongiovanni M. Shenk

BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Profª. Drª Aline Coelho Sanches __________________________________________ Profª. Drª Luciana Bongiovanni M. Shenk __________________________________________ Professor Convidado



“Architecture is not simply about space and form, but also about event, action, and what happens in space.� Bernard Tschumi



RESUMO

O trabalho aqui apresentado expõe alguns questionamentos sobre o espaço urbano e a sua relação com a esfera humana e natural no processo de planejamento da cidade. Como ressignificar espaços agressivos, que fragmentam ao invés de conectar e que escondem elementos integrantes da história das cidades? Como requalificar áreas que colecionam temporalidades significativas onde a passagem do tempo deixou marcas importantes? Como repensar a paisagem urbana, em seu processo dinâmico, a partir de elementos históricos, naturais e de infraestrutura que se articulem com o meio urbano já consolidado e com seus habitantes? “As nossas cidades podem ser melhores se forem pensadas para aqueles que as criam: as pessoas.” (Lerner, 2013)

Palavras chave: Paisagem, planejamento urbano, conexão, memória, parque urbano, sistema de espaços livres, arte, cultura.



AGRADECIMENTOS Aos meus pais, os responsáveis por quem eu sou e que não mediram esforços para a realização desse sonho; À minha irmã, que sempre me apoiou e me fez enxergar a vida mais leve; À toda a minha família que sempre vibrou e torceu por mim; Às minhas amigas que me escutaram, me aconselharam e sempre estiveram dispostas a me ajudar; Ao Fábio, meu porto seguro; À toda equipe do Estúdio 90 Arquitetura e Urbanismo pela compreensão e apoio; Às minhas orientadoras, Eulalia, Aline e Luciana, pelas orientações incríveis e por me direcionarem na construção desse trabalho; E a todos os professores que fizeram parte dessa caminhada,

à vocês, o meu muito obrigada!


ESTRUTURA DO TRABALHO Esse trabalho foi organizado e produzido a partir de uma série de discussões e conhecimentos acumulados durante todo o meu processo de formação. Ele corresponde à uma visão de arquitetura da cidade e da paisagem onde as pessoas são as protagonistas e os eventos e as apropriações são peça chave; onde a história e a memória afloram e se mantém vivas; onde arte, arquitetura, paisagem e urbano se fundem na busca por espaços mais democráticos, resilientes e inclusivos. Sua discussão surge de questionamentos feitos à cidade que me acolheu durante anos de estudo e que eu tive a oportunidade de enxerga-la a partir de diferentes percepções: a percepção de uma viajante pendular e se deslocava todos os dias de uma cidade vizinha; a moradora da região central que experimentou toda a sua dinânica urbana; e, por fim, a visão de uma arquiteta em formação que a cada visita se deparava com novas inquietações e reflexões. Sendo assim, esse caderno é fruto de um acúmulo de conhecimentos e de indagações que propõe responder não só à solicitação de um trabalho fi-

nal de graduação, mas que tenta mostrar uma nova forma de percepção do território, questionando propostas de projetos pré-existentes, buscando quebrar alguns paradigmas e propondo novas relações entre a cidade e as pessoas. Ele foi estruturado partindo do estudo da história da cidade que nos deu o aporte teórico necessário para discutir temas atuais e sustentar nossos argumentos. Através de uma sucessão de mudanças de escala, do macro para o micro, fomos nos aproximando do nosso objeto de projeto, um Parque de Cultura e Arte que, inserido em um contexto maior, responde todas as nossoas premissas.

Recorte 2 - Área de Proj


jeto

Objeto de Estudo

Recorte 1 - Ă rea de Plano



ÍNDICE

01

CHAVES TEMÁTICAS

02

UMA CIDADE: ARARAQUARA

03

ÁREA DE PLANO: A VIA, O CÓRREGO, O TREM E AS DUAS CIDADES

19

Cidades pensadas para pessoas Sistema de Espaços Livres Urbanos Cursos d’água e o meio urbano

31

Formação e consolidação Leituras urbanas

67

Caracterização Diretrizes Projetuais

04

ÁREA DE PROJETO: O PARQUE DE CULTURA E ARTE

89

Caracterização Diretrizes Projetuais O Parque de Arte e Cultura

05

REFERÊNCIAS DE PROJETO

143

06

BIBLIOGRAFIA

153



01

CHAVES TEMÁTICAS


CIDADES PENSADAS PARA PESSOAS O processo de pensar e planejar o urbano no Brasil olhou bem pouco para a necessidade de se criar cidades mais inclusivas, resilientes e saudáveis. É raro a existência de espaços públicos concebidos para valorização das interações humanas e que ofereçam uma vida urbana de qualidade. A preocupação com um urbanismo que articule pessoas e tecido urbano, onde a dimensão humana seja a protagonista é substituída por questões como a acomodação do aumento frenético da frota de automóveis, fruto de ideologias de planejamento urbano que deram baixa prioridade ao caminhar e ao pedestre. (GEHL, 2014) A explosão urbana do século XIX resultado da expansão do capitalismo industrial e de um êxodo rural de grandes proporções geraram, como consequência, importantes modificações no espaço urbano, resultando também na consolidação de uma nova sociedade e de uma nova relação entre pessoas e cidades. Essa urbanização descontrolada acabou por produzir cidades doentes e despreparadas para receber tal contingente populacional contribuindo para a disseminação de doenças e de uma 20

vida urbana pouco qualificada o que colaborou para a difusão de ideais de renovação urbana baseados em conceitos de higienismo e embelezamento das cidades na primeira metade do século XX. (BRANDÃO, 2014) Isso contribuiu para o desenvolvimento de diversas concepções de cidade utópicas que abrigariam uma sociedade perfeita de acordo com os ideais da época.Thomas Morus (1478-1535) e a Utopia como uma cidade concebida a partir da crítica às cidades e a sociedade existente; Charles Fourier (1772 – 1837) e a sua proposta de Falanstério, um sistema complexo de organização social; ou ainda Ebenezer Howard (1850-1928) e sua Cidade Jardim, ideia de uma cidade em que o urbano e a natureza convivessem em perfeita harmonia; pretendiam questionar e propor novas acepções de cidade que respondessem aos conflitos que estavam se intensificando no meio urbano. (BRANDÃO, 2014) Anos mais tarde, a proposta modernista de cidade iria trazer a racionalização e o funcionalismo como elementos essenciais das cidades, normalizando e disciplinando de forma autoritária, não só as cidades, como também, as sociedades. A ideia da setorização da cidade de acordo com funções pré-determinadas e de que era preciso reconstruir os centros “velhos” das urbanos a partir de padrões modernistas em que a exalta-


Lisboa, 2017. Fotografia de Giovanna Eidler Moles.

21


Marselha, 2017. Fotografia de Giovanna Eidler Moles.

22


ção do automóvel e da própria indústria automobilística era acompanhada de um traçado urbano que privilegiava a rua como elemento essencialmente de circulação de veículos, fazendo com que se multiplicassem rodovias e vias de alta velocidade (as parkways e as freeways) que marcou o planejamento urbano norte americanas na primeira metade do século XX e influenciou outras tantas cidades pela América e Europa (BRANDÃO, 2014). Contrário à hegemonia do urbanismo moderno, começam a surgir na segunda metade do século XX propostas de cidades que defendiam novos princípios de planejamento urbano. Jane Jacobs publica, em 1961, o livro “Morte e Vida das Grandes Cidades”, defendendo que o urbanismo vigente na época (moderno), resultava em uma cidade “sem vida e esvaziada de pessoas ” (GEHL, 2014, p.3), reivindicando uma nova postura em relação à forma como estavam sendo construídas as cidades. Observando o cotidiano urbano, Jacobs via a diversidade de usos, de habitantes, de estilos e idades das edificações, como forma de garantia da vitalidade das cidades. A defesa da vida pública espontânea e das pré-existências resultou em uma crítica ao planejamento urbano moderno e uma visão de cidade que interage com seus habitantes onde a rua e a calçada são os espaços públicos fundamen-

tais para que essa diversidade, essencial para a vida urbana, ocorra. Jacobs iniciou uma série de discussões sobre a dimensão humana como um dos elementos principais do planejamento urbano, estimulando pesquisadores e teóricos a contribuir para que novas formas de produção de cidades menos agressivas surgissem, colaborando para a criação de cidades onde a função social do espaço urbano pudesse ser reforçada como um local que contribui para uma sociedade mais democrática e igualitária. O desejo universal de cidades seguras, sustentáveis, saudáveis, com vitalidade e que expressam a identidade de seus moradores reforçam a preocupação com novos tipos de transportes mais sustentáveis e democráticos, com espaços públicos qualificados que inspiram e com políticas públicas que estimulam a apropriação dos lugares e que explorem a história e a memória das cidades através da oferta de oportunidades sociais e culturais. (GEHL, 2014) m Texto baseado em: JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. Editora Martins Fontes. São Paulo, 2014. Brandão, Ludmila. Da cidade moderna às contemporâneas: notas para uma crítica do Urbanismo Modernista. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 7, n.1, jan.-junho, 2014. GEHL, JAN. Cidade para pessoas. Perspectiva: São Paulo, 2014.

23


SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS O sistema de espaços livres públicos – SELP - tem como potencial (re) valorizar áreas urbanas consolidadas, contribuindo para a melhoria do ambiente urbano, propiciando encontros públicos da forma mais diversa e ensejando um maior envolvimento da população com o seu espaço de vida cotidiana.”(PRETO, 2010) O tecido urbano é organizado a partir de espaços livres como ruas, praças, parques, jardins públicos, orlas e margens de rios, que constituem importantes elementos para a reprodução da vida nas cidades e garantem a qualidade ambiental urbana, contribuindo para uma melhor condição da vida pública da população. Influenciando o comportamento das cidades e das pessoas, esses espaços garantem que áreas ambientais sejam preservadas além de comporem espaços de lazer e convívio social, sendo também catalizadores de pessoas, eventos e ações públicas, contribuindo para a manutenção da vida urbana. (MATTOS, et al, 2015) 24

Entretanto, o que se percebe é que esses espaços são, na maior parte das vezes, lugares desqualificados, precários e desconectados, o que acaba gerando insegurança e a não identificação da população com a cidade. Ruas que privilegiam os carros, calçadas em péssimo estado de conservação, parques e praças sem manutenção e, em alguns casos, abandonados, acabam desconfigurando essas áreas tão importantes para a manutenção da vida pública e das práticas coletivas. (MATTOS, et al, 2015) A falta de planejamento e a ocupação acelerada dos centros urbanos fazem com que esses espaços recebam apenas intervenções pontuais e temporárias, contribuindo para a sua desqualificação e desarticulação com o tecido urbano. Um sistema de espaços livres propõe a Texto baseado em: PRETO, Maria Helena de Fátima. Sistema de Espaços Livres Públicos: uma contribuição ao planejamento local. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009. PRETO, Maria Helena de Fátima. O Sistema de Espaços Livres Públicos como Ferramenta do Planejamento Local. ANPPAS, 2010. Disponível em: http://www.anppas.org.br/encontro5/cd/artigos/ GT3-659-655-20100903165510.pdf. Acessa/do em/ 14/07/2020. MATTOS, Karina Andrade. CONSTANTINO, Norma Regina Truppel. Espaços livres urbanos e cidade: produção e gestão. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v.03, n.16, 2015.


“... os espaços livres formam um importante sistema urbano, que junto com outros sistemas, tece relações de conectividade e complementaridade fundamentais a vida pública. ” (MATTOS, et al, 2015)

integração e conexão entre as várias dimensões urbanas - infraestrutura, sociocultural e ambiental – em um processo de integração a partir do entendimento da configuração do tecido urbano e das necessidades de manutenção da vida urbana, dando espaço e importância para a percepção do espaço na escala humana, às práticas coletivas e à identificação da população com a cidade, promovendo a realização da esfera pú-

blica. O desenho de um sistema de espaços livres aliado a corredores verdes urbanos resultam em uma qualificação da vida urbana, marcando caminhos e equipamentos públicos, conduzindo para o fruir urbano, aproveitando as potencialidades e oportunidades que a cidade pode oferecer através da percepção natural, cênica, cultural e histórica do ambiente urbano. m 25


CURSOS D’ÁGUA E O MEIO URBANO

“A cidade nasce da água. A história urbana pode ser traçada tendo como eixos as formas de apropriação das dinâmicas hídricas. A trajetória das relações entre cidades e corpos d’água reflete, assim, os ciclos históricos da relação entre homem e natureza. (MELLO, 2008 apud BAPTISTA et al, 2013, p. 125)

A relação entre cidades e cursos d’água é marcada por diferentes formas de interação no decorrer do tempo resultado de uma série de variáveis que assinalaram as necessidades humanas em diferentes épocas, culturas e lugares. Sendo um fator de viabilização de assentamentos urbanos e, por conseguinte, de formação de cidades e de civilizações, os corpos hídricos passaram a sofrer gradativamente com o crescimento urbano não planejado, perdendo sua relação com a paisagem natural e transformando-se em obstáculos ao progresso e à saúde das cidades. (BAPTISTA et al, 2013) O intenso processo de urbanização fru26

to do aumento populacional acelerado e da mudança no modo de consumo e estilos de vida, vem trazendo impactos ambientais, em especial sobre os corpos d’água em áreas urbanas, que leva a mudanças significativas na relação entre homem e natureza, sendo agravada pelo fato das cidades não terem seu processo de crescimento acompanhado por um sólido e eficaz planejamento urbano e ambiental. A impermeabilização excessiva do solo, a ocupação de áreas de várzea, o desmatamento e a alteração da qualidade das águas ocasionada pelo despejo de dejetos urbanos, acabam por intensificar o processo de degradação desses cursos d’água que tem se transformado em alvo de ataques e vistos como vilões do progresso urbano. (SILVA, 2014) Essa alienação em relação aos cursos d’água urbanos têm como resposta a intensificação de enchentes, a falta de mananciais adequados para o abastecimento urbano além da desqualificação da paisagem natural que acabam por desestimular a população a conviver e a estabelecer relações afetivas com córregos e rios urbanos, afetando a saúde pública das cidades e a qualidade de vida de seus habitantes. Os cursos d’água compõe sítios atrativos para estabelecimento de populações e foram utilizados largamente como referenciais territoriais, para abas-


tecimento, servidão, e para geração de energia através do funcionamento de engenhocas durante a história das civilizações. Entretanto, “a evolução da urbanização foi conseguindo eclipsá-los e anular sua importância, quase restringindo sua presença apenas aos sintomas perturbadores; ou seja, mau cheio, obstáculo à circulação e ameaça de inundações ” (GORSKI, 2010, p. 25) tornando-se obstáculos ao desenvolvimento das cidades e sendo palco de conflitos entre a sociedade e o meio físico. A adoção dos princípios do higienismo no final do século XIX e início do XX, acabaram por difundir um ideal de controle de transmissão de doenças através de sistema de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial com a construção de redes subterrâneas e canalização de córregos e rios urbanos, perdendo de forma intensa e progressiva a presença da água na paisagem das cidades e no cotidiano da população. (BAPTISTA et al, 2013) A canalização desses cursos d’água, na maioria das vezes feita de forma rudimentar e sem estudos sobre as características hídricas do local leva à insuficiência do sistema de drenagem e à impermeabilização do solo fazendo com que haja uma frequência de inundações. A falta de planejamento urbano e o crescimento populacional intenso aliados ao processo de retificação e ca27


nalização das águas urbanas e a ocupação descontrolada de áreas de várzea força um processo de mudanças na regulagem do clima, morte da biodiversidade da fauna e flora locais e desqualificação da paisagem urbana. Entretanto, observa-se que nas últimas décadas uma conscientização das populações com o meio ambiente aumentou ações e discussões que visam a valorização da paisagem urbana a partir de elementos naturais, tendo como um dos marcos iniciais a Conferência das Nações Unidas de 1992 (BAPTISTA et al, 2013) que aconteceu no Rio de Janeiro (RIO – 92) sobre desenvolvimento sustentável, expondo a forma como a humanidade se relaciona com o planeta e admitindo-se de que era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com os recursos naturais . O resgate dos cursos d’água como forma de integração entre sociedade e espaço urbano através de intervenções que adotam abordagens de integração entre questões sociais, ambientais e tecnológicas, assim como a promoção de oportunidades de requalificação ambiental, recreativa, cultural, econômica e turística, e a valorização desses elementos hídricos em termos simbólicos e de identificação histórica e cultural, aponta para uma tendência mundial de ressignificação do papel das águas no contexto urbano em que o seu ápice seria, 28

segundo Baptista et al (2013, p.137) ter a água “como vetor e foco de desenvolvimento”.

Página anterior: Sequência de imagens que mostram a construção da via expressa elevada sobre o Córrego Cheong‑Gye, em Seoul, na Coréia do Sul, que foi degradado por severa poluição e, mais tarde, tamponado sob a via. À direita: Córrego Cheong‑Gye revitalizado. Projeto urbanístico de paisagístico que buscou-se restabelecer o fluxo de pedestres para a região central, resgatando o contato dos habitantes com o córrego e recuperando todo o seu entorno. Fonte das imagens: Fonte: Seoul Metropolitan Government (2005, p. 38) apud SILVA, Rodrigo Luiz Medeiros da. REIS, Lucimara Flávio. Decadência e renascimento do Córrego Cheong‑Gye em Seul, Coreia do Sul: as circunstâncias socioeconômicas de seu abandono e a motivação política por detrás do projeto de restauração. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban Management). 2015. Texto baseado em: BAPTISTA, Márcio; CARDOSO, Adriana. Rios e cidades: uma longa e sinuosa história... Revista UFMG. Belo Horizonte, volume 20, número 2, páginas 124-153. Belo Horizonte, 2013. GORSKI, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. Editora Senac. São Paulo, 2010.

SILVA, Juliana Caroline de Alencar da. Recuperação de córregos urbanos através do controle de cargas pontuais e difusas. Estudo de caso: Córrego Ibiporã e do Sapé. Dissertação de Mestrado apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. São Paulo, 2014.


29



02

UMA CIDADE: ARARAQUARA


FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO

classificada no grupo 1, apresentando riqueza igual a 45, longevidade 75 e escolaridade 72, ou seja, um nível elevado de riqueza e bons níveis nos indicadores sociais de longevidade e escolaridade.

Conhecida como “Morada do Sol” (do tupi “ara”, que significa claridade, luz do dia, e “quara”, toca, buraco, morada) o município de Araraquara localiza-se no centro do Estado de São Paulo, a 273 km da Capital e compõe, junto com São Carlos, os principais municípios da Região Administrativa Central. Com uma área total de 1.132 km², sendo 77,34 km² área urbana, Araraquara é considerada uma cidade de porte médio, com 202.402 habitantes (IBGE, 2010), sendo que 97% da população vive na área urbana o que caracteriza o município por possuir um intenso processo de urbanização, que veio acompanhado pela industrialização e pela ampliação do setor terciário, principalmente nos anos de 1960 e 1970. Araraquara apresenta densidade demográfica de 207,90hab/km² e sua base econômica é baseada na agroindústria resultado do cultivo da cana-de-açúcar e da laranja. A caracterização social do município apresentou para o ano 2000 um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,830, considerado alto, e, segundo o IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), Araraquara encontra-se 32

Primeiro à esquerda: Mapa esquemático: Brasil com destaque para o Estado de São Paulo. Autoria Própria. Base: https://www.guiageo.com/brasil-mapa.htm Segundo à esquerda: Mapa esquemático: Estado de São Paulo e suas regiões administrativas. Destaque para a Região Administrativa Central onde Araraquara e São Carlos são as cidades principais. Autoria Própria. Base: http:// www.cidadespaulistas.com.br/ No centro: Mapa esquemático: Município de Araraquara. Autoria Própria. Base: Prefeitura de Araraquara. A direita: Indicadores. Autoria Própria. Fonte dos dados: Fundação Seade e IBGE.


Área urbana

Milho (1,06%) Soja (0,83%) Café (0,07%)

7% (77,37km²)

Laranja (20,5%)

Cana de açúcar (76%)

Área rural 93% (972,63km²) População Urbana

Densidade demográfica

97% (202.402 pessoas)

207,90 hab/km² IDH 0,815 (14º do Brasil) 2014: 7º lugar no ranking de municípios Verde-Azul (indicadores ambientais)

População Rural 3% (6.260 pessoas)

33


Primeiras povoações Os primeiros assentamentos na cidade datam de 1811 quando fugitivos das cidades de Piracicaba, Itu e Porto Feliz chegam a Araraquara. Os primeiros registros sobre esta região datam de 1724, mas devido à sua ocupação por populações indígenas Caiapós e Guayanás, a fundação do vilarejo só se daria no início do século XIX por Pedro José Neto, foragido de Itu que se fixa na região iniciando a criação de gado, da cultura de plantações e construindo o primeiro Templo de Fé, marco zero da cidade e onde hoje se localiza a Igreja Matriz de São Bento. Em 1817 é criada a Freguesia de São Bento de Araraquara, pedido enviado ao bispo não só com justificativas ligadas à interesses eclesiásticos, mas também com o objetivo de favorecer a inserção no sertão facilitando a comunicação entre São Paulo e as províncias de Mato Grosso e Goiás além de contribuir para a arrecadação de dízimos em favor da Igreja e do Governo, recebendo então, seu primeiro padre: Francisco Manuel Malachias. O Largo da Matriz, onde foi erguida a primeira capela de taipa coberta por palha, iria se tornar o núcleo fundador da cidade e ponto de irradiação do processo de povoamento. 34

A Freguesia é elevada à categoria de Vila em 1832, ganhando autonomia e não dependendo mais das decisões da Câmara de Vereadores da Vila de Constituição hoje, Piracicaba. No início dos anos de 1860 a exploração da terra ainda estava pautada no misto entre criação de animais como o boi de carro, a vaca leiteira e o porco e a lavoura de cana de açúcar e de subsistência. Já havia uma produção local de café para consumo próprio, mas não ainda em escala comercial de exportação devido às dificuldades do transporte até o porto de Santos, distante mais de 400 km de Araraquara. E é devido à essa dificuldade de escoar a produção de café até Santos que se inaugura em 1868 a Estrada de Ferro Santos – Jundiaí, construída pelos ingleses. Nos anos 1870, os trilhos chegariam em Campinas e em Rio Claro Texto baseado em: Levantamento Histórico da área central de Araraquara realizado pela Prefeitura Municipal de Araraquara e Secretaria Municipal de Cultura. Maio de 2017. Á direita: Araraquara em 1820 Araraquara em 1840 Araraquara em 1850 Araraquara em 1870 (fonte: Prefeitura Municipal de Araraquara) 1. Rêgo d’água (usado para abastecimento da população) 2. Igreja Matriz de São Bento, núcleo fundador da cidade 3. Córrego da Servidão 4. Ribeirão do Ouro 5. Cemitério (proibição do enterro de pessoas dentro da Igreja)


3 2

2

3 1

1

4

4

1820

5

1840

2

2

3 1

1 4

1850

3

4

1870 35


36


e, somente em 1885, em Araraquara. A paisagem urbana se confundia com a rural nos primeiros anos do século XIX. Não era possível definir onde terminava o povoado e onde começava a área rural. Moinhos, monjolos para socar e moer cereais, mulheres lavando roupas no córrego em frente à igreja, animais criados soltos, casas com telhados de palha e sem nenhum alinhamento ou norma

construtiva, carros de boi, ruas de terra esburacadas e quedas d’agua faziam parte da realidade da vila. Só em 1867 que os vereadores iriam deferir normas de melhoramento da higiene e do aspecto da paisagem da Vila. Abaixo, Rua São Bento esquina com Avenida Brasil em 1870. Fonte: “Memória Fotográfica de Araraquara. 100 Anos em fotografia.” CD organizado por Eduardo Luiz Veiga Lopes. Araraquara, 1999.

37


O córrego da Servidão e o Rêgo d’água da Matriz

to, já haviam registros de poluição das águas do Córrego pelas criações de porcos, galinhas e cabras e o despejo de lixo doméstico.

Os atritos em relação ao Córrego da Servidão e ao “rêgo d’água de servidão pública” importante para o abastecimento dos assentamentos pioneiros e das casas construídas na Freguesia de São Bento, já apareciam nas discussões municipais do início do século XIX, como um dos primeiros assuntos que foram tratados pelos vereadores da vila de Araraquara, na sessão inaugural de 1834. O rego de água que passava pelo Largo da Matriz de São Bento e ia se espraiar no Córrego da Servidão deveria ter seu uso regulamentado e normas seriam criadas para a sua utilização. Entretan-

O rego artificial que cortou o pátio da Igreja Matriz por 45 anos, era fruto da construção de uma caixa d’água abastecida pelas minas da nascente do córrego da Servidão. A água não utilizada na caixa, corria pelo rego artificial, atravessando o pátio da Igreja. Em 1878, uma comissão de vereadores determinou que esse corpo fosse extinto. Com a chegada da ferrovia e a construção da Estação Ferroviária na marTexto baseado em: LEMOS, Alberto. História de Araraquara. Edição do Museu Histórico e Pedagógico Voluntários da Pátria e Prefeitura Municipal de Araraquara.

Ri

be

e cia nca a c nam aix en a d to ’ág que ua ab a

córrego da

servidão

rêgo d’água

ste

-

caixa d’água

38

Igreja Matriz de São Bento e núcleo fundador da cidade

irã

o

do

O

ur o


gem leste do Córrego, intensificou-se os conflitos entre o corpo d’água e o meio urbano que se tornava um obstáculo para o progresso da cidade, necessitando a construção de pontes nas avenidas Brasil e São Paulo para comunicar a parte central da cidade (margem oeste) e a estação de trem (margem leste). O cenário de Reformas Urbanas de embelezamento e higienismo que Araraquara passou no início do século XX não poupou o Córrego que foi logo

visto como um obstáculo, não só físico, mas como um disseminador de doenças. Acima: Esquema que representa o rêgo d’água formado a partir das águas não utilizadas da caixa d’água abastecida com as águas da nascente do Córrego da Servidão. É possível perceber também sua posição estratégica para o abastecimento da população que vivia aos arredores da Igreja Matriz de São Bento. Elaboração Própria. Fonte: Tribuna Impressa, 1999. p.12. Á direita: Rêgo d’água cortando a Igreja Matriz de São Bento. Fonte: “Memória Fotográfica de Araraquara. 100 Anos em fotografia.” CD organizado por Eduardo Luiz Veiga Lopes. Araraquara, 1999.

39


A estrada de ferro e as melhorias urbanas Com uma iniciativa do Conde do Pinhal, então fundador de São Carlos do Pinhal em 1857, junto com pessoas de posse da Vila de São Bento, foi possível a chegada dos primeiros vagões na ainda improvisada estação em 1885. Em 1898 formou-se a sociedade que iniciaria os primeiros movimentos de abertura da Estrada de Ferro Araraquara. A chegada do trem e a abertura das fazendas de café, trouxeram à região o imigrante italiano que, antes mesmo da abolição da escravidão em 1888, já habitavam as fazendas de Araraquara trabalhando mediante um contrato de serviço que muitas vezes mantinha o colono endividado e preso à propriedade. Essa forma de trabalho permitiu que pudesse haver uma

circulação de riqueza no núcleo urbano e o crescimento das casas comerciais, resultando em um processo de urbanização mais rápido. Em 1902, a maioria dos 4046 habitantes de Araraquara eram italianos e descendentes. A estação da Estrada de Ferro Araraquara iria representar, no início do século XX, não só o ponto de embarque do café e o meio pelo qual seria escoada a sua produção até o Porto de Santos, mas também uma forma de comunicação e ligação com outras vilas, fazendas e cidades, tornando o embarque de mercadorias, imigrantes e passageiros cada vez mais intensa. A topografia sobre a qual seria construída, na margem esquerda do Córrego da Servidão, iria dificultar sua ligação com o núcleo fundador da cidade, localizada à margem direita, sendo necessária a construção

1903 40


de pontes (uma na Av. Brasil - Av. 1 - e outra na Av. São Paulo - Av. 2) para atenuar o problema e promover o acesso. O problema de isolamento da região à margem esquerda do córrego só estava começando e iria se intensificar com o povoamento dos Altos da Vila Xavier décadas mais tarde. A combinação café + ferrovia iria trazer resultados no progresso urbano de Araraquara assim como seu embelezamento. A construção do Jardim Público (1899); a fundação da Santa Casa de Misericórdia (1902); da Beneficência Portuguesa (1914) e do Teatro Municipal (anos 1920) são alguns exemplos do investimento privado na urbanização de Araraquara. A feição das ruas que ligavam o centro irradiador da cidade à Estação vinha perdendo suas características residen-

cial, onde estavam sendo construídos diferentes edificações de comércio e serviços, principalmente hotéis e restaurantes na Avenida Brasil, fruto das novas relações que o fluxo de pessoas e de mercadorias impunha.

Texto baseado em: Levantamento Histórico da área central de Araraquara realizado pela Prefeitura Municipal de Araraquara e Secretaria Municipal de Cultura. Maio de 2017. TELAROLLI, Rodolpho. Para uma História de Araraquara.

Da esquerda para a direita: 1903: Funcionários da Oficina da Estrada de Ferro Araraquara (EFA) 1911: Largo da Estação 1914: Estação Ferroviária de Araraquara. Fonte: “Memória Fotográfica de Araraquara. 100 Anos em fotografia.” CD organizado por Eduardo Luiz Veiga Lopes. Araraquara, 1999.

1911

1914 41


O Código de Posturas de 1902: Legislação sanitária e transformações urbanas A chegada do trem e a abertura das fazendas de café, ao mesmo tempo que contribuíam para a prosperidade econômica e progresso da região, acabaram contribuindo para a disseminação de epidemias como a de varíola no início da década de 1890 e a de febre amarela que devastou Araraquara nos anos de 1895 e 1896, provocando a desorganização da vida econômica e política da cidade e matando cerca de 20% da população. Em 1902 é aprovado pela Câmara dos Vereados um Código de Posturas de Araraquara que marcaria então uma nova paisagem urbana: As novas ruas deveriam ter no mínimo 16 mtros de largura e marcariam a expansão para além do quadrilátero ao entorno do Largo da Matriz. Ele também determinava que as ruas fossem abauladas com sarjetas que terminavam em guias, fruto da preocupação em escoar as águas da chuva. Da guia até o alinhamento das casas deveria haver o passeio público de 1,60 metros de largura que seria de responsabilidade do proprietário que deveria calça-los com lajes de pedra ou concreto. Paralelepípedos 42

de granito trazidos de trem de Jundiaí iriam calçar as ruas anos mais tarde. Os largos e as praças deveriam ser arborizados nas faces que se voltavam para as vias públicas e as ruas, apenas onde cruzavam com as avenidas, início da preocupação da cidade com a sua arborização pública. Havia também uma preocupação em livrar o caminho dos passeios públicos para o pedestre, sendo proibido a existência de degraus nas calçadas. O Código também se expressava contra a permanência de animais como cavalos em frente às residências ou estabelecimentos comerciais destinando à isso uma guarda dos animais em locais especializados. Havia também uma preocupação com o pé direito das edificações para que estas fossem higiênicas e salubres. Elas também deveriam ter sua fachada caiada ou pintada. O suprimento de água se fez obrigatório para todas as edificações decorrente das preocupações de higiene. FRANÇOSO, Luís Michel. A modernidade é uma serpente. Dissertação de Mestrado, apresentada ao Programa de Pós – Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp, Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Araraquara, 2015.

À direita: Avenida Brasil esquina com a Avenida São Bento, núcleo fundador da cidade em 1915. Fonte: “Memória Fotográfica de Araraquara. 100 Anos em fotografia.” CD organizado por Eduardo Luiz Veiga Lopes. Araraquara, 1999.


43


Início do século XX

A chegada do trem e a abertura das fazendas de café, ao mesmo tempo que contribuíam para a prosperidade econômica e progresso da região, acabaram contribuindo para a disseminação de epidemias como a de varíola no início da década de 1890 e a de febre amarela que devastou Araraquara nos anos de 1895 e 1896, provocando a desorganização da vida econômica e política da cidade e matando cerca de 20% da população. Em 1902 é aprovado pela Câmara dos Vereados um Código de Posturas de Araraquara que marcaria então uma nova paisagem urbana: As novas ruas deveriam ter no mínimo 16 mtros de largura e marcariam a expansão para além do quadrilátero ao entorno do Largo da Matriz. Ele também determinava que as ruas fossem abauladas com sarjetas que terminavam em guias, fruto da preocupação em escoar as águas da chuva. Da guia até o alinhamento das casas deveria haver o passeio público de 1,60 metros de largura que seria de responsabilidade do proprietário que deveria calça-los com lajes de pedra ou concreto. Paralelepípedos 44

As ruas já eram iluminadas por lampiões de querosene desde 1886 mas, em 1909, Araraquara teve as primeiras lâmpadas elétricas sendo instaladas nas ruas e jardins públicos da cidade. O telefone também chegaria à cidade em 1908. O cemitério São Bento, interditado e abandonado por 10 anos devido às epidemias que assolaram a cidade seria reaberto para a população. Em 1909, conversas entre o prefeito e a Companhia Paulista de Estradas de Ferro tinham como objetivo a construção de um túnel de passagem tanto de veículos como de pedestres sob os trilhos de trem para ligação da região central à Vila Xavier que, quando construído, foi por mais de 50 anos a única ligação com a Vila Xavier. Somente na década de 1960 seria edificado o primeiro viaduto que ligaria a Avenida Barroso, no centro, à Avenida Padre Antônio Cezarino, na Vila Xavier. Pouco tempo depois se iniciaria a construção de outro viaduto sobre os trilhos ligando a avenida Duque de Caxias à avenida 22 de agosto. Também foram construídas outras ligações ao sul e à norte.

Abaixo, primeiro túnel de ligação entre a região central de Araraquara e a Vila Xavier em 1908. Fonte: “Memória Fotográfica de Araraquara. 100 Anos em fotografia.” CD organizado por Eduardo Luiz Veiga Lopes. Araraquara, 1999.


45


A industrialização e a Vila Xavier “A expansão das atividades industriais e comerciais do município acelerou de forma significativa o processo de urbanização da cidade. Entre as décadas de 1940 e 1970, a população de Araraquara passou de 27.72425 habitantes para 84.399, registrando um incremento da ordem de 204,42%. Esse desenvolvimento no setor populacional urbano, provocado principalmente pelo aprofundamento das relações capitalista de produção, acabou contribuindo para a expansão dos limites da área urbana da cidade.” (PEREZ, 2006)

feita por um túnel de passagem de pedestres e veículos sob os trilhos de trem. Anos depois foram construídos dois viadutos que pretendiam amenizar essa questão da separação física entre as regiões. Nos anos de 1930, o café passa a perder espaço após a crise ocasionada pela Quebra da Bolsa de Nova Iorque. Araraquara então aposta na policultura cultivando algodão e cana de açúcar e estimulando a instalação de indústrias

A chegada do trem e a abertura da Estrada de Ferro Araraquara alterou o curso do crescimento urbano de Araraquara, voltando-se, também, para a margem esquerda do córrego da Servidão: a Vila Xavier. Devido ao isolamento provocado pelos trilhos e pela própria geografia do território, essa região necessitou de um desenvolvimento característico, paralelo ao da própria cidade, fazendo com que o bairro desenvolvesse uma certa autonomia, independente da região central. Durante mais de cinquenta anos, a única ligação entre as “duas cidades” era 46

1890


através da isenção de impostos municipais. A industrialização da cidade começa a se delinear na Vila Xavier com a abertura de indústrias voltadas ao beneficiamento de algodão como a Fábrica Anderson Clayton e Dianda Lopes, tornando-se um bairro industrial, com feições próprias e segundo Teresa Telarolli, “um desenho econômico e social específico”. Junto a indústrias de grande porte como a Nestlé e a Fábrica Lupo, a fábrica de óleo vegetal norte-americana

Anderson Clayton & Company e a Dindara Lopes teriam destaque na cidade, oferecendo empregos em massa e criando um bairro operário nos seus arredores próximo à Estação Ferroviária, estimulando o crescimento da população da Vila Xavier, que passou a ser caracterizada por operários, comerciantes e ferroviários.

Núcleo fundador

1900

Vila Xavier

1929 47


FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

CRUZES

PAIÓIS DOS ÁGUA

DOS ÁGUA

PAIÓIS

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

PAIÓIS

RIBEIR

ÃO

DAS

CRUZES

LAGO

RIBEIR

ÃO

DAS

RIBEIR

ÃO

DAS

CRUZES

LAGO

LAGO

TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS

DOS

DAS

ÁGUA

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

CRUZES

CRUZES

RIBEIRÃO HO TANQUIN

TANQUI AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

DO

O

DO AT

CÓRREG

AT

AT

O

CÓRREG

DO

TANQUI

NHO

CRUZES

NHO

DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

CÓRREGO

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

AT (CTEEP)

DAS

DAS

AT

AT

AT

AT

AL

DO

O

RIBEIRÃ

AT

SERRALH

O

AL

SERRALH

CRUZES

AT

AT

DO

AT

DO

CÓRREGO

DAS

AT

AT

AT

CÓRREGO

AT

CÓRREGO

CRUZES

TANQUINHO CÓRREGO DO

RIBEIRÃ

AL

SERRALH

O

CRUZES

AT

AT (CTEEP)

CUPIM

CÓRREGO

CÓRREGO

REDE

DE

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM DO

DE REDE

CÓRREGO

CÓRREGO

REDE

DE

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM

RIBEIRÃ

CÓRREGO

CÓRREGO

CÓRREGO

DO CUPIM

DO CUPIM

DO CUPIM

DO CUPIM

CÓRREGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

CÓRREGO

CÓRREGO

CÓRREGO

DO

DO

DO

MARIVAN

MARIVAN

MARIVAN

CÓRREGO

CÓRREGO

CÓRREGO

DO CUPIM CRUZES

CRUZES

CRUZES

CRUZES

DO CUPIM

DO CUPIM

DO CUPIM

CÓRREGO

DAS

DAS

DAS

DAS

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

PAIÓIS

ÃO RIBEIR

ÃO

RIBEIR

ÁGUA

DOS

CRUZES

PAIÓIS DOS

DAS

DAS

ÁGUA SEST SENAT

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud SEST SENAT

DO

ÃO

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

RIBEIR

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

RIBEIR

LAJEADO

SEST SENAT

DO

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

RIBEIR

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃ

DAS

O

DAS

DAS

ÁGUA

DOS

CRUZES

PAIÓIS

ÃO

RIBEIR

ÃO RIBEIR

CRUZES

PAIÓIS DOS

ÁGUA

CRUZES

CRUZES DAS

RIBEIRÃO

SEST SENAT

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

LAGO

CRUZES DAS

CRUZES

CRUZES DAS

LAJEADO

LAJEADO

LAJEADO

INHO PINHEIR

INHO

INHO

PINHEIR

PINHEIR

CAIXA D´ÁGUA

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

BIASIOLO

DA

CAIXA D´ÁGUA DA

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

DA

CÓRREGO

CÓRREGO

BIASIOLO

PAIÓIS

CÓRREGO

DOS

PAIÓIS

ÁGUA

DOS

DAS CRUZES AT

RIBEIRÃO

MOTOCROSS

AT

DAS CRUZES

ÁGUA AT

PISTA DE

RIBEIRÃO

CÓRREGO

MOTOCROSS

AT

PISTA DE

RIBEIRÃO

AT

PISTA DE

AT

MOTOCROSS

DAS CRUZES

RIBEIRÃO

AT

AT

PISTA DE

ÁGUA

DAS CRUZES

DOS

ÁGUA

PAIÓIS

CÓRREGO

DOS

PAIÓIS

AV. EDIL MICHETTI

CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

CÓRREGO

BIASIOLO

AV. EDIL MICHETTI

MOTOCROSS

BELA VISTA

MEIAS LUPO S/A

BELA

BELA

MEIAS LUPO S/A

VISTA

MEIAS LUPO S/A

VISTA

MEIAS LUPO S/A

OURO

CÓRREGO

CÓRREGO

DO RIBEIRÃO

DO

OURO

DO

OURO

RIBEIRÃO

CRUZES

RIBEIRÃO

DAS

CRUZES

DO

CRUZES

CRUZES

OURO RIBEIRÃO

DOS RIBEIRÃO

MARTINS

OURO RIBEIRÃO DO

DAS

OURO

CÓRREGO

RIBEIRÃO

DAS

OURO

RIBEIRÃO

DO CÓRREGO

CÓRREGO

DOS

DOS

MARTINS

OURO RIBEIRÃO DO

MARTINS

OURO RIBEIRÃO DO

MARTINS

BRANCA

CÓRREGO

CÓRREGO

ÁGUA

ÁGUA

BRANCA

BRANCA

ALTA

DAS

RIBEIRÃO

CÓRREGO

DOS

ÁGUA

DE

RIBEIRÃO

DO

RIBEIRÃO

CÓRREGO

TENSÃO

LINHA

DO

OURO

CÓRREGO

DE

ALTA

TENSÃO DE

LINHA

ALTA

TENSÃO

LINHA

RIBEIRÃO OURO

CAPÃO

DO

DO

RIBEIRÃO

PAIVA

DO

DO

CÓRREGO

ÃO

OURO

DO

CÓRREGO

OURO

OURO

DO

OURO

DO

DO

RIBEIRÃO

OURO

PAIVA

PAIVA

ÃO

ÃO RIBEIR

RIBEIR

ÃO

CAPÃO

DO

DO

RIBEIR

DO

OURO

OURO

DO DO

OURO

OURO

ÃO

CÓRREGO

DO

DO

CÓRREGO

DO

RIBEIR

OURO

PAIVA

CAPÃO

CAPÃO DO

DO

PAIVA

PAIVA

(CPFL) BT

OURO

DO

DO

OURO

DO

OURO

RIBEIRÃO DO

RIBEIR

RIBEIR

ÃO RIBEIR

OURO

ÃO

DO

OURO

RIBEIRÃO DO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO DO

OURO

DO

OURO

(CPFL) BT

BT

1.5km

BT

(CPFL )

500m 1km

OURO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

(CPFL)

RIBEIRÃO

0

até 1950

O desenvolvimento da cidade se deu, inicialmente, em sua porção oeste, à direita do Córrego da Servidão, devido à sua topografia favorável, como já observamos. Entretanto, a partir da década de 1950 seu ritmo de crescimento iria caracterizar a forma de expansão urbana atual: difusa e com a incorporação de bairros e loteamentos periféricos. Apesar de Araraquara possuir um controle rígido sobre os novos parcelamentos na década de 1950, isso não impediu que existisse na cidade uma ocupação espraiada e que a retenção especulativa de terras fosse uma realidade. Entre 1950 e 1970, foram aprovados loteamen48

1.5km

0

500m 1km

1.5km

(CPFL )

de 1951 a 1960

A Expansão urbana espraiada

500m 1km

BT

BT

(CPFL )

0

CÓRREGO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

DO RIBEIRÃO

OURO

CÓRREGO

de 1961 a 1970

de 1971

tos fora do perímetro urbano, o que fez com que fosse preciso redesenhar seu limite. A criação de distritos industriais nos anos de 1960 e 1970, levaram a expansão urbana para todas as direções. Nos anos de 1970 o aumento do número de loteamentos superou a procura por lotes, sendo a capacidade de ocupação desses lotes muito menor do que a velocidade com que se abria novos loteamentos o que provocou, segundo Bizelli (1990) apud Vale (2005) o surgimento de “...vazios urbanos à espera de valorização imobiliária”. A expansão urbana dos anos 1970 e 1980 fez com que a cidade passasse a ter, segundo Vale (2005), “a mesma proporção de lotes ocupados e desocupados”, exigindo que o poder público

CAPÃO

OURO

CAPÃO

DO RIBEIRÃO

CAPÃO

RIBEIR

OURO

RIBEIRÃO

OURO

DO

ÃO

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CÓRREGO

BIASIOLO


FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

FERROBAN

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

CRUZES

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RIBEIR

ÃO

DAS

CRUZES DAS

RIBEIR

ÁGUA

ÁGUA

DOS

DOS

PAIÓIS

PAIÓIS

ÃO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO AT

NHO DO

TANQUI

NHO CÓRREG

AT

AT

O

DO

TANQUI

HO

CÓRREGO

CÓRREG

DO

O

DO

TANQUIN

TANQUI

NHO

CRUZES

CRUZES

CRUZES

CRUZES AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS

DAS

AT

AT

AT

AT

AT

AT

O

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

CÓRREG

RIBEIR

LAGO

ÃO

DAS

DAS

CRUZES

CRUZES

LAGO

ÃO RIBEIR

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

DAS

REDE

CÓRREGO

CRUZES

TRANSMISSÃO

CUPIM

DE REDE

CÓRREGO

REDE

DE

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM DE

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM

TRANSMISSÃO DE

DO

CÓRREGO

CÓRREGO

CÓRREGO

DO CUPIM

DO CUPIM

DO CUPIM

CÓRREGO

CÓRREGO

DO

DO

MARIVAN

MARIVAN

MARIVAN

CÓRREGO

CÓRREGO

CRUZES

CRUZES

CRUZES

DO CUPIM

DO CUPIM

DO CUPIM

CÓRREGO

DAS

DAS

DAS

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO LAGO

AL

SERRALH

AL

SERRALH

REDE

DAS

CRUZES

CRUZES

CRUZES

DAS

AT

LAGO

CÓRREGO

DO

MARIVAN

AT

RIBEIRÃ

LAGO

CÓRREGO

DO

AT

O

AL

SERRALH

DO

AL

SERRALH

LAGO

CÓRREGO

AT

DO

DO

AT

AT

O RIBEIRÃ

RIBEIRÃ

CÓRREGO

AT

AT

O

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

AT

AT

AT

CÓRREGO

DO

AT

AT

AT

CÓRREGO

CÓRREGO

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

AT

DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

O RIBEIRÃ

RIBEIRÃO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

LAGO

CRUZES

CRUZES

DO

CAIXA D´ÁGUA DA

CÓRREGO

PAIÓIS

DAS CRUZES AT

RIBEIRÃO

BELA

BELA

OURO

DO

VISTA

MEIAS LUPO S/A

VISTA

VISTA

OURO

DO

RIBEIRÃO

CRUZES RIBEIRÃO

DAS

DO

DO RIBEIRÃO

CÓRREGO

OURO

DAS

OURO

RIBEIRÃO

OURO

DAS

DO

RIBEIRÃO

CÓRREGO

DOS

TENSÃO

DE

ALTA

BRANCA

BRANCA

ALTA

ÁGUA

ÁGUA

DE

CÓRREGO

CÓRREGO

BRANCA

BRANCA

ÁGUA

ÁGUA

CÓRREGO

CÓRREGO

TENSÃO

LINHA

OURO RIBEIRÃO DO

MARTINS

OURO RIBEIRÃO DO

MARTINS

MARTINS

OURO RIBEIRÃO DO

RIBEIRÃO

CÓRREGO

DOS

DOS

OURO RIBEIRÃO DO

OURO

RIBEIRÃO

CRUZES

CRUZES

OURO

CÓRREGO

CÓRREGO

VISTA

BELA

BELA

CÓRREGO

CÓRREGO

DO RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

AT

DAS CRUZES RIBEIRÃO

AT

AT

DAS CRUZES RIBEIRÃO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

DOS ÁGUA

DOS ÁGUA AT

AT

PISTA DE

MOTOCROSS

MEIAS LUPO S/A

OURO

RIBEIRÃO

ÃO

RIBEIR

DAS

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CAIXA D´ÁGUA DA

BIASIOLO

CÓRREGO

DA

CÓRREGO

PAIÓIS

INHO PINHEIR CÓRREGO

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

AV. EDIL MICHETTI

CAIXA D´ÁGUA

ÃO

INHO PINHEIR

PISTA DE

DO RIBEIRÃO

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

LAJEADO

DA

DO

LAJEADO

LAJEADO

CÓRREGO

SEST SENAT

CÓRREGO

BIASIOLO

MOTOCROSS

MEIAS LUPO S/A

DO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

RIBEIR

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

INHO

PISTA DE

CRUZES

PAIÓIS DOS

ÁGUA DAS ÃO RIBEIR

SEST SENAT

PINHEIR CÓRREGO

BIASIOLO

MOTOCROSS

ALTA

ÃO

RIBEIR

DOS

ÁGUA DAS ÃO

RIBEIR

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

INHO PINHEIR CÓRREGO

DE

DAS

CRUZES

PAIÓIS

ÃO

RIBEIR

CRUZES

PAIÓIS DOS

ÁGUA SEST SENAT

DO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

RIBEIRÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

RIBEIRÃO

RIBEIRÃO

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

CRUZES

DAS

DAS

TENSÃO DE

LINHA

ALTA

TENSÃO

LINHA

LINHA

DO

CÓRREGO

DO

CÓRREGO

PAIVA

PAIVA ÃO RIBEIR

ÃO

OURO

RIBEIR

ÃO

OURO

CÓRREGO

DO

DO

DO

RIBEIR

ÃO RIBEIR

ÃO RIBEIR

DO

DO

DO

OURO

RIBEIRÃO DO

OURO

1.5km

Cintrão (2004) compara o crescimento físico da cidade ao seu crescimento demográfico, concluindo que o maior percentual de aumento populacional na cidade se deu nos anos de 1950, entretanto, a maior expansão urbana é de 1970 e 1980 sendo que a população de Araraquara reduziu na década de 1990. Essa alta concentração de novas áreas loteadas, distantes do centro urbano consolidado, provocam gastos elevados com infraestrutura e sistema de transportes, dificuldades resultadas do espraiamento urbano e da alta concentração populacional nas franjas da

1.5km

0

500m 1km

(CPFL )

de 1991 a 2000

elaborasse leis que freassem a abertura de novos loteamentos. Mesmo assim, na década de 1990 foram criados e aprovados aproximadamente 14% dos loteamentos existentes hoje em Araraquara.

500m 1km

BT

BT

BT

de 1981 a 1990

0 (CPFL )

500m 1km

(CPFL)

0

BT

(CPFL)

BT

BT

(CPFL)

(CPFL)

1.5km

OURO

RIBEIRÃO

(CPFL)

RIBEIRÃO

BT (CPFL ) BT

a 1980

CAPÃO

CAPÃO

CAPÃO

CAPÃO

500m 1km

PAIVA

OURO

RIBEIRÃO DO

OURO

RIBEIRÃO

0

DO

PAIVA

PAIVA

OURO

RIBEIRÃO DO

CÓRREGO

DO

DO

PAIVA

CÓRREGO

OURO

DO

CÓRREGO

DO

OURO

DO

DO

PAIVA

PAIVA CÓRREGO

OURO

RIBEIRÃO

DO RIBEIRÃO

CAPÃO

OURO

CAPÃO

DO

DO RIBEIR

OURO

RIBEIRÃO

DO RIBEIRÃO

OURO

DO

OURO

OURO

CAPÃO

OURO

ÃO

DO RIBEIRÃO

DO RIBEIRÃO

OURO

DO

de 2000 a 2010

cidade que é agravada pela especulação imobiliária das regiões centrais.

CINTRÃO, Luciana Márcia Gonçalves; JORGE, Wilson Edson. Os vazios urbanos na estruturação da cidade de Araraquara. 2005.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

VALE, Ana Rute do. Expansão urbana e plurifuncionalidade no espaço periurbano do município de Araraquara (SP). Rio Claro, 2005.

Acima: Evolução dos loteamentos de Araraquara. Fonte dos dados: PIERINI, Cláudio Robert; FALCOSKI, Luiz Antonio Nigro. A evolução urbana do município de Araraquara (SP): Uma crítica ao espraiamento. Revista Húmus, v. 9, n.26 (2019). Elaboração própria.

49

1.5km


Planejamento urbano O processo de criação do primeiro Plano Diretor deAraraquara (1963-1977) O crescimento intenso da população de Araraquara na segunda metade da década de 1950, resultado da progressiva instalação de agroindústrias no município, levou a cidade a um cenário bem diferente do que era visto nas cidades médias brasileiras. Já no final da década de 1940 eram discutidas na cidade o crescimento urbano e suas regras de ocupação, sendo enviadas ao poder público desejos e propostas para a elaboração de um plano urbano. Segundo Toledo (2006), apud Donato (2014), o desenvolvimento de um Plano Diretor para Araraquara estava muito atrelado à questão urbana na década de 1950, que passa a ser vista como uma problemática do Poder Público Municipal, e à introdução de políticas voltadas para desenvolvimento urbano através da criação de um sistema voltado para planejamento como o SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e a criação dos PDDIs (planos Diretores de Desenvolvimento Integrado) na década de 1960. 50

No ano de 1950, sob a orientação do Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (CEPEU), instituições como o Rotary Club e a Associação de Engenharia de Araraquara já atuavam sensibilizando a população e mostrando a necessidade da elaboração de um plano diretor para Araraquara. (GONÇALVES, 2010) As primeiras etapas de elaboração do plano, que tinha como objetivo direcionar as intervenções urbanas e desenvolver uma regulamentação de uso e ocupação do solo que assumisse um caráter regional (TOLEDO, 2014), se iniciaram na década de 1950 e tiveram como referência os estudos do professor Anhaia Mello, da FAU-USP.

O Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara PDDPA de 2014 O trajeto do planejamento urbano de Araraquara foi pautado em sucessivas alterações do projeto inicial enfrentando interesses diversos e uma série de conflitos e discussões. Apesar da cidade ter sido pioneira na conscientização da necessidade de se desenvolver normas de direcionamento de intervenções urbanas mesmo antes da obrigatoriedade de elaboração de Planos de Diretores,


e de ter a importância do planejamento no centro de seu debate político, a preocupação de se pensar e planejar o urbano passará por um processo de revisões e alterações que desencadeará em uma desfiguração de seu plano inicial para atendimento de pressões vindas de interesses econômicos e políticos. (SANTOS, 2018) Seu primeiro plano desenvolvido durante as décadas de 1950 e 1960 e efetivado em 1977 iria dar lugar, somente em 2005, a uma nova abordagem e atualização das diretrizes de sistematização de intervenções urbanas de Araraquara, através da Lei Complementar nº 350/05. O Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara – PDPUA de 2005, pretendia “... descentralizar as discussões e decisões públicas, criando mecanismos e aparelhos com a função de tornar o diálogo entre o Poder Público, organizações representativas e a sociedade civil permanente, buscando sempre a construção coletiva para adaptações necessárias no Plano conforme o desenvolvimento geopolítico, social e econômico do município. ” (SANTOS, 2018, p. 100) Uma nova Revisão iria instituir, através da Lei Complementar 850 de 2014, o Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara (PDDPA) conforme estabelecido no 3º artigo do

Estatuto da Cidade, cujo objetivo seria o de “... ordenar o pleno uso das funções sociais da cidade estabelecendo normas de interesse social que regulem os espaços comuns, os bens públicos, a utilização da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança, do bem estar dos cidadãos e do equilíbrio ambiental”garantindo “... o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o desenvolvimento socioeconômico do Município obedecendo aos princípios do desenvolvimento sustentável”. (PDDPA, 2014, p. 1) DONATO, Isabela Zani. Movimento Moderno, planejamento urbano e poder local em Araraquara/SP> O processo de elaboração e implementação do primeiro Plano Diretor – 1950 a 1982. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. São Carlos, 2014. GONÇALVES, L. M. Quarto Congresso Luso-Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional, Integrado, Sustentável, 2010. Os vazios urbanos como elemento estruturador do planejamento urbano. Universidade do Algarve, Faro, Portugal. Disponível em: < http://pluris2010.civil.uminho.pt/Actas/PDF/Paper147.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2015. SANTOS, Matheus Henrique de Souza. Análise da Revisão do Plano Diretor de Araraquara – SP (2014): Em discussão o papel do Legislativo e os pilares da participação no planejamento urbano. Dissertação de mestrado da Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 2018. PDDPA, Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara. Lei Complementar nº 850 de 2014.

51


Vocação Cultural Em 1926 através do projeto de Lei n. 37, era autorizado que a prefeitura desse condições para a fundação de uma Escola de Belas Artes na cidade. Entretanto, só em 1935 é que a Escola foi realmente fundada por Bento de Abreu Sampaio Vidigal, iniciando uma das mais ricas histórias da cultura no estado de São Paulo. Em 1936 era lançado o 1º Salão de Belas Artes de Araraquara, mecanismo que dava visibilidade à produção da Escola, e, também, a criação da Galeria de Belas Artes da cidade e o Núcleo de Belas Artes de Araraquara, uma sociedade formada pelos alunos da escola. Em 1948 a Escola passa por uma reorganização pedagógica e se volta para a formação de professores de desenho, uma demanda que vinha sendo cobrada devido à inserção das disciplinas de artes no currículo dos ginásios. Em 1950 o Governo do Estado reconhece a escola através de uma Portaria assinada pelo Secretário dos Negócios do Governo. Convites como o da UNESCO para que o Núcleo participasse da organização de uma Sociedade Internacional de Artistas Plásticos, e convocações para Congressos de Artes Plásticas europeus mostravam o prestígio que a escola tinha no cenário internacional. De 52

1940 a 1950, a cidade foi reconhecida pelo trabalho realizado na Escola de Belas Artes e no Conservatório Dramático e Musical, ganhando o apelido de “Capital das Artes”. Entretanto, a falta de recursos financeiros fez com que a Escola passasse por dificuldades sendo até despejada de seu prédio original, lutando para continuar existindo através do incentivo de alunos e mecenas locais. A última turma de artistas foi formada em 1963 e, em 1969, a Escola decretaria o fim das suas atividades deixando o legado e a formação de centenas de artistas como Aracy Nogueira, Sidney Rodrigues e Judith Lauand, precursores da arte moderna em Araraquara, além de ter recebido nomes importantes como Quirino Campofiorito, pintor e crítico de arte, Mario Ybarra de Almeida, formado pela Académie Julien em Paris, e Domenico Lazzarini, artista italiano. Seu acervo integra hoje a Pinacoteca Municipal Mario Ybarra de Almeida e conta com 600 obras, entre elas, pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotografias.

REVISTA DA CIDADE. Portal da cidade: A capital das artes. Disponível em: http://www.revistacidadeararaquara.com.br/memoria/a-capital-das-artes. Acesso em 25/08/2019. À esquerda: JUDITH LAUAND. Mostra “Judith Lauand Guaches, Desenhos e Colagens Anos 50”. Disponível em: https://www.bolsadearte.com/oparalelo/ineditos-de-judith-lauand, acesso em: 22/07/2020.


53


LEITURAS URBANAS

CARACTERIZAÇÃO

Distribuição da população A população urbana se igualou à rural a partir da década de 1940 e ultrapassou esse número na década de 1950, atingindo 95% da população em 2000. Essa alta taxa de urbanização entre 1940 e 1950 se deve, entre outros motivos, à emancipação dos antigos distritos de Rincão (em 1950) e Santa Lúcia (em 1960), e também, segundo Rosa (2005, p. 28), apud Vale (2005, p. 116) “por um processo mais geral, em que grande parcela da população rural – devido à desestabilidade das condições de vida no campo, por conta das políticas de modernização da agricultura – se dirigia para as cidades”. Atualmente, a população araraquarense distribui-se heterogeneamente pelo tecido urbano resultado claro do espraiamento de sua mancha urbana e da concentração de loteamentos periféricos ao centro urbano consolidado, resultando em uma distribuição da população que tem suas maiores concentrações em áreas distantes da região central, caracterizando a existência de 54

áreas com baixíssima densidade demográfica onde há a maior oferta de infraestrutura urbana assim como, a existência de importantes vazios urbanos. A cidade possui uma expansão horizontal significativa, além de um intenso processo de verticalização das áreas centrais que, segundo Cintrão (2004, p.50 – 51), aliado ao zoneamento de uso e ocupação do solo de Araraquara que privilegia o centro como área a ser explorada pelo setor imobiliário, acaba por valorizar ainda mais essa área central, incentivando os loteamentos periféricos e contribuindo para a especulação do solo urbano.

CINTRÃO, L.M. G. Os vazios urbanos na estruturação da cidade de Araraquara. 2004. 155f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2004. VALE, Ana Rute do. Expansão urbana e plurifuncionalidade no espaço periurbano do município de Araraquara (SP). Tese elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista. Rio Claro, 2005. ROSA, L. R. Das estatísticas à vivência: uma análise da sincronia entre campo e cidade, rural e urbano em Araraquara – SP.81f. 2005. Monografia. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara, 2005 Á direita: Mapa de distribuição da população de Araraquara em 2010. Fonte dos dados: IBGE (2010) apud Rafael A. Orsi. Elaboração própria


FERR OBAN

FERR

OBAN

LAGO

LAGO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RIB EIR ÃO

DAS

CRU

ZES

LAGO

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS REG

O

DO

TAN

QUI

NHO

ES CRUZ

AT

CÓR

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

REG

CÓR

CRU

ZES

AT (CTEEP)

AT

O

DAS

DO

AT

AT

HAL

RAL

SER

ÃO

EIR

SÃO

CÓR

REG

O

REDE

DE

DO

TRANSMIS

CUP

IM

RIB

CÓRREGO DO CUPIM

LAGO

CÓRREGO

DO

MARI VAN

CRU

ZES

CUPIM O DO CÓRREG DAS

IRÃO

RIBE

LAGO

LAGO

ZES

CRU

DAS

ÁGUA

DOS

CRU

ZES

PAIÓI

S

RIB

EIR

ÃO

DAS

RIBEIRÃO

RIB

EIR

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud SEST SENAT

DO

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

ADO

LAJE HO

RIN

HEI

O

PIN

REG

CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CÓR

AT

AT

PISTA DE

RIBEIRÃO

DAS CRUZES

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

CÓRREGO

DA

BIASIOLO

MOTOCROSS

GO CÓRRE BELA VISTA

MEIAS LUPO S/A

IRÃO

DO

OURO

CRU

ZES

RIBE

DAS

OUR O

RIBEIRÃO

IRÃO

DO

RIBE

CÓR REG O

DOS S TIN MAR

OURO RIBEIRÃO DO

GO

CÓRRE ÁGUA BRANC A

DE

ALTA

TENSÃO

LINHA

O

ÃO

IRÃO

DO

OURO

OUR

CÓR

REG

O

DO

RIBE

DO

O CAPÃ

concentração populacional

EIR

RIB

VA

PAI

O

OUR

RIB

EIR

ÃO

DO

OURO

menor concentração

CÓRR

DO

EGO

ÃO CAP DO

VA

RIB

EIR

ÃO

PAI

O

DO

OUR ÃO

RIBEIR

IRÃO

DO

OURO

BT

(CPFL)

RIBE

500m 1km

1.5km

BT

(CPFL )

0

maior concentração Fonte dos dados: IBGE (2010) apud Rafael A. Orsi Elaboração própria

55


Áreas Verdes na paisagem urbana A disseminação de epidemias de varíola no início da década de 1890 e a de febre amarela que devastou Araraquara nos anos de 1895 e 1896, matando cerca de 20% da população, fizeram com que o poder público desse os primeiros passos na Arborização da cidade. Em 1896 foram plantados cerca de 5 mil mudas de eucalipto como forma de purificar o ar e combater a epidemia de febre amarela Em 1911 seriam plantadas 400 mudas de oitis nas ruas São Bento e Voluntários da Pátria, investindo-se na arborização das vias públicas e no ajardinamento de praças, sempre com o ideal de tornar a cidade símbolo do progresso, através da salubridade e higiene. Essa preocupação higienista acabou por tornar a arborização dessas ruas patrimônio histórico – cultural da cidade inserindo na cultura do Araraquarense a importância das áreas verdes na paisagem urbana. Em 1996 é aprovado o “Código de arborização urbana de Araraquara” (LC nº 14/1996) que apresenta normas técnicas para a Arborização de vias e áreas verdes. Entretanto, apesar de 97,15% das suas ruas serem arborizadas (IBGE), da existência importantes parques públicos 56

como o Parque Infantil, o Parque do Pinheirinho e o Parque do Basalto, e da presença de praças ao longo do tecido urbano, esses espaços públicos acabam não formando um sistema de áreas verdes em si e também não são capazes de absorver a demanda da população e, em sua grande maioria, não apresentando equipamentos urbanos qualificados. As várias revisões no Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara também afrouxam algumas questões relacionadas ao meio ambiente como forma de atender à pressões econômicas e à rodas de interesse. (PORTAL MORADA DO SOL, 2019)

PORTAL MORADA DO SOL, 2019. Disponível em: http:// www.portalmorada.com.br/blog/matheus-santos/172/ de-novo-o-plano-diretor-na-eterna-roda-de-interesses, acesso em 21/11/2019

À direita: Presença de áreas verdes no tecido urbano de Araraquara. 1. Parque do Pinheirinho 2. Parque do Basalto 3. Proposta “Parque dos Trilhos” da Secretaria de Desenvolvimento Urbano. 4. Boulevard dos Oitis - Rua Voluntários da Pátria. Fonte dos dados: Google earth e Prefeitura Municipal de Araraquara.

Na próxima página: Boulevard dos Oitis - Rua Voluntários da Pátria. Fotografia: João Ferraz.


FERR OBAN

FERR OBAN

LAGO

LAGO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RI BE IR ÃO

DA S

CRU

ZES

LAGO

RIBEIRÃO DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

REG

O

DO

TAN

QUI

NHO

ZES CRU

AT

CÓR

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

CÓR

CRU

ZES

AT (CTEEP)

REG

AT

O

DAS

DO

AT

AT

SER RAL HAL

ÃO

EIR

CÓR

REG

O

REDE

DE

DO

TRANSMI

SSÃO

CUP

IM

RIB

CÓRREGO

2

DO CUPIM

LAGO

CÓRREG

O

DO

MAR

IVA

N

CRU

ZES

CUPIM GO DO CÓRRE ÃO

DAS

EIR

RIB

LAGO

LAGO

ES

UZ

CR

1

DAS

ÁGUA

DOS

CRU

ZES

PAIÓI

S

RI

BE

IR

ÃO

DAS

RIBEIRÃO

BE

IR

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

RI

SEST SENAT

PIN

AT

AT

PISTA DE

RIBEIRÃ O DAS CRUZES

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

CÓRREGO

DA

BIASIOLO

HO

RIN

HEI

O

REG

CÓR

CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

ADO

LAJE

3 MOTOCROSS

EGO CÓRR BELA VIST

MEIAS LUPO S/A

A

4

O

ÃO

DO

OUR

EIR

CRU

ZES

RIB

OU

RO

DAS

O

RIBEIRÃ

IRÃO

DO

RIBE

CÓR REG O

DOS S TIN MAR

OURO RIBEIRÃO DO

GO

CÓRRE ÁGUA A

BRANC

DE

ALTA

TENSÃO

LINHA

O

ÃO

EIR

RIB

DO

DO

OUR

CÓR

REG

O

ÃO CAP

IRÃO

DO

RIBE

OURO

PA A

IV

O

OUR

OURO

RI

BE

IR

ÃO

DO

CÓR

DO

REG

O

O

CA DO

VA

RI

BE

IR

ÃO

PAI

O

DO

OUR

RÃO

RIBEI

IRÃO

DO

OURO

BT

(CPFL)

RIBE

BT

(CPFL )

0

571.5km

500m 1km


Mobilidade O espraiamento da cidade e a alta concentração de população em áreas distantes da região central da cidade traz consigo a necessidade de utilização de veículos automotores para o deslocamento do centro até as áreas periféricas. Entretanto, enquanto a população de Araraquara cresceu, de 2002 a 2013, 14,72%, a frota de automóveis cresceu 90,57% e a de motocicletas 165,27% o que pode ser resultado de uma sociedade cada vez mais individualista e com uma oferta de transporte público coletivo nada atrativa que tem seus deslocamentos diários agravados pelas grandes distâncias a serem percorridas. Aliado à esse aumento exponencial da frota de veículos particulares, ruas e calçadas nada convidativas e a sensação de insegurança são outra realidade da cidade o que acaba por reverberar no transporte público e, segundo Travassos (2012) apud Orsi (2017), tornando-se até uma barreira para a utilização de transportes coletivos que fazem com que as pessoas não se sintam atraídas e dispostas para caminhar até um ponto de ônibus. Isso provoca uma pressão na estrutura urbana da cidade que acaba por abrir mão de espaços públicos quali58

ficados de lazer e socialização para a criação de vias de acesso rápido exclusivas de automóveis e grandes áreas de estacionamento. Calçadas recheadas de obstáculos, espaços insalubres e residuais resultado da construção de viadutos, falta de iluminação pública e sentimento de insegurança acabam por impactar de forma negativa o pedestre, causando, segundo Orsi (20017, p. 207) repulsa em relação à rua.

Acima: Crescimento porcentual da população em comparação com a frota de veículos entre 2002 e 2013. Fonte dos dados: Fundação SEADE (2014b) apud Rafael A. Orsi. Elaboração própria. Texto baseado em: ORSI, Rafael Alves. Mobilidade Urbana em Araraquara/ SP: Desafios para uma cidade de porte médio. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n. 39 v. 1, p. 199-214, Jan./Jun., 2017. ISSN: 2176-5774 À direita: Tróleibus em Araraquara. Fonte da imagem: http://www.revistacidadeararaquara.com.br/cultural/ 60-anos-de-historia-conta-a-trajetoria-da-companhia-troleibus-araraquara


Em relação ao transporte público, Araraquara foi pioneira na implantação de um sistema de ônibus elétricos nos anos 1950 tornando-se referência para outros municípios. A Companhia Troleibus de Araraquara (CTA) foi, segundo Cintrão, et al (2017), a única empresa pública do Brasil a adotar o sistema elétrico para 100% do transporte coletivo na cidade, em um momento em que o País se industrializava e Araraquara ganhava importância regional. Um sistema que não poluía o meio ambiente,

silencioso e que utilizava uma fonte de energia renovável marcou a população araraquarense se tornando patrimônio da cidade. A partir de 1967 o sistema de trólebus passou a sofrer um declínio, com a desativação parcial ou total em várias cidades. Este fato foi causado, por exemplo, pela falta de peças sobressalentes para a grande maioria da frota existente (estrangeira); maior oferta de novos ônibus a diesel nacionais e o início do

59


interesse pelo transporte individual, em detrimento coletivo (BRANDEMARTE , 2011 apud CINTRÃO et al, 2017, p.24). Nos anos 1990, com o fim do subsídio à energia elétrica, o alto custo de manutenção, e a expansão urbana espraiada fizeram com que os ônibus elétricos não dessem conta de toda a demanda, necessitando a implantação de os ônibus a diesel no sistema, desativando os trólebus fossem lentamente. (CINTRÃO, et al, 2017) Atualmente, o transporte público é realizado por empresas particulares como a Viação Paraty e a Empresa Cruz em 34 linhas de ônibus que fazem parte do atual transporte público em Araraquara e 1251 pontos de ônibus existentes nos diversos bairros da cidade. A cidade possui o terminal de integração rodoviário que desenvolve um papel importante na mobilidade urbana. Apesar de Araraquara ter um Plano de Mobilidade Urbana, elaborado em 2008, a questão da mobilidade por bicicletas através da existência de ciclovias e ciclofaixas ainda é inconsistente.Atualmente, segundo um levantamento feito pela rádio CBN Araraquara, são pouco mais de quatro quilômetros de ciclovias que não possuem uma integração entre si e que pouco contribuem para a mobilidade urbana e para a sua utilização como meio de transporte e não 60

só como lazer. Segundo a Folha de São Paulo, Araraquara possui três ciclovias: uma de 1km que liga a Faculdade de Química da UNESP ao Campus de Ciências e Letras e outras duas de 1,5 km no Bairro do Sol e No Jardim das Hortênsias. Em 2014, Araraquara teve a experiência de um projeto de seis meses, em parceria com a Secretaria Estadual de Esportes e Lazer e da Federação Paulista de Ciclismo, de uma ciclofaixa de 7km aos domingos na avenida Maria Antônia de Camargo Oliveira (via Expressa) com o empréstimo gratuito de cem bicicletas para o uso do público. Há mais de 20 anos vem se debatendo entre o poder público de Araraquara a retirada da linha férrea da área central da cidade com a construção de um novo contorno ferroviário, obra realizada em 2008, e de novas oficinas e postos de abastecimento que, hoje, encontram-se na área da Facira e na rotunda ao lado da “Via Expressa”, respectivamente.

Texto baseado em: CINTRÃO, Janaina Florinda Ferro; ALVES, Eduardo Rois Morales; LUZ, Adriana da; SOFFNER, Amanda Bagaiolo; CINTRÃO, Conrado Ferri. O sistema trólebus de Araraquara – SP: memória e história do transporte coletivo no período de 1959 a 1999. Revista Brasileira Multidisciplinar - ReBraM vol 20, (supl.) n.1 - Araraquara 200 anos, 2017. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/2014/06/1463313-araraquara-sp-inaugura-neste-domingo-1-sua-primeira-ciclofaixa.shtml, acesso em 21/11/2019.


FERR OBAN

FERR OBAN

14

11

LAGO

LAGO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RIB EIR ÃO

DA

S

CRU

ZES

LAGO

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS REG

O

DO

TAN

QUI

NHO

ZES CRU

AT

CÓR

AT

AT

AT

AT

AT

AT

6

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

O REG CÓR

CRU

ZES

AT (CTEEP)

DAS

DO SER

AT

AT

AT

RAL HAL

ÃO EIR

SÃO

18

CÓR REG O

REDE

DE

DO

TRANSMIS

CUP IM

RIB

CÓRREGO DO CUPIM

LAGO

CÓRREGO

DO

MARI VAN

CRU

ZES

CUPIM O DO CÓRREG DAS

IRÃO

RIBE

LAGO

24 LAGO

ZES

RIB

EIR

ÃO

CRU DAS

DOS

CRU

ZES

PAIÓI

S

25

DAS

ÁGUA

RIBEIRÃO

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

EIR

ADO

LAJE

16

20

17

15 PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

3

HO

RIN

O

CAIXA D´ÁGUA

1) Adalberto Roxo/ Terminal (Paraty) 10 2) Atacadão/ Terminal (Paraty) 3) Fonte/ Terminal (Paraty) 4) Gramado/Morumbi (Paraty) 5) Hortensias/ Águas do Paiol (Paraty) 6) Indaiá/Terminal (Paraty) 7) Jardim Ieda/Centro (Paraty) 8) Jardim Santa Lúcia/ Tamoio (Paraty) 9) Melhado Imperador (Paraty) 10) Rodorib/Shopping Jaragua (Paraty) 11) Selmi Dei/ Yolanda Opice (Paraty) 12) Universal/CECAP (Paraty) 13) Vale do Sol/ Parque São Paulo (Paraty) 14) Vale verde/ Terminal (E. Cruz) 15) América/Iguatemi(E. Cruz) 16) Biagione/Terminal(E. Cruz) 17)Campus/Vila Xavier(E. Cruz) 18) Distrito Industrial/ Terminal(E. Cruz) 19) Dumont/ Terminal (E. Cruz) 20) Fonte/ Altos da Vila Xavier (E. Cruz) 21) Fudação Casa/ CR (E. Cruz) 22) Maria Luiza/ Victório de Santi (E. Cruz) 23) Rafaela/Oitis (E. Cruz) 24) Santana/ Pinheirinho (E. Cruz) 25) São José/ Santa Angelina (E. Cruz)

PIN

HEI

REG

CÓR

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

1

5

RIB

SEST SENAT

DO

13

MOTOCROSS

EGO CÓRR BELA A VIST

MEIAS LUPO S/A

4

IRÃO

DO

OURO

RIBE

ZES

21

CRU

O

DAS

OUR

RIBEIRÃO

IRÃO

DO

RIBE

CÓR REG O

DOS

S TIN MAR

OURO RIBEIRÃO DO

A

BRANC

9

CÓR

REG

O

DE

ALTA

LINHA

TENSÃO

19

VA

PAI

OURO

RIB

EIR

ÃO

OURO

DO

8

DO

ÁGUA

OURO

ÃO CAP

O

OUR

DO

DO

GO

IRÃO

RIBE

IRÃO

RIBE

CÓRRE

2

CÓRR

DO

EGO

CA O DO

RIB

EIR

ÃO

PAI

VA

23

7

O

OUR

DO

22

ÃO

RIBEIR

IRÃO

DO

OURO

BT

(CPFL)

RIBE

12 (CPFL )

0 BT

AT

AT

PISTA DE

RIBEIRÃO

DAS CRUZES

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

CÓRREGO

DA

BIASIOLO

500m 1km

1.5km

Obs.: Algumas linhas de ônibus não foram retratadas por falta de dados.

61


1 À direita: Principais vias de Araraquara e Linha Férrea. Fonte dos dados: Prefeitura de Araraquara e Google Earth. Elaboração própria.

À esquerda acima: Vista aérea onde é possível visualizar tanto a região central da cidade quanto a Vila Xavier dividida pelo Vale Ferroviário. Fotografia: Hangar Ultraleve Imagens Aéreas.

2 62

À esquerda, abaixo: Vista aérea da Avenida Maria Antônia de Camargo Oliveira (“Via Expressa”) Fotografia: autoria desconhecida.


FERR OBAN

FERR OBAN

Arteriais Arteriais projetadas Coletoras Coletoras projetadas Ferrovia Existente Ferrovia novo traçado Proposta de criação de uma “via estruturante” (Vila Xavier)

LAGO

LAGO

FERRO BAN

ÁGUA

DOS

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

PAIÓIS

RI

BE

IR

ÃO

DA S

CRU

ZES

LAGO

FERRO BAN

RIBEIRÃO DAS

TANQUINHO CÓRREGO DO

ZES CRU

AT

AT

AT

AT

AT

TAN QUI NHO

AT

DO

AT (CTEEP)

CÓR REG O

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

CUPI M

AT

AT

CÓR

CRU

ZES

CÓRR EGO

DO

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT (CTEEP)

REG

AT

O

DAS

DO

AT

AT

RAL

CÓRREGO

SER HAL

DO CUPIM

ÃO

EIR

CÓRREGO

CÓR

REG

O

REDE

DE

DO

TRANSMI

SSÃO

CUP

IM

RIB

DO CUPIM

CÓRREGO DO CUPIM

LAGO ZES

DAS

RIB

EIR

ÃO

CRU

CÓRREG

O

DO

MAR

CRUZ DAS

ÃO IR BE

ÃO EIR

RI

ov ia

S

CRU

ZES S TIN MAR

ro

ES

CAIXA D´ÁGUA

da

OURO RIBEIRÃO DO

EIR

ÃO

DO

OURO DO ÃO

ni

d

O

OUR

RIBEIRÃO

RÃO

RIBEI

GO

CÓRRE

Pa dr e

DO

tô An ia v do Ro

ha ac oM

EIR

OUR

RIB

DO

ÁGUA A

BRANC

sé Jo de

ta ie ch An DE

ALTA

TENSÃO

LINHA

O

DO

PA A

IV

IR ÃO

O

DO

RI BE

REG

OURO

OURO

CÓR

ÃO CAP

DO

DO

Rua Dom ing

RIB

IRÃO

RIBE

O

OUR

OUR

os Zan in ÃO

EIR

CÓR

DO

REG

O

O

PÃ CA DO

VA

RI

BE

IR

ÃO

PAI

O

OUR

DO RÃO

RIBEI

IRÃO

DO

OURO

BT

(CPFL)

RIBE

500m 1km

1.5km

(CPFL )

0 BT

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

AV. EDIL MICHETTI

CRUZ

RO OU IRÃO

RIBE

Av

a tan an S o

DO

Avenida Maria A

emb e set a7d

CÓRREGO

ira ntô n ia de Camargo O live

O DAS CRUZES RIBEIRÃ ZES CRU

DOS

id Aven

O

ÃO

EIR

RIB

rgas nte Va reside Av. P

CÓRR EGO

arino io Cez

Acesso Rodoviário Abdo Najm

Av en i

DAS

DA

DAS ÃO EIR RIB

PAIÓIS

DOS

ÁGUA AT

AT

CÓR REG O

Barro

as Varg ente resid Av. P

A

DAS

O

RIBEIRÃ

1 2

cisc ran aF

VIST

o Barros Avenida

Lupo

RIBEIRÃO

HO

RIN

PIN

o

BELA

z

lo Rômu Avenida

Avenida

o

HEI

O

Filh

EGO

Lu i

Lup Rômulo Avenida

REG

az oV

CÓRR

to n

Antôn

z

CÓR

id en Av

a Padre Avenid

Lu i

S TIN MAR

heiro

to n

DOS

uza Pin de So

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

Paulista

Heitor

nto o Be

Eng.

julho

Viário

Sã Rua

hi ng

Acesso

lves tro A Cas

MEIAS LUPO S/A

W as

Rua

MOTOCROSS

(36)

9 de

ov ia

PISTA DE

to

Rua

BIASIOLO

o ncisc Av. Fra

rato Cultu Sales

n Be

de

heiro

RIB

PAIÓI DOS

ÁGUA

ADO

LAJE

a id en Av

Ro d

hi ng

za Pin

lves tro A Cas

SEST SENAT

u re Ab

Alameda

RIBEIRÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

W as

MEIAS LUPO S/A

de Sou

Rua

PISTA DE

MOTOCROSS

o Sa ncisc Av. Fra

Heitor Eng. Viário Acesso

DAS CRUZES

Ro d

BIASIOLO

RIBEIRÃO

LAGO

PAIÓIS

a rad

DOS

Est

ÁGUA

ida

DAS

AT

ei

n Ave

ES

UZ

CR

RIB

SEST SENAT

LAGO

AT

Abreu

ra

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

d

a qu

AV. EDIL MICHETTI

iD lm Se

da tra Es

rara oA Ferr de

DO

Rua Mau rício G

ZES CRU

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

esso à Avenida Manuel de e Ac

LAJEA

DAS

RIBEIRÃO

ão ole ap

ÃO

EIR

RIB

alli

.N Av

CUPIM GO DO CÓRRE

ÁGUA

DOS

N

ES

PAIÓIS

IVA

63

DO

OURO


Águas Urbanas A rede hidrográfica do Município de Araraquara está inserida em duas unidades de gestão de recursos hídricos: a Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Tietê-Jacaré (UGRHI-Tietê-Jacaré), onde está 65% do seu território, e a Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Mogi – Guaçu (UGRHI-Mogi-Guaçu), apresentando 35% do território. Dentro dessa rede hidrográfica, duas bacias se destacam no contexto urbano: A sbacia do Ribeirão do Ouro e a bacia do Ribeirão das Cruzes. O Ribeirão do Ouro possui diversos afluentes como os córregos do Capão do Paiva, do Vieira, Água Branca, Pinheirinho e o Córrego da Servidão, importante para a formação histórica da cidade, totalmente canalizado sob a Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira (Via Expressa), que é um dos objetos deste trabalho. A impermeabilização excessiva do solo na Microbacia do Córrego da Servidão e a urbanização sem um planejamento urbano e ambiental eficaz, aliado à canalização do córrego feita em galerias rudimentares e sem grandes estudos sobre as características hídricas da microbacia, provocam frequentes inundações na Via próximo à região do Terminal de Integração Rodoviário que, 64

só em situações extremas como essa, o córrego é lembrado pela população, se transformando em alvo de ataques visto como vilão do progresso e da vida urbana.

Ao centro: Mapa dos principais corpos d’água que cortam a cidade de Araraquara. Em destaque, as Bacias Ribeirão do Ouro e Ribeirão das Cruzes e a Microbacia do Córrego da Servidão. Fonte das informações: Prefeitura Municipal de Araraquara. Elaboração própria Texto baseado em: FULLER, Beatriz B. Caracterização espaço-temporal dos recursos hídricos superficiais da sub-bacia do ribeirão do Ouro, Araraquara, SP. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário de Araraquara, Araraquara, SP. 157 p, 2008.

1. “Via Expressa” e o córrego da Servidão tamponado. 2. Enchentes na “Via Expressa” 3. Enchentes na “Via Expressa - região do terminal rodoviário” Fonte das Imagens: A cidade On.


FERR OBAN

FERR OBAN

1

LAGO

LAGO

LAGO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RI

BE

IR

ÃO

DA

S

CRU

ZES

2

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS REG

O

DO

TAN

QUI

NHO

ZES CRU

AT

CÓR

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

CÓR

CRU ZES

AT (CTEEP)

REG

AT

O

DAS

DO

AT

AT

HAL

RAL

SER

ÃO

EIR

SÃO

CÓR

REG

O

REDE

DE

DO

TRANSMIS

CUP

IM

RIB

CÓRREGO DO CUPIM

LAGO

CÓRREGO

DO

MAR

IVA

N

CRU

ZES

CUPIM O DO CÓRREG DAS

IRÃO

RIBE

LAGO

LAGO

ZES

CRU

DAS

ÁGUA

DOS

CRU

ZES

PAIÓI

S

RI

BE

IR

ÃO

DAS

RIBEIRÃO

RIB

EIR

ÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud SEST SENAT

DO

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

ADO

LAJE HO

RIN

HEI

O

PIN

REG

Microbacia do Córrego da Servidão Bacia do Bacia do Ribeirão Ribeirão do Ouro das Cruzes CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

DA

CÓRREGO

A

ZES

VIST

CRU

BELA

CÓR REG O

EGO

DAS

O

RIBEIRÃ

O

ÃO

DO

OUR

EIR

RIB

RO

RIBEIRÃO

DAS CRUZES

1 2 3

CÓRR

MEIAS LUPO S/A

OU

PAIÓIS

DOS

ÁGUA AT

AT

PISTA DE

MOTOCROSS

IRÃO

DO

RIBE

DOS S

TIN MAR

OURO RIBEIRÃO DO

GO

CÓRRE ÁGUA A

BRANC

DE

ALTA

TENSÃO

LINHA

O

ÃO

EIR

RIB

DO

OURO

OUR

CÓR

REG

O

ÃO CAP

IRÃO

DO

RIBE

DO

PA IV A

O

OUR

OURO

RI

BE

IR

ÃO

DO

CÓRR

DO

EGO

O

CA DO

VA

RI

BE

IR

ÃO

PAI

O

DO

OUR

RÃO

RIBEI

IRÃO

DO

OURO

BT

0 (CPFL )

3

(CPFL)

RIBE

BT

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CÓR

BIASIOLO

500m 1km

1.5km 65



03

ÁREA DE PLANO: A VIA, O CÓRREGO, O TREM E AS DUAS CIDADES


68


Imagem aérea da região de plano. Fonte: Hangar Imagens aéreas

69


CARACTERIZAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO

Nosso primeiro recorte de aproximadamente 6,35 km², onde desenvolveremos diretrizes projetuais e intervenções, com importancia significativa para a cidade desde sua formação até os dias atuais e ponto chave para a articulação urbana e paisagística da cidade; têm como característica cinco importantes elementos constituintes da cidade: a região central, histórica, berço da constituição da cidade; a Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, conhecida com “via expressa” por ser uma forma de desvio do transito da região central da cidade e onde é possível o descolamento em velocidades mais elevadas; o Córrego da Servidão importante para o desenvolvimento das primeiras povoações e, agora tamponado sob a “via expressa”; o Vale Ferroviário e toda a infraestrutura utilizada pela ferrovia e hoje, em grande parte, subutilizada; e, por fim, o distrito da Vila Xavier, considerada muitas vezes como “uma cidade dentro de outra”, com características próprias resultado do isolamento histórico da região. 1. Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a “Via Expressa”. Fonte da imagem: A cidade on. 2. A cidade dividida: região central, “via expressa”, vale ferroviário e Vila Xavier. Fonte da imagem: Hangar Ultraleves imagens aéreas 3. Região Central. Fonte da imagem: Hangar Ultraleves imagens aéreas. 4. Distrito Vila Xavier. Fonte da imagem: Hangar Imagens aéreas

70

1

2


regiĂŁo central

Vila Xavier

4 1

2

3

3

4

71


Infraestrutura viária

Relevo

das Infraestrutura viária

das

Vias arteriais Vias arteriais projetadas Vias coletoras Vias coletoras projetadas Boulevares

omércio e

a Pátria -

Boulevar Rua 9 de julho - comércio e lazer Boulevar Rua Voluntários da Pátria cultura e lazer

100

região central

OURO RIBEIRÃO DO

ão 200

300

do recorte

0

100

200

300

Linha férrea Terminal integração limite do de recorte 0 100 200recorte 300 limite do rodoviário limite do recorte

72

0

100 200 300

Vila Xavier ferrovia OURO RIBEIRÃO DO

OURO RIBEIRÃO DO

OURO RIBEIRÃO DO

0

100

200

300

córrego da servidão

OURO RIBEIRÃO DO


to

1. Praça da Independência 2. Igreja Matriz de São Bento 3. Hotel Municipal 2. Palacete das Rosas 5. Prefeitura Municipal 6. Câmara de Vereadores 7. Casa da Cultura 8. Diretoria de Ensino 9. Mercado Municipal 10. Terminal de Integração Rodoviário 11. Igreja Santa Cruz 12. Praça Santa Cruz 13. Etec Prof. Anna de Oliveira Ferraz 14. Parque Infantil 20 15. Praça do Japão 16. Igreja Nossa Senhora das Graças 17. EE João Manuel do Amaral 18. Campo de futebol 21 19. Estádio Arena Fonte Lumiona 20. Ginásio Gigantão 17 21. Piscina Municipal 16 22. Centro Internacional de 15Convenções 23. UPA 24. Rumo ALL - Oficina de Locomotivas 25. Praça da Fonte Luminosa 26. Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAE) 27. Praça Paulo Elias Antonio (Chediek) 28. Secretaria Municipal de Saúde 29. Centro de Recreação Infantil 30. Praça Júlio Mesquita 31. Igeja Nossa Senhora Aparecida 32. Tiro de Guerra 33. EE Dorival Alves 34. EE Francisco Pedro Monteiro da Silva 14 35. Centro Especializado de Reabilitação 36. Centro Municipal de Saúde 37. Casa da criança Cristo Rei 38. Estádio Municipal 39. Secretaria da Saúde 40. UPA 41. EE Antônio Lourenço Correia 42. Praça São Benedito 13 43. Igreja São Benedito

limite do7recorte Elaboração própria 6 5

2

1

4 3

22 21

24

23

27 28 29

19

17

22

15

23

16

18

27 28 29

19

30

31

18 14

32

39

38

36 34 35

30

39

38

33

37 40

31

13

32

12 11

36 34 35 7

5

41

33 8

42

37

6

43

44

9

4 3

45

10

40

2

50

49

1

46 48

47

41 OURO RIBEIRÃO DO

42

43

44

9 0

24 20

25

100

200

45

300

10 50

49

46 48

concentração populacional

47

menor concentração

concentração populacional

OURO RIBEIRÃO DO

nal

300

26 25

26

44. Igreja Santo Antônio 45. Centro especializado de reabilitação 46. EE Prof. Lysanias12 Oliveira Campos 47. Antigo prédio 11 da Ceagesp 48. Lar de idosos Cantinho Feliz 49. Escola Municipal de Dança 8 profissional 50. Centro de Desenvolvimento

o

do recorte

População

Equipamentos

OURO RIBEIRÃO DO

menor concentração 0

100

200

maior concentração

300

Fonte dos dados: IBGE (2010) apud Rafael A. Orsi Elaboração própria 0

100

200

limite do recorte

0

100

200

300

300

maior concentração Fonte dos dados: IBGE (2010) apud Rafael A. Orsi Elaboração própria 0

100

200

300

73


Zoneamento

ZOPRE-AEIU

ZEPP-ZOPI ZOEMI-AEIU-ACOP

ZOEMI-AEIU-ACOP

ZOPRE-AEIU: Zonas Predominantemente Residenciais - Áreas Especiais de Interesse Urbanístico; ZEPP-ZOPI: Zonas Especiais Predominantemente Produtivas - Zona de Produção Industrial; ZOEMI-AEIU-ACOP: Zonas Especiais Mistas - Áreas Especiais de Interesse Urbanístico; - Área da Cidade Compacta de Ocupação Prioritária; Orla Ferroviária: CEU-Corredor Estrutural de Urbanidade.

ZEPP-ZOPI

OURO RIBEIRÃO DO

OURO RIBEIRÃO DO OURO RIBEIRÃO DO

limite do recorte

do recorte

0

Áreas verdes

200

0

300

74

100

200

300

Fonte dos dados: Google Earth Elaboração própria

0

100

200

300


18

Uso do solo (por predominância)

1425

m

a Praça nto ça

olar

OR

as Lupo

esa nto de

17

institucional áreas verdes - praças industrial edificações desocupadas terrenos desocupados edificações em estado de ruínas estrada de ferro limite do recorte

OURO RIBEIRÃO DO

Elaboração própria 0

13 5 9 8 2 7 10 1 6 15 3 12 4

100

200

300

14

Uso do solo (por predominância) residencial

OURO RIBEIRÃO DO

comercial 100

200

300

14 13 5 9 8 2 7 10 1 6 15 3 12 4

serviços

14

LEI COMPLEMENTAR - PLANO DIRETOR 14. Estação Ferroviária 15. Torre da antiga Fábrica de Meias Lupo 16. Igreja São Bento 17. Hospital Beneficência Portuguesa 18. Edifício da Estação de Tratamento de Água e Praça Fonte Luminosa

Fonte dos dados: https://www3.faac.unesp.br/patrimonio/Leis/Municipais/Araraquara/documentos%20araraquara/bens% 20tombados.pdf 0 Elaboração própria

comercial

17

limite do recorte

Pátria

residencial

CONDEPHAAT 1. Casa Térrea - Rua Padre Duarte, 1425 2. Esplanada das Rosas 3. Praça da Matriz 18 4. Praça da Independência - Jardim Público 5. Praça Santos Dumont 6. Hotel Municipal 7. Clube Araraquarense na Esplanada das Rosas 8. Edifício da Câmara Municipal na Praça Santos Dumont - Palacete São Bento 9. Casa da Cultura Fundart na Praça Santos Dumont 10. Diretoria de Ensino/ Grupo Escolar Carlos Batista Magalhães LEIS MUNICIPAIS (ORDINÁRIAS) 12. Árvores da Rua Voluntários da Pátria 13. Árvores da Avenida Espanha

ada das

00

Uso do solo

Patrimônio

serviços institucional áreas verdes - praças industrial

14

edificações desocupadas terrenos desocupados edificações em estado de ruínas estrada de ferro limite do recorte

OURO RIBEIRÃO DO

OURO RIBEIRÃO DO

Elaboração própria 0

200

100

200

300

300

75


ES

UZ

S

CR

ÃO

DA

RI

BE

IR

CARACTERIZAÇÃO análise sensível

ES

UZ

S

CR

CR UZ ES

RI

BE

IR

ÃO

DA

ÃO

CR

UZ

ES

DA

S

1

IR

S

BE

RI BE IR ÃO

DA

RI

1. Estádio da Fonte Luminosa. Fonte da imagem: https:// www.tripadvisor.com.br/Acesso em 18/11/2019. 2. Rua 9 de julho - comércio.

!

2

Fonte da imagem: sem identificação.

ÃO DA S CRUZ ES

ÃO DA S CRUZ ES

RIBEIR

RIBEIR

3

ES

O

S

DO

S

IN RT MA

IN

RT

MA

S

76

presença de edificações desocupadas da déc. de 1930 (antiga fábrica)

alta concentração de equipamentos públicos

!

concentração de atividades comerciais e de pessoas

quadrilátero histórico

UZ

EG

5. Terminal de Integração Rodoviário. Fonte da imagem: João Ferraz Press Photografer

habitaç com ca de casa

! terminal rodoviário

CR

RR

! concentração de atividades voltadas para serviço automobilistico na orla da “via expressa”

concentração de atividades comerciais

DAS

via exclusivamente para veículos de transporte individual com baixíssima qualidade urbana para pedestres

Presença de edifícios habitacionais de médio a alto padrão

4. Rua Voluntários da Pátria (Rua 5). Fonte da imagem: https://www.ferias.tur. br/fotogr/161283/bulevardosoitis-ruavoluntariosdapatria-rua5fotodecleristonmartinelo/araraquara/. Acesso em: 18/11/2019. IRÃO

concentração de redisências térreas de médio/alto padrão

da região.

3. Vista aérea da Igreja Matriz de São Bento e do Hotel Morada do Sol, exemplo da arquitetura moderna araraquarense. Fonte da imagem: https://cidadesemfotos.blogspot.com/2016/04/fotos-de-araraquara-sp.html. Acesso em 18/11/2019.

RIBE

concentraç equipamen esporte e la

4

5

!

!

! existência de galpões/arm ferrovia subu ou abandon estação ferroviária !

via exclusivamente para veículos de transporte individual com baixíssima qualidade urbana para pedestres

e a


LAGO

LAGO

ção de ntos de azer

Orla ferroviária: llinha férrea em processo de desativação. Área subutilizada e sem qualificação urbana

6

Alameda Paulista: principal rua de comércio da Vila Xavier

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

concentração de residências térreas de baixo padrão, com características de habitações operárias

REG EL O B A

IST A V

misto entre comércio e habitação popular ao longo da avenida Vinte e Dois de Agosto

CAIXA D´Á GUA DA

O CÓRREG

CÓRREG

6. Paisagem Urbana da Vila Xavier. Fonte da imagem: Silvio Porfírio.

TA VIS ELA O B REG CÓR

CÓR

8

B

RI

ÃO

R EI

DO

RO

OU

ÃO

IR

BE

RI

DO

RO

OU

7. Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira. Fonte da imagem: www.acidadeon.com.br. Acesso em 18/11/2019. 8. Viaduto Leonardo Barbieri - Av. Barroso/ Av. Padre Antônio Cezarino. Fonte da imagem: Silvio Porfírio.

predomínio de habitação

e casas e mazéns da utilizados nados

RÃO

EI

RIB

DO

ÃO

EIR

RIB

OU

RO

OU RO

existência de antigos armazéns da CEAGESP

DO

transição entre a cidade e o RÃO DO OURO RIBEI meio natural - Ribeirão do Ouro DO

OURO RIBEIRÃO OURO RIBEIRÃO DO

ÁGUA

EGO CÓRR

EGO CÓRR

CA

BRAN

CA BRAN

ÁGUA

9

9. Estação ferroviária. Fonte da imagem: https://www.estacoesferroviarias.com.br/a/araraquara. htm

77

O

NH

RI

EI

NH

PI

O

7

misto entre comércio e habitação popular ao longo da avenida Padre Antônio Cezarino

predomínio de habitação

DA

CAIXA D´Á GUA

concentração de equipamentos públicos

ção popular aracterísticas as operárias

GO

E RR


CARACTERIZAÇÃO mapa síntese - conclusões possíveis ES

UZ

S

CR

RI

BE

IR

ÃO

DA

RI BE IR ÃO

DA

S

CR

UZ

ES

Apesar de existir uma alta concentração de pessoas na região central durante o dia devido à concentração de equipamentos e comércio nessa região, a densidade demográfica de pessoas que moram nessa área é baixíssima, reflexo do espraiamento da cidade que contribui para um movimento pendular diário de população.

ÃO DA S CRUZ ES

Os espaços livres da cidade não se conectam e não formam um sistema entre si.

RIBEIR

Não há o incentivo à utilização de meios de transportes sustentáveis. As ciclovias da cidade são insignificantes e não existem na região central, além de não haver conexões entre elas.

CR

UZ

ES

Percebemos que há uma preocupação do governo local em preservar a memória e a história da cidade, entretanto, isso ainda se faz de maneira pouco intensa o que faz com que a população não tenha um sentimento de identidade com algumas regiões da cidade que acabam se tornando esquecidas e desqualificadas. IRÃO

RIBE

DAS

RR

EG

O

DO

S

S IN

RT MA

78


L

LAGO

A cidade têm consciência da importância da criação de um parque na Orla Ferroviária desativada, o Parque dos trilhos, como forma de conexão entre a região central e a Vila Xavier, entretanto, não há nenhuma menção no projeto do parque de requalificação da “via expressa” existente e, o mais agravante, é a proposta que está inclusive no Plano Diretor, da construção de uma “via estruturante” na margem direita do parque, na Vila Xavier, o que, ao contrário do que é discursado, a presença de duas vias de velocidade alta acabariam por ilhar o parque, contribuindo ainda mais para o isolamento das duas regiões que, se antes estavam divididas pelos trilhos do trem, agora estariam divididas por duas vias de tráfego intenso agressivas ao pedestre e à qualidade da vida urbana. R

O

NH

RI

EI

NH

PI

CÓRREG

O

DA

CAIXA D´Á GUA

O

G RE

CÓR

O esquecimento do córrego da servidão tamponado sob a “via expressa” é reflexo de um despreparo da cidade em aliar progresso e meio ambiente, constituindo uma disputa entre a infraestrutura urbana sem planejamento e o regime natural das águas, que se torna mais intenso em épocas de chuvas devido às enchentes. REG

EL O B

TA

IS A V

OU RO ÃO

EIR

RIB

OURO RIBEIRÃO DO

DO

ÃO

IR

BE

RI

DO

RO

OU

EGO CÓRR

A presença de edificações desocupadas como os armazéns e galpões da antiga fábrica de beneficiamento de algodão, que movimentou a economia de Araraquara nos anos de 1930 e 1940, hoje se tornaram infraestrutura esquecida e por muitas vezes incômoda, a espera de valorização pelo mercado imobiliário e que poderiam ser utilizadas pela população através da sua reativação como equipamentos de educação, cultura e lazer.

ÁGUA CA BRAN

79

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO


DIRETRIZES PROJETUAIS

Nossas diretrizes de intervenção no espaço urbano consolidado de Araraquara pautaram-se em questões como a valorização das interações humanas através da produção de espaços públicos democráticos, saudáveis e inclusivos, destacando os elementos naturais nas composições urbanas, promovendo a identificação histórica e cultural da população com a cidade, ressignificando espaços hostis à vida urbana através de um urbanismo que articule pessoas e tecido urbano. Um lugar onde a dimensão humana é a protagonista nas relações cotidianas e que contribua para uma diversidade de usos, habitantes e temporalidades, valorizando as pré-existências históricas e dando à elas uma nova abordagem condizente com a cidade contemporânea. Diante da existência de projetos urbanos e paisagísticos para essa região como a construção de um parque linear ao longo de toda a Orla Ferroviária, o “Parque dos Trilhos”, que vem sendo debatido há anos entre as esferas governamentais de Araraquara e foi incluído no Plano Diretor em 2005, nosso desafio é abordar novas problemáticas e apontar para novos caminhos e 80

possibilidades dentro do planejamento urbano da cidade, contribuindo para um novo olhar sobre o espaço urbano em questão fomentando novas discussões e novas formas de tratamento do urbano, fortalecendo o direito à cidade e a apropriação dos espaços públicos, através de uma relação mutualística entre pessoas, cidade e natureza valorizando as intervenções urbanísticas que se valem de questões relacionadas à paisagem.


VIA PARQUE

PARQUE LINEAR PERCEPÇÃO DA CENA URBANA

RECUPERAÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA URBANOS

CORREDORES VERDES

ARTICULAÇÃO ENTRE CIDADE E PESSOAS

R E S S I G N I F I CA ÇÃO DE ESPAÇOS CONSOLIDADOS

CONEXÕES

LAZER

DIREITO À CIDADE

CULTURA

INTEGRAÇÃO

ESPORTE

INTERAÇÕES HUMANAS

IDENTIDADE

INCLUSÃO

DIVERSIDADE

ORLA FERROVIÁRIA

APROPRIAÇÃO

CICLOVIA

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

HORTA URBANA

PLANEJAMENTO URBANO

SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

81


ES

UZ

S

CR

ÃO

DA

RI

BE

IR

PLANO GERAL

RI

BE

IR

ÃO

DA S

ÁGU A

DO

CR

UZ

ES

S PA IÓIS

SISTEMA DE CORREDORES VERDES A exemplo da Rua Voluntários da Pátria, criar corredores verdes nas ruas (sentido leste - oeste) como forma de conexão entre os equipamentos públicos existentes como escolas, equipamentos culturais, de saúde e históricos, com o Parque da Orla Ferroviária e entre a região central e a Vila Xavier

DESTAMPONAMENTO, NATURALIZAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO CÓRREGO DA SERVIDÃO

UZ

ES

AT

VIA PARQUE ao longo de toda a atual “Via Expressa” (Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira)

CR

AT

RIBEIR

ÃO DAS CRUZES

- promover a integração e o relacionamento saudável do córrego com a cidade e com a população - ressignificar sua presença na cidade, não mais como um obstáculo ao progresso urbano, mas sim como componente essencial ao estabelecimento das primeiras povoações e de grande valia para a qualificação da paisagem urbana a partir de elementos naturais. - promover a permeabilização mínima de toda a sua microbacia como forma de minimizar enchentes, assim como utilizar de estratégias para diminuição da velocidade de chegada das águas pluviais da cidade no córrego - respeitar o regime natural das águas com áreas de várzea próprias para o aumento do nível da água

IRÃO

RIBE

DAS

RR

EG

O

S

DO S

IN

RT

MA

82

- Renaturalização do córrego da servidão - Criação de espaços de incentivo à caminhada e a fruição do espaço público - Diminuição da velocidade dos automóveis - Criação de faixas elevadas com prioridade do pedestre por toda a sua extenção - Criação de espaços de contemplação do córrego e de contato com a água - Arborização - Incentivo à diversidade de usos - Ressignificar seu uso deixando de ser um espaço só de passagem de veículos, mas sim um espaço qualificado que inspire a população - Dar preferência para meios de locomoção sustentáveis como bicicletas e transportes coletivos RO

OU

RO

OU

RR

EG

O

O PÃ

DO

DO

CA

I

BE

DO

RI

O RÃ

ÃO

IR

BE

RI


LAGO

CICLOVIA

LAGO

O

EG

RR

O

NH

RI

EI

NH

PI

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

CÓRREG

SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS

O

DA

CAIXA D´Á GUA

- Conexão entre o Parque do Basalto, o Parque Pinheirinho, o “Parque Orla Ferroviária” (projetado) e as áreas de proteção ambiental do Ribeirão do Ouro. - Conexão entre a região norte e região sul da cidade - Inserção margeando a “Via Parque” (projetada) para que possa ser utilizada não só para lazer mas também para deslocamentos diários. - Presença de bicicletários ao longo de toda a ciclovia em especial nas proximidades do terminal de integração

EGO

CÓRR

Sistema de uso público formado por ruas estratégicas que se articulam com equipamentos históricos, culturais e educacionais, e que configuram os “corredores verdes” propostos; praças e parques existentes e também projetados, como o Parque Orla Ferroviária; além da Via Parque proposta associada ao Córrego da Servidão Naturalizado; que influenciará o comportamento das pessoas promovendo o convivio social e contribuindo para a manutenção da vida pública. BELA

A

VIST

ÃO

IR

BE

RI

DO

RO

OU

OU RO

PARQUE LINEAR ORLA FERROVIÁRIA IRÃO

DO

RIBE

Integrante do sistema de espaços livres de uso público, qualificados e destinados à atender a população não só local como da cidade em si, a proposta para o parque faz parte de um desejo antigo da população de Araraquara, e aborda novos usos e novas formas de apropriação da Orla Ferroviária.

OURO RIBEIRÃO DO

EGO

CÓRR

ÁGUA

BRAN

CA

0

500m 1km

1.5km

83 ÃO

A DE

LINH

ALTA

TENS


ES

UZ

S

CR

DA

RI

BE

IR

ÃO

EIXOS E CONEXÕES UZ

ES

S PA IÓIS

PONTO NODAL DE CONEXÃO

RI

BE

IR

ÃO

DA S

UA

DO

CR

Além das diversas conexões propostas pelos corredores verdes, o ponto nodal tem como maior objetivo integrar as duas partes da cidade sendo um ponto onde se priorizará essas conexões através da criação de equipamentos que poderão ser utilizados pelos dois bairros.

- Arborização (“corredor verde”) - Recuperação de fachadas históricas escondidas por letreiros comerciais - Recuperação dos paralelepípedos das Avenidas Brasil e São Paulo - Criação de um boulevard com mobiliários urbanos e que incentivem o estar - Criação de percussos históricos de fins turísticos e educacionais que contem a história da cidade e que deem especial atenção para a questão do rêgo d’água de abastecimento populacional (águas do Córrego da Servidão)

UZ

ES

EIXO HISTÓRICO CR

AT

AT

RIBEIR

ÃO DAS CRUZES

EIXO HISTÓRICO

IRÃO

RIBE

DAS

RR

Requalificação da Rua Antônio Prado, rua histórica que acolheu hospedarias, armazéns e comércio na expansão cafeeira e utilização intensa da ferrovia como meio de transporte de pessoas e cargas, diversificando o seu uso e requalificando seu espaço através de uma rua compartilhada, inserção de mobiliários urbanos e reativação da vida urbana.

EG

O

S DO

IN

RT

MA S

84

EIXO “VIA PARQUE” A requalificação da atual Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira (“via expressa”) manterá sua característica de conectora de norte a sul da cidade, mas tratá a população uma maior qualidade de vida através da apreensão da rua como espaço público passível de ocupação de pedestres e de fruição pública. RO

OU

RO

OU

RR

EG

O

ÃO

DO

DO

P CA

I

BE

DO

RI

O RÃ

ÃO

IR

BE

RI


LAGO

LAGO

CONEXÃO ENTRE OS EQUIPAMENTOS DA FONTE LUMINOSA E O SISTEMA “VIA PARQUE”/”PARQUE ORLA FERROVIÁRIA Fazer com que essa região deixe de ser os fundos do Centro de Convenções e Equipamentos da Fonte Luminosa criando conexões e novas aberturas para a “Via Parque”. O

EG

RR

O

NH

RI

EI

NH

PI

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

CÓRREG

O

DA

CAIXA D´Á GUA

SISTEMA DE CORREDORES VERDES

EGO

CÓRR

Os corredores verdes promoverão a integração entre as duas partes da cidade através da marcação de caminhos que levam, nos dois sentidos, até o Parque da Orla Ferroviária, centro de integração entre a Vila Xavier e a Região Central da Cidade. BELA

A

VIST

ÃO

IR

BE

DO

RO

OU

OU R

O

RI

IRÃO

RIBE

OURO RIBEIRÃO DO

DO

CICLOVIA

EGO

CÓRR ÁGUA CA

BRAN

- Conexão entre o Parque do Basalto, o Parque Pinheirinho, o “Parque Orla Ferroviária” (projetado) e as áreas de proteção ambiental do Ribeirão do Ouro. - Conexão entre a região norte e região 500m 1km 0 sul da cidade - Inserção margeando a “Via Parque” (projetada) para que possa ser utilizada não só para lazer mas também para deslocamentos diários. - Presença de bicicletários ao longo de toda a ciclovia em especial nas proximidades do terminal de integração

1.5km

85 ÃO

A DE

LINH

ALTA

TENS


ES

UZ

S

CR

RI BE IR ÃO

DA

RI BE IR ÃO

DA S

UA

CR

UZ

DO S PA

ES

IÓIS

PARQUE URBANO

Região da Nascente do Córrego da Servidão

Área 2: Centro cívico e tecnológico - Centro comunitário e praça cívica para a realização de eventos e promoção de debates e encontros - Pavilhão expositivo de tecnologia e ciência desenvolvidas tanto na cidade quanto na região - Teatro de Arena e cinema a céu aberto - Espaços de oficinas de capacitação da população e de trocas de conhecimento

Áre

-C no ho -C co no Lop - Es zaç -M de - Ár pla po en

CR UZ E

S

AT

AT

RIBEIR

ÃO DAS CRUZES

- Promover atividades de conscientização da população em relação à importância do córrego - Área de proteção à nascente na “Via Parque” (atual “via expressa”) com espaços de contemplação e apreciação da natureza

IRÃO

RIBE

DAS

RR

EG

Área 4: Complexo histórico

O

S

DO MA RT IN S

- Museu ferroviário - Passeio de Maria Fumaça - Restauro das composições e locomotivas que poderão receber novos usos como restaurantes ou lojas de artesanatos locais - Memorial da cidade e Memorial do Imigrante nos antigos armazéns da ferrovia - Valorização do Largo da Estação para fruição de pedestres através de uma rua compartilhada - Revitalização e ativação da Rua Antônio Prado (diversificação de usos, mobiliários urbanos, rua compartilhada)

86 RO

OU

RO

OU

RR

EG

O

O

DO

DO

PÃ CA

I

BE

DO

RI

O RÃ

ÃO

IR

BE

RI


LAGO

Parque do Basalto e Parque do Pinheirinho - Conecção com o Parque Orla Ferroviária através de pistas de caminhada e ciclovias - Requalificação - Replantio das Áreas de Proteção Permanente (APP) - Jardim Botânico - Áreas de trilha e arborismo - Incentivo à realização de eventos públicos como shows, competições, etc.

Área 1: Complexo de esporte, lazer e recreação

O

NH

RI

EI

NH

PI

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

CÓRREG

O

DA

CAIXA D´Á GUA

- Complementação dos equipamentos públicos existentes na região da Fonte Luminosa - Piscinas públicas, academias ao ar livre, pistas de skate, quadras poliesportivas, ginásios - Sistema de trilhas pelo parque - Áreas de gramado - Praça de alimentação

O

EG

RR

ea 3: Polo Cultural e Artístico EGO BELA VIST A

IRÃO

CÓRR ÃO

IR

BE

DO

RO

RI

OU

Criação de uma biblioteca pública o edifício do antigo supermercado Sé, oje desocupado Criação de equipamentos culturais omo escola de música, dança e artes os galpões da antiga fábrica Dianda pes, edifícios de 1930. spaços de apropriação e de socialição Museu de Arte a céu aberto com obras e artistas locais reas verdes de conexão e contemação com a presença de regiões ossíveis de alagamento (controle de nchentes) DO

RIBE

RO

OU

Ribeirão do Ouro - Replantio das Áreas de Proteção Permanente (APP) - Desenvolvimento de projetos de educação ambiental - Espaços de contemplação natural e contato com o corpo d’água - Controle da qualidade das águas e de áreas de enchente - Naturalização do seu leito na região da “via expressa” em conjunto com a via parque proposta.

OURO RIBEIRÃO DO

ÁGUA EGO CÓRR

CA

BRAN

Área 5: Horta Urbana

ÃO

A DE

LINH

ALTA

TENS

- Incentivo à uma produção de alimentos em harmonia com a natureza - Espaços para feira urbana, para a realização de oficinas de gastronomia sustentável e para a realização de oficinas de artesanato. - Inserção de habitação de Interesse Social - Plano Diretor - nos vazios urbanos existentes. - Centro de coleta e reciclagem de lixo.

0

500m 1km

1.5km

87



04

ÁREA DE PROJETO: O PARQUE DE CULTURA E ARTE


90


91


CARACTERIZAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO

Com uma área de aproximadamente 141.600 m², nosso segundo recorte é uma aproximação estratégicamente escolhida por possuir exemplares de diversos produtos físicos do processo de urbanização da cidade, além de temporalidades significativas onde a passagem do tempo deixou marcas importantes. Têm como característica ser uma região muito próxima ao centro da cidade e ao terminação de integração rodoviário, onde há grande concentração de equipamentos de educação, lazer, saúde, cultura, assim como, de ruas comerciais e uma grande quantidade de pessoas circulando durante o dia, com uma infraestrutura já consolidada, cobiçada pelo mercado imobiliário e marcada por disputas entre os vários atores urbanos.

1. Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a “Via Expressa”. Fonte da imagem: A cidade on. 2. A cidade dividida: região central, “via expressa”, vale ferroviário e Vila Xavier. Fonte da imagem: Hangar Ultraleves imagens aéreas 3. Região Central. Fonte da imagem: Hangar Ultraleves imagens aéreas. 4. Distrito Vila Xavier. Fonte da imagem: Hangar Imagens aéreas

92

1

2


3

3

2

4

1

4

93


DIRETRIZES PROJETUAIS Adensamento O Parque está inserido, de acordo com o Plano Diretor de Araraquara, em um “Corredor Estrutural de Urbanidade”, dentro de uma “ZOEMI AEU ACOP,” uma área da cidade caracterizada pela priorização de estratégias de indução e consolidação do processo de urbani-

Aumento do gabarito em direção à via e ao parque.

Promover a diversificação dos usos nas margens da Via Parque, com edificícios habitacionais de uso misto que atraiam pedestres para a região.

94

zação. Por isso, nossa proposta é intensificar e acelerar esse processo trazendo para essa região um adensamento de edifícios habitacionais de uso misto justificando a existência da alta infraestrutura existente. A ideia é que pessoas de diferentes classes sociais e de idades possam usufruir dessa infraestrutura pois, para planejar um lugar onde as pessoas sejam protagonistas, é preciso que elas estejam alí.

Diminuição do gabarito em direção ao parque.

Manter a tipologia característica de habitação econômica/ operária nos arredores do parque na face voltada para a Vila Xavier.


Ruas do entorno Uma das propostas para o entorno, pensando sempre na relação do pedestre com a cidade, foi escolher ruas estratégicas que ligam o parque à equipamentos urbanos existentes e às duas partes da cidade formando corredores verdes que conduzem o pedestre leste-oeste e que fazem alusão à características próprias da cidade como a Rua Voluntários da Pátria. As ruas compartilhadas nas suas imediações estimulam o convívio harmônico entre os diferentes modais e o pedestre, buscando reforçar o caráter da rua como espaço de fruição pública. Essas ruas também

marcam o caminho que liga tanto o terminal de integração rodoviário e a Estação Ferroviária, (cuja a proposta é que abrigue o Museu Ferroviário já existente como também uma estação de VLT), até as entradas principais do parque. Essa rede de ruas qualificadas aliada às diretrizes de adensamento trarão uma quantidade significativa de pessoas para a região que não estarão só de passagem, mas que também poderão morar e usufruir de toda a infraestrutura existente.

Corredores verdes que conduzem o pedestre até o parque. Ruas Compartilhadas Via Parque Terminal de integração de ônibus Estação ferroviária - proposta: abrigar tanto o Museu Ferroviário ja existente, quanto uma estação de VLT que ligaria a cidade no sentido Norte - Sul e que, traria vitalidade à região

Recorte área de Projeto

N

0

50

100 150m

N

0

50

100 150m

95


1. VIA PARQUE Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira (“Via Expressa”)

0

25

50

1. Edifícios Habitacionais: de até 5 pavimentos e térreo ativo trarão pessoas convivendo na região e se apropriando de toda a insfraestrutura disponível.

2. Destamponame go da Servidão com educativo mostrand cia das águas urba guração das cidade 3. Via Parque: redu cidade dos automó cia do pedestre, a qualificação urbana

75 100

9

Corte esquemático da situação existente. (sem escala)

1

12

10 13

11 2

9. Fachada ativa que qualificam as dinâmicas do passeio público. 10. Priorização do pedestre. Corte esquemático da situação proposta. (sem escala)

96

11. Sistema de drenagem através de jardins de chuva.

12. Incentivo ço público atra de espaços qu rios, iluminação mentos de apoi


ento do Córremo mecanismo do a importânanas na confies. ução da veloóveis, preferenarborização e a.

4. Convívio harmônico entre diferentes modais e pedestres. 5. Arborização. 6. Ampliação de calçadas 7. Convite à atividade de rua. 8. Incentivo à meios de locomoção sustentáveis como o VLT.

6 3 8 7

Perspectiva que mostra os edifícios habitacionais com térreos ativos, fruição pública e a via parque.

4

14

à fruição do espaavés da presença ualificados, mobiliáo pública e equipaio.

13. Regiões de alargamento do calçadão para contemplação do córrego 14. Rua compartilhada.

Perspectiva que a entrada do Parque Cultural, e a rua compartilhada Antônio Prado que liga esse ponto ao Museu Ferroviário.

97


2. RUAS COMPARTILHADAS

Rua Antônio Prado; Av. Major Dário Alves de Carvalho; Rua Doutor Antônio Picaron; Av. Benedito da Silveira Cruz

0

25

50

75 100

7

5

3

8

2 9

4

1. Ruas com fluxo baixo de veículos. 2. Preferência do pedestre. 3. Incentivo à interação social 4. Mobiliários urbanos 5. Limite de velocidade de 30km/h. 6. Iluminção de pedestres

98

7. Arborização 8. Nivelamento da pavimentação criando uma superfície contínua e integração espacial. 9. Resgate da função pública das ruas 10. Instalações de arte


3. CORREDORES VERDES

Av. José Bonifácio; Av. Feijó; Av. Espanha; Av. Antônio Lourenço Corrêa; Av. Carlos Batista Magalhães; Av. Major Dário Alves de Carvalho.

0

25

50

75 100

1. Arborização das ruas que chegam ao parque e marcam o caminho até ele. 2. Relação com características já existientes da cidade. (Ex.: Rua Voluntários da Pátria)

3. Irradiação do parque para a cidade.

99


Acessos e conexões Dois eixos Norte - Sul principais conectam os diferentes programas do parque urbano: A Via Parque (externo) e uma série de caminhos e trilhas internas ao parque. Os Corredores verdes fazem a conexão Leste - Oeste entre o parque e a cidade mas, o eixo principal de conexão entre as duas faces da cidade se dá por um caminho interno ao parque que, ao mesmo tempo que conecta, promove uma série de experiências. Foram preservados os acessos existentes e que ja estavam no repertório da população, qualificando - os e convidando para a descoberta do lugar.

1

2

3

4 Acessos principais ao Parque (recorte Pólo Cultural e Artístico) Acessos pelos equipamentos culturais

CENTRO CÍVICO E TECNOLÓGICO

Conexão Norte - Sul interna entre os vários núcleos programáticos do Parque Urbano Conexão Leste - Oeste: integração entre as “duas cidades” (região central e Vila Xavier)

2 1 REGIÃO CENTRAL

PÓLO CULTURAL E ARTÍSTICO

VILA XAVIER

3 4

Conexão Norte - Sul iexterna pela Via Parque Conexão Leste - Oeste: Corredores Verdes.

COMPLEXO HISTÓRICO

Recorte área de Projeto N

0

100

50

100 150m

N

0

50

100 150m


Existências

Complexo Industrial da década de 1930 desativado

Uma de nossas diretrizes principais é a de criar um parque que dê significado aos edifícios, à arte, à cultura e a memória da cidade. Por isso a recuperação das edificações existentes e a sua ressignificação, dando novos usos e reintegrando-as à dinâmica da cidade, é parte integrante do processo de repensar as dinâmicas urbanas atuais.

Arquitetura industrial. Tijolo aparente, galpões em bom estado de conservação. Sua última utilização foi nos anos de 1990. Caixa d’água que é marco no bairro. Edificação descaracterizada que provavelmente faz parte do complexo industrial entretanto foi reformada para abrigar um supermercado. Desativado desde 2000, hoje encontra-se lacrado também. Armazéns da Ferrovia Também desocupados. Fazem parte do complexo ferroviário, sua fachada mostra que eles tiveram diversos usos ao longo do tempo.

Trilhos de trem em processo de desativação

1 2

I

3

4

IV

6

5

II

1

2

III

3

4

5

6

Marcações de acessos existentes: I. Acesso pela Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira II. Acesso pelos Galpões Industriais III. Acesso pelo Antigo Supermercado IV. Acesso pela Caixa d’água

0

25

50

75 100

101


As duas faces Tanto a região central de Araraquara quanto a Vila Xavier possuem especificidades muito próprias resultado da sua forma de ocupação histórica. A face voltada para o centro, com a típica agitação “metropolitana”, grande concentração de pessoas durante o dia e a sua relação com a via de tráfego de automóveis; e a face voltada para a Vila Xavier, mais tranquila e com características de bairro interiorano, alta densidade de habitações (muitas dessas, operárias) e concentração de crianças e idosos. Por isso, a proposta de Parque busca responder à esssas características, intensificando e preservando a condição da cidade onde o parque está inserido, sendo, essas faces, uma extenção da dessa própria cidade.

102

N

0

50 100 150m

Face voltada para o centro: grande concentração de pessoas; relação com a via; característica mais de agitação; verticalização. Proposta: ruas internas, ciclovia, mobiliários urbanos, calçadão, intervenções que promovam uma resposta condizente com a realidade do entorno. Face voltada para a Vila Xavier: Mais tranquila; realidade de bairro; concentração de idosos e crianças. Proposta: gramado, pomar, espaços de estar e apropriação, instalações, mobiliários urbanos que promovam a interação entre os moradores e o espaço público.

0

50 100 15


Setorização Um das primeiras ações no térritório foi setoriza-lo de acordo com o programa a ser desenvolvido em cada região. Isso nos guiou na definição dos espaços e no desenho dos acessos e caminhos, organizando o espaço e contribuindo para uma composição projetual condizente com as necessidades do lugar. As regiões de recepção e convite têm como objetivo anunciar a chegada ao parque, preparando o pedestre para experimentar o parque; o Núcleo Cultural e artístico recebe todo o programa do parque que se distribui nos galpões

existentes e promove a integração as diferentes artes e a natureza; a área de alimentação e artes voltadas à gastronomia, ao mesmo tempo que oferece serviços aos usuários, estimula a interação e a arte do cozinhar; e, por fim, as áreas de transição anunciam, ao pedestre que cruza o parque no sentido norte - sul, a mudança do programa e a integração entre todos os programas do parque urbano.

Transição para os outros programas do Parque.

1

1. Transição entre o Pólo Cultural e Artístico e o Centro Cívico e Tecnológico. 2. Transição entre o Pólo Cultural e Artístico e o Complexo Histórico

Recepção e convite. Alimentação e artes voltas à gastronomia.

2

Núcleo cultural e artístico Recorte área de Projeto

N

0

50

100 150m

N

0

50

100 150m

103


Caráter do Parque O diálogo entre dois diferentes caráters de parques urbanos promovei a existência uma complexa rede de experiências ao parque. Nas bordas voltadas para a cidade, predominam característiscas de um parque urbano contemporâneo que responde às condições da cidade em que está inserido; já no miolo, sua naturalização pretende trazer o caráter de parque urbano tradicional, um oásis urbano que se apropria da natureza e de elementos pinturescos para promover espaços de contemplação e descoberta.

N

0

50

100 150m

Parque urbano Tradicional

Central Park. Exemplo de Parque Urbano Tradicional. Fonte da imagem: https://www.novayork.net/central-park

Local de escape da cidade; naturalizado. Paisagem e a natureza como forças dominantes. Oásis Urbano. Caráter contemplativo. Trilhas; arborização densa; lugares de contemplação do natural; descoberta; pinturesco; prática da deriva ao caminhar.

Parque Urbano Contemporâneo Reflete a condição da cidade em que está inserido; extensão da cidade com o propósito de manutenção e intensificação das interações sociais

Áreas de transição

Parque La Villette. Exemplo de Parque Urbano Contemporâneo. Fonte da imagem: https://www.archdaily. com.br/

104

N

0

50

100 150m


N

0

Esse miolo denso de vegetação e com aspéctos naturais que caracteriza todo o parque urbano em seus diferentes programas e que dialoga com as bordas artificializadas, aliado aos corredores verdes, funciona como um núcleo natural que irradia para a cidade modificando não só sua configuração urbana mas também a relação dos seus habitantes com a natureza. Um epcentro que se espalha para a cidade através de dedos verdes e que busca, além de

50

100 150m

conscientizar a população, oferecer novas formas de lazer e de infraestrutura voltadas aos pedestres, reativando não só a área imediatamente ao redor do parque, como também, impactando outras regiões da cidade, contribuindo para a valorização das interações entre pessoas - cidade - natureza, assim como trazendo melhora na qualidade do ar, minimização de enchentes, etc.

105

0

50

10


ENFIM, O PARQUE DE ARTE E CULTURA O projeto, então, foi desenvolvido pautando-se em questões como a valorização das interações humanas através da produção de espaços públicos democráticos, saudáveis e inclusivos, destacando-se os elementos naturais nas composições urbanas, promovendo a identificação histórica e cultural da população com a cidade, ressignificando espaços hostis à vida urbana através de um urbanismo que articula pessoas e tecido urbano. Um lugar onde a dimensão humana é a protagonista nas relações cotidianas e que contribui para uma diversidade de usos, habitantes e temporalidades, valorizando as pré-existências históricas e dando à elas uma nova abordagem condizente com a cidade contemporânea. O Parque de Arte e Cultura foi pensado como pivô da intervenção urbanística, sendo um mecanismo urbano de conexão entre a região central da cidade e a Vila Xavier, e que dá significado aos edifícios pré-existentes, à arte e à memória da cidade, revelando as potencialidades do território e, também, sendo um mecanismo pedagógico e de mudança de pensamento da população, além de oferecer espaços livres 106


107


qualificados em uma tentativa de reconversão de um espaço antes hostil e desqualificado em um parque público de aproximadamente 143 km² que, inserido em um sistema maior de parques, com diferentes programas e estratégias de composição urbana e paisagística, configuram um anel verde que abraça a cidade. Todo o parque foi organizado a partir da Alameda Principal, eixo central de conexão leste – oeste, que se constitui como elemento “alinhavador” que “costura” e permite que o parque se torne um componente importante de interação entre as duas “cidades”. Além disso ela é o eixo estruturante de todo o parque por onde o programa se desenvolve e as coisas acontecem. Sua dimensão se modifica ao longo do percurso assim como as sua fisionomia e visuais em resposta às diferentes características do espaço ao longo do parque.

Essa alameda percorre quatro diferen108

tes momentos: A Praça de Acolhimento da face voltada para a região central que reproduz as características de agitação urbana em que está inserida e que dá acesso principal ao parque através da Via Parque, recebendo, acolhendo e preparando o pedestre para experienciar o parque e onde estão localizados os dois galpões pré-existentes da ferrovia que recebem e abrigam espaços expositivos e de interação com a população;

o miolo, com características naturalizadas e predomínio de cobertura vegetal e densas massas arbóreas que se consolida como “oásis urbano” remetendo ao parque urbano tradicional, naturalizado e como local de escape da cidade, que conecta norte-sul o Polo Cultural e Artístico aos outros programas do Parque principal e que propõe diferentes relações com a natureza através de trilhas, plataformas de elevação que promovem a experiência de andar sobre a copa das árvores, o contato com


a água através da bacia de retenção e ciclovia que atende não só as necessidades de deslocamento mas também de lazer;

o núcleo programático do parque onde localizam-se a maior parte das edificações pré-existentes e que abrigam o programa cultural e artístico como as escolas de música, dança e teatro; as oficinas e a área gastronômica; além da midiateca e dos espaços de convívio e socialização que se formam entre esses edifícios;

e, finalmente, a Praça de Acolhimento voltada para a Vila Xavier, com mecanismos de interação com a população que tem como objetivo a promoção de ações de urbanismo tático cujo o intuito é trazer para a população elementos urbanos que interajam e respondam à demanda por espaços públicos qualificados. Com dimensões compatíveis com a realidade local, ela pretende responder à realidade local da Vila Xavier, sendo aconchegante e de fácil acesso.

Outro ponto importante do projeto é a relação com a água em diferentes registos. No córrego destamponado que dialoga com a Via Parque; na Bacia de Retenção que captura as águas excedentes de chuva e miniza a ocorrência de enchentes; e a água como espetáculo nos espelhos d’água da Praça de Acolhimento do Centro e nas região programática através dos aspersores. 109


25

24

9 8

20 18

2

19

27 13

10

22

14 3

12 4 14

27 2

27

110

24

16

7

26

24

15

11

5

21

17

6

5

1

23

24


1. Via Parque

Plano Geral

2. Ciclovia 3. Rua Interna de Pedestres (ligação norte-sul)

27

4. Praça de Acolhimento do Centro 5. Galpões expositivos e de recepção 6. Alameda Principal (ligação leste-oeste) 7. Bacia de Retenção de água da chuva 8. Trilhas elevadas 9. Trilhos da ferrovia remanescentes 10. Trilhas 11. Escola de Música 12. Escola de Dança e Teatro

27

13. Pavilhão Cultural 14. Apoio/Acervo/Depósito 15. Midiateca 16. Casa do Artista e Território das Artes 17. Área comum de interação e socialização entre os programas do parque 18. Pavilhão gastronômico

27

19. Aspersores d’água 20. Pomar 21. Antiga Caixa d’água (mirante) 22. Ruína 23. Praça de Acolhimento da Vila Xavier 24. Ruas compartilhadas 25. Região de transição para o Centro Cívico e Tecnológico 26. Região de transição para o Complexo Histórico 27. Corredores verdes

111


Programa das edificações O conjunto de atividades proposto tem como objetivo garantir a diversidade de público, fomentando o interesse pelas artes e as trocas culturais. A tradição cultural da cidade, apelidada de “Capital das Artes” durante os anos de 1940 e 1950 e a existência de diversos artistas locais que contribuíram para a difusão do modernismo no interior do estado de São Paulo, reforçam o programa do parque e buscam retomar a relação da cidade com a arte e a cultura.

6 5

1

Um parque que ressignifique os edifícios existentes, que contribua para a qualificação do espaço urbano e que faça alusão à memória e à arte local. Assim, foi feito um estudo programático inicial para essas edificações, buscando entender a relação delas com o parque e com a população. Os galpões da ferrovia localizados na Praça de Acolhimento do Centro buscam receber e apresentar o parque ao pedestre a partir de um programa de exposições, salas de mídia e locais de encontro; a instalação da Escola de Música, da Escola de Dança e Teatro e dos Pavilhões de oficinas nos galpões da antiga fábrica configuram, junto com a Midiateca, um complexo cultural até ainda inexistente na cidade. 112

1. Galpões de recepção: exposições das oficinas e do trabalho realizado dentro do complexo cultural, guias informativos, banheiros, espaços de encontro, salas multimídia e espaços de apropriação; 2. Escola de Música: área de recepção e estar, banheiros, administração, copa e depósitos, oficinas de estudo e ensaio, salas de aula e concertos; 3. Escola de Dança e Teatro: área de recepção e estar, banheiros, administração, copa e depósito, espaços de apresentações e apropriação, circulação

vertical, salas de a

4. Midiateca: ár tar, banheiros, ad depósito, acervo banco de imagen multimídia e audi oconferência, ca terminais de aces las de projeção, ço de apropriaçã mobiliários e mec

5. Pavilhão Cult posições e aprop de recepção e es


1

Conexão interna entre a Escola de Música, de Dança e Teatro e a Midiateca.

4 3

2 7

aula;

rea de recepção e esdministração, copa e (vidioteca, discoteca, ns + equipamentos de iovisual), salas de videafé, espaço expositivo, sso à internet, foyer, saárea multimídia, espaão, módulos de leitura, canismos de interação;

tural: Espaços para expriações culturais, área star, banheiros, adminis-

tração, copa e depósito, acervo, oficinas de arte (desenho, pintura, escultura, gravura e cerâmica);

Conexão externa das edificações através de uma passarela.

6. Pavilhão Gastronômico: área de recepção e estar, banheiros, administração, copa e depósito, cozinha coletiva, restaurante, café, oficinas de gastronomia. 7. Casa do Artista e Território das Artes: espaço de apoio aos artistas araraquarenses e sede da organização. Criação de um espaço externo comum entre os galpões de estímulo às trocas sociais e culturais.

113


Caminhos típicos internos Toda a infraestrutura de caminhos do parque foi pensada para, além de promover experiências diversas, responder também, às necessidades e imposições do lugar diagnosticadas durante a fase de leitura do espaço.

5

A partir do estudo da topografia da área, os caminhos foram traçados buscando a coesão do parque e, principalmente, a conexão tanto entre as duas partes da cidade, quanto a conexão do parque urbano na sua totalidade e nos seus vários programas.

4 2

Conexão Leste - Oeste entre o Centro e a Vila Xavier. Conexão Norte - Sul entre os diferentes programas do Parque Urbano (ao norte o Centro Cívico e ao sul o Complexo Histórico) Caminhos lúdicos e contemplativos

114

1

1. Esquema Alameda Principal.


3. Esquema deck sobre a lagoa de retenção.

3

4. Esquema trilhas.

2. Esquema Rua Interna com a ciclovia.

5. Esquema trilhas elevadas.

115


Corte AA’ Aproximação 1

Corte AA’

0

Aproximação 2

Aproximação 1

Corte AA’ 116

5

10 15m

Aproximação 2


Corte geral transversal

0

5

10 15m

A

A’

117


Corte BB’

Aproximação 1

Corte BB’

Aproximação 2

Aproximação 1

Corte BB’ 118

0

5

Aproximação 2

10 15m


Corte geral longitudinal B

0

5

10 15m

B’

119


Arborização Uma das nossas primeiras diretrizes projetuais sempre esteve relacionada à arborização da região de estudo, reflorestando toda a orla ferroviária e criando um “anel verde” que conectaria o parque urbano planejado à outros dois parques ja existentes, o Parque Pinheirinho e o Parque do Basalto, criando um sistema de parques que modificaria a forma como a cidade se relaciona com a natureza e com os elementos constituintes do urbano.

Essa idéia de “oásis” urbano que dialoga com a cidade e com programas de parques contemporâneos, também aparece com força no nosso recorte de projeto como uma das diretrizes principais de organização espacial do Parque de Arte e Cultura, como ja foi observado.

FERROBAN

FERROBAN

LAGO

LAGO

RÃO

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

RIBEI

DAS

CRUZES

LAGO

RIBEIRÃO TANQUINHO CÓRREGO DO

DAS

AT

O CÓRREG

DO

TANQUI

NHO

CRUZES

AT

AT

AT

AT

AT

AT

AT

Parque do Basalto

TANQUINHO CÓRREGO DO

AT

AT

O

CÓRREG

CRUZES

AT (CTEEP)

AT

DAS

DO

AT

ÃO

HAL

SERRAL

Área de projeto

CÓRREGO

REDE

DE

DO

TRANSMISSÃO

CUPIM

RIBEIR

CÓRREGO

2

DO CUPIM

LAGO

CÓRREGO

DO

MARIVAN

CÓRREGO CRUZES

DO CUPIM DAS

RIBEIRÃO

LAGO

LAGO

S

RÃO RIBEI

CRUZES

PAIÓIS DOS

RIBEI

SEST SENAT

RÃO

DAS

ÁGUA

RIBEIRÃO

Dispositivo Viário Eng.Civil Omar Maksoud

DO

Parque do Pinheirinho

1

CRUZE DAS

PONTE WALTER MEDEIROS MAURO

LAJEADO RINHO O

PINHEI

CAIXA D´ÁGUA

AV. EDIL MICHETTI

AV. ELVIRA DORSA BIASIOLO

CÓRREG

AT

AT

PISTA DE

RIBEIRÃO

DAS CRUZES

ÁGUA

DOS

PAIÓIS

CÓRREGO

DA

BIASIOLO

MOTOCROSS

CÓRREGO BELA VISTA

MEIAS LUPO S/A

O

DO

OURO

CRUZES

RIBEIRÃ

DAS

OURO

RIBEIRÃO

DO RIBEIRÃO

CÓRREG O

DOS S

MARTIN

OURO RIBEIRÃO DO

CÓRREGO ÁGUA BRANCA

DE

ALTA

TENSÃO

LINHA

O RIBEIRÃ OURO

DO

OURO

CÓRREG O

CAPÃO

DO

DO

RIBEIRÃO

PAIVA

OURO

RÃO

OURO

RIBEI

DO

DO

CÓRREGO

CAPÃO DO

RÃO RIBEI

PAIVA

DO

OURO

RIBEIRÃO DO

OURO

BT

(CPFL)

RIBEIRÃO

BT

(CPFL )

0

120

500m 1km

1.5km

A ideia geral de um miolo naturalizado e denso de vegetação, um epcentro verde que reverbera para a cidade, ganha força na medida em que pensamos esse recorte em um contexto maior, como um recorte de experimentação de uma lógica a ser replicada e adaptada para todo o Parque. Essa concepção inicial vem acompanhada de outras diretrizes que juntas pretendem promover diferentes experiências aos usuários do parque.


Vegetação A partir do plano geral de arborização, realizamos um estudo de como essa vegetação poderia se distribuir na implantação do parque e surgerimos uma paleta de espécies vegetais baseadas em algumas premissas: 01| Promover diferentes experiências através da distribuição das espécies vegetais 02| Costruir lógicas diversas a partir da sua distribuição: clareiras, adensamentos, gramados, renques, grupos, isoladas.. 03| Utilizar a questão da floração e da cor como elemento de pontuação de caminhos e promotora de diferentes experiências ao longo do ano. 04| Utilizar espécies que interajam com a população como espécies frutíferas 05| Recuperar as características de vegetação primária da cidade de Araraquara - predominantemente de floresta Latifoliada Tropica e Cerrado. O parque se organiza em cinco tipos diferentes de exploração paisagística: a Vegetação Remanescente; as Espécies

Pioneiras; os Gramados e Forrações; o Pomar e as Espécies Climax. Vegetação Remanescente: Preservação das espécies pré-existentes bem como a realização de seu manejo caso seja necessário; Espécies Pioneiras: Utilização de Espécies de Reflorestamento que possuem crescimento rápido e que irão fazer a recomposição vegetal do território; Gramados e Forrações: Utilização de espécies rasteiras, de pequeno porte que cumpram uma função estética e de criação de espaços de apropriação, e que protejam o solo; Pomar: Escolha de espécies vegetais que possuem frutos conhecidos e comestíveis promovendo mais um tipo de interação da população com parque através dos frutos; Espécies Climax: árvores de maior porte com crescimento lento, que corresponderá à estética final proposta para o parque.

121


Espécies pioneiras 1. Anadenanthera peregrina (Angico do cerrado); 2. Albizia niopoides (Farinha seca); 4. Libidibia ferrea (Pau Ferro); 5. Luehea (Açoita cavalo), 5. Ceiba speciosa (Paineira Rosa), 6. Schinus terebinthifolia (Aroreira Pimenteira), 7. Guazuma ulmifolia (Mutambo)

122

Gramados e Forrações 1. Baccharis dracunculifolia (Alecrim do campo), 2. Calliandra dysantha (flor do cerrado), 3. Zoysia matrella (grama zeon), 4. Arachis repens (grama amendoim), 5. Callisia repens (dinheiro em penca)


Pomar 1. Persea americana (abacate), 2. Malpighia glabra (acerola), 3. Morus (amora), 4. Anacardium occidentale (caju), 5. Psidium guajava (goiaba), 6. Plinia cauliflora (jabuticaba), 7. Artocarpus heterophyllus (jaca), 8. Mangifera indica (manga)

Espécies Climax 1. Handroanthus albus (Ipê amarelo), 2. Handroanthus impetiginosus (Ipê roxo), 3. Hymenaea stigonocarpa Mart. (Jatobá do cerrado), 4. Cariniana (Jequitibá), 5. Lecythis pisonis (Sapucaia), 6. Syagrus romanzoffiana (Jerivá)

123


4

3

5

2 1

4

124

6


APROXIMAÇÃO 1 : PRAÇA CENTRO Implantação

1. Ciclovia 2. Rua interna 3 Praça de Acolhimento Centro 4. Edifícios expositivos e de recepção (existências) 5. Marquise de conexão dos edifícios 6. Alameda principal

125


Corte AA’

Corte BB’ 126


APROXIMAÇÃO 1 : PRAÇA CENTRO Cortes

A

B’

B

A’

127


128


129


130


131


APROXIMAÇÃO 2 : Percurso de conexão através da Alameda Principal - Visão Seriada

6

7 8

5

1

2 3

4

1 132

2


3

4

5

6

7

8 133


4

2

1

2 3 5

6 134


APROXIMAÇÃO 3 : PRAÇA VILA XAVIER Implantação

1. Alameda Principal 2. Deck de intervenção 3. Praça de Acolhimento da Vila Xavier 4. Gramado com onldulações no terreno 5. Edificação de informações e recepção (existente) 6. Caixa d’água

135


Corte AA’

Corte BB’ 136


APROXIMAÇÃO 3 : PRAÇA VILA XAVIER Cortes

B

A’

A

B’

137


138


139


140


141



05

REFERÊNCIAS DE PROJETO


The High Line Park Localização: Nova Iorque Ano: 2008 Arquitetos: Diller Scofidio + Renfro A via elevada de linhas de trêm criada no início da década de 1930 para o transporte de mantimentos que abasteciam a cidade mas que estava desativada desde os anos de 1980 foi transformada em um parque suspenso de 2,5 km de extensão, reaproveitando e dando um novo uso para o patrimônio público abandonado, mantendo as características dos trilhos do trem e propondo interações não só entre as pessoas e a natureza, mas também entre as pessoas e o meio urbano.

Disponível em: https://www.arcoweb.com.br/noticias/internacional/parque-sera-construido-sobre-antigo-trilhos-de-trem-em-ny

144


Restauração do Canal Cheonggyecheon Localização: Seul – Coréia do Sul Ano: Arquitetos: governo metropolitano de Seul sob a direção do urbanista e paisagista Yun-Jae Yang. A recuperação do canal sufocado e tamponado pela urbanização e por ideais de desenvolvimento e progresso dos anos de 1940, consiste em restaurar seu papel natural, eliminando a via expressa que o encobria e suas vias elevadas, e introduzindo instalações de artes públicas, espaços para pedestres, arborização e implantação de um centro comunitário que atenda a população, reconfigurando as interações entre pedestres e veículos resultando em uma maior qualidade de vida para os morados de Seul.

Disponível em: https://br.depositphotos.com/150179486/stock-photo-cheonggyecheon-stream-and-seoul-cityscape.html https://projetobatente.com.br/ projeto-de-restauracao-do-cheonggyecheon/ https://www.archdaily.com.br/ br/920314/drenagem-urbana-sustentavel-para-a-concretizacao-de-metas-de-ods-onu?ad_ medium=gallery https://www.his-travel.co.id/ blog/article/detail/jalan-jalan-santai-di-tepi-sungai-cheonggyecheon-korea-selatan

145


Taichung Green Corridor Localização: Taiwan Ano: 2017 Arquitetos: Mecanoo Planejado ao longo de uma linha ferroviária de 1,7km de extensão que atravessa o centro da cidade, o projeto visa reutilizar a linha férrea conectando as diferentes partes da cidade através de um parque linear onde a preservação histórica e os recursos verdes e hídricos tinham papel primordial. O programa foi escolhido para intensificar o uso da área como um ponto nodal para a comunidade local.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/895545/mecanoo-projeta-parque-linear-ao-longo-de-ferrovia-em-taiwan

146


Cinemateca Brasileira Localização: São Paulo Ano: 1989; 2000 Arquitetos: Lúcio Gomes Machado, Eduardo de Jesus Rodrigues e Nelson Dupré. A cinemateca, fundada em 1940, ocupando uma série de galpões construídos em 1884 que abrigavam o antigo Matadouro Municipal, tem como características a reconfiguração das edificações, assimilando e evidenciando as intervenções feitas ao longo do tempo, inserindo um novo programa, protegendo-a e, ao mesmo tempo, resignificando seus espaços.

Disponível em: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/ arquitetura/nelson-dupre-centro-cultural-17-03-2009

147


Parque da Juventude Localização: São Paulo Ano: 2003 Arquitetos: Rosa Grena Kliass Complexo cultural, recreativo e esportivo localizado na Zona Norte do município de São Paulo construído no antigo Complexo Penitenciário do Carandirú. O parque ressignificou o lugar, dando espaço a equipamentos de lazer, cultura e educação, reformulando a relação da cidade com o local.

Disponível em: https://www. archdaily.com.br/br/880975/ p a rq u e - d a - j u ve n t u d e - p a i s a gismo-como-ressignificador-espacial/59d5613ab22e38daca000028-parque-da-juventude-paisagismo-como-ressignificador-espacial-imagem?next_project=no

148


Parque Urbano E Vivencial Do Gama Localização: Brasília Ano: 2012 Arquitetos: Leandro Rodolfo Schenk, Luciana Bongiovanni Martins Schenk, Mailton Carlos Sevilha, Lisandra dos Santos Casagrande, Michel Platini Barbosa. Primeiro lugar no concurso Parque Urbano e Vivencial do Gama – DF.

Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/895545/mecanoo-projeta-parque-linear-ao-longo-de-ferrovia-em-taiwan

149


150


151



06

BIBLIOGRAFIA


VALE, Ana Rute do. Expansão urbana e plurifuncionalidade no espaço periurbano do município de Araraquara (SP). Tese de Doutorado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista. Rio Claro, 2005.

FFNER, Amanda Bagaiolo; CINTRÃO, Conrado Ferri. O sistema trólebus de Araraquara – SP: memória e história do transporte coletivo no período de 1959 a 1999. Revista Brasileira Multidisciplinar - ReBraM vol 20, (supl.) n.1 - Araraquara 200 anos, 2017. https://www1.folha.uol.com.br/ c o t i d i a n o / r i b e i ra o p re t o / 2 0 1 4 / 0 6 / 1463313-araraquara-sp-inaugura-neste-domingo-1-sua-primeira-ciclofaixa.shtml

CINTRÃO, Luciana Márcia Gonçalves; JORGE, Wilson Edson. Os vazios urbanos na estruturação da cidade de Araraquara. 2005.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. COSTA, Luiz Flávio de Carvalho. Fotografia e memória em Araraquara. Cultura Acadêmica Editora. São Paulo, 2014.

https://www.acidadeon.com/araraquara/cotidiano/cidades/NOT,0,0,1425954,com+apenas+4+km+ciclovia+vira+artigo+de+luxo+em+araraquara.aspx

TELAROLLI, Rodolpho. Poder local na República Velha. Editora brasiliense, 1977.

http://www.revistacidadeararaquara. com.br/cidade/o-fim-da-cta

FRANÇOSO, Luís Michel. A modernidade é uma serpente. Dissertação de Mestrado, apresentada ao Programa de Pós – Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp, Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Araraquara, 2015;

http://www.revistacidadeararaquara. com.br/cultural/60-anos-de-historia-conta-a-trajetoria-da-companhia-troleibus-araraquara

FULLER, Beatriz B. Caracterização espaço-temporal dos recursos hídricos superficiais da sub-bacia do ribeirão do Ouro, Araraquara, SP. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário de Araraquara, Araraquara, SP. 157 p, 2008. CINTRÃO, Janaina Florinda Ferro; ALVES, Eduardo Rois Morales; LUZ, Adriana da; SO-

154

ORSI, Rafael Alves. Mobilidade Urbana em Araraquara/ SP: Desafios para uma cidade de porte médio. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n. 39 v. 1, p. 199-214, Jan./Jun., 2017. ISSN: 2176-5774 DONATO, Isabela Zani. Movimento Moderno, planejamento urbano e poder local em Araraquara/SP> O processo de elaboração e implementação do primeiro Plano Diretor – 1950 a 1982. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade


de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. São Carlos, 2014. GONÇALVES, L. M. Quarto Congresso Luso-Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional, Integrado, Sustentável, 2010. Os vazios urbanos como elemento estruturador do planejamento urbano. Universidade do Algarve, Faro, Portugal. Disponível em: < http://pluris2010.civil.uminho.pt/ Actas/PDF/Paper147.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2015. SANTOS, Matheus Henrique de Souza. Análise da Revisão do Plano Diretor de Araraquara – SP (2014): Em discussão o papel do Legislativo e os pilares da participação no planejamento urbano. Dissertação de mestrado da Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 2018.

Voluntários da Pátria e Prefeitura Municipal de Araraquara. VARGAS, Claudia Regina. - Aventuras e desventuras da modernidade – publicado no caderno especial da Tribuna Impressa de Araraquara de 22 de agosto de 1999, p. 41. Claudia Regina Vargas - Aventuras e desventuras da modernidade – publicado no caderno especial da Tribuna Impressa de Araraquara de 22 de agosto de 1999, p. 41. Levantamento Histórico da área central de Araraquara realizado pela Prefeitura Municipal de Araraquara e Secretaria Municipal de Cultura. Maio de 2017. TELAROLLI, Rodolpho. Para uma História de Araraquara.

PDDPA, Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara. Lei Complementar nº 850 de 2014. VALE, Ana Rute do. Expansão urbana e plurifuncionalidade no espaço periurbano do município de Araraquara (SP). Tese elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista. Rio Claro, 2005. KAPPA Magazine. Especial Araraquara: Conheça a história da industrialização de Araraquara. Ano 5, Edição 91, nº1. Agosto de 2014. LEMOS, Alberto. História de Araraquara. Edição do Museu Histórico e Pedagógico

155


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.