PRÉMIO | Edição Outubro 2020

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INTERNACIONAL ANGOLA

PEDRO FILIPE, SECRETÁRIO DE ESTADO PAR A O TR ABALHO E SEGUR ANÇA SOCIAL SECRETARY OF STATE FOR L ABOR AND SOCIAL SECURIT Y

E C O N O M I A PA R A L E L A :

DESAFIOS E OPORTUNIDADES G R E Y E C O N O M Y: C H A L L E N G E S A N D O P P O R T U N I T I E S

O

ano de 2020 é, sem dúvidas, um sério candidato aos óscares do pessimismo e da especulação. Não tenho memória de um período tão rico e fecundo em previsões apocalípticas como este que felizmente caminha a passos largos para o fim. Sobre África, em geral, e Angola, em particular, as previsões são verdadeiramente estarrecedoras. Desenhava-se no horizonte uma catástrofe humanitária, com consequências económicas e sociais incalculáveis. Preparamo-nos para o pior e recorremos ao que nos restava do estoque da resiliência e da solidariedade, para enfrentar a mais democrática das enfermidades, a famigerada COVID 19. Seis meses se passaram desde a notificação do primeiro caso em Angola e, até ao momento, tem havido, da parte das autoridades nacionais, uma grande capacidade de resposta. Os dados estatísticos que diariamente se apresentam contrariam de forma ostensiva, e com algum estoicismo, o cenário da crise humanitária, que alguns analistas nacionais e internacionais davam como certa. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer em relação aos indicadores macroeconómicos. O relatório de desempenho da economia do primeiro trimestre de 2020 é assaz preocupante. A economia angolana teve um crescimento negativo na ordem 70

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he year 2020 is undoubtedly a serious candidate to win the Oscar of pessimism and speculation. I don’t recall a period so rich and fertile in apocalyptic predictions like the current year which is fortunately fast approaching the end. As for Africa in general, and Angola in particular, the forecasts are truly appalling. A humanitarian catastrophe was looming on the horizon, with immeasurable economic and social consequences. We prepared for the worst and used what was left of our resilience and solidarity stock to face the most democratic of diseases, the infamous COVID 19. Six months have elapsed since the first case was reported in Angola and the national authorities have shown so far a great capacity to respond to this. The statistical data that are produced every day clearly contradict, and with some stoicism, the humanitarian crisis scenario some national and international analysts saw as almost certain. Unfortunately, the same cannot be said for macroeconomic indicators. The economy performance reports pertaining to the first quarter of 2020 are quite worrying. The Angolan economy witnessed a negative growth


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