O quarto pecado da guerrilha urbana é de exagerar sua força e tentar fazer projetos que lhe faltam forças e, ainda, não tem a infra-estrutura requerida. O quinto pecado do guerrilheiro urbano é a ação precipitada. O guerrilheiro urbano que comete este pecado perde a paciência, sofre um ataque de nervos, não espera por nada, e se joga impetuosamente na ação, sofrendo perdas inapreciáveis. O sexto pecado do guerrilheiro urbano é atacar o inimigo quando eles estão mais enfurecidos. O sétimo pecado do guerrilheiro urbano é o de não planejar as coisas e atuar improvisadamente.
Organize Sua Resistência! De repente nos encontramos às vésperas de uma guerra iminente, despreparados e muitas vezes desesperados. Os inimigos estão em todas as esquinas, dentro dos mais diversos setores sociais possíveis e às vezes ao nosso lado ou até em nós mesmos. Não conseguimos nos libertar por completo das armadilhas do sistema de controle, ainda há resquícios do sistema educacional e político/religioso (cristão) parasitando em nossos corpos e mentes, sugando nossa energia, criatividade e vontade de lutar. Enxergamos os problemas, mas não conseguimos desenvolver e organizar formas de combatê-los, e então nossos sonhos de liberdade são destroçados por nossa própria incapacidade de derrubar os últimos muros da moralidade, aqueles que nos impedem de agir e destruir tudo o que nos oprime. Para mudarmos o rumo da história, antes de tudo temos que fortalecer os nossos princípios, para que possamos por em pratica nossas idéias individuais e coletivas de libertação. Cada individuo precisa construir a consciência de que sem organização dificilmente conseguiremos concretizar nossos anseios de destruição. A falta de objetividade é também um problema sério, pois muitas vezes a pouca energia que nos resta é desperdiçada em ações sem impacto algum aos inimigos. Não podemos nunca nos esquecer a organização não é o fim e sim é feita para agirmos, atacarmos as estruturas do poder de controle social. Por este motivo é necessário ressaltar que todas as organizações com bases rígidas, vaidosas e intransigentes estão fadadas a serem aniquiladas, tanto de fora pra dentro quanto de dentro pra fora, pois quando engessamos nossas idéias acabamos esquecendo que nossos princípios são baseados na flexibilidade e tolerância e para por em pratica nossa capacidade de agirmos juntos contra os problemas que atingem todos. A partir do momento em que começamos a nos organizar em grupos, travamos uma guerra e passamos a atacar os interesses do capital que nos quer cada vez mais dividos.
Os Sete Pecados da Guerrilha Urbana Assim como a guerrilha urbana aplica suas técnicas revolucionárias com rigorosidade e precisão, obedece às regras de segurança, ela ainda está vulnerável aos erros. Não há uma guerrilha urbana perfeita. O que se pode fazer é manter seu esforço em diminuir sua margem de erro porque não é perfeita. Um dos métodos que podemos utilizar para diminuir a margem de erro é conhecer os sete pecados da guerrilha urbana e tratar de evitá-los. O primeiro pecado da guerrilha urbana é a pouca experiência. A guerrilha urbana, cega por seu pecado, pensa que o inimigo é estúpido, não considera sua inteligência, crendo que tudo é fácil e, como resultado, deixa pistas que podem causar seu desastre. Por sua pouca experiência, a guerrilha urbana pode sobrestimar as forças do inimigo, crendo que eles são mais fortes que ela. Deixando-se enganar por sua presunção, a guerrilha urbana então se intimida, fica insegura e indecisa, paralisada e falta de audácia. O segundo pecado da guerrilha urbana é vangloriar-se de suas ações completadas e espalhá-lo aos quatro ventos. O terceiro pecado da guerrilha urbana é vaidade. A guerrilha urbana que padece deste pecado trata de resolver seus problemas da revolução com ações nas cidade, mas sem preocupar-se com os princípios e sobrevivência da guerrilha em zonas rurais. Cegada por seu triunfo, ela começa a organizar ações que considera decisivas e que colocam em jogo todas as forças e recursos da organização. Já que não podemos interromper a luta guerrilheira nas cidades enquanto que a guerra rural não tenha estourado, nós sempre corremos o erro fatal de permitir que o inimigo nos ataque com golpes decisivos.
Sigilo total quando a ação requisitar de compartilhamento de informações, de importâncias a essas informações, evitar ao maximo que o que é realmente é importante escape para as mãos do inimigo. Por isso é necessário criar a consciência de que apenas quem agiu sabe o que foi feito e outras pessoas não precisam saber,pois de forma ingênua ou maldosa poderiam prejudicar os indivíduos que efetuaram as ações. Diminuição de conflitos internos é sinal de que a as medidas de segurança são eficazes, parar de se importar com o que não vale o tempo perdido. Saber quem esta ao seu lado sob vários aspectos, saber seus limites e capacidades, aumenta a confiança e é ligado diretamente a sensação de segurança que teremos na ação. Conhecer o nível de necessidade de segurança de cada individuo, torna a ação mais segura, e também aumenta o leque de atividades possíveis, as pessoas tem de estar distribuídas em diferentes estruturas.
Nossa organização como indivíduos anti-autoritarios, deve partir de princípios autônomos, descentralizados, autogestionarios e sem hierarquias, para isso precisamos agora mais que nunca, dar ênfase a nossa individualidade para podermos canalizar a força coletiva. O individuo é a base de qualquer organização, é isso que deve ser focado para não reproduzirmos os moldes organizativos sociais que são os princípios da autoridade institucional que alimenta o estado, o corpo social e suas vontades não pode nunca se sobrepor ao individuo que baseado em seus próprios conceitos e capacidade cada individuo deve ser livre para a escolha em relação a participar ou não de qualquer atividade ou ação baseado proposta.
Inimigos vão agir da mesma forma sempre, a idéia é colocar a confiança adquirida contra eles, em ações e em segurança. Não se expor e contra atacar. Vão tentar reprimir as informações ou espaços físicos, tentar causar desconfiança entre indivíduos, vão tentar mostrar que estão no controle mesmo quando não sabem nada. Midia, Policia, Gangues Nazi- Fascistas, todos tem a mesma forma de agir e é interessante explorar essa falha.
*O texto sobre organização e segurança estão incompletos e o zine será reeditado conforme o desenvolvimento de nossas idéias.
Gostaríamos de compartilhar aqui,uma parte do Manual do Guerrilheiro Urbano ,escrito por Carlos Marighella,que apesar de ser antigo ainda é útil nos dias de hoje...Há urgência em organizar nossos esforços, é uma questão de sobrevivência.
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CONDUTA DE SEGURANCA! Um dos maiores problemas de indivíduos e coletivos que travam uma luta pela liberdade, provavelmente é a falta de segurança e de conhecimento a respeito desse assunto. Pois ao declararmos guerra contra tudo e todos, expondo nossos pontos de vistas sobre a realidade opressora que nos cerca e passando a agir por nossa emancipação, estamos colocando em risco nossa integridade física. Indivíduos que chegam a consciência de que não passam de um par de braços sem alma e descartáveis, usados para gerar lucro para patrões e empresários serão caçados,enjaulados ou aniquilados. O estado e seu brutal aparato repressor junto à sociedade conservadora sabem que um individuo consciente da existência de um sistema explorador, não importando o nível de conhecimento a respeito das estruturas do poder, representa um perigo social. Esta se tornando cada vez mais constante o medo das classes parasitas ao verem esses indivíduos se unindo com outros de sua afinidade para atacar as estruturas de dominação. Conseqüentemente há um investimento cada vez maior na indústria de segurança e com o progresso da tecnologia surgem novos métodos de controle e prevenção contra aqueles que ameaçam a ordem vigente. A cultura de segurança é uma conduta que promove a capacidade de um grupo determinado de pessoas agir em conjunto sem margem de erro nas ações que estão se propondo a fazer. Essa segurança que falamos, não deve ser colocada como protocolo ou lista de normas, pois tem o intuito de ser posta em pratica da forma mais natural possível, o intuito de ser posta em pratica em forma de organização espontânea. Essa idéia se coloca em forma de protocolo de segurança , apenas quando tentarmos colocar as idéias de forma organizada, sempre de acordo com a ação.
Ação = Nível de Segurança +Indivíduos Capacitados + Meios comunicação + Meios Físicos+ Tempo Mínimo Idéia ( um nível mínimo de tempo entre planejamento e ação garantem a precisão e o sucesso na atividade, esperar muito para agir pode dar brechas sob nível de informação e segurança.) Essa ação, em relação a segurança , vai constituir de um controle de informação. Respeitando a capacidade de cada individuo envolvido e ate onde este pode colaborar com a idéia. Ou seja, ninguém precisa saber de qualquer importância que não influirá em sua parte nas ações e decisões. No momento em que os indivíduos estiverem em situações complicadas, com a policia,por exemplo, isso lhes da mais segurança em alegar ou negar qualquer tipo de informação. Alegar ignorância sem realmente saber mais do que se deve é muito mais simples. A partir do momento que essa conduta se aplicar, os grupos de afinidade podem surgir (pessoas que pensem da mesma forma e mostrem-se interessadas em agir). Baseando-se sempre em um programa de trocas, de idéias, espaços físicos, informações, tudo a seu tempo. De forma que finalmente, ações mais arriscadas possam ser compartilhadas. Os indivíduos devem respeitar a cultura de segurança de forma natural. Não perguntar ou falar sobre qualquer informação com quem não é realmente necessário. Desvincular totalmente a imagem pessoal da atividade ilegal, agindo sob uma personalidade oculta, por exemplo. Se você não se sentir confortável ao ser questionado sob qualquer atividade ou informação, sinta-se a vontade para negar tudo a qualquer momento e para qualquer um. Da mesma maneira, não participe de nada que você não se sinta totalmente a vontade, e torne esse incomodo explicito para todos dentro da idéia e da ação.