Fev_Mar2008

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CREA-SC Rodovia Admar Gonzaga, nº 2125 - Itacorubi - Florianópolis - SC - CEP 88034-001

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Informativo do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Santa Catarina

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CREASC SC CREA Ano 7 • Nº 59 FEVEREIRO / MARÇO 2008

Impresso Especial 9912154315/2006 - DR/SC CREA-SC CORREIOS

DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS

CREA-SC 50 ANOS

Uma história de conquistas Veja a seguir os capítulos sobre a fundação, consolidação, modernização e projeção social do CREA de Santa Catarina


MENSAGEM DO PRESIDENTE

O Informativo é uma publicação do CREASC dirigida a todos os profissionais e estudantes das áreas abrangidas pelo Sistema. Tiragem: 35 mil exemplares. Artigos assinados não são de responsabilidade do CREASC. Endereço: Rodovia Admar Gonzaga, nº2125 – Itacorubi – Florianópolis – SC. CEP 88034-001. Fone: 48 3331 2000 Fax: 48 3331 2009. Internet: www.crea-sc.org.br E-mail:crea-sc@crea-sc.org.br Ouvidoria: 0800 481166

Prezado(as) profissionais,

2 Esta é uma edição especial que mostra um pouco da trajetória do CREA-SC nestes 50 anos de atividades, a serem comemorados no dia 17 de março em sessão solene na Assembléia Legislativa do Estado, com a presença de ex-presidentes, conselheiros, inspetores, profissionais homenageados com a Medalha do Mérito Catarinense, deputados federais e estaduais, presidentes de CREAs e de entidades de classe, funcionários, profissionais e sociedade em geral. Na oportunidade, lançaremos o livro "CREA: 50 anos orgulhando Santa Catarina", de autoria do jornalista Moacir Pereira, que transmite de forma clara e objetiva os pensamentos e realizações daqueles que vêm construindo um Conselho Profissional forte e atuante no estado. Podemos ressaltar diversas passagens como os desafios e a luta pela implantação do CREA em Santa Catarina, desmembrando-o do Conselho da 8ª Região - CREA-RS. Até 1958, mais de mil profissionais catarinenses quando precisavam de registro ou outros serviços tinham que viajar até Porto Alegre. Graças a determinação do 1º presidente, Eng. Civil Celso Ramos Filho e de um grupo de engenheiros e arquitetos da época, a instalação do Conselho no Estado foi uma conquista. A construção da sede atual do CREA-SC em 1978, na gestão do Eng. Mec. Carlos Calliari, bem como as políticas de valorização profissional na gestão do Eng. Civil Paulo Wendhausen, quando Santa Catarina batia recorde em número de novos cursos de engenharia, e a valorização da comunicação através do grande número de publicações impressas durante o mandato do Eng. Eletric. Edison Macedo, também são destaques na história do Conselho. A expansão do CREA-SC, com aquisição de instalações próprias para as inspetorias, é um trabalho que vem sendo desenvolvido desde a primeira gestão e que teve continuidade nos demais períodos, beneficiando todos os profissionais registrados e a comunidade catarinense. A busca pela solidez e modernização do Conselho foram metas cumpridas pelo Eng. Agr. Oly de Carvalho em seu mandato, assim como o fortalecimento das Entidades de Classe e a implantação de programas de Educação Continuada marcaram a gestão do Eng. Ex-presidentes e seus representantes junto ao Eng. Agr. Raul Zucatto: o Eng. Civil Cândido Bampi Filho (esquerda acima), representando o Eng. Civil Paulo Wendhausen; Eng. Civil Ivan Walendowski representando o Eng. Agr. Oly Joaquim de Carvalho; Eng. Civil Rogério Novaes, Eng. Elet. Luiz Roberto Nunes Glavam, Eng. Civil Celso Ramos Fonseca, Eng. Agr. Raul Zucatto, Eng. Civil Celso Ramos Filho, Eng. Elet. Edison Flávio Macedo e Eng. Civil Wilson Lang.

Civil Wilson Lang. Com a implantação da Lei nº 8.195 de 26/06/ 1991 que determina eleições diretas para presidência do Confea e dos Conselhos Regionais, o CREA-SC foi aperfeiçoando seu processo eleitoral, quando, durante o mandato do Eng. Eletric. Luiz Roberto Glavam, aconteceu a eleição totalmente informatizada, exemplo para todo o País até hoje. Na gestão do Eng. Civil Rogério Novaes o Conselho completou 45 anos e uma das comemorações da data foi a execução de um projeto de recuperação da memória do Conselho, com a publicação de sua história nos boletins informativos. O aumento do número de fiscais, o lançamento de novos serviços como o CreaNet e a Ouvidoria, a criação da Caixa de Assistência dos Profissionais no Estado e a participação efetiva do Conselho junto à sociedade, foram as marcas da administração do Eng. Civil Celso Ramos Fonseca e que a atual gestão vem dando continuidade com a implantação do Planejamento Estratégico. Muitos foram os percalços ao longo do caminho, mas passados 50 anos de atividades o CREASC é hoje uma instituição prestigiada e respeitada pelos profissionais e pela sociedade catarinense. Parabéns aos ex-presidentes, conselheiros, inspetores, funcionários, dirigentes de entidades de classe e instituições de ensino, empresas do setor tecnológico e profissionais que ajudaram a escrever a vitoriosa história deste Conselho. Um grande abraço, Eng. Agr. Raul Zucatto Presidente CREA-SC 03.03.2008

Presidente Engº Agrônomo Raul Zucatto Diretoria 1º vice-presidente Eng. Civil João Batista Gonçalves 2º vice-presidente Arq. Rafael Fornari Carneiro 1º secretário Eng. Eletric. José Antônio Latrônico Fº 2º secretário Eng. Civil e de Seg. Trab. Antônio Carlos Tomazi 3º secretário Eng. Mec. Renê Paulo Siqueira 1º tesoureiro Eng. Agr. Germano Fuchs 2º tesoureiro Eng. Agrimensor Claudino Netto Jornalista Responsável: Patrícia Francalacci (MTBSC 01016) Comitê Editorial Eng. Agr. Raul Zucatto, Arq. Rafael Fornari Carneiro, Eng. Civil Marcelo Morales, Eng. Elet. José Antônio Latrônico Filho, Jornalista Cláudia Renata de Oliveira, Jornalista Patrícia Francalacci. Assessora de Imprensa e Comunicação: Cláudia Renata de Oliveira (MTBSC00536) Colaboração: Eng. Claude Pasteur Faria e Maitê Antunes Projeto Gráfico e DTP: SALLES Produção & Design Gráfico Impressão: Gráfica Posigraf Contato com a redação 48 3331 2044 / 3331 2045 comunicacao@crea-sc.org.br

Ex-Presidentes do CREA-SC 1958 - 1975 - Eng Civil Celso Ramos Filho 1975 - 1978 - Eng. Metalúrgico Carlos Calliari 1979 - 1981 - Eng. Civil Paulo Wendhausen 1982 - 1987 - Eng. Eletricista Edison Flávio Macedo 1988 - 1990 - Eng. Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho

1990 - 1996 - Eng. Civil Wilson Lang 1997 - 1999 - Eng. Eletricista Luiz Roberto Nunes Glavam 9/01/2003 - 1/04/2004 - Eng. Civil Rogério Novaes 1/01/2000 a 8/01/2003 - 2/04/2004 a 31/12/2005 - Eng. Civil Celso Ramos Fonseca


Exemplar do jornal O Estado publicado em 22.03.1958, noticia a instalação do CREA no Estado. Ao lado, Profissionais reunidos em 1957 discutem a fundação do CREA-SC- Da E p/D: Colombo Salles, Wilson Pereira, Annito Petry, Victor Fontes, José Bessa, Luis Felipe Gama D'Eça, Hamilton Schaefer, Álvaro Camargo, Paulo Whendausen, Celso Ramos Filho e Raul Bastos. No meio, Solenidade de implantação do Conselho, no dia 21.03.58: Presidente Celso Ramos Filho e esposa ao fundo, e discursando, o presidente do Confea, Adolfo Morales. Abaixo, Eng. Celso Ramos Filho, durante encontro expresidentes CREA-SC.

1958 - 1975 FUNDAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO

Um CREA para Santa Catarina

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stávamos na década de 50. O desenvolvimento da construção e a tecnologia industrial que Santa Catarina passava a conhecer e absorver, eram fatores imprescindíveis para que aquele grupo fosse a campo e lutasse pelo disciplinamento e pela fiscalização da profissão que abraçaram. Somente homens como aqueles, com os mesmos ideais, unidos na solução do mesmo problema e ligados por haverem vivido situações semelhantes, teriam a felicidade de deixar o maior legado que a engenharia catarinense poderia deles esperar", afirmou o Eng. Ind. Carlos Calliari em informativo comemorativo aos 20 anos do CREA-SC, editado em 1978. Ele referia-se à mobilização para a fundação do Conselho, implantado no estado em 17 de março de 1958. Até aquela data o CREA-SC era subordinado ao CREA-RS por meio do Decreto 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que criou oito Conselhos Regionais, um deles com sede em Porto Alegre - 8ª região, abrangendo os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A luta para a fundação do CREA-SC iniciou no ano de 1957, em movimento liderado pelo Eng. Civil Celso Ramos Filho, então presidente da ACE - Associação Catarinense de Engenheiros, e primeiro presidente do Conselho, permanecendo no cargo até 1975. Também faziam parte do grupo os profissionais Haroldo Pederneiras, que deu os primeiros passos quando delegado do CREA-RS, João Eduardo Moritz, Renato Genovez, Valmy Bittencourt, Vitor da Luz Fontes - na época vice-presidente da ACE, Paulo Wendhausen, Anito Petry, Otto Entres, José Hülse e Colombo Machado Salles, entre outros. A campanha acabou sensibilizando os

políticos catarinenses, como Nereu Ramos, vice-presidente da República, que abriu portas em órgãos federais, especialmente contatos com o Ministro da Educação e com o presidente do Conselho Federal - Confea, Adolfo Morales de Los Rios. O CREA-SC foi fundado através da resolução nº 116 do Conselho Federal, com data do dia 17 de março de 1958. A instalação solene aconteceu no dia 21 de março, no Salão Nobre da Faculdade de Direito de Santa Catarina. Diversas autoridades estavam presentes, entre elas: Walmor Borges, representando o Governador do Estado, Jorge Lacerda; Heriberto Hülse, Vice-Governador; Ruy Hülse, Presidente da Assembléia Legislativa, Osmar Cunha, Prefeito da capital e Celso Ramos, que na época era presidente da Fiesc. Depois de funcionar provisoriamente na sede da ACE, entre os anos de 1958 e 1962, o CREA teve sede provisória no casarão localizado na rua Anita Garibaldi, esquina com General Bittencourt. Mudou-se para a rua Presidente Coutinho, onde permaneceu até 1968. A sede própria foi adquirida na rua Dom Jaime Câmara, também no centro da Capital, onde atendeu até 1978, quando foi inaugurada a sede atual. Duas funcionárias deram o suporte necessário nos primeiros dias: Cecília Medeiros e Erna Rosa. A dupla receberia depois o reforço de Mauro Soccas, servidor que também marcou passagem na instituição. Na época o presidente era eleito pelos próprios conselheiros, que também elegiam os demais membros da diretoria. Os primeiros conselheiros tomaram posse em 17 de abril de 1958 e foram indicados pela ACE, pela Associação Sul Catarinense de

Engenheiros, pela Associação dos Engenheiros do Vale do Itajaí e pelo Centro dos Engenheiros de Joinville. Os 13 conselheiros estudaram e emitiram pareceres sobre 3 mil processos que tramitavam até então no CREA do Rio Grande do Sul, todos transportados num caminhão "fenemê", nome popular dado aos primeiros veículos pesados produzidos pela Fábrica Nacional de Motores (FNM). A ata da primeira sessão Plenária do CREA-SC- no dia 17 de abril de 1958, bem como os nomes dos primeiros conselheiros, diretoria e outras informações relativas à época, estão disponíveis no link do Arquivo Histórico na Home Page do CREA-SC - www.crea-sc.org.br

Curiosidades • Antes da fundação do CREA-SC todos os serviços aos profissionais catarinenses eram prestados pelo CREA-RS. Na época, o deslocamento à capital gaúcha exigia até dois dias de viagem, em face das precárias condições das estradas. A BR-101 era projeto do governo Juscelino Kubitschek e a travessia na região de Torres era feita pela praia, tornando-se impraticável nos dias de maré alta, pois a ponte entre os dois Estados não existia. • As Plenárias eram semanais e duravam até duas ou três horas da manhã. • Wilson Nascimento, primeiro fiscal admitido por processo de seleção, chegou a ser ameaçado com espingarda e até quase expulso da cidade. Não era fácil convencer os proprietários a regularizarem as obras. • As placas dos profissionais responsáveis eram escritas a carvão.

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A direita, lançamento da pedra fundamental da atual sede, em novembro 1978: Eng. Calliari discursa aos profissionais e autoridades. Abaixo, Arquiteto Ademar José Cassol explana projeto da sede aos presentes. Ao centro a esquerda, Eng. Calliari lança a pedra fundamental. Ao centro a direita, profissionais e autoridades no dia da inauguração da sede, em A direita, fachada sede CREA-SC.

1975 -1978 - EXPANSÃO E INFORMATIZAÇÃO

Ousadia com a construção da sede

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e 1975, ano em que o eng. metalúrgico Carlos Calliari assumiu a presidência do CREA-SC, até 1978, final de seu segundo mandato, o Conselho passou por um processo de expansão em Santa Catarina. Foram instaladas outras inspetorias, descentralizando vários serviços e melhorando a eficiência do órgão. O CREA vinha se multiplicando. As Câmaras Especi-

Curiosidade • A verba para a construção da sede atual do CREA foi viabilizada pelos CREA’s do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Havia caixa para a compra de um terreno, mas a sede antiga não podia ser vendida, por se tratar de uma autarquia federal. Todo o dinheiro empregado foi devolvido a valor histórico. Este apoio financeiro era resultado da credibilidade e do prestígio que o Conselho catarinense desfrutava no plano nacional. Em termos de eficiência era considerado o melhor do Brasil. Eram comuns visitas de gerentes do Rio Grande do Sul, Minas e Paraná, a procura de inovações técnicas e administrativas.

alizadas subdividiram-se em função das categorias, e havia então uma pré análise facilitando o serviço nas plenárias. Foi também nesta gestão que se deu o processo de Informatização e foi criada a Associação de Funcionários. Mas uma das maiores lutas travadas pelo engenheiro Calliari, conselheiros e equipe funcional do CREA-SC na época, foi a construção da atual sede, que teve como responsável técnico o Arquiteto Ademar José Cassol, também conselheiro, e a executora da obra, Construtora A. Gonzaga. Ao mesmo tempo em que uma nova sede representou melhores instalações e conforto para os funcionários e profissionais, ficaram saudades do ambiente descontraído das antigas instalações na Dom Jaime Câmara, que guarda ainda muitas histórias por contar. A nova sede foi inaugurada em novembro de 1978.

Funcionários: riquezas do órgão Apesar de algumas carências do ponto de vista administrativo, os funcionários eram uma riqueza do órgão. "O CREA sempre teve excelentes funcionários. Quando as-

sumi o Conselho, ainda na sede da rua Dom Jaime Câmara, esses funcionários, para você ter uma idéia, depois das chuvas fortes iam até a casa - que era bastante antiga - para conferir se havia algum problema. E isto aos finais de semana.... Ivan Willain, Érico Coutinho, Jorge Cascaes, Mário Gonçalves, e muitos outros, tinham o CREA como sua casa", explica Calliari. Entre as principais conquistas da gestão estão: A realização da fiscalização de maneira mais uniforme, através de planos por amostragem, onde havia indicação dos pontos críticos; realização de sindicâncias para verificar onde estavam as falhas técnicas; início do processo de informatização, viabilizado por computadores da Universidade Federal de Santa Catarina; criação e implantação de um projeto para o registro de empresas na área metal-mecânica; elaboração e divulgação da nova Anotação de Responsabilidade Técnica, atingindo todas as atividades das áreas de conhecimento da engenharia, arquitetura e agronomia; implantação de planos de desenvolvimento, dotando o CREA de estrutura administrativa mais ágil e oferecendo melhores serviços aos profissionais; implantação do acervo técnico para todos os profissionais registrados e conclusão da implantação de inspetorias também em Tubarão, Lages, Joaçaba e Chapecó.


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No alto a esquerda, conselheiros e funcionários participam da solenidade de abertura da Semana de Engenharia de 1979, em auditório da UFSC. No alto a direita, Eng. Civil Paulo Wendhausen*(3) e conselheiros durante sua posse: Arq. Wilson Luiz Pereira (1), e Engºs Jaime Linhares*(2), Carlos Alberto Ganzo Fernandes (4), José Hulse*(5), David da Luz Fontes*(6), Henrique José Deeke (7), Annito Zeno Petry*(8), Victor da Luz Fontes*(9), Nelson José Althoff (10), Antônio Martendal (12), Adroaldo Pinto Pereira (15), os funcionários Érico Azeredo Coutinho (13) e Mauro Soccas*(14), e o amigo, vereador Alcino Vieira (11). Ao lado, Solenidade de posse Eng. Wendhausen (D),que está junto ao Engºs. Edison Macedo e Eng. Annito Petry (E)

1979-1981 - INTEGRAÇÃO SOCIAL

Iniciando as políticas de valorização profissional

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ntre 1979 e 1981, anos em que o Eng. Civil Paulo Cabral Wendhausen esteve na presidência do CREA-SC, o Conselho teve sua atuação revestida de novas conotações, que o tornaram, além de órgão fiscalizador do exercício profissional, um agente fundamental no aperfeiçoamento da engenharia, arquitetura e agronomia no Estado. Numa época em que proliferavam as modalidades profissionais e o Brasil passava pela segunda crise do petróleo, o CREA-SC adotava políticas de valorização, tentando garantir um campo de trabalho um pouco maior para seus registrados. Foi adotada uma política profissional voltada para o homem em todas as suas dimensões e aspirações e o CREA-SC atingiu um alto grau de integração em todo o território catarinense. Santa Catarina batia recorde em número de cursos de engenharia, sendo o estado que mais abriu cursos num período de quatro anos. Segundo fontes da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura, de outubro de 1977 a fevereiro de 1982, foram criados 49 novos cursos de engenharia no país, e o estado passou de 7 cursos em 1977, para 15 em 1980. As áreas da civil e mecânica foram as que mais tiveram acréscimo de cursos. Havia que se estimular a indústria da construção e a de

transformação para absorver o potencial de milhares de novos profissionais. Na área da Agronomia também multiplicavam-se os casos de profissionais que não encontravam colocação no mercado de trabalho estadual e maior ainda era o número dos que se viam em condições de sub-emprego. Estimulando vários programas para reverter a situação, a gestão do eng. Wendhausen concentrava suas energias em algumas áreas, principalmente na agronômica, onde as entidades de classe eram parceiras. O controle das atividades de produção de sementes e mudas era prioridade. Foi elaborado um formulário de ART inédito no país com o apoio da Câmara de Agronomia e feita uma ampla divulgação da legislação em vigor. A 36ª edição da Semana de Engenharia Arquitetura e Agronomia foi um dos principais eventos do período, já que era a primeira vez que era realizada em Santa Catarina. No final do ano de 79, de 11 a 16 de novembro, cerca de 360 profissionais dos CREAs de diversos estados estiveram em Florianópolis, e também foram realizadas visitas técnicas em Tubarão e Joinville . No mesmo ano, o CREA-SC foi referência para a criação do CREA-MS, apoiando sua implantação e enviando a Campo Grande uma equipe de funcionários para parti-

cipar do processo. O Departamento de fiscalização, que na época já era feita de forma preventiva-educativa, registrou, de 1979 a 1981 cerca de 64.050 ART's. A equipe de fiscais percorreu duas mil ruas de 198 cidades no Estado, visitando em torno de 38.847 obras. Ao final do ano de 1981 foram registrados 1870 novos profissionais e 295 empresas no Conselho. Nos três anos desta administração tramitaram pelo CREA-SC mais de 7.300 processos analisados pelas então Câmaras Especializadas de Civil, Arquitetura, Agronomia, Industrial e Elétrica.

Curiosidade Admirador de orquídeas - Certa vez o presidente Wendhausen chegou a atrasar-se para uma conferência na Semana de Engenharia em Manaus, por sumir na floresta esperando por dois guias contratados, que estariam procurando por uma orquídea azul. O engenheiro trazia este romantismo para o trabalho no CREASC, e de tanta dedicação e bom humor, acabava sendo alvo de desconfiança por parte das amigas da esposa, Walquíria de Gracia Wendhausen, que justificava a ausência do marido explicando: "Creia ou não creia, ele está no CREA".


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No alto, Eng. Elet. Edison Flávio Macedo assina termo de posse em sessão plenária. A direita no alto, solenidade de posse Eng. Macedo. A direita abaixo, plenária do CREA-SC com a presença do então governador Esperidião Amin.

1982-1987 - DEMOCRATIZAÇÃO DO SISTEMA

Novos rumos com o Planejamento das ações e descentralização

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esde o início do segundo semestre de 1981 as lideranças da engenharia, arquitetura e agronomia de Santa Catarina passaram a reunir-se visando dois objetivos: primeiro, o estabelecimento de uma agenda mínima e um programa de trabalho a ser cumprido pelo CREA-SC no período 1982/84; segundo, a escolha de um nome capaz de assumir a liderança do processo de mudanças que se pretendia desencadear. A agenda e o programa foram amplamente discutidos e fi-

Curiosidade Nos anos de 1983 e 1985 aconteceram as enchentes mais catastróficas registradas no Estado de Santa Catarina, e na ocasião o Governo Estadual criou uma Secretaria e um Conselho da Reconstrução, no qual o CREA-SC teve assento. Foi um grande desafio e oportunidade que tiveram os profissionais catarinenses de revelarem suas dimensões sociais e humanas. No processo de reconstrução do Estado, pelo menos nos três primeiros anos, esses profissionais deram muito de si para o restabelecimento da estrutura produtiva de Santa Catarina e para a reedificação do patrimônio público e privado destruído, inclusive doando serviços. Foi de autoria do CREA o projeto "Santa Catarina Hipóteses Iniciais" e posteriormente o "Plano Global Integrado de Defesa Contra as Enchentes", aprovado por unanimidade pelos integrantes do Conselho da Reconstrução do Estado.

nalmente consensuados e o nome escolhido foi o do então conselheiro regional, representante da ACE, Engenheiro Eletricista Edison Flávio Macedo, que foi eleito presidente em 1981, ficando no cargo de 1982 a 1987. Um dos mais importantes programas colocados em prática na sua gestão foi a Democratização do Sistema, que ampliou a participação de profissionais, entidades de classe e instituições de ensino na gestão técnica e político-administrativa do Conselho, tendo como conseqüência direta a representação dos técnicos, viabilizada pela primeira vez no Estado. Uma iniciativa pioneira foi a transferência às Entidades de Classe de recursos da ordem de até 10% da receita líquida das ARTs, projeto seguido pelos outros CREAS e hoje resolução nacional regulamentada pelo Confea. Com entidades fortes, os profissionais passaram a se reunir, realizar eventos e cursos, discutir problemas políticos, sociais e econômicos, e também os problemas técnicos da profissão, fazendo florescer deste processo de aproximações sucessivas e de crescimento, o sistema associativo de Santa Catarina de forma das mais destacadas do país. O uso da Informática na anotação das ARTs, a consolidação institucional e a valorização da comunicação social também foram priorizados na gestão, assim como projetos de Ação Comunitária e a edição do maior número de publicações do que todos os demais CREAs reunidos, como o "Manual do Conselheiro", "As ações integradas da engenharia, arquitetura e agronomia no mercado de trabalho" e "As res-

ponsabilidades profissionais do engenheiros, arquitetos e engenheiros agronômos", entre outras. "O CREA somos todos nós, quer estejamos circunstancialmente em sua Presidência, quer sejamos um Conselheiro, ou um diretor de Instituição de Ensino Superior da área, um Presidente de Entidade de Classe ou apenas um profissional interessado em participar ou contribuir", declarou o Eng. Elet. Edison Flávio Macedo, em discurso comemorativo aos 25 anos do CREA-SC, no dia 16 de março de 1983, início do segundo ano de seu primeiro mandato. No sistema desde 1969, o Eng. Mec. Fred Ralf Otte foi um dos vice-presidentes na gestão de Macedo, e na época era responsável pela fiscalização, encarregado de coordená-la nas inspetorias. "Foi uma época vibrante no CREA-SC. Como era mais fácil de se transitar pelo estado, começamos a alcançar lugares nunca antes assistidos", explica. "Antes, em sua grande maioria, os inspetores eram os próprios conselheiros. Criamos mais pessoas relacionadas ao sistema aproveitando para preencher estas vagas com profissionais de cada cidade", finaliza. Destacam-se entre outras realizações da gestão: Organização e implantação de Assessoria de Planejamento do CREA-SC; reformulação e aprovação do novo regimento interno e implantação de inspetorias em Canoinhas, Rio do Sul, Criciúma, Brusque e Florianopolis. O número de inspetores foi ampliado de 21 para 55. Uma das conquistas da época foi o salário mínimo profissional dos engenheiros do governo do estado e da prefeitura, reivindicados com o apoio do órgão.


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No alto, Eng. Oly Carvalho e demais membros diretoria durante sessão Plenária do CREA-SC, ouvem conselheiro relatando processo. No detalhe a esquerda, Ex-presidente Oly despacha em seu gabinete junto a Assessor. No detalha a direita, Reunião da Câmara Especializada de Engenharia Civil.

1988 -1990 - SOLIDEZ E MODERNIZAÇÃO

Em busca da consolidação financeira

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onvidamos a todos os profissionais do sistema para participarem da grande arrancada, na direção de uma nova sociedade mais justa e igualitária, onde todos possam ter a mesma oportunidade", ressaltou o Engenheiro Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho em discurso durante sessão magna em dezembro de 1988, alusiva aos trinta anos do CREA-SC. Apesar da crise econômica que ainda rondava o País e das dificuldades de arrecadação em virtude das enchentes que haviam assolado o Estado na época, o CREASC já podia obter os primeiros resultados da consolidação econômica que estava por vir, através da marca pessoal de seu presidente: reduzir despesas. "Com seu estilo e marca pessoal, o Eng. Oly contribuiu muito para a instituição ser sólida, descentralizada e abrangente em termos de SC", diz o Eng. Civil Ivan José Walendowsky, 1º Vice Presidente do Conselho de 1989 a 90. " Ele procurou continuar o trabalho do Eng. Edison Macedo, de descentralização do CREA, com a aquisição de instalações próprias para todas as inspetorias. Administrador muito determinado, pelo lado financeiro, ele obviamente buscava reduzir as despesas, e isto gerou uma receita através da qual vários setores foram modernizados", conta. Um dos grandes beneficiados através

deste saldo positivo de investimento foi o Departamento de Informática, que teve sua total renovação, desligando-se do Núcleo de Processamentos de Dados da UFSC, com o qual o CREA-SC mantinha convênio. O Eng. Walendowsky também destaca a criação da Câmara Especializada de Geologia e Engenharia de Minas, permitindo que este grupo de profissionais tivesse um nível de decisão própria. A institucionalização da representação de Técnicos de Nível Médio na Plenária do CREA-SC aconteceu na gestão anterior, mas os técnicos somente puderam integrar a Plenária a partir da Instrução Normativa nº 04/89, na administração do Eng. Oly, que assegurou a posse de cinco representantes da ATESC - Associação Profissional dos Técnicos Industriais do Estado de Santa Catarina. Saudades - O afastamento do Eng. Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho da presidência do CREA-SC aconteceu dois meses antes de seu falecimento, ocorrido em 5 de agosto de 1990. O ex-presidente foi velado no saguão do Conselho com grande comparecimento de amigos, autoridades e representantes das Entidades de Classe, que vieram lhe prestar a última homenagem. Todos os funcionários e profissionais reconhecem a marcante passagem do Eng. Oly Joaquim de Carvalho pelo CREA-SC,

dignificando o exercício profissional e o Conselho. A dinamização da fiscalização profissional através de convênios com grandes entidades públicas, também aumentaram significativamente a arrecadação, permitindo a modernização do CREA-SC, mantendo-o na posição de um dos melhores conselhos do País. Outras ações - Implantação em todas as inspetorias da fiscalização residente, com fiscais sediados em todas as cidades; assinaturas de convênios com órgãos públicos municipais e estaduais, como CASAN, Celesc, Fatma e Acaresc. Foram adquiridas em caráter definitivo salas para as inspetorias de Tubarão, Criciúma, Itajaí, Rio do Sul, Joinville, Canoinhas, São Miguel do Oeste e Florianópolis.

Curiosidade O CREA-SC apresentou em 1989 uma série de subsídios para a elaboração da nova Constituição de Santa Catarina, no sentido de que o trabalho dos profissionais fosse mais valorizado. Entre as propostas apresentadas, estavam as de que a Constituição assegurasse a implantação de num prazo máximo de 12 meses, um Plano Unificado de Cargos e Salários, e a proibição de acúmulo de funções em órgãos públicos.


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Ao lado, reunião da CIAM -Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o Mercosul, realizada no ano de 1995 em Blumenau. No detalhe, Eng. Wilson Lang durante inauguração de Departamento no CREA-SC, presidindo sessão Plenária, e em encontro com lideranças.

1990-1996: ELEIÇÕES DIRETAS

Integração das Entidades, profissionais, CREA e sociedade

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proveitando a proximidade maior dos profissionais com o sistema, o principal desafio deste período no CREA-SC foi o de transformar o órgão num interlocutor confiável e propositivo da sociedade catarinense, integrando todos os seus componentes: Associações, Sindicatos e Escolas. Primeiro presidente do Conselho eleito através de voto direto do profissional catarinense em 19 de novembro de 1993, o Eng. Civil Wilson Lang, presidente na gestão, já estava no cargo desde junho de 1990, quando assumiu por ocasião do falecimento do ex-presidente, Eng. Agrônomo Oly Joaquim de Carvalho. "Vencer este desafio foi a maior conquista", revela o Eng. Civil Wilson Lang, refor-

Curiosidade A pedido do Governo Estadual foi elaborado pelo CREA um laudo no qual ficou comprovado superfaturamento no orçamento para a duplicação do trecho norte da BR-101. Apesar do resultado do laudo ter atrasado a duplicação da estrada, os preços foram corrigidos, e a obra continuou sem irregularidades. O CREA-SC tornou-se um órgão ainda mais confiável, sendo procurado para dar pareceres a respeito de grandes questões sociais.

çando que a mesma foi obtida através de vigoroso Programa de Educação Continuada, além da compra e disponibilização das chamadas "Casa do Profissional", permitindo às entidades o convívio pacífico e ordenado com as Inspetorias. "Tivemos a oportunidade de levar este modelo ao máximo da integração, que resultou na construção da sede da Inspetoria de Lages e também da Associação de Engenheiros e Arquitetos do Planalto em Lages", conta o engenheiro. O sistema de fiscalização "inteligente" que havia sido recém implantado, foi valorizado com a adoção do selo para obras fiscalizadas - utilizado até hoje, em outras versões, pelo CREA-SC. E o Receituário Agronômico, primeiro do sistema disponível para uso informatizado, também contribuiu para uma fiscalização na área com mais qualidade, visando a garantia da saúde da população. O aumento significativo dos procedimentos de fiscalização, abandonando o modelo simplesmente punitivo e introduzindo-se uma vistoria voltada para o maior número de áreas possíveis, dentro de um formato educativo e ampliador das oportunidades profissionais, também foi adotado na época. Em termos de responsabilidade social, o convênio de Moradia Econômica, que hoje beneficia muitas famílias carentes em todo o estado, foi ampliado durante o período.

No âmbito da comunicação a gestão também inovou: houve a padronização da imagem institucional, criação da revista e pioneirismo em veiculação de peças publicitárias do sistema. A participação efetiva do Conselho na CIAM - Comissão de Integração da Agrimensura, Agronomia, Arquitetura e Engenharia para o Mercosul, levou à discussão e regulamentação de parâmetros estabelecidos de comum acordo, ampliando a atuação dos profissionais brasileiros no Mercosul. Entidades revigoradas - "A gestão do Eng. Lang abriu para toda a comunidade catarinense a possibilidade de criar novas Entidades, elos entre o sistema e sociedade", assinala o ex-presidente do CREA, Eng. Elet. Luiz Roberto Nunes Glavam, também 1º vice à época."Considerando que o CREASC só poderia trabalhar com a forte parceria das associações profissionais, a valorização das mesmas passou a ser prioridade para a presidência, indo, por exemplo, ao limite máximo do repasse de ART para cada uma", lembra o Engº Glavam, esclarecendo que apesar da lei já existir há alguns anos, foi nesta gestão que o repasse tornouse efetivo. Outra ação foi a assinatura de convênio com a Unimed, que beneficia os associados e seus dependentes até hoje.


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Acima, Eng. Glavam durante sessão Plenária junto a conselheiros. Ao lado no alto, Eng. Glavam durante Congresso Estadual de Inspetores do CREA. Ao lado abaixo, encontro de profissionais em Entidade de Classe

1997 - 1999 - FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE

Eleições informatizadas são exemplo no sistema

A

descentralização do CREA e implantação de novas inspetorias, bem como alteração de regras administrativas e treinamentos internos, num período conturbado que foram as dificuldades financeiras decorrentes do Plano Real e a privatização do sistema profissional, foram algumas das ações do Engº Eletric. Luiz Roberto Nunes Glavam, presidente do CREA-SC na gestão. Um grande avanço conseguido na administração foi a instituição da eleição direta totalmente informatizada, e que é exemplo para todos o país até hoje. " O CREA de Santa Catarina foi o primeiro no Brasil a realizar o processo direto, dentro de critérios éticos e com a maior lisura. Prova maior da isenção é que perdi a eleição", comenta o ex-presidente, que na gestão anterior presidiu a primeira comissão que conduziu o processo de eleição direta no CREA-SC. Durante dez anos, Glavam exerceu a função de conselheiro, preparando-se para exercer a presidência. Só na Câmara de Engenharia Elétrica foram quatro anos de dedicação permanente. No plano nacional realizou várias atividades técnicas e administrativas. Em sua gestão destacou-se o prosseguimento da política de descentralização exe-

cutada pelo antecessor, mas ampliando na área técnica. Destacam-se ainda a eleição do engenheiro Edison Macedo para o Conselho Federal, proporcionando a elaboração do Manual dos Engenheiros e vários livros técnicos de orientação nacional; e a assinatura de diversos convênios pelo Programa de Moradia Econômica. “A busca da qualidade cada vez melhor é uma constante no mundo de hoje, seja em serviços ou produtos. As empresas se modernizam e adotam inovações tecnológicas sempre com o objetivo de oferecer maior qualidade à sociedade, reduzir os problemas e aumentar as vendas. Não cabe ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia incrementar qualquer tipo de negócio, mas, sim, valorizar cada vez mais as categorias por ele representadas”, declarou na época.

Fiscalização Foi executado no estado o projeto "Fiscalização da Qualidade", atuando na orientação e de forma preventiva. Foram reunidos 250 inspetores de todo o Estado para planejar as ações de qualidade e deflagrar em Santa Catarina a fiscalização preventi-

va integrada, com participação do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e prefeituras catarinenses. Foi defendida ainda a implantação de uma política de segurança em edificações lindeiras, obrigando os projetistas e encarregados pela execução a um cuidado ainda maior com a qualidade. Também defendida a produção do manual do condomínio, com informações sobre responsabilidade e manutenção do edifício, e o manual do usuário, com as características específicas da construção, qualificando mais o serviço de orientação aos proprietários.

Curiosidade A Lei 9649, de 1998, privatizou o sistema de representação profissional, eliminando a situação estatal anterior. Os maiores juristas do país não sabiam à época dar orientação segura sobre as normas de atuação. Até que o Supremo Tribunal Federal decretou a inconstitucionalidade da lei no que se referia à regulamentação dos conselhos. O CREA voltou à condição de autarquia federal.


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Acima, Eng. Rogério Novaes preside sessão Plenária do CREASC. Ao lado no alto, técnicos trabalham para solucionar o "Apagão" em Florianópolis. Ao lado abaixo, Eng. Rogério Novaes nomeia o inspetor, Eng. Mecânico Júlio Kumm Filho, na sede da AREA-IT - Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Itajaí.

2003-2004 - GESTÃO POR RESULTADOS

Recuperando a Memória do Conselho Durante esse período o CREA-SC completou seus 45 anos e uma das ações foi a execução de um projeto de recuperação da memória do Conselho, com a publicação da história do CREA em seus Informativos. Outra linha de atuação foi o questionamento permanente das atividades do Conselho e das responsabilidades públicas de seus profissionais em relação aos principais problemas da comunidade catarinense. "Muitos profissionais não tinham uma visão clara das atribuições e competências do CREA", destaca o Eng. Civil Rogério Novaes, presidente do CREA durante aquela

Curiosidade Durante a crítica situação do Apagão em Florianópolis, o CREA adotou uma solução criativa e engenhosa para que seus computadores continuassem em funcionamento e assim pudessem atender os demais municípios de Santa Catarina. A geração de energia só foi possível com a utilização de um veículo Fiesta, num projeto inovador. Durante o apagão desapareceram da cidade todos os geradores que existiam no comércio.

gestão. Essas competências ficam evidentes diante de certos incidentes, como o apagão que se registrou em Florianópolis, quando houve o rompimento do cabo de transmissão da Celesc na Ponte Colombo Salles. O próprio CREA ficou sem energia durante os três dias do desligamento total da Ilha de Santa Catarina. A situação promoveu amplo debate sobre as fragilidades técnicas e os riscos que todos corriam. Outra forte atuação em questões conjunturais aconteceu na região sul com a ocorrência do Furacão Catarina. O Conselho discutiu amplamente as diversas formas de apoio às famílias atingidas. No setor administrativo, mesmo considerando os avanços acontecidos nas gestões anteriores, foi implantado o programa de "gestão por resultados", com maior motivação aos servidores. Outras conquistas da época foram a transferência do contrato com a Unimed para a Caixa de Assistência do CREA-SC, a criação do escritório virtual da Caixa-SC, a implantação do CreaNet empresa, a assinatura de aditivo ao convênio firmado com a Eletrosul, beneficiando os profissionais que tinham ART de cargo e função na empresa e principalmente os avanços no Programa

de Moradia Econômica, revelando o CREASC como referência nacional. A exemplo das gestões anteriores o CREA envolveu-se em campanhas pela duplicação da BR 101 - Sul, entregando junto com ACE e SENGE relatório técnico de duas perícias realizadas pelas entidades no trecho, resultado da Campanha pela Vida II, que sugeria uma recuperação urgente da estrada antes do início das obras de duplicação. O Convênio odontológico com a empresa Uniodonto, viabilizado na gestão através da Caixa-SC, proporcionou pela primeira vez o benefício às empresas registradas no CREA-SC, podendo vincular todos os seus funcionários e respectivos dependentes. Meio ambiente - O CREA apoiou na época a realização de seminários preparatórios para a Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em Brasília em 2003 e que discutiu os problemas ambientais no Brasil como um todo, a partir de temas relatados nos debates regionais. Além de apoiar a iniciativa do governo, o CREA-SC organizou através da sua Comissão de Meio Ambiente um Seminário sobre Gerenciamento Costeiro.


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Acima, Eng. Civil Celso Ramos Fonseca recebe pelo CREA-SC o prêmio Empresa Cidadã, da ADVB-SC. Ao lado acima, Fiscal do CREA em visita às obras da BR 101 Sul. Ao lado ao centro, Eng. Celso junto a profissionais e inspetor de São Miguel do Oeste: prefeitura doa terreno. Ao lado abaixo, Fiscal do CREA verifica qualidade das cerâmicas vermelhas durante visita de rotina à obra.

2000 - 2002 / 2004 - 2005 - RESPONSABILIDADE SOCIAL

Um novo CREA para Santa Catarina A prioridade da administração foi a integração com a sociedade. O CREA passou a agir no novo conceito de responsabilidade social, com seus dirigentes, conselheiros e servidores. A estrutura organizacional foi modernizada e criados novos departamentos. Uma gestão voltada para o resgate da credibilidade do CREA-SC e para modernização da estrutura gerencial. Foi prioridade também a fiscalização em todo o estado, com ampliação do número de fiscais de 28 para 46 através de concurso público. O objetivo era proteger a sociedade, valorizar os profissionais, abrir mercado de trabalho e ainda melhorar a receita. Com o aumento no número de visitas dos fiscais o número de ARTs passou de 87.000 no ano 2000 para 172.000 em 2005. Iniciou-se a realização de fiscalizações preventivas integradas em escolas, entidades, estádios de futebol, instituições penais, entre outros, além da fiscalização específica para as áreas de Agronomia, Industrial, Elétrica e Geologia e Minas. Diversos manuais foram lançados como o da Fiscalização em Estabelecimentos Penais, o Manual de Fiscalização na área da Agronomia e o de Segurança do Trabalho. São destaques dessa gestão a criação da Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA-SC, que até hoje possui o maior número de associados do país e da CredCrea Cooperativa de Crédito dos Profissionais do Conselho, além da expansão do Programa de Moradia Econômica que firmou coope-

ração com mais de 130 municípios catarinenses. O programa, que tem a intenção de facilitar, orientar e promover a construção regularizada, fornecendo projetos, documentação e aprovações em todos os órgãos de forma imediata, abrange construções residenciais de até 70 m2, com cobrança mínima de taxa de ART e redução de taxas e licenciamentos junto aos municípios. Outras iniciativas foram consideradas pioneiras no Brasil, como os treinamentos a distância em convênio com o Senai, a criação do CREANET, a expedição de certidões pela internet, as instalações da Ouvidoria (a segunda do país), da Central de Atendimento Telefônico e da Assessoria de Comunicação e Eventos dentro do Conselho, a reinauguração do Espaço Cultural aberto também a profissionais e a instalação de sete novos escritórios e de quatro postos de atendimento. A participação efetiva no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) foi um avanço na fiscalização do Conselho, pois os fiscais ao visitarem as obras aproveitam para vistoriar os materiais utilizados no intuito de constatar a qualidade dos mesmos e verificar se estão em conformidade com as normas do Inmetro. A criação do UNICREA escreveu um capítulo à parte. Inédito no estado, o serviço foi viabilizado por meio de parcerias com a Universidade Federal de Santa Catarina, FIESC e SENAI, onde o Conselho disponibili-

zava cursos, ministrados via Internet, a preços bem acessíveis aos profissionais registrados. Ainda na busca do aperfeiçoamento profissional, o CREA-SC apoiou a realização de dezenas de cursos e eventos, em parceria com as entidades de classe, através do PEC - Programa de Educação Continuada. "O CREA de Santa Catarina é uma eficiente escola. Todos nós devemos nos orgulhar desta instituição. É um aprendizado extraordinário. Na área técnica e até no plano político-eleitoral é um magnífico modelo para o Brasil", ressalta o Eng. Celso Ramos Fonseca.

Curiosidade O Conselho ganhou em 2001 o Prêmio Empresa Cidadã da ADVB-SC pela elaboração do Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Conceição, trabalho realizado em parceria com a ABES-SC, que resultou na criação do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica. Em 2002 foi elaborado o Diagnóstico Ambiental do Rio Cachoeira sugerindo programas para despoluição deste importante patrimônio natural do estado.

O trabalho, também em parceria com a ABES-SC, deu origem ao Projeto de Educação Ambiental da Baía da Babitonga, que foi financiado pelo Programa Petrobrás Ambiental e alcançou excelentes resultados.


12 Acima, Profissionais durante o 9º Congresso Estadual de Profissionais em Florianópolis. Acima a direita, Eng. Agr. Raul Zucatto observa projeto para a sede da inspetoria de Criciúma Ao lado, Gerente do Departamento de Processos explana resultados durante reunião do Planejamento Estratégico. No extremo a direita, Fiscalização Avançada -Fiscais em Chapecó atuam com o auxílio de aparelhos PDA com GPS.

2006 - 2008 - UM CREA PRESENTE

Planejamento Estratégico: Implantando melhorias de gestão Projeto ambicioso que se concretizou graças a colaboração dos funcionários, conselheiros, inspetores e profissionais, a implantação do Planejamento Estratégico no CREA-SC, processo iniciado em fevereiro/2007 para aprimorar a gestão administrativa e financeira e profissionalizar os serviços, está trazendo ótimos resultados. O trabalho vem sendo executado com orientação técnica do Instituto de Desenvolvimento Gerencial - INDG, com experiência já vitoriosa nos CREAs do Paraná e de Minas Gerais. Em 2007, pela primeira vez após 16 anos, o CREA-SC encerrou o ano com superávit financeiro, confirmando o sucesso do projeto. Novos departamentos foram criados e reestruturados como a Assessoria de Imprensa e Comunicação, Assessoria de Planejamento e Gestão, Secretaria Executiva, Protocolo Central e Assessoria de Capacitação Profissional. Outro avanço foi a implantação do atendimento em tempo integral no Conselho, facilitando o acesso dos profissionais, empresas e usuários dos serviços. A ampliação das parcerias na fiscalização preventiva integrada com Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Ministério Público, bem como os convênios de cooperação técnica com Prefeituras, Fundação de

Curiosidade Em 2006, o Conselho elaborou e entregou aos candidatos a Governador o documento "Pensando Santa Catarina", que apresentou propostas das áreas tecnológicas para o desenvolvimento do Estado e marcou a participação dos profissionais do Sistema nas grandes decisões estaduais.

Meio Ambiente e empresas públicas, além da efetiva participação em conselhos, comitês, fóruns, núcleos gestores, entre outros, é outra realidade. No intuito de se posicionar junto à sociedade frente aos grandes desafios e problemas nacionais, estaduais e municipais sempre que envolverem a participação dos profissionais do sistema, o CREA-SC vem participando de questões importantes como a duplicação sul da BR-101, a busca de solução para o sistema viário da Grande Florianópolis, a discussão e implantação dos planos diretores municipais, o debate sobre o sistema de saneamento básico de todos os municípios, o abastecimento energético, entre outros. "Nada acontece nas cidades e no estado catarinense sem a efetiva presença de um profissional do sistema CREA. Não há desenvolvimento sustentável sem a participação destes profissionais. As autoridades públicas e a sociedade aos poucos estão tendo esta visão", ressalta o Eng. Agr. Raul Zucatto. Aplicar até 10% da receita líquida anual do Conselho em um programa permanente de aperfeiçoamento profissional, em parceria com as entidades de classe, é um dos principais desafios dessa gestão. Através do PEC - Programa de Educação Continuada o CREA-SC atendeu em 2007 mais de 200 cursos, seminários e afins, repassando às entidades mais de R$ 650 mil, além dos R$ 860 mil que as entidades receberam através do repasse de 10% do valor líquido das ARTs anotadas. Esse é o maior projeto de capacitação de toda história do Conselho, tanto em valores quanto em número de cursos atendidos. Para ampliar o apoio às inspetorias regionais, assegurando-lhes melhor aparelhamento físico-administrativo, o CREA-SC

adquiriu mais de 80 computadores e impressoras, 3 novos servidores e novos programas de informática, construiu 3 novas inspetorias - São Miguel do Oeste, Tubarão e Criciúma - e iniciou as obras da inspetoria de Joaçaba. Para 2008 já estão aprovadas pelo plenário do Conselho e previstas no orçamento a construção em Joinville, Xanxerê, Chapecó e Caçador. Através das Câmaras Especializadas o CREA-SC elaborou Manuais de Fiscalização em diversas áreas. Outro avanço da fiscalização foi a implantação do projeto piloto de Fiscalização Avançada nas Inspetorias de Chapecó e Florianópolis, que utiliza equipamentos com tecnologia GPS e que se estenderá a todas as inspetorias até o final de 2008. A realização do 9º Congresso Estadual dos Profissionais e de oito encontros regionais preparatórios ao congresso, onde foram debatidas questões de interesse dos profissionais e do Sistema e aprovadas propostas para o 6º Congresso Nacional de Profissionais, foi uma exitosa realização. Assim como promover o 1º Seminário Estadual de Conselheiros, o 1º Seminário Estadual de Inspetores Regionais, o 8º Seminário Estadual de Fiscalização e o 1º Seminário Estadual de Empregados, dentro do objetivo de implantar um programa permanente de atualização e aperfeiçoamento para conselheiros, inspetores, fiscais e funcionários para melhor desempenharem suas funções. Outro destaque é o esforço para alcançar o número de 50% das ARTs anotadas via internet, do total de 210.000 registradas em 2007, além do apoio para interiorização dos serviços da Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA-SC e da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Profissionais, viabilizando espaço físico junto às inspetorias e escritórios regionais do Conselho.


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