Revista do CRMRR - 50 anos

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ÍNDICE Diretoria

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Conselheiros

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Expediente

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Editorial

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Medicina Antes do Século 21

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Artigo - Conselhos Médicos e Seus Códigos

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De Curandeiros e Freiras a Chegada de Médicos

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Primeiros Hospitais

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Primeiros Médicos

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Décadas de Transformação

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Hospitais de Roraima

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Médicos que Fizeram História

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Participação na Política

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Conselhos de medicina no Brasil

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Atribuições do CRM

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Breve Histórico dos Presidentes do CRM-RR

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As Mulheres e a Medicina

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Primeira Turma de Medicina de Roraima

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Vertentes de Atuação do CRM-RR

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Túnel do Tempo

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50 Primeiros Inscritos

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Diretoria - Mandato de abril de 2016 a setembro de 2018.

Presidente Blenda Avelino Garcia

1º Vice-presidente Alexandre de Magalhães Marques

2º Vice-presidente Rosa de Fátima Leal de Souza 1ª Secretária Marilza Bezerra Martins 2º Secretário Edson Rodrigues Bussad Tesoureiro Domingos Sávio Matos Dantas Corregedor Marcelo Henrique de Sá Arruda Sub-Corregedor Ricardo Augusto Iosimuta Loureiro 4


Conselheiros - Mandato outubro 2013 a setembro de 2018.

Conselheiros Efetivos

Conselheiros Suplentes

ALEXANDRE DE MAGALHÃES MARQUES ANTÔNIO CARLOS SANSEVERO MARTINS

ALBERTO IGNÁCIO OLIVARES OLIVARES ALEXANDRE RIBAS KLIPPEL

ANETE MARIA BARROSO DE VASCONCELOS

ÁLVARO TÚLIO FORTES

BLENDA AVELINO GARCIA

AURINO JOSÉ DA SILVA

CRISTIANE GRECA DE BORN

ANA PAULA NEVES ARAUJO

DENISE MORETH DE SANTANA

BRUNO FIGUEIREDO DOS SANTOS

DOMINGOS SÁVIO MATOS DANTAS

CLEYTON SAMPAIO BARBOSA ELANA FAUSTINO DE ALMEIDA

DÉBORA MAIA DA SILVA

EDSON RODRIGUES BUSSAD

FRANCINÉA RODRIGUES DE MOURA

FABRÍCIO LESSA LORENZI

HÉLIO SILVA R. DE MACEDO (in memorian)

JOSÉ NUNES DA ROCHA

HELOÍSA JANE BINI BANHARA

LUIZ EVANDRO SENA

JOSÉ ANTÔNIO DO NASCIMENTO FILHO

MARCELO HENRIQUE DE SÁ ARRUDA

LAERTH MACELLARO THOMÉ

MARENY DAMASCENO DE SOUSA

MAGNÓLIA DE SOUSA MONTEIRO ROCHA

MARCOS ANTÔNIO CHAVES CAVALCANTI DE AL-

MARIA HORMECINDA A. DE SOUZA CRUZ

BUQUERQUE MARCIA MARQUES MONTEIRO

PAULO ROBERTO DE LIMA

MARILZA BEZERRA MARTINS

ROSA DE FÁTIMA LEAL DE SOUZA RICARDO AUGUSTO IOSIMUTA LOUREIRO RAIMUNDO JÚNIOR PRADO VITOR MANUEL MONTENEGRO DA COSTA

NIETE LAGO MODERNELL SAMANTA HOSOKAVA DIAS NÓVOA ROCHA SANDRA MARIA LACERDA FERNANDES

- EXPEDIENTE Coordenação geral: Wirlande Santos da Luz Coordenação Editorial: Marta Gardênia Barros – DRT/ RR 502 Revisão de Conteúdo: Blenda Avelino Garcia e Rosa Leal Pesquisa História e Documental: Marta Gardênia Barros, Sorahyda Alencar, Ana Caroline Silva Entrevistas: Marta Gardênia Barros Redação: Marta Gardênia Barros e Ozieli Ferreira Revisão: Vera Barreto Fotografia: Girnei Araújo / shutterstock Projeto Gráfico, diagramação e tratamento de imagens: Lidiane Santos

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EDITORIAL

CRM-RR

50 Anos de História

O Conselho Regional de Medicina de Roraima completa 50 anos. Tive a honra de ser convidado pela atual diretoria e corpo de conselheiros para escrever este editorial da revista comemorativa dos 50 anos do nosso CRM. Apesar da lei 3.268, sancionada pelo médico mineiro urologista e presidente da República Federativa do Brasil Juscelino Kubitschek, que criou os Conselhos de Medicina, ter entrado em vigor em 1957, somente em 12 de maio de 1966 foi instalado o nosso Conselho Regional, pelo médico Alberto Pimentel Cardoso, Dr. Alberto Pimentel Cardoso, ou Dr. Cardoso, como era conhecido. Foi nosso primeiro presidente e detentor do CRM-RR nº 01. Do primeiro corpo de conselheiros à diretoria atual, presidida pela ilustre Conselheira Blenda Avelino Garcia, terceira mulher a presidir a entidade, passou pela presidência do CRM-RR quinze ilustres médicos. Cada um, ao seu modo, deixou sua marca administrativa indelével para a medicina roraimense. Atuando em parceria e por um interesse comum em defesa da sociedade com o Conselho Federal de Medicina, Sindicato dos Médicos e com o Ministério Público Estadual, o CRM-RR vem se fortalecendo a cada dia, conquistando a confiança dos médicos, das entidades públicas e da sociedade roraimense. Mostra com um trabalho sério, que longe de ser um órgão corporativista, meramente fiscalizador ou julgador, é uma instituição que defende a qualidade dos serviços de saúde e da medicina no Brasil. Após sua instalação, com nossa instituição funcionando em espaços físicos precários, hora em sa-

las dentro de repartições públicas, hora no próprio consultório dos presidentes, chegou um momento em que sentimos a necessidade de termos um espaço físico próprio e adequado. Nessa trajetória passamos por salas alugadas, pequenos prédios próprios até que com a parceria do Conselho Federal de Medicina, na gestão do ilustre presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, veio então à execução de um projeto arquitetônico belíssimo que se transformou na Casa do Médico, local onde hoje realizamos todas as nossas atividades como órgão cartorial, supervisor, normatizador, disciplinador, fiscalizador e julgador da atividade profissional médica no Estado de Roraima, além da Educação Médica Continuada, atividade de maior importância para a formação e qualificação dos nossos médicos. Por termos em nosso corpo de Conselheiros vários professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Roraima, nossa sede se transformou também na casa dos acadêmicos de medicina do Estado. Em nossa sede, eventos das diversas Ligas Acadêmicas e da Residência Médica são realizados com todo conforto, logística e com o apoio incondicional dos nossos competentes funcionários. Não podemos deixar de lembrar a importância que teve as Casas dos Estudantes Roraimenses em Belém-PA e Manaus-AM para os primeiros médicos roraimenses. Muitos jovens queriam cursar medicina, mas por não termos o curso em Roraima – até a década de 1970 só tínhamos formação escolar até o segundo grau – era necessário o deslocamento desses jovens, a maioria de famílias pobres, para outros centros. Nesse aspecto foi de fundamental importância a Casa dos Estudantes de Roraima para a formação dos primeiros médicos filhos da terra. Após a formação acadêmica, estes jovens médicos voltaram para Boa Vista, se inscreveram no CRM-RR e aqui iniciaram a vida profissional, tendo nove deles se tornado presidente do nosso Egrégio Conselho Regional de Medicina.

“O CRM-RR vem mostrando, com um trabalho sério, que longe de ser um órgão corporativista, é uma Instituição que defende a boa qualidade dos serviços de saúde, do ensino médico e age em defesa da sociedade”.

Wirlande Santos da Luz Conselheiro Federal – RR 6


“Lição de Anatomia” -1632 - Quadro do pintor Rembrant

Corta, estica e puxa

A medicina antes do século 21

Nos tempos antigos, o conhecimento da medicina era mais instintivo do que documentado, os utensílios e recursos como esterilização e anestesia eram meras sugestões. Também não havia um lugar próprio para deixar as pessoas que ficavam doentes e que precisassem de cuidados. Documentos que remontam há 3000 anos A.C. comprovam o exercício da medicina entre os assírio-babilônicos. Esta profissão era regulamentada pelo Código de Hamurabi, que data de 2.250 anos A.C. Mas não há comprovação alguma que indique onde essa prática era concretizada e como era realizado o atendimento, apesar do historiador Heródoto comentar, em sua obra, sobre a existência de um suposto mercado, para onde os enfermos eram transportados para terem suas dores diagnosticadas. A criação dos hospitais foi estimulada principalmente pelo aprimoramento do aprendizado da Medicina e pela evolução das obras sanitá-

rias. Um exemplar dos hospitais construídos em terras islâmicas, durante a Idade Média, é o do Cairo, edificado em 1283. Nele havia enfermarias distintas para pacientes com lesões, os que já estavam em recuperação, as mulheres, os doentes da visão, e assim por diante. Um médico administrava o complexo com a ajuda de outros profissionais. Homens e mulheres, na tarefa da enfermagem, assessoravam o atendimento. Desenvolvimento da medicina na História Os povos da antiguidade, como os egípcios, já realizavam operações complexas, fato que comprova grande desenvolvimento e inteligência desse povo. Os gregos foram os pioneiros no estudo dos sintomas das doenças. Eles tiveram como mestre Hipócrates (considerado até hoje o pai da medicina). Outro povo que teve também um grande conhecedor da medicina foi o 7


povo romano. Galeno era grego, mas morava em Roma. No período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI) houve um grande avanço da medicina. Movidos por uma grande vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças através de estudos científicos e testes de laboratório. Contudo, no século XVII, William Harvey fez uma nova descoberta: o sistema circulatório do sangue. A partir daí, os homens passaram a compreender melhor a anatomia e a fisiologia. No século XIX todo o conhecimento ficou mais apurado após a invenção do microscópio acromático. Com esta invenção, Louis Pasteur conseguiu um enorme avanço para medicina, ao descobrir que as bactérias são as responsáveis de grande parte das doenças. A medicina atual dispõe de inúmeras drogas capazes de curar, controlar e até mesmo de evitar inúmeras doenças. Aparelhos eletrônicos sofisticados são capazes de fazer um diagnóstico apurado, passando informações importantes sobre o paciente. Os avanços nesta área são rápidos e possibilitam uma vida cada vez melhor para as pessoas. Práticas médicas no Brasil colonial A vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, deu início a uma série de transformações profundas na colônia, que se tornou, a partir de então, o centro do império lusitano. É nesse contexto que surgem instituições importantes como a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia e são criadas as Escolas de Cirurgia da Bahia e do Rio de Janeiro, que viabilizaram o processo de institucionalização da medicina no país. Até o princípio do século 19, as práticas de cura na América portuguesa eram realizadas por diferentes personagens ligados a esse tipo de exercício. Cirurgiões barbeiros, boticários, sangradores, curandeiros e feiticeiros, ocupavam o espaço aberto pela falta de médicos, que eram uma raridade na colônia. Imediatamente após a chegada do rei, sentiu-se a necessidade da criação de estrutura de ensino capaz de fazer frente à absoluta falta de médicos para atender os recém-chegados. A pronta resposta do Príncipe Regente, futuro D. João VI, ocasionou a criação, pela Carta Régia 8

de 18 de fevereiro de 1808, da Escola de Cirurgia da Bahia, que começou funcionando nas dependências do Hospital Militar. Fato semelhante ocorreu no Rio de Janeiro, motivado por igual necessidade em outros setores da administração colonial. Poucos meses depois da chegada da corte ao Rio de Janeiro, aumentou muito a pressão para reestruturar, com maior autonomia, várias repartições públicas para que pudessem suprir as dificuldades impostas pelo distanciamento metropolitano. Assim, passaram a funcionar, no Brasil, algumas repartições que só existiam anteriormente em Portugal, como a Junta de Comércio, Junta da Agricultura, Fábrica e Navegação do Brasil, a Real Fábrica de Pólvora e também a Escola Anatômica e Cirúrgica. Apesar da valorização dos hospitais militares para a instalação dos primeiros núcleos de ensino da Medicina, o Brasil só teve o seu corpo de saúde no Exército em 1849. Entretanto, desde muito cedo, na experiência colonial, os médicos e cirurgiões-barbeiros que atendiam os militares feridos, estavam organizados como agregados às tropas e, mesmo sem patente, tinham remuneração regular, o que, certamente, contribuiu para a organização precoce dos hospitais militares. Foi inaugurado, desse modo, com o rei utilizando os médicos recém-chegados e os hospitais militares, o ensino da Medicina no Brasil. Tudo feito rapidamente para formar as bases da assistência médica para D. João, D. Maria I, D. Carlota Joaquina e seus sete filhos, acrescidos dos quinze mil refugiados que vieram nas trinta e seis embarcações escoltadas pelos navios ingleses.


ARTIGO

Conselhos Médicos e seus Códigos*

Pois não somos tocados por um sopro do ar que foi respirado antes? Não existem, nas vozes que escutamos ecos das vozes que emudeceram? (...) Se é assim, existe um encontro marcado entre as gerações precedentes e a nossa... **Walter Benjamin

O artigo aqui desenvolvido articula elementos do passado, com minha percepção sobre o assunto - Códigos de Ética - sem a pretensão de preencher vazios deixados pela ***Historia Oficial quer do Conselho Federal de Medicina - CFM – e/ou de seus Conselhos Regionais. Os Códigos são tão antigos quanto a história da humanidade. Assim, podemos citar os Códigos da Mesopotâmia Sumérica: Estela dos Abutres (2.450 a.C), Urukagina de Lagash (2350 a.C), Ur-Nammu (2010), Eshnunna (1930 a.C), Hamurabi (1.792 a.C). Qualquer que seja a época e a forma com que se apresente, um Código de Conduta tem por finalidade apresentar os princípios que determinado grupo de pessoas deverá utilizar como referência para suas ações. Inversamente, estes mesmos princípios também servirão como recurso para avaliar e julgar as ações desse grupo em relação à sociedade, isto é, se tais ações estão ou não em conformidade com o Código. Segundo Benavides & Antón, por se tratar de um instrumento que visa a dar indicações a uma determinada prática, existe uma enormidade de Códigos, dentre os quais, aquele direcionado ao exercício profissional, conhecido por Código Deontológico ou Código dos Deveres Profissionais. Habitualmente denominado de Código de Ética Profissional, um Código Deontológico se refere a um Código de Conduta, cuja função consiste em fornecer elementos para moldar, regulamentar as relações entre os profissionais e entre estes e a sociedade, com vistas à harmonia de uma ordem social. Na Medicina um dos primeiros documentos relacionados à Ética encontra-se num antigo manuscrito Ayurveda onde os estudantes de medicina são encorajados a trilhar um caminho de compromisso para com seus deveres. Também o Código de Hamurabi a que nos referimos acima, atualmente exposto no museu do Louvre, em Paris, apresenta inúmeros artigos sobre normas de conduta da Ética Médica.

Mas é o Juramento de Hipócrates o grande marco das normas de conduta médica, tanto assim que já no século VII d.C. inspirou a redação do Sefer Refluót (Livro das Medicinas) conhecido também como o Juramento de Asaf (Asaf ben Berahya), o trabalho médico mais antigo escrito no idioma hebraico com o propósito de nortear condutas na prática médica. Depois de Hipócrates é ao médico inglês Tomas Percival que devemos a mais significativa contribuição à Ética Médica quando em 1803 fez publicar um Código de Ética considerado hoje o primeiro Código moderno. Tal foi a repercussão do Código de Ética Médica de Percival que em 1847 a Associação Médica Americana adotou-o para seus médicos, tornando - se assim o primeiro Código de Ética Médica adotado no mundo por uma Associação. Deve-se ao professor Francisco Morato a organização e redação do primeiro Código de Ética Profissional em toda a América do Sul. Foi em São Paulo nos idos de 1921 e não era destinado aos médicos, mas aos advogados. O primeiro decreto sobre o exercício legal da profissão de médico no Brasil data de 1851 e foi elaborado pela então Academia Imperial de Medicina, mas sem as características de um Código de Ética. Em 1867, o Jornal, a Gazeta Médica da Bahia publica uma tradução portuguesa do Código de Ética Médica da Associação Médica Americana sem mencionar o decreto de 1851 da Academia Imperial, considerado a origem real do nosso Código de Ética. Foi somente no ano de 1927, no Rio de Janeiro, ano de criação do Sindicato Médico Brasileiro que teve como seu primeiro presidente o médico sanitarista Carlos Seidl, que ao lado das questões classistas surgiram também às preocupações com as questões éticas. Isso culminou com a publicação em 1929 no Boletim do Sindicato Médico Brasileiro do Código de Moral Médica. Ele nada mais era do que uma tradução do código do mesmo nome aprovado no VI Congresso Médico Latino Americano realiza9


do no ano de 1926. Posteriormente foi debatido e aprovado em julho de 1931 durante o Primeiro Congresso Médico Sindicalista realizado também no Rio de Janeiro e levou o nome de Código de Deontologia Médica e apresentava uma modificação do texto original bastante significativa: criava um Conselho de Disciplina Profissional além de relacionar num index o nome dos médicos considerados “indignos de profissão”. No mesmo ano - 1931- foi publicado um novo Código, subscrito pelo Ministro da Educação e Saúde da época, Dr. Belizário Pena. Mesmo não gozando de status jurídico, influenciou a publicação do Decreto Lei No. 20.931 de 1932 que regulamentava as profissões na área da saúde, incluindo inclusive a medicina. Foi o IV Congresso Médico Sindicalista em 1944 que aprovou o primeiro Código de Ética Médica reconhecido oficialmente, mas só oficializado no ano seguinte pelo Decreto Lei No. 7.955 que o pôs em vigor. Nesse mesmo Decreto se criava o Conselho Federal e Regionais de Medicina. Entretanto, foi a Associação Médica Brasileira nascida em 1951 no vazio que o Estado Novo que no ano de 1953 elaboraria um novo Código de Ética Médica, desta vez baseado no juramento de Hipócrates, na Declaração de Genebra e no Código Internacional de Ética Médica. A partir do ano de 1957, quando realmente os Conselhos se estabeleceram, o Decreto Lei No.3268

determinou que o Código de Ética Médica elaborado pela Associação Médica Brasileira fosse assumido pelos Conselhos de Medicina até que outro Código fosse implementado, o que só ocorreu em 1960 e teve o nome de Código Brasileiro de Deontologia Médica que além de basicamente manter o conteúdo do Código de 1953, inspirou-se nos códigos americano, inglês e sueco, tendo seu texto final aprovado em 1963 em um Congresso dos Conselhos Regionais embora somente entrasse em vigor em 1965, vigorando até 1984. No ano de 1987 como parte do processo de redemocratização do país, foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Ética Médica, no Rio de Janeiro, ocasião que um novo texto de Código foi produzido e publicado no D.O. em janeiro de 1988. Em abril de 2010 após mais de vinte anos de vigência do Código anterior e 2 anos de trabalho (2007-2009) entra em vigor o sexto Código de Ética Médica trazendo novidades como a previsão dos cuidados paliativos, autonomia do paciente e regras para reprodução assistida. Como dissemos acima, Códigos são produtos de um contexto histórico e espacial determinado. Na turbulência dos dias atuais que atinge a Medicina - Programa Mais Médicos - e o país como um todo - Impeachment da Presidente da República precisa a Classe Médica da elaboração de um Código Novo de Ética Médica para uma República Nova?

* CÓDIGOS DE CONDUTAS DA ÉTICA MÉDICA **In Walter Benjamin - Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. *** Segundo o CFM na história da medicina brasileira 5 Códigos de Ética Médica foram reconhecidos oficialmente para orientação do exercício da Medicina no Brasil em diferentes períodos. http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=41&Itemid=124). 10


De Curandeiros e Freiras, a chegada de Médicos No começo do século passado não havia médicos em Roraima (na época Território Federal do Rio Branco) e os cuidados com a saúde ficavam a cargo dos curandeiros, freiras, pajés e benzedeiras. As crianças, por exemplo, vinham ao mundo pelas mãos das parteiras. A partir de 1914, com a chegada dos monges e freiras beneditinos, a saúde começa a tomar um novo rumo, assim como outras áreas passaram a se desenvolver. O primeiro bispo-prelado em Roraima foi Dom Gerardo Van Caloen, monge belga beneditino. Morou em Boa Vista até 1918. Iniciou as obras de reconstrução da Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, instalou a missão no meio dos Povos Indígenas no Surumu e trouxe a linha de telégrafo. O segundo prelado do Rio Branco foi Dom Pedro Eggerath, monge alemão beneditino. Construiu a sede da Prelazia, o Hospital Nossa Senhora de Fátima, a Escola São José, o internato para jovens no Calungá, a residência das Irmãs Beneditinas (hoje Casa João XXIII), fez a primeira estrada Boa Vista – Caracaraí, trouxe para cidade uma fá-

brica de carne enlatada e a energia elétrica. O primeiro Hospital de Roraima, Nossa Senhora de Fátima, foi construído em 1924 (data estimada). As responsáveis pelo hospital eram as irmãs Beneditinas, que realizavam partos, faziam curativos, ofereciam toda a assistência possível naquela época aos doentes. Em 1949, as Irmãs da Consolata chegaram para continuar o trabalho de cuidar dos enfermos e prestar a assistência a quem precisava de cuidados e permanecem até hoje no Estado. De acordo com a administradora da Casa das Irmãs da Consolata, Elisa Pandiani, no dia que elas chegaram a Roraima, as freiras Beneditinas foram embora, pois naquela época só tinha voo de 15 em 15 dias. “As irmãs da Consolata assumiram toda a responsabilidade que as Beneditinas tinham. Passaram a cuidar dos enfermos, fazer partos, cuidar das crianças. Elas iam aos municípios e vilas levar esses cuidados. Faziam de tudo um pouco, para que as pessoas pudessem viver bem e serem saradas de suas mazelas”, contou Elisa. Missionárias da Consolata

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“Antes mesmo da chegada dos médicos, enfermeiros e religiosos auxiliaram na construção da história da saúde pública roraimense e até mesmo à época da chegada dos primeiro destes, parteiras e benzedeiras fizeram um notável trabalho para suprir a ausência e/ou escassez destes profissionais no princípio. Sem conhecimento científico, auxiliavam como podiam e exerciam a atividade como se fosse um sacerdócio”.

(O ATENDIMENTO EM PSIQUIATRIA NA CIDADE DE BOA VISTA: RETROSPECTIVA HISTÓRICA 1960 – 1980, Noelia Ceferina Gomes Barranzuela, 2015).

Primeiros Hospitais Hospital Nossa Senhora de Fátima – O primeiro Hospital de Roraima, Nossa Senhora de Fátima, foi construído em 1924 (data estimada) pelos monges beneditinos e funcionou até o ano de 1984. Era localizado na esquina da Rua Bento Brasil com a Rua Inácio Lopes de Magalhães, no Centro histórico de Boa Vista. Foi demolido em fevereiro de 2015, pela Prefeitura de Boa Vista. No começo era comandado pelas freiras beneditinas e posteriormente pelas irmãs da Consolata. Os primeiros médicos a chegar no Estado, realizavam as cirurgias e os partos lá.

Primeira edificação Hospital N.S. de Fátima - Boa Vista - Foto pós - 1925

DAMI – A Divisão Assistencial da Maternidade e Infância (DAMI) foi o segundo hospital, inaugurado em 1953. Funcionava onde hoje se encontra a Secretaria Estadual de Planejamento.

Inauguração - Divisão de Assistência à Maternidade e à Infância-DAMI - Boa Vista/1951 12


Primeiros Médicos

Dr. Silvio e Dr. Elesbão-Cirurgia no Hospital Nossa Senhora de Fátima - Boa Vista/RR - década de 1960.

Os médicos Sílvio Lôfego Botelho e Francisco Elesbão operando um paciente.

Outro médico que contribuiu no início da Medicina foi o doutor Reinaldo Fernandes Neves, pai do ortopedista Carlos Alberto Fernandes Neves e do cirurgião geral William Jorge Fernandes Neves. “Meu pai veio para Roraima a convite do doutor Durval, trabalhou com esses heróis que faziam de tudo um pouco para tratar e salvar os pacientes. Ele voltou para Bahia em 1960 e depois foi morar no Rio de Janeiro”, contou Carlos Neves. Outros médicos importantes nesse início foram: Jamil José Salles, Anysio Cerqueira Luz, Francisco Elesbão da Silva, Arnaldo Brandão, Valter Pinheiro Guerra, entre outros.

Os primeiros médicos, o qual se tem informação, a virem para Roraima com a finalidade de cuidar da saúde da população, foram Sylvio Lôfego Botelho e Durval de Araújo Gonçalves. Eles chegaram em 1944, acompanhando o Capitão Ene Garcez dos Reis, um ano depois da criação do Território Federal do Rio Branco, pelo presidente Getúlio Vargas. A enfermeira Flora Botelho, de 92 anos, foi casada com o Dr. Sylvio Botelho, segundo ela, naquela época eles faziam de tudo e percorriam todo o Estado para cuidar e tratar das pessoas. “Naquele tempo havia uma pobreza muito grande. As pessoas eram humildes demais, ajudávamos tanto a cuidar da saúde, como em outras coisas. Eu lembro que fiz um parto dentro de uma canoa, do outro lado do rio. Virávamo-nos como podíamos”, contou Flora. O médico Augusto Botelho, filho de Flora e Sylvio, disse que cresceu convivendo com os primeiros médicos do Estado e presenciava em várias ocasiões o atendimento prestado à população pelo pai e demais profissionais. “Depois que me formei e voltei para Roraima em 1974, pouca coisa tinha mudado. Antigamente depois de certo horário a energia elétrica ia embora e quando estávamos no meio de uma cirurgia, terminávamos com ajuda de lanternas para iluminar o local. Quem sempre corria para nos trazer era o empresário Said Salomão”; lembrou Augusto.

Dr. Reinaldo Fernandes Neves 13


Décadas de Transformação

As travessias eram necessárias para realizar atendimento médico a comunidades mais afastadas.

Os médicos Paulo Rodrigues Mota e Anysio Cerqueira Luz, no ano de 1967, atendendo a comunidade de Mucajaí.

Na década de 60 e 70, os médicos foram chegando a Roraima. Alguns vieram pelo Exército Brasileiro, Legião Brasileira de Assistência e pelo projeto Rondon, que era uma parceira entre o Governo Federal e as Universidades Brasileiras. O médico Manoel Pereira da Silva foi o segundo profissional a ser registrado no CRM – RR. Atualmente mora em Bonito – MS. Ele contou que veio contratado pela Legião Brasileira de Assistência, que era um programa dirigido pelas esposas dos governadores da época. “Naquela época, lembro, que além da falta de estrutura para atender bem os pacientes, havia carência de remédios. Nós morávamos numa espécie de Vila. Antes disso, ficávamos num hotel. Brigávamos muito, pois a comida era muito ruim e passamos uma série de apertos, fora a caixa d’água, que era um ninho de ratos”. Manoel também relatou que para atender a população de Mucajaí, por exemplo, era preciso fazer a travessia de barco para chegar até o local. “Fazíamos o que podíamos para que ninguém ficasse sem cuidados médicos. Havia muita malária, pouco medicamento. Roraima era completamente isolado do Brasil”. O ginecologista e obstetra Alceste Madeira de Almeida é o décimo nono médico a ter inscrição no Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM 14

– RR), ele é um dos profissionais que vieram pelo projeto Rondon. “Cheguei em 1970, não tinha na época sequer um eletrocardiograma. Operei várias vezes à luz de vela. A responsabilidade era muito grande, porque não havia a estrutura que temos hoje”, relembrou Alceste. Até o final de 1966, o CRM – RR tinha 10 médicos inscritos. Em 1975, havia 50 profissionais. Atualmente há 800 médicos ativos, que atuam em Boa Vista e nos municípios do interior. O aumento do número de médicos e desenvolvimento da saúde pública foi se modificando ao longo dos anos. Para o médico Hélio Marques, que atua em Roraima desde 1976, com a criação do curso de Medicina na Universidade Federal de Roraima, mudaram as perspectivas da saúde no Estado. “Lembro que antigamente só se fazia raios-X, exames de hemograma, urina e fezes”. Hoje há um grande aparato e as condições melhoraram. E essa transformação veio, principalmente, com o início do curso de Medicina”.

Manoel Pereira da Silva é o médico de CRM – RR 002


Hospitais de Roraima

Hospital Coronel Mota-Boa Vista/RR

HOSPITAL CORONEL MOTA - Considerado patrimônio histórico de Roraima. De acordo com a Secretaria Estadual de Comunicação, ele foi inaugurado em 1958. Foi o primeiro Hospital gerido pelo governo do Estado. Ele já abrigou a Maternidade, o Hemocentro e o Pronto Socorro. Toda a assistência pública à saúde era prestada lá. Depois de 58 anos transformou-se em unidade referência de consultas especializadas e exames. Atualmente, oferece atendimento em 33 especialidades para os pacientes da Capital e do Interior. As especialidades são cardiologista, endocrinologista, urologista, neurologista, psiquiatra, geriatria, dentre outras. O Coronel Mota oferece também exames complexos como eletroencefalograma, eletrocardiograma, além do atendimento em seis programas específicos como Diabetes, Hanseníase, Hepatite, Tuberculose, Asma e Colostomia. A unidade dispõe ainda de serviços de pequenas cirurgias, tratamento de feridas, acupuntura, alergia-imunologia, ultrassonografia, radiologia (raios-X).

Inauguração em1982 com então Presidente da República João Figueiredo, o governador Ottomar Pinto e autoridades locais.

HOSPITAL MATERNO INFANTIL NOSSA SENHORA DE NAZARÉ (HMINSN) - Inaugurado no dia 05 de novembro de 1982. Significou uma grande conquista para a realidade da pequena população de Boa Vista na época. Trinta e quatro anos depois, o Hospital

Materno possui seis alas (Margaridas, Violetas, Pedras Preciosas, Orquídeas, Rosas e Girassóis) e 97 médicos, sendo 75 efetivos e 22 cooperados. Para atendimento mais completo, disponibiliza 12 especialidades como ortopedia, neonatologia, nefrologia, ginecologia, obstetrícia, cirurgia pediátrica, anestesiologia, ultrassonografia, infectologia, fisioterapia, odontologia, fonoaudiologia. Entre os exames laboratoriais estão ultrassonografia, teste do pezinho, teste da orelhinha e teste do olhinho. A maternidade também dispõe de seis projetos que são: Enquanto o Bebê não chega, Meu Bebê Minha Vida, Iniciativa Hospital Amigo da Criança, Rede Cegonha, Método Canguru, Folow Up de RN prematuros nascidos no HMI. 15


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Hospital HGR - Boa Vista/RR

HOSPITAL GERAL DE RORAIMA - Inaugurado no dia 2 de setembro de 1991. Havia carência de uma unidade de saúde pública com ampliação no atendimento e que oferecesse serviços seguindo o princípio da equidade, da humanização e fosse gratuito. Com 25 anos de existência, o HGR conta com três portas de entrada, sendo uma para pacientes com urgência clínica, uma para pacientes com emergência clínicas/traumáticas e outra entrada administrativa para colaboradores, visitante e acompanhante. A unidade atende usuários de diferentes serviços da rede de atenção à saúde que necessitem de atendimento de urgência e emergência clínica e/ou cirúrgica. Para atender as dezenas de pacientes que passam por dia pela unidade, são 220 leitos distribuídos em cinco blocos de internação. A estrutura conta também com seis salas de cirurgia, 20 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), 21 leitos no PSFE (Pronto Socorro Francisco Elesbão) divididos em trauma vermelha, amarela e verde. Para pacientes em reanimação/crítico são quatro leitos na área vermelha, na amarela, pacientes em estado crítico/semicrítico contam com seis leitos e na verde são acomodados pessoas com a situação não crítica, 11 leitos. Já no PAAR (Pronto Atendimento Airton Rocha), são disponibilizados 32 leitos de observação. O Hospital realiza exames laboratoriais, radiológicos, ultrassonografia, eletrocardiografia, entre outros. As especialidades: Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Nefrologia, Cirurgia Geral, Gastroenterologia, Cirurgia Vascular, Urologia, Endocrinologia, Oncologia, Psiquiatria, Infectologia, Pneumologia, Clínica Médica, Cardiologia.

COSME E SILVA - Situada na zona Oeste da cidade, foi inaugurada no dia 12 de setembro de 1996. Na época recebeu o nome de posto Cosme e Silva, oferecendo serviços básicos de saúde. Hoje, a unidade atende especificamente casos de urgência e emergência. Entre os serviços ofertados estão os de nebulização, medicação, sutura, laboratório, raio x, serviço de psicologia, serviço social, sala de hidratação, observação de 24 horas, classificação de risco, serviço de nutrição, odontologia de urgência, posso ajudar, vacina de emergência e sala de malária. A estrutura física da unidade é composta por 65 salas que acomodam a administração, laboratório, observação, consultórios médicos, raios-X, copa, trauma, triagem e confortos. Policlínica Cosme e Silva - Boa Vista/RR 17


HCSA - Boa Vista/RR

HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTONIO (HCSA) - Inaugurado em agosto de 2000, conta com 142 médicos e realizam exames laboratoriais, radiologia, eletrocardiograma, ultrassonografia, ecocardiograma, eletroencefalograma. Atende crianças da Capital, do Interior de Roraima e de países vizinhos. Hoje conta com quatro consultórios ambulatoriais, sala de mensuração do peso e da estatura, do serviço social, sala de Psicologia, de curativo, de vacina, um consultório Odontológico, consultório de ortopedia, Sala de Gesso, Sala de Vacina, laboratório, farmácia, laboratório de análises clínicas, unidade radiológica, sala de ultrassonografia, sala de ecocardiograma, sala de eletroencefalograma, sala de eletrocardiograma, sala de bacteriologia, centro de estudos - COREME, sala de gerenciamento de resíduos, brinquedoteca, centro cirúrgico com três salas de cirurgias, mas somente duas em funcionamento e uma unidade de Recuperação Anes-

tésica - RPA com cinco leitos. Um Isolamento, centro de esterilização de equipamentos, uma UTI - Unidade de Terapia Intensiva com dez Leitos e uma emergência funcionando 24 horas por dia, capacitada para atender desde patologias simples, até as mais complexas; passando por pequenos ferimentos, que requerem suturas, e outras urgências médicas. Além da estrutura de cinco consultórios, uma sala para nebulização (com 10 saídas de O2) com capacidade de atender dez pacientes por vez, uma sala de curativo, sala de medicação, sala de hidratação oral, enfermaria com doze leitos, sendo doze berços e uma maca, utilizada para a observação dos pacientes que ficarão menos de 48 horas e/ou enquanto se define, através de exames ou da resposta à terapêutica, se há necessidade para internação e uma sala de trauma com três leitos que está equipada para permitir o primeiro atendimento e a estabilização do paciente gravemente enfermo.

Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto - Rorainópolis/RR

HOSPITAL DE RORAINÓPOLIS- Para atender a demanda do interior do Estado, foi criado o Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto, no município de Rorainópolis. Inaugurado em abril de 2014, a unidade dispõe das especialidades de infectologia, cardiologia, urologia, Cirurgião Geral, clínico geral, Oftalmologia, otorrinolaringologia e ultrassom. 18


LABORATÓRIOS DE PATOLOGIA (LACEN) - Com 35 anos de existência, o Laboratório de Patologia de Roraima realiza mais de 2 mil exames ao mês. São 500 exames histopatológicos, em que o maior percentual é de pele, e 1.600 exames citopatológicos, sendo 15% destes de citologia geral. Fundado em 1981 no Hospital Coronel Mota pela médica patologista doutora Victória Maria Leão de Aquino Botelho, o laboratório exerce papel fundamental para a medicina no Estado por tratar-se de um serviço médico responsável pela liberação de diagnóstico, inclusive do câncer. Atualmente, está Localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro dos Estados, sob a direção médica do doutor Gecel Ferreira, o laboratório conta com 12 profissionais de nível superior (patologistas, citopatologista, citotécnicos, bióloga, Biomédica e química) e com 18 colaboradores de nível médio de apoio técnico e administrativo.

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Médicos que fizeram história A história da Medicina em Roraima e do CRM - RR não pode ser contada sem o nome de alguns médicos, que tiveram coragem para exercer a Medicina numa época em que não havia hospitais, equipamentos e medicamentos. Muitos outros nomes poderão ser citados pelo trabalho desenvolvido, garra, ética, amor aos pacientes, luta por uma saúde de mais qualidade.

Dr. Sylvio Lôfego Botelho Sylvio Lôfego Botelho nasceu em 11 de agosto de 1917, em Luna/ES. Foi o 9º médico a ter inscrição no Conselho Regional de Medicina de Roraima. A data do registro é de 05/11/1966. Formou-se aos 27 anos, em 1944, na Faculdade Fluminense de Medicina. Chegou a Boa Vista de barco, em 20 de junho de 1944, acompanhando o primeiro governador Ene Garcez dos Reis. Foi o primeiro médico a chegar ao Estado juntamente com o Dr. Durval Gonçalves. Dedicou a sua vida à assistência médica e social, consultando sem interesse financeiro e não escolhendo momentos ou lugares para fazer consultas, pois sempre andava com sua maleta de médico e ia de casa em casa atendendo as famílias. No seu currículo consta atuação como médico perito do antigo INPS, suplente de Deputado Federal em 1966, Governador Substituto, Secretário Geral do Governo, Diretor de Assistência à Ma-

ternidade e à Infância, entre outros cargos públicos. Morreu em 1978, em Brasília, no exercício de Deputado Federal. Doutor Sylvio foi casado com a enfermeira Flora Botelho. Teve cinco filhos, entre eles os médicos Dr. Augusto Botelho e Dra. Zara Botelho.

Dr. Durval de Araújo Gonçalves

Durval de Araújo Gonçalves estudou Medicina em Salvador/BA. Foi o primeiro médico sanitarista a vir para o antigo Território Federal do Rio Branco, em 1944. Destacou-se pelo trabalho médico-social desenvolvido nas campanhas de erradicação da malária. A sua inscrição no CRM – RR é a 082. Em 1961 recebeu um convite para o cargo de go20

vernador do Território Federal do Rio Branco. Apesar de não concordar com o governo de João Goulart, Presidente do Brasil na época, aceitou o convite. Passou 60 dias no cargo de governador. Com a chegada da Comissão de Limites, que iria demarcar e por os primeiros marcos na fronteira entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana, o Dr. Durval foi convidado para ser o médico da equipe. Nesse serviço, passou mais de 11 anos andando pelos lugares mais recônditos do Território, descobrindo sítios e assistindo aos mais carentes que moravam nos imensos lavrados e regiões da serra. Doutor Durval é uma daquelas pessoas consideradas patrimônio histórico. Quando subiu ao Monte Roraima, coletou amostras de anofelino, descobrindo que em altitude de 1200 metros, o mosquito não prolifera e nem mesmo resiste ao frio. Ele faleceu em sua residência, no ano de 2008, aos 98 anos.


Dr. Francisco Elesbão da Silva Francisco Elesbão da Silva foi o 10º médico a ter inscrição no Conselho Regional de Medicina de Roraima. A data do registro é de 05.11.1966. O médico nasceu em Itaparica – BA, em 9 de março de 1922. Formou-se na Universidade Federal da Bahia. Dois anos depois de formado veio para Roraima a convite do então diretor de saúde, Reinaldo Fernandes Neves. Teve quatro filhos. Morreu em 2003, aos 81 anos. Era conhecido como “doutor Elesbão”. Em entrevista ao CRM – RR, no ano de 2000, o médico disse que a saúde mudou da água para o vinho. “Quando cheguei aqui tinha apenas nove médicos para atender todo o Território. Se fazia de tudo. Hoje, temos hospital, maternidade, postos de saúde e naquela época não tinha nada disso, não tinha nem estrada, então as viagens para atendimento no Interior, eram feitas principalmente de barco ou de avião”.

Quando questionado a respeito do conceito do profissional de Medicina, ele foi enfático: “ser médico é dar de si sem pensar em si. O médico não se pertence”.

Dr. Jamil José de Salles Jamil José de Salles nasceu em Manhuaçu/ MG, no ano de 1925. Formou-se em Medicina na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, em 1959. Chegou a Roraima em 1964, contratado pela Legião Brasileira de Assistência. De acordo com entrevista concedida ao jornal do CRM – RR, em 2001, ele contou que ser médico naquela época exigia que o profissional tivesse várias especialidades. “A gente tinha que saber de tudo um pouco para cuidar dos pacientes. Numa dessas vezes, um paciente que estava operando necessitava de uma anestesia na coluna, para ajudá-lo tive que aprender as técnicas e aplicar. Desse dia em diante passei a fazer anestesia e cirurgia”. Outro requisito apontado por Jamil para trabalhar em Roraima era a disponibilidade de trabalhar de domingo a domingo, praticamente o dia todo. “A gente ficava hospedado no Hotel Aipana, que naquela época pertencia ao Governo do Estado, e as pessoas apareciam por lá a toda hora. A gente atendia a todos”. Foi ainda Diretor do Hospital Coronel Mota, nos anos de 1965 a 1968; e Secretário Estadual de Saúde de 1974 a 1978. De 1978 a 1995 atuou como Coordenador da Perícia Médica do INSS em Roraima. Foi ainda, governador do Estado de Roraima, no Governo de Fernando Ramos Pereira, durante uma semana. Atualmente mora em Minas Gerais. 21


Dr. Airton Rocha de Souza O médico Airton Rocha de Souza nasceu em Recife/PE, em janeiro de 1944. Formou-se médico pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre. Veio para Boa Vista em 1979 como sargento do Exército Brasileiro, sendo designado para prestar serviços na região do Abonari (BR – 174). Depois retornou a capital e, como médico, exerceu inúmeras funções e cargos públicos: presidente da Junta Médica e Chefe do Serviço Médico-Pericial do Território Federal de Roraima, Diretor do Hospital Coronel mota, Secretário Municipal de Saúde, Presidente da Associação Médica de Roraima, Membro do Conselho Imobiliário do Território Federal de Roraima. Airton Rocha, também, foi Secretário Estadual de Saúde, na gestão do governador Ottomar de Souza Pinto. Nessa época trouxe as duas primeiras unidades móveis de saúde (um micro-ônibus e um ônibus). Nesse período adquiriu e implantou o primeiro tomógrafo computadorizado. Inaugurou o Pronto Socorro Francisco Elesbão, Hemocentro, Laboratório Central e o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI). O médico faleceu no dia 23 de maio de 2005, em decorrência de uma diverticulite.

Dr. Hélio Macedo Hélio Silva Rosário de Macêdo nasceu no dia 14 de junho de 1941, em Belém – PA. Formou-se em 1969 pela Universidade Federal do Pará e em 1971 chegou a Roraima. Era considerado por seus colegas de profissão como o “Pai da Anestesiologia em Roraima”. Quando chegou ao Estado, por falta de profissionais de algumas especialidades, acabou atuando como pediatra, neonatologista e até como urgencista. Ocupou cargos públicos, como o de Secretário de Saúde do Ex-Território Federal de Roraima, Secretário Municipal de Saúde e vicepresidente da Unimed. Desde 1994, atuava como Conselheiro no CRM – RR. De abril de 2010 a abril de 2011 atuou com dedicaçao e empenho no posto de Presidente da instituiçao. No ano de 2002, foi homenageado com a Medalha Dr. Jairo Ramos, pela Associaçao Médica Brasileira. A sua marca registrada era o amor aos pacientes, simplicidade, calma e bom humor em todos os acontecimentos da vida. Faleceu em São Paulo, no dia 11 de setembro de 2015. 22


Dr. Wilson F. Rodrigues Wilson Franco Rodrigues nasceu em Roraima, em 16 de setembro de 1945. Era de uma família humilde e sonhava em ser médico. Conseguiu ir para Belém – PA com o objetivo de estudar e depois foi para Manaus – AM, onde cursou Medicina na Universidade Federal do Amazonas. Formouse 1977 e em seguida fez residência médica em ginecologia e obstetrícia. Na sua trajetória profissional, consta o período de nove meses como secretário adjunto da Secretaria Estadual de Saúde. Foi presidente do CRM – RR, de 1996 a 1998, Diretor do Hospital Materno Nossa Senhora de Nazaré por quatro anos e Presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima. Era conhecido por sua luta em favor da classe médica e pela dedicação aos pacientes menos favorecidos socialmente. Faleceu em Roraima no dia 6 de fevereiro de 2016.

Participação na Política

Dr. Hiran Gonçalves - Deputado Federal

O ingresso na política para muitos médicos é visto como a oportunidade de lutar por melhorias na saúde pública e por valorização dos profissionais, que sofrem com a falta de condições de trabalho e um plano de carreira. O primeiro médico a exercer um cargo político foi Sylvio Lôfego Botelho. Filiado ao Partido Social Democrático (PSD), candidatou-se e foi eleito a suplente de deputado federal, por Roraima, em ou-

tubro de 1962. Obteve a segunda suplência, vindo a ocupar uma cadeira na Câmara de abril a agosto de 1966. Em novembro de 1970, elegeu-se deputado federal por Roraima na legenda da Arena. Retornando à Câmara em fevereiro de 1971, foi vice-presidente da Comissão de Saúde e suplente da Comissão de Legislação Social. No pleito de novembro de 1974 tentou reeleger-se e obteve uma suplência. Deixou a Câmara ao final da legislatura, em janeiro de 1975, mas voltou a ela como suplente vindo a falecer no exercício do mandato, em 11 de novembro de 1978, em Brasília. O segundo médico a pleitear uma vaga em Brasília, tornou-se um ícone da politica roraimense, o ex-senador Mozarildo Cavalvante, que em 1982 elegeu-se deputado federal na legenda do Partido Democrático Social (PDS). Nas eleições de novembro de 1986, Mozarildo elegeu-se deputado federal constituinte, desta vez na legenda do Partido da Frente Liberal (PFL). De 1999 a 2015, assumiu uma vaga no Senado Federal. 23


Dr. Wirlande Luz - Suplente no Senado Federal Foto: Tiago Orihuela

ram a disputar um cargo político. A política é algo que me dar prazer. Estamos vivendo um momento muito delicado no país, com crises econômica, social e política, mas acredito que vamos conseguir driblar trabalhando com seriedade e competência. Confesso que quando se trata de medicina e política, me sinto satisfeito, pois continuar ope-rando foi uma promessa de campanha que graças a Deus está sendo cumprida”. O pediatra Wirlande da Luz, suplente do Senador Romero Jucá, assumiu o cargo de Senador da República por duas vezes. “Estou sempre disposto e preparado para defender no Senado Federal os interesses da população do meu Estado e também atuar em prol da saúde pública e valorização dos nossos médicos”.

No ano de 1990, o médico Alceste Madeira Almeida foi eleito Deputado Federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foi reeleito por mais três mandatos em 1994, 1998 e 2002. Na última eleição para escolha de presidente da república, governador, deputados estaduais e federais, realizada em 2014, dois médicos conquistaram cadeiras na Câmara Federal: Hiran Gonçalves e Johnathan de Jesus. Para o parlamentar federal, Hiran Gonçalves, o trabalho como médico foi importante no processo de decisão de ingressar na vida política. “Somos acostumados a acompanhar o sofrimento das pessoas, vemos as dificuldades, a falta de estrutura, diante disso os pacientes e amigos me incentiva-

Dr. Augusto Botelho - Senador 2002/2010

MÉDICOS QUE INGRESSARAM NA POLÍTICA PREFEITO - Ottomar de Souza Pinto - Prefeito de Boa Vista/RR - Josué Jesus Paneque Matos - Prefeito de Mucajaí/RR VEREADORES - Odete Domingues / Marcelo Batista - Boa Vista/RR DEPUTADOS ESTADUAIS - Lúcio Távora / Helder Grossi / Odete Domingues / Ramiro José Teixeira e Silva / Homero Neto / Marília Pinto / Célio Wanderley / Suzete Mota / Eugênia Glauci DEPUTADOS FEDERAIS - Sylvio Lôfego Botelho / Alceste Madeira / Urzeni Rocha / Rodolfo Pereira / Hiran Gonçalves / Jonathan de Jesus SENADORES DA REPÚBLICA - Mozarildo Cavalcante / Augusto Botelho / Wirlande da Luz / César Dias GOVERNADOR - Ottomar de Souza Pinto 24


Ícone da Política Roraimense MOZARILDO CAVALCANTI Primeiro médico roraimense e presidente do CRM – RR

Por 16 anos, Mozarildo Cavalcanti assumiu uma cadeira de Senador do Brasil - Foto: arquivo pessoal

A disposição de cuidar de pessoas e lutar pelos direitos da coletividade, levou o roraimense Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti, mais conhecido como Mozarildo Cavalcanti, a escolher a medicina como profissão e logo depois, a política. Ele foi o primeiro roraimense a se formar em medicina no Estado e também o primeiro presidente do CRM-RR (Conselho Regional de Medicina de Roraima). “Saí de Boa Vista com 16 anos para terminar o Ensino Médio em Belém. Lá, na UFPA (Universidade Federal do Pará) cursei medicina. Assim que conclui o curso, voltei para cá. Havia poucos médicos naquele tempo. Então comecei assistindo cirurgias com os médicos que trabalhavam nos hospitais da cidade. Na época não tínhamos anestesistas, então aplicávamos a anestesia e fazíamos a operação. Fiz o parto dos meus três filhos”, relatou. Além de trabalhar nos hospitais do governo, ele também atuava no antigo hos-

pital Nossa Senhora de Fátima, que pertencia à Diocese de Roraima. Com atuação em obstetrícia e ginecologia, Cavalcanti lembrou que era difícil o trabalho da medicina no Estado. Os poucos médicos que haviam se desdobravam para dar conta de todos os pacientes. Até para fazer escala de plantão era difícil. “No final de semana todos ficavam de sobreaviso”, lembrou. Além da Capital, naquela época, os médicos tinham que cuidar da demanda dos pacientes do interior também. “A cada 15 dias íamos para o interior do Estado. A locomoção era difícil porque não tinha estradas. Íamos de barco e para os lugares de difícil acesso, de avião. Tinha região que só se chegava de avião mesmo”, relembrou. Nesses anos de profissão, Cavalcanti disse que vivenciou muitas situações marcantes. “Uma vez, fomos para uma comunidade chamada Pedra Branca (na região do Uiramutã). Uma mulher estava em trabalho de parto fazia três dias. Trouxemo-la para Boa Vista. Quando a criança nasceu, a mãe deu o nome ao filho de Mozarildo. Foi emocionante”, disse. Apesar das dificuldades, os médicos tinham entusiasmo pela profissão. “Na época, a gente brincava e dizia que era formado em ‘tudologia’ porque fazíamos de tudo mesmo. Os equipamentos também eram poucos. Na obstetrícia, nem ultrassom tinha”, contou. Mozarildo também conta que sempre foi um ativista político, participou de grêmios na escola e na universidade. Em 1972, o primeiro presidente do CRM – RR, Alberto Pimentel Cardoso, que era militar, saiu do Estado. Com o cargo vago, Mozarildo foi indicado para exercê-lo. Ele passou 12 anos na função. “A gente lutava pelas nossas coisas. Uma das lutas foi pela melhoria no plantão de final de semana, uma vez que todos os médicos ficavam de sobreaviso devido ao baixo número de profissionais”, disse. 25


Médico na Política Na década de 70, quando Roraima ainda era Território Federal, o médico Mozarildo ingressou na política como suplente do deputado Sylvio Lofêgo Botelho, que também era médico. “Devido a essa candidatura, o governador na época me proibiu de entrar no hospital Coronel Mota e na Maternidade, então fiquei trabalhando só no Hospital Nossa Senhora de Fátima por muitos anos. Isso foi marcante na minha carreira”, comentou. Anos depois, se candidatou novamente ao cargo de Senador, mas não ganhou. Em 1982, elegeu-se Deputado Federal, pela Arena. Reeleito em 1986 pelo PFL (Partido da Frente Liberal), foi deputado constituinte. No ano de 1998, tor-

nou-se Senador e reelegeu-se em 2006 e ficou no cargo até 2014. Como político, participou da implantação da Universidade Federal de Roraima (UFRR), da Escola Técnica, que depois passou a ser Instituto Federal. Ele também foi um dos que lutou para a implantação do curso de medicina na UFRR. “Foi um desafio implantar o curso, mas conseguimos. Os primeiros professores vieram de Cuba para lecionar as disciplinas do primeiro ano do curso”, recordou. Já na política, ele quis conciliar a vida de parlamentar com a de médico, mas não deu muito certo. “Ainda tentei fazer medicina e política ao mesmo tempo, mas não foi possível conciliar”, disse.

ENTREVISTA - Mozarildo Cavalcanti O senhor foi o primeiro roraimense a se formar em medicina? MC: Sim. Eu me formei na Universidade Federal do Pará em 1969. Voltei para Boa Vista em 1970, nessa época tinha pouquíssimos médicos. Sou o CRM – RR 0018. O senhor também foi o primeiro roraimense a se tornar presidente do CRM-RR. Como foi essa trajetória? MC: Sim, fui o primeiro presidente roraimense. Na época o Conselho tinha uma diretoria provisória. Fiquei por 12 anos. Primeiro participei da Associação Médica de Roraima e depois eu fui para o CRM. Eu gostei, até porque a maioria dos colegas não gosta dessa parte burocrática e política. Fui presidente de 1972 a 1984. Tivemos muitas lutas, uma delas foi pela melhoria dos plantões médicos da época. Como era exercer medicina naquela época? MC: Foi difícil. As dificuldades eram muitas. A gente fazia de tudo, anestesiava e operava. O Estado tinha pouquíssimos médicos então éramos ‘tudologistas’. Quando decidiu entrar na política? MC: Foi quando me candidatei como suplente na década de 70. Em 1982 me elegi como deputado federal. Gosto da política porque é uma ferramenta usada para mudar a vida das pessoas e trazer desenvolvimento para o nosso Estado.

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Conselhos de Medicina no Brasil No Brasil, o estabelecimento de critérios para o exercício profissional da Medicina surgiu, somente em 1932, com o Decreto-Lei nº 20.931 de 11 de janeiro de 1932, sancionado Getúlio Vargas pelo Presidente Getúlio Vargas. O documento previa a obrigatoriedade do diploma de médico e o registro do profissional no Departamento Nacional de Saúde Pública e na repartição sanitária competente. Em 1945, o Decreto-Lei nº 7.955 instituía os Conselhos de Medicina em todo o território nacional, para zelar pela fiel observância dos princípios da ética profissional no exercício da medicina. Já em 1951 foi criado o primeiro Conselho Federal de Medicina Provisório que instalou Conselhos Regionais no Ceará e Rio de Janeiro. Mas foi no ano de 1957, que a Lei nº 3.268, sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek, constituiu efetivamente o Conselho Federal de

Medicina e os Conselhos Regionais de Medicina. O Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais de medicina são autarquias, dotadas de personalidade jurídica de direito púbico, com autonomia administrativa e financeira. São órgãos supervisores da ética profissional, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente.

Juscelino Kubitschek 27


ATRIBUIÇÕES DO

CRM

legalmente habilitados, com exercício na respectiva Região; c) fiscalizar o exercício da profissão de médico; d) conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades que couberem; e) elaborar a proposta do seu regimento interno, submetendo-a a aprovação do Conselho Federal; f) expedir carteira profissional; g) velar pela conservação da honra e da independência do Conselho, livre exercício legal dos direitos dos médicos; h) promover, por todos os meios e o seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da medicina e o prestígio e bom conceito da medicina, da profissão e dos que a exerçam;

No artigo 15, da Lei nº 3.268 de 30 de setembro de 1957, consta as atribuições dos Conselhos Regionais: a) deliberar sobre a inscrição e cancelamento no quadro do Conselho; b) manter um registro dos médicos,

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i) publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados; j) exercer os atos de jurisdição que por lei lhes sejam cometidos; k) representar o Conselho Federal de Medicina Aérea sobre providências necessárias para a regularidade dos serviços e da fiscalização do exercício da profissão.


O início no extremo Norte

O Conselho Regional de Medicina de Roraima foi criado em 12 de maio de 1966, nove anos após a Lei nº 3.268, de 1957, sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek, que constituiu efetivamente o Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais de Medicina. O primeiro presidente da instituição foi o médico Alberto Pimentel Cardoso. Após ter recebido um telegrama com a Resolução 277/66 do então presidente do Conselho Federal de Medicina, Iseu de Almeida e Silva. Essa Resolução enfatizava a obrigatoriedade da inscrição dos profissionais nos Conselhos Regionais de Medicina. De acordo com o primeiro Livro de Ata, do CRM – RR, a reunião para instalação do Con-

selho aconteceu às 11h, na sede da Divisão de Saúde do Território Federal de Roraima. Participaram os médicos Alberto Pimentel Cardoso, Manoel Pereira da Silva, Mário Augusto Ferreira e Paulo Rodrigues Mota. Respectivamente: CRM 01, CRM 02, CRM 03 e CRM 04. A primeira diretoria ficou constituída assim: Alberto Pimentel Cardoso (presidente), Mário Augusto Ferreira (secretário) e Paulo Rodrigues Mota (tesoureiro). A diretoria provisória do CRM – RR funcionava na sede da Divisão de Saúde do Território Federal de Roraima. O médico Alberto Pimentel Cardoso ficou no cargo de presidente da instituição até o ano de 1972, quando deixou Roraima. A vaga de presidente seria ocupada pelo secretário, que na época era o Dr. Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti. Porém como estava em férias, quem assumiu o cargo interinamente foi Jamil José de Salles. No dia 2 de dezembro de 1972, houve uma reunião de diretoria, segundo consta na primeira Ata, e o presidente interino Jamil José de Salles passou a presidência para Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti, que permaneceu no cargo até 1984. “Muitos colegas não gostavam dessa parte burocrática que existe no Conselho. Então, como eu sempre gostei de articular e comandar, fiquei à frente do Conselho por tanto tempo. Mas, tive que deixar a presidência, pois com a vida política não dava mais para conciliar as duas atividades”, falou o Dr. Mozarildo.

Conselho Itinerante

Dr. Augusto Botelho, terceiro presidente do CRM-RR Em 1984, com a saída do médico Mozarildo Cavalcanti, o cirurgião Augusto Botelho assumiu a

presidência. Até então, os presidentes eram indicados pelo Conselho Federal de Medicina. Nessa época, o CRM – RR não possuía uma sede. O presidente tinha um livro de inscrição e uma pasta, como relata Augusto Botelho. “Não tínhamos um lugar fixo. Quando assumi, o Conselho era uma pasta com o livro de registro e documentos, que ficavam numa gaveta no meu consultório. Quando um profissional queria se inscrever, marcávamos em algum lugar”. Anos depois foi alugada uma sala, que ficava atrás do Fórum Advogado Sobral Pinto. “Nessa época demos uma organizada, pois passamos a ter um local fixo, de referência. Mas, ainda o Conselho só fazia inscrição de médico. Era nossa principal atividade”. 29


A Primeira Eleição

Primeira sede do CRM ainda existe na Av. Brigadeiro Eduardo Gomes. Foto: Girnei Araújo

A primeira eleição para presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima aconteceu em 1986, por determinação do CFM. Na época duas chapas concorreram. A liderada pelo psiquiatra Tarcísio de Almeida Pimentel ganhou por um voto de diferença. Tarcísio de Almeida permaneceu no cargo até 1994. “Tomei posse por um mandato complementar e em 1988 fui reeleito para um novo mandato. Nesse período, também fui eleito para ser Conselheiro Federal do CFM, em Brasília, representando o CRM – RR”. Essa eleição representou a autonomia do CRM – RR, que até então tinha seus presidentes e sofria interferências do Conselho Regional de Medicina do Pará. “Deixamos de ser subordinados e passamos a institucionalizar o CRM. Foi um

tempo importante para toda a categoria médica”, comentou o médico Ramiro Teixeira. Em 1991, havia 230 médicos ativos em Roraima, o CRM – RR deu o segundo passo mais importante da sua história para se tornar um conselho de classe forte e atuante. Nesse período, foi adquirida a primeira sede própria. Era uma casa localizada na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, nº 3513, Bairro dos Estados. O imóvel ainda pertence ao Conselho e está em processo de leilão. No ano de 1996, outra conquista: a aquisição de uma sede maior e localizada em uma das principais Avenidas de Boa Vista, a Ville Roy. Esse imóvel era mais amplo e moderno. Foi inaugurado dois anos depois da compra, em 1998, pelo Presidente da época, o médico Wilson Franco.

Segundo presidente eleito O segundo Presidente eleito do CRM – RR, Altamir Lago, contou que a partir desta gestão, que iniciou em 1994, o Conselho começou adotar um posicionamento mais firme com as instituições públicas e privadas, e lutar por melhores condições de trabalho e por uma saúde digna para a população. “Entendíamos que havia um alinhamento do Conselho com o Estado naquela época. Queríamos autonomia. Foi uma eleição acirrada. Ganhamos por 13 votos de diferença. Desde então, esse grupo tem estado à frente do CRM – RR e mantido o trabalho de luta que foi iniciado nessa época”, disse Altamir. Ainda de acordo com Altamir, o governador da época, Ottomar de Souza Pinto, trouxe médicos cubanos para trabalharem, porém eles não tinham a revalidação do Diploma e nem do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros. “Contestamos essa atitude, porque entendemos que para a segurança dos pacientes é necessária a revalidação do Diploma. Não tivemos uma resposta na época. Mas, posteriormente, muitos fizeram-na e 30

estão ainda aqui atuando”. Nessa gestão, depois da presidência do médico Altamir Ribeiro Lago assumiram Ailton Rodrigues Wanderley (1995-1996) e Wilson Franco Rodrigues (1996 a 1998). Foto: Arquivo CRM-RR

Dr. Altamir Lago com a Dra. Zita Cruz e o Dr. Nazareno Barreto


Quatro eleições em dois anos Na eleição que estava prevista para acontecer em 1998, Luiz Araújo da Silva assumiu interinamente a presidência do CRM – RR. Segundo entrevista da época, o médico contou que em menos de dois anos aconteceram quatro eleições, pois não se chegava a um consenso quanto aos votos dos médicos estrangeiros. “Das três eleições que aconteceram nesse período de 1998 a 1999, nenhuma delas foi homologada pelo Conselho Federal de Medicina. Havia impasse sobre o direito de voto ou não dos médicos estrangeiros”, contou Luiz. Então o CFM mandou dois Conselheiros Federais para participarem da realização da quarta eleição. Foram utilizadas duas urnas na eleição, uma reservada aos médicos brasileiros e outra para os estrangeiros. Pois, segundo decisão judicial, os votos estrangeiros não seriam incluídos no resultado final. Somente a quarta eleição, realizada em setembro de 1999, foi validada. A chapa encabeçada pela anes-

tesiologista Zita Cruz ganhou o pleito. A diretoria ficou formada assim: Zita Cruz (Presidente), Paulo Ernesto Coelho de Oliveira (1º Vice-Presidente), Altamir Ribeiro Lago (2º Vice-Presidente), Wirlande Santos da Luz (Tesoureiro), Marilza Bezerra Martins (1ª Secretária), Nazareno Bertino Vasconcelos Barreto (2º Secretário) e Paulo Ernesto Coelho de Oliveira (Corregedor).

Sede Nova e Moderna Uma nova conquista veio em setembro de 2007, com a inauguração da atual sede. Um lugar amplo e moderno. Possui 1200 metros quadrados de área construída, um auditório com capacidade para 178 pessoas, sala para plenárias e para áreas administrativas, como corregedoria, tesouraria, secretaria, entre outras. “Na época, como Conselheiro Federal conseguimos junto ao presidente do CFM, o médico Edson Andrade, adquirir o atual o terreno. Ele entendeu que os médicos de Roraima precisavam de uma sede moderna, ampla e que pudesse oferecer toda estrutura para o bom funcionamento e participação dos médicos”, comentou Wirlande da Luz. A compra do terreno e depois a aquisição se deu na presidência da médica Zita Cruz, já a construção iniciou na presidência do médico Hiran Gonçalves e a inauguração, na presidência da cardiologista Niete Lago. “Sentimos a necessidade de uma sede oficial do Conselho de Medicina de Roraima, onde funcionasse como a segunda casa do médico, para realização da inscrição numérica, também para que funcionasse como cartório com finalidade do registro de nossos títulos de especialista, fis-

Foto: Arquivo CRM-RR

Atual sede do CRM, na Av. Ville Roy.

calização do exercício legal da medicina e ação judicante exercida por seus 40 conselheiros. Nossa sede atual é um cartão postal da cidade de Boa Vista, espaçosa e muito bem cuidada pelas gestões que nos sucederam e pelos nossos fieis funcionários”, contou Niete Lago. 31


Funcionários

Atual equipe de funcionários do CRM – RR Foto: Girnei Araújo

Por trás da instituição forte e atuante do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) há uma equipe de funcionários comprometidos com o trabalho. Atualmente, o quadro é composto por seis funcionários concursados, quatro efetivados, sete comissionados e duas estagiárias. Eles são responsáveis pela recepção, administração, finanças, fiscalização, comunicação, organização, entre outros. A funcionária mais antiga é a Maria Natividade Rêgo, que ingressou no ano de 1997. Por oito anos, ela atuou como administradora da instituição e atualmente trabalha na Tesouraria. “Jamais permaneci tanto tempo num emprego como aqui. Sei que isto acontece pelo fato de que temos a liberdade de executar nossas tarefas: valorizamos o trabalho em equipe, por isso tudo flui rapidamente”, disse Natividade.

Desafios do presente O desafio enfrentado pelos médicos está presente todos os dias nos hospitais públicos, lugar onde deveria ser fonte de vida e cura. Mas, a realidade é outra. O subfinanciamento da saúde tem acarretado na superlotação de leitos, falta de medicamentos, infraestrutura adequada principalmente para os profissionais atuarem no interior do Estado, entre outros. Contudo, o Conselho nunca ficou alheio a esses problemas, tem atuado e participado de todos os debates inerentes à prática médica e saúde pública. Para contornar e minimizar essa situação, o órgão tem intensificado nos últimos anos a fiscalização e cobrado do poder público: melhorias, mudanças a curto, médio e longo prazo. De acordo com a presidente da instituição, Blenda Avelino, nos últimos anos o Conselho consolidou o seu reconhecimento junto à sociedade e com os próprios profissionais. “Essa aproximação com a sociedade e com os próprios médicos é bem maior que antigamente, pois o órgão não é mais visto apenas como cartorial e judicante. O Conselho hoje atua ativamente em todas as áreas, com intensidade na fiscalização do exercício profissional e Na Educação Médica

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Continuada, qualificando nossos profissionais. Além, disso tem trabalhado em conjunto com o Sindicato dos Médicos de Roraima. Atuando de forma decisiva na busca por melhores condições de trabalho e melhor remuneração”, concluiu Blenda. O médico, Wesley Thomé, começou a atuar na área da saúde como enfermeiro e anos depois sentiu a necessidade de fazer mais pelos pacientes e pela saúde da população, diante disso ingressou no curso de Medicina da UFRR no ano de 1999 e concluiu em 2006. Segundo ele, é mais fácil passar pelos desafios presentes na profissão com um Conselho atuante e presente em todas as questões, seja a mais simples às mais complexas. “Nós que atuamos no interior no Estado, enfrentamos uma luta diária ainda maior, devido à precariedade que permeia a saúde a pública. O CRM – RR por meio de suas ações tem valorizado o médico e atendido aos nossos anseios quanto à atualização e capacitação. Além, de vermos as constantes cobranças junto aos órgãos responsáveis por melhorias. Tenho orgulho de ter um Conselho profissional comprometido com os médicos e com a saúde”, disse Thomé.


Breve Histórico dos Presidentes do CRM – RR Presidente: ALBERTO PIMENTEL CARDOSO Nasceu em Curitiba (PR), no dia 21 de setembro de 1908, filho de Álvaro Cardoso e Sarah Pimentel Cardoso. Em 1932, graduou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi o primeiro médico a ter registro no Conselho Regional de Medicina de Roraima e foi o responsável por instalar a instituição. Ocupou o cargo de presidente entre os anos de 1966 a 1972. É falecido. CRM - RR: 0001 Presidente: FRANCISCO MOZARILDO DE MELO CAVALCANTI Nasceu em Boa Vista (RR), no dia 11 de junho de 1944. Filho de Mozart Cavalcante e Cléa de Melo Cavalcante. É o primeiro roraimense a graduar-se em Medicina. Em 1969, formou-se pela Universidade Federal do Pará. Foi o presidente que ficou mais tempo no cargo, no período de 1972 a 1984. Em 1982 assumiu uma cadeira de Deputado Federal, pela Arena. Reeleito em 1986 pelo PFL, foi deputado constituinte. No ano de 1998, elegeu-se a Senador, reelegeu-se em 2006 e ficou no cargo até 2014. CRM - RR: 0018 Presidente: AUGUSTO AFONSO BOTELHO NETO Nasceu em Vitória (ES), em 24 de dezembro de 1947, filho do médico Sylvio Lôfego Botelho e Flora Pereira Botelho. Formou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no ano de 1972. Foi presidente no período de 1984 a 1986. Elegeuse Senador da República, em 2002, pelo PDT. É casado com a médica Victória Maria Leão de Aquino Botelho. CRM - RR: 0044 Presidente: TARCISIO DE ALMEIDA PIMENTEL Nasceu em Quixeramobim (CE), no dia 6 de junho de 1945. Filho de José Joaquim Pimentel e Maria Branca de Almeida Pimentel. Em 1977, graduou-se em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Primeiro médico psiquiatra registrado em Roraima. Exerceu o cargo de presidente dos anos de 1986 a 1994. Também foi Conselheiro Federal de 1989 a 1994. CRM - RR: 0147 Presidente: ALTAMIR RIBEIRO LAGO Roraimense, nasceu em 16 de março de 1960. Filho de Pery Cardoso Lago e Maria Ribeiro Lago. Formou-se em 1985, pela Universidade Federal do Pará. Especializou-se em cirurgia geral. Foi presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima de 1994 a 1995. De 2002 a 2004, esteve à frente da Secretaria Estadual de Saúde. CRM – RR: 0241 Presidente: AILTON RODRIGUES WANDERLEY Roraimense, nasceu em 31 de julho de 1964. Filho de José Campanha Wanderley e Eva Rodrigues Wanderley. Formou-se em 1989, na Universidade Federal do Pará. É especialista em anestesiologia. Casado com a pediatra Celeste Maria Teodoro Varotto Wanderley. Foi presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima durante o ano de 1995 a 1996. CRM-RR: 0324

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Presidente: WILSON FRANCO RODRIGUES Roraimense, nasceu em 16 de setembro de 1945. Filho de Manoel Luiz de M. Rodrigues e Iris Franco Rodrigues. Formou-se em 1976, na Universidade Federal do Amazonas. Especialista em ginecologia e obstetrícia. Foi presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima nos anos de 1996 a 1998; entre os anos de 2013 e 2015 atuou em defesa dos médicos como presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima. Ainda, foi secretário adjunto da Secretaria Estadual de Saúde e diretor do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN). Faleceu no dia 6 de fevereiro de 2016. CRM - RR: 0062 Presidente: LUIS ARAUJO DA SILVA Nasceu em Tefé (AM), no dia 21 de junho de 1947. Filho de Nadir Catanhêde da Silva e Aderita Araújo da Silva. Em 1975, graduou-se pela Universidade Federal do Amazonas. Foi presidente no período de 1998 a 1999. CRM - RR: 0053

Presidente: MARIA HORMECINDA ALMEIDA DE SOUZA CRUZ (Zita Cruz) Paraense, nasceu no dia 08 de agosto de 1951. Filha de Ofir Almeida e Venância Oliveira Almeida. Formou-se em 1975, na Universidade Federal do Pará. Veio para Boa Vista (RR), em 1982, com o marido, o médico Homero de Souza Cruz Neto, que é roraimense. É uma das mais antigas anestesiologistas atuando em Roraima. Foi a primeira mulher a tomar posse como presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima. Ficou na presidência durante o período de 1999 a 2003. Também foi Conselheira Federal de 1994 a 1999. CRM-RR: 0123 Presidente: PAULO ERNESTO COELHO DE OLIVEIRA Nasceu em Bagé (RS), no dia 24 de maio de 1947. Filho de Ernesto Alves de Oliveira e Lídia Coelho de Oliveira. Em 1972, graduou-se pela Universidade Católica de Pelotas. É especialista em Radiologia e diagnóstico por imagem. Ficou na presidência interinamente no período de janeiro a outubro de 2000. No ano de 2006 atuou como corregedor do Conselho Regional de Medicina de Roraima. De 2009 a 2014, foi Conselheiro Federal. CRM-RR: 0095 Presidente: HIRAN MANUEL GONÇALVES DA SILVA Nasceu em Tefé (AM), no dia 19 de junho de 1957. Filho de Orlando Marinho da Silva e Tereza Norma Gonçalves da Silva. Em 1981, graduou-se pela Universidade Federal do Amazonas. É especialista em oftalmologia, medicina de tráfego e medicina legal e perícia médica. Foi presidente por duas gestões, a primeira no período de 2003 a 2006, e a segunda de 2008 a 2010. Elegeu-se Deputado Federal, em 2014, pelo PMN. CRM-RR: 0169 Presidente: NIETE LAGO MODERNELL Roraimense, nasceu em 09 de janeiro de 1955. Filha de Pery Cardoso Lago e Maria Ribeiro Lago. Formou-se em 1980, pela Universidade Federal do Pará. É especialista em cardiologia. Foi presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima de 2006 a 2008. Desde o ano de 2008 atua como tesoureira do CRM – RR. Foi na sua gestão que aconteceu a inauguração da atual sede do Conselho. CRM-RR: 0157

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Presidente: HELIO SILVA ROSARIO DE MACEDO Nasceu em Belém (PA), no dia 14 de junho de 1941. Filho de Demócrito Teixeira Macedo e Cacilda Silva Rosário. Formou-se em Medicina no ano de 1969, pela Universidade Federal do Pará. Chegou a Roraima em 1971. Era considerado pelos colegas de profissão como “Pai da Anestesiologia em Roraima”. Ocupou cargos públicos, como o de Secretário Municipal de saúde e vice-presidente da Unimed. Desde 1994, atuava como Conselheiro no CRM – RR, do qual foi presidente no período de abril de 2010 a abril de 2011. Faleceu no dia 11 de setembro de 2015. CRM-RR: 0027 Presidente: WIRLANDE SANTOS DA LUZ Roraimense, nasceu em 22 de julho de 1954. Filho de José Celestino da Luz e Rita Santos da Luz. Formou-se em 1981, pela Universidade Federal do Pará. É pediatra. Membro fundador da Associação Roraimense de Pediatria. Atua como professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Atualmente é o presidente da Unimed Boa Vista. Desde 1999, participa do CRM - RR do qual foi presidente de 2011 a 2013. Foi Conselheiro Federal de 1999 a 2009 e foi eleito para a mesma função, em 2014 o qual permanecerá até 2019. Foi secretário municipal de Saúde de Boa Vista (2001-2005), diretor da Associação Médica Brasileira (2008-2011) e membro da Comissão de Assuntos Políticos do CFM. É doutorando em Bioética pela Faculdade do Porto (Portugal). CRM-RR: 0129 Presidente: ALEXANDRE MAGALHÃES MARQUES Roraimense, nasceu em 05 de abril de 1978. Filho do médico anestesiologista Hélio Marques e Onete de Magalhães Marques. Em 2001, formou-se pela Universidade Federal de Roraima. Especialista em oftalmologia. Desde 2008 participa como conselheiro do CRM – RR. Já foi corregedor da instituição. Ocupou o cargo de presidente de outubro de 2013 a abril de 2016. Atualmente é professor do curso de Medicina da UFRR. CRM – RR: 0697 Presidente: BLENDA AVELINO GARCIA Roraimense, nasceu em 13 de junho de 1974. Filha de José Lurene Nunes Avelino e Lisete Macellaro Thomé Avelino. Em 1998, formou-se pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Pediatria. É funcionária concursada da Prefeitura de Boa Vista e do Estado de Roraima. Foi vice-presidente da Sociedade Roraimense de Pediatria. Desde 2003 participa como conselheira do CRM – RR. Já foi corregedora da instituição. Ocupa o cargo de presidente desde abril de 2016, encerrando em setembro de 2018. CRM – RR: 0613

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As Mulheres e a Medicina

Rita Lobato As mulheres, dois séculos atrás, já cuidavam dos doentes. Eram elas que colhiam ervas, faziam infusões e acompanhavam as mulheres grávidas nos partos. Embora sempre houvesse essa atuação das mulheres, eram os homens que predominavam na história da Medicina. O caminho percorrido pelas mulheres para ganharem destaque e a princípio, o direito de estudar Medicina, foi de muita ousadia e força de vontade. Em 2005, a Associação Brasileira de Mulheres Médicas lançou o livro “A História da Associação Brasileira de Mulheres Médicas” que conta a trajetória das mulheres que desejavam ser médicas no Brasil. De acordo com o livro, até o final do século XIX a medicina só podia ser exercida por homens porque o acesso das mulheres à universi-

dade era proibido. A liberação dos estudos para as mulheres se deu lentamente a partir de 1850, quando foi fundada na Philadelphia a primeira escola médica para mulheres, “The Female Medical College of Pensylvania”. Somente em 1879, D. Pedro II colocou a carreira médica ao alcance da mulher, através da reforma Leôncio de Carvalho (decreto 7.247 de 19 de Abril de 1879), que autorizava a matrícula das mulheres nas escolas superiores. A primeira brasileira a diplomar-se médica foi Maria Augusta Generoso Estrela, nascida em 1860, que anteriormente à reforma seguiu para Nova York a fim de frequentar o curso no New York Medical College and Hospital for Women. Completou o curso em 1879 e retornou ao Brasil em 1882, montando um pequeno consultório onde clinicou por muitos anos. Já a primeira brasileira a inscrever-se e frequentar uma Faculdade de Medicina no Brasil, foi a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes. Iniciou seu curso médico em 1883 no Rio de Janeiro, transferiu-se para Salvador em 1885 e matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Diplomou-se em 1887 e clinicou até 1925, quando abraçou a carreira política

PRIMEIRA MULHER INSCRITA NO CRM-RR Atualmente, o CRM – RR tem 371 médicas ativas. A primeira mulher inscrita no Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) foi a médica Rosemarie Gomes Teixeira, com registro número 034, de 07.12.1973. Ela veio do Rio Grande do Sul para acompanhar o marido. Um ano depois, retornou a sua cidade de origem e atualmente atua como neurologista. Rosemarie Gomes Teixeira é neurologista no RS 37


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PRIMEIRA MÉDICA RORAIMENSE A médica Sumaia Marly Salomão Wilt é natural de Boa Vista – RR. Filha de Said Samou Salomão e Latife Abdala Salomão. Ela foi a primeira roraimense formada em Medicina. Estudou nos colégios São José e Euclides da Cunha. Posteriormente foi para Manaus – AM, onde estudou no internato Nossa Senhora Auxiliadora e fez o curso cientifico no Colégio Estadual do Amazonas. Aos 16 anos, passou para o curso de Medicina da Universidade de Brasília (UNB). Formou-se em 1973. Ao término da residência em Clínica Médica, em 1976, retornou a Roraima. Ela é casada com o médico Jan Wilt e mãe dos médicos Alexandre Salomão, Katherine Wilt e Rudolf Wilt.

PRIMEIRA MULHER PRESIDENTE DO CRM-RR

Em 1999, a médica anestesiologista Maria Hormecinda Almeida de Souza Cruz foi eleita e entrou para a história como a primeira mulher a assumir a presidência do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR). Zita Cruz (como é conhecida pelos familiares e amigos) foi a responsável pelas primeiras negociações junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para construção da atual sede. “Foi um período áureo da nossa

história. Participei ativamente da organização do Conselho, me posicionei, quando era necessário, na imprensa e trouxe os colegas médicos para participar dos debates inerentes à saúde e nossa classe profissional”, comentou Zita. A médica é paraense, formada pela Universidade Federal do Pará, chegou a Roraima no ano de 1981, quando tinha 30 anos de idade. Veio acompanhando o marido, o médico roraimense Homero de Souza Cruz Neto. Eles estudaram na mesma Universidade e se conheceram em um trabalho em comum. O relacionamento de 38 anos resultou em dois filhos e numa união pautada em amor, amizade, companheirismo e paixão pela profissão. “Desde o início do namoro, o Homero sempre dizia que voltaria para terra dele. Viemos para Roraima, construímos uma vida aqui tanto pessoal quanto profissional”. Além de ser a anestesiologista mais antiga do Estado, Zita trabalhou no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), Hospital Geral de Roraima, Hospital da Criança Santo Antônio e Unimed Boa Vista, o qual é uma das fundadoras. 39


Primeira Turma de Medicina de Roraima No dia 17 de dezembro de 1999, um grupo de nove jovens formandos do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR), recebia o diploma de médico. A emoção era tanta que na hora não conseguiram dimensionar o tamanho da importância daquele momento para a população de Roraima. “Foi um misto de emoção. Era a conquista de um sonho, mas um momento também de grande insegurança”, lembra a cirurgiã geral, Helvya Rochelle Távora, médica de 37 anos que fez parte da primeira turma de acadêmicos de Medicina do Estado. Dos nove formandos, somente ela e a médica Ana Carolina Lima Lopes Brito permanecem em Roraima. Rochelle recorda das dificuldades enfrentadas, entre elas a falta de professores e de estrutura. Ela contou que o curso era composto de dois ciclos, o Básico e o Clínico. Os professores do Ciclo Básico, quase todos vieram de fora. “Hoje é motivo de grande orgulho. Mas no início, quando passamos no vestibular, foi bem difícil porque era a primeira turma em uma Universidade também recém-criada. Então tivemos que vencer muitos obstáculos. Nossos professores sempre foram excelentes, bem preparados, esse

Primeira turma de formandos do curso de Medicina da UFRR não foi um ponto falho. Era mais pelo número reduzido”. Ela teve como professores os pais, o médico Lúcio Távora e a médica Sílvia Távora. Para se especializar, Rochelle deixou o Estado e foi para São Paulo, onde passou três anos e fez residência médica. “Hoje o cenário é outro. Mudou completamente. Tivemos grande avanço com a chegada de novas tecnologias. É prazeroso exercer a medicina em Roraima porque ainda temos a relação muito próxima entre médico e paciente. Tem o sentimento de gratidão, de amizade, de confiança diariamente. Você observa esse carinho. Temos o reconhecimento dos nossos pacientes”, ressalta.

Primeiro Vestibular para Medicina O primeiro Vestibular do curso de Medicina da UFRR aconteceu em 1994, um ano depois do aval de autorização. O médico, Antônio Carlos Sansevero Martins, 53 anos, atual Coordenador do curso, lembra que no primeiro vestibular foram ofertadas 20 vagas. Desde então o curso começou fazer história e são 399 alunos diplomados, segundo o Derca (Departamento 40

de Registro e Controle Acadêmico da UFRR). Em 2015, no ranking dos cursos mais procurados, o campeão mais uma vez foi o de Medicina. No ano de 2014, a concorrência foi de 52 para uma vaga. Já em 2015, foram contabilizados 1.541 inscritos para 28 vagas, ou seja, concorrência de 55 pessoas por uma vaga. Desde a sua implantação, o curso vem so-


frendo constantes evoluções. “O curso de Medicina da UFRR tem evoluído sistematicamente, graças à sua opção por currículo inovador, inserção plena na rede de saúde e na comunidade do Estado de Roraima. Em 1999, foi a primeira escola médica a adotar plenamente a metodologia de ensino baseada em problemas no Brasil, movimento iniciado pelas escolas médicas de Londrina e de Marília, que efetivaram a mudança de maneira paralela ao currículo anterior. A partir da mudança, a UFRR passou a se destacar no cenário da educação médica brasileira, tendo obtido a melhor nota nas avaliações do INEP [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] entre as escolas médicas da região norte em 2007 e

2011, e propiciou a abertura de programas de residência médica e multiprofissional em saúde, melhorando a oferta de especialistas no estado”, conta Sansevero. Mesmo com os avanços, algumas dificuldades ainda impedem a plena profissionalização dos médicos. “O isolamento geográfico e o baixo nível de investimento na área da saúde e da educação e a escassez de programas de mestrado e doutorado na área da saúde são os problemas mais evidentes. Com a criação do Procisa [Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde], na UFRR, ficou evidente a demanda por qualificação dos profissionais de saúde da região. O pequeno número de docentes deve se resolver com o próximo concurso a ser realizado”, ressalta o médico.

O atual prédio do curso de Medicina da UFRR - Foto: Ascom/UFRR -

Processo de Formação Para o médico e coordenador do curso de Medicina da UFRR, Antônio Carlos Sansevero, o processo de formação no curso é longo e intenso. Ele explica que o curso tem formato modular onde os conhecimentos são explorados de maneira integrada, segundo necessidades de saúde, nos quatro primeiros anos. “No lugar de disciplinas isoladas e estanques, temos módulos, onde os conteúdos de várias disciplinas são explorados. Por exemplo, no módulo de concepção e formação do ser humano, trabalhamos conceitos de anatomia, fisiologia, bioquímica, genética, embriologia, assim como temas de saúde pública como assistência pré-natal e pla-

nejamento familiar. Assim, os estudantes têm uma visão ampla dos determinantes de saúde e doença relacionados ao tema. Nos dois últimos anos ocorre o internato médico, onde os estudantes rodiziam nos hospitais e unidades básicas de saúde, em regime de imersão”, explica. Sansevero ressalta que apesar do isolamento geográfico e a falta de aparatos tecnológicos, o curso de Medicina da UFRR forma médicos em condições de exercer dignamente sua profissão em qualquer lugar do Brasil. “Eu tenho 30 anos de formado, e desses anos, 25 tenho dedicados à formação médica. Nossos egressos são aprovados nos exames para residência médica nos 41


melhores serviços do país. Se nos falta aparato tecnológico, temos rico espaço para a boa prática médica e contato com os pacientes, o que já começa a ser problema na formação em escolas de grandes centros mais tradicionais. A nossa experiência tem mostrado que, devido ao modelo de formação, temos um egresso questionador, que busca atualização, e, principalmente se preocupa em tentar resolver os problemas de seus pacientes”, frisa. O curso tem como missão descrita em seu projeto pedagógico, a formação de um médico generalista, humanista, preparado para lidar com as necessidades de saúde das comunidades onde se inserir. A graduação médica é o primeiro passo para a vida profissional. A definição de especialidade é feita na residência médica.

O coordenador do curso de Medicina da UFRR, Antônio Carlos Sansevero, em aula com calouros de 2016 - Foto: Girnei Araújo

Residência Médica em Roraima

Turma de residentes formados em fevereiro/2016 - Foto: Girnei Araújo O Primeiro Programa de Residência Médica de Roraima (PRM – RR), foi criado em Fevereiro de 2004, cinco anos após a primeira turma de médicos formados pela UFRR. A especialidade oferecida era apenas em Pediatria, no âmbito do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA). A turma teve três médicos residentes matriculados. De acordo com o atual Conselheiro Federal, Wirlande da Luz, que na época era Secretário Municipal de Saúde, a escolha de uma residência em Pediatria foi um vislumbre para sanar a 42

carência dessa especialidade. “Na época eu era Secretário Municipal de Saúde e a Dra. Marilza Bezerra, era diretora do HCSA. Firmamos um convênio com a Prefeitura de Boa Vista, o qual permitiu que a bolsa de estudos saísse totalmente gratuita pelos residentes. Essa solicitação foi um pedido dos médicos Antônio Sansevero e Stella Maris, que pediram apoio para funcionar a residência em Pediatria que estava praticamente autorizada pelo MEC”, contou Wirlande.


Em 2010, foi criada a Comissão Estadual de Residência Médica de Roraima (CEREM – RR). De acordo com o coordenador da Comissão, o médico Mauro Asato, o objetivo era prestar orientação pedagógica aos PRM´s, credenciados pelo Ministério da Educação (MEC), para o Sistema Único de Saúde em Roraima (SUS – RR). Atualmente são ofertadas 11 residências médicas: Anestesiologia, Cirurgia Geral, Medicina Intensiva, Clínica Médica, Infectologia, Ortopedia e Traumatologia, Ginecologia Obstetrícia, Pediatria, Neonatologia, Mastologia e Progra-

ma de Saúde da Família e Comunidade. Dessas, oito possuem credenciamento definitivo junto ao MEC e três estão com credenciamento provisório. Desde a primeira residência até fevereiro de 2016, soma-se 169 médicos pós-graduados nas várias especialidades oferecidas e 44 residentes. “Antes a procura pela residência era mais dos médicos daqui, mas, agora 60% são de outros estados, principalmente da região Norte. Não deixamos a desejar em nada para residências de outros Estados”, disse Mauro Asato.

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Vertentes de Atuação do CRM-RR Ao longo das décadas, desde que foi criado em 1957, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e, por conseguinte os Conselhos Regionais de Medicina (CRM’s) ganharam mais notabilidade e abrangência, acompanhando questões relevantes para a saúde e benefícios para a categoria médica. “Os Conselhos de Medicina deixaram de ser instâncias apenas judicantes e passaram a ter outros papéis. Não só julgam, mas têm ações que visam atualizar e capacitar o médico para que exerça a Medicina com mais preparo. Também, passaram a ocupar um espaço fundamental na sociedade, onde participam de debates importantes e oferecem uma análise pertinente sobre a qualidade da assistência oferecida nas redes pública e privada. Sem dúvida, hoje são referência no debate sobre a saúde no País”, disse o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima. O trabalho realizado no Conselho Regional de Medicina de Roraima é realizado por um corpo de Conselheiros eleitos a cada cinco anos. Cada gestão é composta por 40 conselheiros, sendo 20 efetivos e 20 suplentes. “Depois da eleição, é realizada uma Sessão Plenária o qual são escolhidos dois Presidentes. Cada um fica no cargo durante dois anos e meio e cabe a eles a escolha dos membros da Diretoria”, explicou a segunda vice-presidente Rosa Leal.

A diretoria é composta por: Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Vice-Presidente, Tesoureiro, 1º Secretário, 2º Secretário, Corregedor e Sub-Corregedor. O trabalho dos Conselheiros não é remunerado, é de caráter honorífico. Para o Conselheiro Aurino José da Silva, fazer parte do corpo de conselheiros é muitas vezes renunciar a momentos com família e até mesmo ao trabalho, como uma troca de plantão. “Ser Conselheiro é colaborar com a boa prática da Medicina e da saúde como um todo. O médico Conselheiro não só fiscaliza e observa as leis relativas ao médico, mas também as áreas correlatas. Nosso trabalho beneficia a sociedade, pois lutamos por uma saúde mais digna para a população”.

Eleição realizada em 2013 para escolha do atual corpo de Conselheiros

Corregedoria A Corregedoria é o setor responsável pela atividade judicante do Conselho. “Quando uma denúncia chega ao CRM, seja feita diretamente pela parte interessada ou representante legal identificado, por uma autoridade judicial ou ainda feita por meio de denúncia relevante em mídia de grande circulação, como jornal ou revista, ela é encaminhada para a Corregedoria para providências”, como explica o Corregedor do CRM-RR, Marcelo Arruda. Se a denúncia de fato diz respeito ao ato profissional do médico, é aberta uma sindicân-

cia para apuração sumária dos mesmos, sendo feita por um Conselheiro sindicante. Nesta fase o profissional envolvido ainda não está sendo processado, visto que a função é justamente apurar se há ou não indícios de infração ao Código de Ética Médica. Concluída a sindicância, é emitido um relatório que será apreciado numa sessão da Câmara de Sindicância, formada por oito conselheiros. Após a explanação e o debate, o sindicante faz o seu voto, que poderá ou não ser acompanhado pelos membros da Câmara, e será definido se a sindicância será 45


No final do Processo Ético Profissional há um julgamento do caso feito pelos Conselheiros - Foto: Girnei Araújo arquivada ou se será instaurado um Processo Ético Profissional (PEP) pelo voto vencedor com maioria simples. Nessa sessão não é permitida a participação de nenhuma das partes, pois ainda não há um processo instaurado. Quando a sindicância vira um PEP, o profissional passa a responder um processo, sendo nomeado então um conselheiro instrutor que irá fazer as oitivas, ouvir testemunhas, fazer diligências, solicitar documentos, tudo que possa garantir o direito da ampla defesa e do contraditório. Finalizada a instrução, é nomeado um Conselheiro para fazer o relatório e outro para ser revisor do relatório final. Depois de concluído os trabalhos, a corregedoria marcará uma sessão plenária para o julgamento, sendo necessário um quórum mínimo de onze conselheiros, sendo também facultado o direi-

to de ambos a participarem da sessão com ou sem advogado. “Na sessão de julgamento, o processo poderá ser arquivado ou o profissional poderá ser condenado de acordo com o artigo infringido por maioria simples de votos”. Se culpado, o profissional receberá uma das cinco penas disciplinares aplicáveis, previstas em Lei, pela ordem de gravidade: advertência confidencial em aviso reservado, censura confidencial em aviso reservado, censura pública em publicação oficial, suspensão do exercício profissional em até 30 dias e cassação do exercício profissional. A cassação precisa ser referendada pelo Conselho Federal de Medicina. O CRM garante sigilo processual e nenhum médico pode ser considerado culpado até transitada em julgado a penalidade aplicada.

Fiscalização O CRM – RR, além de defender o exercício ético da Medicina, fiscaliza as condições de trabalho dos profissionais e condições de estrutu-ras físicas das unidades de saúde, hospitais das instituições públicas e particulares. As fiscalizações acontecem tanto nos municípios do interior quanto na capital Boa Vista. O resultado dos últimos anos constata como anda precária a situação da saúde pública oferecida à população. Em 2015, o Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR), realizou o total de 100 vistorias. Dos 15 municípios existentes, 14 receberam a equipe de fiscalização. A frente do trabalho está a segunda vice-pre-sidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima, Rosa de Fátima Leal de Souza. De 46

acordo com ela, foi avaliada a estrutura física das unidades, os itens básicos necessários ao funcionamento de um consultório e atendimento de urgência emergência, as condições higiênicas, a quantidade de profissionais. Em todos os aspectos, a situação encontrada deixa a desejar, dos hospitais que funcionam no interior, apenas a unidade de Rorainópolis possui estrutura adequada para atender pacientes em situação de risco. “Os demais hospitais localizados no interior do Estado, não estão aptos para atendimento de emergência, e alguns sem condições de prestarem assistência em casos de urgência. Além, de precisarem de reforma na estrutura física e equipamentos”, explicou Rosa. Foi identificado que 100% das Casas Saúde


da Família não possuem registro no CRM – RR, que é uma obrigação. Conforme a resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1971/11, os estabelecimentos hospitalares e de saúde, mantidos pela União, estados-membros e municípios, devem se cadastrar nos conselhos regionais de medicina. “Esperamos que o poder público se empenhe em melhorar os serviços de saúde oferecidos para a população do interior do Estado. Há locais que nem deveriam estar funcionando. Continuaremos com o nosso importante trabalho de fiscalização, pois o nosso papel, também, é cobrar saúde de qualidade e condições dignas para os profissionais exercerem a medicina”, disse Rosa Leal.

As fiscalizações acontecem nas instituições públicas e privadas

Educação Médica O Programa de Educação Médica Continuada (EMC) é uma ferramenta dos CFM e CRM’s para oferecer aos médicos conhecimento ético, profissional, sobre direitos e deveres. O Conselheiro e ex-coordenador do Programa, José Antônio, contou que o Conselho também é um órgão educativo e trabalha preventivamente. “Os eventos e cursos são para qualificar e atualizar os profissionais para que eles possam melhorar a qualidade dos serviços prestados à população”, contou José Antônio.

Fórum de Ética Médica Em setembro de 2012, foi realizado o I Fórum de Ética Médica com o tema a “Responsabilidade Médica versus Influencias da Justiça na Saúde”. O assunto foi abordado pelo presidente da época, o médico Roberto Luiz d’Ávila. De acordo com o Conselheiro Federal, Wirlande da Luz, que na época era o presidente do órgão, este foi um dos eventos mais importantes da sua gestão. “Até então nunca houve um evento que discutisse o tema Ética Médica. Aprender Ética Médica, é tão importante quanto aprender cirurgia, cardiologia, pediatria e outras cadeiras técnica. O conhecimento cientifico não pode estar dissociado do conhecimen-

to ético. Ninguém pode ser um bom médico só com o conhecimento científico. O médico tem, acima de tudo, que ser ético.

Primeiro dia do Fórum de Ética Médica

Simpósio de Ortopedia e Traumatologia Acidentes de trânsito em Roraima é um assunto de saúde pública. Levando em conta essa informação, o CRM – RR realizou por quatro anos consecutivos o Simpósio de Ortopedia e Traumatologia. O objetivo era atualizar e capacitar os pro-

fissionais especialistas na área de ortopedia e traumatologia. Segundo o coordenador do evento, Vitor Montenegro, o Simpósio além de aperfeiçoar e atualizar os profissionais do Estado, também trouxe ganho para a sociedade. 47


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“Roraima apresenta índices altíssimos de acidentes de trânsito, o que acarreta no aumento da demanda de cirurgias. Além deste agravante muitos acidentes têm deixado pessoas com sequelas graves e algumas irreversíveis. Quanto mais o profissional da área ortopédica estiver preparado será melhor o atendimento à população”, explicou Vitor Montenegro. Foto: Arquivo CRM-RR

I Simpósio de Roraima de Medicina Legal e Perícia Médica Com o objetivo de discutir o papel do médico-perito e suas diversas áreas de atuação, em setembro de 2015, a Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas Regional Roraima (ABMLPM – RR) em parceria com Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) realizou o I Simpósio de Roraima de Medicina Legal e Perícia Médica, no auditório do CRM. De acordo com a organizadora do evento e presidente da ABMLPM – RR, Nympha Salomão, o objetivo do Simpósio era esclarecer o papel do médico perito e suas diversas áreas de atuação. “O Simpósio foi um encontro educativo, com esclarecimentos necessários tanto para os profissionais que atuam na perícia médica como para advogados e juízes que muitas vezes trabalham paralelamente”, disse Nympha.

Café Científico Os profissionais da área da ginecologia e obstetrícia participaram durante os anos de 2014 e 2015, do Café Científico. De acordo com o conselheiro José Antônio, organizador do evento, o objetivo era atualizar e treinar os profissionais da área de ginecologia e obstetrícia sobre os principais temas que fazem parte do cotidiano desses médicos. “Queremos que nossos profissionais estejam a par de todos os assuntos atuais que fazem parte do dia a dia de quem lida com a obstetrícia”.

Parceria com Ministério Público A promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual de Roraima foi criada em 2001 com o intuito de fiscalizar a prestação dos serviços oferecidos na área de saúde em todo Estado. Desde então, o CRM – RR é parceiro do Ministério do Público em diversas ações de fiscalizações, audiências públicas e até em elaboração de relatório, como foi feito, em dezembro de 2015, sobre o Instituto Médico Legal (IML).

PCCS exclusivo para os Médicos Em 2013, a parceria CRM – RR e Sindicato dos Médicos de Roraima conseguiram que os médicos tivessem um Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCS) exclusivo, para não prejudicar os profissionais. “Essa vitória de um PCCS exclusivo para os médicos foi fruto de um bom entendimento e diálogo entre as lideranças médicas e com o poder executivo da época”, contou Alexandre Mar49


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ques, 1º vice-presidente. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Samir Xaud, o PCSS está na mesa de negociação da Secretaria Estadual de Saúde. “Estamos em fase de reuniões, cada item está sendo bem analisado. Assim que concluir essa fase será enviado para a Governadora e para a Assembleia Legislativa do Estado”.

Revalidação do Diploma Em julho de 2013, mais de 200 médicos e acadêmicos de Medicina de Roraima, assim como nos demais Estados do país, foram às ruas para reivindicar a revalidação do diploma dos médicos estrangeiros, mais investimento para saúde e valorização dos profissionais. A mobilização aconteceu na Avenida Ene Garcez, com concentração no Portal do Milênio da Praça das Águas. A manifestação foi coordenada pelo CRM – RR, Sindicato dos Médicos de Roraima e Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Federal de Roraima.

Entrega das Carteiras Médicas No final de outubro de 2015, a diretoria do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR), por meio da Resolução 004/15, normatizou a solenidade de entrega da Carteira do Médico Profissional aos recém-formados. De acordo com a Resolução, é condição indispensável, para o recebimento da Carteira Profissional de Médico, o comparecimento a uma solenidade formalmente organizada para esse fim, no qual será proferida uma palestra de orientação sobre temas éticos pertinentes ao exercício profissional. O novo médico, que por motivos justificados não puder comparecer à solenidade, deverá enviar representante para receber sua Carteira Pro-

fissional. Porém, continua obrigado a comparecer ao CRM – RR, posteriormente, para assistir a palestra sobre ética. Em dezembro de 2015, Roraima recebeu 32 formandos. A entrega foi feita numa cerimônia, que aconteceu no auditório da instituição. De acordo, com a segunda vice-presidente do CRM – RR, Rosa Leal, com o registro em mãos os profissionais tem garantido o exercício legal da medicina, podendo iniciar a prática médica, residências e pós-graduações. Para o médico, Rafael Leal, a sensação de receber o registro foi a melhor possível. “Este era um momento muito esperado por mim. Exerço desde então a profissão que escolhi para me dedicar”, afirmou Rafael.

Formandos em Medicina/2015 - Foto: Girnei Araújo 51


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CRM-RR comemora 50 anos com resgate de criação A comemoração do Jubileu de Ouro, 50 anos, do Conselho Regional de Medicina (CRM - RR) foi realizada no dia 1º de julho. A solenidade ocorreu no auditório do Conselho e reuniu médicos e seus familiares, autoridades, parceiros e funcionários da instituição. Para marcar a data de fundação, foi exibido um vídeo contando a história do Conselho. Ainda na cerimônia, os 50 primeiros médicos inscritos no CRM foram homenageados com diplomas e os 15 presidentes que passaram pela instituição receberam placas de honra. “Eu fiz parte dessa história, tanto como um dos primeiros médicos de Roraima como presidente. Naquela época fazíamos de tudo. Sinto muito orgulho desse tempo e de ter escolhido a Medicina como profissão”,

disse o médico Mozarildo Cavalcante. O médico Ramiro José Teixeira, CRM 36, disse que lembra com saudade do início da profissão. “Dá uma saudade grande. A gente fazia medicina com amor. Fazíamos o papel de médico e conselheiro familiar ao mesmo tempo. Era uma medicina diferente, éramos respeitados pela sociedade”, lembrou. Para a presidente o CRM – RR, Blenda Avelino Garcia, foi uma honra presidir a solenidade do Jubileu de Ouro. “Fiquei satisfeita em proporcionar, como Presidente, um momento cheio de emoções para pessoas que chegaram aqui e deram sua vida pela Medicina. São 50 anos de luta e vitórias”.

50 Primeiros inscritos 01 - ALBERTO PIMENTEL CARDOSO 02 - MANOEL PEREIRA DA SILVA 03 - MARIO AUGUSTO FERREIRA 04 - PAULO RODRIGUES MOTA 05 - PAULO BACCARO FILHO 06 - JAMIL JOSE DE SALLES 07 - ANYSIO CERQUEIRA LUZ 08 - CYRO DE CARVALHO VIANNA 09 - SYLVIO LAFEGO BOTELHO 10 - FRANCISCO ELESBAO DA SILVA 11 - BENEDITO PINTO DE SOUSA 12 - JOSE ROBERTO DA SILVA NEGRAO 13 - CHARLES NATLON PATTON 14 - DAGOBERTO DI TOMAZO PEREIRA 15 - EGBERTO MOREIRA PENIDO BUNIER 16 - ENIO FONSECA DE CARVALHO 17 - RAIMUNDO DOS SANTOS LOPES 18 - FRANCISCO M. DE MELO CAVALCANTI 19 - ALCESTE MADEIRA DE ALMEIDA 20 - TENNYSON ACCETTI RESENDE 21 - OSMARIO VILLTORE 22 - JORGE ALVES GUIMARAES 23 - JOSE OSCAR BEZERRA MARTINS 24 - RAIMUNDO BRAGA FERNANDES VIEIRA 25 - ROBERTO RIBEIRO DOS ANJOS

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26 - DANKWART WILRICTT HANS BOCKING SCHEREEN 27 -HELIO SILVA ROSARIO DE MACEDO 28 - MARTINHO BORGES DA FONSECA ARAUJO 29 - RONI LUIZ BRAGA JOIA 30 - GLAUCO ANTONIO DE SOUZA 31 - ALTAIR FERNANDES DA SILVA 32 - ADEMAR LEVI ZANOL 33 - LUIZ GONSAGA DE FREITAS FILHO 34 - ROSEMARIE GOMES TEIXEIRA 35 - JADER LINHARES 36 - RAMIRO JOSE TEIXEIRA E SILVA 37 - TANIA FRICK CARPES 38 - LUIZ CARLOS FONTOURA CARPES 39 - CELSO CLEMENTINO DA SILVA 40 - EVALDO CARNEIRO NOGUEIRA 41 - MELVINO DE JESUS 42 - JOSE DEODATO DE CARVALHO 43 - WILLIAM DE OLIVEIRA MENESES 44 - AUGUSTO AFFONSO BOTELHO NETO 45 - ODETE IRENE DOMINGUES 46 - MARCOS SERRUYA 47 - FRANCISCA MARILENE VITAL SAMPAIO 48 - CLAUDE FILGUEIRAS DE VASCONCELLOS 49 - VICTORIA MARIA LEAO DE AQUINO BOTELHO 50 - CLARICE MARIA MAGALHAES


Homenagem Os primeiros médicos inscritos que estiveram presentes na homenagem

2- O CRM – RR 35, Dr. Jader Linhares (dir) recebeu o certificado das mãos do Conselheiro Laerth Thomé (esq.)

1- O CRM – RR 18, Dr. Mozarildo Cavalcanti recebe o certificado das mãos da Conselheira Elana Faustino.

4- O CRM – RR 42, Dr. José Deodato de Carvalho recebe o certificado das mãos da Conselheira Magnólia Rocha.

3- O CRM – RR 36, Dr. Ramiro Teixeira (esq.) recebe o certificado das mãos do Conselheiro Bruno Figueiredo (dir.).

6- O CRM – RR 45, Dra. Odete Irene Domingues recebeu o certificado das mãos do Conselheiro Alexandre Marques.

8- O CRM – RR 49, Dra. Victoria de Aquino Botelho recebe o certificado das mãos do médico Augusto Botelho.

5- O CRM – RR 44, Dr. Augusto Botelho Neto recebe o certificado das mãos do Conselheiro Marcos Albuquerque.

7- O CRM – RR 48, Dr. Claude Filgueiras recebe o certificado das mãos da Conselheira Débora Maia.

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Os ex-presidentes homenageados

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1 - Dr. Mozarildo Cavalcante, segundo presidente, recebe a placa das mãos do Tesoureiro do CRM – RR, Dr. Domingos Sávio.

2- Dr. Augusto Botelho, terceiro presidente, recebe a placa das mãos da Presidente do CRM – RR, Dra. Blenda Garcia.

3 - Dr. Altamir Lago, quinto presidente, recebe a placa das mãos da 1ª Secretária do CRM – RR, Dra. Marilza Bezerra.

4 - Dr. Ailton Wanderley, sexto presidente, recebe a placa das mãos da 2ª Vice-presidente do CRM – RR, Dra. Rosa Leal.

5 - A esposa, Djane de Brito Rodrigues, do Dr. Wilson Franco (in memorian), sétimo presidente, recebe a placa das mãos da Conselheira, Dra. Francinéa Moura.

6 - Dra. Zita Cruz, nona presidente, recebe a placa das mãos do Corregedor do CRM – RR, Dr. Marcelo Arruda.


7 - Dr. Paulo Ernesto Coelho, décimo presidente, recebe a placa das mãos do Conselheiro do CRM – RR, Dr. Bruno Figueiredo.

8- Dr. Hiran Gonçalves, décimo primeiro presidente, recebe a placa das mãos do 1º Vice-presidente do CRM – RR, Dr. Alexandre Marques.

9 - Dra. Niete Lago, décima segunda presidente, recebeu a placa das mãos da Presidente do CRM – RR, Dra. Blenda Garcia.

10 - Dra. Zita Cruz recebeu a placa in memorian do Dr. Hélio Macêdo, décimo terceiro presidente, das mãos da Conselheira Francinéa Moura.

5 - Dr. Wirlande Santos da Luz, décimo quarto presidente, recebeu a placa das mãos da 2ª Vice-presidente do CRM – RR, Dra. Rosa Leal.

12 - Dr. Alexandre de Magalhães Marques, décimo quinto presidente, recebeu a placa das mãos do 2º Secretário, Dr. Edson Bussad.

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1 - Dr. José Antônio e a esposa Ilma Nascimento / 2 - Dra. Lívia Moura, Dra Blenda Garcia e Dra. Francinéa Moura / 3 - Dr. Marcelo Arruda e a esposa Sylvia Arruda / 4 - Dr. Ailton Wanderley, com o filho Felipe Varotto e a esposa Dra. Celeste Wanderley / 5 - Dra. Rosa Leal (centro) e os filhos Dr. Raphael Leal e Jannaira Leal / 6 - Dr. Wirlande da Luz / 7 - Dr. Vitor Montenegro / 8 - Dra. Débora Maia / 9 - Dr. José Deodato de Carvalho e família / 10 - Dra. Magnólia Rocha e o esposo Dr. Adônis Rocha / 11 - Larissa Santana, Dra. Eliana de Souza e Silva, Dra. Milena Ferreira e Carolina Santana / 12 - Dra. Jandira Negreiros e o esposo Giovanni Negreiros / 13 - Dr. Mozarildo Cavalcanti e a esposa Geilda Cavalcanti / 14 - Dr. Hiran Gonçalves, a esposa Gerlane Baccarin e a filha Constanza Baccarin / 15 - Dra Elana Faustino / 16 - Dr. Aurino Silva e a esposa Elisabete Silva / 17- Dra. Niete Lago Modernell, o esposo Daniel Modernell e a filha Bárbara Lago / 18 - Dr. Marcos Albuquerque / 19 - Dra. Marilza Bezerra / 20 - Dr. Jader Linhares e a esposa Carmem Linhares / 21 - Dr. Bruno Figueiredo e a esposa Leidyane Figueiredo / 22 - Dra. Cynthia Dantas e Dr. Frutuoso Neto.

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