Alerta Antifascista!

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tar pessoas pobres da mesma forma que pessoas heterossexuais!", “Gays podem ter reinos de capital e poder igual às pessoas heterossexuais!", "Somos iguais a vocês"! Assimilacionistas buscam nada menos que construir o homossexual como o normal - rico, monogâmico, carros luxuosos, residências privadas. Esta construção, claramente reproduz a estabilidade da heterossexualidade, o patriarcado, o binário de gênero, o capitalismo. Se nós realmente queremos destruir esta normalidade, necessitamos tomar uma posição firme. Não necessitamos da inclusão ao matrimônio, nem do exército, nem do Estado. Temos que destruí-los. Não mais político/as, nem chefes, nem policiais gays. Necessitamos separar as políticas de assimilação e as políticas de libertação. Necessitamos reencontrar nossa sucessão como queer anarquistas descontrolado/as. Necessitamos destruir estas construções da normalidade, e ao invés, criar posições baseadas em nossa contrariedade a esta normalidade, uma alternativa capaz de desmantelá-la. Necessitamos usar esta posição para instigar rupturas, não só destas políticas de assimilação, mas do capitalismo em si mesmo. Nossos corpos nasceram em conflito com a ordem social, temos que aprofundar este conflito e fazer com que se espalhe. Devemos criar um espaço onde é possível desejar. Este espaço, obviamente, requer conflito com a ordem social. Para desejar, em uma sociedade estruturada para confinar o desejo, é uma tensão que vivemos diariamente. Este terreno, que nasce na ruptura, deve desafiar a opressão em sua integridade. Isto significa a negação total ao mundo. Devemos nos voltar os corpos em rebeldia. Nós podemos apreender a fortaleza de nosso/as corpos em rebeldia para criar o espaço para nosso/as desejos. No desejo encontraremos o poder para destruir o que nos destrói. Temos que estar em conflito com o regime do normal. TRADUzido DO PANFLETO: “TOWARDS

Agência de Notícias Anarquistas

QUEERST INSURRECTION”


AOS GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS, TRANSEXUAIS E SIMPATIZANTES... O que é o skinhead e o punk? E o que eles têm a ver com a causa LGBT? Nós vamos responder estas perguntas a você. São subculturas que transgridem de alguma forma o sistema em que vivemos hoje. Ambos os movimentos questionam e estão às margens dos padrões conservadores de vida social. Especificando mais a respeito de cada subcultura, o punk é um movimento libertário e em sua maioria, anarquista. Nasceu em meados dos anos 70 em várias partes do mundo ao mesmo tempo, até mesmo no Brasil onde as primeiras bandas foram formadas por volta 76/77. Pela arte, música, visual e ações diretas baseadas no lema “FAÇA VOCE MESMO”, os punks conseguem expressar sua visão. O punk tem muitas subdivisões, mas apenas por aspectos culturais e não ideológicos. Existem muitos homossexuais e lésbicas no movimento punk mundial, inclusive bandas especificamente voltadas para o público LGBT. Os Punks existentes em São Paulo são em sua maioria, anarquistas e apoiam o movimento LGBT, negros, nordestinos, imigrantes e outras “minorias” até por que fazem parte dessas minorias. O real problema é a subcultura skinhead. Que causa muitas dúvidas com relação ao seu surgimento, disseminação, grupos, divisões e ações, principalmente. O skinhead surgiu na Inglaterra, em meados dos anos 60, quando filhos de operários ingleses e jamaicanos imigrantes ficavam juntos durante as noites, dançando reggae e ska, bebendo cerveja, brigando em estádios ou em bares apenas por diversão. Sendo assim, o skinhead, é em sua essência, ANTI RASCISTA, pois têm a cultura jamaicana como base e origem. Sim. Isso é verdade. 2

e a dominação deste mundo. Temos nossos corpos e desejos roubados de nós. A perspectiva queer dentro do mundo heteronormativo é a que nos permite criticar e atacar o aparato capitalista. Nós podemos analisar as formas em que a medicina, a igreja, o Estado, o matrimônio, os meios de comunicação, as fronteiras, o exército e a polícia são usados para nos controlar e destruir. E ainda mais importante, podemos usar estes casos para articular um criticismo coeso de todas as formas em que somos alienado/as e dominado/as. A posição queer é uma posição onde se ataca o normal. E é desde esta posição que a história dos queers organizados tem tomado sua forma. Os/as mais marginalizados - pessoas trans, pessoas de cor, trabalhadore/as sexuais - sempre tem sido a base das chamas da resistência militante queer. Esta resistência tem sido acompanhada pela análise radical que afirma que a liberação queer está amarrada com a aniquilação do Estado e do capitalismo. Se a história prova algo, é que o capitalismo tem uma tendência de pacificar os movimentos sociais. Isto, trabalha simplesmente. Um grupo ganha privilégio e poder dentro do movimento e pouco depois, traem seus companheiro/as. Alguns anos depois dos distúrbios de Stonewall, homens gays brancos e de classe média marginalizaram toda a gente que havia feito seu movimento possível e abandonaram a revolução. Antes, se queer era estar em conflito direto com as forças de dominação, agora nos toca e enfrentarmos o estancamento total e a esterilidade. Como sempre, o capital transformou trans que atiravam pedras nas ruas em políticos e ativistas bem vestidos. Há gays republicanos e democráticos. Há países onde até há bebidas energéticas "gay" e canais de televisão "queer" que fazem a guerra mental, com o corpo e a autoestima da juventude. O estabelecimento político "GLBT" converteu-se numa força de assimilação, gentrificação e do poder estatal e capital. A identidade gay se converteu em um produto, uma comodidade e um aparato que funciona para retirar-se da luta contra toda a dominação. Agora já não criticam nem o matrimônio, nem o exército, nem o capitalismo, nem ao Estado. Há campanhas para a assimilação queer dentro de cada uma. Suas políticas apóiam todas as instituições que reinformam a heteronomatividade, em vez de buscar a aniquilação daquelas. "Gays podem ma7


hora sobre nós. A normalidade é a miséria e a opressão. A normalidade é o Estado, é o capitalismo. É o colonialismo e o império. É a brutalidade. É violação. A normalidade é cada forma em que limitamos nossa identidade ou aprendemos a odiar nossos corpos. Nós falamos de guerra social. Nós falamos disto já que uma pura análise das classes sociais não nos basta. Que significa uma análise marxista da economia mundial a um sobrevivente de um espancamento? Aos trabalhadore/as sexuais? A um sem teto ou a jovens fugidos de suas casas? Como pode uma simples análise de classe ser a base de uma revolução, que promete libertar a aquele/as de nós que estamos experimentando e viajando mais além dos gêneros e sexualidade que nos são atribuídos? O proletariado como um sujeito revolucionário marginaliza a quem suas vidas não encaixam no modelo do trabalhador heterossexual. Lênin, Marx e Proudhon nunca jogaram [viveram] como nós. Nós queremos converter a dominação em ruínas. Esta luta que inabita cada revolução social é o que conhecemos como guerra social. É o processo e a condição do conflito com a normalidade. Neste discurso queer, estamos falando da luta contra a normalidade. Para nós queer significa guerra social. E quando falamos de queer como um conflito contra toda a dominação, falamos seriamente. O normal, o heterossexual, a família comum, estes exemplos sempre foram construídos em oposição a nós. Heterossexual não é queer. Saudável não tem HIV. Homem não é mulher. Os discursos da heterossexualidade, o patriarcado, o capitalismo se reproduzem a si mesmos como um modelo de poder. Para o resto de nós só há morte. Nas ruas um "maricas" é espancado porque sua representação de gênero é muito feminina. A um pobre homem transexual que não consegue o dinheiro para seus hormônios que salvará sua vida. Trabalhadore/as sexuais são assassinados por seus clientes. Uma genderqueer é violada porque necessitava "ter sexo heterossexual". Mulheres lésbicas são encarceradas por defender-se contra homens heterossexuais que as agridem. A polícia nos brutaliza nas ruas. Como queers, experimentamos, diretamente, com nossos corpos a violência 6

Mas o que aconteceu depois é o que deixa a dúvida de hoje. Com a forte influência de um partido conservador nacionalista (NATIONAL FRONT) ao longo dos anos 70, surgem grupos nazifascistas dentro do movimento skinhead, praticando explicitamente a homofobia, o racismo, a xenofobia e outros conceitos ultraconservadores, de extrema direta. Estes grupos “skinheads” de extrema direita foram os que ficaram famosos no mundo inteiro pela violência contra as minorias, e acabou tomando conta do conceito “skinhead” e é o que aparece com frequência na mídia mundial. Como resposta a esse grupo, mais ou menos em 1987, em nova Iorque, cria-se um grupo chamado SHARP (Skinheads Against Racial Prejudice). Os “Skinheads Contra o Preconceito Racial” rapidamente se expandiram pelo mundo e deram voz àqueles skinheads tradicionais que tinham em sua cultura negros e brancos, que apenas se divertiam ao som de ska e reggae e foram ofuscados pelos skinheads de extrema direita. Assim como em 1969 eles não tinham postura política definida, apenas se posicionavam contra o racismo e isso fez com que skinheads antirracistas, mas nacionalistas e homofóbicos entrassem para o movimento, o que acabou acarretando em fatos que colocaram em cheque a questão da postura política. No começo dos anos 90 para se livrar de vez da praga da direita e seu conservadorismo surge um grupo chamado RASH (REDS & ANARCHISTS SKINHEADS) que tinham em suas fileiras skinheads anarquistas e comunistas que lutavam contra todos os tipos de preconceito e discrimi-nação e por uma sociedade justa e socialmente igualitária, sem classes e divisões. Grupos skinheads nazifascistas existem sim. Mas nós skinheads e punks anarquistas e ANTIFASCISTAS também existimos e não vamos omitir quem somos. Nós somos você, somos os imigrantes, somos os negros, somos os nordestinos, somos os excluídos da sociedade conservadora, somos os moradores de rua, somos todos os oprimidos e julgados pelo 3


sistema discriminador e segregador que existe no mundo. Por isso queremos mais do que nunca mostrar nosso apoio ao movimento LGBT e dizer que nós estamos lutando dia após dia, lado a lado com qualquer movimento que lute pela liberdade e dignidade de viver. Queremos desmistificar as falsas ideias da mídia mentirosa e manipuladora. Estaremos sempre por perto. Contato: viverparalutar@hotmail.com

LUTE

Manifesto Insur

Queer

recion

ário

Queer é um termo reclamado. Seu uso contemporâneo é para descrever gêneros e sexualidades que não se conformam com a sociedade heteronormativa.

CONTRA OS PRECONCEITOS 4

Queer começou a ser usado como um insulto às pessoas de gênero e sexualidade diferente (seu significado em inglês é “incomum”), mas rapidamente se converteu num termo para expressar nossas identidades. A maioria das pessoas entendem queer como sinônimo de GLBT. Este entendimento falha em analisar nossa experiência como pessoas queer. Para nós, queer não é uma área estabelecida, queer não é uma identidade que faz parte de uma lista de categorias sociais corretas e aceitas. Queer é uma identidade definida contra a dominação hetero-monogâmica-patriarcal-branca e também uma identidade que se aproxima com aquelas pessoas que estão marginalizadas e oprimidas. Queer representa nossas sexualidades e gêneros, mas também muito mais. Queer é a resistência ao regime no "normal". Como queers nós entendemos a normalidade. A normalidade é a tirania da nossa condição. A normalidade é violentamente imposta a cada dia, a cada 5


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