Expo Artes - Pinacoteca Diógenes Duarte Paes - Edição 2019

EXPO ARTES PINACOTECA DIÓGENES DUARTE PAES

EDIÇÃO 2019

Rua Barão de Jundiaí, 109 - Centro, Jundiaí /SP

EXPO ARTES - PINACOTECA DIÓGENES DUARTE PAES EDIÇÃO 2019 PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ LUIZ FERNANDO MACHADO GESTOR DE CULTURA MARCELO PERONI EQUIPE DA PINACOTECA LUIZ DONIZETI DA SILVA GOMES MARIA INÊS DE OLIVEIRA BERNARDI MARIA LÚCIA PELEGRINO DA SILVA RACHEL VASSÃO LIMA ROSA CÂMARA SETORIAL DE ARTES VISUAIS 2019-2020 DAURIVAN JÚNIOR EDE GALILEU JENSEN CHIESA JÉSSICA LISBOA JÉSSICA OLIVEIRA JOCIEL GOMES LUÍS GASPARINI LUCAS GUSKUMA MAICON SILVA SUE ELLEN SILVA PROJETO GRÁFICO VINICIUS NOGUEIRA WILSON PAULETO CRÉDITOS DA CAPA “RUA BERNARDINO DE CAMPOS” (1947)) DIÓGENES DUARTE PAES AQUARELA ACERVO: GABINETE DE LEITURA RUY BARBOSA

* As informações contidas neste material são de responsabilidade dos respectivos artistas. ** Não houve corpo de jurados - todos os projetos inscritos foram selecionados.

04 - A Simplicidade das Coisas (Antonio Thyrso)

08 - Abusos Contra a Mulher: Não é Não e Pare é Pare (Keli Paes)

12 - Claudia: Mulheres Guerreiras (Eduardo Milani)

16 - Etnia Tropical (Vulgoxis)

20 - Maria dos Pacotes: A Figura e a Lenda (Regina Kalman)

24 - Pompeia: Retrato Natural (Lana Franco)

28 - Talhas e Entalhes: Forma e Vida (Francisco Junqueira)

32 - Trilogia (Manuel Marchant R) 3

A Simplicidade das Coisas A exposição “A Simplicidade das Coisas”, do artista plástico Antonio Thyrso, marca o retorno - depois de 45 anos - do artista à cidade de Jundiaí.

Entremeando o seu fazer artístico com uma constante busca por informações e reflexões da vida através da leitura dos clássicos da filosofia, história da arte, sociologia e psicanálise, sua pintura desabrocha como síntese dos sentimentos e do estar no mundo.

As coisas são simples e precisamos sempre refletir, para além do desenho na tela, sobre o nosso papel na sociedade e, desta forma, enxergar o cotidiano por um lado poético.

O cotidiano do menino com sua bicicleta e “amigo cão” exemplifica o período em que a lembrança infantil se fez novamente presente na vida do artista.

Natureza quase morta onde o indivíduo meio escondido se revela em partes do corpo, pequenos objetos, como um trenzinho deixado no canto. Uma quase presença, mas que se impõe como realidade importante e nada efêmera.

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Antonio Thyrso Muito ativo na cidade na década de 70, onde participou da fundação da Associação dos Artistas Plásticos, Antonio Thyrso mudou-se para o Rio de Janeiro, Brasília e atualmente reside em Brumadinho, Minas Gerais.

Durante este período dedicou-se ao ensino de Artes Plásticas e História da Arte aliado ao fazer artístico e a projetos relacionados a museus e patrimônios culturais.

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Abusos Contra a Mulher: Não é Não e Pare é Pare Com seis peças, a exposição de Keli Paes retrata cinco formas diferentes de abusos.

O expectador poderá ter uma visão de fora, como observador da cena no ato do crime, ou poderá se colocar no lugar da vítima. “Abusos Contra a Mulher” é um relato pessoal da artista, que revela seus sentimentos e frustrações da vida através das pinturas e como essas experiências podem deixar danos físicos e psicológicos duradouros.

Esse tipo de crime não escolhe estatura, peso, cor, crença ou classe social. A mulher muitas vezes é ofendida, humilhada, agredida e ameaçada pelo simples fato de ser mulher, fazer escolhas diferentes ou obter sucesso.

As pinturas foram feitas a óleo espatulado na madeira reciclável e alguns trabalhos possuem técnica mista. É um assunto delicado, mas extremamente importante de ser tocado, pois o medo, a opressão e a humilhação abalam a autoestima da mulher a ponto de submetê-la a certos tipos de abusos, inibindo as vítimas de denunciarem o abusador ou a abusadora.

A intenção da artista é conscientizar sobre o crime e, principalmente, mostrar à mulher a força que ela tem e foi forçada a esquecer. A mulher não é e nunca foi o sexo frágil.

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Keli Paes Iniciou nas Artes Visuais em 2002, tendo aulas com o artista Issis Martins Roda na Associação dos Artistas Plásticos de Jundiaí. Fez um curso livre na mesma área pela FASM e participou de exposições coletivas aos sábados em 2002/2003 na praça central da cidade.

Voltou aos estudos em 2012 pela FMU, mas fez uma pausa após uma gravidez. Retornou novamente em 2017 e em dezembro de 2018 realizou sua primeira exposição individual na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes. Em seus trabalhos, utiliza várias técnicas que se baseiam no que a artista pesquisa, vê e sente.

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Claudia: Mulheres Guerreiras A exposição reúne uma produção visual que tem como referência e inspiração a revista “Claudia”, cuja história se mistura com a trajetória das mulheres presentes na vida do artista, e expõe possibilidades criativas de narrativas gráficas em uma criação pessoal sobre as imagens arquetípicas do mito da mulher guerreira no imaginário popular, utilizando linguagens afinadas com o universo pop.

A abordagem prática do projeto “Claudia: Mulheres Guerreiras” tem a proposta de empregar as linguagens do desenho, da pintura e da colagem na busca por uma sintaxe visual própria.

O artista lança um olhar sobre as múltiplas representações femininas, expondo-as enquanto agentes responsáveis pelos seus destinos e ressaltando sua capacidade de transformação.

O objetivo não é apenas fornecer uma experiência estética, mas fomentar o senso crítico perante os estereótipos e as deformações imagéticas que se imprimem às mulheres, além de refletir sobre os fenômenos históricos, sociais e culturais que impactam o papel desempenhado por elas.

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Eduardo Höfling Milani Nasceu nos EUA, em 1957, e passou parte da infância e adolescência em Jundiaí. Desde 1975 reside em São Paulo, capital. Possui graduação e mestrado em Arquitetura e Urbanismo, ambos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Pela mesma instituição, onde foi professor por 22 anos nos cursos de Propaganda e de Arquitetura e Urbanismo, é doutor em Educação, Artes e História da Cultura, desenvolvendo estudos de caráter autoral sobre a temática pop no contexto da arte contemporânea.

Com passagem pela University of the Arts London, atualmente dedica-se às pesquisas e projetos no âmbito das artes visuais, participando de exposições e diversos congressos.

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Etnia Tropical Utilizando um símbolo de luta e referência que é a mulher brasileira, o artista traz uma mostra com traços delicados e cores vibrantes, fazendo uso das técnicas de grafite, representando mulheres com características bem brasileiras.

Na maioria de seus trabalhos pelas ruas, VULGOXIS retrata essas figuras tão importantes para a sociedade. As mulheres lutaram por seus direitos e para conseguir o seu espaço; por sua vez, o grafite também teve que lutar para conseguir espaço e reconhecimento. A junção de utilizar técnicas de grafite para representar a figura da mulher brasileira vai além da arte, nos traz uma história de superação mútua.

Esta exposição está em sintonia com o interesse de chamar atenção e provocar os olhares das pessoas através da arte para a figura da mulher que, de elemento secundário, passou a ser extremamente importante na sociedade atual onde exerce cada vez mais um papel de protagonista.

VULGOXIS Quando criança, nas ruas das cidades de Francisco Morato e Caieiras (SP), VULGOXIS desenvolveu um jeito distinto de brincar e se comunicar através da arte.

Com o apoio de familiares e amigos, e a chegada do projeto cultural “Parceiros do Futuro”, VULGOXIS encontrou uma conexão direta com seu universo mágico e dinâmico e um meio de se comunicar com o público. Explorando com dedicação e cuidado as diversas técnicas do grafite, utilizando spray e látex como principal ferramenta, viu nas ruas a possibilidade de criar o seu lugar de estudo.

VULGOXIS é apaixonado por arte, por pessoas e tudo aquilo que as torna únicas e que inspiram o artista na união de seu trabalho, sempre aprimorando técnicas em diferentes suportes além dos muros, mas sem perder a essência daquilo que acredita.

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Maria dos Pacotes: A Figura e a Lenda Uma mostra em torno de uma personagem andarilha de Jundiaí, frágil, que andava nas ruas do Centro, nas décadas de 70 a 80, usando vestido cinza surrado e que carregava pacotes, geralmente redondos e nas mãos.

Dificilmente falava com alguém, aceitava somente cigarros e comida. Uma mulher simples, pequena e de olhos azuis que não refletiam um olhar lógico. Quando abordada, tinha uma reação violenta, xingando ou correndo atrás de quem se dirigia a ela.

O motivo de sua loucura e o que continha nos seus pacotes vagam na imaginação do povo.

Por mais de uma década desapareceu das ruas da cidade.

Sua morte foi publicada no dia 8 de janeiro de 2009 nos jornais locais. Seu nome era Carlota Edith. No entanto, o apelido que lhe deram e o motivo de sua loucura passaram ao imaginário popular, tornando-se uma lenda urbana de Jundiaí pela curiosidade de uma presença enigmática que inspirou artistas, escritores e até uma peça de teatro.

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Regina Kalman Nascida em Osijek, na antiga Iugoslávia, naturalizada brasileira. Reside em Jundiaí/SP desde 1960.

Possui licenciatura em Educação Artística, Ciências Sociais, História e em Pedagogia. Também é bacharel em Sociologia, Jornalismo e Direito. É pós graduada em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis, Didática Superior e em História do Brasil. É artista plástica, fotógrafa, poetisa, contista, cronista e ensaísta.

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Pompeia: Retrato Natural A relação de Pompeia com a fotografia é intrínseca: em 79 d. C, uma cidade bastante desenvolvida do Império Romano é instantaneamente capturada pelo vulcão Vesúvio, deixando fotografias tridimensionais, imagens petrificadas no tempo, que foram reveladas apenas 1600 anos depois.

O império, bem estabelecido sobre grandes pilares e requintes de um tempo áureo, em uma cidade enorme para aqueles tempos, foi tomado pela natureza que reivindicou o espaço que era seu. Um lugar comum como qualquer outro em que o ser humano se estabelece e desafia os limites da natureza.

Parece até uma ironia com o “Fauno dançante”, que foi construído pelo homem, ali, a sua imagem e semelhança, inteiro homem por tanta sofisticação que tinha. A estátua foi re-petrificada. As casas de pedras também.

Assim, em lavas – ou melhor dizendo, em “Labes”, que no latim tem o significado de queda ou mancha – a cidade foi sendo tomada pelo vermelho ardente, intenso, e se esvaindo em um profundo cinza, assim como sua população que se transformou em estátuas, e as vidas, apenas números. E desta tragédia romana, deste desastre surreal, apesar de tudo, restou pedra sobre pedra, um modo de vida intacto a ser revelado, como fotografias daquele ano de 79.

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Lana Franco Multiartista jundiaiense com foco maior nas artes visuais e corporais. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, e técnica em Dança pela ETEC de Artes, sempre buscou conhecimento tanto na educação formal quanto na informal, participando de diversos cursos livres e também se apoiando no autodidatismo através de livros, documentários, experimentações e pesquisas próprias.

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Talhas e Entalhes: Forma e Vida A exposição propõe um olhar diferenciado sobre talhas em madeira, focando em aspectos de forma praticamente tridimensionais do imaginário, sem necessitar da busca da perfeição estética pura, atendo-se à forma mais ríspida solicitada pelo material trabalhado.

Francisco Junqueira Nascido em 1955 de origens russa e polonesa por parte de mãe, foi, a partir de tenra idade, incentivado pelo avô a trabalhar com madeira, executando pequenos e esporádicos ensaios.

A vida o direcionou para as áreas de gestão empresarial e acadêmica, mas sem nunca esquecer suas lembranças. Por volta de 1995 retomou a arte empiricamente, como forma de relaxamento de rotinas profissionais estressantes.

Em viagens por diversos lugares no Brasil e outros países, tanto em caráter profissional quanto a passeio, sempre foi frequentador de feiras, museus e cidades em busca contínua por inspiração, tendo as primeiras obras executadas em 1996.

A primeira menção pública ocorreu em 2001 através do Jornal de Jundiaí no módulo “Bastidores” com o título “Madeira ganha vida nas mãos de professor”.

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Trilogia A exposição TRILOGIA, do arquiteto e artista plástico Manuel Marchant R, unifica um trabalho desenvolvido entre 2012 e 2018, intimamente ligado ao seu ofício no Chile, país onde vive.

Estas imagens criadas como uma série de reflexão visual dão conta de um olhar crítico sobre a ordem social e política nas últimas décadas no Chile, além de uma visão mais universal sobre as características do desenvolvimento capitalista neoliberal e suas consequências a nível planetário.

FÁBRICAS (2012) está inserida em um conceito de memória ativa de resgate da história urbana, por meio da construção de imagens complexas e misturas de fotografias da realidade com elementos subjetivos que resgatam vestígios de antigas ocupações e edifícios em abandono.

EL DISCURSO DE DIÓGENES (2016) compila imagens digitais feitas após um incêndio num armazém de varejo para fins de seguro e reconstrução. É uma crítica à forma atual de acumulação de capital e mercadorias com a produção de necessidades supérfluas.

EN LOS BOSQUES DE MASHUE (2017) conecta o artista com a região local, como a foz do Rio Bueno, as florestas de lariços, as comunidades Huilliches de Mashue e a espiritualidade dos povos originários que relembram um mundo antes da ruptura histórica da dominação.

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Manuel Marchant R Formado em Arquitetura pela Universidade Católica de Valparaíso (1982) e Estudos de Magistratura no Instituto de Estudos Urmanos da Universidade Católica de Santiago (1984).

Em 2005, foi encarregado do Projeto de Desenvolvimento do Plano Diretor para a futura ampliação do Museu Nacional de Belas Artes (Chile). Já em 2010, organizou uma equipe técnica para desenvolver pautas e critérios de reconstrução em uma zona patrimonial, formando parte do Conselho de Reconstrução da Zona Patrimonial de Cobquecura, que implementou workshops de reconstrução. Em Janeiro de 2010 também expôs “La Estación Infinita” na Universidade para o Desenvolvimento.

Com seus trabalhos, já expôs em diversos países do mundo, como Itália, Bulgária, Portugal, Macedônia e agora também no Brasil.

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A Pinacoteca Municipal Diógenes Duarte Paes foi criada em 2008 com a finalidade de desenvolver atividades relacionadas às artes visuais, com exposições, workshops, oficinas e afins, de artistas plásticos brasileiros e de Jundiaí e região. O espaço faz parte do Centro Jundiaiense de Cultura Josefina Rodrigues da Silva (Jorosil), estabelecido no antigo prédio do Grupo Escolar Coronel Siqueira de Moraes, construído no ano de 1896, e tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) devido ao seu alto valor histórico.

A Pinacoteca leva o nome de Diógenes Duarte Paes, artista Jundiaiense de notável talento com pintura, desenho e literatura.

Entre suas produções artísticas destacam-se o conjunto de aquarelas da Série Folclórica, que apresentam cenas do cotidiano ocorridos no interior de ambientes domésticos e públicos, nas quais é possível identificar a preferência do artista pelos personagens humanos, além de retratar valores sociais e culturais de uma Jundiaí nas primeiras décadas do século 20.

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Parte das obras que compõem o acervo permanente da Pinacoteca foi incorporada por meio da doação realizada pelo Conselho de Fiscalização Artística do Estado, com as obras premiadas nos Salões Paulista de Belas Artes da década de 1960, que o enriqueceram do ponto de vista qualitativo, com criações que se consolidariam como referências da melhor produção daquele período.

Outra parte do acervo é composta por obras premiadas nos Salões de Arte Contemporânea de Jundiaí, realizados pela Associação de Artes Plásticas de Jundiaí, entre as décadas de 1970 e 1980, e contribuíram para formação e ampliação significativa deste conteúdo.

Entre os artistas cujas obras compõem o acervo permanente da Pinacoteca encontram-se Diógenes Duarte Paes, Inos Corradin, Flávio Carvalho, Chrismontez de Brito, Elvio Santiago, Cecilia Celandroni, Valdir Sarubi, Cláudio Tozzi, Sérgio Romagnolo, Tereza D’Amico, Vicente Di Grado e Sisuko Sakai.