Panfleto sobre reforma curricular e novas diretrizes para o curso de jornalismo

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quisas na área de Comunicação Social, ou fenômenos mais abrangentes que envolvam sociedade e mídia. O que isso diz sobre a concepção do MEC em relação à prática e à pesquisa em comunicação? Aumento da carga horária - A carga horária total do curso deve ser de, no mínimo, 3.000 horas. Atualmente, a habilitação de jornalismo totaliza 2760 horas. O Departamento de Comunicação Social da UFF já aprovou adesão às Novas Diretrizes Curriculares, incluindo a retirada de Jornalismo do campo da Comunicação Social. O Núcleo Docente Estruturante (NDE), comissão formada por professores de jornalismo, tem se reunido para definir a configuração do novo curso. O que muita gente não sabe é que nós, estudantes, podemos ter papel ativo nesse processo e temos direito à voz. Então por que não questionar as diretrizes, à luz da autonomia universitária? Será mesmo que a UFF não tem poder suficiente para se negar a aceitá-las, como era a intenção inicial do departamento? E como nós, alunas e alunos, vamos interferir nisso?

O DACO convida tod@s a se inserir nesse processo e construir coletivamente caminhos de resistência que contemplem os nossos interesses enquanto futur@s comunicador@s, sem perder de vista @s estudantes que virão depois de nós. Sabemos que uma discussão como essa não possibilita respostas fáceis, e por isso nos colocamos a disposição de quem quiser conversar, tirar dúvidas e saber mais sobre o assunto.

Teorias da Comunicação Novas Diretrizes Curriculares de Jornalismo

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E eu com isso?

Introdução a Sociologia


Para entender... As discussões em torno da criação de novas diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo se estenderam por cerca de cinco anos em âmbito nacional até a homologação da resolução nº 1 de 27 de setembro de 2013. O documento instituiu a criação de “Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Jornalismo”, e estabeleceu um prazo de até dois anos para que as faculdades se adequassem aos novos critérios. Naquele exato momento, @s professor@s do departamento de Comunicação Social da UFF discutiam a sua proposta de reforma curricular. Mas a publicação do documento fez a comunidade acadêmica do IACS se deparar com os seguintes dilemas: Como se posicionar em relação à separação do Jornalismo do campo da Comunicação Social? Valeria a pena questionar o documento, e continuar os debates sobre a reforma à revelia do posicionamento do MEC? O que fazer com todo o acúmulo das discussões, que geraram conclusões que não foram contempladas pelo MEC? Quanta autonomia de fato tem a universidade? Foi em face desses e outros dilemas que o DACO-UFF preparou esse panfleto, entendendo que a inserção dos estudantes nesse debate é urgente. Afinal, qual é o nosso posicionamento sobre essa questão?

O que muda? Comunicação Social x Jornalismo - as NDJ retiram o ensino de Jornalismo do campo da Comunicação Social, compreendendo que seja uma área de estudos independente. Mas será que o Jornalismo realmente não dialoga com as outras habilitações de Comunicação? Essa lógica tecnicista aplicada às áreas do conhecimento realmente contribui para a nos-

sa formação profissional plena? Ou será que setorizar cada vez mais a Comunicação é uma forma de enfraquecer a reflexão sobre o seu caráter social, e de desmobilizar uma classe que tem tantos interesses em comum? Quais são os impactos desse pensamento no mundo do trabalho? Estágio obrigatório - as NDJ tornam obrigatório o estágio curricular supervisionado, com carga horária mínima de 200 horas. O MEC justifica a ação como forma de estimular o contato d@ estudante de Jornalismo com o campo profissional. Mas com a obrigatoriedade do estágio, será que o valor da bolsa não tende a diminuir, comprometendo principalmente aqueles que necessitam do auxílio para se manterem na universidade (realidade, por exemplo, da maioria d@s cotistas)? E @s estudantes que pretendem seguir carreira acadêmica ou preferir atuar em veículos comunitários e movimentos sociais? Essa medida visa realmente contribuir para a nossa qualificação, ou para atender à demanda de um mercado cada vez mais precarizado, tanto para o estagiário quanto para o jornalista? Trabalho de Conclusão de Curso - atualmente, os estudantes de Comunicação Social da UFF podem elaborar o TCC de duas formas: projeto prático-experimental ou monografia de reflexão crítica sobre os fenômenos da Comunicação. Os trabalhos práticos podem ser feitos em grupo, considerando complexidade da produção e os moldes do mercado de trabalho na Comunicação. E não raro, estudantes desenvolvem seus trabalho monográficos com base na Semiótica ou na Análise do Discurso, ou recorrem a temas do universo esportivo. Mas as NDJ definem que os trabalhos só podem ser realizados individualmente, e o formato conteúdo dos trabalhos monográficos deve se restringir a reflexões sobre a atividade jornalística. A lógica não contempla outras pes-


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