Avaliação de alunxs de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda

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Relatório de avaliação do Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Universidade Federal Fluminense

Aos avaliadores do Ministério da Educação

Niterói, 12 de março de 2015



O Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACO-UFF) disponibilizou um formulário online em que os estudantes puderam avaliar o currículo e professores da habilitação Publicidade e Propaganda, bem como questões estruturais do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) e da Universidade. Em nosso curso, há uma tendência ao boicote ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Em geral, os alunos discordam do caráter

punitivo

da

prova,

que

também

desconsidera

especificidades/regionalidades de cada curso e impõe uma lógica mercadológica ao promover um ranking entre as instituições de ensino superior. A avaliação promovida pelo Diretório Acadêmico, junto ao corpo estudantil, tem o objetivo de identificar os principais problemas do nosso curso para, além de auxiliar no parecer do Ministério da Educação, também nos guiar, enquanto estudantes, a lutar e pautar melhorias para a nossa Universidade.


Em sua opinião, o currículo possui um equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas?

Sim, mas deveria ter mais aulas teóricas do que práticas

17% 33%

17%

Sim, mas deveria ter mais aulas práticas do que teóricas Não, há mais disciplinas teóricas Não, mas é interessante ser um curso mais prático

33%

Observamos que a maior parte dos alunos (66%) percebe um desequilíbrio entre as disciplinas práticas e teóricas. Pelas respostas, podemos depreender que o corpo discente considera que há uma sobrecarga de disciplinas teóricas e gostaria que o curso fosse mais prático.

Os laboratórios de edição possuem a quantidade de computadores suficiente?

5%

42%

Não, faltam muitos computadores Não, mas faltam poucos computadores

53%

Sim, mas muitos não funcionam


A grande maioria (95%) apontou que a quantidade de computadores nos laboratórios não é suficiente à demanda das turmas. Na habilitação, diversas disciplinas de design gráfico e edição de vídeos utilizam o laboratório do IACS. O número de computadores disponíveis não contempla as turmas, geralmente cheias.

Os computadores possuem os programas/softwares necessários para as disciplinas?

26%

32%

Sim, mas os computadores ficam lentos/não funcionam direito Sim, o pacote de programas instalado atende as demandas das disciplinas

42%

Não. Faltam programas/softwares essenciais para a formação

Ainda que tenhamos poucos computadores, eles possuem, segundo os alunos, os programas/softwares necessários para o ensino e bom andamento das aulas.


Os equipamentos da universidade como câmeras, tripés, microfones, computadores e equipamentos de áudio funcionam e são suficientes?

6% Não

23%

Funcionam, mas são desatualizados Sim 71%

Observamos que a grande maioria (94%) acredita que os equipamentos disponíveis para trabalhos não funcionam ou estão desatualizados. Há ainda uma grande parte de câmeras analógicas e muita burocracia para a retirada de equipamentos.

Como é o relacionamento com os professores do seu curso? No campo destinado às respostas, os alunos comentaram livremente sobre o corpo docente. A grande maioria ressaltou o bom relacionamento com os professores do Departamento de Comunicação Social, embora tenham acontecido casos pontuais em que o diálogo com os estudantes não foi possível. Uma reclamação recorrente é o fato de muitas disciplinas obrigatórias serem ofertadas por outros departamentos de outras unidades. Disciplinas de Português, Linguísticas, Filosofia, Sociologia e Antropologia ficam a cargo de professores de outros cursos, visto que nenhum professor da Comunicação oferece essas disciplinas. Assim, o programa dessas disciplinas, na maioria, não faz diálogo com questões do Jornalismo e da Publicidade. A negociação/intervenção, também é difícil, visto que precisamos reivindicar em outro departamento.


Alguns comentários: “A maioria dos professores do departamento, e do instituto, é excelente, tanto no quesito disciplinar quanto no diálogo. O mesmo não pode se dizer, entretanto, aos professores de outros institutos que lecionam aulas obrigatórias, visto que na maioria das vezes se apresentam totalmente desinteressados e sem uma linguagem e conteúdos pertinentes para o curso.” “O relacionamento com os professores da Comunicação é bom, porém, com os professores de outros cursos é bem ruim.” “Depende muito do professor. Em sua maioria são bons e abertos a diálogos.” “Alguns são excelentes e cumprem com as regras, mas outros fazem o que querem e não abrem margem para discussões. Meio a meio.” “As reclamações são ouvidas, porém tanto a coordenação quanto a chefia de departamento põem panos quentes para as questões do estudante, mesmo ele estando ‘certo’ em sua consternação. Os horários dos secretários dos setores são respeitados, porém, os alunos não são informados de muitas coisas (p.ex. a visita do MEC foi informada pelo diretório e não pelos setores do curso).”

A quantidade de professores no curso é satisfatória?

31% Não Sim 69%


A habilitação Publicidade apresenta pouca diversidade de disciplinas optativas, devido ao número de professores do setor. Alguns comentários: “Não. Precisamos de mais professores, sobretudo professores envolvidos com o mercado.” “O curso deveria ter mais aulas práticas. Mas, para o número de aulas que temos hoje, a quantidade de professores é suficiente.” “Não. Tem várias optativas que não abrem por falta de professor, além da restrição de horários por ser um professor responsável por cada matéria às vezes sendo reaproveitados em matérias que não são de sua especialidade.” “Percebo que faltam vários professores com formação especifica, principalmente de criação/direção de arte. Por exemplo, a aula de criação publicitária foi dada de maneiras diferentes por vários professores que não são específicos da área.” “Não, já que algumas vezes professores ministram aulas sobre as quais não são especializados e muitas optativas não podem ser oferecidas por conta da falta de professores.”

A carga horária do curso é satisfatória?

38% Sim Não 62%


As vagas para projetos de extensão e iniciação científica são suficientes?

29%

28% Sim

Não Não sabem

43%

A estrutura do Instituto de Arte e Comunicação Social é satisfatória às necessidades dos alunos? O que pode melhorar? Nas respostas, verificam-se vários problemas estruturais no Instituto de Arte e Comunicação Social. A falta de água é recorrente e faltam estúdios para a realização de disciplinas práticas. Alguns comentários: “Além de falta de bebedouros, salas apertadas, o maior problema do IACS é a segurança. O campus fica muito afastado do Gragoatá onde ocorre a maioria das aulas de Publicidade, e a rua não é segura. O prédio do novo IACS, que deveria estar pronto no dia 06/03/2015, deveria suprir essas demandas, mas ainda continua em obras.” “Há falta de água.” “Não é satisfatória. Faltam salas de aula adequadas, mais estúdios, espaço para os diretórios, bebedouros e uma cantina melhor.” “Nosso maior problema creio que seja falta d'água. E não ter acesso a laboratórios e estúdios e equipamentos fora da aula de tal professor.”


Como é a relação com o departamento e a coordenação do curso? Mais uma vez, os professores salientaram a pouca oferta de disciplinas optativas, motivada pela falta de professores. As respostas também mencionaram os horários das disciplinas, que não contemplam os estudantes que precisam trabalhar ou estagiar. Alguns comentários: “Há um descaso quanto à oferta de disciplinas optativas no curso de Publicidade, que configuram metade das disciplinas oferecidas para o curso de Jornalismo e raramente dizem respeito às nossas necessidades diárias enquanto profissionais. Os horários são escolhidos da pior maneira possível para os alunos que estagiam, que tem dificuldade em se formar.” “Único ponto a colocar é que nem sempre estão lá no horário certo e muitas vezes quando a coordenadora falta não tem alguém para substituí-la.” “Os horários de funcionamento não são respeitados. Por diversas vezes, chegamos às 15h e somos obrigados a esperar até 16h para resolvermos questões por causa do atraso da coordenadora. As informações, geralmente, são dadas de maneira certa. Mas em alguns momentos, o departamento não sabe lidar com questões que envolvem outros.”

A assistência estudantil da universidade é adequada? Justifique.

47%

Não 53%

Sim


A maioria não considera a assistência estudantil adequada. Muitos alunos comentaram a baixa quantidade de vagas na moradia estudantil e a pouca quantidade de ônibus disponíveis para o trajeto entre os campi.

Alguns comentários: “Não. O bandejão funciona durante o horário das aulas. O preço da comida é ótimo. A moradia estudantil não contempla a necessidade do aluno e funciona como moeda de troca pelo bom desempenho. A estrutura é fraca e costuma faltar água. O transporte interno é escasso. Nem todos os alunos em situação financeira delicada podem contar com auxílios.” “O transporte interno não é suficiente e deveria ser estendido, no mínimo, até a estação das barcas. Afinal, a universidade fica em um local de relativo perigo e muitos alunos que saem nos últimos horários precisam andar pelas ruas desertas mesmo depois de utilizar o transporte interno que já demora bastante para aparecer.” “A assistência é boa, mas dá para melhorar. Poderia ter café da manhã e opção vegetariana no bandejão e uma moradia que contemplasse mais estudantes e que não os expulsassem.” “O transporte interno poderia passar num intervalo mais regular e se estender um pouco após as 22h pois muitas aulas terminam nesse horário.” “Sim para todos, exceto o transporte que nos horários de pico fica lotado.”

A autonomia dos alunos em propor projetos e atividades é respeitada?

13%

40%

Sim Não

20%

Às vezes Não sei

27%


Você é um estudante cotista?

26%

não sim

74%

Na universidade pública, de maneira geral, observamos cotidianamente a ausência de negras e negros dos espaços de ensino, seja enquanto estudante ou professor. Acreditamos que o ensino superior é um direito de todas e todos. O curso de Comunicação Social apresenta, na maior parte de seu corpo discente, pessoas brancas e oriundas da classe média. Dessa forma, reiteramos a necessidade de avanços na política de cotas e assistência estudantil, para que a Universidade pública seja de fato pública, acessível e plural.

O que você gostaria que mudasse no seu curso? O que poderia ser melhorado? “Há falta de matérias mais práticas e voltadas ao mercado de trabalho da Publicidade. Além disso, há poucas opções de optativas em horários em que os estudantes dos períodos finais conseguiriam pegar para conseguir terminar o curso (noite). Deveriam criar uma frente para atender aos alunos que estão saindo da faculdade, afinal eles irão encarar o mercado de trabalho e levarão o nome da universidade.” “Acho que o maior problema do curso é a falta de equipamento. Isso não quer dizer que torna impossível as aulas práticas. É bem tranquilo dividir os equipamentos com os colegas de turma, todos se ajudando. Mas se fosse possível dividir com menos gente, o tempo de prática para cada aluno seria maior e mais proveitoso, e o aprendizado seria mais rápido.”


“Mais professores de Criação, mais aulas práticas, mais apoio da coordenação com os problemas dos alunos. Também gostaria que as disciplinas como antropologia, sociologia etc que são dadas por professores de outro departamento fossem mais voltadas para comunicação social. É triste ir para uma aula onde o professor dá um conteúdo superficial de uma matéria que nunca vimos, sem um link com publicidade, jornalismo etc... Acho que esse é o motivo dos alunos não se interessarem nessas aulas, nem os próprios professores, às vezes.” “Mais professores, mais atividades práticas, ensino e disponibilidade de laboratórios full time para que possamos aprender a usar os softwares, horários mais flexíveis, maior oferta de disciplinas optativas noturnas e de matérias que tenham a ver com o que se passa na Publicidade hoje. Precisamos de mais conteúdo/prática sobre online e mais aulas de Comunicação Visual, pois este não é um curso de marketing. Enfim, não queremos mais um curso defasado.”



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