Magazine Océano nº 10

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Antarctonemertes riesgoae desenvaina su probóscide para defender la puesta de posibles enemigos. Antarctonemertes riesgoae desenvaina su probóscide para defender la puesta de posibles enemigos.

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[biologia] Um verme marinho incuba e defende os ovos produzidos ão é estranho que alguns animais incubem os ovos produzidos. É excepcional, no entanto, que um verme marinho faça isso. Trata-se do Antarctonemertes riesgoae, encontrado no continente antártico e que, além de incubar, defende energicamente sua produção frente as ameaças externas. Nesta nova descoberta científica, publicada recentemente na revista Polar Biology, participaram pesquisadores das universidades espanholas de Barcelona e Alcalá, do Instituto de Investigação da Biodiversidade (IRBio), do Instituto Espanhol de Oceanografia e da Harvard University. O verme descoberto é um nemertino, um grupo de invertebrados que habita preferencialmente o meio marinho. Os descobridores denominaram Antarctonemertes riesgoae e possui uma conduta reprodutiva incomum: este invertebrado marinho incuba os ovos, tal e como fazem as galinhas. A equipe científica descobriu alguns gomos de 2 a 3 cm de longitude que eram incubados pelas fêmeas do nemertino. Durante a reprodução, a fêmea secreta uma substância mucosa pela parede do corpo, que se solidifica em contato com a água do mar até formar uma cobertura elástica. Uma vez formado o gomo, a fêmea deposita os ovos e fica em cima. Mas este comportamento não é meramente passivo: quando se tenta arrancar os gomos do substrato onde

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estão aderidos, a fêmea sai por um orifício para defender sua produção. Esta conduta incomum reprodutiva foi desenvolvida como resposta às duras condições ambientais do Antártico, já que não se conhece nenhum outro nemertino incubador. Como outros muitos animais antárticos, o Antarctonemertes riesgoae tem que se reproduzir exclusivamente durante o verão polar e assegurar que essa reprodução tenha sucesso. A probóscide: a arma dos nemertinos Os nemertinos não são muito abundantes, mas também não são raros. Sua característica diferencial é a presença de uma probóscide interna que costuma ser tão longa como seu corpo e que desembainha quando quer caçar ou se defender. Alguns deles, como o protagonista desta história, têm um mecanismo ainda mais sofisticado. A trompa está armada, tem um punhal que, quando sai, apunhala as suas presas. São muito elásticos. Um exemplar de uns 30 centímetros pode chegar a esticar até um metro. A variação de tamanhos é muito ampla. Há alguns extremamente pequenos, que às vezes não chegam nem a um centímetro e outros muito longos. De fato, exemplares da espécie Linneus longissimus chegam a atingir os 60 metros de longitude.

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