Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani - Temporada 2015

FE RN AN DA

01 5

PE G RR AL AC ERI A I NI DE TE MP M AR IL TE OR AN AD A I 2

GALERIA DE ARTE FERNANDA PERRACINI MILANI TEMPORADA 2015 - EDITAL DE OCUPAÇÃO Nº 006, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2014 - FUNDAÇÃO CASA DA CULTURA E ESPORTES. PREFEITO PEDRO BIGARDI SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA TÉRCIO MARINHO DIRETORA DOS TEATROS CARLA PAGANI / HELOISA OLIVEIRA COMISSÃO MUNICIPAL DE ARTES VISUAIS

ALEXANDRE SARAIVA CECÍLIA CELANDRONI EDE GALILEU ELISABETE ALVARENGA EMÍLIA AZUMA JOSÉ MILTON TURCATO LÍGIA LUCIENE RODRIGUES MARIA LÚCIA MARTINELLI PANIZZA

CORPO DE JURADOS AUGUSTO SAMPAIO MILENE CHIOVATTO PAULO DE TARSO CHEIDA SANS ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA RITA CARVALHO

FOTOGRAFIA WILSON PAULETO (PÁGs. 4, 5, 78, 80)

PROJETO GRÁFICO RODOLFO STANIC REVISÃO DE TEXTO REGIANE ROSSINI AS INFORMAÇÕES E DEMAIS FOTOS CONTIDAS NESTE MATERIAL FORAM FORNECIDAS PELOS RESPECTIVOS ARTISTAS. 2

ÍNDICE 06 14 22 30 38

CANTEIRO DE OBRAS ANDREY ZIGNATTO 07 a 27 de abril

COMPORTAMENTO DO RISCO TCHELO 05 a 25 de maio

CORPOS IN CHRONOS MARCO SCARELLI 02 a 22 de junho

COLAGENS MUSICAIS ANDRÉ DE MIRANDA 07 a 27 de julho

PAISAGEM DOMINADA ALEXANDRA UNGERN-STERNBERG 04 a 24 de agosto

46 54 62 70

INVENIRE GUSTAVO TORREZAN 01 a 21 de setembro

ORIGAMI DANIELE SHIROZONO 06 a 26 de outubro

SUPERFÍCIES FÁBIO LEÃO 03 a 23 de novembro

SEGUE O VENTO PEDRO AMORA 01 a 21 de dezembro

3

A

o longo dos anos temos vivenciado uma mudança muito grande do cenário das artes visuais e da cultura em geral. Se há décadas eram uma manifestação elitista e para poucos, hoje as artes visuais alcançam cada vez mais pessoas. As técnicas, linguagens, motivos e objetos se popularizaram, no melhor sentido da expressão.

Neste cenário é papel do poder público também fomentar essa linguagem e difundir o trabalho dos artistas.

Dentro do Teatro Polytheama, uma tradicional e histórica casa das artes performáticas, existe a Galeria de Artes Fernanda Perracini Milani. Esta galeria representa a convergência, tanto das diferentes linguagens da arte quanto do antigo e do contemporâneo. Neste contexto as exposições registradas neste catálogo apresentam uma pequena amostra deste esforço de acolher e abrigar as manifestações artísticas diversas.

Esperamos que a iniciativa motive e incentive cada vez mais artistas a exporem seus trabalhos e também que incite o público à frequência dos espaços que ofertam a arte.

Secretaria Municipal de Cultura Prefeitura do Município de Jundiaí

4

O

ano de 2015 representa uma vitória para a Comissão de Artes Visuais de Jundiaí, pois por cinco anos estamos garantindo a publicação do edital para seleção das exposições da Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani. Este catálogo que você tem em mãos é o documento do que foi realizado na Galeria nessa quinta edição de seu edital.

Neste ano a quantidade de projetos foi reduzida para nove por motivos alheios à nossa vontade, mas ainda assim foram selecionadas exposições individuais que demonstraram trabalhos de alguns dos melhores artistas da arte contemporânea do Brasil, sendo quatro deles artistas jundiaienses, escolhidos por um júri de comprovada excelência na área.

A Galeria Fernanda Perracini Milani, projeto idealizado por Lina Bo Bardi em 1986, tem um importante papel para as artes visuais na cidade de Jundiaí. Em cinco anos de funcionamento, através do edital, a galeria já é reconhecida em nossa cidade e no país como um espaço democrático e expressivo, estimulando a produção e a apreciação da arte de nossos dias.

Comissão de Artes Visuais do Conselho Municipal de Cultura 5

EXPOSIÇÃO CANTEIRO DE OBRAS, PINTURA DE CUBOS BRANCOS (2015), VÁRIAS DIMENSÕES. 6

CANTEIRO DE OBRAS

Andrey Zignnatto

C

Andrey Zignnatto nasceu em 18 de fevereiro de 1981, natural de Jundiaí, cidade onde reside. Artista autodidata, trabalha entre São Paulo e Jundiaí.

rescemos acostumados a pensar o processo de construção de qualquer coisa através de um sistema tradicional de pensamento: “começo, meio e fim”. No caso, o fim é dado como a etapa do resultado desejado, onde as questões se dão por resolvidas em definitivo.

“Canteiro de Obras” é conhecido como qualquer área fixa e temporária, onde se desenvolvem as operações de apoio e execução de uma obra, que passam por adaptações de acordo com os serviços a serem executados. O que atrai Andrey Zignnatto para este local é o fato de que um canteiro de obras tem por definição ser um espaço de processos, discussões, onde muitas questões ainda estão por serem resolvidas, local de objetivos ainda em processo, não encerrados.

Os trabalhos exibidos são resultado da vivência de Andrey Zignnatto em canteiros de obras, onde o artista se apropria dos gestos, materiais e técnicas de pedreiros e demais operários para desenvolver trabalhos artísticos atravessando e utilizando-se diretamente dos processos de reformas e construções de casas e edifícios.

Participou de diversos cursos e oficinas pela Associação dos Artistas Plásticos de Jundiaí, onde também atuou como professor entre 1999 a 2011. Em 2013 participou da 4ª Edição do “Colônia de Férias”, realizado no Atelier 397. Frequentou em 2015 o grupo de discussões do projeto Atelier Fidalga, com acompanhamento dos artistas Sandra Cinto e Albano Afonso, e no mesmo ano participou do curso Estudo e Produção de Arte Contemporânea no Instituto Tomie Ohtake.

Entre exposições individuais e coletivas destacam-se: Transborder – Fabien Castanier Art Gallery, Los Angeles EUA / 2016; Metáforas Construídas - La Cometa Galeria de Arte, Bogotá – COL; Territórios Forjados – Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – SP / 2015; Territórios Forjados #2 – Temporada de Exposições Paço das Artes – SP; Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio – Museu da República – RJ / 2015; Deslocamentos – Blau Projects Galeria de Arte – SP / 2015; UMBRELLA – 18º Festival Cultura Inglesa – British Culture Centre – SP / 2014; Prêmio Arte e Patrimônio – Centro Cultural Paço Imperial – RJ / 2014. ￭ 7

8

PINTURA DE CUBOS BRANCOS #1 (2014), TINTA ACRÍLICA DE PAREDE SOBRE PLÁSTICO DE SACO DE LIXO, 100 x 200 CM.

PINTURA DE CUBOS BRANCOS #2 (2014), TINTA ACRÍLICA DE PAREDE SOBRE PLÁSTICO DE SACO DE LIXO, 100 x 200 CM.

9

10

PINTURA DE CUBOS BRANCOS #3 (2014), TINTA ACRÍLICA DE PAREDE SOBRE PLÁSTICO DE SACO DE LIXO, 100 x 200 CM.

PINTURA DE CUBOS BRANCOS #4 (2014), TINTA ACRÍLICA DE PAREDE SOBRE PLÁSTICO DE SACO DE LIXO, 100 x 200 CM.

11

REFORMA #1 (2015), CIMENTO, ACRÍLICA SOBRE TELA 175 x 175 CM.

12

REFORMA #2 (2015), CIMENTO, ACRÍLICA SOBRE TELA 175 x 175 CM.

13

EXPOSIÇÃO COMPORTAMENTO DO RISCO, PÊNDULOS I (2015), CARVÃO, CORDÃO E PREGO, 150 X 1400 CM.

14

COMPORTAMENTO DO RISCO

A

pesquisa de Tchelo é direcionada à invenção de sistemas e procedimentos para produção artística, sistemas que determinam a forma que sua arte toma. Usa com frequência a linha, visual ou imaginária, uma vez que é inevitável a sua ligação à maneira como percebemos a forma e o conteúdo do mundo à nossa volta. Elemento puro que em sua simplicidade pode alcançar significados por vezes antagônicos, a linha pode dividir ou unir, pode ser caminho ou fronteira, unidade ou sequência, desenho ou palavra, corpo, espaço ou tempo. Com essa variedade temática desenvolve trabalhos utilizando diversas mídias e materiais que, em suas alterações, acabam modificando a imagem que constroem.

Na exposição individual “Comportamento do Risco”, Tchelo discute as diferentes possibilidades do desenho usando materiais característicos dessa linguagem como carvão, nanquim e grafite, além de outros materiais como o elástico. Além dos desenhos realizados em papel, Tchelo apresenta a instalação Pêndulos, que ocupa um painel de 27 metros de comprimento e é realizada com dezenas de esferas de madeira que são queimadas se transformando em carvão. As esferas são sustentadas por cordões pretos amarrados em pregos fixados na parede do painel.

Os carvões riscam a parede gerando uma grande figura que surge da composição e do movimento dos objetos queimados.

Tchelo Formado em Comunicação Social em 2000, Tchelo cursou o Post Experience Programme in Visual Arts, no Royal College of Art, em Londres. No Brasil, frequentou atividades de formação artística com os professores Jailton Moreira, Charles Watson e Franz Manata. Atualmente integra um grupo de acompanhamento de projetos orientado pelo artista Nino Cais.

Exposições Individuais: 2015 - Princípia, 19º Cultura Inglesa Festival / Centro Brasileiro Britânico, São Paulo, SP; 2014 - Desenho Ideal, Centro Cultural Municipal de Guarulhos, Guarulhos, SP; 2013 - Sedimentos, Qualcasa Espaço Galerie, São Paulo.

Exposições Coletivas Selecionadas: 2014 - In-Sonora VIII Mostra Internacional de Arte Sonora, Museu Reina Sofia Madri, Espanha; The Knowledge within the Line, Pinta London / Earls Court Exhibition Centre, Londres, Inglaterra; 39° SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto, MARP, Ribeirão Preto-SP; 46° Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, Pinacoteca de Piracicaba, Piracicaba, SP; 5º Salão dos Artistas sem Galeria, Zipper Galeria, São Paulo. ￭

15

COMPORTAMENTO DO RISCO (2015), CARVÃO, ELÁSTICO E PREGO, 80 X 200 CM. 16

ESPIRAL II (2015), CARVÃO, CORDÃO E PREGO, 140 X 140 CM. 17

COMPORTAMENTO DO RISCO (2015), CARVÃO, ELÁSTICO E PREGO, DETALHE DA OBRA (PÁG.16).

18

TELA SOBRE TELA (2014), SÉRIE ESTRUTURAS ELÁSTICAS, CÂMARA DE PNEU E TELAS, 19 X 13 CM. 19

2H/6B/4B (2013), SÉRIE LINHAS DE CONSTRUÇÃO, GRAFITE SOBRE PAPEL, 42 X 30 CM CADA. 20

2H/6B/4B (2013), SÉRIE LINHAS DE CONSTRUÇÃO, GRAFITE SOBRE PAPEL, 42 X 30 CM CADA. 21

EXPOSIÇÃO CORPOS IN CHRONOS, INCONSCIENTE COLETIVO (2014), ASSEMBLAGEM, 40 X 30 CM. 22

CORPOS IN CHRONOS

D

e maio a setembro de 2013, Marco Antônio Scarelli passou por problemas de saúde que o deixaram impossibilitado de produzir seus trabalhos, de segurar um lápis ou pincel.

Entretanto, o pensamento não parou e, borbulhando ideias, o artista criou esta série com o tema “o corpo”, que ele tão bem conhece das aulas de anatomia quando cursou ciências, em sua primeira formação.

Marco Scarelli De Jundiaí, o artista visual Marco Antônio Scarelli participa de exposições, na maioria em instituições públicas, sendo premiado, inclusive no exterior. Muitas de suas obras fazem parte de acervos públicos em vários países.

Suas obras também já foram elogiadas pela crítica italiana Dra. Teresa T. Petrarca: “La tua arte é d’impactto; sul colore, uma novitá assoluta” (A sua arte é impactante; sua cor, uma novidade absoluta). ￭

Este tema tem fascinado diversos artistas desde eras mais remotas. Sob a ótica do artista Scarelli, “o corpo é mostrado sob a ação do tempo”. Chronos não cessa de devorar-nos, inevitavelmente, limitando nosso tempo de existência.

Esta série é composta de trabalhos de técnicas mistas em desenho, pintura, escultura, fotografia, instalações e uma espécie de gravação com ferrugem sobre tela, que o artista vem desenvolvendo há mais de dez anos. Por analogia, o corpo, assim como o ferro resistente e forte, sofre a ação do tempo, sendo corroído pela ferrugem.

(Fotos por Danilo Bertino).

23

SINTONIA (2014), SÉRIE CORPUS IN CHRONOS, DETALHE DA OBRA, ASSEMBLAGEM, 5 X 8 X 45 CM.

PÁG. 25: SÉRIE CORPUS IN CHRONOS (2014), ESCULTURAS. ESQUERDA: SOB A SÍNDROME DE PROMETHEU, 25 X 35 X 130 CM. CENTRO: SOB O DOMÍNIO DE CHRONOS, 25 X 35 X 160 CM. DIREITA: SOB O ENIGMA DE ANANKE, 25 X 35 X 120 CM.

24

25

26

PÁG. 26: ESQUERDA: ESPERANDO KAIRÓS PASSAR (2014), SÉRIE CORPUS IN CHRONOS, PÓ DE FERRO SOBRE ACRÍLICO SOBRE TELA, 80 X 120 CM. DIREITA: MOMENTO (2014), SÉRIE CORPUS IN CHRONOS, PÓ DE FERRO SOBRE ACRÍLICO SOBRE TELA, 80 X 120 CM.

PONTO NO TEMPO (2014), SÉRIE CORPUS IN CHRONOS, PÓ DE FERRO SOBRE ACRÍLICO SOBRE TELA, 80 X 120 CM. 27

PRIMEIRA QUEDA (2010), GRAVAÇÃO DE FERRUGEM SOBRE ACRÍLICO SOBRE TELA, 100 X 100 CM.

PÁG. 29: SÉRIE CORPUS IN CHRONOS. ESQUERDA: ESPAÇO DE TEMPO (2015), GRAVAÇÃO DE FERRUGEM SOBRE ACRÍLICO SOBRE TELA, 50 X 60 CM. CENTRO: EPITÉLIO (2014), DETALHE DA OBRA, GRAVAÇÃO DE FERRUGEM SOBRE TELA, 80 X 120 CM. DIREITA: SEM TÍTULO (2015), GRAVAÇÃO DE FERRUGEM SOBRE TELA, 50 X 60 CM. 28

29

AURORA (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 30

CANÇÃO PARA OURO PRETO (2014), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

COLAGENS MUSICAIS

A

técnica de colagem foi utilizada pela primeira vez na invenção do papel, na China, cerca de 200 a.C. A utilização da colagem, no entanto, manteve-se limitada até o século X, no Japão, quando calígrafos começaram a aplicar o papel colado com textos sobre superfícies ao escrever seus poemas. Na Europa, a colagem apareceu durante o século XIII, quando folhas de ouro em painéis começaram a ser aplicadas nas catedrais góticas.

Nesta exposição, André de Miranda apresenta trabalhos em que papéis colados desempenham um importante apelo visual, embora isso não seja uma novidade, surgida nos tempos do Cubismo. O diferencial, neste caso, como gravador, é a combinação da técnica da xilogravura utilizada na forma de trechos recortados e colados, com aplicação de papéis coloridos, visando a composição de novas imagens dentro da série “Xilocidade”, evocando a música, inserindo trechos de partituras originais que foram de sua tia materna.

A cor possui igualmente bastante importância, sendo utilizada, ora como elemento de apoio tonal, ora como elemento bastante ativo, de alta cromaticidade. Assim, as cores fortes, os elementos xilográficos, as notas musicais e as mais diversas formas negativas ou positivas executam uma espécie de “dança”, criando uma vibração. São conexões entre a linha melódica e a linha gravada, recortada, rasgada no tempo do compasso e das divisões, na métrica e na modulação da forma e da cor, em sobreposições e texturas representando a polifonia de sua obra.

André de Miranda Nasceu no Rio de Janeiro em 1957. Considera-se autodidata, embora tenha estudado desenho e pintura com Jemile Diban e Cecília De Castro Pinto; xilogravura com Ciro Fernandes, Marcelo Soares, J. Borges e Anna Carolina; gravura em metal com Marcelo Frazão e Heloísa Pires Ferreira. Já realizou mais de 300 exposições nacionais e internacionais individuais e coletivas nestes últimos 35 anos dedicados à xilogravura, ministrando oficinas e palestras por diversas cidades brasileiras.

Possui obras em importantes acervos, dentre eles: Biblioteca Nacional – Rio; Pinacoteca de São Paulo; Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – PR; Casa da Gravura Solar do Barão – Curitiba, PR; Museu Casa da Xilogravura – Campos do Jordão – SP; Suécia; Polônia; Macedônia; Japão; Romênia; China; Itália; França; Espanha; Argentina e outros.

Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Contato: mirandart@gmail.com ￭

31

CAMINHO, ETERNO CAMINHANTE (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 42 X 29,7 CM. 32

QUAL É O TOM (2013), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 42 X 29,7 CM.

CHORÕES (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

JANELA MUSICAL (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 33

MALABARISMO MUSICAL (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 34

MELODIA DE OUTONO (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

RAPSÓDIA AZUL (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

RODA VIVA (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 35

SONATA AO AMANHECER (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 36

TRÊS APITOS (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

NOTURNO (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM.

ODEON (2015), COLAGEM DE XILOGRAVURA, PAPEL COLORIDO E PARTITURA, 29,7 CM X 21 CM. 37

EXPOSIÇÃO PAISAGEM DOMINADA, DIE FLIEGEN - AS MOSCAS (2013), INSTALAÇÃO, COLAGEM SOBRE BANDEJAS DE ISOPOR, VÁRIAS DIMENSÕES.

PAISAGEM DOMINADA

O

s trabalhos da exposição “Paisagem Dominada” de Alexandra Ungern-Sternberg, sugerem a necessidade de uma conscientização ambiental em uma sociedade consumista e discutem a presença de objetos descartáveis em relação ao meio em que vivemos.

Eles transitam por toda parte, da mesma maneira que estes trabalhos circularam e continuam circulando por diversos espaços, como aconteceu no metrô TrianonMASP, ‘Projeto Vitrinas’ e no metrô São Bento (São Paulo, ambos em 2014).

Quantas vezes nos deparamos com acúmulos desnecessários no dia a dia? Insetos e bandejas de isopor estão presentes em experiência cotidianas frequentando os nossos lares, trabalho, enfim, a nossa rotina. Refletindo sobre isso, Alexandra aponta para o fato do homem contemporâneo ter se afastado de suas origens naturais, o que tem causado sérias consequências para a saúde do planeta.

Alexandra Ungern-Sternberg Nasceu em Recife em 1967. Vive em São Paulo. Formouse em Culturas Visuais e Curadoria pela Universidade Webster, em Viena (na Áustria) e em artes plásticas pela Escola Panamericana de Arte em São Paulo.

Frequentou cursos de fotografia no Brasil e no exterior; participou de seminários com Carlos Fajardo, cursos e orientação de trabalhos com Artur Lescher. Frequenta o grupo de discussões de projetos no Ateliê Hermes, com acompanhamento dos artistas Nino Cais e Carla Chaim.

Participou de exposições nacionais e internacionais, entre elas: Projeto Vitrines, da estação do metrô Trianon-MASP; MIS Museu da Imagem e do Som- Florianópolis-SC; MAB Museu de Arte de Blumenau – SC; MAG Museu de Arte de Goiânia – GO; MUNA Museu Universitário de Uberlândia – MG; Galerie Seghaier, Kindberg – Áustria; PINTA LONDON – Feira de Arte Contemporânea – Inglaterra. ￭

Em sua pesquisa a artista se utiliza de objetos banais do cotidiano que passam por transformações através de manipulação de objetos, bem como através da fotografia.

39

SEM TÍTULO (2013) SÉRIE PAISAGEM, FOTOGRAFIA ADESIVADA SOBRE PS, 90 X 60 CM.

PÁG. 41: DIE FLIEGEN - AS MOSCAS (2013), DETALHE DA INSTALAÇÃO, COLAGEM SOBRE BANDEJAS DE ISOPOR, VÁRIAS DIMENSÕES. 40

41

42

PÁG. 42: DETALHE DA EXPOSIÇÃO PAISAGEM DOMINADA (2015), PERSPECTIVA DAS OBRAS, VÁRIAS DIMENSÕES.

SEM TÍTULO (2013), SÉRIE DESENHOS ORGÂNICOS, LÍQUIDO ORGÂNICO SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES. 43

SEM TÍTULO (2013), SÉRIE DESENHOS ORGÂNICOS, LÍQUIDO ORGÂNICO SOBRE PAPEL, 66 X 96 CM CADA. 44

SEM TÍTULO (2013), SÉRIE DESENHOS ORGÂNICOS, LÍQUIDO ORGÂNICO SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES.

45

EXPOSIÇÃO INVENIRE (2015), CONJUNTO DE OBRAS, INSTALAÇÃO, VÁRIAS DIMENSÕES. 46

INVENIRE

A

palavra “Invenire”, pertencente ao latim, pode ser traduzida para os nossos dias como “invenção”. Ela possui o significado, em sua origem etimológica, de encontrar relíquias ou partes arqueológicas, sendo a mesma da palavra inventário.

A partir desta consideração, a exposição propõe uma busca de obras da história da arte mundial, mas não de quaisquer trabalhos, e sim daqueles destruídos em guerras e conflitos ou desaparecidos por roubos.

Buscam-se obras que somente o registro está disponível, produzindo um inventário com esta base para então realizar a curadoria destas obras e realizar uma exposição “inventada”.

Gustavo Torrezan Doutorando em Artes Visuais no Instituto de Artes da Unicamp. Participou da 3ª Edição do PIESP - Programa Independente da Escola São Paulo, dirigido por Adriano Pedrosa e co­dirigido por Ana Paula Cohen. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP (2012).

Intercâmbio acadêmico no mestrado de História da Arte e Cultura Latinoamericana da Universidad Mayor Nacional de San Marcos, Lima ­Peru (2008). Bacharel em Artes Plásticas e licenciado em Educação Artística pela UNICAMP (2007).

Trabalha no Serviço Social do Comércio (SESC­ -SP) como assistente técnico de Gerência de Artes Visuais e Tecnologia.

Desde 2005 participa de projetos e exposições coletivas.

Como artista faz uso de diversos meios em pesquisas que apontam um interesse por questões entre lugar, memória, espaço e sistemas. Como curador realizou projetos para o SESC-SP, Prefeitura do Município de Piracicaba e UNICAMP. ￭

47

EXPOSIÇÃO INVENIRE (2015), CANTOS DE PAPELÃO FIXADOS COM FITA DUPLA FACE, VÁRIAS DIMENSÕES.

48

49

50

EXPOSIÇÃO INVENIRE (2015), PREGOS DE OURO PREGADOS NA PAREDE E BARBANTE BRANCO, VÁRIAS DIMENSÕES.

51

EXPOSIÇÃO INVENIRE (2015), INSTALAÇÃO, FITA ADESIVA APLICADA SOBRE O CHÃO, VÁRIAS DIMENSÕES. 52

53

EXPOSIÇÃO ORIGAMI (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES. 54

ORIGAMI

N

a mostra “Origami”, os traços percorrem a folha de papel com a intenção de perturbar minimamente sua imensidão de cor e silêncio. As linhas se fundem com sua superfície valorizando dois elementos essenciais para o desenho: o processo e a materialidade.

São apresentadas ao público duas séries realizadas em ponta seca sobre papel. Elas dialogam sobre a estética geométrica resultante das diversas etapas em que o papel é vincado para se obter um resultado tridimensional a partir da dobradura japonesa.

Daniele Shirozono Daniele Shirozono é natural de Viçosa, Minas Gerais, mas vive em Jundiaí há 21 anos. É graduada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas, onde iniciou sua pesquisa em torno do papel.

Faz parte do Coletivo Informe, que desenvolveu o projeto ‘‘Faltou Dizer’’ na 2ª edição do Bolsa Aluno-Artista SAE/ UNICAMP. Em 2014 participou da curadoria da 2ª Mostra Livre de Artes Visuais do 15º Festival do Instituto de Artes da UNICAMP. ￭

55

SÉRIE COMPOSIÇÕES (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 42 X 42 CM CADA.

56

COMPOSIÇÃO PARA CISNE (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 42 X 42 CM.

57

COMPOSIÇÃO PARA CAIXA (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 42 X 42 CM.

PÁG. 59 SÉRIE PASSO-A-PASSO (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 10 X 10 CM CADA.

58

59

SÉRIE PASSO-A-PASSO (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, 10 X 10 CM CADA.

60

EXPOSIÇÃO ORIGAMI (2015), PONTA SECA SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES.

61

EXPOSIÇÃO SUPERFÍCIES, RECONFIGURAÇÃO DE ESPAÇOS ESPECÍFICOS: TEATRO POLYTHEAMA (2015), MONOTIPIA SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES. 62

SUPERFÍCIES

N

a exposição individual “Superfícies”, o artista Fábio Leão apresenta alguns trabalhos que desenvolveu durante os últimos 4 anos em sua pesquisa acerca de possíveis relações entre arte, arquitetura, design e ciência.

Nesta exposição, o artista apresenta monotipias sobre papel que representam objetos da sua casa e ateliê, bem como um site-specific produzido a partir das superfícies dos espaços arquitetônicos da Galeria Fernanda Perracini Milani e do Teatro Polytheama.

A ideia da exposição é apontar para o fato de que a nossa percepção da realidade está limitada às superfícies dos objetos e dos espaços arquitetônicos que nos cercam. Dessa forma, ignoramos totalmente a realidade ao nível das partículas subatômicas que as recentes descobertas da física quântica têm revelado. Segundo os cientistas, o microcosmo funciona por meio de interações energéticas que não podem ser captadas pelos nossos 5 sentidos físicos. Ao apresentar imagens criadas a partir das superfícies de objetos e espaços, Fábio Leão tem a intenção de apontar para essa limitação perceptiva, que não nos permite perceber a realidade que existe além das superfícies das coisas.

Fábio Leão Nascido em Arapiraca, AL, Brasil, 1975.

Vive e trabalha em São Paulo.

Em 2015 ganhou o prêmio Aquisição da Bienal de Las Fronteras, coleção do Museo de Arte Contemporânea de Tamaulipas Instituto Tamaulipeco para a cultura e as artes, México. Em 2014 participou das residências artísticas “MacDowell Colony Fellowship”, nos EUA e “Obras em Construção”, na Casa das Caldeiras em São Paulo. Nesse mesmo ano, participou da coletiva “O Saber da Linha”, na Pinta London Art Fair, em Londres.

Em 2013 foi um dos premiados do Salão dos Artistas sem Galeria.

Nesse mesmo ano, ganhou o Prêmio Aquisição no Futuro Salão Nacional de Artes Visuais de Jundiaí, Arte Contemporânea e Novas Tecnologias, participou da exposição “Arte e Design”, na Torre Santander, em São Paulo, com curadoria de Rejane Cintrão e, entre outras mostras, realizou a exposição individual “Deslocamentos”, na Galeria Cañizares da Escola de Belas Artes da UFBA, em Salvador. ￭

63

64

RECONFIGURAÇÃO DE ESPAÇOS ESPECÍFICOS: TEATRO POLYTHEAMA (2015) MONOTIPIA SOBRE PAPEL, VÁRIAS DIMENSÕES.

65

EXERCÍCIO PARA OLHAR UM BANQUINHO (2013), SÉRIE OLHANDO COMO PELA PRIMEIRA VEZ, MONOTIPIA SOBRE PAPEL - POLÍPTICO, BANQUINHO DE MADEIRA USADO COMO MATRIZ. ESCALA REAL, VÁRIAS DIMENSÕES.

PÁG. 67: ESQUERDA: PERSPECTIVA DA OBRA (ACIMA) NA EXPOSIÇÃO. DIREITA: CARA A CARA (2011) MONOTIPIA SOBRE PAPEL, MESA DE VIDRO E PRATOS DE PORCELANA USADOS COMO CARIMBOS, ESCALA REAL, 151 X 111 CM. 66

67

68

PÁG. 68: EXERCÍCIO PARA OBSERVAR OBJETOS (2012), BASTÃO A ÓLEO E GRAFITE SOBRE PAPEL CANSON, POLÍPTICO DE 15 PEÇAS, 44 X 32 CM CADA.

ALÉM DA FUNÇÃO DAS COISAS (2011), MONOTIPIA SOBRE PAPEL ARROZ, OBJETOS DOMÉSTICOS FORAM USADOS COMO CARIMBOS, ESCALA REAL, POLÍPTICO DE 20 PEÇAS, 35,5 X 24,5 CM CADA.

69

EXPOSIÇÃO ESCRITÓRIO 176 (2014), INSTALAÇÃO COM OBJETOS DE ESCRITÓRIO, VÁRIAS DIMENSÕES.

EXPOSIÇÃO SEGUE O VENTO (2015), FOTOGRAFIAS, VÁRIAS DIMENSÕES. 70

SEGUE O VENTO

Pedro Amora

Seguir o vento parece simples. Inspire. Respire.

Sente o vento?

“Segue o Vento” é a segunda exposição fotográfica autoral de Pedro Amora, nascido em Jundiaí/SP.

Desconectar e vivenciar o imprevisto foram metas a serem cumpridas na captura de cada imagem desta exposição.

Em 2008 , com “SOUL SAL & SOL” , Pedro ilustrou as paredes do Ateliê Namastê, da artista plástica e arquiteta Cíntia Fernandes, em Florianópolis/SC. Depois, trouxe a exposição para Jundiaí no antigo café MILKSHAKESPEARE (no Beco Fino).

Conectar-se apenas com cada respiro do vento e tentar estar presente 100% em cada momento vivenciado.

Trabalhou com os fotógrafos Roberto Linsker, Araquem Alcântara, Ângelo Pastorello, João Raposo, entre outros. Fotografia é sua profissão desde 1999. ￭

Depois de um tempo, fotografar.

Muitas fotos foram perdidas pelo acaso. Outras nem sequer fizeram o CLICK. Outras ainda vão sumir. Mas estas não. Estão impressas na íntegra para te inspirar a seguir o vento.

Admirar cada sopro e cada grão de areia em movimento imprevisível e, assim, contemplar seu presente.

71

72

73

74

75

76

77

A Galeria

O

Teatro Polytheama é um dos principais patrimônios históricos, culturais e arquitetônicos de Jundiaí.

Fundado em 1911 e fechado no final da década de 1960, foi reinaugurado em 1996 com projeto da renomada arquiteta Lina Bo Bardi.

Inaugurada em 13 de dezembro de 2008, a Galeria Polytheama, assim como as outras que estão localizadas dentro de equipamentos culturais públicos, recebia o nome do local que a abriga. Em 3 de dezembro de 2011, a galeria passa a ser denominada de “Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani”, em homenagem à uma das mais conceituadas artistas jundiaienses.

A denominação da Galeria foi realizada por meio da Lei 7.712, de 11 de agosto de 2011. Desde então, a ocupação da galeria é definida por edital aberto à participação de artistas de todo o Brasil.

A Galeria encontra-se na rua Barão de Jundiaí, 176, Centro.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 4586-2472 ou acesse o site cultura.jundiai.sp.gov.br. ￭

Fernanda Perracini Milani

N

asceu em Alba (Piemonte), na Itália. Formada em Artes Plásticas pela FAAP e pós-graduada em Artes pela Universidade de São Paulo. Sua trajetória artística em Jundiaí iniciou na década de 1950. Presidiu a Comissão Municipal de Artes Plásticas e integrou o Conselho Municipal de Cultura no período de 1983 a 1989.

A artista fez cursos de pintura com Tarsila do Amaral, Renina Katz e Yolanda Mohaliy; de gravura com Evandro C. Jardim; cerâmica com o professor João Rossi e de História da Arte com Flávio Motta.

Fernanda Milani está catalogada no Anuário Jundiaiense de Artes Plásticas, de Celso de Paula, nas edições de 1997 e 1999. Participou das coletâneas da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, desde o ano de 2001, com exceção de 2006.

Ela recebeu menções honrosas nas 1ª e 2ª edições do Salão Jundiaiense de Belas Artes. Dividiu seu tempo lecionando no magistério e participando eventualmente de algumas exposições. Suas últimas participações foram em “Arte do Novo Século”, em Jundiaí, no ano de 2002, realizada no Complexo Argos e na exposição de Batik no congresso “O Direito do Meio Ambiente”, no Complexo Mokiti Okada, em São Paulo.

Em 2009, participou de exposições na Galeria Polytheama com “Femina” e “Caminhos” e, em 2011, da exposição “Rumo aos 40 anos”, da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí. Faleceu em 12 de maio de 2011. ￭ 79