SobreVivencia nas Ruas

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A transgressão é algo que permeia o punk em todos seus aspectos, isso se dá pelo conhecimento de determinada realidade e diante disso atuante na desconstrução dessa perversidade de uma forma radical. Com o passar do tempo, novas expressões sociais foram surgindo, fazendo com que x punk aderisse no seu cotidiano novas lutas, refletindo assim em novos temas em suas intervenções, tanto no sentindo musical, estético, como em novos temas de zines e outros. Nesse contexto em que x punk se encontra, na desconstrução de diversas idéias, a uma necessidade de entender as demais subculturas que o cerca, o desejo pela desconstrução não se dá apenas por um grupo isolado de pessoas, ela se concretiza apenas na grande massa, então porque não articular-se com as demais subculturas que combatem o mesmo inimigo. Há um conflito gritante entre diversxs punks sobre essa discussão. Não estamos aqui para buscar necessariamente uma fusão, ou levantar uma bandeira de outro movimento, mas a partir do momento que há identificações políticas e respeito pela diversidade existente, não podemos negar o outro se enfrentamos as mesma problemáticas políticas – econômicas e sociais.


Convergência das Ruas! As ruas são nosso combustível, nossa maior arma, elas devem ser nosso espaço natural. Não podemos perder ou esquecer nosso espaço de ação, pois perderemos o fervor, o ardor, a vivacidade de sermos quem realmente somos. Não esperamos aprovações, boa convivência ou socialização. Somos a transgressão, a resistência, a luta. Representamos na rua a vivencia da liberdade. Não de quem aspira em vivê-la e assim o faz toda vida. Aspirando a marginalidade, somente aspirando... Nossa revolta não se limita nas nossas roupas, nosso ódio não esta só no estilo de música que tocamos. Toda nossa marginalidade vai além, muito além. Somos marginais por falta de opção e também por acreditarmos que a marginalidade é o único caminho para destruir o sistema. Aspiramos e respiramos a destruição do poder de controle e exploração que as classes parasitas detêm. O radicalismo de nossas propostas é a força propulsora de nossas ações e vidas. Exigimos a liberdade integral para todos, pois acreditamos que uma existência alem da sobrevivência é possível. Aqui e agora lutamos pela destruição de tudo e todos que nos oprime, não nos interessa nenhum acordo ou espécie de diplomacia com aqueles que nos controlam através do poder. O sistema nos quer fracionados em pequenos grupos, isolados na periferia, nas favelas, em regiões afastadas. Mas temos que nos unir, pois temos nosso objetivo comum, que é o ódio ao sistema, ao capital, ao racismo, a homofobia, o patriarcado, nossa repulsa a toda opressão e preconceito. E é nas ruas nosso ponto de encontro e nosso campo de ação. Não podemos nos deixar limitar pelas diferenças de roupas, gostos musicais, ou por uma falsa diferença de valores, que se pararmos para conversar não existe. Temos que nos unir, juntar nossas idéias, e quebrar essas falsas barreiras que nos separam, nos tornando assim mais fortes contra o sistema que nos oprime e nos enche de regras e nos tira nossa liberdade.Isso não significa que precisamos ou não criar uma espécie de ser hibidro com as características de todas as subculturas,ou nossas idéias de união seja usada para hegemonizar uma forma de luta.Precisamos conhecer um pouco mais de cada cultura pois isso nos faz mais amplos, mais abertos, e assim também nos faz descobrir novos gostos e semelhanças, além da nossa realidade na periferia,no centro e da luta diária de ser marginal em uma sociedade opressora.Isso fará descobrir novas formas de ações e intervenções. A união dos oprimidos e marginalizados é possível e necessária e se faz urgente nesse momento em que os setores conservadores da sociedade de classes cresce a cada dia com suas leis burguesas e conservadoras.

Apesar da grande aproximação da maioria dos punks do mundo com o anarquismo, dificilmente poderíamos afirmar se o punk desde o inicio era ou não anarquista,pois o seres humanos não são seres uniformes,existe uma enorme diversidade em vários aspectos e é um fato que conseqüentemente assim como em outras subculturas existiam punks com diversas posições políticas,inclusive punks fascistas.Entre o final da década de 70 e o começo da era de 80,as (contra) culturas punks ,cada uma de acordo com sua realidade foram se moldando e se firmando,como por exemplo xs punks hardcore,que eram basicamente punks mais radicais tanto no estilo de vida,quanto em questões musicais, políticas de contestamento e formas de ações contra o sistema opressor vigente.Com a cooptação das grandes gravadoras,xs punks de rua(street punks) junto à skinheads que se indentificavam com a musica simples e agressiva,autoafirmavam e seguiam com o estilo de vida do punk marginal,contestador ,sujo e rebelde, ao se negarem a entrar no esquema das grandes corporações musicais,dando vida a vertente do punk conhecida por Oi! Music. Outro forma de resistência punk nasceu com os Punks Straight Edge,que eram alguns punks começaram a fazer letras contra a autodestruição do punk através de drogas e álcool e por uma valorização de uma mente forte em contraposição à valorização do punk às drogas,que de certo modo foi expandido pela mídia ,através de interesses em vender a imagem do punk com uma embalagem atrativa para jovens sem futuro,baseada na conduta autodestrutiva do baixista da banda sex pistols (Sid Vicious) ,fazendo com que de certa forma a existência punk se tornasse vazia e sem sentido sem o uso de drogas.


Existência,Persistência e Resistência Punk! Punk é uma cultura marginal, assim como muitas outras, é filhx do desemprego com a desigualdade social, nascida no berço da pobreza, principalmente na America Latina, onde a situação políticoeconomico-social do trabalhador se tornou uma desesperadora prisão social. Por uma questão de vaidade, há um conflito sobre a questão da origem dx punk, uns dizem que foi na Inglaterra outros que foi nos estados unidos e nos dizemos que foi nas ruas mundo inteiro. As pessoas e a mídia tomaram conscência da existência desses “movimentos” de jovens pobres, filhxs de trabalhdorxs, em meados da década de 70, mas há indícios de suas raízes serem da década de 60. Na verdade pouco importa a exatidão da época e localidade dos primeiros punks, pois o que importa é que ainda existimos e resistimos e estamos cada vez mais fortes e conscientes de nossa posição em relação aos podres desse mundo cruel, onde nascemos apenas para servimos e atendermos as necessidades de uma sociedade parasita que suga nossas energias e tenta nos transformar em maquinas de carne e ossos descartáveis. Dentro da (contra)cultura punk existem diversas formas de expressão,como os zines onde escrevemos nossas idéias,aspirações e criticamos tanto as próprias cenas quanto o sistema.Dentre outras formas ,a musica que é um dos principais campos de atuação do punk,pois através dela nos expomos nossos pontos de vistas ,berrando e vomitando de volta toda merda que tentaram as sociedades e sistemas de controle nos empurraram goela abaixo.X punk nasceu,existe e resiste às margens das sociedades,essa forma de vida levou a buscar em idéias anarquistas uma base para ações contra a opressão do sistema e resistência perante aos governos repressores.Baseados na liberdade ,conseguimos nos afirmar como indivíduos ,enxergar todos os nossos inimigos e cada vez mais definir que todos aqueles que ameaçam as liberdades de sermos o que somos devem ser combatidos

Deixem-Nos Pensar Por Nós Mesmos! Crescemos no extremo do descaso social, onde o Estado se fez presente desde o esgoto a céu aberto até a violência praticada e institucionalizada pelo seu braço armado. Diferente de nós, milhares não tiveram oportunidades de expressar o que pensavam, ou por incrível que pareça, não tiveram condições de refletir sobre sua condição social, já que poucos conseguiram fugir das limitações econômicas que a luta pela sobrevivência lhe impuseram.120 anos de República e somente nos últimos 20 anos tivemos uma mínima brecha para participação política, isso é fruto de uma luta incessante que vem sendo travada cotidianamente, já que o básico necessário à sobrevivência é negado e quando garantido é precário. Quantos dos nossos tiveram suas vidas interrompidas por irem buscar aquilo que a propaganda lhe dissera que era necessário para serem “vencedores”? Quantos dos nossos mal conseguiram chegar aos 25 anos de idade, muitos mortos por quem deveriam lhe garantir a segurança? Quantos dos nossos não terminaram o ensino fundamental, já que tiveram de trabalharem para garantir o sustento dos seus familiares? Quantos dos nossos tiveram oportunidades de freqüentarem a universidade, não como faxineiros, mas como estudantes? Quantos dos nossos escreveu livros contando suas histórias, ou simplesmente, escreveram asneiras como aquelas que a eles foram enfiadas goela abaixo pelos que lhe disseram que aquilo era educação? Quantos dos nossos se tornaram vitimas de si próprios ao notarem que tinham sidos engolidos pela frustração? Em nenhum momento da história desse país fomos realmente convidados a decidir algo, sendo que o papel que nos foi imposto sempre foi o de executar. A educação que recebemos foi a necessária para que no máximo soubéssemos ler e escrever o nome, e realizar a soma para que exercendo a função de cobrador pudéssemos empilhar as pessoas nas latas que chamam de transporte público.E muitos seguiram a lógica: adotaram a cartilha do opressor quando não, dedicaram-se a servilo e viram em seus iguais o inimigo a ser abatido. Foi assim que chegamos a números de homicídios em fins de semana que lembram e superaram países em guerra. Cada corpo estirado nas quebradas tinham marcas de quem lhe negou o básico do básico para a sobrevivência; marcas da revolução industrial, três a quatros tiros realizados por armas que poucos sabiam de onde viam; furos de facas, que mal viam carne; e em seus rostos tinham o sofrimento que os acompanharam desde cedo, perceptível em seus familiares aos verem caídos, já esperando o ocorrido, pois para nós era o que restava.


Fomos acostumados desde cedo a respeitar as autoridades. “Senhor” ou “Senhora”, não era pronunciadas para se referir a idade da pessoa a quem estávamos nos dirigindo. Pelo contrário, eram pronunciados aos filhos e filhas de ricos, ocupantes de cargos sociais que herdaram de seus pais. A nós sempre foi garantido a submissão. O “baixar de cabeça” para muitos de nós tornou-se cultural. Vimos vários ser humilhados por ousarem estarem em lugares que a eles a “dádiva divina” não lhe garantiu. Os pastores, os padres, em sua grande maioria nunca nos explicaram que pecados tínhamos cometidos, já que a paz pouco se fazia presente, e quando se apresentava vinha escoltada pelo ódio. As catequeses e evangelizações se resumiram em nos ensinar a obedecer e quando quisesse reclamar que procura-se ser cordial, pois assim herdaríamos um lugar no céu, caso contrário, arderíamos no inferno. Só se esqueceram de dizerem que esse céu tem classe social e que durante muito tempo, negros, mestiços e índios foram proibidos de adentrá-lo, cabendo a esses a negociar um cadeirão qualquer no inferno. A olho nu, quase não fomos notados. Muitos de nós precisaram ir para o arrebento para serem vistos. E quando isso aconteceu muitos desses ficaram reclusos da liberdade. Nossa população carcerária hoje se aproxima de quase meio milhão de vidas, pode parecer pouco, mas se levarmos em conta a população da cidade de Suzano, teremos aproximadamente duas cidades atrás das grades. Vejam só: os invisíveis, num passe de mágica, se tornaram visíveis e pior do que isso, se tornaram uma barreira para quem se acostumou a usufruir da exploração de trabalhadores e trabalhadoras sem serem incomodados. Os incapazes de pensarem por si só, hoje amedrontam aqueles que num passado recente os chicoteavam, os ignoravam, os excluíam de desfrutar a “herança divina”. Deve ser uma sensação estranha ter que negociar com descendente de escravo, que há pouco tempo apanhava calado. Deve ser algo tão apavorante que diretores de filmes de terror mal imaginavam que ainda teriam terra fértil para protagonizarem novos sucessos de bilheteria, porque uma coisa é colocar em rede nacional programas com policiais invadindo e derrubando barracos, tratando todos como bandidos, outra coisa é ver a pirâmide social prestes a ser despedaçada, e ter o topo dela de joelho diante do descaso do Estado.

Classificar dois grupos que tiveram origens similares e vivências próximas, como eternos mocinhos e bandidos que lutam eternamente entre si é uma prática maniqueísta e antiquada que tem sua raiz no mais tradicional e conservador pensamento cristão: o Bem que sempre foi bom combatendo o Mal que sempre foi mau. Prática e pensamento que deveríamos, como Punks e Skinheads, combater e não reproduzir.Assumimo-nos como subculturas, logo, reconhecemos nossa condição de movimentos contraculturais, se tomarmos como paradigma a cultura de massas. Devemos, portanto, estar comprometidos com as mudanças e com as rupturas e não com as manutenções e com as continuidades. Ora, se o Skinhead antifascista, que hoje já está consolidado no Brasil, representa uma mudança em relação ao Skinhead fascista e racista dos anos 80, não deveriam os Punks estender-lhe as mãos, reconhecendo nesse amadurecimento uma transformação de realidade? Não sabemos nós, na teoria e na prática, que o Punk tem tudo a ver com mudança? E ainda, não sabemos nós do passado também confuso e deveras conturbado do movimento punk mundo afora? Se nos valemos de um conceito mínimo de razoabilidade para julgar e absolver uns, por que o desconsiderar por completo para julgar e condenar outros? Acreditamos que o Punk e o Skinhead possuem suas divergências e suas convergências. Felizmente, estas são maiores e mais sólidas que aquelas. Se um dia o ódio, o preconceito e o racismo nos dividiram, hoje a revolta, o inconformismo, a resistência, o classismo e a luta contra todos os tipos de preconceito e de discriminação nos tornaram irmãos.

Sem

mais,

Punks

e

Skinheads

de

todo

o

Banda Última Classe , AnarcOi

mundo,

uni-vos!


Ambos são subculturas nascidas no seio dos setores populares das sociedades onde surgiram, e como tais sempre estiveram expostas e interfaceadas aos pensamentos e às visões de mundo predominantes nesses meios (pensamentos e visões que podem não ser necessariamente próprios de cada segmento social, mas apropriações feitas por imposição ou não de pensamentos e visões de setores dominantes da sociedade). Por mais que ambos sempre tivessem se colocado em posição de crítica e de rompimento, trata-se de um processo que leva tempo. É inegável que eventualmente tenham reproduzido elementos que inicialmente se propuseram a negar.Atribuir características conservadoras que existem de forma dispersa nas camadas inferiores da sociedade a sistemas ideológicos organizados de extrema direita é condenar injustamente pessoas comuns, trabalhadoras, exploradas, oprimidas, sem ou com pouca instrução e condição diminuta de discernimento. É uma equiparação equivocada. Uma coisa é o ideólogo que dissemina o preconceito e procura se respaldar teoricamente, outra é aquele que reproduz esses pensamentos de forma não articulada e confusa. O Skinhead e o Punk são subculturas que em algum momento tiveram características de movimento, formadas por pessoas comuns. Pessoas que às vezes erram e que às vezes acertam. Em algum momento houve excessos? Em algum lugar houve contradições? Provavelmente, afinal somos seres humanos. Mas não foram apenas os Skinheads que os cometeram, os Punks têm sim sua parcela de responsabilidade. Classificar dois grupos que tiveram origens similares e vivências próximas, como eternos mocinhos e bandidos que lutam eternamente entre si é uma prática maniqueísta e antiquada que tem sua raiz no mais tradicional e conservador pensamento cristão: o Bem que sempre foi bom combatendo o Mal que sempre foi mau. Prática e pensamento que deveríamos, como Punks e Skinheads, combater e não reproduzir.

você deve estar se perguntando o porquê que estamos falando disso tudo, o porquê que insistimos em lembrar que não viemos do nada.Na nossa maioria, somos descendentes de homens e mulheres que mal sabem ler e escrever o próprio nome. Não somos filhos e filhas de embaixadores, juízes, delegados, promotores, politiqueiros, banqueiros, coronéis, fazendeiros etc. Somos filhos e filhas de pessoas que dedicaram a vida inteira a suarem por esse país e que receberam como pagamento a promessa de uma fatia do bolo quando esse viesse a engordar. Promessa essa que nunca foi cumprida. A direita fez seu papel e nos manteve durante muito tempo como “os sem histórias”, já a “esquerda formal” por outro lado nos empurrou uma sigla juntamente com uma cartilha ideológica. Em menos ou mais grau nem a direita e nem a esquerda nos olharam a partir de nossas inquietações; para uma o problema era de ordem institucional e para a outra era organizacional, cabendo a ambas nos conquistar mentalmente e nos ferroar como gado, vindo a engrossar “suas lutas”, já que essas, pouco levam em conta as dinâmicas dos excluídos, mudando-se conforme o slogan do momento. CONTINUA...


Não Existe Paraíso Libertário Quando falamos em transformações radicais nas estruturas da sociedade ou na derrubada de todos os seus valores, logo pensamos em revolução social. Sim ela é o fim no qual gastamos nosso "precioso" tempo e é ela que nos inspira a nos libertar do nosso pequeno mundo, e buscar alternativas de vivencia fora da maquina capital. O fato de sermos esmagadxs pelos mesmos dentes é o ponto em comum, e a urgência em unir-se aos que partilham do mesmo destino é natural e essencial, mas o monstro sabe como nos colocar uns contra os outrxs para manter sua hegemonia, e mesmo @s ditos "libertxs" acabam reproduzindo o sectarismo e segregação usando argumentos vazios e sofistas (na maioria das vezes com um discurso elitista) para mascarar seu medo da ação. Nunca se fez nada novo com o velho isso é um fato. Pois bem, grande parte dxs anarquistas ainda preferem nadar no mar da nostalgia, e mesmo sabendo que não se chega a lugar nenhum sozinhx insistem em se manter isoladxs em guetos sonhando com um suposto "paraíso libertário" moldado de acordo com a vaidade de cada grupo, semelhante ao ideal cristão que tanto negamos. Das diversas armadilhas do sistema, semear o conflito entre os explorados e dominados por seus esquemas de controle social, sempre foi sua arma mais poderosa (pois uma grande massa unida é altamente perigosa e logo livre). O Estado Capitalista é temeroso ao fato de estarmos juntos, pelo simples motivo de manter seu controle hegemônico por muito tempo. Sabemos disso e queremos a sua derrubada, para isso é preciso compreender que a revolução ostenta varias faces e que as massas oprimidas (isso inclui nós) tem suas particularidades, diversidade e seus grandes defeitos que foram herdados de anos de opressão. Se posicionar contra a união quando se tem consciência de qual lado está, é negar a luta de classes, jogar todas as palavras ao ar, pois se esta engajado na luta social precisa-se acreditar e lutar pela convergência a todo custo. Se cada individuo busca apenas sua libertação pessoal, em algum momento encontrara a necessidade de se juntar com pessoas que buscam o mesmo fim e quando perceber que esse contingente é muito pequeno , verá que a ilha da perfeição não existe e só mudaremos a nossa situação desesperadora com questionamentos e ações coerentes.

Anacronismo,contexto e mudança O Skinhead hoje já não é mais o que foi nos anos 80 aqui no Brasil. O Skinhead antifascista nunca foi a mesma coisa que a versão Skinhead corrompida e deturpada pela extrema direita (cujo Punk também teve e ainda tem seu correlato, apesar de muito se esquecerem disso].Julgar o passado com o olhar, as percepções e os valores do presente é o pior erro que se pode cometer na análise de qualquer realidade. Se hoje achamos que uma atitude ou um gesto são inconcebíveis e/ou inaceitáveis não quer dizer que em outras épocas ou em outros lugares também o eram.Ao mesmo sentido vem a questão: como podemos ter certeza de que nossas práticas atuais, que julgamos adequadas, não serão vistas com desconfiança no futuro? Somos homens e mulheres de nosso tempo e estamos sujeitos ao que ele nos permite pensar, ver e fazer.

A contextualização e uma maior atenção à ambiência de cada momento histórico e de cada realidade regional são necessárias para que não se cometam anacronismos e atribuição de valores de nosso tempo às pessoas e a grupos de outras épocas e lugares. Anacronismos que, por sinal, têm sido cometidos de forma indiscriminada apenas contra o Skinhead, ao passo que, em relação ao Punk, muitas vezes se analisa, se relativiza, se discute e se releva, como se ele tivesse uma trajetória linear, progressiva, evolutiva e cumulativa, sem contradições e equívocos. Não, não teve. Felizmente nós, Punks e Skinheads, somos humanos.


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