

O FUTURO DO TRABALHO
NOS SETORES DA CERÂMICA & CRISTALARIA
MAPEAMENTO DAS NECESSIDADES
DOS SETORES EM TERMOS DE PERFIS
PROFISSIONAIS E DE COMPETÊNCIAS










Ficha Técnica
COORDENAÇÃO
João B. Duarte
Pedro Brinca
AUTORES
João B. Duarte
Mário Gonçalves
RELATÓRIO DO ESTUDO PREPARADO POR :



APOIO:
Índice de Figuras e Tabelas
Tabela 39 - CAE 234 Fabricação de outros Produtos de Porcelana e Cerâmicos Não Refratários - Ocupações
40 -
Lista de Abreviaturas
ABREVIATURA
DEFINIÇÃO
CAE Rev3 Classificação Portuguesa das Atividades Económicas, Revisão 3
Cerame-Unie The European Ceramic Industry Association
CIP Confederação da Indústria Portuguesa
CITP-08 Classificação internacional tipo das profissões 2008
CO2 Dióxido de Carbono
CPP2010 Classificação Portuguesa de Profissões 2010
CTCV Centro Técnico da Cerâmica e do Vidro
ECP Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal
ESCO European Skills, Competences, Qualifications and Occupations
ESG Environmental, Social and Governance
INCoDe.2030 Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030
INE Instituto Nacional de Estatística
ISCO-08 International Standard Classification of Occupations
MGI McKinsey Global Institute
NOVA SBE NOVA School of Business and Education
NUTS II Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
PALOP Países de Língua Oficial Portuguesa
PIB Produto Interno Bruto
PME Pequena e Média Empresa
SCIE Sistema de Contas Integradas das Empresas
VAB Valor Acrescentado Bruto
UE União Europeia
Nota dos Coordenadores
Este estudo foi elaborado no âmbito do workpackage 7 da Agenda
Mobilizadora Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal (ECP) a pedido do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV).
Os setores da cerâmica e do vidro enfrentam desafios significativos na transição para a sustentabilidade e a digitalização. Em termos de sustentabilidade, destacam-se o elevado consumo energético, uma vez que a produção exige temperaturas extremamente altas, muitas vezes alimentadas por fontes fósseis, e a necessidade de reduzir emissões de CO 2, que requer a transição para energias renováveis ou alternativas, ainda dispendiosas e de implementação lenta. Além disso, a gestão de resíduos e a adoção de modelos de economia circular enfrentam limitações técnicas e financeiras. As empresas também lidam com regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas, o que exige investimentos em tecnologias limpas e processos sustentáveis. Paralelamente, a digitalização é um desafio crescente. A implementação de processos automatizados cada vez mais sofisticados, alavancados com inteligência artificial e análise de dados, requer investimentos significativos, capacitação da força de trabalho e uma mudança cultural em empresas mais tradicionais.
A transição digital e a transição sustentável também se interligam, pois a digitalização pode contribuir para a sustentabilidade ao otimizar processos produtivos, monitorizar o consumo energético e controlar emissões em tempo real. No entanto, o custo inicial elevado e a falta de estratégias integradas atrasam essa convergência.
Para superar esses desafios, as empresas precisam equilibrar a modernização tecnológica com práticas sustentáveis, ao mesmo tempo que precisam de uma força de trabalho capaz e que possua as competências necessárias para operar na realidade do trabalho do futuro.
Neste contexto, o objetivo deste estudo foi auscultar as empresas dos setores da Cerâmica e da Cristalaria com o intuito de:
A) Mapear os perfis profissionais atuais dos setores da Cerâmica e da Cristalaria
B) Dentro de cada perfil, mapear o nível de aptidão em cada uma das competências críticas, para o futuro do trabalho mais digital e com maior consciência ambiental nestes setores
C) Identificar o gap entre o nível de aptidão atual e o necessário no futuro, para cada uma das competências e profissões nestes setores.
Enquanto coordenadores do estudo, deixamos uma especial nota de agradecimento ao CTCV, a todas as empresas da ECP e às restantes empresas dos setores da Cerâmica e da Cristalaria pela estreita colaboração, enorme disponibilidade e engajamento, os quais contribuíram de forma determinante para o resultado final do estudo.
COORDENAÇÃO
João B. Duarte
Pedro Brinca
Sumário Executivo
Os setores da Cerâmica e Cristalaria enfrentam uma transformação impulsionada pela digitalização e pela sustentabilidade.
Estes avanços tecnológicos oferecem oportunidades de inovação, mas também colocam desafios significativos, como a eliminação de até 1,1 milhões de postos de trabalho até 2030.
Este estudo identifica os perfis profissionais e competências do futuro para ajudar os setores da Cerâmica e Cristalaria a enfrentar esses desafios.
• Os setores da cerâmica e da cristalaria desempenham um papel estratégico na economia nacional , destacandose pela sua contribuição significativa para o valor acrescentado bruto (VAB), volume de negócios e geração de empregos. Além disso, possuem uma elevada competitividade internacional, marcando presença em diversos mercados globais e apresentando um saldo comercial positivo, que reflete a sua relevância no comércio externo . Estes setores não apenas sustentam a economia local, mas também são fundamentais para a projeção do país como um player relevante em cadeias de valor globais.
• Os setores da cerâmica e cristalaria enfrentam uma transformação impulsionada pela digitalização e pela sustentabilidade, desafiando as empresas a adaptarem-se rapidamente às novas exigências do mercado global. Este estudo identifica os perfis profissionais e competências do futuro para ajudar o setor a enfrentar esses desafios
• Portugal possui um dos maiores potenciais de automação a nível global, com até 50% das atividades de trabalho passíveis de automatização, podendo atingir 67% até 2030, dependendo do ritmo de adoção tecnológica. Estes avanços tecnológicos oferecem oportunidades de inovação, mas também colocam desafios significativos, como a eliminação de até 1,1 milhões de postos de trabalho. Simultaneamente, a automação poderá criar até 1,1 milhões de novos empregos, exigindo requalificação para alinhar as competências da força de trabalho às necessidades emergentes . Esta automação está particularmente concentrada em substituir tarefas manuais e previsíveis, onde se inclui a manufatura I
• A crescente necessidade de competitividade global exige a integração de tecnologias avançadas, práticas sustentáveis e soft skills , enquanto as mudanças tecnológicas substituem funções tradicionais por perfis mais especializados. O presente estudo utilizou inquéritos e focus groups com empresas do setor para mapear tendências e oferecer recomendações estratégicas.
Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo
• Os objetivos deste estudo passaram por:
1. MAPEAR OS PERFIS PROFISSIONAIS
Identificar e categorizar os perfis profissionais existentes nos setores da cerâmica e cristalaria, analisando a diversidade de funções e as responsabilidades associadas a cada uma;
2. AVALIAR COMPETÊNCIAS CRÍTICAS
Dentro de cada perfil identificado, mapear o nível de aptidão atual e aquele que será exigido no futuro para três competências críticas: Industriais, Digitais e Ambientais.
3. IDENTIFICAR GAPS DE COMPETÊNCIAS
Analisar as diferenças entre o nível de aptidão atual e o requerido para atender às necessidades futuras em cada uma das competências, com foco nas profissões mais relevantes para os setores.
Mapeamento de Perfis Profissionais
4. DESENVOLVER INICIATIVAS FORMATIVAS
TAILOR-MADE
Com base no mapeamento detalhado, propor e desenhar programas de formação personalizados, que atendam às necessidades específicas dos setores. Esses programas deverão ser desenvolvidos em parceria com especialistas e implementados no âmbito de uma academia digital orgânica dedicada à Cerâmica e Cristalaria, maximizando a relação custo-benefício e assegurando a qualificação eficaz da força de trabalho.
A Figura A sintetiza as p rincipais conclusões sobre a evolução dos Perfis Profissionais dos Setores da Cerâmica e da Cristalaria ao longo da próxima década. Ambos os métodos de recolha de dados, inquéritos e focus groups , convergiram em algumas conclusões fundamentais.
RESULTADOS - PRINCIPAIS CONCLUSÕES: PERFIS PROFISSIONAIS

• Os resultados do estudo revelaram mudanças significativas no perfil de empregabilidade do setor, impulsionadas pela digitalização e pelas exigências de sustentabilidade. Identificou-se uma redução na relevância de funções tradicionais, como operadores de produção e assistentes administrativos, que estão a ser gradualmente substituídas por tecnologias automatizadas. Profissões manuais , como modeladores e ajudantes de produção, enfrentam um declínio acentuado, exigindo requalificação para evitar o desajuste laboral
• Por outro lado, observou-se um aumento na procura por profissionais especializados em áreas técnicas e tecnológicas . Técnicos de manutenção, engenheiros de processos e especialistas em robótica e automação destacamse como perfis com elevada procura, essenciais para a operação e manutenção de sistemas industriais avançados. Adicionalmente, analistas de dados e modeladores digitais/3D tornaram-se cruciais para a implementação de soluções de digitalização no setor.
FIGURA A
Mapeamento de Competências
A Figura B sintetiza as competências que necessitarão de maior desenvolvimento nas profissões mais relevantes ao longo da próxima década.
• Quanto às Competências Industriais , a robótica e automação são áreas críticas. A manutenção de sistemas mecânicos e integração de novos processos, também ganharam destaque à medida que as empresas modernizam as suas operações.
• Relativamente à Literacia Digital , a capacidade de operar dispositivos com interfaces digitais é um requisito essencial para a automação. As empresas destacaram ainda a necessidade de conhecimentos em cibersegurança e análise de dados para melhorar a eficiência e garantir a segurança operacional.
• Em termos de Sustentabilidade , os profissionais do setor precisam dominar ferramentas de avaliação ambiental e entender os impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos, com destaque para o cálculo da pegada de carbono.
• Além das competências industriais, digitais e ambientais, os soft skills emergem como um componente vital. Habilidades como trabalho em equipa, liderança, criatividade e resiliência são amplamente valorizadas para enfrentar as rápidas transformações do setor.
RESULTADOS - PRINCIPAIS CONCLUSÕES: COMPETÊNCIAS

FIGURA B
Recomendações
A Figura C sintetiza as recomendações que resultam do trabalho efetuado em parceria com o CTCV e com a inestimável colaboração do setor e de entidades associadas a estas indústrias.
• Assim, com base nos gaps identificados, este estudo recomenda a criação de iniciativas que combinem requalificação contínua e formação inovadora . A introdução de programas de ensino híbrido, que combinem modalidades presenciais e à distância, foi apontada como uma solução eficaz, com o uso de tecnologias como realidade virtual e gamificação para tornar a aprendizagem mais dinâmica. Parcerias estratégicas com universidades e escolas profissionais também são fundamentais para alinhar currículos às demandas do setor.
• Por fim, propõe-se a criação de uma academia de formação dedicada à Cerâmica e Cristalaria . Esta academia centralizaria as necessidades do setor, implementando flexibilidade pedagógica, promovendo a ligação entre empresas e instituições de ensino e facilitando a obtenção de fundos públicos para financiar a formação da força de trabalho.
A implementação das recomendações apresentadas permitirá às empresas do setor adaptarem-se às novas exigências do mercado global, preservando a sua competitividade internacional.
Ao investir em inovação, sustentabilidade e qualificação, o setor da cerâmica e cristalaria estará preparado para enfrentar os desafios do futuro, garantindo o seu crescimento sustentável e o fortalecimento da sua posição no mercado global.
FIGURA C RESULTADOS - RECOMENDAÇÕES

1. Contextualização
1.1. Introdução
As indústrias da cerâmica e da cristalaria1 constituem um pilar estratégico da economia nacional, desempenhando um papel crucial tanto na geração de riqueza quanto na projeção internacional do país. Estes setores evidenciam uma significativa contribuição económica através dos seus volumes de negócios e valores acrescentados brutos, além de se destacarem no comércio internacional, consolidando presença em mercados globais competitivos ( Tabela 1 ).

A cerâmica e a cristalaria demonstram um perfil exportador robusto, especialmente nos mercados da União Europeia. Este desempenho ilustra, não apenas a qualidade e diferenciação dos produtos nacionais, mas também a capacidade das empresas em responder às necessidades de mercados exigentes. No entanto, apesar do protagonismo de que atualmente gozam, há desafios estruturais que estes setores enfrentam e para os quais necessitam de encontrar respostas claras de forma a implementar as medidas adequadas em tempo útil.
Nota: O Volume de Negócios da Cristalaria em 2022 é inferior às Exportações devido a ter origem em diferentes bases de dados e a diferenças entre a classificação dos bens produzidos e exportados (dados do comércio internacional) e setores de atividade (SCIE).
FONTE: INE - SISTEMA DE CONTAS INTEGRADAS DAS EMPRESAS E ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS EM 2022
1
Cuja composição detalhada pode ser consultada no Anexo I
1
INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA EM NÚMEROS

522
TABELA
E aqui entra a crescente importância da digitalização e a adoção de práticas sustentáveis que estão a remodelar o cenário global, forçando as empresas a adaptarem-se a um ambiente de constantes mudanças tecnológicas e regulatórias.
Por outro lado, foi identificado que Portugal possui um elevado potencial de automação a nível global, com até 50% das atividades de trabalho existentes sendo passíveis de automatização. Adicionalmente, estima-se que cerca de 700 mil trabalhadores em Portugal precisem adquirir novas competências ou mudar de ocupação até 2030 para acompanhar estas transformações, evidenciando a urgência de ações coordenadas para garantir a competitividade da força de trabalho [ 1 ]. A situação descrita representa tanto uma oportunidade quanto um desafio para os setores da Cerâmica e da Cristalaria.
Neste contexto, o presente estudo tem como principal objetivo mapear os perfis profissionais e as competências críticas necessárias para o setor no presente e no futuro, identificando lacunas entre os níveis atuais e os níveis que se esperam sejam requeridos nos próximos 10 anos. Adicionalmente irá propor estratégias para preencher esses gaps , de modo a manter a competitividade e importância do setor.
Este relatório está estruturado em três partes. Nesta Secção 1 efetuamos uma caracterização sucinta da Indústria da Cerâmica e da Cristalaria, incidindo sobre os principais aspetos de caracterização quantitativa das indústrias, os seus desafios mais urgentes – a digitalização e a sustentabilidade – dando assim foco à importância da qualificação e requalificação profissional, finalizando com a importância da (re) qualificação profissional como resposta estratégica. Na Secção 2 detalham-se os objetivos e a metodologia seguida no estudo. A Secção 3 apresenta os resultados do mapeamento de perfis e competências, destacando os gaps identificados para cada um, entre hoje e a próxima década. Por fim, a Secção 4 reúne as conclusões e recomendações, fornecendo um roteiro prático para a transformação do setor. Nos anexos, apresenta-se a decomposição detalhada por CAE dos setores da Cerâmica e Cristalaria objeto deste estudo, bem como os resultados detalhados das análises dos subsetores da indústria da Cerâmica e Cristalaria relativamente a perfis profissionais e competências.
1.2. A Dimensão dos Setores da Cerâmica e Cristalaria em Portugal
A indústria da cerâmica e cristalaria desempenha um papel significativo na economia nacional, especialmente devido à sua elevada inserção no mercado externo, com destaque para a União Europeia (UE). A pressão competitiva externa e a regulação ambiental europeia influenciam diretamente a produção e a utilização final dos bens fabricados. Esta secção apresenta uma análise quantitativa dos dois setores, evidenciando o seu peso económico e comercial.
Conforme nos mostra a Tabela 2 , a indústria da cerâmica é composta por 1162 empresas, das quais 458 são sociedades, empregando um total de 19 505 trabalhadores. Por sua vez,
a cristalaria é um setor de menor dimensão, com apenas 17 empresas, todas elas sociedades, empregando 691 trabalhadores.
No que respeita ao desempenho económico, ilustrando com números de 2022, a indústria da cerâmica regista um volume de negócios de 1582 milhões de euros, enquanto a indústria da cristalaria alcança 91 milhões de euros. Em termos de valor acrescentado bruto (VAB), a cerâmica contribui com 552 milhões de euros, e a cristalaria com 28 milhões de euros, demonstrando a relevância de ambos os setores na geração de riqueza.
TABELA 2
CARACTERIZAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA EM 2022
FONTE:
INTERNACIONAL DE BENS EM 2022

TABELA 3
COMÉRCIO INTERNACIONAL DAS INDÚSTRIAS DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA
*Nota: A cristalaria apresenta um valor de exportações superior ao volume de negócios devido a diferentes bases de dados de suporte e a diferenças entre a classificação de bens (dados do comércio internacional) e os setores de atividade (dados das empresas).
FONTE: SISTEMA DE CONTAS INTEGRADAS DAS EMPRESAS E ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS EM 2022

Os setores da cerâmica e cristalaria apresentam um elevado grau de inserção nos mercados internacionais, com a maior parte das exportações destinadas à UE ( Tabela 3 ).
Ambos os setores registam saldos comerciais positivos em todos os mercados analisados, destacando-se os seguintes pontos:
A) Setor da Cerâmica : Exportações globais de 964 milhões de euros, com um saldo positivo de 665 milhões de euros. A UE é o principal destino (exportações de 640 milhões de euros e um saldo positivo de 391 milhões de euros), seguida por mercados extra-UE (324 milhões de euros e um saldo positivo de 274 milhões de euros).
B) Setor da Cristalaria : Exportações globais de 96 milhões de euros, com um saldo positivo de 10 milhões de euros. O mercado intra-UE representa a maior fatia (74 milhões de euros, saldo de 1 milhão de euros), seguido pelos mercados extra-UE (22 milhões de euros, saldo de 9 milhões de euros).
Relativamente à distribuição espacial dos trabalhadores da indústria de cerâmica e cristalaria em Portugal, esta varia significativamente entre as diferentes regiões NUT II, conforme demonstra a Figura 1
A região Centro aparece sempre no topo, qualquer que seja o subsetor escolhido. Regiões como Coimbra e Leiria apresentam uma percentagem significativa de trabalhadores na indústria, particularmente na produção de azulejos e outros produtos cerâmicos. A região Norte é conhecida pela sua forte tradição na indústria cerâmica, especialmente em áreas como Aveiro e Porto. A percentagem de trabalhadores neste subsetor é relativamente alta, refletindo a concentração de fábricas e oficinas de cerâmica. A região de Lisboa, por outro lado, tem uma menor percentagem de trabalhadores na indústria de cerâmica e cristalaria comparada ao Norte e Centro. No entanto, ainda existem algumas empresas e oficinas especializadas, principalmente voltadas para o mercado de luxo e exportação. O Alentejo apresenta uma percentagem moderada de trabalhadores na indústria de cerâmica, com foco em produtos artesanais e tradicionais. A produção aqui é muitas vezes voltada para o mercado local e turístico. Já no Algarve, a percentagem de trabalhadores na indústria de cerâmica e cristalaria é relativamente baixa.
FIGURA 1
PERCENTAGEM DE TRABALHADORES DE CADA SUBSETOR POR REGIÃO NUT II

FONTE: PRODUÇÃO DA EQUIPA COM DADOS DO INE
1 .3. Os Desafios
Os principais desafios que estas indústrias portuguesas enfrentam, em linha com os desafios dos setores a nível da UE, são: concorrência de produtos de baixo custo provenientes de economias emergentes; os elevados preços da energia; a dependência de matérias-primas de produtores de fora da União Europeia; as barreiras comerciais; as mudanças no estilo de vida e a substituição por outros produtos e atrair e manter uma força de trabalho qualificada 2. Na sequência deste último, a indústria de cerâmica e cristalaria em Portugal enfrenta dois desafios incontornáveis que irão moldar o futuro do trabalho: a digitalização e a sustentabilidade. Estes desafios não só influenciam a maneira como os produtos são fabricados, mas também têm um impacto profundo no emprego e nas práticas ambientais.
1.3.1. O Desafio da Transformação
A transformação digital está a revolucionar a indústria de cerâmica e cristalaria. A adoção de novas tecnologias, como a automação e a inteligência artificial, está a mudar a forma como as fábricas operam e irá intensificar-se futuramente.
Não sendo possível prever, com precisão razoável, a taxa de adoção de novas tecnologias na próxima década, o estudo Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo da Requalificação [ 1 ], com base em estudos da Mckinsey Global Institute (MGI), identificou para Portugal três cenários alternativos para o impacto da automação no emprego entre 2016 e 2030: ( i ) Cenário mais rápido ( earliest ), ( ii ) Cenário moderado e ( iii ) Cenário mais lento ( latest ). Assim, num cenário em que o processo de adoção de novas tecnologias é mais rápido ( earliest ) e em que o surgimento dessas tecnologias aumenta o número de atividades suscetíveis de serem automatizadas, prevê-se ser possível automatizar 50% do tempo de trabalho até 2030, de um potencial de 84% das atividades de trabalho ( Figura 2 ).
Este processo de automação terá um impacto significativo no emprego, especialmente no setor do Fabrico Industrial (manufatura), onde a cerâmica e a cristalaria estão inseridas.
A substituição de tarefas humanas por tecnologias avançadas
2
ROTEIRO PARA A NEUTRALIDADE CARBÓNICA 2050 (RNC2050); https:// ec.europa.eu/growth/sectors/raw-materials/industries/non-metals/ceramics_en
A Indústria de Cerâmica e Cristalaria em Portugal enfrenta dois desafios incontornáveis que irão moldar o Futuro do Trabalho: a Digitalização e a Sustentabilidade.

FIGURA 2
IMPACTO NO EMPREGO ESTIMADO EM TRÊS CENÁRIOS ALTERNATIVOS (2016-2030) - % DE HORAS QUE SERÃO AUTOMATIZADAS

NOTA: OS NÚMEROS PODEM NÃO SOMAR DEVIDO A ARREDONDAMENTOS
FONTE: [1] RETIRADO DE MGI AUTOMATION MODEL JULY 2018, JOBS LOST, JOBS GAINED DECEMBER 2017.
poderá gerar uma redução líquida de empregos, destacando a necessidade de requalificação da força de trabalho para novas funções que acompanhem as exigências tecnológicas.
O Fabrico Industrial (manufatura), onde os setores da cerâmica e cristalaria se inserem, é o setor mais afetado negativamente pela automação em termos de emprego (ganho líquido negativo de empregos) ( Figura 3 ).
Dentro dos setores da cerâmica e cristalaria, é expectável que exista uma mudança líquida de 4897 postos de trabalho até 2030. Ou seja, perder-se-iam mais 4897 postos de trabalho nestes setores do que aqueles que se irão criar ( Figura 4 ).
Com a falta de dados desagregagos ao nível das indústrias deste setor no estudo feito anteriormente “O Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo da Requalificação” , estes cálculos foram feitos com base num cruzamento de dados de 2019 com estimativas feitas para a perda líquida de perfis profissionais o período compreendido entre 2020 e 2030 e composição de perfis profissionais das indústrias
do setor. Realçamos aqui que isto significa que uma parte significativa da automatização de processos pode já ter acontecido no momento em que este relátorio foi publicado (2024). Este é certamente o caso para algumas empresas de maior porte do setor, que, entretanto, já automatizaram muitos dos seus processos produtivos. Os dados do Sistema de Contas Integradas das Empresas do INE confirmam esta percepção de que muito do potencial de automatização do setor já foi implementado. Por exemplo, segundo estes dados do INE, o número total de colaboradores na fabricação de produtos de cerâmica para uso doméstico e ornamental, sanitário e outros passou de 18 398 em 2004 para 13 191 em 2019, tendo estabilizado e até crescido ligeiramente desde 2019 até 2024.
Entre as áreas com maior potencial de automação destacam-se as da fabricação de produtos para uso doméstico e ornamental, sanitário e outros, com 73% de horas de trabalho a ser automatizadas, seguido da cristalaria, com 72% (Figura 5).
FIGURA 3
POSTOS DE TRABALHO CRIADOS E PERDIDOS DEVIDO À AUTOMAÇÃO - SALDO FINAL

FONTE: O FUTURO DO TRABALHO EM PORTUGAL: O IMPERATIVO DA REQUALIFICAÇÃO MGI
FIGURA 4
MUDANÇA LÍQUIDA* NOS POSTOS DE TRABALHO NA CERÂMICA ENTRE 2020 E 2030

*NOTA: CONSIDERA-SE MUDANÇA LÍQUIDA NOS POSTOS DE TRABALHO A DIFERENÇA ENTRE OS TRABALHOS QUE SE PERDEM E OS TRABALHOS QUE SE GANHAM. FONTE: NOVA SBE 2024
FIGURA 5
EMPREGO - % DE HORAS QUE SERÃO AUTOMATIZADAS ENTRE 2020 E 2030

NOTA: “OUTROS” INCLUI USO DOMÉSTICO E ORNAMENTAL E USOS SANITÁRIOS.
FONTE: NOVA SBE 2024
1.3.2. O Desafio da Sustentabilidade
A sustentabilidade é outro desafio crucial para a indústria da cerâmica e cristalaria. A UE estabeleceu metas ambiciosas para alcançar a neutralidade climática até 2050, o que exige mudanças significativas nas práticas industriais, ao nível da eficiência energética e no uso dos recursos, da promoção da economia circular e da poluição reduzida.
Adicionalmente, a Lei Europeia do Clima define uma abordagem de longo prazo para atingir a neutralidade climática até 2050, estabelecendo pequenas metas a atingir até 2030 e a criação de um sistema de monitorização de progresso. Tal concederá transparência e previsibilidade a investidores e outros agentes económicos e garantirá que a transição para a neutralidade climática seja irreversível.
Neste âmbito, de acordo com a Figura 6 , foi planeado o caminho para a redução do CO2, baseada em quatro categorias principais: (i) Emissões provenientes da combustão de combustíveis fósseis, que representam a maior parte das emissões totais ao longo do período; (ii) Emissões indiretas, referentes à utilização de energia elétrica e outras fontes indiretas; (iii) Emissões de processos, relacionadas com os processos industriais e (iv) Tecnologias de remoção de carbono e medidas de compensação, que surgem como ferramentas críticas para tirar o carbono da atmosfera.
Esta abordagem reflete os desafios que a indústria da cerâmica e cristalaria enfrentará para se alinhar com a Legislação Europeia do Clima e os objetivos de neutralidade climática, destacando a necessidade de estratégias coordenadas e investimentos contínuos para assegurar uma transição bem-sucedida e socialmente justa.

FIGURA 6
OBJETIVOS E NEUTRALIDADE CLIMÁTICA EM 2050 NA INDÚSTRIA DA CERÂMICA EUROPEIA

1.4. O Imperativo da (RE)Qualificação Profissional
No contexto dos desafios identificados, os setores da cerâmica e cristalaria enfrentam transformações profundas, impulsionadas por dois grandes vetores: a transição digital e a sustentabilidade. A implementação de novas tecnologias e a adaptação a regulamentações ambientais mais exigentes exigem não apenas investimentos financeiros, mas, sobretudo, o desenvolvimento das pessoas e das suas competências. Para manter ou até aumentar a competitividade no cenário internacional, é imprescindível adquirir competências que alinhem o setor com as exigências do futuro.
Conforme destacado por associações europeias dos setores, como a Cerame-Unie e a Glass Alliance Europe , uma transição justa e bem-sucedida só pode ser alcançada ao capacitar os trabalhadores com as habilidades e qualificações necessárias para os perfis de trabalho do futuro. Nesse âmbito, identificar a escassez de competências e garantir um suprimento adequado das mesmas é essencial para ajudar a alcançar os objetivos e ambições do caminho de recuperação, das Estratégias Industriais e das PME da UE, bem como das transições verde e digital.
Estes Imperativos refletem-se assim na necessidade de:
A) (R e)qualificação Contínua: Capacitar a força de trabalho para lidar com mudanças rápidas e complexas, garantindo a sua empregabilidade em novas funções emergentes.
B) Promoção de Competências Verdes e Digitais: Desenvolver habilidades relacionadas à adoção de tecnologias digitais e práticas sustentáveis, que serão cada vez mais centrais nos processos industriais.
C) Investimento em Formação: É essencial que as empresas, em colaboração com políticas públicas, invistam em programas de formação profissional que atendam às novas exigências dos mercados globais.
O futuro dos setores depende, portanto, não apenas da implementação de soluções tecnológicas, mas da criação de um ecossistema onde a qualificação profissional seja tratada como uma prioridade estratégica.

2. Objetivos do Estudo e Metodologia
2.1. Objetivos do Estudo
O presente estudo compreende três objetivos específicos a seguir descritos:
OBJETIVO ESPECÍFICO 1
Mapear os perfis profissionais dos setores da Cerâmica e da Cristalaria
OBJETIVO ESPECÍFICO 2
Dentro de cada perfil, mapear o nível de aptidão atual e requerido no futuro para cada uma das competências críticas: industrial, digital e de consciência ambiental
OBJETIVO ESPECÍFICO 3
Identificar o gap entre o nível de aptidão atual e o necessário no futuro, para cada uma das competências nas profissões mais relevantes nestes setores

2.2. Metodologia
Para atingir os objetivos identificados na secção 2.1 o nosso trabalho foi conduzido em quatro fases principais, nomeadamente, construção de um inquérito, validação e otimização do inquérito, submissão do inquérito a um número alargado de empresas dos setores e finalmente realização de sessões de focus groups , como se apresenta na página seguinte. Efetuámos depois o tratamento e análise dos dados recolhidos para identificação de gaps para cada competência e profissão e produzimos os resultados que se apresentam na Secção 3 .
Os perfis profissionais relevantes para o estudo foram obtidos de CPP2010 [ 2 ], ESCO e Perfis Profissionais do Setor Cerâmico Português [ 3 ], com propostas e validação do CTCV.
As competências do futuro do trabalho foram identificadas nas bases de dados de ”O Futuro do Trabalho em Portugal: “O Imperativo da Requalificação” [ 1 ] e “Estudo para a Empregabilidade (não TIC) no Futuro”. Utilizámos ainda as classificações de referência nacional CPP2010 e da união Europeia, ESCO, que, pela sua importância, a seguir descrevemos.
A) CCPP2010 3 - A Classificação Portuguesa de Profissões 2010 (CPP2010), integrada no quadro internacional (CITP/ISCO/2008), destina-se a substituir a Classificação Nacional de Profissões 1994 (CNP/94) do Instituto do Emprego e Formação Profissional harmonizada com a CITP/1988. A estrutura da CPP/2010 integra todos os níveis (Grande Grupo, Sub-Grande Grupo, Sub-Grupo e Grupo Base) da CITP/2008, constituindo um instrumento fundamental para as estatísticas sobre profissões, quer em termos de observação, análise, consolidação de séries e de coordenação técnica estatística, quer para a comparabilidade estatística a nível europeu e internacional em todos estes níveis comuns.
B) ESCO 4 - ( European Skills, Competences, Qualifications and Occupations ) [ 4 ] é a classificação multilíngue europeia de Skills, Competences e Occupations . A ESCO funciona como um dicionário, ao descrever, identificar e classificar ocupações e habilidades profissionais relevantes para o mercado de trabalho da UE e educação e treino. A ESCO fornece descrições de 3039 perfis profissionais e 13 939 competências vinculadas a essas ocupações, traduzidas para 28 idiomas. O objetivo da ESCO é apoiar a mobilidade profissional em toda a Europa e, portanto, um mercado de trabalho mais integrado e eficiente, oferecendo uma “linguagem comum” sobre perfis profissionais e competências que pode ser usada por diferentes partes interessadas em tópicos de emprego, educação e treino.
3
Instituto Nacional de Estatística - Classificação Portuguesa das Profissões: 2010.Lisboa: INE, 2011. Disponível em: https://www.ine.pt/ xurl/pub/107961853> ISBN 978-989-25-0010-2
4
European Skills, Competences, Qualifications and Occupations (ESCO) https://esco.ec.europa.eu/en/about-esco/what-esco
Fase 1
Construção do Inquérito
Piloto de mapeamento para ser respondido ao nível da empresa
Fase 2
Envio do inquérito piloto a um conjunto restrito de empresas que incluiu todos os subsetores
Descrevem-se seguidamente as várias fases da metodologia mencionadas anteriormente, tendo em atenção que as fases 1 a 3 se referem ao Inquérito às empresas e a fase 4 se refere aos focus groups
A) INQUÉRITO
FASE 1: Efetuou-se a construção de um inquérito piloto de mapeamento para ser respondido ao nível da empresa. Para isso, criou-se um inquérito que permite um mapeamento uniforme de perfis profissionais, com base no CPP2010, nomeadamente, industriais (específicos de cada perfil), digitais e de consciência ambiental (transversais a todos os perfis) e depois efetuou-se um mapeamento uniforme de competências para os perfis identificados com base no ESCO e no CPP2010.
FASE 2: Enviou-se o inquérito piloto a um conjunto restrito de empresas representativas de todos os subsetores, a fim de o mesmo ser validado. Como resultado, melhorou-se o
TABELA 4
Fase 3
Envio do inquérito simplificado para cada subsetor a um número alargado de empresas
Fase 4
Realização de Focus Groups com empresas de cada subsetor
inquérito piloto. Incorporaram-se perfis e competências para cada subsetor que não estavam incluídos no inquérito piloto. Filtraram-se os perfis e competências relevantes para cada subsetor de forma a simplificar o inquérito piloto.
FASE 3: Enviou-se o inquérito validado e simplificado a um número alargado de empresas de cada subsetor, o que permitiu aumentar o nível de representatividade da amostra. A Tabela 4 mostra o perfil dos respondentes com relevância para o estudo.
Em termos de representatividade, os respondentes ao inquérito representam mais de 50% dos trabalhadores da Cristalaria e mais de 11% dos trabalhadores de todo o setor da Cerâmica (ver Tabela 2 para comparação)
PERFIL DOS RESPONDENTES AO INQUÉRITO, COM RELEVÂNCIA PARA O ESTUDO

FASE 4: Realizou-se uma sessão de Focus Groups com empresas representativas de cada subsetor, num total de 17 empresas, e ainda 8 empresas fornecedoras de tecnologia e materiais e 5 entidades de I&D e do consórcio Ecocerâmica. Foram constituídos 7 Grupos com afinidade de atividades e de tecnologia.
Esta atividade permitiu um mapeamento mais fino das necessidades de cada empresa de cada subsetor, ao nível da identificação de perfis profissionais em declínio ( reskilling ) e em ascensão ( upskilling ), das competências críticas transversais e de ambientes de aprendizagem e treino. As sessões de discussão e reflexão conjunta, procuraram identificar respostas para os seguintes quatro desafios:
A) Perfis profissionais em declínio que necessitam de reajuste a novos postos de trabalho ou formas de trabalhar ( reskilling ), criando equipas mais versáteis e mais polivalentes;
B) Perfis profissionais em ascensão que serão relevantes no futuro e para os quais é necessário elevar o desempenho ( upskilling ), criando quadros mais especializados. Constrangimentos com perfis atuais;
C) Competências críticas transversais (digitais, ambientais, energéticas, tecnologias industriais, soft skills ) a adquirir/desenvolver;
D) Ambientes de aprendizagem e treino , nomeadamente novos programas de treino, ou novos formatos de formação mais imersivos, que por um lado facilitem os processos de treino (mais orientados, mais específicos, mais imersivos) e por outro sejam mais atrativos aos mais jovens (e.g., a criação de learning factories ), que representem e simulem ambientes reais, ou programas). Ao mesmo tempo perceber que parcerias? Que infraestruturas? B) FOCUS GROUPS
Os participantes foram organizados em grupos por subsetor ou por afinidade de atividades, o mais homogéneo possível a fim de facilitar o brainstorming ( Figura 7 ). Cada grupo elegeu um orientador/porta-voz. Na sequência do debate, cada grupo preencheu 3 slides com uma grelha de respostas com os seguintes tópicos:
• Top 3 Perfis profissionais em declínio que necessitam de requalificação
• Top 3 Perfis profissionais em ascensão que serão relevantes no futuro
• Top 3 Competências-chave do futuro para cada subconjunto de competências:
- Soft skills
- Digitais
- Consciência ambiental e de sustentabilidade
- Tecnologias industriais
No final, o porta-voz apresentou os resultados do grupo de trabalho num pitch de 8 min por grupo.
Os resultados foram depois cruzados para identificar os perfis mais citados em declínio e em ascensão, bem como as competências transversais (digitais, ambiente, soft skills ) mais citadas e possíveis competências industriais transversalmente relevantes no futuro que se avizinha. Os focus groups apontaram ainda um conjunto de soluções possíveis de implementar de forma transversal em face dos desafios que se aproximam aos subsetores representados. Este método estruturado e iterativo garantiu a recolha de informações detalhadas e pertinentes, fundamentais para apoio ao desenho de estratégias eficazes de qualificação e requalificação profissional nos setores analisados.
EXEMPLO DE BRAINSTORMING SOBRE PERFIS EM DECLÍNIO FONTE: PRODUÇÃO DA EQUIPA

FIGURA 7
3. Apresentação dos Resultados
Esta secção apresenta o mapeamento dos perfis profissionais e das competências, construído a partir dos resultados dos inquéritos e das sessões focus groups . O foco incide sobre relevância atual e relevância no futuro, num horizonte de 10 anos.
O mapeamento dos perfis profissionais divide-se em perfis core (industriais, específicos de cada setor) e perfis transversais (digitais e de consciência ambiental, comuns a todos os setores). O mapeamento das competências digitais desdobra-se em competências industriais, digitais e ambientais ( Figura 8 ).
FIGURA 8
COMPOSIÇÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO


3.1.
Mapeamento dos
Perfis Profissionais
Esta secção dedica-se ao mapeamento detalhado dos perfis profissionais nos setores da cerâmica e cristalaria, dividindo-os em Perfis Core , que estão diretamente ligados às atividades industriais do setor ( Tabela 5 ), e Perfis Transversais , que abrangem competências aplicáveis de forma mais ampla ( Tabela 6 ). Foram identificados nos inquéritos 35 perfis profissionais relevantes, 26 Core e 9 Transversais. A análise, baseada nos resultados do inquérito e dos focus groups , identifica tendências de crescimento e declínio, essenciais para planear a (re) qualificação da força de trabalho.
O tratamento dos dados recolhidos no inquérito e a sistematização das conclusões obtidas nos focus groups permitiram-nos fazer um paralelo entre os Perfis Profissionais dos Setores da Cerâmica e da Cristalaria mais relevantes hoje e aqueles que se espera serem mais relevantes nos próximos 10 anos, o qual detalhamos na Figura 9 .
TABELA 5
PERFIS PROFISSIONAIS CORE RELEVANTES DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO, NOVA SBE / CTCV 2024.
TABELA 6
PERFIS PROFISSIONAIS TRANSVERSAIS RELEVANTES DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO, NOVA SBE / CTCV 2024.
9
PRINCIPAIS CONCLUSÕES SOBRE A EVOLUÇÃO DOS PERFIS PROFISSIONAIS DOS SETORES DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA

Ambos os métodos de recolha de dados, inquéritos e focus groups , convergem em algumas conclusões fundamentais: ( 1 ) o Engenheiro de Processos surge como um dos perfis profissionais core que mais irá crescer e ( 2 ) entre os Perfis Transversais, destaca-se o aumento da relevância de competências ligadas à robótica e à modelação digital/3D, refletindo a pressão pela transformação digital.
3.1.1. Análise aos Perfis
Profissionais Core
Os Perfis Core desempenham um papel central na cadeia de valor da cerâmica e cristalaria, sendo essenciais para a operação diária e a competitividade do setor. A Tabela 7 mostra os perfis profissionais core que os respondentes entendem como mais relevantes dentro dos indicados na Tabela 1 . O perfil Técnico de Manutenção é o único com 100% de relevância, ou seja, relevante para todas as empresas que responderam ao inquérito, sublinhando a sua importância transversal em toda a indústria. O perfil engenheiro de processos, indicado como um dos perfis em ascensão pelo inquérito e focus group , já se demonstra muito relevante (83.3%).
A análise não revelou diferenças significativas entre os subsetores da cerâmica e da cristalaria. Tanto os Perfis Core quanto os Perfis Transversais apresentam homogeneidade nas tendências identificadas, evidenciando que os desafios e oportunidades são amplamente partilhados entre os diferentes subsetores da indústria. A informação detalhada sobre a análise dos subsetores encontra-se disponível no Anexo II.
TABELA 7
RELEVÂNCIA DOS PERFIS PROFISSIONAIS CORE

FIGURA
TABELA 8
PERFIS PROFISSIONAIS CORE COM MAIS TRABALHADORES - EVOLUÇÃO
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
A Tabela 8 evidencia as mudanças previstas no número de trabalhadores em diferentes perfis core até 2030. Tendo em conta a evolução, destacamse os perfis Técnico de Engenharia Industrial, Engenheiro de Processos, e Técnicos de Controlo de Processos Industriais, como os que mais irão crescer. Inversamente, os perfis que irão sofrer a maior contração serão o Oleiro, Soprador de Artigos de Vidro e Cortador de Vidro. Verifica-se uma mudança do foco para perfis com mais aptidões técnicas e digitais.

3.1.2. Análise aos Perfis Profissionais Transversais

Perfis Transversais , apesar de não estarem diretamente relacionados com os processos core de produção, desempenham um papel cada vez mais relevante ao abranger áreas como inovação tecnológica, sustentabilidade e eficiência operacional. Destes, denota-se a relevância do perfil Engenheiro do Ambiente (83.3%), Técnico de Programação (66.7%) e Gestor de Energia/Engenheiro Eletrotécnico (66.7%) ( Tabela 9 ). Por outro lado, observamos uma baixa relevância, atualmente, de perfis emergentes, como o de Modelador 3D (33.3%), Engenheiro Eletrónico (33.3%), e Diretor de Sustentabilidade/ESG (33.3%).
Apesar da baixa relevância atual dos perfis de Modelador 3D, Engenheiro Eletrónico e Diretor de Sustentabilidade/ESG, impulsionados pelas exigências de inovação tecnológica e pela adaptação a regulamentações ambientais mais rigorosas, estes serão dos perfis com mais crescimento até 2030, crescendo 300%, 150% e 100%, respetivamente, em termos de número de trabalhadores ( Tabela 10 ).
O perfil Técnico de Robótica, com um crescimento de 160%, também se apresenta como um dos perfis transversais mais relevantes no futuro, consolidando-se como um dos perfis mais promissores devido à integração crescente de robótica e automação nos processos industriais.
Quando fazemos uma análise subsetorial, cujas conclusões podem ser vistas no Anexo II, verificamos que existe uma forte homogeneidade entre as conclusões associadas ao total das indústrias da Cerâmica e Cristalaria e as conclusões das análises subsetoriais ( Figura 10 ).
TABELA 9
RELEVÂNCIA DOS PERFIS PROFISSIONAIS TRANSVERSAIS

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
FIGURA 10
TABELA 10
PERFIS PROFISSIONAIS TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES - EVOLUÇÃO

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
PERFIS PROFISSIONAIS - PRINCIPAIS CONCLUSÕES SETORIAIS E SUBSETORIAIS

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO, NOVA SBE / CTCV 2024
3.2. Mapeamento das Competências e Identificação das
Necessidades de Upskilling
Esta secção dedica-se ao mapeamento das competências industriais, digitais e ambientais nos setores da cerâmica e cristalaria, identificando o gap entre o nível de aptidão atual e o necessário ao longo da próxima década. Este gap , medido numa escala de 0 (mínimo) a 10 (máximo), indica uma necessidade elevada de upskilling sempre que supera o valor de 3. Esta análise focou-se nos perfis profissionais mais relevantes, identificados no mapeamento anterior. Apresentamos aqui os resultados ao nível de Indústria. Os resultados obtidos ao nível dos subsetores (CAE a 3 dígitos) podem ser consultado no Anexo III.
3.2.1. Resumo dos Resultados e das Recomendações da Indústria
Segundo os resultados do inquérito e as conclusões dos focus groups , as principais competências que necessitarão de desenvolvimento, nas profissões consideradas mais relevantes são as que se apresentam na Figura 11 . De destacar aqui os Soft Skills , que terão uma forte necessidade de desenvolvimento, segundo as conclusões a que se chegou nos focus group
Comparando os resultados entre subsetores e a indústria num todo, denota-se um grau elevado de homogeneidade. A análise detalhada ao nível do subsetor está disponível no Anexo III . Contudo, destacam-se algumas diferenças principais:
A) Competências Industriais:
• No perfil CAE 233 (Fabricação de Produtos Cerâmicos para a Construção): Técnico de Manutenção, será esperada uma proficiência em programar e reprogramar robots atendendo às solicitações do trabalho.
• No perfil CAE 234 (Fabricação de outros Produtos de Porcelana e Cerâmicos não Refratários): Operador de Instalações para o Fabrico de Cerâmica, existe atualmente um gap de 10 no que diz respeito a operar, regular e vigiar processo de conversão, por pulverização, da barbotina em pó de cerâmica.
B) Competências Digitais:
• No subsetor CAE 234 (Fabricação de outros Produtos de Porcelana e Cerâmicos não Refratários), nos perfis Cortador de Vidro e Operador de Instalações para o Fabrico de Cerâmica, a aptidão em resolução de problemas com técnicos será máxima em 2030 e tem uma necessidade elevada de upskiling ( gap superior a 3).
C) Competências Ambientais:
• No subsetor CAE 233 (Fabricação de Produtos Cerâmicos para a Construção) o nível de aptidão nas competências será, no geral, elevado em 2030, e há várias competências com alta necessidade de upskiling
FIGURA 11
COMPETÊNCIAS
QUE NECESSITARÃO DE MAIOR DESENVOLVIMENTO NAS PROFISSÕES MAIS RELEVANTES
FONTE: INQUÉRITO À
INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024 E FOCUS GROUPS

ESTRATÉGIAS PROPOSTAS PARA SUPERAR O GAP DE COMPETÊNCIAS
As iniciativas formativas propostas pela indústria para dar resposta à evolução dos perfis profissionais e aos gaps de competências são as seguintes:
Requalificar e Contratar: A maioria dos grupos recomendou uma combinação de requalificação dos atuais colaboradores com a contratação de novos talentos, dependendo das necessidades específicas de cada empresa.
Utilizar Especialistas Internos e Externos: Os grupos enfatizaram a importância de promover uma abordagem combinada, com especialistas externos para áreas mais gerais ou técnicas e especialistas internos para as necessidades específicas de cada empresa.
Formação Mista: Foi recomendada a implementação de formação mista, combinando ensino à distância, presencial e híbrido, especialmente para áreas técnicas e administrativas.
Criação de Academia de Formação: Todos os grupos sugeriram a criação de uma academia de formação do setor para simular ambientes industriais reais, com foco em áreas específicas como eletromecânica, mecatrónica e automação.
Parcerias com Universidades e Escolas Profissionais: Os grupos recomendaram uma maior colaboração com instituições de ensino superior e escolas técnicas para alinhar a formação com as necessidades reais do setor industrial.
Tecnologias e Inovação: Vários grupos recomendaram o uso de tecnologias emergentes, como realidade virtual e gamificação, para melhorar a capacitação dos colaboradores, bem como cursos focados em IA e descarbonização.
Estas recomendações refletem um foco na flexibilidade e inovação nas práticas de formação e requalificação para enfrentar os desafios futuros nas Indústrias da Cerâmica e da Cristalaria.
O mapeamento das competências evidencia a importância de um esforço coordenado e estratégico para colmatar os gaps identificados.
As iniciativas formativas propostas visam garantir a sustentabilidade e a competitividade dos setores da cerâmica e cristalaria, equipando os trabalhadores com as aptidões industriais, digitais e ambientais necessárias para enfrentar os desafios da transição digital e sustentável.
Estas recomendações refletem um foco na flexibilidade e inovação nas práticas de formação e requalificação para enfrentar os desafios futuros nas indústrias de cerâmica e cristalaria.

3.2.2. Análise
Industriais
das Competências
A análise das competências industriais evidencia uma necessidade significativa de upskilling em vários perfis profissionais do setor da cerâmica e cristalaria. A Tabela 11 apresenta o nível de aptidão necessário para os próximos 10 anos e os gaps associados às competências mais críticas.
O perfil Oleiro é o que apresenta um maior número de competências com necessidade de upskilling (6), destacandose a competência relacionada com trabalho ergonómico, que tem um gap de 5 — o mais elevado entre todos os perfis analisados. Outras competências, como inspeção da qualidade dos produtos e gestão de materiais cerâmicos, possuem um gap de 3, refletindo a necessidade de formação técnica e prática.
De seguida, o perfil Engenheiro Industrial e de Produção possui 3 competências com necessidade elevada de upskilling . A mais crítica é a capacidade de realizar pesquisas científicas, com um gap de 3,5, seguida da competência para acompanhar a transformação digital dos processos industriais, com um gap de 3.
As profissões “Técnicos de Controlo de Processos Industriais” e “Engenheiro de Processos” têm, cada um, uma competência com alta necessidade de upskilling , relacionadas com, respetivamente, a manutenção de registos de progresso do trabalho, com um gap de 3 e a utilização de software de desenho técnico também com um gap de 3.
11
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE - PROFISSÕES COM MAIS GAPS

TABELA
3.2.3. Análise
das Competências Digitais
FIGURA 12
QUADRO DE REFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS UTILIZADO NESTE ESTUDO

FONTE: QUADRO DINÂMICO DE REFERÊNCIA DE COMPETÊNCIA DIGITAL PARA PORTUGAL (INCODE.2023) 2019 COORDENADO POR JOÃO DUARTE E TAXANOMIA DE PROFISSÕES DO MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE 2019
A análise das competências digitais baseou-se no “Framework de Competências Digitais segundo o Quadro Dinâmico de referência de competência digital para Portugal (INCoDe.2023), coordenado por João Duarte, e na “Taxanomia de profissões do McKinsey Global Institute 2019”. Tendo em conta estes referenciais, as competências digitais são avaliadas de acordo com os temas e respetivos conteúdos detalhados na Figura 12
Como resultado da análise do inquérito produzimos a Tabela 12 , a qual apresenta os principais gaps entre hoje e 2030 no que toca a competências digitais, de acordo com o quadro de referência aplicado, e considerando as profissões relevantes.
TABELA 12
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - PRINCIPAIS GAPS ENTRE HOJE E 2030

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024.
Como se pode observar, a maioria dos perfis profissionais necessita de upskilling em diversas áreas de competências digitais, nomeadamente:
A) Literacia Digital e da Informação: A competência com maior necessidade de upskilling é a análise de dados e estatística ( gap médio: 1,93), sendo crítica para vários perfis ligados à produção e controlo de processos.
B) Sistemas Inteligentes: A operação de dispositivos com interfaces digitais apresenta um gap médio elevado (1,79), destacando a necessidade de preparar os profissionais para trabalhar com tecnologias avançadas.
A Tabela 13 apresenta o gap médio para cada uma destas áreas, com destaque para a análise de dados e estatística (1,93), operação de dispositivos com interfaces digitais (1,79), e código de conduta em ambiente digital (1,71). De notar que ter conhecimentos de programação é a competência com o menor gap médio (0,14).
C) Comunicação e Colaboração: O código de conduta em ambiente digital (gap médio: 1,71) surge como uma prioridade, refletindo a importância de sensibilizar os trabalhadores para boas práticas no uso de ferramentas digitais.
D) Segurança e Privacidade: As competências de proteção de dispositivos e proteção de dados pessoais foram destacadas como essenciais, principalmente com o aumento da digitalização e conectividade nas indústrias.

TABELA 13 RANKING DO GAP DAS COMPETÊNCIAS DIGITAIS
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024.
3.2.4. Análise das Competências Ambientais
A análise das competências ambientais baseou-se em sete competências chave, retirado de ESCO, com foco na sustentabilidade e no impacto ambiental ao longo do ciclo de vida dos produtos ( Figura 13 ).
As respostas ao inquérito permitiram identificar as necessidades de upskilling em todos os perfis profissionais relevantes, considerando o cenário atual e o nível de aptidão exigido até 2030. A Figura 14 mostra os níveis de aptidão que se estima serem requeridos no futuro, bem como se salienta, com a linha vermelha, aqueles em que o gap é igual ou maior que 3.
13
MAPA DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS RELEVANTES PARA OS SETORES DA CERÂMICA E CRISTALARIA


INQUÉRITO
A Tabela 14 apresenta os principais gaps entre hoje e 2030 no que toca a competências ambientais, de acordo com o mapeamento proposto e considerando as profissões relevantes. Como é possível observar, a maioria dos perfis profissionais apresenta gaps em quase todas as competências ambientais avaliadas. Conhecer as ferramentas e técnicas de avaliação de sustentabilidade é uma competência crítica no futuro próximo, com alta necessidade de upskilling em
múltiplos perfis, especialmente para funções mais técnicas e estratégicas. De fato, os perfis técnicos e operacionais apresentam gaps em áreas como noção da pegada de carbono e ferramentas de avaliação de sustentabilidade. Já perfis como engenheiros de processos, enfrentam maiores desafios na escrita e leitura de relatórios de sustentabilidade, indicando a necessidade de formação mais robusta em comunicação e análise ambiental.
FIGURA
FIGURA 14
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS VERSUS PROFISSÕES RELEVANTES – NÍVEL DE APTIDÃO FUTURA
FONTE:
Na Tabela 15 podemos observar o ranking dos gaps ambientais médios, com especial destaque para “Conhecer as ferramentas e técnicas de avaliação de sustentabilidade” (2.28), destacando-se como uma prioridade para programas de upskilling em diversos setores. “Ter conhecimento de legislação de fabricação sustentável” apresenta um gap médio
de 1.97 e aparece como o segundo maior gap , o que sugere que a conformidade regulatória e as práticas de produção sustentáveis são áreas críticas a serem trabalhadas . Por fim, “ter noção da pegada de carbono” (1.83), ocupa o terceiro lugar, indicando um gap na compreensão dos impactos das operações sobre o clima.
TABELA 14
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS VERSUS PROFISSÕES RELEVANTES - PRINCIPAIS GAPS ENTRE HOJE E 2030

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
TABELA 15
RANKING DO GAP DAS COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
4. Conclusões e Recomendações
Este estudo apresentou uma caracterização abrangente das indústrias da cerâmica e da cristalaria, bem como um mapeamento detalhado dos perfis profissionais e das competências requeridas para o presente e para o futuro. As análises realizadas permitiram identificar os principais desafios que este setor enfrentam e delinear soluções para lhes dar respostas.
AS PRINCIPAIS CONCLUSÕES SÃO:
Transformação Digital e Sustentabilidade como Prioridades Centrais
A integração de práticas digitais e sustentáveis é indispensável para atender às necessidades crescentes do mercado e às regulamentações ambientais. O setor enfrenta uma forte pressão para implementar soluções tecnológicas e sustentáveis de forma acelerada.
Necessidade de Requalificação Contínua
Há gaps nas competências industriais, digitais e ambientais que exigem intervenções educacionais focadas.
Ações para Manter a Competitividade Global
Para manter a relevância no mercado internacional, é imperativo que o setor da cerâmica e cristalaria invista em inovação e na adoção de práticas de excelência operacional. Adicionalmente, a integração de competências digitais, ambientais e soft-skills será fundamental para manter a competitividade no mercado global.
Parcerias Estratégicas
Parcerias com instituições de ensino são cruciais para alinhar a formação com as necessidades da indústria.
As conclusões destacadas acima sublinham a urgência de ações estratégicas para responder aos desafios identificados. A combinação de investimento em competências, inovação tecnológica e sustentabi lidade será fundamental para moldar um futuro promissor para o setor.
NESTE CONTEXTO, FORAM ESTRUTURADAS AS SEGUINTES RECOMENDAÇÕES:
2.
• Promover a simulação de ambientes industriais reais. 1.
Requalificação Contínua
• Desenvolver cursos generalistas em soft-skills , sustentabilidade e tecnologias emergentes como IA, robótica e automação.
• Desenvolver e implementar cursos especializados e customizados para técnicos de manutenção, engenheiros de processos e áreas industriais críticas.
Formação Mista de Ensino
• Criar programas de ensino híbrido que combinem presencial e à distância.
• Adotar tecnologias imersivas como realidade virtual e gamificação para tornar o ensino mais imersivo e atrativo.
3.
Parcerias com Instituições de Ensino
• Estabelecer colaborações sólidas com instituições de ensino superior e escolas profissionais para a cocriação de currículos que atendam às necessidades específicas das indústrias da cerâmica e cristalaria.
• Garantir que as competências digitais, ambientais e comportamentais sejam integradas nos programas educacionais.
4.
Criação de uma Academia de Formação
• Que implemente a flexibilidade necessária e as inovações pedagógicas.
• Que estabeleça a ligação entre as instituições de ensino e as empresas.
• Que centralize as necessidades do setor com o objetivo de contribuir para a angariação de fundos públicos para financiar a formação da força de trabalho do setor.
Estas recomendações, se colocadas em prática, vão assegurar a infraestrutura necessária para que as empresas se adaptem às novas exigências do mercado e permaneçam competitivas no cenário internacional.
Anexos

ANEXO I:
OS SETO RES DA CE RÂMICA E DA CRISTALARIA DETALHADOS POR CAE
A Tabela 16 detalha os subsetores da Cerâmica e da Cristalaria que constituíram a base de trabalho e o foco do presente Estudo.
TABELA 16
CAES DOS SETORES DA CERÂMICA E DO VIDRO
C - INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS
23 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS
231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO
2311 FABRICAÇÃO DE VIDRO PLANO
23110
Compreende a fabricação de vidro plano liso, aramado ou não, colorido ou incolor e de vidro impresso, aramado ou não, colorido ou incolor.
2312 MOLDAGEM E TRANSFORMAÇÃO DE VIDRO PLANO
23120
Compreende a fabricação de: vidros de segurança, temperados ou laminados; espelhos; vidros isolantes e vidros biselados ou trabalhados de outro modo.
2313 FABRICAÇÃO DE VIDRO DE EMBALAGEM E CRISTALARIA (VIDRO OCO)
23131 FABRICAÇÃO DE VIDRO DE EMBALAGEM
Compreende a fabricação de garrafões, garrafas, frascos, boiões, vasos, embalagens tubulares, ampolas e outros recipientes de vidro próprios para transporte ou embalagem. Inclui a fabricação de rolhas e tampas de vidro
23132 CRISTALARIA
Compreende a fabricação de objetos de vidro para serviço de mesa, cozinha, toucador, escritório, ornamentação de interiores, obtidos por processos automáticos, semiautomáticos ou manuais.
2314 FABRICAÇÃO DE FIBRAS DE VIDRO
23140
Compreende a fabricação de: fibras de vidro para “isolamento” a granel, em manta, em painéis e similares; fibra de vidro “têxtil” em mats, novelos (rovings) ou mechas; fibras óticas e de lã de vidro.
2319
FABRICAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE OUTRO
VIDRO (INCLUI VIDRO TÉCNICO)
23190
Compreende a fabricação de: artefactos de vidro para laboratório, higiene e farmácia; válvulas de vidro, vidros para relógios e vidros de ótica não trabalhados opticamente; isoladores e peças isolantes; varões e tubos; blocos, placas, ladrilhos e outros artefactos de vidro, prensado ou moldado para a construção; e artefactos de vidro para ornamentação. Inclui vitrais e decalques em vidro
232 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS
REFRACTÁRIOS
2320
23200
Compreende a fabricação de produtos refratários moldados a partir de qualquer base e qualquer que seja o fim do produto (construção, isolamento, laboratório, etc.) e de produtos refratários não moldados (argamassas, cimento, betões, indutos bem como outras misturas preparadas). Inclui também a fabricação de produtos calorífugos (obtidos a partir de farinhas siliciosas fósseis) e de produtos que contenham magnesite, dolomite ou cromite.
233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO
2331 FABRICAÇÃO DE AZULEJOS, LADRILHOS, MOSAICOS E PLACAS DE CERÂMICA
ANEXO I: OS SETO RES DA CE RÂMICA E DA CRISTALARIA DETALHADOS POR CAE
23311 FABRICAÇÃO DE AZULEJOS
Compreende a fabricação de azulejos (material cerâmico vidrado para revestimento), assim como a sua pintura.
23312 FABRICAÇÃO DE LADRILHOS, MOSAICOS E PLACAS DE CERÂMICA
Compreende a fabricação de ladrilhos, mosaicos e placas cerâmicas obtidas por prensagem (vidradas ou não) para pavimentação e revestimento
2332 FABRICAÇÃO DE TIJOLOS, TELHAS E DE OUTROS PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO
23321 FABRICAÇÃO DE TIJOLOS
23322 FABRICAÇÃO DE TELHAS
23323 FABRICAÇÃO DE ABOBADILHAS
23324 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO
Compreende a fabricação de tubos, canalizações, elementos de chaminés e de outros artigos não refratários de barro para a construção.
234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRACTÁRIOS
2341 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS CERÂMICOS DE USO DOMÉSTICO E ORNAMENTAL
23411 OLARIA DE BARRO
23412 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE USO
DOMÉSTICO DE FAIANÇA, PORCELANA E GRÉS FINO
Compreende a fabricação de louça de mesa (para uso doméstico e hotelaria) e de artigos de uso doméstico (boiões, marmitas, cinzeiros, etc.) ou de toucador (frascos, saboneteiras, esponjeiras, etc.), de porcelana, faiança e grés fino.
23413 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE ORNAMENTAÇÃO DE FAIANÇA, PORCELANA E GRÉS FINO
Compreende a fabricação de artigos cerâmicos de ornamentação (estatuetas, vasos, etc.) de porcelana, faiança e grés fino.
23414 ACTIVIDADES DE DECORAÇÃO DE ARTIGOS
CERÂMICOS DE USO DOMÉSTICO E ORNAMENTAL
Compreende a decoração de artigos cerâmicos para uso doméstico (pratos, travessas, tigelas, chávenas, etc.) e para ornamentação (estatuetas, vasos, etc.).
2342 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS CERÂMICOS PARA USOS SANITÁRIOS
23420
Compreende a fabricação de artigos fixos para usos sanitários, de porcelana, faiança e grés fino.
2343 FABRICAÇÃO DE ISOLADORES E PEÇAS ISOLANTES EM CERÂMICA
23430
Compreende a fabricação de isoladores e peças isolantes de cerâmica para instalações elétricas.
2344 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS EM CERÂMICA PARA USOS TÉCNICOS
23440
Compreende a fabricação de produtos cerâmicos para laboratórios e para usos químicos ou industriais. Inclui válvulas de materiais cerâmicos.
2349 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS CERÂMICOS NÃO REFRACTÁRIOS
23490
Compreende a fabricação de recipientes de cerâmica próprios para transporte ou embalagem de produtos e de outros artigos cerâmicos não compreendidos nas posições anteriores.
ANEXO II:
ANÁ LISES SUBSETORIAIS DOS PERFIS PROFISSIONAIS DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA, POR CAE
Neste anexo, apresentam-se os mapeamentos dos perfis profissionais detalhados por CAE a três dígitos e por perfil profissional, para os subsetores, com base nas respostas ao Inquérito à Indústria da Cerâmica e do Vidro NOVA SBE / CTCV 2024.
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO
TABELA 17
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - RELEVÂNCIA DOS PERFIS PROFISSIONAIS CORE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 18
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO: PERFIS
PROFISSIONAIS CORE COM MAIS TRABALHADORES, ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 19
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - OCUPAÇÕES CORE COM MAIS TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 20
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - OCUPAÇÕES CORE COM MAIS CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 21
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - RELEVÂNCIA DO PERFIL PROFISSIONAL TRANSVERSAL
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 22
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO

TABELA 23
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 24
CAE 231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 25
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS
PARA A CONSTRUÇÃORELEVÂNCIA DOS PERFIS PROFISSIONAIS CORE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024 CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA

TABELA 26
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS
PARA A CONSTRUÇÃO –PERFIS PROFISSIONAIS CORE COM MAIS TRABALHADORES, ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 27
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS
PARA A CONSTRUÇÃO –PERFIS PROFISSIONAIS CORE COM MAIS
TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 28
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS
PARA A CONSTRUÇÃOPERFIS PROFISSIONAIS CORE COM MAIS
CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 29
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO - RELEVÂNCIA DO PERFIL PROFISSIONAL TRANSVERSAL
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
TABELA 30
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
TABELA 31
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024 CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS



TABELA 32
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃOOCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO

CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS
TABELA 33
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOSRELEVÂNCIA DOS PERFIS PROFISSIONAIS CORE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 34
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS
NÃO REFRATÁRIOSOCUPAÇÕES CORE COM MAIS TRABALHADORES ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024 CAE 234 FABRICAÇÃO DE

TABELA 35
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOSOCUPAÇÕES CORE COM MAIS TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 36
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOSOCUPAÇÕES CORE COM MAIS CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 37
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS - RELEVÂNCIA DO PERFIL PROFISSIONAL TRANSVERSAL
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 38
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES ATUALMENTE
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS

TABELA 39
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS - OCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS TRABALHADORES EM 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 40
CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOSOCUPAÇÕES TRANSVERSAIS COM MAIS CRESCIMENTO ESPERADO ATÉ 2030
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

ANEXO III: ANÁLISES SUBSETORIAIS DAS COMPETÊNCIAS REQUERIDAS NA INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DA CRISTALARIA, POR CAE
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO
TABELA 41
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO
E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) – OPERADOR DE INSTALAÇÕES PARA O FABRICO DE CERÂMICA –CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 42
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) – TÉCNICO DE MANUTENÇÃO – CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024


TABELA 43
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO
E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) –ENGENHEIRO DE PROCESSOS – CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 44
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO
E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) – TÉCNICOS DE CONTROLO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS –CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024


TABELA 45
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO - CAE 233

FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 46
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - PRINCIPAIS GAPS ENTRE HOJE E 2030 - CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 47
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO - CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 48
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS
AMBIENTAIS X PROFISSÕES
RELEVANTES - PRINCIPAIS
GAPS ENTRE HOJE E 2030CAE 233
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024
CAE 233 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A CONSTRUÇÃO

CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS
TABELA 49
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS
INDUSTRIAIS) – OPERADOR DE INSTALAÇÕES PARA O FABRICO DE VIDRO – CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024


TABELA 50
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO
E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) – OLEIRO –CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 51
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA
DESEJÁVEL NO FUTURO E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) – OPERADOR DE INSTALAÇÕES PARA O FABRICO DE CERÂMICA –CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024


TABELA 52
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO E OS PRINCIPAIS GAPS VS HOJE (COMPETÊNCIAS INDUSTRIAIS) –ENGENHEIRO INDUSTRIAL E DE PRODUÇÃO – CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 53
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO - CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024


CAE 234 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRATÁRIOS
TABELA 54
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - PRINCIPAIS GAPS ENTRE HOJE E 2030 - CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 55
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - NÍVEL DE PROFICIÊNCIA DESEJÁVEL NO FUTURO - CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

TABELA 56
MATRIZ DE COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS X PROFISSÕES RELEVANTES - PRINCIPAIS GAPS ENTRE HOJE E 2030 - CAE 234
FONTE: INQUÉRITO À INDÚSTRIA DA CERÂMICA E DO VIDRO NOVA SBE / CTCV 2024

Bibliografia
[1] J. B. Duarte, P. Brinca e J. Gouveia de Oliveira, “ O Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo da Requalificação ”, NOVA SCHOOL OF BUSINESS; CIP, CARCAVELOS, 2019.
[2] Cerame-Unie, The European Ceramic Industry Association, “ Ceramic Roadmap to 2050, continuing our path towards climate neutrality ”, Cerame-unie, 2022.
[3] Instituto Nacional de Estatística, Classificação Poortuguesa das Profissões , Lisboa: INE, 2011, 2010.
[4] APICER – Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica e de Cristalaria, Perfis Profissionais do Setor Cerâmico Português , APICER, 2015.
[5] European Union, “ European Skills, Competences and Occupations ”, [Online]. Available: https://esco.ec.europa.eu/en/about-esco/what-esco. [Acedido em 9 06 2024].






