Magazine Océano nº 10

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Micrografía electrónica de barrido de anisakis. Foto: Wikipedia Micrografia electrónica de varrimento de anisakis. Foto: Wikipedia

A GLOBALIZAÇÃO DO COMÉRCIO E O AUMENTO DO CONSUMO DE PESCADO CRU OU LIGEIRAMENTE COZINHADO LEVOU AS AUTORIDADES A REGULAR OS PRODUTOS DE PESCA DESTINADOS AO CONSUMO HUMANO. PARA FAVORECER O ESTUDO E GESTÃO DE INFORMAÇÃO DOS PARASITAS PRESENTES NO PESCADO ACABA DE SER CRIADO O PRIMEIRO BIOBANCO DESTES ORGANISMOS.

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m Setembro passado foi inaugurado na Galiza (Espanha) o primeiro biobanco de parasitas marinhos do mundo. Uma moderna infraestructura particular, dedicada à recolha, armazenamento e distribuição de parasitas e biomoléculas associadas. O biobanco é uma iniciativa do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) gerida através do Instituto de Investigações Marinhas. Os promotores do projecto destacam o seu carácter multidisciplinar e a facilidade de acesso desde qualquer ponto do planeta. O objectivo que persegue este banco de amostras de parasitas é mitigar o impacto destes organismos nos produtos de pesca europeus através de novos desenvolvimentos tecnológicos e melhores ferramentas de gestão. Ao mesmo tempo pretende forçar um avanço nas políticas de segurança alimentar ao mesmo tempo que contribui para o fortalecimento da competitividade dos produtos da pesca.

O projecto PARASITE O arranque deste biobanco está enquadrado no projecto PARASITE que conta com um orçamento de mais de cinco milhões de euros de que aproximadamente quatro resultam do financiamento através de fundos do 7º Programa Quadro de Inovação e Desenvolvimento da União Europeia. PARASITE é coordenado pelo CSIC através do Grupo ECOBIOMAR do Instituto de Investigações Marinhas. O seu principal objectivo é fornecer novas provas científicas e desenvolvimento tecnológico para detectar,

controlar e mitigar os impactos dos parasitas presentes nos produtos pesqueiros europeus e importados. O projecto, cujo término está previsto para 2016, atenderá às necessidades de investigação identificadas pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) no que respeita ao risco de transmissão de parasitas. O plano de trabalho de PARASITE inclui a prestação de novos dados epidemiológicos, os instrumentos de acompanhamento e o desenvolvimento e implementação dos dispositivos de detecção de parasitas e o desenho de ferramentas e estratégias para a moderação dos seus efeitos. PARASITE nasce com uma base de abordagem multidisciplinar sustentada pelos centros, instituições e empresas que integram o projecto. Mais de uma dezena de instituições europeias e asiáticas junto a pequenas e médias empresas europeias de um total de treze países, que contribuem para melhorar a segurança dos mariscos, a competitividade de produtos do mar e as políticas de segurança alimentara da União Europeia. “Uma das grandes vantagens deste projecto é que aborda todos os aspectos possíveis. Desde o estudo das fases, aos custos associados às estratégias de mitigação do impacto dos parasitas que irão recomendar aos distintos operadores” refere Rosa Fernández, responsável pela Área de promoção e transferência de tecnologia do Centro Tecnológico do Mar (CETMAR). Este centro é um dos sócios do projecto e a sua actividade está centrada, entre outros, na liderança do plano de divulgação do projecto. Funcionamento do biobanco O biobanco prevê estudar dez espécies comerciais representativas de quase todas as áreas de pesca da

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