Edição 52

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8 Correio de Sintra

Concelho

18 de dezembro de 2012

Aumentou violência contra idosos DR

SOCIEDADE. A PSP registou durante este ano 331 casos de violência doméstica contra idosos na Grande Lisboa. Este número é considerado preocupante pelas autoridades, que temem que os crimes ainda aumentem com o agravamento da situação económica do país.

E

ste número é avançado pelo subcomissário Luís Gonçalves, responsável pela secção de policiamento de proximidade do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e reporta até ao início do mês de dezembro. Para o subcomissário, estes dados e outros entretanto revelados - 1200 idosos morreram no ano passado na Grande Lisboa sem assistência médica, a maioria sozinhos - são preocupantes. “Alertam-no para uma realidade do contexto social que depois tem repercussões, seja ao nível do crime, seja em evitar que os idosos morram em completa solidão e exclusão social assim como para a falta de redes de apoio que muitas vezes é inexistente”, disse. Para fazer face aos números “preocupantes” de idosos a residir sozinhos ou com outros idosos, a PSP desenvolveu em fevereiro o programa denominado “A solidariedade não tem idade, a PSP com os idosos”, que acompanha atualmente cerca de 900 idosos em situações de risco na Grande Lisboa (Sintra, Oeiras, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Amadora e Vila Franca de Xira). Ao todo, a PSP acompanha 3475 idosos, em que 1447 residem sozinhos ou com outros idosos. “Não é por estarem sozinhos ou a viver com outros idosos que eles ficam em situações de risco. O que os coloca em risco é estarem socialmente excluídos. Tendo em conta o próprio panorama financeiro [do país] poderá aumentar esses casos”, disse. Segundo o subcomissário, a Pub

Sintra homenageia procuradora Cândida Almeida

Policiamento de proximidade acompanha idosos em risco na Grande Lisboa.

questão das dificuldades financeiras dos idosos é um dos critérios de avaliação de risco, que pode desencadear outros critérios como a falta de autonomia ou o agravamento dos quadros clínicos. “O facto de não serem auto-suficiente economicamente fará com que se excluam, não saiam de casa, não vão ao café”, adiantou. Segundo Luis Gonçalves, além de tentar prevenir que os idosos sejam vítimas dos crimes mais associados àquela faixa etária - burlas, roubos por esticão, violência doméstica e maus tratos - a PSP tenta também quebrar a situação de solidão em que se encontram. No âmbito da proximidade, a PSP já desenvolveu este ano 409 ações de sensibilização aos idosos na Grande Lisboa, onde foram abordados temas como o isolamento e a solidão, a violência doméstica, os maus tratos e a prevenção de burlas, furtos e roubos por esticão. No Comando Metropolitano de Lisboa da PSP encontram-se atualmente a desempenhar funções de proximidade 254 elementos (98 no con-

celho de Lisboa). Para fazer face à questão do isolamento e solidão dos idosos, a câmara de Sintra criou em novembro uma linha telefónica verde de apoio aos idosos, a funcionar 24 horas por dia, para dar resposta, sobretudo em emergências, a uma população que já atinge 14 por cento dos residentes do município. A Linha Sintra Sénior, com o número 800 20 62 75, visa dar resposta aos cidadãos de maior idade que se encontrem em situação de vulnerabilidade, evitando assim riscos de isolamento e proporcionando um meio de comunicação mais rápido em situações de emergência. Na altura, a vereadora da Ação Social, Paula Simões disse ao Correio de Sintra que esta linha é “mais uma resposta no âmbito da proteção aos mais velhos para que se evitem situações de isolamento e de necessidades súbitas” destas pessoas. Segundo os dados provisórios dos últimos Censos, residem no concelho de Sintra 52.238 pessoas idosas. Dessas, 31.035 residem em alojamentos familiares sem outras pessoas. Joaquim José Reis

O município de Sintra atribuiu a medalha de mérito municipal, grau ouro, à procuradora geral adjunta, Cândida Almeida, numa cerimónia que decorreu a 14 de dezembro no Palácio da Justiça (tribunal). A medalha de mérito municipal destinase a galardoar pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras que, por serviços prestados, sejam dignas de reconhecimento e apreço. Durante a iniciativa, o presidente da câmara de Sintra, Fernando Seara, justificou que esta medalha é o justo reconhecimento pela carreira da procuradora ao serviço da causa pública. “Honra este município pelo mérito de ser magistrada do Ministério Público e por também ser uma pessoa civicamente comprometida”, disse Fernando Seara. Em declarações ao Correio de Sintra, Cândida Almeida adiantou que é para si uma honra ser distinguida pelo município do local onde mora. “Para mim significa tudo e de uma maneira que eu não sou capaz de descrever. A emoção de ser a minha vila, o espaço que eu adoro, do romantismo, da beleza natural, e por a câmara me ter distinguido com esta honra, eu fico sem palavras”, disse a procuradora que reside na zona de Galamares. Esta homenagem surgiu na mesma semana em que Cândida Almeida (também diretora do DCIAP) tinha afirmado que o caso BPN já devia estar julgado, afirmando desconhecer por que razão ainda não está. Em resposta à procuradora, o Concelho Superior da Magistratura considerou que o tribunal está a fazer o trabalho que devia ter sido feito pelo Ministério Público, ao nível de ligar a prova documental aos factos, adiantando que “tendo em conta a quantidade de intervenientes processuais, a quantidade e complexidade da matéria em discussão, e o respeito pelas normas processuais vigentes, não é possível julgar com rigor um processo desta natureza em prazo reduzido”. Na iniciativa em Sintra, Cândida Almeida considerou “aceitável” a justificação do CSM.


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