Magazine Océano nº 7

Page 1

ENTREVISTAS: Josu Santiago Anna Maria Scofano João C. Duarte Aquicultura mais que sustentável / Acuicultura más que sostenible; Proyecto / Projeto Neptune; Emiliania Huxleyi, uma ou varias espécies?/ ¿una especie o varias?


staff MAGAZINE OCÉANO Nº7- JULIO-AGOSTO 2013 MAGAZINE OCEANO Nº7- JULHO-AGOSTO 2013

www.magazineoceano.com

EDITORES CUERPO 8 SERVICIOS PERIODÍSTICOS SMC2 COMUNICAÇÃO. REDACCIÓN ESPAÑA C/VELAYOS, 2-BAJO. 28035 MADRID TELÉFONO: 91 386 86 13- 91 316 09 87 redacción@magazineoceano.com publicidad@magazineoceano.com www.cuerpo8.com REDAÇÃO BRASIL AOS 2/8 LOTE 05 - TORRE A SALA 319 - TERRAÇO SHOPPING ÁREA OCTOGONAL SUL BRASÍLIA - DF CEP 70.660-090 TELEFONE: (61) 3233-8339 / 9971-0282 contato@smccomunicacao.com.br www.smccomunicacao.com.br/ ISSN 2255-114X

DIRECTORA / DIRETORA CLARA ESTÉVEZ SUBDIRECTOR / SUBDIRETOR ANDRE KAURIC DISEÑO ORIGINAL / DESENHO-ORIGINAL HECTOR REYES REDACCIÓN / REDAÇÃO PABLO LOZANO MARÍA SÁNCHEZ GALAN PALOMA RUIZ RAMÓN MARCOS

Revista apoiada pelo Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil. Revista apoyada por el Área de Ciencia, Tecnología e Innovación de la Delegación de la Unión Europea en Brasil. Ciente da importância da disseminação do conhecimento técnico e científico e do intercâmbio de experiências entre regiões, a União Européia, através do Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil, apoia esta iniciativa de empresas brasileira e espanhola de promoverem a Oceanografia por meio da criação de um canal de comunicação de referência para o setor. Consciente de la importancia de la difusión del conocimiento científico y técnico y del intercambio de experiencias entre las regiones, la Unión Europea, a través del Área de Ciencia, Tecnología e Innovación de la Delegación de la Unión Europea en Brasil, apoya esta iniciativa de empresas brasileñas y españolas para promover la Oceanografía a través de la creación de un canal de comunicación de referencia para el sector.

2

CONSEJO EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL Alberto González Garcés Arnoldo Valle-Levinson Belén Alonso Bruno Moraes Carlos García Soto Carlos Vale Diego Macías Eduardo Balguerías Emilio Fernández Suárez Enrique Tortosa Fernando de la Gándara Fidel Echevarría Joaquín Tintoré José Ignacio Díaz José Luis Cort José Luis Sánchez Lizaso Josu Santiago Juan Acosta Maria Inês Freitas dos Santos Maria João Bebiano Miguel Ángel Losada Miguel Jover Miquel Canals Octavio Llinás Óscar Ferreira Pedro Gomes Pere Oliver Ramiro Neves Santiago Graiño Valentín Trujillo Víctor Espinosa


editorial Un CTD democrático mediante crowdfunding

Um CTD democrático através de crowdfunding

La idea de ciencia ciudadana o de democratización de

A ideia de ciência cidadã ou da democratização da ciên-

la ciencia es vista por muchos como una necesidad ur-

cia é vista por muitos como uma necessidade urgente

gente para conseguir que el conocimiento científico ten-

para que o conhecimento científico tenha uma distri-

ga una distribución piramidal en la población, con su-

buição piramidal na população, com sucessivos passos

cesivos escalones intermedios de cada vez menos

intermédios com cada vez menos informação mas mais

información pero más personas, y se evite así la actual

pessoas e, assim, evitar a atual estrutura, mais semel-

estructura, más parecida a un obelisco que a una pirá-

hante a um obelisco que a uma pirâmide. Uma maneira

mide. Una manera eficaz es conseguir la participación

eficaz é envolver profissionais que não trabalham em

de profesionales que no trabajan a tiempo completo,

tempo integral, estudantes e aficionados sérios em tare-

estudiantes y aficionados serios en tareas científicas.

fas científicas. Mas, no caso da ciência marinha, o alto

Pero, en el caso de las ciencias del mar, el elevado cos-

custo das atividades tornam isto especialmente difícil,

to de las actividades lo hacen especialmente difícil, in-

mesmo para os cientistas que trabalham em entidades

cluso para científicos que trabajan en entidades no bien

com financiamento reduzido.

dotadas económicamente.

Por isso é tão importante a iniciativa de fabricar um CTD

Por eso es tan importante la iniciativa de fabricar un CTD

(instrumento que mede a condutividade, temperatura,

(instrumento que mide conductividad, temperatura, sa-

salinidade e outras variáveis) financiado por crowdfun-

linidad y otras variables) financiado por crowdfunding.

ding. O equipamento não custaria mais que US $ 200 e

El equipo no costaría más de 200 dólares y se podría

poderia construir-se de maneira doméstica, o que é mui-

hacer de forma doméstica, muy poco considerando que

to pouco face ao custo de um CTD normal, que ronda

un CTD normal cuesta miles de dólares. Los impulso-

os milhares de dólares. Os promotores pretendem recol-

res pretenden reunir 10.000 dólares para poner a pun-

her US $ 10.000 para calibrar o CTD, que poderia ope-

to el CTD, que podría trabajar hasta unos 200 metros

rar até 200 metros de profundidade que, não sendo mui-

de profundidad. No es demasiado, pero si efectivo para

to é eficaz para muitas investigações. Para Nature a

muchas investigaciones. Para la revista Nature la incia-

iniciativa "pode democratizar as ciências do mar”. É dis-

tiva “podría democratizar las ciencias del mar”. Es dis-

cutível se o alcance será tanto, mas certamente há mo-

cutible que sea tanto el alcance, pero sin duda hay mo-

vimentos nesse sentido. Por exemplo, cada vez é mais

vimientos en ese sentido, por ejemplo, la cada vez más

numerosa a entrega para todas as partes interessadas,

numerosa entrega a todos los interesados –o casi– de

ou quase todas, dos dados dos planadores subaquáti-

los datos de gliders o de ciertas campañas oceanográ-

cos (gliders) ou de certas campanhas oceanográficas.

ficas. En el caso del CTD democrático, se puede ver un

Sobre o CTD democrático, pode ser visto um vídeo no

video en Youtube en http://www.youtube.com/

Youtube http://www.youtube.com/watch?feature=pla-

watch?feature=player_embedded&v=fgtETDdGBBs#at

yer_embedded&v=fgtETDdGBBs#at=80 e um breve

=80 y un breve artículo en Nature en la dirección

artigo na Nature no endereço http://www.nature.com/

http://www.nature.com/news/ crowdsourcing-may-

news/crowdsourcing-may-open-up-ocean-science-

open-up-ocean-science-1.13341

1.13341 3


sumario 03 editorial Un CTD democrático mediante crowdfunding.

06 noticias La Universidad de Barcelona pone a prueba los cebos elaborados con descartes de Arom Bait. Antioquia de cara al mar. Las cifras demuestran eficaz la gestión de pesca de la UE en los mares europeos.

16 entrevista Josu Santiago, presidente del Comité Científico de la International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT).

30 reportaje Veta La Palma, acuicultura más que sostenible.

38 entrevista Anna Maria Scofano, consultora senior de Petrobras en monitorización ambiental costera y oceánica.

50 reportaje ¿Es una especie o varias la Emiliania huxleyi?

56 entrevista João Duarte, investigador de la Universidad de Monash (Australia) habla sobre la existencia de una incipiente zona de subducción en la costa portuguesa.

68 informe Proyecto Neptune.

77 reportaje Microalgas para el almuerzo.

84 gastronomía Sardina marinada/ Salmonetes en escabeche frío.

86 agenda Exposiciones, ferias y congresos.

4


sumário 03 editorial Um CTD democrático através de crowdfunding.

06 notícias A Universidade de Barcelona testa as iscas de Arom Bait elaboradas com descartes. Antioquia de cara para o mar. As cifras demonstram um gerenciamento eficaz da pesca da UE nos mares europeus.

16 entrevista Josu Santiago, presidente do Comitê Científico da International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT).

30 reportagem Veta La Palma, aquicultura mais que sustentável.

38 entrevista Anna Maria Scofano, consultora Sênior com ênfase em Monitoramento Ambiental costeiro e oceânico da Petrobras.

50 reportagem Emiliania huxleyi: uma ou várias espécies?

56 entrevista João Duarte, investigador da Universidade de Monash (Austrália) fala sobre a existência de uma zona de subducção incipiente na costa portuguesa.

68 relatório Projeto Neptune.

77 reportagem Microalgas para o almoço.

84 gastronomia Sardinha marinada/ Salmonetes em escabeche frio.

86 agenda Exposições, feiras e congressos.

5


noticiasnotícias noticias

La Universidad de Barcelona pone a prueba los cebos elaborados con descartes de Arom Bait A Universidade de Barcelona testa as iscas de Arom Bait elaboradas com descartes El uso de cebo vivo, además de generar una presión pesquera extra sobre especies como la sardina o la caballa, supone más trabajo para los pescadores: hay que conseguir el cebo, mantenerlo fresco, almacenarlo en las bodegas... Una empresa española, Arom Bait, S.L., que desarrolla cebos ecológicos elaborados a partir de descartes pesqueros y desechos de la industria

6

O uso de iscas vivas, além de gerar uma pressão pesqueira extra sobre espécies como a sardinha ou a cavala, supõe mais trabalho aos pescadores: há que se conseguir a isca, manter fresca, armazenar em adegas... A empresa espanhola Arom Bait S.L., que desenvolve iscas ecológicas elaboradas a partir de descartes pesqueiros e desfeitos da indústria de conserva, ganhou um dos prêmios Emprende-


01

conservera, ha sido galardonada con uno de los premios Emprendeverde de la Fundación Biodiversidad en España. Estos cebos están fabricados a partir de productos naturales, especialmente derivados de pescado y procedentes de descarte y subproductos de conserveras. “Un factor importante para la conservación del ecosistema marino, que evita el deterioro de la biomasa y la cadena trófica, además de ventajas socio-económicas", explica la compañía. La empresa fabrica estos cebos de manera específica para cada pesquería. Comercializan cebos para la pesca del pulpo con nasas, para la pesca de merluza con palangre, para la pesca deportiva del pez espada o para la pesca del bogavante también con nasas. El uso de este tipo de cebos permite reducir la presión pesquera ejercida sobre las distintas especies que sirven de cebo natural, como la ca-

verde da Fundação Biodiversidade na Espanha. Estas iscas estão sendo fabricadas a partir de produtos naturais, especialmente derivados de pescado e procedentes de descarte e subprodutos de conservas. “Um fator importante para a conservação do ecossistema marinho, que evita a deterioração da biomassa e a corrente trófica, além de vantagens sócio econômicas", explica a companhia. A empresa fabrica estas Foto: Mattias Wietzra iscas de maneira específica para a cada tipo de pesca. Comercializam iscas para pesca do polvo com gaiolas, para pesca de merluza com monofilamento, para pesca esportiva do peixe espada ou para pesca da lagosta também com gaiolas. O uso deste tipo de iscas permite reduzir a pressão pesqueira exercida sobre as diferentes espécies que servem de isca natural, como a cavala, a sardinha ou a pota. Além disso, a especificidade de cada isca diminui a pesca inci-

7


noticiasbreves noticiasnotícias

balla, la sardina o la pota. Además, la especificidad de cada cebo disminuye la pesca incidental, según afirma la empresa. Estos cebos hacen que la pesca sea más selectiva y sostenible evitando capturar especies como tortugas, tiburones, aves o delfines. Precisamente, en estos momentos los cebos de Arom Bait se están poniendo a prueba para evaluar su capacidad de reducir las capturas de aves en pesquerías del Mediterráneo. Científicos de la Universidad de Barcelona están llevando a cabo un proyecto, financiado por la Fundación Biodiversidad, cuyo objetivo es reducir las capturas accidentales de aves, especialmente de la pardela balear, que se encuentra en peligro de extinción. Dentro de este proyecto, los científicos están probando los cebos de Arom Bait como sustitutos de la sardina en la pesca de merluza con palangre de fondo. “Queremos ver es si el cebo tiene una atracción sobre las aves al igual que las sardinas”, explica Verónica Cortes, investigadora de la Universidad

8

dental, segundo afirma a empresa. Estas iscas fazem que a pesca seja mais seletiva e sustentável evitando capturar espécies como tartarugas, tubarões, aves ou golfinhos. Precisamente, neste momento, as iscas de Arom Bait estão sendo postas a prova para avaliar sua capacidade de reduzir as capturas de aves em pescas no Mediterrâneo. Cientistas da Universidade de Barcelona estão desenvolvendo um projeto financiado pela Fundação Biodiversidade, cujo objetivo é reduzir as capturas acidentais de aves, especialmente a pardela balear, que se encontra em perigo de extinção. Dentro deste projeto, os cientistas estão testando as iscas de Arom Bait como substitutos da sardinha na pesca da merluza com palangre de fundo. “Queremos ver é se a isca tem uma atração sobre as aves igual que as sardinhas”, explica Verónica Cortes, pesquisadora da Universidade de Barcelona e coordenadora das provas. “Em cada prova calamos mil anzóis com sardinha e ou-


de Barcelona y coordinadora de las pruebas. “En cada prueba calamos mil anzuelos con sardina y otros mil con cebo artificial y comprobaremos si hay una mayor o menor atracción dependiendo del cebo, además de valorar si el cebo afecta a las capturas”, añade. Todavía es pronto para sacar conclusiones. Se han realizado tres de las cinco réplicas del experimento y los datos no se analizarán hasta julio. Sin embargo, los científicos adelantan ya algunas observaciones. “A falta de dos pruebas, hemos visto que hay una menor atracción de aves con el cebo artificial, aunque también parecen capturarse menos peces”, apunta Cortés. “Sin embargo, los pescadores a los que hemos pasado cebos de Arom Bait, nos han dicho que les ha ido muy bien. Parece claro que funciona con las aves, que no las atrae, pero es muy importante que no tenga efectos sobre las capturas porque si no los pescadores no lo van a utilizar”, concluye la investigadora.

tros mil com isca artificial e comprovaremos se há uma maior ou menor atração dependendo da isca, além de avaliar se a isca afeta as capturas”, acrescenta. Ainda é cedo para tirar conclusões. Foram feitos três experimentos do total de cinco e os dados não serão analisados até julho. No entanto, os cientistas adiantam algumas observações. “Depois de duas provas, vimos que há uma menor atração de aves com a isca artificial e parecem capturar menos peixes”, aponta Cortês. “No entanto, os pescadores, aos quais passamos as iscas de Arom Bait, nos disseram o resultado foi bom. Parece claro que funciona com as aves, que não as atrai, mas é muito importante que não tenha efeitos sobre as capturas porque senão os pescadores não vão utilizar”, conclui a pesquisadora.

9


noticiasnotícias

[Colombia]

Antioquia de cara al mar Aprovechando la celebración del Día Mundial de los Océanos, la Universidad de Antioquia realizó los días 7 y 8 de junio en la ciudad de Turbo (Colombia) el III Encuentro académico Antioquia de cara al mar. Su objetivo fue manifestar la urgente necesidad de valorar y proteger los recursos marinos y costeros, así como enseñar y aprender su uso sostenible. También se promovió un espacio de reflexión y socialización de resultados de las investigaciones marinas regionales, contribuyendo así a la gestión de los ecosistemas a través del aporte de ideas prácticas que ayuden a solucionar las problemáticas existentes. Además de varios académicos de las universidades de Antioquia y Nacional de Colombia, participaron José Luís Sánchez Lizaso, de la Universidad de Alicante (España) y Jorge Manuel Gómez Poot, del Parque Nacional Natural de Arrecifes de Xcalak (México). Los temas del evento fueron Componentes físicos, químicos y geológicos de los ambientes marinos y costeros; Biodiversidad y conservación en ambientes marinos y costeros; y Gestión y manejo del Territorio y los recursos marinos y costeros. Pese a tener la segunda más extensa costa del Caribe colombiano, con más de 500 km, solo recientemente se ha considerado el mar del departamento de Antioquia como algo importante. Ha sido en la última década cuando científicos y dirigentes políticos tomaron conciencia de la impor-

10

tancia de esta región costera, rica en recursos naturales, situada dentro de la región mega-biodiversa del Chocó Biogeográfico y colindante con el istmo de Panamá. Así, después de muchos años de indiferencia, Antioquia le está dando la cara al mar. En este contexto, durante 2011 estudiantes de la Universidad de Antioquia de la sede de la ciudad de Turbo, en compañía de una de sus profesoras, sugirieron organizar un evento que resaltara la importancia de los ecosistemas marino-costeros de la región de Urabá, nombre bajo el cual conoce a toda la costa antioqueña. Es así como, en el marco de las actividades de extensión del programa de Ciencias del Mar de la Universidad, los grupos de investigación reconocidos por Colciencias GISMAC, ELICE y LIMNOBASE-BIOTAMAR, acompañados por la Rectoría, la Vicerrectoría de Extensión, la Dirección de Regionalización, el Instituto de Biología y la Corporación Académica Ambiental, han venido organizando encuentros académicos durante los últimos tres años, con el fin de celebrar el Día Mundial de los Océanos. Estos encuentros han contado con apoyos gubernamentales y privados. Así mismo han tenido la participación de invitados internacionales, nacionales y regionales quienes han presentado conferencias relacionados con el conocimiento, la protección y la gestión de los ecosistemas marino-costeros, haciendo especial énfasis en el golfo de Urabá.


02 [Colômbia]

Antioquia de cara para o mar Aproveitando a celebração do Dia Mundial dos Oceanos, a Universidade de Antioquia realizou, nos dias 7 e 8 de Junho, na cidade de Turbo (Colômbia), o III Encontro acadêmico Antioquia de cara al mar. Seu objetivo foi manifestar a urgente necessidade de valorizar e proteger os recursos marinhos e costeiros, bem como ensinar e aprender seu uso sustentável. Também foi promovido um espaço de reflexão e socialização dos resultados das pesquisas marinhas regionais, contribuindo assim com o gerenciamento dos ecossistemas através do aporte de ideias práticas que ajudem a solucionar as problemáticas existentes. Além de vários acadêmicos das universidades de Antioquia e Nacional de Colômbia, participaram José Luis Sánchez Lizaso, da Univeridad de Alicante (Espanha) e Jorge Manuel Gómez Poot, do Parque Nacional Natural de Arrecifes de Xcalak (México). Os temas do evento foram Componentes físicos, químicos e geológicos dos ambientes marinhos e costeiros; Biodiversidade e conservação em ambientes marinhos e costeiros; e Gerenciamento e manejo do Território e os recursos marinhos e costeiros. Apesar de ser a segunda costa mais extensa do Caribe colombiano, com mais de 500 km, apenas recentemente foi considerado o mar do estado de Antioquia como algo importante. Foi na última década quando cientistas e dirigentes políticos tomaram consciência da importância desta região

costeira, rica em recursos naturais, situada dentro da região mega-biodiversa do Chocó Biogeográfico e adjacente com o istmo do Panamá. Assim, após muitos anos de indiferença, Antioquia está dando a cara ao mar. Neste contexto, durante 2011, estudantes da Universidade de Antioquia, da sede da cidade de Turbo, em companhia de uma de suas professoras, sugeriram organizar um evento que realçasse a importância dos ecossistemas marinho-costeiros da região de Urabá, nome comum conhecido em toda a costa antioqueña. Foi assim que, no marco das atividades de extensão do programa de Ciências do Mar da Universidade, os grupos de pesquisas Colciencias GISMAC, ELICE e LIMNOBASE-BIOTAMAR, acompanhados pela Reitoria, as Vicereitorias de Extensão, Investigação e Docência, as Direções de Regionalização e de Relações Internacionais, o Instituto de Biologia e a Corporação Acadêmica Ambiental, foram organizando encontros acadêmicos durante os últimos três anos com o fim de celebrar O Dia Mundial dos Oceanos. Estes encontros contaram com apoios governamentais e privados, tiveram a participação de convidados internacionais, nacionais e regionais, que apresentaram conferências relacionadas com o conhecimento, a proteção e o gerenciamento dos ecossistemas marinho-costeiros, com ênfase especial no golfo de Urabá.

11


03

noticiasnotícias

[Andalucía/Andaluzia]

La esfericidad de las perlas A esfericidade das pérolas Las perlas más perfectas y valiosas son, quizás, los cuerpos macroscópicos más esféricos en el mundo biológico. Pero, ¿por qué son tan redondas? Científicos del Instituto Andaluz de Ciencias de la Tierra han desvelado el misterio de por qué, a partir de un grano de arena irregular, algunas perlas adoptan una forma esférica perfecta y otras no. El trabajo, que publica la revista Langmuir –de la American Chemical Society (ACS)–, ha demostrado, a partir de observaciones de microscopio electrónico, que las perlas son más perfectas cuanto más roten dentro del saco perlífero y cuantos más ejes diferentes tenga esa rotación. “Sobre esta base hemos desarrollado un modelo físico según el cual las perlas perfectamente esféricas rotarían aleatoriamente según distintos ejes durante su crecimiento; las llamadas perlas gota lo harían según un eje permanente y las irregulares, permanecerían estáticas”, explica Antonio Checa, autor del trabajo. Conocer el origen de la perfecta esfericidad de algunas perlas es el primer paso para aplicarlo al cultivo de estas preciadas joyas. Antonio Checa cree que sí se podrá aplicar este trabajo en la producción de perlas “pero no con el estado actual de conocimiento. El siguiente paso necesario sería la experimentación con animales vivos de cultivo”, apunta Checa. 12

As pérolas mais perfeitas e preciosas são, talvez, os corpos macroscópicos esféricos mais perfeitos no mundo biológico. Mas, por que são tão redondas? Cientistas do Instituto Andaluz de Ciências da Terra descobriram o mistério de como a partir de um grão de areia irregular, algumas pérolas ficam com uma forma esférica perfeita e outras não. O estudo, publicado na revista Langmuir – da American Chemical Society (ACS) –, mostraram, a partir de observações de microscopia electrónica, que as pérolas são tanto mais perfeitas quanto mais rodarem dentro do saco perlífero e quantos mais eixos distintos essa rotação apresente. "Com base nisso, desenvolvemos um modelo físico no qual as pérolas perfeitamente esféricas giram aleatoriamente segundo diferentes eixos durante o seu crescimento; as chamadas pérolas gota giram segundo um eixo permanente e as irregulares permaneceriam estáticas", diz Antonio Checa, autor do trabalho. Conhecer a origem da perfeita esfericidade de algumas pérolas é o primeiro passo para aplicação ao cultivo destas apreciadas joias. Antonio Checa pensa que o seu trabalho pode ser aplicado na produção de pérolas "mas não com o estado atual de conhecimento. O próximo passo seria a experimentação com animais vivos de cultivo", disse Checa.


04 Fotos IEO

[Unión Europea/União Europeia]

Las cifras demuestran eficaz la gestión de pesca de la UE en los mares europeos As cifras demonstram um gerenciamento eficaz da pesca da UE nos mares europeus La gestión responsable de la pesca en los mares europeos con criterios de sostenibilidad es ecológicamente eficaz y rentable. Los últimos datos de la Unión Europea indican que los esfuerzos de los últimos años por recuperar los stocks pesqueros están dando sus frutos sin merma de las ganancias. En el año 1995 un 95% de las poblaciones de peces evaluadas en el nordeste atlántico eran víctimas de sobrepesca, el año pasado eran un 47% y hoy son un 39%. Además, esta mejora del esta-

O gerenciamento responsável de pesca nos mares europeus com critérios de sustentabilidade é ecologicamente eficaz e rentável. Os últimos dados da União Europeia indicam que os esforços dos últimos anos para recuperar os estoques pesqueiros estão dando seus frutos sem diminuição dos ganhos. No ano de 1995, 95% das populações de peixes avaliados no nordeste atlântico eram vítimas de sobrepesca, no ano passado eram 47% e hoje são 39%. Além disso, esta melhora do estado


noticiasnotícias

do de las poblaciones está comenzando a repercutir en los beneficios de la industria, que este año aumentó sus ganancias un 40% respecto el curso anterior. Maria Damanaki, Comisaria de Pesca y Asuntos Marítimos de la UE, ha explicado que “estas cifras muestran que las medidas de ordenación de pesca responsable funcionan”. Sin embargo, añade que “tenemos que redoblar nuestros esfuerzos para poner fin a la sobrepesca en la fecha prevista y para ello hay que completar la reforma de la política pesquera común”. En este documento, de periodicidad anual, la Comisión recaba la opinión de los estados miembros y de los interesados sobre el establecimiento de los totales admisibles de capturas (TAC), de las cuotas y del esfuerzo pesquero (días en el mar) aplicables el año siguiente. El documento muestra que los esfuerzos de la Comisión para eliminar gradualmente la sobrepesca están comenzando a dar fruto. Según la información de que se dispone, actualmente hay ya 25 poblaciones de peces en los mares europeos que no están sobreexplotadas, mientras que en 2005 ese número era de solo dos. La base científica para evaluar las poblaciones de peces también está mejorando. Gracias a los nuevos métodos introducidos por el Consejo Internacional para la Exploración del Mar (CIEM), se dispone de dictámenes sobre 30 nuevas poblaciones en comparación con el año pasado. Los beneficios netos medios de la flota pesquera de la UE han experimentado un aumento de aproximadamente un 40 % desde 2011, lo cual pone de manifiesto que las rentas de los pescadores se incrementan merced a la reducción de la sobrepesca, aun cuando los costes de combustible supongan una carga suplementaria para la flota.

14

das populações está começando a repercutir nos benefícios da indústria, que neste ano aumentou seus ganhos 40% respeito ao curso anterior. Maria Damanaki, Comissária de Pesca e Assuntos Marítimos da UE, explicou que “estas cifras mostram que as medidas de classificação de pesca responsável funcionam”. No entanto, acrescenta que “temos que redobrar nossos esforços para pôr fim a sobrepesca na data prevista e para isso há que completar a reforma da política pesqueira comum”. Neste documento, de periodicidade anual, a Comissão destaca a opinião dos estados membros e dos interessados sobre o estabelecimento dos totais admissíveis de capturas (TAC), das quotas e do esforço pesqueiro (dias no mar) aplicáveis no ano seguinte. O documento mostra que os esforços da Comissão para eliminar gradualmente a sobrepesca estão começando a dar fruto. Segundo a informação de que se dispõe, atualmente há já 25 populações de peixes nos mares europeus que não estão superexplorados, enquanto em 2005 esse número era de dois. A base científica para avaliar as populações de peixes também está melhorando. Graças aos novos métodos introduzidos pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM), dispõe-se de ditames sobre 30 novas populações em comparação com o ano passado. Os benefícios netos meios da frota pesqueira da UE experimentaram


04

Fotos IEO

um aumento de aproximadamente 40 % desde 2011, o qual coloca de manifesto que as rendas dos pescadores se incrementam graças à redução da sobrepesca, ainda que os custos de combustível supõem um ônus suplementar para a frota. Cuotas para el año próximo En opinión de la Comisión, es preciso que el año que viene el sector se atenga a los dictámenes científicos. En el caso de las poblaciones cubiertas por planes de gestión a largo plazo, los TAC y los niveles de esfuerzo deberán fijarse de conformidad con los planes vigentes (lo que es una exigencia legal). En el caso de las demás poblaciones de peces, es decir, las no cubiertas por ningún plan, es preciso que la fijación de los TAC se base en los dictámenes científicos al objeto de eliminar la sobrepesca antes de que finalice 2015. De no existir ningún dictamen científico, deberá aplicarse el principio de precaución.

Quotas para o ano próximo Na opinião da Comissão, é preciso que no ano que vem o setor se agregue aos ditames científicos. No caso das populações cobertas por planos de gerenciamento a longo prazo, os TAC e os níveis de esforço deverão ser fixado em conformidade com os planos vigentes (o que é uma exigência legal). No caso das demais populações de peixes, isto é, as não cobertas por nenhum plano, é preciso que a fixação dos TAC se baseie nos ditames científicos ao objeto de eliminar a sobrepesca antes que finalize 2015. Se não existir nenhum ditame científico, deverá ser aplicado o princípio de precaução. 15


entrevista

“El esfuerzo pesquero en general no debe aumentarse”

josu santiago Presidente del Comité Científico de la International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT) Presidente do Comitê Científico da International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (ICCAT)


“O esforço pesqueiro em geral não deve ser aumentado”

osu Santiago Burrutxaga es uno de los científicos mundialmente más reconocidos en el estudio de los túnidos y la gestión de sus stocks. Actualmente preside el Comité Científico del ICCAT, probablemente el organismo internacional más importante en este terreno, cargo que ostenta desde 2011 y para el cual fue reelegido a finales de 2012.

osu Santiago Burrutxaga é um dos cientistas mundialmente mais reconhecidos no estudo dos atuns e no gerenciamento de seus estoques (stocks). Atualmente preside o Comitê Científico do ICCAT, provavelmente o organismo internacional mais importante neste terreno, cargo que ostenta desde 2011 e para o qual foi reeleito no final de 2012.

J

J

¿Cuál es el estado actual de los recursos pesqueros que controla el ICCAT? En el ICCAT caracterizamos el estado de los stock res-

Qual é o estado atual dos recursos pesqueiros que controla o ICCAT? No ICCAT caracterizamos o estado dos estoques

17


entrevistajosu santiago Texto. Santiago Graiño K. Fotos. AZTI-Tecnalia y Josu Santiago. Traducción/Tradução: SMC2 Comunicação.

UNA VIDA DEDICADA A LOS TÚNIDOS Desde 2011 Josu Santiago Burrutxaga es presidente del Comité Permanente de Investigación y Estadísticas (SCRS en sus siglas en inglés), normalmente llamado Comité Científico, de la Comisión Internacional para la Conservación del Atún Atlántico (ICCAT en sus siglas en inglés), cargo para el cual fue reelegido en octubre de 2012. Doctor en biología especializado en túnidos –tanto en su biología como en la dinámica de poblaciones–, desde 1985 ha trabajado en numerosos proyectos de investigación internacionales y nacionales sobre biología de peces y asesoramiento en gestión de stocks pesqueros, especialmente de túnidos de aguas templadas. De 1992 a 1999 fue jefe del Departamento de Recursos Pesqueros del importante centro de investigación vasco AZTI-Tecnalia (en España) y de 1999 a 2009 director general de Pesca del Eusko Jaurlaritza (gobierno autonómico vasco). Además de la presidencia del Comité Científico del ICCAT, actualmente encabeza el Área de Investigación de Túnidos de AZTI-Tecnalia. Josu Santiago es miembro del Comité Editorial de Magazine Océano.

18

pecto a unos niveles de referencia, el diagrama de Kobe, que usan todas las organizaciones regionales atuneras. Ese diagrama sitúa el estado de los recursos respecto a dos valores referenciales: por un lado la biomasa del stock reproductor en el rendimiento máximo sostenible; por otro la mortalidad por pesca, también en el rendimiento máximo sostenible. Cuando el stock reproductor tiene la biomasa debajo del óptimo decimos que está sobreexplotado. Y cuando la mortalidad por pesca está por encima de la mortalidad en el rendimiento máximo sostenible, entonces decimos que el recurso se está sobreexplotando. En ICCAT caracterizamos el estado de las diversas poblaciones tratando de dar respuesta al diagrama de Kobe antes citado. En algunos casos esto es posible con mayor certeza que en otras, porque el nivel de incertidumbre que manejamos es muy distinto según cual sea la población de que se trate. Los túnidos tropicales son listado, rabil y patudo principalmente. De acuerdo con el diagrama de Kobe, el listado (Katsuwonus pelamis) está en situación óptima: ni está sobreexplotado ni se lo está sobreexplotando. El patudo (Thunnus obesus) también está en la zona óptima del diagrama de Kobe. Pero en el caso del rabil o yellowfine (Thunnus albacares), haciendo un símil con el semáforo, estaríamos en la zona ámbar. En cuanto al atún blanco del Atlántico norte (Thunnus alalunga), tenemos evaluación próximamente y entonces sabremos el nuevo diagnóstico. Pero en la última evaluación, que fue en 2009, se concluyó que estaba sobreexplotado. En cuanto al atún rojo del Atlántico y Mediterráneo (Thunnus thynnus), que es un icono de las pesquerías de túnidos a escala mundial. El año pasado hicimos la última evaluación y, si nos remitimos al stock oriental –el que incluye Mediterráneo y Atlántico oriental–, hay una tendencia positiva. Esto es una novedad, porque hasta la fecha el diagnóstico no nos llevaba a esta conclusión. Ahora bien, habida cuenta de las incertidumbres que manejamos, no somos capaces de evaluar cual es la dimensión de esa tendencia positiva. Hay mucha incertidumbre, pero sí parece definitivo que ha empezado el camino hacia la recuperación. En cuanto al atún rojo occidental, es decir, al este de 45 grados oeste, hay también mucha incertidumbre. Dependiendo de las suposiciones que aceptemos respecto a las relaciones stock-reclutamiento, si asumimos unos supuestos nos encontramos ante un recurso en una situación óptima en cuanto a nivel de explotación, pero si asumimos otros estaríamos frente a un stock altamente sobreexplotado. En cuanto al pez espada (Xiphias gladius), consideramos la existencia de tres stocks: Atlántico Norte, Atlántico Sur y Mediterráneo. Este año vamos a evaluar norte y sur, lo haremos en septiembre en Portugal, concretamente en Olhão, y ahora estamos compilando los últimos datos. El pez espada es un ejemplo de gestión positiva por parte del ICCAT, porque dos stocks, sur y norte, sufrieron situaciones de sobreexplotación. Se les aplicaron medidas de gestión, estas fueron efectivas, y en la evaluación de 2009 identificamos que ambos se estaban recuperando.


(stocks) quanto a níveis de referência, o diagrama de Kobe, usado por todas as organizações regionais atuneras. Esse diagrama situa o estado dos recursos em relação a dois valores referenciais: por um lado, a biomassa do estoque reprodutor no rendimento máximo sustentável; por outro, a mortalidade por pesca, também no rendimento máximo sustentável. Quando o estoque reprodutor tem a biomassa embaixo do ótimo dizemos que está sobreexplorado. E quando a mortalidade por pesca está acima da mortalidade do rendimento máximo sustentável, então dizemos que o recurso está se sobreexplorando. No ICCAT caracterizamos o estado das diversas populações tratando de dar resposta ao diagrama de Kobe antes citado. Em alguns casos, isto é possível com maior certeza que em outras, porque o nível de incerteza que manejamos é muito diferente segundo qual seja a população de que se trate. Os atuns tropicais são bonito, albacora e patudo principalmente, de acordo com o diagrama de Kobe. O bonito (Katsuwonus pelamis) está em ótima situação: nem está sobreexplorado, nem está se sobreexplorando. O patudo (Thunnus obesus) também está na zona ótima do diagrama de Kobe. Mas no caso da albacora ou yellowfine (Thunnus albacares), fazendo uma comparação com um semáforo, estaríamos na luz amarela. Quanto ao atum voador do Atlântico norte (Thunnus alalunga), ainda vamos ter uma avaliação e, então, saberemos o novo diagnóstico. Mas na última avaliação, que foi em 2009, concluiu-se que estava sobreexplorado. Quanto ao atum-rabilho do Atlântico e Mediterrâneo (Thunnus thynnus), que é um ícone das pescarias de atuns a escala mundial, no ano passado fizemos a última avaliação e, se nos remetemos ao estoque oriental – o que inclui Mediterrâneo e Atlântico oriental –, há uma tendência positiva. Isto é uma novidade, porque até a data o diagnóstico não nos levava a esta conclusão. Agora bem, tendo em conta as incertezas que manejamos, não somos capazes de avaliar qual é a dimensão dessa tendência positiva. Há muita incerteza, mas sim, parece definitivo que começou o caminho para a recuperação. Quanto ao atum-rabilho ocidental, isto é, ao leste de 45 graus oeste, há também muita incerteza. Dependendo das suposições que aceitemos com respeito às relações estoque-recrutamento; se assumimos algumas suposições nos encontramos ante um recurso em uma situação ótima quanto a nível de exploração; mas se assumimos outros, estaríamos frente a um estoque altamente sobreexplorado. Quanto ao espadarte (Xiphias gladius), consideramos a existência de três estoques: Atlântico Norte, Atlântico Sul e Mediterrâneo. Neste ano, vamos avaliar norte e sul, em setembro, em Portugal, concretamente em Olhão. Agora estamos compilando os últimos dados. O espadarte é um exemplo de gerenciamento positivo por parte do ICCAT, porque dois estoques, sul e norte, sofreram situações de sobreexploração. Foram aplicadas medidas de gerenciamento efetivas e na avaliação de 2009 identificamos que ambos estavam se recupe-

UMA VIDA DEDICADA AOS ATUNS Desde 2011 Josu Santiago Burrutxaga é presidente do Comitê Permanente de Pesquisa e Estatísticas (SCRS sigla em inglês), normalmente chamado Comitê Científico, da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT, sigla em inglês), cargo para o qual foi reeleito em outubro de 2012. Doutor em biologia especializado em atum –tanto em sua biologia como na dinâmica de populações –, desde 1985 tem trabalhado em numerosos projetos de investigação internacionais e nacionais sobre biologia de peixes e assessoramento em gerenciamento de estoques pesqueiros, especialmente de atunss de águas temperadas. De 1992 a 1999 foi chefe do Departamento de Recursos Pesqueiros do importante centro de investigação basco AZTI-Tecnalia (Espanha) e de 1999 a 2009 diretor geral de Pesca do Eusko Jaurlaritza (governo autonômico vasco). Além da presidência do Comitê Científico do ICCAT, atualmente encabeça o Área de Investigação de Atuns de AZTI-Tecnalia. Josu Santiago é membro do Comitê Editorial da Magazine Oceano.

19


EL ICCAT El ICCAT (International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas) es una organización pesquera intergubernamental de la que son miembros 48 países y es responsable de la conservación de los túnidos y especies afines en el océano Atlántico y mares adyacentes. Dentro del área latinoamericana son miembros (ordenados por fecha de ingreso) Brasil, Uruguay, Venezuela, Panamá, Honduras, México, Nicaragua y Guatemala. Los países de la UE tienen una sola representación conjunta, donde están España y Portugal. Algunos de los otros países importantes son Estados Unidos, Japón, Canadá, Rusia, China, Turquía y Nigeria. ICCAT recopila las estadísticas pesqueras de los países y organizaciones asociadas, así como de otros países que, sin serlo, pescan estas especies en el Atlántico; coordina la investigación, incluyendo evaluaciones de stock, en nombre de sus miembros; desarrolla asesoramiento en materia de ordenación basado en la ciencia; proporciona un mecanismo para que las partes contratantes acuerden medidas de ordenación y edita publicaciones pertinentes. Dentro del ICCAT, su Comité Científico (SCRS) es responsable de desarrollar y recomendar a la Comisión (principal órgano del ICCAT, formado por las delegaciones de los miembros) polí-

20

Ahora estamos actualizando este diagnóstico y lo tendremos durante el presente año. El ICCAT no solo se ocupa de túnidos y pez espada, sino también de otras especies afines, entre ellas tiburones del Atlántico y Mediterráneo. Hemos realizado evaluaciones cuantitativas tanto del tiburón azul como del marrajo dientuso (Isurus oxyrinchus). Estas evaluaciones han determinado que ambos recursos no se encuentran en situación de sobreexplotación. También hacemos seguimiento de muchas otras poblaciones de tiburones, aquellas sobre las que inciden directa o indirectamente las flotas competencia de ICCAT. Para ello utilizamos herramientas algo mas cualitativas, lo que denominamos Evaluación de Riesgo Ecológico (ERA) las cuales nos permiten concluir sobre prioridades de gestión e investigación. Respecto al atún rojo, al parecer cada vez se cubren las cuotas mas rápido, cada vez se pesca más ¿Cree posible una subida de cuota? Ese es un tema que se escapa del ámbito del Comité Científico del ICCAT. El año pasado no recomendamos una subida de cuota. Antes hice referencia a que, por desgracia, la incertidumbre que manejamos es muy amplia. Hemos concluido que hay una tendencia positiva, eso no cabe duda, pero no somos capaces de determinar la dimensión de dicha tendencia positiva, cuál es la velocidad de una posible recuperación. Por lo tanto, y habida cuenta que en estos últimos años ha habido grandes cambios en la pesquería, propiciados por modificaciones en la normativa, el Comité Científico recomienda esperar un tiempo hasta disponer de información precisa y adecuada para poder emitir un con-


EL ICCAT rando. Agora estamos atualizando este diagnóstico e o teremos neste ano. O ICCAT não só se ocupa de atuns e espadarte mas também de outras espécies afins, entre elas os tubarões do Atlântico e Mediterrâneo. Realizamos avaliações quantitativas tanto do tubarão azul como do tubarão sardo ou tubarão-mako (Isurus oxyrinchus). Estas avaliações determinaram que ambos recursos não se encontram em situação de sobreexploração. Também fazemos rastreamento de muitas outras populações de tubarões, aquelas sobre as que incidem direta ou indiretamente as concorrência de ICCAT. Para isso utilizamos ferramentas qualitativas, o que denominamos Avaliação de Risco Ecológico (ERA), as quais nos permitem concluir sobre prioridades de gerenciamento e investigação. Com respeito ao atum-rabilho, ao que parece, cada vez mais cobrem-se as quotas mais rápido, cada vez pesca-se mais. Crê possível uma subida de quota? Esse é um tema que escapa do âmbito do Comitê Científico do ICCAT. No ano passado não recomendamos uma subida de quota. Antes fiz referência a que, por desgraça, a incerteza que manejamos é muito ampla. Concluímos que há uma tendência positiva, isso não cabe dúvida, mas não somos capazes de determinar a dimensão de dita tendência positiva, qual é a velocidade de uma possível recuperação. Portanto, e tendo em conta que nestes últimos anos ocorreram várias mudanças na pesca, propiciados por modificações no regulamento, o Comitê Científico recomenda esperar um tempo até dispor de informação precisa e adequada para poder emitir um conselho científico de gerenciamento mais preciso. Recomendamos certa cau-

O ICCAT (International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas) é uma organização pesqueira intergovernamental da qual são membros 48 países e é responsável pela conservação dos atuns e espécies afins no oceano Atlântico e mares adjacentes. Dentro da área latinoamericana são membros (ordenados por data de rendimento) Brasil, Uruguai, Venezuela, Panamá, Honduras, México, Nicarágua e Guatemala. Os países da UE têm uma representação conjunta, onde estão Espanha e Portugal. Alguns dos outros países importantes são Estados Unidos, Japão, Canadá, Rússia, Chinesa, Turquia e Nigéria. ICCAT reúne as estatísticas pesqueiras dos países e organizações associadas, bem como de outros países que, sem o ser, pescam estas espécies no Atlântico; coordena a investigação, incluindo avaliações de estoque, em nome de seus membros; desenvolve assessoramento em matéria de classificação baseado na ciência; proporciona um mecanismo para que as partes contratantes lembrem medidas de classificação e edita publicações apropriadas. Dentro do ICCAT, seu Comitê Científico (SCRS) é responsável por desenvolver e recomendar à Comissão (principal órgão do ICCAT, forma-

21


entrevistajosu santiago

ticas y procedimientos para la recopilación, compilación, análisis y difusión de estadísticas pesqueras, con el fin de que disponga de estadísticas completas y actualizadas de las actividades pesqueras así como de información biológica sobre los stocks pescados. El SCRS coordina también actividades de investigación nacional, desarrolla planes para programas especiales internacionales de investigación cooperativa, realiza evaluaciones de stock, y asesora a la Comisión sobre la necesidad de medidas específicas de conservación y ordenación. http://www.iccat.int/es/

“Recomendamos cierta cautela antes de aumentar considerablemente el total admisible de capturas de atún rojo.” 22

sejo científico de gestión más preciso. Recomendamos cierta cautela antes de aumentar considerablemente el total admisible de capturas. Se sabe por qué se ha retirado el atún blanco del golfo de Vizcaya. ¿Qué se espera a ese respecto? Matizando un poco: se está observando una menor presencia comparativa. El atún blanco es una pesquería que tiene cierta estabilidad, pero tampoco son nuevos estos episodios de que repentinamente no aparezca en las épocas y zonas tradicionales. Sí es cierto es que estos últimos años –si mal no recuerdo en 2009, 2010 y 2011, y anteriormente en 2001– hubo muy poca presencia de atún blanco en el golfo de Vizcaya y, por el contrario, apareció en otras latitudes, por ejemplo en el suroeste de Irlanda. A este respecto el Comité Científico no tiene aún elementos para concluir pero en España están trabajando tanto el Instituto Español de Oceanografía como AZTI para saber cuáles pueden ser las causas. En la evaluación de atún blanco, dentro de dos semanas, vamos a presentar unos trabajos que se vienen realizando durante varios años para ver la incidencia de fenómenos oceano-metereológicos en la distribución del atún blanco y si estos fenómenos están impactando en la distribución. Por un lado estamos analizando parámetros a gran escala, índices climáticos como la oscilación del Atlántico Norte o el índice de la corriente del Golfo, y vemos que, al parecer, éste índice determina una mayor presencia o no en el golfo de Vizcaya. ¿Cuál es la causa subyacente?, ¿está afectando al reclutamiento o a los corredores de migración?, todavía no lo sabemos. Por otro lado,


tela antes de aumentar consideravelmente o total admissível de capturas. Por que o atum voador foi retirado do Golfo de Vizcaya. O que esperar a respeito disso? Enfatizando um pouco: está se observando uma menor presença comparativa. O atum voador é uma pesca que tem certa estabilidade, mas também não são novos estes episódios de que repentinamente não apareça nas épocas e zonas tradicionais. Sim, é verdadeiro é que nestes últimos anos – se não me equivoco em 2009, 2010, 2011 e, anteriormente, em 2001– tivemos pouca presença de atum branco no golfo de Vizcaya e, pelo contrário, apareceu em outras latitudes, por exemplo no sudoeste da Irlanda. A este respeito o Comitê Científico não tem ainda elementos para concluir, mas na Espanha estão trabalhando tanto o Instituto Espanhol de Oceanografia, como o AZTI, para saber quais podem ser as causas. Na avaliação do atum voador, dentro de duas semanas, vamos apresentar alguns trabalhos realizados durante vários anos para ver a incidência de fenômenos oceano-metereológicos na distribuição do atum branco e se estes fenômenos estão impactando na distribuição. Por um lado, estamos analisando parâmetros a grande escala, índices climáticos como a oscilação do Atlântico Norte ou o índice da corrente do Golfo, e vemos que, ao que parece, este índice determina uma maior presença ou não no golfo de Vizcaya. Qual é a causa subjacente? Está afetando ao reclutamiento ou aos corredores de migração? Ainda não o sabemos. Por outro lado, também estamos analisando processos a mesoescala. Observamos como,

do pelas delegações dos membros) políticas e procedimentos para a recopilação, compilação, análise e difusão de estatísticas pesqueiras, com o fim de que disponha de estatísticas completas e atualizadas das atividades pesqueiras bem como de informação biológica sobre os estoques pescados. O SCRS coordena também atividades de investigação nacional, desenvolve planos para programas especiais internacionais de investigação cooperativa, realiza avaliações de estoque, e assessora a Comissão sobre a necessidade de medidas específicas de conservação e classificação. http://www.iccat.int/es/

“Recomendamos certa cautela antes de aumentar consideravelmente o total admissível de capturas de atum-rabilho.” 23


entrevistajosu santiago

quier caso, evidentemente la nueva norma tiene un impacto importante en las flotas, y no solo en las de palangre, pues todas tendrán que adaptar su actividad a este requerimiento. En algunos casos podrán hacerlo relativamente rápido, pero en otros, como es el caso de la flota palangrera, necesitarán efectuar unos ajustes más difíciles.

también estamos analizando procesos a mesoescala, observamos como, por ejemplo, los giros anticiclónicos, que son bastante frecuentes en esta zona, parecen influir. Los años en que el atún blanco no ha penetrado en el golfo de Vizcaya hemos observado la presencia de unos giros anticiclónicos al noroeste de la costa de Galicia, los cuales no se observan en los años buenos para el atún blanco en dicho golfo. Pero aún son solo hipótesis y habrá que seguir trabajando para comprobarlas. ¿Cuál va a ser la incidencia en las pesquerías que controla en ICCAT –en especial en las flotas de palangre– de la nueva norma sobre descartes de la Unión Europea, que contempla un proceso progresivo de restricción de esta práctica hasta su casi total eliminación? Hay varios planos, unos tienen que ver con la gestión y otros con el ámbito científico. Desde este último, la posibilidad de disponer de toda la captura, no solo de las especies objetivo sino también del bycatch y acceder a su muestreo, sería un lujo. Ahora bien, desde el punto de vista de la gestión –que no es algo en que, como científico, deba entrar en profundidad–, pues son decisiones que tienen que tener en cuenta no solo los aspectos científicos, sino también otros condicionantes. En cual-

24

Desde la perspectiva de las necesidades del ICCAT, ¿cuáles son las líneas de investigación y programas que deben desarrollarse en oceanografía y ciencias del mar? Llevamos años definiendo y priorizando actuaciones de investigación. Este año y 2014 van a marcar una pequeña diferencia, en el sentido de que vamos a impulsar un plan estratégico para el Comité Científico del ICCAT con el horizonte 2015-2020. Hasta la fecha venimos trabajando en un proceso de mejora continua de la provisión del consejo científico de gestión, pero no de una forma estructurada. Ahora pretendemos hacerlo desde una perspectiva estratégica y un aspecto fundamental es establecer prioridades dentro de la investigación. Básicamente hay tres aspectos prioritarios: la mejora de los datos tanto dependientes como independientes de las pesquerías; la mejora del conocimiento de los parámetros biológicos que intervienen en la evaluación de los stocks y la mejora de los modelos de evaluación. Tenemos ejemplos muy buenos. Uno reciente es el programa especial de investigación del atún rojo, denominado GBYP, que está dando resultados muy importantes en cuanto al conocimiento de la estructura del stock, de las migraciones y muchos otros parámetros del atún rojo. Quisiera enfatizar que este programa ha conseguido coordinar a equipos de investigación de múltiples países y esto está siendo uno de sus aspectos destacables: el que trabajen de manera estrecha y coordinada muchos equipos de investigación, compartiendo la información. Esto último es importante, estamos moviéndonos desde dinámicas de trabajo en las cuales había una cierta compartimentación hacia otras donde se comparte la información. Ahí estamos ganando todos y, en ese sentido, GBYP es un buen ejemplo de por dónde debe ir el esfuerzo de investigación en el ámbito de ICCAT. En el caso de túnidos tropicales estamos impulsando un programa especial de marcado. Creemos que, en su caso, el marcado convencional puede ser un instrumento de trabajo muy importante para ayudarnos a determinar los parámetros biológicos clave. Tenemos un ejemplo reciente en el océano Índico, donde, con fondos de la UE, se hizo un esfuerzo grandioso en una campaña de marcado que ha dado unos resultados formidables. Ahora proyectamos una campaña de marcado semejante a partir de 2015.


por exemplo, os giros anticiclônicos, que são freqüentes nesta zona, parecem influir. Nos anos em que o atum voador não tem penetrado no golfo de Vizcaya observamos a presença de giros anticiclônicos ao noroeste da costa da Galícia, os quais não são observados nos anos bons para o atum branco em dito golfo. Mas ainda são apenas hipóteses e terá que seguir trabalhando para as comprovar. Qual vai ser a incidência em as pesquerías que controla em ICCAT –em especial em as frotas de palangre– da nova norma sobre descartes da União Européia, que contempla um processo progressivo de restrição desta prática até seu quase total eliminação? Há vários planos, uns têm que ver com o gerenciamento e outros com o âmbito científico. Desde este último, a possibilidade de dispor de toda a captura, não só das espécies objetivo senão também do bycatch e aceder a sua amostragem, seria um luxo. Agora bem, desde o ponto de vista do gerenciamento –que não é algo em que, como científico, deva entrar em profundidade–, pois são decisões que têm que ter em conta não só os aspectos científicos, senão também outros condicionantes. Em qualquer caso, evidentemente a nova norma tem um impacto importante em as frotas, e não só em as de palangre, pois todas terão que adaptar sua atividade a este requerimento. Em alguns casos poderão fazê-lo relativamente rápido, mas em outros, como é o caso da frota palangreira, precisarão efetuar uns ajustes mais difíceis. Desde a perspectiva das necessidades do *ICCAT, quais são as linhas de investigação e programas que devem ser desenvolvido em oceanografía e ciências do mar? Levamos anos definindo e priorizando atuações de investigação. Em este ano e 2014 vão marcar uma pequena diferença, em o sentido de que vamos impulsionar um plano estratégico para o Comitê Científico do ICCAT com o horizonte 2015-2020. Até a data vimos trabalhando em um processo de melhora contínua da provisão do conselho científico de gerenciamento, mas não de uma forma estruturada. Agora pretendemos fazer desde uma perspectiva estratégica e um aspecto fundamental é estabelecer prioridades dentro da investigação. Basicamente há três aspectos prioritários: a melhora dos dados tanto dependentes como independentes das pesquerías; a melhora do conhecimento dos parâmetros biológicos que intervêm em a avaliação dos estoques e a melhora dos modelos de avaliação. Temos exemplos muito bons. Um recente é o programa especial de investigação do atum-rabilho, denominado GBYP, que está dando resultados muito importantes quanto ao con-

“En los países que son parte del ICCAT ha descendido el apoyo al trabajo que realizan los científicos nacionales.” “Nos países que são parte do ICCAT, tem baixado o apoio ao trabalho que realizam os cientistas nacionais.” hecimento da estrutura do estoque, das migrações e muitos outros parâmetros do atum vermelho. Quisesse enfatizar que este programa tem conseguido coordenar a equipes de investigação de múltiplos países e isto está sendo um de seus aspectos destacables: o que trabalhem de maneira estreita e coordenada muitas equipes de investigação, compartilhando a informação. Isto último é importante, estamos nos movendo desde dinâmicas de trabalho em as quais tinha uma certa *compartimentación para outras onde se compartilha a informação. Aí estamos ganhando todos e, em esse sentido, GBYP é um bom exemplo de por onde deve ir o esforço de investigação em o âmbito de ICCAT. Em o caso de atuns tropicais estamos impulsionando um programa especial de marcado. Achamos que, se for o caso, o marcado convencional pode ser um instrumento de trabalho muito importante para ajudar-nos a determinar os parâmetros biológicos chave. Temos um exemplo recente em o oceano Índico, onde, com fundos da UE, se fez um esforço grandioso em uma campanha de marcado que tem dado uns resultados formidables. Agora projetamos uma campanha de marcado semelhante a partir de 2015. Que importância têm os atuns em a aproximação ecossistêmica e, a sua vez, que pode contribuir dita aproximação a seu conhecimento?

25


entrevistajosu santiago

tamos trabajando en identificar modelos que permitan integrar esas informaciones. Es un proceso que ya estamos llevando a cabo, pero va a llevar años.

¿Qué importancia tienen los túnidos en la aproximación ecosistémica y, a su vez, qué puede aportar dicha aproximación a su conocimiento? El rol de los atunes en la cadena trófica es clave. Es uno de los animales situado en el pico de esa cadena. Además, a lo largo de su ciclo vital los túnidos hacen una trayectoria por diversos niveles de la misma. Los juveniles de atún rojo tienen impacto sobre zooplancton y pequeños pelágicos, y, a medida que el animal crece, va proyectándose hacia medianos pelágicos, cefalópodos… y los grandes atunes también comen cefalópodos y peces de mayor dimensión. De esta manera, recorren gran parte de la cadena y su impacto es extraordinario. Ahora bien, en el contexto del Comité Científico de ICCAT nos movemos con aproximaciones monoespecíficas. Cuando hacemos diagnóstico del estado de los diferentes recursos hacemos evaluaciones vinculadas a cada uno de los stocks. Nos abstraemos del escenario que es el ecosistema. De ahí que en ICCAT hemos creado un Comité de Ecosistemas, con el que intentamos trabajar con los túnidos y especies afines en el marco de éstos. El mandato que tenemos en el Comité Científico es ir trabajando hacia la incorporación de las consideraciones ecosistémicas, pero no es fácil, porque para hacerlo es necesario recoger información que en este momento no tenemos. Estamos organizando campañas de observadores a bordo, que están permitiendo recoger información no solo de la especie objetivo sino de otros elementos. También es-

26

¿Cuál es el nivel de colaboración de los países, aportan éstos la información que el ICCAT necesita? En los años recientes es bueno, ha mejorado sustancialmente. La relación a nivel científico siempre fue buena, pero ahora la estamos estrechando aún más. Pero en lo que respecta a la colaboración de los países en el suministro de datos la respuesta es más variable. También es cierto que ha mejorado sustancialmente. Es importante que los países continúen haciendo esfuerzos para suministrar la mejor información disponible en cuanto a estadísticas pesqueras, que le den la importancia que merece al suministro de datos. Lo que sí constatamos con preocupación es que en las partes contratantes, en los países que son parte del ICCAT, ha descendido el apoyo al trabajo que realizan los científicos nacionales. El resultado es que el número de estudios biológicos que aportan al Comité Científico ha ido bajando en las últimas décadas. Está diminuyendo el apoyo porque no le dan la prioridad que requiere al trabajo de sus científicos a escala nacional. ¿Existe la posibilidad de encontrar nuevos caladeros en el Atlántico? Respondería la pregunta de otra manera: la posibilidad de explotar a un nivel mayor las poblaciones de túnidos y especies afines en el Atlántico es complicada, por no decir que no existe. Es más, en algunos casos debería descender. Esto en términos generales. Ahora bien, si por caladeros entendemos nichos de presencia poco conocidos o poco explotados de determinados peces, eso sí sería posible. Pero el esfuerzo pesquero en general no puede aumentarse. En el mar hay mucho pequeños túnidos, ¿cuál es el estado de estos recursos? Los pequeños túnidos son efectivamente pequeños en tamaño pero grandes, muy grandes en cuanto a su impacto en muchas poblaciones costeras. En la costa africana, en Centroamérica, por ejemplo. Allí tienen gran peso económico y alimenticio, por lo que se capturan muchas toneladas de pequeños túnidos. En este campo hay una gran falta de información, no solo de los datos biológicos necesarios para hacer una evaluación sino de datos básicos: cuánto se captura, cuál es la compo-


O papel dos atuns em a corrente trófica é chave. É um dos animais situado em o bico dessa corrente. Ademais, ao longo de seu ciclo vital os túnidos fazem uma trajetória por diversos níveis da mesma. Os juvenis de atum-rabilho têm impacto sobre zooplancton e pequenos pelágicos, e, à medida que o animal cresce, vai projtando-se para médios pelágicos, cefalópodos… e os grandes atuns também comem cefalópodos e peixes de maior dimensão. Desta maneira, percorrem grande parte da corrente e seu impacto é extraordinário. Agora bem, em o contexto do Comitê Científico de ICCAT nos movemos com aproximações monoespecíficas. Quando fazemos diagnóstico do estado dos diferentes recursos fazemos avaliações vinculadas à cada um dos estoques. Nos abstraemos do palco que é o ecossistema. Daí que em ICCAT temos criado um Comitê de Ecossistemas, como que tentamos trabalhar com os atuns e espécies afines em o marco destes. O mandato que temos em o Comitê Científico é ir trabalhando para a incorporação das considerações ecossistêmicas, mas não é fácil, porque para o fazer é necessário recolher informação que em este momento não temos. Estamos organizando campanhas de observadores a bordo, que estão permitindo recolher informação não só da espécie objetivo senão de outros elementos. Também estamos trabalhando em identificar modelos que permitam integrar essas informações. É um processo que já estamos levando a cabo, mas vai levar anos. Qual é o nível de colaboração dos países? Contribuem com a informação que o ICCAT precisa? Nos anos recentes é bom, tem melhorado substancialmente. A relação a nível científico sempre foi boa, mas agora estamos estreitando ainda mais. Mas em relação à colaboração dos países no fornecimento de dados a resposta é mais variável. Mas, também é verdadeiro que tem melhorado substancialmente. É importante que os países continuem fazendo esforços para fornecer a melhor informação disponível quanto a estatísticas pesqueiras, que dêem ao tema a importância que merece ao fornecimento de dados. O que sim constatamos, com preocupação, é que nas partes contratantes, nos países que são parte do ICCAT, tem baixado o apoio ao trabalho que realizam os cientistas nacionais. O resultado é que o número de estudos biológicos que contribuem ao Comitê Científico tem baixado nas últimas décadas. O apoio está diminuindo porque não lhe dão a prioridade que requer ao trabalho de seus cientistas a escala nacional.

Existe a possibilidade de encontrar novas pescas no Atlântico? Responderia a pergunta de outra maneira: a possibilidade de explorar um nível maior de populações de atuns e espécies afins no Atlântico é complicada, para não dizer que não existe. Em alguns casos deveria descer. Isto em termos gerais. Agora bem, se por pecas entendemos nichos de presença pouco conhecidos ou pouco explorados de determinados peixes, isso sim seria possível. Mas o esforço pesqueiro em geral não pode ser aumentado. No mar há muitos pequenos atuns, qual é o estado destes recursos? Os pequenos atuns são efetivamente pequenos em tamanho, mas grandes, muito grandes quanto a seu impacto em muitas populações costeiras. Na costa Africana e na América Central, por exemplo. Ali têm grande peso econômico e alimentar, motivo pelo qual são capturadas muitas toneladas de pequenos atuns. Neste campo há uma grande falta de informação, não só dos dados biológicos necessários para fazer uma avaliação, senão de dados básicos: quanto se captura, qual é a composição destas capturas… Por isso estávamos recomendando à Comissão do ICCAT que impulsionasse um programa especial sobre pequenos atuns. Inicialmente, o fundamental: recolher a informação básica, sobretudo nos países riberinhos. Este programa foi iniciado em 2012 e já contou com a par-

27


entrevistajosu santiago

sición de estas capturas… Por eso veníamos recomendando a la Comisión del ICCAT que impulsase un programa especial sobre pequeños túnidos. Inicialmente lo fundamental: recoger la información básica, sobre todo en los países ribereños. Este programa se puso en marcha en 2012 y ya hay actuaciones en las que participan países como Marruecos, Mauritania, Senegal, etc ¿Qué opina sobre el uso de los dispositivos agregadores de pescado o FAD, también llamados plantados? El uso de dispositivos agregadores de pescado o Fish Aggregating Devices (FAD), es una forma de pesca que ha tenido un crecimiento exponencial y está siendo muy contestada desde algunas organizaciones medioambientalistas, que están ejerciendo bastante presión contra ellos. Como científicos, nosotros tratamos de observar esta situación con la mayor objetividad posible y analizarla en base a la información que tenemos. Este análisis lo podemos configurar en varios planos. El primero sería el impacto que tienen los FAD sobre las poblaciones objetivo, en este caso, de los túnidos tropicales; el segundo seria el impacto que tienen sobre especies no objetivo, o bycatch; y el tercero el impacto en el ecosistema en general. Del impacto en las poblaciones atuneras podemos decir que aproximadamente el 40% a 50% de las capturas de túnidos tropicales se realizan con FAD, y que de ese porcentaje el 75% corresponde a listado. En otros océanos esto puede que sea preocupante, pero en el Atlántico, con los niveles recientes de actividad, no lo ha sido para esta especie habida cuenta que es una especie que no ha estado sometida a sobreexplotación. El resto, aproximadamente el 25%, es yellowfin (rabil) y patudo; patudo es el componente menor, pero sí es cierto que el uso de FADs implica la captura de ejemplares pequeños de dicha especie, lo cual es un problema. En todo caso, desde el punto de vista científico, los FAD son un componente más de la mortalidad que se ejerce sobre los recursos y lo importante es integrarla en los cálculos generales en su conjunto. En cuanto al impacto sobre pesca accesoria distinta de los túnidos hablamos de otros peces, marlines y tiburones fundamentalmente. Según los datos que barajamos en el caso de los tiburones hablamos de unas cifras que rondan algo menos del 0,15% . La especie de tiburón que aparece mayoritariamente es el tiburón sedoso (Carcharhinus falciformis) y, en mucha menor medida, el tiburón oceánico (Carcharhinus longimanus). Y aunque el porcentaje es comparativamente con otras artes de pesca es pequeño, hay que adoptar medidas para minimizar el impacto, motivo por el cual es necesario conocer mejor el comportamiento de los tiburones para hacer los cambios convenientes.

28

En cuanto al medio ambiente en general, con los FAD se están introduciendo objetos artificiales en el océano, y no unos pocos; esto puede tener un impacto en el ecosistema, en la dinámica de los propios túnidos, y habrá que continuar haciendo estudios al respecto. ¿Qué piensa sobre la domesticación del atún rojo, qué futuro cree que puede tener? Sigo con mucho interés las diversas experiencias que se están impulsando en este ámbito. En varios países, especialmente España y Japón, se están haciendo unos trabajos extraordinarios, con unos resultados que dan la esperanza de que la cría del atún rojo tiene futuro. Creo que tiene un potencial futuro grande y que puede incidir en la explotación de los recursos salvajes, permitiendo rebajar la presión sobre ellos.


têm sobre espécies não objeto, ou bycatch; e o terceiro, o impacto no ecossistema em geral. Do impacto nas populações atuneiras, podemos dizer que aproximadamente 40% a 50% das capturas de atuns tropicais são realizadas com FAD e dessa percentagem, 75% corresponde a bonito. Em outros oceanos isto pode ser preocupante, mas no Atlântico, com os níveis recentes de atividade, não foi para esta espécie. Há que se levar em conta que é uma espécie que não está submetida a sobreexploração. O resto, aproximadamente 25%, é yellowfin (albacora) e patudo; patudo é o componente menor, mas sim é verdadeiro que o uso de FADs implica a captura de instâncias pequenas de dita espécie, o que é um problema. Em todo caso, desde o ponto de vista científico, os FAD são um componente mais da mortalidade que se exerce sobre os recursos e o importante é integrar os cálculos gerais em seu conjunto. No que diz respeito ao impacto sobre a pesca acessória diferente dos atuns, falamos de outros peixes, como veleiros e tubarões principalmente. De acordo com os dados que temos, no caso dos tubarões falamos de valores ligeiramente inferiores a 0,15%. A espécie de tubarão que mais aparece é o tubarão-seda (Carcharhinus falciformis) e, em muito menor número, o tubarão-depontas-brancas (Carcharhinus longimanus). Embora a percentagem seja pequena comparativamente com outros equipamentos de pesca, devemos tomar medidas para minimizar o impacte, razão pela qual é necessário conhecer melhor o comportamento dos tubarões para fazer as alterações convenientes. Em relação ao ambiente em geral, com os FAD estão a ser introduzidos objetos artificiais no oceano, e não apenas alguns; isso pode ter um impacte sobre o ecossistema, na dinâmica dos próprios atuns, devendo continuar a realizar-se estudos sobre esse tema. ticipação de países como Marrocos, Mauritânia, Senegal e outros O que você opina sobre o uso dos dispositivos de agregação dos peixes ou FAD? O uso de dispositivos de agregação dos peixes, ou Fish Aggregating Devices (FAD), é uma forma de pesca que tem tido um crescimento exponencial e está sendo muito contestada por parte de algumas organizações ambientalistas, que estão exercendo bastante pressão contra eles. Como cientistas, nós tratamos de observar esta situação com a maior objetividade possível e à analisar com base à informação que temos. Esta análise pode se configurar em vários planos. O primeiro seria o impacto que têm os FAD sobre as populações objeto, neste caso, dos atuns tropicais; o segundo seria o impacto que

O que você pensa sobre a domesticação de atumrabilho, pode ter futuro? Eu sigo com grande interesse as várias experiências que estão sendo promovidos nesta área. Em vários países, especialmente Espanha e Japão, estão a fazer trabalhos extraordinarios, com resultados que dão a esperança de que a criação de atum rabilho tem futuro. Eu acho que tem um grande potencial para o futuro e pode influenciarar na exploração dos recursos silvestres, permitindo diminuir a pressã sobre estes.

29


reportajereportagem

Veta La Palma acuicultura mรกs que sostenible Veta La Palma aquicultura mais que sustentรกvel 30


1. El flamenco, una de las aves más emblématica de Doñana, se reúne en la finca en enormes grupos. 2. Pescando anguila de forma tradicional. 3. Cada año se recogen más de 100.000 toneladas de camarones. 4. Pescadores capturando albures. 1. O flamenco, uma das aves mais emblématicas de Doñana, reúne-se na fazenda em enormes grupos. 2. Pescando enguia da forma tradicional. 3. Cada año se recogen más de 100.000 toneladas de camarones. 4. Pescadores capturando peixes.

1

2

3

4

31


reportajereportagem

EN LA ZONA DE DOÑANA, EN ANDALUCÍA, ESPAÑA, UNA EXPLOTACIÓN ACUÍCOLA QUE HA OPTADO POR UNA IMPLANTACIÓN ECOSISTÉMICA –TOTALMENTE DIFERENTE DE LA CONVENCIONAL– EN VEZ DE SER CONTAMINANTE HA CONSEGUIDO CONVERTIRSE EN UN ELEMENTO DE MEJORA DEL ECOSISTEMA. ADEMÁS TIENE UN NOTABLE ÉXITO ECONÓMICO Y LA CALIDAD DE SUS PECES ES APRECIADA POR DESTACADOS COCINEROS. UN PROYECTO EUROPEO, EL SEAFARE, ESTUDIA SUS CARACTERÍSTICAS PARA APLICARLAS A LAS MARISMAS Y ESTUARIOS DEL SUR DE PORTUGAL Y ESPAÑA U OTROS ECOSISTEMAS SEMEJANTES. Texto. Pablo Lozano. Traducción. SMC2 Comunicação.

C

on la mayor parte de los mares del mundo sobreexplotados y una población creciente que demanda cada día más pescado, la acuicultura se postula como la solución para cubrir las necesidades de proteínas de la sociedad. Sin embargo, hoy por hoy, no soluciona los problemas que estaría llamada a resolver. Se sigue pescando para alimentar a los peces de las granjas; sus residuos, fruto de una explotación intensiva, eutrofizan las aguas a su alrededor; se destruyen manglares y humedales para instalar granjas y, para colmo, la calidad de los productos deja a veces mucho que desear. Sin embargo, en los últimos años la acuicultura ha dejado de considerarse una actividad positiva per se y ahora se mira con lupa el impacto y el beneficio de cada explotación. Existen cada día más negocios que practican una acuicultura responsable, respetuosa con su entorno, sin impacto en el ambiente e, incluso, las hay que ofrecen servicios al ecosistema. Es el caso de Veta La Palma, una piscifactoría en pleno Parque Nacional de Doñana, en España, al suroeste de la Península Ibérica, que, además de producir pescado de altísima calidad, vierte el agua más limpia de lo que la toma y alberga un ecosistema que alimenta a miles de aves todos los años. Esta explotación ha llamado la atención de los científicos, que han encontrado aquí un excelente modelo en el que basarse para el desarrollo de una acuicultura más que sostenible. Investigadores de la Universidad de Bangor, en el Reino Unido, y el Instituto Andaluz de Investigación y Formación Agraria, Pesquera y de la Producción Ecológica (IFAPA) llevan trabajando en esta piscifactoría desde junio de 2010 en el marco del proyecto europeo Seafare. Su ob-

32

jetivo es encontrar relaciones entre la calidad del pescado y el modelo de producción sostenible que practican en la finca Veta La Palma. En 1982 el grupo Hisparroz compró un terreno de más de 10.000 hectáreas en el municipio sevillano de Puebla del Río. La finca ocupa el sur de la Isla Mayor del Guadalquivir, que rodean dicho río y el Guadiamar y forma parte del Espacio Natural de Doñana. En el extremo sur, en un área de 3.200 hectáreas, aprovechando las parcelaciones e infraestructuras desarrolladas a principios del siglo XX para el cultivo del arroz, se comenzó la explotación acuícola. Cuando se compró la finca ya existía el Parque de Doñana y el cultivo intensivo de arroz no era compatible con sus objetivos de conservación. “El grupo se vio obligado a reinventarse y reutilizar las infraestructuras para hacer algo nuevo. Viendo que era una zona de inundamiento natural, que había un humedal, gente que trabajaba con camarones y pescando albures, se pensó en poner en marcha alguna experiencia de cultivo acuícola, actividad que sí era compatible con los objetivos de conservación del Parque”, explica Miguel Medialdea, biólogo y responsable de Calidad y Medio Ambiente de la explotación. La finca Veta la Palma está compuesta de 45 balsas de 70 hectáreas cada una. Estas se encuentran interconectadas entre sí y, a su vez, con los ríos Guadalquivir y Guadiamar. En los bordes de estas enormes balsas existen otras, de menor tamaño, destinadas al cultivo semiextensivo de lubina, dorada y corvina, y a la decantación de las partículas en suspensión que entran del río. Estas zonas en la periferia de las grandes balsas son las primeras en recibir el agua que entra del estuario. Aquí la densidad de peces, aunque no llega a los niveles de las granjas en régimen intensivo, es elevada y requiere de un aporte de pienso para cubrir las necesidades nutricionales de las especies carnívoras que aquí se cultivan, ya que el alimento que crece de forma natural –algas, camarón, albures, etc.– no es suficiente. El agua pasa de aquí a las grandes balsas donde la inter-


NA ZONA DE DOÑANA, NA ANDALUCIA, ESPANHA, UMA EXPLORAÇÃO AQUÍCOLA QUE OPTOU POR UMA IMPLANTAÇÃO ECOSSISTÊMICA – TOTALMENTE DIFERENTE DA CONVENCIONAL – AO INVÉS DE SER CONTAMINANTE TEM CONSEGUIDO SE CONVERTER EM UM ELEMENTO DE MELHORA DO ECOSSISTEMA. ALÉM DISSO, TEM UM NOTÁVEL SUCESSO ECONÔMICO E A QUALIDADE DE SEUS PEIXES É APRECIADA POR DESTACADOS COZINHEIROS. UM PROJETO EUROPEU, O SEAFARE, ESTUDA SUAS CARACTERÍSTICAS PARA APLICÁ-LAS AOS PÂNTANOS E ESTUÁRIOS DO SUL DE PORTUGAL E DA ESPANHA OU EM OUTROS ECOSSISTEMAS SEMELHANTES.

C

om a maior parte dos mares do mundo superexplorados e uma população crescente que demanda a cada dia mais de pescado, a aquicultura se postula como a solução para cobrir as necessidades de proteínas da sociedade. No entanto, nos dias de hoje, ainda não soluciona os problemas que estaria chamada a resolver. Continua-se pescando para alimentar aos peixes das granjas; seus resíduos, fruto de uma exploração intensiva, eutrofizam as águas ao seu redor; destroem-se manguezais e banhados para instalar granjas e a qualidade dos produtos deixa às vezes muito a desejar. No entanto, nos últimos anos a aquicultura tem deixado de se considerar uma atividade positiva per se e agora olha com lupa o impacto e o benefício da cada exploração. Existem a cada dia mais negócios que praticam uma aquicultura responsável, respeitosa com seu meio, sem impacto no ambiente e, inclusive, há as que oferecem serviços ao ecossistema. É o caso de Veta La Palma, uma piscicultura em pleno Parque Nacional de Doñana, na Espanha, ao sudoeste da Península Ibérica, que, além de produzir pescado de altíssima qualidade, despeja água mais limpa do que a retirada e alberga um ecossistema que alimenta a milhares de aves todos os anos. Esta exploração vem chamando a atenção dos cientistas, que têm encontrado aqui um excelente modelo no qual se basear para o desenvolvimento de uma aquicultura mais que sustentável. Pesquisadores da Universidade de Bangor, do Reino Unido, e o Instituto Andaluz de Investigação e Formação Agrária, Pesqueira e da Produção Ecológica (IFAPA) trabalham nesta piscicultura desde junho de 2010 no marco do projeto europeu Seafare. Seu objetivo é encontrar relações entre a qua-

lidade do pescado e o modelo de produção sustentável que praticam na fazenda Veta La Palma. Em 1982 o grupo Hisparroz comprou um terreno de mais de 10.000 hectares no município sevillano de Puebla del Río (em Sevilla, Espanha). A fazenda ocupa o sul da Isla Mayor do Guadalquivir, que rodeia tal rio e o Guadiamar, além de fazer parte do Espaço Natural de Doñana. No extremo sul, em um área de 3.200 hectares, aproveitando as subdivisões e infraestruturas desenvolvidas a princípios do século XX para o cultivo do arroz, começou-se a exploração aquícola. Quando se comprou a fazenda já existia o Parque de Doñana e o cultivo intensivo de arroz não era compatível com seus objetivos de conservação. “O grupo se viu obrigado a reinventar e reutilizar as infraestruturas para fazer algo novo. Vendo que era uma zona de inundação natural, que tinha um banhado, gente que trabalhava com camarões e pescando albures, se pensou em pôr em marcha alguma experiência de cultivo aquícola, atividade que era compatível com os objetivos de conservação do Parque”, explica Miguel Medialdea, biólogo e responsável pelar qualidade e o ambiente da exploração. A fazenda Veta La Palma está composta de 45 poças de 70 hectares cada uma. Estas se encontram interconectadas entre si e, por sua vez, com os rios Guadalquivir e Guadiamar. Nas bordas destas enormes poças existem outras, de menor tamanho, destinadas ao cultivo semiextensivo de lubina, dourada e corvina, e à decantação das partículas em suspensão que entram do rio. Estas zonas, na periferia das grandes poças, são as primeiras em receber a água que entra do estuário. Aqui a densidade de peixes, ainda que não se compare aos níveis das granjas em regime intensivo, é elevada e requer um aporte de peso para cobrir as necessidades nutricionais das espécies carnívoras que aqui se cultivam, já que o alimento que cresce de forma natural –algas, camarão, albures e etc.– não é suficiente. A água passa às grandes poças onde a intervenção humana é praticamente nula. O ecossistema gerado é completamente natural: uma diversidade enorme de fi-

33


reportajereportagem La lubina es el principal producto de la finca. Se cultivan de forma semiextensiva. Reciben pienso, pero el 25% de su dieta la obtienen del entorno. A lubina é o principal produto da fazenda. São cultivadas de forma semiextensiva. Recebem penso, mas 25% da sua dieta é do próprio meio.

vención humana es prácticamente nula. El ecosistema que aquí se genera es completamente natural: una diversidad enorme de fitoplancton, que alimenta a cantidades ingentes de pequeños crustáceos entre los que destaca el camarón. Estos, a su vez, sirven de alimento a una gran variedad de peces, como mújoles, albures, anguilas y lubinas y lenguados salvajes… y todos los anteriores a más de 250 especies de aves, muchas de ellas amenazadas. Estas grandes balsas son fundamentales en el éxito, tanto ambiental como económico, de la finca Veta La Palma. Aquí se reciclan los nutrientes logrando que el agua sea devuelta al estuario con cero residuos, más limpia de lo que se recogió. Respecto a las aves, Medialdea explica que “algunas, como el cormorán o la garza real, comen peces. Perdemos hasta un 20% de la producción por predación, pero el papel que juegan en el mantenimiento de la calidad del agua lo compensa. El agua que vertemos al estuario no tiene carga de vertido y gracias a ello no pagamos canon ninguno”. Además, de estas balsas también se obtienen productos que comercializa la empresa. Pese a que tanto los peces como unas 70 especies de aves se alimentan de camarón, cada año se obtiene una producción que ronda los 100.000 kilos. Es un producto comercial importante de la empresa que, además del beneficio directo de su venta, reduce costes en piensos para los peces y juega un papel clave en el ecosistema y, por tanto, en el reciclaje del agua del estuario. Los peces salvajes que crecen en estas balsas también se explotan, principalmente los mugílidos, de los que se obtienen entre 100.000 y 150.000 kilos al año.

En la finca Veta La Palma trabajan con pescadores de la zona para capturar de forma artesanal sus productos. Na fazenda Veta La Palma trabalham com pescadores da zona para capturar de forma artesanal seus produtos.

34

Este sistema de producción no solo no contamina sino que aporta unos servicios ambientales de un valor enorme, tanto para la hidrología como para la ecología de las marismas del Guadalquivir. La población total de aves en Veta la Palma alcanza los 600.000 individuos e incluye casi 250 especies, de las que más de 50 presentan algún tipo de amenaza. Este humedal artificial asegura alimento y, para algunas especies, incluso un lugar donde nidificar. La estabilidad en cuanto a superficie de inundación, profundidad, renovación y salinidad permite un desarrollo masivo de microalgas capaz de asimilar los excedentes de nitrógeno y fósforo del agua del Guadalquivir que, de esta forma, se incorporan a esta cadena trófica que tiene en su cúspide a las aves. Veta la Palma está dentro de la Reserva de la Biosfera de Doñana y de la Red Natura 2000, y es un Humedal RAMSAR de Importancia Internacional.

E

l negocio y el medio ambiente parecen haber alcanzado aquí una relación de simbiosis perfecta. La empresa, gracias a una buena gestión hidráulica, recicla el agua y genera un refugio ideal para las aves. Y el ecosistema, además de evitarle a la empresa un gasto en cánones de vertido, le brinda unos productos acuícolas de una calidad extraordinaria que, según reputados cocineros, no son comparables con ningún otro. Ángel León, cocinero e investigador gaditano que fue distinguido en la VI Cumbre de Gastronomía Internacional Madrid Fusión 2008 con el premio Innovación y Tecnología, asegura que los productos de Veta La Palma “se desmarcan absolutamente de cualquier otro que haya probado”. “Es el pescado que más me gusta dentro del mundo de los esteros y no tiene nada que envidiar a la calidad de un ejemplar salvaje”. Las noticias sobre la calidad de este producto han cruzado fronteras. Dan Barder, nombrado mejor chef de los EE.UU. en 2012, impartió una conferencia que puede verse en TED talks (http:// www.ted.com/ talks/view/lang/es//id/790) donde relató las bondades de la lubina que se cultiva en Veta La Palma, “la más deliciosa que he probado pese a que me la sirvieran pasada de cocción”, aseguró el cocinero. ¿Pero qué hace que esta explotación obtenga un pescado de tanta calidad?, ¿qué ocurre en estas aguas y cómo podría aplicarse a otras zonas? Estas y otras preguntas son a las que trata de dar respuesta el proyecto europeo Seafare. 14 socios –entre centros de investigación, univer-


Los mujoles o lisas comunes son peces de la familia de los mugílidos. Se alimentan de algas, diatomeas y de detritos de los sedimentos del fondo. As tainhas ou lisas comuns são peixes da família dos mugílidos. Alimentam-se de algas, diatomeas e de detritos dos sedimentos do fundo.

toplâncton, que alimenta a quantidades enormes de pequenos crustáceos, entre os quais se destaca o camarão. Estes por sua vez servem de alimento a uma grande variedade de peixes como mújoles, albures, enguias, lubinas e lenguados selvagens; e todos os anteriores a mais de 250 espécies de aves, muitas delas ameaçadas.

E

stas grandes poças são fundamentais para o sucesso, tanto ambiental como econômico, da fazenda Veta La Palma. Aqui são reciclados os nutrientes conseguindo que a água seja devolvida ao estuário com zero resíduos, mais limpa do que se recolheu. A respeito das aves, Medialdea explica que “algumas, como o cormorão ou a garça real, comem peixes. Perdemos até 20% da produção por predação, mas o papel que desempenham na manutenção da qualidade da água compensa. A água que despejamos no estuário não tem ônus de despejo e graças a isso não pagamos nada”. Além disso, das poças também são obtidos os produtos comercializados pela empresa. Apesar de vários peixes e de cerca de 70 espécies de aves se alimentarem de camarão, a cada ano se obtém uma produção que ronda os 100.000 quilos. É um produto comercial importante da empresa que, além do benefício direto da venda, reduz custos em pensos para os peixes e joga um papel estratégico no ecossistema e, portanto, na reciclagem da água do estuário. Os peixes selvagens que crescem nestas poças também se explodem, principalmente os mugílidos, dos quais são obtidos entre 100.000 e 150.000 quilos ao ano. Este sistema de produção não só não contamina como, também, desempenha com serviços ambientais de valor enorme tanto para a hidrologia como para a ecologia dos pântanos do Guadalquivir. A população total de aves em Veta La Palma atinge os 600.000 indivíduos e inclui quase 250 espécies, das quais, mais de 50, apresentam algum tipo de ameaça. Este banhado artificial assegura alimento e, para algumas espécies, inclusive um lugar para nidificar.

El camarón (Palamonetes varians) es uno de los principales responsables del reciclado de nutrientes en la explotación. O camarão (Palamonetes varians) é um dos principais responsáveis pelo reciclagem de nutrientes na exploração.

A estabilidade quanto a superfície de inundação, profundidade, renovação e salinidade permite um desenvolvimento em massa de microalgas capaz de assimilar os excedentes de nitrogênio e fósforo da água do Guadalquivir que, desta forma, se incorporam a esta corrente trófica que tem em sua cúspide as aves. Veta La Palma está dentro da Reserva da Biosfera de Doñana e da Rede Natura 2000, e é um Banhado RAMSAR de Importância Internacional. O negócio e o meio ambiente parecem ter atingido aqui uma relação de simbiose perfeita. A empresa, graças a um bom gerenciamento hidráulico, recicla a água e gera um refúgio ideal para as aves. E o ecossistema, além de evitar à empresa uma despesa com despejos, brindalhe com produtos aquícolas de qualidade extraordinária que, segundo reputados cozinheiros, não são comparáveis a nenhum outro. Ángel León, cozinheiro e pesquisador gaditano que foi distinguido na VI Cimeira de Gastronomia Internacional Madri Fusão 2008 com o prêmio Inovação e Tecnologia, assegura que os produtos de Veta La Palma “se destacam absolutamente de qualquer outro que tenha provado”. “É o pescado que mais gosto do mundo dos estuários e não tem nada que invejar à qualidade de uma instância selvagem”. As notícias sobre a qualidade deste produto têm cruzado fronteiras. Dan Barder, nomeado melhor chef dos EE.UU em 2012, deu uma conferência que pode ser vista em TED talks (http://www.ted.com/talks/view/ lang/ es//dan/790) onde relatou as bondades da lubina que se cultiva em Veta La Palma, “a mais deliciosa que provei”, assegurou o cozinheiro. Mas o que faz que esta exploração obtenha um pescado de tanta qualidade? O que ocorre nestas águas e como poderia ser aplicado em outras zonas? Estas e outras perguntas são as que o projeto europeu Seafare tenta responder. 14 sócios – entre centros de pesquisa, universidades e empresas–, coordenados pela Universidade de Bangor, tratam de fazer que a aquicultura europeia da margem atlântica seja mais sustentável. Para

35


reportajereportagem

1. Cada año más de 600.000 aves visitan la finca en busca de alimento y descanso. 2. Cada balsa, de unas 70 hectáreas, es como un pequeño mar en el que los recursos crecen sin intervención humana alguna. 3. Una cigüeñuela descansa y se alimenta en una de las balsas. 4.Cigüeñuelas y flamencos en una de las balsas. 5. En primer plano puede verse una de las balsas periféricas donde se cultiva lubina, dorada y corvina en semiextensivo y detrás una de las grandes balsas donde los recursos crecen de forma natural. 1. A cada ano mais de 600.000 aves visitam a fazenda em busca de alimento e descanso. 2. A cada balsa, de uns 70 hectares, é como um pequeno mar no qual os recursos crescem sem intervenção humana alguma. 3. Um pernilongo ou pernalonga descansa e alimenta-se em uma das poças. 4.Pernilongos e flamencos em uma das balsas. 5. No primeiro plano, pode ser vista uma das poças periféricas onde se cultiva lubina, dourada e corvina em semiextensivo e atrás uma das grandes poças onde os recursos crescem de forma natural.

sidades y empresas–, coordinados por la Universidad de Bangor, tratan de hacer que la acuicultura europea del margen atlántico sea más sostenible. Para ello se han fijado en Veta La Palma como uno de los principales ejemplos de buenas prácticas, un caso que llevan estudiando desde 2010 con el objetivo de conocer las claves de su exitoso modelo y poder aplicarlo a ecosistemas similares, como pueden ser las marismas y estuarios del sur de Portugal y España. Los científicos han muestreado todos los elementos de la cadena trófica que sustenta la finca, desde el fitoplancton hasta las aves, pasando por camarones, peces, etc. Tras el trabajo de campo, se identificaron en el laboratorio todas las especies vegetales y animales presentes en las balsas, se analizaron los perfiles nutricionales de aquellas que sirven de alimento dentro de la cadena trófica y se buscaron trazadores bioquímicos que permitiesen reconstruir las relaciones de predación y, a la vez, ofrecer luz sobre las claves que explican la calidad del pescado que se obtiene en la explotación. Pedro Cañavate, investigador del IFAPA, es uno de los responsables científicos del proyecto, y, junto al Laboratorio de Biología de la Universidad de Bangor, es el encargado

4

5

de estudiar las relaciones tróficas que sustentan el modelo de Veta La Palma. Mientras los científicos británicos se encargan del análisis de los isótopos estables, Cañavate y su equipo estudian el perfil de ácidos grasos esenciales en cada especie, lo que sirve para saber quién se come a quién y en qué proporción. La primera sorpresa de los científicos, explica Cañavate, fue encontrar poblaciones de fitoplancton de especies típicamente marinas que no estaban descritas hasta la fecha en el estuario del Guadalquivir. Estas microalgas, del grupo de las haptofitas, presentan un alto valor nutricional y son probablemente el principal soporte de la cadena trófica de Veta La Palma. “Las condiciones particulares de la finca: el manejo hidráulico que aquí hacen y la carga de nutrientes que trae el agua, favorecen el florecimiento de estas especies que en el estuario seguramente se encuentren a muy baja densidad”, apunta Cañavate. Otra especie que se desarrolla a una densidad fuera de lo normal es el camarón (Palamonetes varians). Forman parte de la dieta de peces y aves y los científicos los consideran el principal responsable del reciclado de la materia orgánica del agua. Pero no es el único. En la finca abundan otros crustáceos, más pequeños y con un comportamiento más pelágico: los misidáceos. Estos, aunque no se explotan comercialmente, juegan un papel fundamental en el reciclado de nutrientes y en la cadena trófica de Veta La Palma. Forman parte de la dieta de muchos peces y son fundamentales para la alimentación de los alevines. Los científicos han analizado la composición de esta especie y han observado un perfil de ácidos grasos muy rico. “Estos crustáceos podrían capturarse para extraer lípidos funcionales y comercializarlos como un producto más”, explica Cañavate, que sugiere ideas para nuevas líneas de negocio. Gracias al seguimiento de los ácidos grasos a lo largo de la cadena trófica, los científicos han podido determinar que los peces criados con pienso en régimen semiextensivo obtienen hasta un 25% de su alimento del medio natural. Un importante ahorro para la empresa y, sin duda, una de las razones de la alta calidad del producto. Todavía faltan muchos análisis que realizar y muchas relaciones que comprender. Sin embargo, las principales claves del éxito de Veta La Palma ya se conocen y los científicos piensan ya en aplicarlas en otras zonas. “La utilidad del proyecto es doble”, comenta Cañavate. “Por una parte saber cómo cultivar un pescado de gran calidad, pero lo más importante es conseguir argumentos para recuperar ecosistemas degradados y poner en servicio el ecosistema”.


1

2

3 isso se fixaram em Veta La Palma como um dos principais exemplos de boas práticas, um caso que estão estudando desde 2010 com o objetivo de conhecer as chaves de seu exitoso modelo e poder aplicar a ecossistemas similares, como nos pântanos e estuários do sul de Portugal e Espanha. Os cientistas têm feito amostras de todos os elementos da corrente trófica que sustenta a fazenda, do fitoplâncton até as aves, passando por camarões, peixes, etc. Depois do trabalho de campo, foram identificados no laboratório todas as espécies vegetais e animais presentes nas balsas; foram analisados os perfis nutricionais daquelas que servem de alimento dentro da corrente trófica e foram procurados plotadoras bioquímicos que permitissem reconstruir as relações de predação e, ao mesmo tempo, oferecer luz sobre as chaves que explicam a qualidade do pescado que é obtido na exploração. Pedro Cañavate, pesquisador do IFAPA, é um dos cientistas responsáveis do projeto, e, junto ao Laboratório de Biologia da Universidade de Bangor, é o encarregado de estudar as relações tróficas que sustentam o modelo de Veta La Palma. Enquanto os cientistas britânicos encarregam-se da análise dos isótopos estáveis, Cañavate e sua equipe estudam o perfil de ácidos graxos essenciais em cada espécie, o que serve para saber quem come a quem e em que proporção. A primeira surpresa dos cientistas, explica Cañavate, foi encontrar populações de fitoplâncton de espécies tipicamente marinhas que não estavam descritas até tal da-

ta no estuário do Guadalquivir. Estas microalgas, do grupo das haptófitas, apresentam um alto valor nutricional e são provavelmente o principal suporte da corrente trófica de Veta La Palma. “As condições particulares da fazenda: o manejo hidráulico que aqui fazem e o ônus de nutrientes que traz a água, favorecem o florescimento destas espécies que no estuário seguramente se encontram em densidade muito baixa”, aponta Cañavate. Outra espécie que se desenvolve a uma densidade fora do normal é o camarão (Palamonetes varians). Fazem parte da dieta de peixes e aves e são considerados pelos cientistas o principal responsável pelo reciclado da matéria orgânica da água. Mas não é o único. Na fazenda abundam outros crustáceos, menores e com um comportamento mais pelágico: os mysidacea. Estes, ainda que não exista um boom comercial, desempenham um papel fundamental na reciclagem de nutrientes e na corrente trófica de Veta La Palma. Fazem parte da dieta de muitos peixes e são fundamentais para a alimentação dos alevinos. Os cientistas analisaram a composição desta espécie e observaram um perfil de ácidos graxos muito rico. “Estes crustáceos poderiam ser capturados para extrair lipídeos funcionais e comercializálos como um produto mais”, explica Cañavate, que sugere ideias para novas linhas de negócio. Graças ao rastreamento dos ácidos graxos ao longo da corrente trófica, os cientistas determinaram que os peixes criados com penso em regime semiextensivo obtêm até 25% de seu alimento do meio natural. Uma importante poupança para a empresa e, sem dúvida, uma das razões da alta qualidade do produto. Ainda faltam muitas análises a serem realizadas e muitas relações que compreender. No entanto, as principais chaves do sucesso de Veta La Palma são conhecidas e os cientistas pensam em aplicar em outras zonas. “A utilidade do projeto é dupla”, comenta Cañavate. “Por uma parte saber como cultivar um pescado de grande qualidade, mas, o mais importante, é conseguir argumentos para recuperar ecossistemas degradados e colocar em funcionamento o ecossistema”.

37


entrevista

Anna Maria Scofano Consultora Sênior com ênfase em Monitoramento Ambiental costeiro e oceânico da Petrobras


Anna Maria Scofano Consultora senior de Petrobras en monitorizaci贸n ambiental costera y oce谩nica 39


entrevistaanna maria scofano Texto. Bruno Moraes. Fotos. Archivo/Petrobras Traducción/Tradução: Cuerpo8, Servicios Periodísticos

“A obtenção de informações oceanográficas é caminho crítico para a garantia de execução de projetos seguros e com custos otimizados”

ANNA MARIA SCOFANO Anna Maria Scofano é Bacharel em Oceanografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Mestre em Ciências em Engenharia Oceânica pelo Programa de Engenharia Oceânica da COPPE (PENO/COPPE). Trabalha na Petrobras desde 1989, tendo iniciado sua carreira na área de coleta de dados meteo-oceanográficos. Desde 2002 atua na área Corporativa de Meio Ambiente da área de Exploração e Produção e, atualmente, é Consultora Sênior com ênfase em Monitoramento Ambiental costeiro e oceânico.

40

descoberta de petróleo nas camadas do pré-sal brasileiro – extraído pela primeira vez em 2008 – fez com que o monitoramento ambiental e oceanográfico se tornasse fundamental na atuação das empresas envolvidas na exploração. A Petrobras Petróleo Brasileiro SA, que foi a primeira empresa petrolífera do mundo a explorar a camada pré-sal e opera em 28 países no segmento de energia (exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados), por exemplo, hoje possui uma área dedicada ao monitoramento ambiental e avaliação dos impactos de seus projetos e ações, além de ser uma das únicas do mundo a operar uma embarcação dedicada para a área ambiental. Na área Corporativa de Meio Ambiente da área de Exploração e Produção da Petrobras desde 2002, a Consultora Sênior Anna Maria Scofano explica, em entrevista à Magazine Oceano, como se dá essa atuação em monitoramento ambiental, enumera os projetos mais relevantes concluídos e em andamento e analisa o cenário brasileiro no que diz respeito a infraestrutura, legislação e parcerias.

A

Quais são as ações e projetos em monitoramento ambiental, mais especificamente do setor oceanográfico, hoje em desenvolvimento na Petrobras? A área de Exploração e Produção desenvolve vários projetos de monitoramento ambiental nas áreas onde atua. Há projetos que avaliam impactos específicos das atividades de perfuração e produção e outros que avaliam a saúde ambiental de toda uma bacia ou área Geográfica, como é o caso da Bacia de Campos. Esses projetos são negociados com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e acompanhados durante o ciclo de vida do empreendimento. Uma


“Obtener información oceanográfica es un elemento crítico para garantizar una ejecución segura y con costos optimizados de los proyectos” l descubrimiento de petróleo en capas de tipo presal en Brasil –extraído por primera vez en 2008– convirtió la monitorización oceanográfica y ambiental en algo crítico. Petrobras Petroleo Brasileiro SA, que fue la primera compañía del mundo en explotar petróleo en capas presal y opera en 28 países en el sector de la energía (exploración, producción, refino, comercialización y transporte de petróleo y sus derivados), tiene un área dedicada a la vigilancia y evaluación de los impactos de sus proyectos y actividades sobre el medio ambiente, siendo además una de las pocas en el mundo que opera una embarcación dedicada al área ambiental. Anna Maria Scofano es, desde 2002, consultora senior en Petrobras, en el área Corporativa de Medio Ambiente del área de Exploración y Producción. En esta entrevista a Magazine Océano explica cómo es la actuación de monitorización ambiental, enumera los proyectos más importantes, tanto ya finalizados como en curso, y analiza el escenario brasileño en cuanto a infraestructuras, la legislación y asociaciones.

E

En la actual fase de desarrollo de Petrobras, ¿cuáles son las acciones y proyectos de monitorización ambiental oceanográfica? El área de Exploración y Producción desarrolla varios proyectos de monitorización ambiental en las áreas donde opera. Hay proyectos que evalúan los impactos específicos de las actividades de perforación y producción y otros lo hacen con la salud ambiental de una cuenca o área geográfica, como la Cuenca de Campos. Estos proyectos se negocian con el Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) y se siguen durante todo su ciclo de vida. Una evolución importante en estos proyectos ha sido incorporar el concepto de re-

ANNA MARIA SCOFANO Anna Maria Scofano es licenciada en Oceanografía por la Universidade do Estado do Rio de Janeiro y master en Ciencias en Ingeniería Oceánica por el Programa de Engenharia Oceânica da COPPE (PENO/COPPE). Trabaja en Petrobras desde 1989, habiendo iniciado su carrera en el área de recolección de datos meteo-oceanográficos. Desde 2002 está en el área Corporativa de Medio Ambiente del área de Exploración y Producción. Actualmente es consultora senior , principalmente en monitorización ambiental costera y oceánica.

41


entrevistaanna maria scofano

PETROBRAS A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é o governo brasileiro, ou seja, é uma empresa estatal de economia mista. Atua como uma empresa de energia nos seguintes setores: exploração e produção, refino, comercialização e transporte de óleo e gás natural, petroquímica, distribuição de derivados, energia elétrica, biocombustíveis e outras fontes renováveis de energia. Instituída em 3 de outubro de 1953 e sediada no Rio de Janeiro, está presente em 25 países e é líder do setor petrolífero no Brasil. http://www.petrobras.com/es/home.htm

grande evolução desses projetos é a incorporação do conceito de regionalização das ações, ou seja, a proposição e execução dos projetos é feita considerando todos os projetos que acontecem numa determinada área geográfica, o que otimizou os recursos necessários para sua implementação, principalmente logísticos. Outras iniciativas promovem o monitoramento das condições meteoceanográficas a bordo de unidades de produção ou perfuração com o objetivo de gerar informações usadas na tomada de decisões operacionais. Como se dá o trabalho de caracterização ambiental das bacias sedimentares coordenado pela Petrobras? Os projetos de caracterização ambiental regionais (PCR) avaliam a linha de base das condições oceanográficas de uma área (fisíca, química, biológica e geológica) e buscam indicadores para serem monitorados pelos projetos de monitoramento ambiental. O primeiro PCR executado foi na Bacia Potiguar Submersa (RN). O PCR da Bacia de Campos foi finalizado e, a partir de setembro, começarão a ser publicados os primeiros livros contendo os resultados gerados. Atualmente, estão em andamento os PCRs das Bacias de Sergipe-Alagoas, do Espírito Santo e de Santos.

42


PETROBRAS Petrobras es una sociedae anónima cujo acionista mayoritário es el Gobiernode Brasil, es decir, una empresa estatal con parte del capital privado. Trabaja en el sector de la energía en exploración, y produción, refino, comercialización, transporte de petróleo y gas natural, petroquímica, distribución de derivados, energia elétrica, biocombustibles y outras fuentes de energia renovables. Fué creada el 3 de octubre de 1953, tiene la sede en Río de Janeiro, presencia en 25 países y es líder del setor petrolero brasileño. http://www.petrobras.com/es/home.htm

gionalización de las acciones, es decir, que su diseño y ejecución se realice teniendo en cuenta todos los proyectos situados en una zona geográfica determinada, con lo cual se optimizan los recursos necesarios para implementarlos, principalmente logísticos. Otras iniciativas promueven la monitorización de las condiciones meteorológicas y oceanográficas a bordo de las unidades de perforación o de explotación, con el fin de tener información que se utiliza en la toma de decisiones operacionales. ¿Cómo es el trabajo de caracterización ambiental de las cuencas sedimentarias que Petrobras coordina? Los proyectos de caracterización ambiental regional (PCR) evalúan las condiciones oceanográficas básicas de referencia de la zona (físicas, químicas, biológicas y geológicas) y buscan los indicadores que es necesario vigilar en la monitorización ambiental del proyecto. El primer PCR se realizó en la Cuenca Sumergida de Potiguar, ya se ha terminado el de la Cuenca de Campos y a partir de septiembre empezarán a publicarse los primeros libros con los resultados obtenidos. Actualmente se están realizando los PCRs de la cuencas de Sergipe-Alagoas, de Espírito Santo y de Santos.

43


entrevistaanna maria scofano

Esses projetos avaliam os compartimentos água e sedimento em malhas com estações distribuídas em escala regional e local, incluindo levantamentos hidrográficos e análise de dados pretéritos existentes em cada área. Além desses projetos, há ainda levantamentos feitos para avaliar os locais de lançamento de dutos e equipamentos submarinos. É importante salientar que todos esses projetos são executados em parceria com instituições de pesquisa.

criar algum dano para estruturas submarinas"; dados meteorológicos e de oceanografia física; e conhecimento de Ecohazards, ou seja, de toda e qualquer comunidade biológica com risco de sofrer interferência em função das atividades de instalação e operação de equipamentos ou estruturas. O conceito de Ecohazard é recente para a Petrobras e ainda estão sendo estabelecidos os procedimentos rotineiros que serão padronizados para todos os futuros empreendimentos marinhos.

Quais resultados mais relevantes foram observados com essas ações e projetos? Como todas as informações levantadas por esses programas e projetos são integradas em Sistemas de Informação Geográfica, podem ser usadas pelos novos empreendimentos da empresa para refinamento do projeto. Como por exemplo, o conhecimento da distribuição de bancos de algas ou corais pode mudar por completo a localização de instalação de sistemas submarinos. Esses projetos vêm identificando novas espécies e padrões de distribuição associados a variação de profundidade, a condições oceanográficas, sazonais ou não.

Como a experiência obtida em monitoramento e caracterização ambiental será aproveitada para o trabalho em andamento na Bacia de Santos (pré-sal)? Já vem sendo aproveitada. Ou seja, todos os novos projetos envolvendo produção de óleo e gás e escoamento estão considerando as informações ambientais existentes. O conhecimento de Geohazards, Ecohazards e de dados meteo-oceanográficos é necessário tanto em áreas de pré ou pós-sal, águas rasas ou profundas, bacias do sul-sudeste ou norte-nordeste. Ou seja, o procedimento de construção do conhecimento é o mesmo.

Porque é importante realizar um trabalho de reconhecimento geológico e oceanográfico na Bacia de Campos, maior produtora de petróleo e gás do Brasil, por exemplo? Não é possível elaborar projeto seguro e economicamente eficiente de estruturas submarinas ou offshore sem conhecer a área de instalação. Isto significa que é fundamental avaliar Geohazards, ou seja, "feições geológicas que têm o potencial de se tornarem risco ou de

44

Por que os dados do monitoramento serão relevantes para os trabalhos atuais e futuros da Petrobras, independente da área/setor utilizado? É fundamental que as informações obtidas nos projetos de monitoramento ambiental sejam usadas para retroalimentar os processos de avaliação de impactos ambientais dos empreendimentos, ou seja, para confirmar as hipóteses assumidas durante os Estudos de Impacto Ambiental, alterar o conhecimento sobre aquele grupo de aspecto-impacto ou até mesmo para sinalizar algu-


“Não é possível elaborar projeto seguro e economicamente eficiente de estruturas submarinas ou offshore sem conhecer a área de instalação.” Estos proyectos evalúan en cada área tanto el agua como los sedimentos, siguiendo una retícula con estaciones distribuidas a nivel local y regional, incluyendo levantamientos hidrográficos y el análisis de datos anteriores. Además de estos proyectos, todavía hay encuestas para evaluar los sitios de lanzamiento de tuberías y equipos submarinos. Es importante destacar que todos estos proyectos se realizan en colaboración con instituciones de investigación. ¿Cuáles fueron los resultados más relevantes que se obtuvieron gracias estas acciones y proyectos? Toda la información conseguida mediante a estos programas y proyectos se ha integrado en sistemas de información geográfica, gracias a lo cual se puede utilizar en los nuevos proyectos empresariales para adecuarlos. Por ejemplo, la distribución de los bancos de algas o corales puede modificar totalmente la localización e instalación de sistemas submarinos, por lo que importa conocerla. Estos proyectos van identificando nuevas especies y los patrones de distribución asociados a la profundidad y condiciones oceanográficas, estacionales o no. La Cuenca de Campos es la mayor productora de petróleo y gas de Brasil. ¿Por qué es importante realizar un trabajo de levantamiento geológico y oceanográfico en ella? No se puede llevar a cabo una iniciativa de estructuras submarinas u offshore segura y económicamente eficiente sin conocer la zona donde se va a implantar. Esto significa que es necesario evaluar los geohazards, es decir, "características geológicas que pueden representar riesgo o causar daños a las estructuras submarinas"; datos meteorológicos o de oceanografía física; y

conocer los ecohazards, o sea, todas y cada una de las comunidades biológicas que corren el riesgo de sufrir interferencias debido a las actividades de instalación y operación de equipos y estructuras. El concepto de ecohazard es reciente en Petrobras y todavía se están estableciendo los procedimientos rutinarios que servirán de patrón para las futuras iniciativas marinas. ¿Como se aprovechará en el trabajo que ya está en marcha en la Cuenca de Santos la experiencia en monitorización y caracterización ambiental? Ya se está aprovechando. En todos los nuevos proyectos relacionados con la producción de petróleo o gas se está teniendo en cuenta la información ambiental disponible. Es necesario conocer los geohazards, ecohazards y de los datos meteo-oceanográficos tanto en las áreas de presal o postsal, en las aguas superficiales o profundas, en las cuencas del sur-sudeste o norte-nordeste… El procedimiento de obtención del conocimiento es el mismo. ¿Serán relevantes los datos de monitorización para los trabajos actuales y futuros de Petrobras, independientemente del área o sector? Es fundamental que la información obtenida en los proyectos de monitorización ambiental se utilice para retroalimentar los procesos de evaluación de impacto ambiental de las distintas iniciativas, ya sea para confirmar las hipótesis asumidas en los estudios de impacto ambiental, alterarlas o incluso indicar algún cambio del proceso en iniciativas futuras,

“No se puede llevar a cabo una iniciativa de estructuras submarinas u offshore segura y económicamente eficiente sin conocer la zona donde se va a implantar”. 45


entrevistaanna maria scofano

“Considerando a extensão de nossa costa, contamos com pouquíssimas embarcações de pesquisa equipadas para atender a toda a demanda reprimida.”

ma mudança de processo nos próximos empreendimentos. Como funciona o Projeto de Monitoramento Ambiental Regional? O conceito de Projeto de Monitoramento Ambiental Regional (PMAR) vem sendo adotado, por enquanto, nas Bacias Potiguar e de Campos. Na Bacia Potiguar já foi implementado e está em andamento. Na Bacia de Campos, a proposta vem sendo negociada com o IBAMA e prevê um programa composto por alguns projetos, determinados em função da caracterização ambiental executada previamente. A grande diferença dos projetos de monitoramento específicos é que o PMAR não avalia impactos diretos pontuais de algum empreendimento, mas sim a saúde ambiental de uma área maior, considerando a existência de vários empreendimentos. Quais são os projetos encerrados mais relevantes? Dentre os projetos já encerrados na Bacia de Campos, podemos citar o projeto OCEANPROF que pode ser considerado o primeiro projeto de caracterização de área do talude Continental na Bacia de Campos, com foco nos cinco megacampos da região profunda da Bacia de Campos, a saber: Roncador, Albacora Leste, Marlim Leste e Barracuda e Caratinga; o Projeto de Caracterização Ambiental Regional (PCR-BC); o Projeto de avaliação da distribuição preliminar de Corais de Águas Profundas (CAP-BC). O Projeto de Caracterização da

46

Plataforma Continental da Bacia Potiguar Submersa é outro exemplo. Recentemente foi finalizado o projeto de Avaliação da Bioacumulação de contaminantes decorrentes da atividade de produção de óleo & gás em área marinha, ou, simplesmente Projeto de Bioacumulação. Este projeto avalia o efeito dos descartes da atividade de produção na biota marinha e realizou experimentos na Bacia Potiguar e na Bacia de Campos. O trabalho encontra apoio na legislação brasileira atual? Há acompanhamento e fiscalização dos órgãos governamentais ambientais competentes? Sem dúvida. Todos os projetos associados aos licenciamento ambientais são acompanhados pelo IBAMA e aqueles não associados a licenciamento, são autorizados pelo ICMBio. Além das autoridades ambientais, todos os projetos de caracterização ambiental são acompanhados pela academia. São feitas cooperações/parcerias entre o setor privado e o setor público no sentido de aprimorar a legislação para garantir avaliações ambientais mais robustas? Considerando que todos os dados gerados são repassados às autoridades ambientais, entendemos que podem contribuir para, a qualquer momento, subsidiar mudanças na legislação ou em qualquer procedimento visando melhorar os processos de avaliação ambiental.


“Si se considera la extensión de nuestra costa, tenemos poquísimos buques de investigación equipados para atender toda la demanda acumulada.”

¿Cómo funciona el Proyecto de Monitorización Ambiental Regional? Por ahora el concepto de Proyecto de Monitorización Ambiental Regional (PMAR) está siendo adoptado en las cuencas de Potiguar y de Campos. En la Cuenca de Potiguar ya ha sido implementado y está en marcha, en Cuenca de Campos se está negociando la propuesta con el IBAMA y se prevé un programa formado por varios proyectos, definidos en función de la caracterización ambiental realizada previamente. La gran diferencia entre los proyectos de monitorización específicos y los del PMAR es que éste no evalúa impactos puntuales directos de alguna iniciativa, sino el estado ambiental de un área mayor, considerando la existencia de varias iniciativas. ¿Cuáles son los proyectos terminados más importantes? Dentro de los proyectos ya terminados de La Cuenca de Campos cabe citar OCEANPROF, que puede considerarse el primer proyecto de caracterización del área del talud continental en la Cuenca de Campos, centrado en cinco megacampos de la región profunda de dicha cuenca: Roncador, Albacora Leste, Marlim Leste e Barracuda e Caratinga. También el Proyecto de Caracterización Ambiental Regional (PCR-BC) y el Proyecto de evaluación preliminar de la distribución de Corales de Aguas Profundas (CAP-BC). El Proyecto de Caracterización de la Plataforma Continental de la Cuenca Potiguar

Sumergida es otro ejemplo. Recientemente finalizo el proyecto de Evaluación de Bioacumulación de contaminantes derivados de la producción de petróleo y gas en el área marina, o, simplemente Proyecto de Bioacumulación. Este último evalúa el efecto de los vertidos provenientes de la actividad de producción en la biota marina y en él se realizaron experiencias en las cuencas de Potiguar y de Campos. ¿Cuenta el trabajo con el soporte de la legislación brasileña actual?, y ¿hay seguimiento y supervisión por parte de las autoridades ambientales gubernamentales? Sin duda. El IBAMA hace un seguimiento de todos los proyectos relacionados con licencias ambientales. Y los no relacionados con licencias están autorizados por el Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Además de las autoridades ambientales, todos los proyectos de caracterización ambiental cuentan con un seguimiento académico. ¿Hay colaboración entre los sectores privado y público para mejorar la legislación y conseguir evaluaciones ambientales más sólidas? Se entregan todos los datos a las autoridades ambientales, y creemos que esto puede ayudar a que se realicen cambios en las leyes o sirva de apoyo en cualquier procedimiento destinado a mejorar los procesos de evaluación ambiental.

47


entrevistaanna maria scofano

do Rio Grande do Norte é considerado benchmarking para o IBAMA e para a Petrobras? O modelo de gestão adotado pelo Projeto de Caracterização Ambiental da Plataforma Continental da Bacia Potiguar Submersa foi considerado pelo IBAMA benchmarking pois contou, desde seu planejamento, com a participação de várias instituições de pesquisa com coordenação intensiva do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES). Todos os demais projetos de caracterização adotaram ou estão adotando o mesmo modelo. O PCR-BC, por exemplo, envolveu 20 instituições de pesquisa, 180 pesquisadores externos e 30 pesquisadores da Petrobras. Vale ressaltar também a importância de planejar adequadamente os recursos navais necessários para realizar as coletas. No caso do PCR-BC, foram utilizados 12 meses ininterruptos de embarcação de pesquisa em regime de 24 horas.

Há troca de conhecimento entre a Petrobras e o meio acadêmico? Conforme já mencionado anteriormente, a parceria com o meio acadêmico é comum à maioria dos projetos de monitoramento e a todos os projetos de caracterização. Empresas privadas devem cada vez mais se preocupar com uma gestão ambiental segura, que minimize os impactos na natureza? Com relação à Petrobras, a incorporação da variável ambiental em todos os processos da empresa já é uma realidade, podendo, é claro, ser aprimorada. Por que o trabalho ambiental desenvolvido na bacia

48

Ainda há carência de recursos navais adaptados para atuação oceanográfica e/ou ambiental? Sem dúvida. Considerando a extensão de nossa costa, contamos com pouquíssimas embarcações de pesquisa equipadas para atender a toda a demanda reprimida. A área de caracterização e monitoramento ambiental da Petrobras trabalha com uma embarcação dedicada e outra compartilhada com outras áreas da empresa. Além dessas, também utilizamos embarcações adaptadas para trabalhar em áreas mais rasas costeiras ou em áreas de baías. Até onde sabemos, é a única operadora no mundo a operar uma embarcação dedicada para a área ambiental. Apesar da demanda reprimida, o problema não se restringe ao número de embarcações adaptadas, mas sim do gerenciamento que será dado à frota. Na opinião do corpo técnico da Petrobras, é fundamental que os recursos consigam ser compartilhados evitando ao máximo a ociosidade dos recursos. Um excelente exemplo é o modelo de gerenciamento da frota de pesquisa americana que, além dos recursos navais, compartilha também equipamentos robustos críticos como ROVs e AUVs, com ou sem subsídio de agências de fomento a pesquisa. Quais são as suas considerações finais? Como pode ser visto, há um comprometimento muito robusto da Petrobras com a incorporação da variável ambiental em todos os seus projetos offshore, tanto nas fases de projeto quanto nas fases de operação. A obtenção de informações oceanográficas é, hoje, caminho crítico para a garantia de execução de projetos seguros e com custos otimizados.


¿Hay intercambio de conocimiento entre Petrobras y los medios académicos? Como ya dije antes, es frecuente una asociación con el sector académico en la mayor parte de los proyectos de monitorización, y dicha asociación existe en todos los proyectos de caracterización. ¿Tienen las empresas privadas que preocuparse cada vez más por una gestión ambiental segura, que minimice el impacto en la naturaleza? En lo que a Petrobras respecta, la incorporación de la variable ambiental en todos los procesos de la empresa ya es una realidad, aunque, por supuesto puede mejorarse. ¿Por qué el IBAMA y Petrobras consideran el trabajo ambiental desarrollado en la Cuenca de Rio Grande do Norte un referente? IBAMA considero como una referencia el modelo de gestión adoptado en el Proyecto de Caracterización Ambiental de la Plataforma Continental de La Cuenca Sumergida de Potiguar sumergido porque, desde su planificación, contó con la participación de varias instituciones de investigación, coordinadas de forma intensiva por el Centro de Investigaciones de Petrobras (CENPES). Todos los demás proyectos de caracterización han adoptado o están adoptando el mismo modelo. En el PCR-BC, por ejemplo, participaron 20 instituciones de investigación, 180 investigadores externos y 30 investigadores de Petrobras. Cabe destacar la importancia de planificar adecuadamente los recursos navales necesarios para llevar a cabo la recogida de información. En el caso del BC-PCR fueron necesarios 12 meses consecutivos de buque de investigación durante 24 horas al día. ¿Todavía faltan recursos navales adecuados para las operaciones oceanográficas y medioambientales? Sin duda. Si se considera la extensión de nuestra costa, tenemos poquísimos buques de investigación equipados para atender toda la demanda acumulada. El área de caracterización y monitorización ambiental da Petrobras trabaja con dos barcos, uno en exclusiva y otro compartido con otras áreas de la empresa. Además de estos, también utilizamos embarcaciones adaptadas para trabajar en zonas menos profundas, costeras o en bahías. Hasta donde sabemos, es la única del mundo que pera un barco dedicado al área ambiental. A pesar de la demanda acumulada, el problema no se limita al número de embarcaciones, sino a la gestión de La flota. En el cuerpo técnico de Petrobras se piensa que es fundamental compartir los recursos, evitando al máximo que estén ociosos. Un ejemplo excelente de gestión es

la flota de investigación americana, en La cual además de los barcos se comparten equipos importantes, como los ROVs y AUVs, tanto con ayudas de agencias de fomento de la investigación como sin ellas. Quais são as suas considerações finais? Como pode ser visto, há um comprometimento muito robusto da Petrobras com a incorporação da variável ambiental em todos os seus projetos offshore, tanto nas fases de projeto quanto nas fases de operação. A obtenção de informações oceanográficas é, hoje, caminho crítico para a garantia de execução de projetos seguros e com custos otimizados.

49


reportajereportagem

¿Es una especie o varias la Emiliania huxleyi? Emiliania huxleyi: uma ou várias espécies? Texto: Pablo Lozano. Traducción/Tradução: SMC2 Comunicação.

50


Los científicos instalaron en Espeland, cerca de Bergen (Noruega), un mesocosmos para cultivar a la especie en condiciones naturales. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory Os cientistas instalaram em Espeland, perto de Bergen (Noruega), um mesocosmos para cultivar a espécie em condições naturais. Foto: Mike Allen e Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory.

Los científicos recogen una de las jaulas. El color brillante del agua denota la enorme cantidad de cocolitos presentes. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory Os investigadores recolhem uma das jaulas. A cor brilhante da água demonstra a enorme quantidade de cocólitos presentes. Foto: Mike Allen e Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory.


reportajereportagem

n equipo internacional de científicos ha publicado en Nature un artículo con la secuenciación del genoma de Emiliania huxleyi, una de las especies de fitoplancton más abundantes del océano, que fija una cuarta parte del CO2 atmosférico que captura el océano y es responsable de la formación de los famosos acantilados blancos de Dover. Esta alga microscópica ha influido en el clima global durante más de 200 millones de años. Vista al microscopio, Emiliania huxleyi destaca por su hermoso y complejo diseño a base de escamas de carbonato cálcico que reciben el nombre de cocolitos. Esta especie es la mayor productora de estas estructuras en todo el planeta; durante las floraciones de primavera, sus agregados pueden verse desde el espacio y, el hecho de que forme estos cocolitos la convierte en responsable del transporte de una cuarta parte del carbono inorgánico desde la atmósfera hasta el fondo marino. “Las algas productoras de cocolitos han estado haciendo esto durante decenas de millones de años y aproximadamente la mitad de los fondos marinos del mundo están cubiertos por carbonato depositado de esta manera”, explica Mark van der Giezen, investigador de la Universidad de Exeter y parte del equipo de 75 científicos que firman el artículo. Además, la fijación de carbono no es el único mecanismo por el cual E. huxleyi afecta al clima. Emiliania puede formar grandes blooms, a veces de miles de kilómetros cuadrados. “Debido a los cocolitos, estas floraciones reflejan mucha luz solar pudiendo afectar al clima local”, apunta Glen Wheeler, investigador del Plymouth Marine Laboratory y autor también del trabajo. Por otra parte, estas floraciones producen un gas llamado sulfuro de dimetilo (DMS), responsable del característico olor del mar. El DMS juega un papel muy importante en el ciclo del azufre global y puede contribuir a la condensación de las nubes. “Emiliania, durante las floraciones, influye en la formación de nubes, lo que bloquea la radiación solar y modifica el clima”, explica Wheeler. E. huxleyi se puede encontrar en lugares muy diferentes del planeta, lo que llamó la atención de los científicos, que tratan de desvelar por qué son tan adaptables. Lo mismo vive en los polos que en el ecuador, aparece en zonas ricas en nutrientes y también donde estos escasean, ¿cómo puede vivir esta especie en condiciones tan diferentes? Buscando respuesta a esta pregunta, los científicos se llevaron grandes sorpresas, tras secuenciar el ADN de

U

52

ma equipe internacional de cientistas publicou na Nature um artigo com a sequência do genoma de Emiliania huxleyi, uma das espécies de fitoplâncton mais abundantes do oceano, que fixa uma quarta parte do CO2 atmosférico que captura do oceano e é responsável pela formação dos famosos alcantilados brancos de Dover. Esta alga microscópica vem influenciadno o clima global durante mais de 200 milhões de anos. Vista do microscópio, Emiliania huxleyi destaca-se por seu formoso e complexo desenho a base de escamas de carbonato cálcico que recebe o nome de cocolitos. Esta espécie é a maior produtora destas estruturas em todo o planeta; durante as florações de primavera, seus agregados podem ser vistos do espaço e, o fato de que formem estes cocolitos a converte na responsável pelo transporte de uma quarta parte do carbono inorgánico da atmosfera até o fundo marinho. “As algas produtoras de cocolitos fazem isto há dezenas de milhões de anos e aproximadamente a metade dos fundos marinhos do mundo estão cobertos por carbonato depositado desta maneira”, explica Mark van der Giezen, pesquisador da Universidade de Exeter e parte da equipe de 75 cientistas que assinaram o artigo. Além disso, a fixação de carbono não é o único mecanismo pelo qual E. huxleyi afeta ao clima. Emiliania pode formar grandes blooms, às vezes de milhares de quilômetros quadrados. “Devido aos cocolitos, estas florações refletem muita luz solar podendo afetar ao clima local”, aponta Glen Wheeler, pesquisador do Plymouth Marine Laboratory e, também, autor do trabalho. Por outra parte, estas florações produzem um gás chamado sulfuro de dimetilo (DMS), responsável pelo característico cheiro do mar. O DMS desempenha um papel muito importante no ciclo do azufre global e pode contribuir para a condensação das nuvens. “Emiliania, durante as florações, influi em a formação de nuvens, o que bloqueia a radiação solar e modifica o clima”, explica Wheeler. E. huxleyi pode ser encontrada em diferentes lugares do planeta, o que chamou a atenção dos cientistas, que tratam de desvelar por que são tão adaptáveis. Vivem nos pólos assim como no Equador, aparecem em zonas ricas em nutrientes e também em zonas escassas. Como pode viver esta espécie em condições tão diferentes? Em busca da resposta, os cientistas tiveram grandes surpresas depois de sequenciar o DNA de 14 populações de Emiliania huxleyi por todo o mundo. O geno-

U


Al recuperar las muestras, la lona va dejando una estela plateada. Los blooms de esta especie son muy abundantes. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory Ao recuperar as amostras, a lona deixa um rastro prateado. As florações desta espécie são muito abundantes. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory.

Los científicos recrean en estas jaulas las condiciones ideales de crecimiento de Emiliania huxleyi para tener muestras suficientes para su estudio. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory Os cientistas recriam nestas jaulas as condições ideais de crescimento da Emiliania huxleyi para ter amostras suficientes para o seu estudo. Foto: Mike Allen y Willie Wilson / Plymouth Marine Laboratory.

53


reportajereportagem

14 poblaciones de Emiliania huxleyi por todo el mundo. El genoma de todas ellas era muy diferente, como si no pertenecieran a la misma especie. “Normalmente, cuando se secuencian los genomas de organismos de la misma especie, estos son casi idénticos. Pero en el caso de Emiliania las diferencias eran superiores al 30%”, explica van der Giezen. Estas diferencias, superiores a las que existen entre un humano y una gallina, tienen la clave de la adaptabilidad de E. huxlely. La especie comparte entre un 60 y un 70% del ADN y el resto es propio de cada población. Así, la suma de este genoma común –el genoma núcleo– y los 14 adicionales, conforman lo que se denomina el pangenoma, algo común en bacterias y arqueas pero que por primera vez se describe para un organismo eucariota. Este genoma enormemente flexible, hace preguntarse a los científicos si Emiliania huxleyi es en realidad una especie o son varias. El concepto de especie siempre ha sido complicado de definir en organismos procariotas y, por primera vez, una pequeña alga eucariota plantea a los científicos el mismo dilema. En el genoma núcleo, aquel que comparten las 14 cepas de Emiliania huxleyi, se encontraron genes relacionados con procesos de importancia universal. Por ejemplo, dado que todas las poblaciones de la especie viven en el agua superficial, en el genoma núcleo se encuentran varios genes que codifican sistemas de fotoprotección. También aparece en este genoma común material genético relacionado con sistemas de adquisición de nutrientes en condiciones de escasez: para sobrevivir en situaciones en las que el fósforo, el nitrógeno o el hierro es limitante. El estudio del genoma de esta alga también ha revelado cuestiones inesperadas. Al igual que otras algas, Emiliania produce lípidos esenciales que, a través de la cadena alimentaria, se acumulan en los aceites de pescado y tienen propiedades beneficiosas para la salud humana. Algunas de las vías que producen tales lípidos también se encuentran en animales y hongos, aunque las vías que se encuentran en Emiliania son inusuales. “Este hallazgo podría abrir una nueva línea de investigación para estudiar el potencial de E. huxleyi para ser utilizada en la síntesis de los suplementos alimenticios, materias primas y precursores de polímeros”, resalta Wheeler. “Hoy sabemos más acerca de esta importante especie, pero todavía existen importantes lagunas que hay que resolver”, sentencia.

Un técnico prepara las muestras en el laboratorio del Plymouth Marine Laboratory. Foto: Mike Allen y Lewis Brock / Plymouth Marine Laboratory. Um técnico prepara as amostras no laboratório do Plymouth Marine Laboratory. Foto: Mike Allen y Lewis Brock / Plymouth Marine Laboratory.

54


Multitud de ejemplares de Emiliania huxleyi formando agregados. Foto: Mike Allen y Paul Rooks / Plymouth Marine Laboratory. Elevado número de exemplares de Emiliania huxleyi formando agregados. Foto: Mike Allen y Paul Rooks / Plymouth Marine Laboratory.

ma de todas elas era muito diferente, como se não pertencesse à mesma espécie. “Normalmente, quando se sequencian os genomas de organismos da mesma espécie, estes são quase idênticos. Mas no caso de Emiliania as diferenças eram superiores a 30%”, explica van der Giezen. Estas diferenças, superiores às que existem entre um humano e uma gallnha, são a chave da adaptabilidade de E. huxlely. A espécie compartilha entre 60 e 70% do DNA e o resto é próprio de cada população. Assim, a soma deste genoma comum – o genoma núcleo– e os 14 adicionais, conformam o que se denomina o pangenoma, algo comum em bactérias e arqueas, mas que pela primeira vez se descreve para um organismo eucariota. Este genoma enormemente flexível, fez os cientistas se questionarem se Emiliania huxleyi é na realidade uma espécie ou são várias. O conceito de espécie sempre foi complicado de definir em organismos procariotas e, pela primeira vez, uma pequena alga eucariota propõe aos cientistas o mesmo dilema. No núcleo do genoma , aquele que compartilha as 14 cepas de Emiliania huxleyi, se encontraram genes relacionados com processos de importância universal. Por exemplo, dado que todas as populações da espécie vivem na água superficial, no núcleo genoma se encontram vários genes que codificam sistemas de fotoproteção. Também aparece neste genoma comum, material genético relacionado com sistemas de aquisição de nutrientes em condições de escassez: para sobreviver em situações nas quais o fósforo, o nitrôgenio ou o ferro é limitante. O estudo do genoma desta alga também revelou qüestões inesperadas. Igual que outras algas, Emiliania produz lipídeos essenciais que, através da corrente alimentar, se acumulam nos azeites de pescado e têm propriedades benéficas para a saúde humana. Algumas das vias que produzem tais lipídeos também são encontradas em animais e fungos, ainda que as vias encontradas na Emiliania são incomuns. “Este achado poderia abrir uma nova linha de investigação para estudar o potencial de E. huxleyi para ser utilizada na síntese dos suplementos alimentares, matérias primas e precursores de polímeros”, realça Wheeler. “Hoje sabemos mais a respeito desta importante espécie, mas ainda existem lacunas para serem resolvidas”, sentencia.

Los blooms de Emiliania huxleyi son tan abundantes y su color es tan característico que son perfectamente visibles desde el espacio. As florações da Emiliania huxleyi são tão abundantes e a sua cor é tão característica que são perfeitamente visíveis desde o espaço.

océano55 55


entrevista

“Si el Atlántico se cierra y Eurasia choca con América del Norte podemos incluso llegar a tener unos Himalayas”

João Duarte Investigador de la Universidad de Monash (Australia) habla sobre la existencia de una incipiente zona de subducción en la costa portuguesa.


“Se o Atlântico vier a fechar e a Eurásia colidir com a América do Norte poderemos mesmo vir a ter uns Himalaias”

João Duarte Investigador da Universidade de Monash (Austrália) fala sobre a existência de uma zona de subducção incipiente na costa portuguesa. 57


entrevistaJoão Duarte Texto: Pablo Lozano y Santiago Graiño. Fotos: João C. Duarte Traducción/Tradução: Cuerpo 8, Servicios Periodísticos.

l pasado 17 de junio, un artículo publicado en la prestigiosa revista Geology sorprendía con un extraordinario hallazgo en la costa portuguesa. Gracias a datos de batimetría multihaz y sísmica de alta resolución, un equipo de científicos de las universidades de Monash, Lisboa y Brest, y del Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), se demostraba que algo que ya se había sugerido en los años 80, pero como mera elucubración hipotética, era bastante más que eso: el márgen oeste ibérico, tradicionalmente considerado pasivo, se está transformando en una zona de subducción. El proceso, que comenzó hace 20 millones de años, podría explicar la elevada actividad sísmica de la zona, con dos terremotos superiores a 8 en la escala Richter en los últimos 400 años. La noticia hace volar la imaginación y en seguida uno trata de imaginar cómo podría ser el planeta tras un cambio como este en nuestro conocimiento sobre la tectónica de placas. ¿Se despegará la Península Ibérica de Europa?, ¿desaparecerá el Atlántico?, ¿será una imponente cordillera el único obstáculo entre lo que hoy son América y Europa? João Duarte, investigador de la Universidad de Monash (Australia) y autor principal del artículo, sacia nuestra curiosidad en una entrevista con Magazine Océano. Además de João C. Duarte, los otros firmantes del trabajo publicado en Geology son: Wouter P. Schellart y David Boutelier de la School of Geosciences de la Monash University; Filipe M. Rosas y António Ribeiro de la Universidad de Lisboa; Pedro Terrinha del Instituto Português do Mar e da Atmosfera; y Marc-André Gutscher de la Universidad de Brest.

E

JOÃO C. DUARTE João Daniel Casal Duarte es Research Fellow en la School of Geosciences de la Monash University en Melbourne, Australia. Se graduó en 2005 en Geología y Recursos Naturales en la Facultad de Ciencias de la Universidad de Lisboa, es master en Cartografía Geológica por la Universidad de Évora y doctor en Geodinámica por la Universidad de Lisboa con la tesis Tectónica en el golfo de Cádiz: el papel del arco de Gibraltar en la reactivación de margen SW de Iberia. Sus áreas de investigación e interés son geodinámica, tectónica, geología estructural, geología marina, zonas de subducción, modelos analógicos, procesos sedimentarios submarinos profundos, volcanes de fango.

58

¿Cuáles son los antecedentes de este trabajo? La idea de que existía una zona de subducción incipiente en el margen oeste portugués fue sugerida por primera vez en los años 80 por los profesores António Ribeiro (coautor del artículo publicado en Geology) y João Cabral, ambos de la Universidad de Lisboa. Esta hipótesis permitiría explicar la magnitud, extraordinariamente elevada, de los sismos de 1775 y 1969, con magnitudes de aproximadamente 8,7 y 8, respectivamente, típicas de márgenes activos convergentes (con zonas de subducción). Sin embargo, al no existir evidencias contundentes en el fondo del mar, la idea permaneció años sin ser tenida muy en cuenta. En los últimos 20 años, la tecnologia se desarrolló y volvió facilmente accesible, lo que permitió recoger un número de muestras elevado en esta región. En el ámbito de vários proyectos europeos, equipos internacionales (incluyendo científicos portugueses, españoles, franceses e italianos, entre otros) hicieron un esfuerzo común en el sentido de recoger y compilar datos de esta área.


17 de junho, um artigo publicado na prestigiosa revista Geology surpreendeu com uma descoberta extraordinária no litoral português. Através de dados de batimetria multifeixe e sísmica de alta resolução, uma equipe de cientistas das Universidades de Monash, Lisboa e Brest, e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), demonstrou algo que já tinha sido sugerido nos anos 80 mas como mera elucubração hipotética. Era muito mais do que isso: a margem ibérica ocidental, tradicionalmente considerada passiva, está a transformar-se numa zona de subducção. O processo, que começou há cerca de 20 milhões de anos, poderia explicar a alta atividade sísmica da área, com dois terramotos acima dos 8 graus na escala Richter nos últimos 400 anos. A notícia aguça a imaginação. Imaginar como poderia ser o planeta depois de uma mudança como esta contribui certamente para a nossa percepção da tectónica de placas. Separar-se-á a Península Ibérica da Europa?, desaparecerá o Atlântico, será uma cordilheira imponente o único obstáculo entre o que hoje são América e Europa? João Duarte, investigador na Monash University (Austrália), e principal autor do artigo, satisfaz a nossa curiosidade numa entrevista à Magazine Oceano. Além de João C. Duarte, os outros assinantes do trabalho publicado na Geology são: Wouter P. Schellart e David Boutelier da School of Geosciences da Monash University; Filipe M. Rosas e António Ribeiro da Universidade de Lisboa; Pedro Terrinha do Instituto Português do Mar e da Atmosfera; e Marc-André Gutscher da Universidade de Brest.

A

Quais são os antecedentes deste trabalho? A ideia da existência de uma zona de subducção incipiente na margem oeste Portuguesa foi sugerida pela primeira vez nos anos 80 pelos Professores António Ribeiro (co-autor do presente artigo) e João Cabral, da Universidade de Lisboa. Esta hipótese permitiria explicar a magnitude extraordinariamente elevada dos sismos de 1755 e 1969, com magnitudes ~ 8.7 e 8, respetivamente, típicas de margem ativas convergentes (com zonas de subducção). No entanto, sem evidências contundentes do fundo do mar a ideia permaneceu alguns anos na obscuridade. Nos últimos 20 anos, a tecnologia desenvolveu-se e tornouse largamente disponível, o que permitiu recolher um elevado número de dados nesta região. Várias equipas internacionais (incluído cientistas Portugueses, Espanhóis, Franceses, Italianos, entre outros) e no âmbito de vários projetos europeus fizeram um esforço conjunto no sentido de recolher e compilar dados provenientes desta área.

JOÃO C. DUARTE João Daniel Casal Duarte é Research Fellow na School of Geosciences da Monash University, em Melbourne, na Austrália. Graduou-se em 2005 em Geologia e Recursos Naturais na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é mestre em Cartografia Geológica pela Universidade de Évora e doutor em Geodinâmica pela Universidade de Lisboa, com a tese Tectónica do Golfo de Cádis: o papel do Arco de Gibraltar na reativação da margem SW Ibérica. As suas áreas de pesquisa e interesse são a geodinâmica, tectónica, geologia estrutural, geologia marinha, zonas de subducção, modelos análogos, processos sedimentares submarinos profundos e vulcões de lama.

Como nasce esta pesquisa? Durante o meu doutoramento na Universidade de Lisboa, entre

59


entrevistajoão c. duarte

¿Cómo se inicia esta investigación? Cuando hacía mi doctorado en la Universidad de Lisboa, entre 2007 y 2011, con la orientación de los profesores Pedro Terrinha y Filipe Rosas, integré gran parte de los datos existentes y construí un mapa tectónico detallado. Después, en 2012, cuando llegué a la Universidad de Monash para trabajar con especialistas en zonas de subducción, nos dimos cuenta de que nuestros datos eran sólidos y apoyaban la hipótesis de una reactivación del margen y el comienzo de una subducción. En particular de un caso concreto de iniciación: la invasión, que estaría relacionada con la existencia de una subducción antigua por debajo del Arco de Gibraltar. Fue entonces cuando me sentí lo suficientemente seguro como para enviar el artículo a Geology y así relanzar la discusión en los medios académicos ¿Qué técnicas se utilizaron para llegar a la conclusión de que asistíamos al nacimiento de una zona de subducción? El mapa tectónico integra datos de batimetría multihaz, la cual nos dio la morfología del fondo del mar en alta resolución, y datos de sísmica multicanal, que proporcionó perfiles verticales de la corteza terrestre. Usados de manera conjunta, estos dos tipos de datos nos permitieron mapear y reinterpretar las estructuras tectónicas (como fallas y pliegues) en tres dimensiones. Durante la conceptualización de los modelos geodinámicos que se discutieron, también integramos otro tipo de datos, como GPS, tomografía sísmica y cálculos analíticos, entre otros. ¿Cuándo creen que comenzó este cambio de margen pasivo a margen activo? La reactivación del margen puede haber comenzado hace unos 20 millones de años o más. Pero en los últimos cinco millones de años la constricción del Arco de Gibraltar entre las placas Africana y Euroasiática puede haber generado fuerzas que fueron fundamentales en la fracturación del margen. ¿Cuál es la evolución más probable de este fenómeno y cual el tiempo durante el que, de mantenerse las tendencias actuales, se desarrollaría? Si las fuerzas continúan concentrándose en esta zona, las fallas que actualmente comienzan a romper la placa eurasiática en dos (una parte oceánica y otra continental) podrían extenderse hacia el norte a lo largo del margen portugués y de Galicia. Finalmente, la parte oceánica de la placa puede ser forzada a sumergirse en el manto por debajo de la península Ibé-

60

rica. Sin embargo, este fenómeno puede tardar de 10 a 20 millones de años. Hay que tener en cuenta que aún no estamos hablando de una zona de subducción completamente desarrollada. Más bien, lo que podríamos estar observando es el estado previo al desarrollo de una zona de subducción, es decir, el plegamiento y fracturación de la placa. Y esto es lo que es interesante y novedoso. ¿Puede estar ocurriendo lo mismo en otros puntos del margen continental atlántico europeo o africano? Se conocen otros dos casos de zonas de subducción en el Atlántico: el Arco de Scotia y el Arco de las Antillas Menores, ambos al otro lado del Atlántico. Estas dos zonas de subducción se han propagado desde el sistema de zonas de subducción del Pacífico. Sin embargo, los científicos aún no saben cómo se ha producido este proceso. Cuando una zona de subducción comienza, ella misma tiende a borrar todas las huellas de su inicio, ya que la mayor parte del margen termina en el manto. Lo interesante en el margen ibérico


de dados em conjunto permitiram-nos mapear e reinterpretar as estruturas tectónicas (como falhas e dobras) em 3 dimensões. Outros dados, como GPS, tomografia sísmica, cálculos analíticos, entre outros, foram também integrados durante a conceptualização dos modelos geodinâmicos discutidos. Quando acham que começou essa mudança de margem passiva para margem ativa? A reativação da margem poderá ter-se iniciado há 20 milhões de anos ou mais. Mas nos últimos 5 milhões de anos o constrangimento do Arco de Gibraltar entre as placas Africana e Eurasiática poderá ter gerado forças que terão sido cruciais na fracturação da margem.

2007 e 2011, sob orientação dos Professores Pedro Terrinha e Filipe Rosas, integrei uma grande parte dos dados existentes e construí um mapa tectónico detalhado. Depois, em 2012, quando cheguei à Universidade de Monash para trabalhar com especialistas em zonas de subducção percebemos que os nossos dados eram robustos e favoreciam a hipótese da reativação da margem e início de subducção. Em particular, para um determinado caso de iniciação: invasão. Esta estaria relacionada com a existência de uma subducção antiga por debaixo do Arco de Gibraltar. Foi nesse ponto que me senti confiante com a ideia de submeter o artigo à Geology de modo a relançar a discussão nos meios académicos. Que técnicas foram usadas para chegar à conclusão de que assistimos ao nascimento de uma zona de subducção? O mapa tectónico integra dados de batimetria multifeixe, que nos deu a morfologia do fundo do mar em alta resolução, e dados de sísmica multicanal, que forneceu perfis verticais da crusta terrestre. Os dois tipos

Qual é a evolução mais provável desse fenómeno e qual o tempo durante o qual, se as tendências atuais continuarem, se desenvolverá? Se as forças continuarem a concentrar nesta região as falhas que neste momento começam a romper a placa Eurasiática em duas (uma parte oceânica e outra continental) poderão propagar para norte ao longo da margem Portuguesa e da Galícia. Eventualmente a parte oceânica da placa poderá ser forçada a mergulhar no manto sob a Ibéria. No entanto, este fenómeno poderá levar 10 ou 20 milhões de anos. É preciso ter em conta que ainda não estamos a falar de uma zona de subducção completamente desenvolvida. Antes, o que poderemos estar a observar é precisamente o estado anterior ao desenvolvimento de uma zona de subducção, isto é, o dobramento e fracturação da placa. E é isto que é interessante e novidade. Pode a mesma coisa estar a acontecer noutros locais da margem continental atlântica europeia ou africana? Conhecem-se outros dois casos de zonas de subducção no Atlântico: no Arco Scotia e no Arco das Pequenas Antilhas, ambos do outro lado do Atlântico. Estas duas zonas de subducção ter-se-ão propagado a partir do sistema de zonas de subducção do Pacífico. No entanto, os cientistas não compreendem ainda como este processo poderá ter ocorrido, pois assim que uma zona de subducção se inicia esta tende a apagar todos os vestígios do seu início. A maior parte da margem acaba no manto. Ora, o interessante na margem SW Ibérica é que poderemos estar a presenciar um processo semelhante mas num estado muito inicial. Se for o caso, isto vai certamente auxiliar-nos na compreensão de como estes processos ocorrem (e de como terão ocorrido no passado) e de quais são os mecanismos forçadores da tectónica de placas.

61


entrevistajoão c. duarte

es que podemos estar presenciando un proceso similar, pero en una etapa muy temprana. Si es así, sin duda nos va a ayudar a comprender cómo se producen estos procesos (y la forma en que se produjeron en el pasado) y cuáles son los mecanismos que fuerzan la tectónica de placas. En movimientos relativos, si esta subducción sigue desarrollándose ¿implicaría una inversión de lo aceptado en cuanto a que el Atlántico se ensancha hacia ambos lados de su dorsal y podría tenderse a un acercamiento entre Europa y América del Norte? Si la subducción se desarrolla y extiende hacia el norte, esto crearía otra anisotropía en el Atlántico. La subducción podría tirar de la placa oceánica, hacer asimétrica su expansión y, a muy largo plazo (de 100 a 200 millones años), la dorsal centroceánica podría ser subducida. Por otro lado, la migración de los otros arcos en dirección a la dorsal podría provocar su desactivación local y en algunos sitios las zonas de subducción podrían llegar a ser dominantes, lo que podría provocar que el Atlántico se cerrase. Además, el Atlántico Sur se está expandiendo a expensas de la rotación de la placa africana, pero el choque de esta última con la placa euroasiática también puede causar una disminución en su tasa de expansión, lo que jugaría a favor de la desaparición del Atlántico. ¿Se trataría de un fenómeno de escala europea o euroasiática o que afectaría solo a la península Ibérica y convertiría la novela de José Saramago La balsa de piedra en una profecía, aunque a larguísimo plazo en la escala temporal humana? ¡Esa pregunta es muy interesante y relevante! En este momento sólo podemos especular sobre los posibles escenarios, y yo diría que ambas cosas son posibles. De todos modos, las simulaciones utilizando modelos numéricos dinámicos en tres dimensiones pueden dar-

62

nos algunas pistas sobre cómo este sistema podría evolucionar con el tiempo. Creo que estamos en un punto de inflexión en el que empezamos a ser capaces de generar este tipo de modelos computacionales. En particular, utilizando un código desarrollado aquí en Monash llamado Underworld. Sería fascinante que uno de estos modelos generase una balsa de piedra. ¿Cómo afectaría esto a la tectónica de placas global? Actualmente uno de los principales temas en la tectónica de placas es saber cuál de los dos grandes océanos se cerrará: ¿el Pacífico o el Atlántico? Parece claro que dentro de unos pocos millones de años África y Eurasia serán un solo continente y las Américas se unirán a él para formar un nuevo supercontinente –una nueva Pangea–. Pero ¿a costa de cuál océano? Y estas nuevas ideas sugieren que hay una fuerte probabilidad de que sea el Atlántico el que se cierre. ¿Cuál es actualmente la actividad de este margen? En este momento hay una serie de fallas de cabalgamiento activa, es decir, fallas que se generan por compresión y que se extienden 300 km a lo largo del margen portugués. Individualmente, estas fallas pueden generar grandes terremotos. Nuestro trabajo sugiere, sin embargo, que las fallas pueden estar unidas por segmentos transformantes y pueden enraizar en un plano común. Se sabe de grandes terremotos en la región, como los que se produjeron en 1755 y 1969, ya mencionados. Si estas estructuras actúan en conjunto pueden producir terremotos de magnitudes igual de altas. ¿Cómo es razonable suponer que puede evolucionar esta actividad?, ¿prevé que incremente su actividad en un futuro cercano a escala temporal humana? No lo creo. El margen de proceso de reactivación del margen se desarrollará a lo largo de varios millones de años. Por otro lado, en esta área las tasas de convergencia son relativamente bajas, lo que significa que tarda cientos o miles de años en acumularse la energía elástica que luego se libera en grandes sismos. Sin


Em movimentos relativos, se esta subducção continuar a desenvolver-se, poderia implicar uma inversão do que é aceite, no sentido de que o Atlântico se alarga para ambos os lados da sua dorsal oceânica, e poderia tender para uma aproximação entre a Europa e a América do Norte? Se a subducção de facto se desenvolver e propagarse para Norte isto irá criar uma outra anisotropia no Atlântico. A subducção poderá puxar a placa oceânica e tornar o alastramento assimétrico, e a muito longo prazo (100 a 200 milhões de anos) o rífte poderá ser subductado. Por outro lado, a migração dos outros arcos em direção ao rífte poderá levar à sua desativação local. E a determinada altura as zonas subducção poderão tornar-se dominantes, o que poderá levar ao fecho do Atlântico. Adicionalmente, o Atlântico Sul está a alastras às custas da rotação da placa Africana, mas a colisão desta com a Eurásia poderá também causar uma diminuição na taxa de alastramento, o que irá jogar a favor do desaparecimento do Atlântico. Trata-se de um fenómeno à escala europeia ou euro-asiática, ou afectará apenas a Península Ibérica, tornando o romance de José Saramago A Jan-

“Se as forças continuarem a concentrar nesta região as falhas que neste momento começam a romper a placa Eurasiática em duas poderão propagar para norte ao longo da margem Portuguesa e da Galícia.”

“Si las fuerzas continúan concentrándose en esta zona, las fallas que actualmente comienzan a romper la placa eurasiática en dos podrían extenderse hacia el norte a lo largo del margen portugués y de Galicia.” gada de Pedra numa profecia, mas a muito longo prazo na escala de tempo humana? Essa é uma pergunta extremamente interessante e pertinente! Neste momento podemos apenas especular acerca de cenários possíveis. E eu diria que ambos são possíveis. Qualquer das formas, simulações usando modelos numéricos dinâmicos a três-dimensões poderão dar-nos algumas pistas de como tal sistema poderá evoluir no tempo. Penso que estamos no ponto de viragem em que começamos a ter capacidade computacional para gerar tais modelos. Em particular usando um código desenvolvido aqui em Monash chamado Underworld. Seria fascinante se um desses modelos gerasse uma Jangada de Pedra. Como afetaria tudo isto a tectónica de placas global? Uma das grandes questões atuais na tectónica de placas é saber qual dos dois grandes oceanos irá fechar: o Pacífico ou o Atlântico? Parece claro que dentro de poucos milhões de anos a África e Eurásia serão um único continente e que as Américas se lhe irão juntar para formar um novo supercontinente – uma nova Pangeia. Mas às custas de qual dos oceanos? Estas novas ideias sugerem que há uma forte probabilidade de ser o Atlântico a fechar. Qual é a atividade atual nesta margem? Neste momento existem um conjunto de falhas cavalgantes ativas, ou seja falhas que se geram sob compressão, e que se estendem por 300 km ao longo da Margem Portuguesa. Individualmente, estas falhas podem gerar grandes sismos. O nosso trabalho sugere no entanto as falhas podem estar ligadas por seg-

63


entrevistajoão c. duarte

embargo, esto no significa que no debamos estar prevenidos ante un aumento puntual de la actividad. Todavía tenemos un largo camino por recorrer en lo que respecta a la comprensión de estos sistemas tectónicos complejos. ¿Puede tener esto alguna consecuencia práctica en un rango temporal de años o siglos, como un aumento de terremotos y tsunamis en la zona, o la escala del tiempo humana nos aleja de cualquier consecuencia práctica, quedando todo cambio perceptible en la vida de las personas para tiempos venideros lejanísimos? De hecho existe un gran desfase muy grande entre el tiempo geológico y el humano. El fenómeno de reactivación del margen se producirá a lo largo de una escala geológica de millones de años. Sin embargo, como se ya mencioné, la sismicidad se sitúa precisamente en el punto de contacto entre estas dos escalas. Sabemos con certeza que nunca podremos

64

observar una subducción madura en esta zona (quizás nuestros descendientes remotos), pero sí hay una alta probabilidad de que presenciemos un gran terremoto. Yo mismo sentí en 2007 uno de magnitud 6 procedente de esta región. Y un terremoto de esta magnitud, o un poco mayor, puede generar un tsunami pequeño pero peligroso. ¿Si la subducción se confirma y persiste, como modificaría a largo plazo la geografía del continente? ¿Tendrán nuestros descendientes, si aún hay humanos, una cordillera de los Andes en la costa oeste de Europa? Eso es exactamente lo que va a pasar, si prolongamos la especulación al máximo. Y si el Atlántico se cierra y Eurasia choca con América del Norte, podemos incluso llegar a tener unos Himalayas. Otra alternativa interesante sería que se formase una cuenca oceánica de retroarco, como la de las Marianas. Si esto sucede, podría generarse un pequeño mar dentro de la penín-


“As taxas de convergência nesta área são relativamente baixas, o que significa que a energia elástica libertada nos grandes sismos leva centenas a milhares de anos a acumular. No entanto, isto não significa que não devamos estar prevenidos para um aumento pontual da atividade.” mentos transformantes e podem enraizar num nível/descolamento comum. Conhecem-se grandes sismos na região como os já referidos ocorridos em 1755 e 1969. Se estas estruturas jogarem em conjunto isso poderá gerar sismos com magnitudes igualmente elevadas. Como é razoável supor que esta atividade pode evoluir? Espera-se que aumente a sua atividade no futuro próximo, à escala de tempo humana? Creio que não. O processo de reativação da margem desenvolver-se-á ao longo vários milhões de anos. Por outro lado as taxas de convergência nesta área são relativamente baixas o que significa que a energia elástica libertada nos grandes sismos leva centenas a milhares de anos a acumular. No entanto, isto não significa que não devamos estar prevenidos para um aumento pontual da atividade. Ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito à compreensão destes sistemas tectónicos complexos. Pode isto ter algum resultado prático numa faixa temporal de anos ou séculos, como um aumento de terramotos e tsunamis na área, ou a escala de tempo humana afasta-nos de qualquer consequência prática, ficando toda a mudança perceptí-

vel na vida das pessoas para tempos muito afastados? Existe de facto um desfasamento grande entre a escala de tempo geológica e humana. O fenómeno de reativação da margem irá ocorrer ao longo da escala geológica de milhões de anos. No entanto, como referi, a sismicidade situa-se precisamente no ponto de contacto entre estas duas escalas. Nunca iremos com certeza observar uma subducção madura nesta área (talvez apenas os nosso descendentes longínquos) mas há uma probabilidade alta de presenciarmos um sismo grande. Eu senti um de magnitude 6 em 2007 vindo desta região. Um sismo desta ordem de magnitude, ou um pouco maior, poderá gerar um pequeno mas perigoso tsunami. Se a subducção se confirmar e continuar, como poderia alterar a longo prazo a geografia do continente? Será que os nossos descendentes, se os humanos não se tiverem extinguido, vão ter uma cordilheira dos Andes na costa oeste da Europa? Se levarmos a especulação ao extremo será precisamente isso que poderá acontecer. E se o Atlântico vier a fechar e a Eurásia colidir com a América do Norte

“En esta área las tasas de convergencia son relativamente bajas, lo que significa que tarda cientos o miles de años en acumularse la energía elástica que luego se libera en grandes sismos. Sin embargo, esto no significa que no debamos estar prevenidos ante un aumento puntual de la actividad.” 65


entrevistajoão c. duarte

“Sabemos con certeza que nunca podremos observar una subducción madura en esta zona (quizás nuestros descendientes remotos), pero sí hay una alta probabilidad de que presenciemos un gran terremoto.”

sula ibérica. Obviamente todo esto es especulativo, ¡pero fascinante! ¿Cabe prever algo en cuanto a actividad volcánica, en caso positivo, cuándo y dónde es razonable suponer que comenzaría este vulcanismo? Esa será otra consecuencia natural del proceso. La mayor parte de los volcanes del planeta se generan sobre zonas de subducción, como es el caso del anillo de fuego del Pacífico. Sin embargo, estos volcanes emergerán a través de la corteza terrestre dentro de algunos millones de años. ¿Es posible monitorizar la formación de este margen o su probable lentitud impide hacerlo? De ser posible, ¿consideran algún proyecto al respecto? Debido al problema de escala, no se puede monitorizar su evolución, al menos en lo que se refiere al desarrollo de la potencial zona de subducción. Sin embargo, una investigación centrada en este tema nos puede dar pistas sobre cómo se inicia este proceso, como, por ejemplo: ¿qué tipo de estructuras se producen normalmente en esta etapa?, ¿qué fuerzas están en su origen? Me gustaría desarrollar un proyecto que permitiese entender la estructura del manto superior en esta zona. Para ello sería necesario recoger una gran cantidad de datos de sísmica de refracción y de tomografía sísmica. Esto permitiría, por lo menos, poner a prueba estas hipótesis. Sin duda alguna la mo-

66

delización numérica y el trabajo en el laboratorio tendrán también una contribución importante. ¿Existen más proyectos que estén estudiando, o prevean estudiar, la formación de este margen? Hay diversos proyectos en curso en esta región con la participación de equipos europeos (Portugal, España, Italia, Reino Unido, Francia y Alemania). Algunos de estos proyectos tienen objetivos muy diferentes, pero los datos recogidos sin duda pueden ser utilizados para probar la hipótesis que se presentan en nuestro artículo. Se encuentra en marcha el proyecto Galicia 3D, en el cual están estudiando la corteza más antigua del Atlántico, y donde analizan un sistema de fallas que podría dar claves sobre el origen del Atlántico hace 125 millones de años, ¿podría esta zona responder también al cambio de régimen del margen? Hay evidencias en el sentido de que el margen de Galicia también se puede estar reactivando. La corteza oceánica antigua es muy densa e inestable y tiende a colapsar en el manto. Sin embargo, también es rígida. Para que la reactivación se produzca es necesario un mecanismo que la debilite, como la serpentinización (hidratación de la corteza por la acción del agua de mar), y un mecanismo de empuje. En este caso, puede ser la aplicación y propagación de fuerzas a través del margen occidental Ibérico. Espero los resultados de ese proyecto con curiosidad. Y seguro que los nuevos datos aportarán luz a este debate.


poderemos mesmo vir a ter uns Himalaias. Uma outra alternativa interessante seria a formação de uma bacia oceânica de trás-arco, como nas Marianas. Se isso acontecer poderia gera-se um pequeno mar no interior da Ibéria. Tudo isto é fascinante mas obviamente especulativo! Devemos esperar algo sobre a atividade vulcânica? Em caso afirmativo, quando e onde é razoável supor que este vulcanismo começaria? Essa será outra consequência natural do processo. A maior parte dos vulcões do planeta são gerados “por cima” de zonas de subducção, como é o caso do anel de fogo no Pacífico. Porém, também estes vulcões só deverão emergir através da crusta dentro de alguns milhões de anos. É possível monitorizar a formação dessa margem ou a sua provável lentidão não o permite? Se for possível, considera algum projeto sobre esse tema? Devido ao problema de escala não será possível monitorizar a sua evolução, pelo menos no que diz respeito ao desenvolvimento da potencial zona de subducção. Contudo, uma investigação focada nesta problemática poderá dar-nos pistas de como tal processo se inicia, como por exemplo: Que tipo de estruturas ocorre tipicamente nesta fase? Que forças estão na sua origem? Eu gostaria de desenvolver um projeto que permitisse compreender a estrutura do manto superior nesta zona. Para isso seria necessário recolher um elevado número de dados de sísmica de refração e tomografia sísmica. Isso permitiria pelo menos testar estas hipóteses. A modelação numérica e em laboratório irão certamente ter também um contributo importante.

“Nunca iremos com certeza observar uma subducção madura nesta área (talvez apenas os nosso descendentes longínquos) mas há uma probabilidade alta de presenciarmos um sismo grande.”

reativação. Crosta oceânica antiga é extremamente densa e instável e tende a colapsar no manto. No entanto, é também rígida. Para que a reativação se dê é necessário um mecanismo de enfraquecimento como a serpentinização (hidratação da crosta pela ação da água do mar) e um mecanismo forçador. Neste caso poderá ser a localização e propagação de forças através da Margem Oeste Ibérica. Aguardarei com curiosidade e interesse os resultados do projeto referido. E creio que novos dados irão com certeza trazer uma nova luz a esta discussão.

Existem outros projetos que estejam a estudar ou que planeiem estudar a formação desta margem? Há diversos projetos ainda em curso nesta região envolvendo equipas Europeias (Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, França e Alemanha). Alguns desses projetos têm objetivos muito diferentes, mas os dados recolhidos poderão certamente ser usados para testar as hipóteses apresentadas no nosso artigo. Está em andamento o projeto Galicia 3D, no qual estão a estudar a crosta mais antiga do Atlântico, e onde se analisa um sistema de falhas que podem dar pistas sobre a origem do Atlântico há 125 milhões anos atrás. Esta área poderia também corresponder à mudança de regime da margem? Existem evidências que sugerem que também a margem da Galiza poderá estar a sofrer um processo de

67


Proyecto

Neptune


Projeto

Neptune


Proyecto Neptune Texto: María Sánchez Galán. Fotos: Universidad Politécnica de Cataluña Traducción/Tradução: SMC2 Comunicação.

UN SISTEMA INNOVADOR PARA MEDIR EL VIENTO EN EL MAR UM SISTEMA INOVADOR PARA MEDIR O VENTO NO MAR esde la antigüedad el hombre se ha beneficiado de los recursos naturales para producir energía de distintas formas. El viento es uno de estos recursos, cuyo aprovechamiento se ha perfeccionado en las últimas décadas. De los molinos de viento se ha pasado a modernos aerogeneradores, instalados primero en tierra y, más tarde, en el mar, donde la ausencia de accidentes geográficos aumenta su rentabilización energética. Pero en el medio marino estas instalaciones tienen grandes costes, que empresas e instituciones vinculadas al sector tratan de reducir. Un condicionante importante es la velocidad y dirección del viento, por lo que su medición se convierte en una necesidad clave. En este contexto, surge el proyecto Neptune, que tiene como fin realizar medidas de viento en el mar de forma precisa y detallada. Los investigadores que trabajan en él pretenden mejorar y disminuir los costes de los estudios previos a la instalación de parques eólicos marinos. Los equipos utilizados actualmente, por su configuración, tienen un coste muy elevado. Neptune introduce una importante mejora mediante el diseño de una boya que incorpora un equipo de medida basado en tecnología láser (LIDAR). Según explica Daniel González Marco, subdirector del Laboratorio de Ingeniería Marina (LIM) de la Universidad Politécnica de Cataluña (UPC), “el recurso eólico se mide sobre la vertical y el movimiento de las olas hace que el aparato no siempre esté en esa vertical. Por eso hemos diseñado una boya con un sistema mecánico que compense el movimiento de las olas”.

esde a antiguidade o homem se beneficiou dos recursos naturais para produzir energia de diferentes formas. O vento é um destes recursos, cujo aproveitamento vem se aperfeiçoando nas últimas décadas. Dos moinhos de vento passou-se a modernos aerogeradores, instalados primeiro em terra e, mais tarde, no mar, onde a ausência de acidentes geográficos aumenta sua rentabilização energética. Mas no meio marinho estas instalações têm grandes custos, que empresas e instituições vinculadas ao setor tratam de reduzir. Um condicionante importante é a velocidade e direção do vento, pelo qual sua medida se converte em uma necessidade estratégica. Neste contexto, surge o projeto Neptune, que tem como objetivo realizar medidas do vento no mar de forma precisa e detalhada. Os pesquisadores que trabalham no projeto pretendem melhorar e diminuir os custos dos estudos prévios à instalação de parques eólicos marinhos. Os equipamentos utilizados atualmente, por sua configuração, têm um custo muito elevado. Neptune introduz uma importante melhora por meio do desenho de uma boia que incorpora um equipamento de medida baseado em tecnologia laser (LIDAR). Segundo explica Daniel González Marco, subdiretor do Laboratório de Engenharia Marinha (LIM), da Universidade Politécnica da Cataluña (UPC), “o recurso eólico é medido na vertical e o movimento das ondas faz que o aparelho nem sempre esteja nessa vertical. Por isso desenhamos uma boia com um sistema mecânico que compense o movimento das ondas”.

Un innovador sistema El sistema ideado por el grupo de investigadores, liderados por KIC InnoEnergy, una empresa en consorcio con el Institut de Recerca en Energia de Catalunya (IREC) de la UPC, consta de dos partes diferenciadas pero que se complementan entre sí: la boya eOLOS y la herramienta de software NEPTool. La boya mide los perfiles de veloci-

Um sistema inovador O sistema criado pelo grupo de pesquisadores, liderados por KIC InnoEnergy, uma empresa em consórcio com o Institut de Recerca em Energia de Cataluña (IREC) da UPC, consta de duas partes diferenciadas mas que se complementam entre si: a boia eOLOS e a ferramen-

D

70

D


Equipos LIDAR (Light Detection and Ranging), incluye el software que se encarga de analizar y validar las medidas que recoge la boya. Equipamentos LIDAR (Light Detection and Ranging), inclui o software que se encarga de analisar e validar as medidas que recolhe a boia. .


Proyecto Neptune

Boya eOlOS instalada en Badalona donde medirá perfiles de velocidad y dirección del viento a gran altura sobre el nivel del mar. Boia eOlOS instalada em Badalona onde se medirá perfis de velocidade e direção do vento a grande altura sobre o nível do mar.

dad y la dirección del viento a gran altura sobre el nivel del mar, mientras que el software acopla bidireccionalmente modelos de olas, viento y corrientes, con lo que se producen mejoras para su uso en los campos eólicos. “Medir el viento de esta manera es más eficiente y te permite conocer datos en tiempo real para caracterizar la zona antes de su instalación y para gestionar, más tarde, el parque eólico. Con la franca ventaja de disminuir hasta diez veces los costes” comenta González Marco. En la práctica el uso de esta tecnología supone un ahorro de hasta diez millones de euros, que, en fase de estudio, es una cantidad relevante La boya eOLOS ha sido diseñada y desarrolladla por el Laboratorio de Ingeniería Marina con la colaboración del grupo de investigación en teledetección RSLAB (Remote Sensing Lab) de la UPC y la Universidad de Stuttgart. Las entidades colaboradoras se encargan de verificar el correcto funcionamiento de la boya mediante la comparación de datos con un testigo. El sistema diseñado para la boya eOLOS permite realizar medidas de perfiles verticales de

ta de software NEPTool. A boia mede os perfis de velocidade e a direção do vento a uma grande altura sobre o nível do mar, enquanto o software acopla bidirecionalmente modelos de ondas, vento e correntes, com o que se produzem melhoras para seu uso nos campos eólicos. “Medir o vento desta maneira é mais eficiente e te permite conhecer dados em tempo real para caracterizar a zona antes de sua instalação e para gerenciar, mais tarde, o parque eólico. Com a vantagem de diminuir em até dez vezes os custos”, comenta González Marco. Na prática o uso desta tecnologia supõe uma poupança de até dez milhões de euros, que, em fase de estudo, é uma quantidade relevante A boia eOLOS foi desenhada e desenvolvida pelo Laboratório de Engenharia Marinha com a colaboração do grupo de pesquisa em teledetecção RSLAB (Remote Sensing Lab), da UPC, e a Universidade de Stuttgart. As entidades colaboradoras se encarregaram de verificar o correto funcionamento da boia por meio da comparação

Los investigadores que trabajan en este proyecto partieron de la necesidad de mejorar y disminuir los costes de los estudios previos a la instalación de parques eólicos marinos.

72


Instalación de la boya eOLOS en el Port del Petroli de Badalona (España). De izquierda a derecha, Daniel González (subidirector de LIM/UPC), Sonia Egea (concejal de Medio Ambiente del Ayuntamiento de Badalona), Frieder Schuon (líder del grupo AERO en el IREC), y Antoni Martínez (director general del IREC). Instalação da boia eOLOS no Port del Petroli de Badalona (Espanha). Da esquerda para direita, Daniel González (subdiretor de LIM/UPC), Sonia Egea (conselheira de Meio Ambiente do Ayuntamiento de Badalona), Frieder Schuon (líder do grupo AERO no IREC), e Antoni Martínez (diretor geral del IREC).

viento que llegan hasta alturas superiores a los 200 metros sobre el nivel del mar, y evita la instalación de torres meteorológicas, ya sea ancladas al fondo del mar o flotantes, de un coste mayor que la solución adoptada por Neptune. Esta tecnología emite un pulso de luz que mide a diferentes alturas, sustituyendo así la función que realizaría el mástil en un equipo tradicional por el LIDAR. El pasado mes de mayo comenzaron las pruebas de concepto, tanto de la boya como del software que la acompaña. Para ello, se ha instalado un prototipo en la zona del Puerto del Petróleo, en Badalona (España). En el pantalán del puerto, que se adentra unos 250 metros en el mar, se ha colocado un sensor que toma una medida fija. Al lado, a unos sesenta metros de distancia, se encuentra instalada la boya midiendo simultáneamente. “De esta forma podemos comparar constantemente las medidas de la boya con la referencia colocada en el pantalán. Se comprueba así que todo el desarrollo mecánico diseñado para la boya está funcionando” afirma el subdirector del LIM.

de dados com uma testemunha. O sistema desenhado para a boia eOLOS permite realizar medidas de perfis verticais do vento que chegam até alturas superiores aos 200 metros sobre o nível do mar, e evita a instalação de torres meteorológicas, sejam ancoradas ao fundo do mar ou flutuantes, de um custo maior que a solução adotada por Neptune. Esta tecnologia emite um pulso de luz que mede em diferentes alturas, substituindo assim a função que realizaria o mastro em um equipamento tradicional pelo LIDAR. No último mês de maio começaram as provas de conceito, tanto da boia como do software que a acompanha. Para isso, foi instalado um protótipo na zona do Porto do Petróleo, em Badalona (Espanha). No pontão do porto, que se adentra uns 250 metros no mar, foi colocado um sensor que toma uma medida fixa. Ao lado, a uns sessenta metros de distância, encontra-se instalada, medindo simultaneamente, a boia. “Desta forma podemos comparar constantemente as medidas da boia com a re-

Os pesquisadores que trabalham neste projeto partiram da necessidade de melhorar e diminuir os custos dos estudos prévios à instalação de parques eólicos marinhos.

73


Proyecto Neptune

Prototipo de la boya eOLOS con el que se realizarán pruebas sobre su diseño mecánico. Protótipo da boia eOLOS com o qual vão se realizar provas sobre seu desenho mecânico.

Al mismo tiempo que se prueba el diseño mecánico de la boya, se verifica el funcionamiento de la herramienta NEPTool. Este nuevo software de alta resolución proporciona estimaciones del viento, de las corrientes y del oleaje a corto y medio plazo, mediante la simulación integrada de las condiciones atmosféricas y oceánicas. NEPTool ha sido desarrollado de forma conjunta por el Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (CIEMAT), el LIM/UPC y la empresa Soluciones de Ingeniería Marítima Operacionales, una spin-off surgida de la UPC. La ventaja de esta herramienta numérica, como se ha explicado, se basa en el acoplamiento bidireccional de los modelos de olas, viento y corrientes para hacer predicciones en los campos eólicos. Según González Marco, “este acoplamiento nos da unos sistemas de predicción mejores que los actuales que, además, permiten planificar la explotación y el mantenimiento de los parques eólicos” y añade que “en el mundo de la eólica todavía no se había abordado esta bidireccionalidad en el comportamiento de

74

ferência colocada no pontão. Comprova-se de todo modo que o desenvolvimento mecânico desenhado para a boia está funcionando” afirma o subdiretor do LIM. Ao mesmo tempo que se prova o desenho mecânico da boia, verifica-se o funcionamento da ferramenta NEPTool. Este novo software de alta resolução proporciona estimativas do vento, das correntes e das ondas a curto e médio prazo, mediante a simulação integrada das condições atmosféricas e oceânicas. NEPTool foi desenvolvido de forma conjunta pelo Centro de Investigações Energéticas, Ambientais e Tecnológicas (CIEMAT), o LIM/UPC e a empresa Soluciones de Engenharia Marítima Operacionais, uma spin-off surgida da UPC. A vantagem desta ferramenta numérica, como se explicou, se baseia no acoplamento bidirecional dos modelos de ondas, vento e correntes para fazer predições nos campos eólicos. Segundo González Marco, “este acoplamento nos dá uns sistemas de predição melhores que os atuais que, além disso, permitem planificar a exploração e a


olas, corrientes y viento, lo que convierte este punto en un valor añadido del proyecto”. Es importante señalar que aunque las pruebas se están realizando en el mar Mediterráneo, el uso de la boya eOLOS y la herramienta NEPTools es extensible a otras zonas. De hecho, los investigadores responsables del proyecto escogieron esta zona por tratarse de un área de mayor complejidad, con fenómenos meteorológicos y oceánicos que no se ajustan con facilidad a los modelos existentes. Aplicaciones tecnológicas Más allá de los objetivos marcados son muchas las aplicaciones que pueden derivarse del proyecto Neptune. Dentro del propio campo de la energía eólica offshore, la mejora en la futura gestión de los parques eólicos es una de las principales ventajas que se contemplan. Las medidas de viento obtenidas con este innovador sistema facilitarían la operatividad de los aerogeneradores. Pero existen también aplicaciones en otras áreas de estudio, como la oceanografía o la meteorología. Un estudio publicado recientemente en la revista Biogeosciences por científicos del Instituto Español de Oceanografía pone de manifiesto las dificultades para obtener datos precisos de viento y las dificultades y las consecuencias que esta falta de datos provoca en áreas de estudio, como la estimación de CO2 que capta el océano. Según los investigadores, la determinación del flujo del gas a través de la interfase atmosfera-océano precisa conocer la velocidad del viento in situ. Este estudio apunta otra posibilidad de utilización del equipo ideado por Neptune. “Para el acoplamiento entre los modelos atmosféricos y oceanográficos se necesita medir el viento. Si

manutenção dos parques eólicos” e acrescenta que “ no mundo da eólica ainda não se tinha abordado esta bidirecionalidade no comportamento de ondas, correntes e vento, o que converte este ponto em um valor agregado do projeto”. É importante assinalar que ainda que as provas estejam sendo realizadas no mar Mediterrâneo, o uso da boia eOLOS e da ferramenta NEPTools é extensível a outras zonas. De fato, os pesquisadores responsáveis pelo projeto escolheram esta zona por se tratar de uma área de maior complexidade, com fenômenos meteorológicos e oceânicos que não se ajustam com facilidade aos modelos existentes. Aplicações tecnológicas Além dos objetivos apontados, são muitas as aplicações que podem ser derivadas do projeto Neptune. Dentro do próprio campo da energia eólica offshore, a melhora no gerenciamento de parques eólicos é uma das principais vantagens contempladas. As medidas do vento obtidas com este inovador sistema facilitariam a operacionalidade dos aerogeradores. Mas existem, também, aplicações em outras áreas de estudo, como a oceanografia ou a meteorologia. Um estudo publicado recentemente na revista Biogeosciences por cientistas do Instituto Espanhol de Oceanografia coloca em manifesto as dificuldades para obter dados precisos do vento e as dificuldades e as conseqüências que esta falta de dados provoca em áreas de estudo, como a estimativa de CO2 que capta o oceano. Segundo os pesquisadores, a determinação do fluxo do gás através da interfase atmosfera-oceano precisa con-

75


Proyecto Neptune

conseguimos estos datos para validar los modelos numéricos existentes, tendremos una información muchísimo más rica, que de otra manera no obtendríamos”, comenta González Marco respecto de esta posible aplicación. Claves de futuro Los datos generados con la instalación de la boya eOLOS en Badalona permitirán la verificación del sistema. Una vez que se supere esta fase, los investigadores optimizarán el equipo y pasarán a la etapa final del proyecto. A finales de este año la boya debería estar lista para su comercialización junto a la herramienta numérica. Llevar al mercado un producto terminado, boya y software, ha sdo desde el principio el objetivo último de Neptune. Desde su comienzo se planteó como un proyecto orientado al mercado y como un trabajo multidisciplinar, una labor de equipo en el que los distintos colaboradores aportan sus conocimientos. Según los investigadores del proyecto, las claves que abren el campo al éxito de proyectos tecnológicos como

hecer a velocidade do vento in situ. Este estudo aponta outra possibilidade de utilização do equipamento criado por Neptune. “Para o acoplamento entre os modelos atmosféricos e oceanográficos precisa-se medir o vento. Se conseguimos estes dados para validar os modelos numéricos existentes, teremos uma informação muito mais rica, que de outra maneira não obteríamos”, comenta González Marco a respeito desta possível aplicação. Chaves do futuro Os dados gerados com a instalação da boia eOLOS em Badalona permitirão a verificação do sistema. Uma vez superada esta fase, os pesquisadores vão otimizar a equipe e passarão à etapa final do projeto. No final deste ano a boia deverá estar preparada para sua comercialização junto à ferramenta numérica. Levar ao mercado um produto terminado, boia e software, foi, desde o princípio, o último objetivo de Neptune. Desde seu co-

“Medir el viento de esta manera es más eficiente y te permite conocer datos en tiempo real para caracterizar la zona antes de su instalación y para gestionar, más tarde, el parque eólico. Con la franca ventaja de disminuir hasta 10 veces los costes”. “Medir o vento desta maneira é mais eficiente e te permite conhecer dados em tempo real para caracterizar a zona antes de sua instalação e para gerenciar, mais tarde, o parque eólico. Com a vantagem de diminuir até 10 vezes os custos”. Neptune son la apuesta por la innovación, la gestión eficaz de los recursos humanos del proyecto y la adaptación al mercado a partir del conocimiento. Además, los impulsores del proyecto han contado con empresas jóvenes creadas en el seno de la universidad. Por último, cabe destacar que se trata de un proyecto ligado a las energías renovables, un sector en el que cada día cobran mayor relevancia los estudios de reducción de costes de suministros, transporte y distribución de energía. “La importancia de este trabajo es que está orientado a la explotación de una fuente de energía alternativa y limpia, que es la energía del viento en el mar, más constante que en tierra. Poder avanzar en tecnologías que permitan abordar esta energía es una línea de trabajo adecuada para el desarrollo de la sostenibilidad”, subraya Daniel González Marco.

76

meço, foi proposto como um projeto orientado ao mercado e como um trabalho multidisciplinar, um trabalho de equipe no qual os diferentes colaboradores contribuem com seus conhecimentos. Segundo os pesquisadores do projeto, as chaves que abrem o campo ao sucesso de projetos tecnológicos como Neptune são a aposta pela inovação, o gerenciamento eficaz dos recursos humanos do projeto e a adaptação ao mercado a partir do conhecimento. Além disso, os impulsores do projeto contaram com jovens empresas criadas no seio da universidade. Por último, cabe destacar que se trata de um projeto unido às energias renováveis, um setor no qual a cada dia cobram maior relevância dos estudos de redução de custos de fornecimentos, transporte e distribuição de energia. “A importância deste trabalho é que está orientado à exploração de uma fonte de energia alternativa e limpa, que é a energia do vento no mar, mais constante que em terra. Poder avançar em tecnologias que permitam abordar esta energia é uma linha de trabalho adequada para o desenvolvimento da sustentabilidade”, destaca Daniel González Marco.


Microalgas para el almuerzo Microalgas para o almoรงo 77


biotecnología/biotecnologia

La investigación sobre microalgas es una de las áreas biotecnológicas más prometedoras, con un mercado que ha pasado de 500 toneladas anuales en los años setenta hasta las 10.000 toneladas por año producidas en la actualidad. El sector energético, con la posible utilización de microalgas para la producción de combustibles, destaca como foco principal de desarrollo, pero no es el único. El creciente mercado de los alimentos funcionales se ha convertido en un importante punto de interés para los investigadores de entidades públicas y privadas. Por su composición las microalgas, ricas en proteínas, vitaminas (A, B, C, E), provitaminas, pigmentos y otros muchos compuestos, presentan un gran interés comercial. Texto: María Sánchez Galán. Traducción/Tradução: SMC2 Comunicação.

esde la antigüedad las algas se han utilizado como fuente de alimentación, pero la forma tradicional de consumo y el uso de determinadas especies ha dado paso a su desarrollo biotecnológico. En la actualidad, el potencial de las microalgas en el sector agroalimentario se explota con la obtención de productos dietéticos y funcionales, junto a la producción de aditivos, especialmente los carotenoides. La composición de las microalgas también ha favorecido su uso, ya extendido, en acuicultura y su utilización como aditivo en alimentos para explotaciones ganaderas. Debido al fuerte crecimiento del sector de los alimentos funcionales y al carácter innovador que presentan las investigaciones en esta área, muchos centros de investigación han invertido en proyectos de cultivo de microalgas destinadas a la alimentación. Así surge el proyecto Algalimento, donde un grupo de empresas en colaboración con el Instituto Tecnológico de Canarias (ITC) buscan industrializar la elaboración de alimentos y estudiar la viabilidad de nuevas especies de interés comercial en el sector alimentario. El proyecto se desarrolla en la actualidad en una planta de cul-

tivo de microalgas situada en las instalaciones que el ITC tiene en Pozo Izquierdo, en Gran Canaria (España). Se eligió esta zona, además de por la proximidad a los miembros del proyecto, por la cercanía al mar y las condiciones climáticas de las islas. El proyecto Algalimento ha sido financiado por el Ministerio de Economía y Competitividad de España y fondos europeos FEDER, con una dotación de más de dos millones de euros.

D

78

Muchas de las investigaciones a partir de cultivo de microalgas se centran en la producción de aceites ricos en Omega 3 y el cribado de cepas para localizar compuestos bioactivos. Fuente: Instituto Tecnológico de Canarias. Muitas das pesquisas a partir do cultivo de microalgas centraram-se na produção de azeites ricos em Ômega 3 e para localizar compostos bioativos. Fonte: Instituto Tecnológico de Canárias.

Alimentos funcionales En la industria agroalimentaria se ha extendido el uso de alimentos funcionales, con añadidos que mejoran la calidad de vida. Se ha demostrado que el aporte a la dieta de algunos ácidos grasos reporta en el ser humano beneficios inportantes a la salud, por lo que se hace necesario encontrar formas de ingerirlos. El DHA, por ejemplo, es un ácido graso omega-3 que puede asimilarse a través del pescado, pero el consumo de éste es muy bajo. Así pues, la solución pasaría por el consumo de alimentos funcionales o suplementos nutricionales que contengan DHA. Aquí entrarían las microalgas como fuentes naturales, ya que algunas de ellas son capaces de sintetizar ácidos grasos como el omega-3. Según los responsables del proyecto Algalimento, uno de los principales bene-


Com um mercado que passou de 500 toneladas anuais nos anos setenta para as 10 mil toneladas por ano produzidas na atualidade, a pesquisa sobre microalgas é uma das áreas da biotecnologia que mais promete. O setor energético, com a possível utilização de microalgas para a produção de combustíveis, se destaca como foco principal de desenvolvimento, mas não é o único. O crescente mercado dos alimentos funcionais converteu-se em um importante ponto de interesse para os pesquisadores de entidades públicas e privadas. Por sua composição, as microalgas, ricas em proteínas, vitaminas (A, B, C, E), provitaminas, pigmentos e outros muitos compostos, apresentam um grande interesse comercial.

esde a antiguidade as algas foram utilizadas como fonte de alimentação, mas a forma tradicional de consumo e o uso de determinadas espécies tem dado passo a seu desenvolvimento biotecnológico. Na atualidade, o potencial das microalgas no setor agroalimentar explode com a obtenção de produtos dietéticos e funcionais, junto à produção de aditivos, especialmente os carotenoides. A composição das microalgas também tem favorecido seu uso, já estendido, em aquicultura e sua utilização como aditivo em alimentos para explorações pecuárias. Devido ao forte crescimento do setor dos alimentos funcionais e ao caráter inovador que apresentam as pesquisas nesta área, muitos centros de investigação têm investido em projetos de cultivo de microalgas destinadas à alimentação. Assim surge o projeto Algalimento, onde um grupo de empresas em colaboração com o Instituto Tecnológico de Canárias (ITC) buscam industrializar a elaboração de alimentos e estudar a viabilidade de novas espécies de interesse comercial no setor de alimentos. O projeto é desenvolvido na atualidade em uma planta de cultivo de microalgas situada nas instalações que o ITC tem em Pozo Izquierdo, em Gran Canaria (Espanha). Esta zona foi elegida, além da proximidade dos membros do projeto, por estar próxima ao mar e as condições climáticas das ilhas. O projeto Algalimento é financiado pelo Ministério de Economia e Competitividade da Espanha e fundos europeus FEDER, com uma dotação que supera os dois milhões de euros.

D

Alimentos funcionais Na indústria agroalimentar o uso de alimentos funcio-

A la derecha: Vista de la planta de la empresa ALGALIMENTO SL en Pozo Izquierdo, Gran Canaria. A la izquierda: La Tetraselmis es demandada por su alto contenido en ácidos grasos esenciales como el DHA, carotenoides, proteínas y esteroles. A direita: Vista da planta da empresa ALGALIMENTO SL em Pozo Izquierdo, Grande Canaria. Fuente/ Fonte: ALGALIMENTO SL. A esquerda: A Tetraselmis é demandada por seu alto conteúdo em ácidos graxos essenciais como o DHA, carotenoides, proteínas e esteroles. Fuente/ Fonte: Instituto Tecnológico de Canárias

nais aumentou com componentes que melhoram a qualidade de vida. Foi demonstrado que o aporte à dieta de alguns ácidos graxos reporta no ser humano benefícios importantes à saúde, pelo qual se faz necessário encontrar formas de ingeri-los. O DHA, por exemplo, é um ácido graxo ômega-3 que pode ser assimilado através do pescado, mas o consumo ainda é muito baixo. Por conseguinte, a solução passaria pelo consumo de alimentos funcionais ou suplementos nutricionais que contenham DHA. Aqui entrariam as microalgas como fontes naturais, já que algumas delas são capazes de sintetizar ácidos graxos como o ômega-3.

océano79 79


biotecnología/biotecnologia

La Dunaliella salina es un tipo de microalga conocida por su actividad antioxidante y usada en complementos nutricionales. Es una gran productora de carotenoides, especialmente betacarotenos. Fuente: DJ. Patterson A Dunaliella salina é um tipo de microalga conhecida pela sua atividade antioxidante e usada em complementos nutricionais. É uma grande produtora de carotenoides, especialmente betacarotenos. Fonte: DJ. Patterson

ficios del aprovechamiento de naliella salina que se aplica en subproductos de alto valor antioxidantes, colorantes naañadido, como esos ácidos turales y algunas aplicaciones grasos, es la amortización del cosméticas. elevado coste que supone el procesamiento de este tipo de Apoyo en acuicultura cultivos. Por este motivo, el Aunque el uso de microalgas proyecto plantea la introducen alimentos funcionales pación en el mercado de varías lírece prometedor, es imporneas de producto. Entre ellos tante tener en cuenta otras destacan las bebidas lácteas aplicaciones que ya están en con betacaroteno de Dunaliedesarrollo y pueden ser objella salina o ácidos grasos ome- El mercado estadounidense y el asiático to de aprovechamiento. La ga-3 de Isochrysis o Tetrasel- ya utilizan alimentos con componentes producción destinada a la mis como ingrediente funcional acuicultura podría considederivados de las microalgas, por lo natural. “Queremos desarrollar rarse como la más importanproductos lácteos, yogures que resulta importante que los países te de estas aplicaciones. Denenriquecidos con nuestros tro de los llamados cultivos europeos aprovechen la oportunidad aceites en betacaroteno, ande apoyo, ciertas especies de y traten de ganar puestos en este tioxidantes o ácidos grasos microalgas han sido objeto de omega 3. También producir estudio durante varias décamercado. una línea de barritas energétidas y se utilizan habitualmencas en las que añadiendo una te en el sector. Las microalgas pequeña cantidad se ve increjuegan un papel fundamental mentado su aporte nutricional” en la acuicultura marina, diexplica Adelina de la Jara, técnico de proyectos de Biorecta o indirectamente. Son imprescindibles para la cría tecnología del ITC. de moluscos bivalvos en todas sus etapas de desarrollo El mercado estadounidense y el asiático ya utilizan alie intervienen en el cultivo larvario de peces y crustácementos con componentes derivados de las microalgas, os, ya sea como alimento vivo o en la mejora de las conpor lo que resulta importante que los países europeos diciones de cultivo y parámetros del agua de los tanques, aprovechen la oportunidad y traten de ganar puestos en la llamada técnica de aguas verdes. este mercado. Respecto a la posible rentabilización, La especie de microalga seleccionada para la alimentaAdrián Mendoza, de la Fundación Lidia García, afirma ción dependerá de muchos factores, la luz, la temperaque “el proyecto Algalimento supone una alternativa a la tura, la disponibilidad de nutrientes y los métodos de proagricultura tradicional canaria, con un producto de maducción afectan enormemente su composición yor valor que aportará mayores beneficios a las emprebioquímica. Además, los estudios señalan que la adición sas” de microalgas a los tanques de larvas modifica o estabiEn el proyecto se trabaja con varias especies de microliza el valor nutricional del alimento vivo. Con respecto a algas, principalmente las microalgas marinas hipersalilos estudios realizados en moluscos, se ha encontrado nas, porque es el tipo de alga que se encuentra mayorique las microalgas seleccionadas proveen un valor nutariamente la zona. Entre ellas destacan la Isochrysis con tricional excelente para larvas y juveniles, por lo que se aplicaciones en acuicultura y enriquecimiento con áciutilizan diferentes dietas para alimentar bivalvos. Esta dos grasos; la Tetraselmis de uso similar, que además se tendencia en el uso de microalgas se mantiene en la acutiliza en la alimentación de animales terrestres; y la Dutualidad sobre todo en las fases tempranas de creci-

80


Interior de las instalaciones de cultivo de microalgas del ITC en Gran Canaria. Fuente: Instituto Tecnológico de Canarias Interior das instalações de cultivo de microalgas do ITC em Grande Canaria. Fonte: Instituto Tecnológico de Canárias

Segundo os responsáveis pelo rais e algumas aplicações cosprojeto Algalimento, um dos méticas. principais benefícios do aproveitamento de subprodutos de Apoio em aquicultura alto valor acrescentado, como Ainda que o uso de microalgas esses ácidos graxos, é a amortiem alimentos funcionais pareça zação do elevado custo que prometedor, é importante ter em supõe o processamento deste ticonta outras aplicações que já po de cultivos. Por este motivo, estão em desenvolvimento e poo projeto propõe a introdução no dem ser objeto de aproveitamenmercado de varias linhas de proto. A produção destinada à aquiduto. Entre eles, destacam-se as cultura poderia ser considerada O mercado dos Estados Unidos e o como a mais importante destas bebidas lácteas com betacaroteno de Dunaliella salina ou ácidos asiático já utilizam alimentos com aplicações. Dentro dos chamagraxos ômega-3 de Isochrysis ou dos cultivos de apoio, certas esTetraselmis como ingrediente componentes derivados das microal- pécies de microalgas têm sido gas, o que resulta importante para objeto de estudo durante várias funcional natural. “Queremos desenvolver produtos lácteos, ioos países europeus aproveitarem a décadas e foram utilizadas habigurtes enriquecidos com nossos tualmente no setor. As microalgas oportunidade e tratarem de ganhar jogam um papel fundamental na azeites em betacaroteno, antioxidantes ou ácidos graxos ômeaquicultura marinha, direta ou inpostos neste mercado. ga 3. Também produzir uma lindiretamente. São imprescindíveis ha de barras energéticas, onde, para a criação de moluscos biacrescentando-se uma pequena valves em todas suas etapas de quantidade, já se vê incrementado o aporte nutricional”, desenvolvimento e intervêm no cultivo larvário de peixes e explica Adelina de la Jara, técnico de projetos de Bioteccrustáceos, já seja como alimento vivo ou na melhora das nologia do ITC. condições de cultivo e parâmetros da água dos tanques, O mercado dos Estados Unidos e o asiático já utilizam alia chamada técnica de águas verdes. mentos com componentes derivados das microalgas, o A espécie de microalga selecionada para a alimentação que resulta importante para os países europeus aproveitadependerá de muitos fatores: a luz, a temperatura, a disrem a oportunidade e tratarem de ganhar postos neste ponibilidade de nutrientes e os métodos de produção mercado. Com respeito à possível rentabilidade, Adrián que afetam enormemente sua composição bioquímica. Mendoza, da Fundação Lidia García, afirma que “o projeAlém disso, os estudos assinalam que a adição de mito Algalimento supõe uma alternativa à agricultura tradicroalgas aos tanques de larvas modifica ou estabiliza o cional canária, com um produto de maior valor que contrivalor nutricional do alimento vivo. Com respeito aos esbuirá com maiores benefícios às empresas.” tudos realizados em moluscos, foi encontrado que as miNo projeto se trabalha com várias espécies de microalcroalgas selecionadas proveem um valor nutricional exgas, principalmente as microalgas marinhas hipersalinas, celente para larvas e juvenis, motivo pelo qual se utilizam porque é o tipo de alga que se encontra majoritariamente dietas diferentes para alimentar bivalves. Esta tendência na zona. Entre elas, destacam-se a Isochrysis com aplino uso de microalgas são mantidas na atualidade, socações em aquicultura e enriquecimento com ácidos grabretudo nas fases iniciais de crescimento, já que na faxos; a Tetraselmis , de uso similar, que, além disso, é utilise lavraria demonstrou-se uma maior taxa de sobrezado na alimentação de animais terrestres; e a Dunaliella vivência e um melhor desenvolvimento posterior das salina que é aplicada em antioxidantes, colorantes natuespécies de interesse comercial.

81


biotecnología/biotecnologia

miento, ya que en la fase larvaria se ha demostrado una mayor tasa de supervivencia y un mejor desarrollo posterior de las especies de interés comercial. Retos de futuro El proyecto Algalimento se ha basado, desde sus inicios, en la transferencia de conocimiento. El ITC y las otras instituciones públicas participantes (Universidad de Cádiz, Universidad de Sevilla y Fundación Tecnalia) han trasladado a las empresas su experiencia de más de una década en el sector. De esta manera, se ha conseguido poner en marcha la empresa Algalimento SL para la comercialización de la línea de productos resultante de las investigaciones. Estas actuaciones suponen un referente en colaboración y una apuesta clara por la innovación industrial exportable a otros lugares y sectores. Pero la buena concepción del proyecto solo es el punto de partida. La comercialización de productos alimentarios a partir de microalgas supone una serie de retos añadidos. La legislación es, lógicamente, muy estricta y la regulación de este tipo de plantas aún mayor, sobre todo si se tiene en cuenta que, en el caso de Algalimento, se ha optado por una solución de cultivo en sistema abierto, lo cual requiere un estricto control en materia de seguridad y calidad alimentaria. De la Jara comenta que “en el proyecto nos enfrentamos al desconocimiento sosobre nuevos alimentos y nuevos ingredientes alimentabre las características, reglamentación y beneficios de rios, que entró en vigor hace unos años, consolidaba las estos productos por parte de la industria alimentaria por posibilidades reales de expansión de los alimentos funlo que tendremos que enfrentar este reto y superarlo pacionales y en la actualidad se está encuentra en trámites ra llegar a la comercialización” una revisión por parte de la Unión Europea, que puede En los estudios anteriores al proyecto –realizados por los significar nuevos avances. Este hecho, unido a los ademismos investigadores– para la puesta en marcha de lantos en el desarrollo de la biotecnología augura un plantas de cultivo por parte del ITC ya se señalaba la impuesto destacado en el sector a las microalgas. portancia que la legislación en El betacaroteno constituye un nimateria de seguridad alimentaria cho de mercado del que pueden La utilización alimentaria de tiene en cuanto a obtener rendibeneficiarse pequeñas plantas microalgas está aceptada, aunque de cultivo. "Hemos encontrado miento de este tipo de producción. La utilización alimentaria de todavía de forma muy restrictiva, en un mercado internacional de nemicroalgas está aceptada, auncesidades de betacaroteno y el caso de la producción de que todavía de forma muy resácidos grasos destinados a la betacaroteno. La Dunaliella salina alimentación, a la cosmética y a trictiva, en el caso de la producción de betacaroteno. La la industria farmacéutica" expliha sido reconocida como fuente Dunaliella salina ha sido reconoca Mendoza. Sin embargo, pecida como fuente natural de be- natural de betacaroteno, conforme a se a existir una demanda crelos criterios establecidos por el tacaroteno, conforme a los criteciente –como señalan los rios establecidos por el Comité integrantes del proyecto– el merComité Mixto (FAO/OMS) de Mixto (FAO/OMS) de Expertos cado está dominado por unas Expertos en Aditivos Alimentarios pocas empresas, que acaparan en Aditivos Alimentarios (según dato extraído del Estudio de (según dato extraído del Estudio de la mayor parte de esta demanda, Plantas de Cultivo de Algas del Plantas de Cultivo de Algas del ITC). lo que no hace fácil abrirse camiITC). La reglamentación europea no hacia los compradores.

82


Actualmente las microalgas son objeto de numerosos proyectos de investigación debido a su enorme potencial. Fuente: Repsol. Atualmente as microalgas são objeto de numerosos projetos de pesquisa devido a seu enorme potencial. Fonte: Repsol

uma solução de cultivo em sistema aberto, o qual requer um estrito controle em matéria de segurança e qualidade alimentar. De la Jara comenta que “no projeto enfrentamos o desconhecido sobre as características, regulamentação e benefícios destes produtos por parte da indústria alimentar pelo que teremos que enfrentar este desafio e superá-lo para chegar à comercialização” Em estudos anteriores ao projeto – realizados pelos mesmos pesquisadores – já se assinalava a importância que a legislação em matéria de segurança alimentar adota em relação a obter rendimento deste tipo de produção. A utilização alimentar de microalgas está aceita, ainda que de forma muito restritiva no caso da produção de betacaroteno. A Dunaliella salina foi reconhecida como fonte natural de betacaroteno, conforme aos critérios estabelecidos pelo Comitê Misto (FAO/OMS) de Experientes em Aditivos Alimentares (segundo dado extraído do Estudo de Plantas de Cultivo de Algas do ITC). A regulamentação europeia sobre novos alimentos e novos inDesafios futuros gredientes alimentares, que entrou em vigor há alguns O projeto Algalimento foi baseado, desde seu início, na anos, consolidava as possibilidades reais de expansão transferência de conhecimento. O ITC e as outras instidos alimentos funcionais e na atualidade se encontra em tuições públicas participantes (Universidade de Cádiz, trâmite uma revisão por parte da União Europeia, que poUniversidade de Sevilla e Fundação Tecnalia) têm transde significar novos avanços. Este fato, unido aos proladado às empresas sua experiência a mais de uma dégressos no desenvolvimento da biotecnologia, augura às cada no setor. Desta maneira, conseguiu pôr em marcha microalgas um posto destacado no setor. a empresa Algalimento SL para O betacaroteno constitui um nia comercialização da linha de A utilização alimentar de microal- cho de mercado do qual podem produtos resultante das pesquigas está aceita, ainda que de forma se beneficiar pequenas plantas sas. Estas atuações supõem um de cultivo. "Encontramos um muito restritiva no caso da proreferente em colaboração e uma mercado internacional de neaposta clara pela inovação incessidades de betacaroteno e dução de betacaroteno. A dustrial exportável a outros lugaácidos graxos destinados à aliDunaliella salina foi reconhecida res e setores. mentação, à cosmética e à incomo fonte natural de betacaroteno, Mas a boa concepção do projeto dústria farmacêutica" explica é apenas o ponto de partida. A conforme aos critérios estabeleci- Mendoza. No entanto, apesar comercialização de produtos aliexistir uma demanda cresdos pelo Comitê Misto (FAO/OMS) de mentares a partir de microalgas cente ¬–como assinalam os inde Experientes em Aditivos supõe uma série de desafios. A tegrantes do projeto– o mercalegislação é, logicamente, muito Alimentares (segundo dado extraído do está dominado por poucas estrita e a regulação deste tipo empresas, que dominam a do Estudo de Plantas de Cultivo de de plantas ainda maior, sobretumaior parte desta demanda, o Algas do ITC). do se tem em conta que, no caque torna complicado abrir caso de Algalimento, se optou por minho para os compradores.

83


gastronomíagastronomia

Receta Receita Sardina Marinada

Sardinha Marinada

La sardina (Sardina pilchardus) es un pequeño pez pelágico que habita zonas cercanas a la costa y forma importantes cardúmenes. Es muy común en el Atlántico noreste, donde se distribuye desde Noruega hasta Senegal. Su puesta está fuertemente influenciada por la temperatura del agua, lo que hace que sus poblaciones varíen mucho de un año a otro a causa de cambios en las condiciones oceanográficas, algo que dificulta y convierte en un gran reto científico la evaluación de sus poblaciones y la predicción de su biomasa.

A sardinha (Sardina pilchardus) é um peixe pequeno pelágico que habita zonas próximas à costa e forma importantes cardumens. É muito comum no Atlântico nordeste, onde se distribui da Noruega até Senegal. Sua posta está fortemente influenciada pela temperatura da água, o que faz que suas populações variem muito de um ano a outro por causa de mudanças nas condições oceanográficas, algo que dificulta e converte em um grande desafio científico a avaliação de suas populações e a predição de sua biomassa.

INGREDIENTES: 8 Sardinas frescas. 1 Cebolla roja. 1 diente de ajo. 2 Cucharadas de cilantro picado. 4 limas o limones. Ralladura de jenjibre. Un poquito de pimienta molida. Una pizca de sal en escamas. Un chorrito de aceite de oliva

INGREDIENTES: 8 Sardinhas frescas. 1 Cebola vermelha. 1 dente de alho. 2 Colheres de cilantro picado. 4 limas ou limões. gengibre. Um poco de pimenta moída. Uma pitada de sal em escamas. Um fio de azeite de oliva

MODO DE PREPARACIÓN ● Las sardinas tienen que ser muy frescas. Pedir al pescadero que las limpie y le quite la espina. ● Lavarlas en agua fría y quitar las posibles espinas que le puedan quedar. ● En una bandeja plana, poner los lomos separados, añadir el zumo de dos limas. ● Macerar durante unos minutos, hasta que la carne de la sardina se ponga de color rosa o blanquecina. Cuántos más minutos se macere más hecha quedará. Pero estamos hablando siempre de minutos. ● Lavarlas un poco y poner en un plato para servir. ● Picar el resto de los ingredientes muy finos y añadirles el jugo de las otras dos limas, con el aceite de oliva y decorar los platos. ● Acompañarlo de un vino blanco frío, por ejemplo Albariño o Rueda. Receta cedida por A Rañada (http://www.ranhada.com)

84

MODO DE PREPARO As sardinhas têm que ser muito frescas, limpas e sem espinha. ● Lavá-las em água fria e tirar as possíveis espinhas que possam restar. ● Em uma bandeja plana, pôr os lombos separados, acrescentar o suco de duas limas. ● Misture durante uns minutos até que a carne da sardinha fique cor de rosa ou branca.Quanto mais minutos seja macerada ficará mais feita. Mas estamos sempre a falar de minutos. ● Lavá-las um pouco e pôr em um prato para servir. ● Picar o resto dos ingredientes muito finos e acrescentar-lhes o suco das outras duas limas, com o azeite de oliva e decorar os pratos. ● Acompanhar de um vinho branco frio, por exemplo Albariño ou Rueda. ●

Receita do site A Rañada (http://www.ranhada.com)


gastronomíagastronomia

Receita Receta Salmonetes en escabeche frío

Salmonetes em escabeche frio

El salmonete de roca (Mullus surmuletus) es una especie bentónica que se distribuye por el litoral atlántico desde Noruega a Senegal y por los mares Mediterráneo y Negro. No superan los 40 cm de largo y se desplazan incansables por los fondos buscando alimento con sus característicos barbillones.

O salmonete de rocha (Mullus surmuletus) é uma espécie bentônica que se distribui pelo litoral atlântico, da Noruega ao Senegal, e pelos mares Mediterrâneo e Negro. Não superam os 40 cm de comprimento e se deslocam incansavelmentes pelos fundos buscando alimento com seus característicos barbillones.

INGREDIENTES: 6 Salmonetes. 250 cc de Agua. 250 cc de zumo de limón. 100 de vinagre. 2 Hojas de laurel. Sal marina. Aceite de oliva.

INGREDIENTES: 6 Salmonetes. 250 ml de Água. 250 ml de suco de limão. 100 de vinagre. 2 Folhas de laurel. Sal marinho. Azeite de oliva.

MODO DE PREPARACIÓN ● Limpiar los salmonetes, retirar la espina central y hacer dos lomos. Cuándo se compran se puede pedir que los limpien y hagan lomos. ● Una vez limpios ponerlos en una fuente de cristal. ● En una cazuela mezclar el agua con el vinagre, la sal y el laurel. Dar un hervor para que la sal se disuelva. Añadir el zumo de limón y cubrir los salmonetes con la preparación. ● Dejar los salmonetes 24 horas en la nevera, pasado ese tiempo ponerlos en una fuente con aceite de oliva y decorarlos al gusto. Una opción es añadirle pimienta negra en grano, cebolletas en vinagre y zanahorias.

MODO DE PREPARO ● Limpar os salmonetes, retirar a espinha central e fazer dois lombos. Quando comprados, pode-se pedir que limpem e façam os lombos. ● Uma vez limpos pôr em uma fonte de cristal. ● Em uma frigideira misturar a água com o vinagre, o sal e o laurel. Ferver para que o sal se dissolva. Acrescentar o suco de limão e cobrir os salmonetes. ● Deixar os salmonetes 24 horas na geladeira. Após esse período, pôr em uma fonte com azeite de oliva e decorá-los a gosto. Uma opção é acrescentar pimenta negra em grão, cebolas em vinagre e cenouras.

Receta cedida por A Rañada (http://www.ranhada.com)

Receita do site A Rañada (http://www.ranhada.com)

85


eventos

agenda Navlshore feria industria naval Río de Janeiro 2013 Navlshore feira indústria naval Rio de Janeiro 2013 Del 13 al 15 de agosto / De 13 a 15 de agosto Rio de Janeiro, Brasil Durante tres días se celebrará en Río de Janeiro la feria de la industria naval Navlshore,. En la pasada edición, realizada en 2012, fue visitada por 16.192 personas y participaron en ella un total de 350 expositores brasileños e internacionales, prodedentes de 40 países. La feria ocupó más de 11.000 metros cuadrados y los participantes fueron principalmente astilleros, armadores, empresas navieras, empresas portuarias, autoridades administrativas y de gestión, profesionales de las distintas áreas relacionadas con la actividad marítima y consultores. En la feria se exponen principalmente equipos y sumistros para construcción naval y actividad portuaria. Durante três dias se celebrará no Rio de Janeiro a feira da indústria naval, Navlshore. Na última edição, celebrada em 2012, a feira foi visitada por 16.192 pessoas e participaram um total de 350 expositores nacionais e internacionais de 40 países. Ocupou uma extensão de mais de 11.000 metros quadrados e os seus participantes foram armadores, empresas, empresas portuárias, autoridades administrativas e de gerenciamento, profissionais das diferentes áreas relacionadas com a atividade marítima e consultores. Na feira são expostas principalmente equipamentos para construção naval e atividade portuária. www.ubmnavalshore.com.br/

Feria Conxemar Del 1 al 3 de octubre / De 1 a 3 de outubro Vigo, España / Espanha La Feria Internacional de Productos del Mar Congelados (CONXEMAR), celebrará su décimoquinta edición en Vigo del 1 al 3 de octubre. El evento internacional unirá a la totalidad del sector transformador, distribuidor, importador y exportador de los productos del mar congelados. Este año contará con una superficie expositiva de 31.500 metros cuadrados. A Feira Internacional de Produtos do Mar Congelados (CONXEMAR) celebrará sua 15 edição em Vigo de 1 a 3 de outubro. O evento internacional unirá aos setores transformador, distribuidor, importador e exportador dos produtos congelados do mar . Neste ano contará com uma superfície expositiva de 31.500 metros quadrados. Más información en http://www.conxemar.com/v_portal/apartados/apartado.asp?te=87

Expopesca y AcuiPerú 2013 Del 7 al 9 de noviembre / De 7 a 9 de novembro Lima, Perú /En Peru En Lima se realizará del 7 al 9 de noviembre la feria Expo Pesca & AcuiPeru. El evento, organizado por Thais Corporation que tendrá lugar en el Centro de Exposiciones Jockey. Inició su andadura en el año 2003 y para esta edición los organizadores esperan contar con un total de 9.500 visitantes. En los tres días de la edición pasada se cerraron ventas efectivas por 2.110.000 dolares americanos y las inducidas se estiman en cerca de 48 millones. La feria recibió un total de 8.761 visitantes. Na Lima será de 7 a 9 de novembro a feira Expo Pesca & AcuiPeru. O evento, organizado por Thais Corporation terá lugar no Centro de Exposições Jockey. Iniciou sua história no ano de 2003. Para esta edição, os organizadores esperam ter um total de 9.500 visitantes. Nos três dias da edição passada selaram-se vendas efetivas por US$ 2.110.000 e o movimento foi estimado em cerca de 48 milhões. A feira recebeu um total de 8.761 visitantes. Más información en http://www.thaiscorp.com/expopesca_new/site/index.php

86


www.magazineoceano.com

A H L O www.magazineoceano.com / A R www.magazineoceano.com I M www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com

www.magazineoceano.com

www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com www.magazineoceano.com


Revista apoiada pelo Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil. Revista apoyada por el Área de Ciencia, Tecnología e Innovación de la Delegación de la Unión Europea en Brasil.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.