Edição nº 6.207 de 28 de Maio de 2010

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agricultura

Edição n.º 6.206 | 28 de Maio de 2010

CORREIO DO RIBATEJO

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Grupos de Acção Local de Santarém assinam contratos de financiamento para dinamização de territórios rurais

Projectos de desenvolvimento rural vão criar 75 empregos no distrito O ministro da Agricultura entregou quarta-feira, em Santarém, os primeiros contratos de dinamização de territórios rurais de um total de 500 aprovados em todo o país e que, segundo disse, vão criar mil postos de trabalho, 75 dos quais no distrito. “Viemos a Santarém simbolizar o arranque deste projecto em todo o país”, disse António Serrano no final de uma cerimónia que reuniu representantes das 30 entidades que receberam os contratos de projectos que correspondem a um investimento de 5 milhões de euros (3 milhões dos quais de despesa pública) e que criarão 75 postos de trabalho. Com o reconhecimento, em Janeiro, dos últimos três dos 47 Grupos de Acção Local (GAL) que praticamente cobrem todo o território nacional, foram até agora aprovados um total de 500 projectos, com um

montante de investimento público de 373 milhões de euros, que irão criar mil postos de trabalho, disse o ministro. António Serrano realçou que no anterior quadro comunitário de apoio a intervenção no mundo rural através da iniciativa comunitária Leader permitiu um investimento superior a 300 milhões de euros e a criação de mais de 6000 postos de trabalho indirectos e 2500 directos. Segundo disse, este investimento “em pequenos negócios e pequenas estruturas de apoio ao desenvolvimento”, em áreas tão diversas como o turismo, artesanato, actividades de solidariedade social, micro empresas, ajuda a aumentar a coesão territorial. “Lutamos para que o interior não se afaste mais dos indicadores de desenvolvimento do litoral, que tem sido o grande problema de

António Serrano entregou contratos a 30 entidades, no montante global de cinco milhões de euros

Portugal e doutros países”, afirmou. António Serrano apelou ainda às autarquias e às associações locais para que sejam “parceiros fundamentais na dinamização de espaços” que permitam aos pequenos agricultores, que não têm força negocial junto das grandes superfícies, vender directamente aos

consumidores. Regina Lopes, presidente da Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local, disse à agência Lusa que a assinatura destes contratos é importante por permitir intervenções em territórios locais num momento de crise, criando “grandes possibilidades de desenvol-

FERSANT junta-se à Feira de Agricultura no CNEMA Ao fim de duas dezenas de edições, a Feira Empresarial da Região de Santarém (FERSANT) vai realizar-se, pela primeira vez na sua história, fora de Torres Novas. Este ano, de 5 a 13 de Junho, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), o certame coabitará de forma inédita com a Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo. Na apresentação oficial do evento, Vasco Gracias, director-geral do CNEMA, admitiu a importância inerente a esta parceria firmada com a Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT), desmentindo, porém, os boatos populares que sussurram que a união foi motivada pela crise e pela perda de expositores daí decorrente: “As negociações já duravam há dois anos e era fundamental chegar a este tipo de entendimento. Aliás, estou convicto de que este ano vamos bater o recorde de expositores”. Praticamente garantidas estão já as presenças de 95 empresas, representando 17 concelhos. A FERSANT abrirá portas às 10h30, só tornando a cerrá-las às 22h30. O bilhete diário obriga ao desembolso

Vasco Gracias e António Campos apresentaram o projecto cujas negociações “já duravam há dois anos”

de cinco euros. António Campos, presidente da Comissão Executiva da NERSANT, rejeita, contudo, qualquer obsessão por imperativos monetários: “A vinda para Santarém é positiva em termos financeiros e de acompanhamento, mas, como é sabido, as feiras não são essenciais para a vida da NERSANT,

pois representam apenas cerca de 8% dos proveitos”. O objectivo, segundo António Campos, passa, portanto, “por apoiar o território e o desenvolvimento regional, promover o tecido empresarial e a capacidade económica da região”. “É preciso arranjar empregos”, alerta. Na sua óptica, o evento é

“o espelho da economia regional”, pois conta com todo o tipo de empresas: desde as pequenas às grandes, passando pela agroindústria, por “aquelas que vêm honrar a marca ou pelas que querem mostrar que existem”. Contas feitas, “pelo CNEMA vai passar uma amostra representativa de toda a região”. Para os dois responsáveis, não há dúvidas de que estão criadas as condições para que esta seja a maior feira de sempre. E depositam a sua fé na juventude: “Quando aparecem muitos jovens, é sinal de que o futuro do evento está garantido, pois as pessoas vão criando hábitos. Há 25 anos, a feira era um marco; depois, houve uma quebra; hoje em dia, é uma febre”, considera António Campos, confiante na química que transparece deste namoro entre o certame e a cidade. Com o evento a aproximarse, há boas razões para se crer na capacidade de esta feira nova se assumir como um modelo de qualidade e de preços baixos. Para conferir, nos próximos dias, num local perto de si: o CNEMA, o sítio do costume. Sérgio Fernandes

vimento no meio rural”. Frisando a relevância dos projectos “na coesão e competitividade” dos territórios rurais, Regina Lopes afirmou que, desde a criação da primeira geração da iniciativa comunitária Leader, em 1992, foram criados, neste âmbito, 3000 postos de trabalho e mantidos outros 6000. “Em 17 anos de intervenção foram aprovados 14 000 projectos”, afirmou, sublinhando a importância dos “pequenos apoios” prestados na alavancagem e dinamização social e económica dos territórios rurais. Para Regina Lopes, os GAL têm sido mais do que meros gestores de fundos, de grande proximidade e com grande autonomia, contribuindo para a promoção da participação dos cidadãos e para o comprometimento destes com o desenvolvimento. “Se em 1992 isto era tudo

muito novo, hoje continua a ser arrojado, implicando formas diferentes de gerir as políticas públicas”, numa metodologia que foi uma antevisão do que será a evolução da sociedade, disse. Os GAL, que cobrem actualmente “mais de 80 por cento do território nacional e cerca de 40 por cento da população do país”, fazem ainda um esforço para articularem a sua acção com todos os outros apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) em benefício dos territórios, adiantou. Segundo disse, os projectos têm permitido a criação de numerosas microempresas, as principais criadoras de emprego, incidindo também na área da economia social, uma “área também interessante na criação de emprego”, turismo (com integração do património) e ambiente (em particular no campo das energias renováveis).

Novos directores empossados na Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo Os técnicos Nuno Russo e Paulo Corado foram sexta-feira (dia 21) empossados, respectivamente, nos cargos de director e director adjunto da Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT). Nuno Russo é ex-técnico do Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP) e Paulo Corado integrou o gabinete do secretário de Estado das Florestas. A execução do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e do Programa Operacional das Pescas (PROMAR), a fiscalização e controlo da atribuição de subsídios à agricultura e a “especial atenção” aos sectores da produção agroindustrial e agroalimentar são algumas das prioridades apontadas pelo novo director regional de agricultura, Nuno Russo. Na tomada de posse dos novos dirigentes da DRAP-LVT, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, referiu o empenho do Ministério da Agricultura em conseguir encontrar uma solução para as novas instalações daquela direcção regional. Sem se comprometer com um local específico ou com datas, Rui Barreiro salientou ser importante dar “melhores condições físicas e técnicas para que esta direcção regional se torne cada vez mais num modelo para outras direcções regionais”. Definindo a região de Lisboa e Vale do Tejo como “a grande capital da agricultura nacional”, o secretário de Estado pediu “trabalho de equipa” e “empenho” aos técnicos da DRAP-LVT. O novo director regional de agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, Nuno Russo, tem 34 anos, é formado em engenharia zootécnica, e estava, desde 2001, no IFAP. O director regional adjunto, Paulo Corado, é formado em economia, esteve na Inspecção-Geral do Ministério da Agricultura (IGAP), entre 2002 e 2006, passou depois para técnico do Ministério das Finanças e integrava, desde o início do ano, o gabinete do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro.


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