Família Ghira Dine, Retrato Genealógico

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retratos genealógico

José Sepúlveda

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Ficha Técnica

Título Ghira Dine, retrato genealógico Tema Os ascendentes maternos de Amy Dine Autor José Sepúlveda Capa Arranjo de José Sepúlveda Formatação José Sepúlveda Revisão Amy Dine

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O Autor José Sepúlveda, nascido em Delães, Vila Nova de Famalicão, hoje a morar em Vila do Conde. Começou a escrever poesia cerca dos doze anos. No decorrer da sua carreira profissional trabalhou primeiro, como funcionário público e depois, durante 35 anos, como empregado bancário. Publicou em alguns jornais e revistas ao longo da sua carreira, atividade que continua a manter. Amante da literatura, administra os grupos do Facebook Solar de Poetas, Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa e Casa do Poeta. Apoia vários projetos literários, promovendo a edição de autores em início de carreira, organiza e participa com regularidade em Saraus e Tertúlias, organizando e dando o rosto ao programa Mar-à-Tona em poesia, dos Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa. Tem prefaciado e apresentado alguns autores. Participou em diversas Antologias portuguesas, brasileiras e italianas. Publicou dois livros de poesia, em formato tradicional de papel, e possui na sua Biblioteca de E-books disponíveis mais de trinta livros seus (poesia, música, genealogia, história e outros), além de muitas coletâneas de poesia, que organizou e apoiou, através dos grupos que criou e administra no Facebook. Mantém ainda publicações nos seus Blogs O Canto do Albatroz e Família Sepúlveda em Portugal. 4


Produziu alguns trabalhos pessoais e participou noutros coletivos com colegas da Universidade Sénior do Rotary Club da Póvoa de Varzim, aonde foi professor voluntário durante mais de dez anos. Divulga e apoia outros grupos e programas de rádio cuja temática seja poesia.

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Família Ghira Dine A Família Ghira Dine surge a 31 de Dezembro de 1897, em Lisboa, através do casamento de Agostinho José da Fonseca Dine e de Maria Amélia Reis Ghira, ambos provenientes de famílias ancestrais: A família Ghira veio de Veneza (Santos Apóstolos), Itália, para Portugal em 1756, através de Jácome Ghira, esposa e filhos, para ajudarem à reconstrução de Lisboa, depois do terramoto de 1755, o qual introduziu em Portugal os espelhos de Veneza, que começou a fabricar no nosso país. À sua instalação em Lisboa, se refere Rómulo de Carvalho, no seu trabalho O Recurso a pessoal estrangeiro no tempo de Pombal, publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, referindo-se aos empresários que participaram na reconstrução da baixa pombalina nos seguintes termos: “…Oficina de colocação de aço nos espelhos, cujo mestre tinha o apelido de Ghira.” A autorização estatal de concessão de liberdade para importação de matéria prima, maquinismos e ferramentas, data de 10 de junho de 1776 e o seu âmbito foi ampliado em 3 de janeiro de 1982. Por seu lado, a família Dine, oriunda da aldeia de Dine (Fresulfe), escondida nos confins da Serra de Montesinho, aldeia de raízes ancestrais, anterior ao paleolítico. O primeiro registo que encontramos é de Francisco Manuel Dine e data de 1665. A família espalhou-se e deixou um rasto de pessoas ilustres que muito dignificaram o 6


seu nome e o nome de Portugal. Através deste trabalho, vamos conhecer os meandros da sua vida e desenvolvimento ao longo de muitas gerações (a Família Ghira vai agora na sexta geração e a Família Dine na décima terceira). Mas, vamos à sua história.

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Jácome Ghira O primeiro Ghira a vir para Portugal foi Jácome Ghira, industrial vidreiro, que se instalou em Lisboa para colaborar na reconstrução da cidade após o terramoto de 1755. Chegou acompanhado da esposa, Luzia Spada e pelo menos dois filhos. Tinha uma oficina de colocação de aço nos espelhos, cujo mestre tinha o apelido Ghira; Jácome nasceu cerca de 1726, em Veneza (Santos Apóstolos), Itália e faleceu em Lisboa em 1786. A esposa nasceu igualmente em Itália e faleceu em Lisboa em 1800. Fizeram-se acompanhar pelos filhos Giacomo Ghira e Constante António Ghira. Este surge num documento de 1786, como encarregado de pelo menos uma parte da fábrica. Encontrava-se a fábrica então situada na Calçada do Combro. No documento que anexamos, sobre uma petição feita ao Rei pelo próprio em 1776, é referido que… é vindo de Veneza, sua pátria, para a Corte no ano de 1756, nela se estabeleceu com sua mulher e filhos, ocupando-se em consertar vidros e pôr-lhe o aço para espelhos, cuja arte até então se ignorava neste Reino e porque dela resulta conhecida utilidade pública, intente erigir huma fábrica, concedendo-lhe Vossa Majestade a liberdade de mandar vir de fora todo o vidro cristalino que lhe for necessário para os ditos espelhos, como também o esmeril, tripóleo, estanho em pó, estanho em folha, azougue e pedra que não houverem neste continente, com a isenção de direitos, etc. etc. A autorização estatal de concessão de liberdade para 10


importação de matéria prima, maquinismos e ferramentas, data de 10 junho de 1776 a autorização de importação e o benefício em taxas foram ampliados por mais dez anos por autorização dada em 6 de fevereiro de 1782. Noutro documento, em que alude ao recrutamento de alguns rapazes, oriundos da Real Casa dos Expostos de Lisboa, encontra-se a seguinte descrição: “O significado do termo fábrica pode nem sempre corresponder a esta definição, podendo apenas designar o local onde decorre a produção, sem possuir as características descritas, ou ainda o próprio processo de fabrico. Esta distinção torna-se ainda mais evidente nos contratos realizados conjuntamente com os dirigentes destes estabelecimentos. Foi o caso dos expostos Joaquim, Vicente de Paula e Matias Francisco, encaminhados para a fábrica de pôr aço em vidros para o fabrico de espelhos, localizada na Calçada do Combro e iniciada por Jácome Ghira, proveniente de Veneza. A técnica mencionada teria sido introduzida no Reino pelo próprio, segundo sua informação em requerimento realizado à Junta do Comércio, datado de 1776, onde solicitava a concessão de privilégios para a criação da referida fábrica. O primeiro dos jovens referidos foi entregue a este artífice em 1785, tendo ficado como fiador Constante (ou Constantino) António Ghira, o qual se ocupou dos dois restantes, encaminhados para o mesmo local. Este último foi definido, no contrato referente ao exposto Matias Francisco, como proprietário-diretor da real fábrica de pôr aço 11


em vidros. Esta caracterização permite concluir que o mesmo seria responsável pelo controlo da produção, da qual se ocupariam outros trabalhadores.” (in: A Real casa dos Expostos de Lisboa e a Aprendizagem de Ofícios 1777-1812, de Milene Loirinho Gonçalves Alves, tese de Mestrado em História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).

Jácome Ghira faleceu em 1786. Teria então uma idade próxima de 60 anos.

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ExtraĂ­do de: O Vidro em Portugal, de Vasco Valente. Tomo 5 pg. 156

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Jácome Ghira e Luzia Spada Gerações, Grandes Famílias

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Jácome Ghira e Luzia Spada Tiveram pelo menos os seguintes filhos: 1. Constantino António Alves de Ghira, referido num documento da Torre do Tombo (Constantino António Alves da Ghira, 15.3.1798. Registo Geral das Mercês, D. Maria I, liv. 14. fls 49v. Provisão: Isenção de direitos dos objetos preciosos para a sua fábrica. Filiação: Jácome Ghira) É também citado na Tese de Mestrado sobre a Real Casa dos Expostos de Lisboa, já referida quando falamos de Jácome Ghira. Terá vindo com o pai para Portugal, a exemplo do seu irmão Giacomo. Em 1776 era já um dos responsáveis pela laboração da fábrica de espelhos e em 15 de março de 1778 requer isenção de direitos dos objectos preciosos para a sua fábrica. Filiação: Jácome Ghira. Nesse documento de petição de isenções ao Rei, é identificado como Constante António Ghira, nome que vamos adotar no desenrolar deste trabalho. Nada mais encontramos registado a seu respeito. Desconhecemos se teve descendência. 2. Giacomo Ghira. Casou com Catharina Ghira: Tiveram:

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Jerónimo Pedro Ghira 2.1. Jerónimo Pedro Ghira, filho de Giacomo Ghira e de Catharina Ghira. Casou em 20 de maio de 1803, em Lisboa (Santa Catarina), com Domingas Isabel da Silva, filha de Albino Silva e Maria … Surge num registo oficial junto do Grupo Amigos da Torre do Tombo, onde está registado o seu casamento e filiação. Casou segunda vez em 29 de novembro de 1806, em Lisboa (Sacramento). viúvo de Domingas Isabel, com Anna Genoveva Stemberg, filha de Martinho J. Stemberg e de Anna Genoveva Stemberg.

Registo de casamento de Jerónimo Pedro e Domingas Isabel

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Registo de casamento de Jerรณnimo Pedro e Anna Genoveva

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Registo na Associação dos Amigos da Torre do Tombo

Nota: Nos registos de casamento indica que os pais de Jerónimo Pedro são Giacomo Ghira e Catharina Ghira. No registo a seguir de João António Ghira, informa que ele casou em 1822. Se fosse filho de Jácome Ghira, teria nesta altura mais de sessenta anos. Por isso, concluímos que era neto e não filho de Jácome Ghira, filho de Giacomo Ghira, casado com Catharina, esse, sim, filho de Jácome e de Luzia Spada.

João António Ghira 18


2.2. João António Ghira, filho de Giacomo Ghira e de Catharina Ghira, cerca de 1775/1780. Casou a 25 de Novembro de 1822, na Igreja Paroquial do Santíssimo Sacramento, em Lisboa, com Mariana Bartholani, nascida em Lezena, Itália, Estado Pontifício, filha de Luiz Bartholani e de Teresa Bartholani. À data do casamento, vivia na Rua da Trindade, Lisboa. O pai veio para Portugal com o avô, também Giacomo (Jácome) Ghira, onde instalaram uma oficina (fábrica) de transformação de vidro e espelhos, tendo iniciado em Portugal o fabrico dos tão famosos Espelhos de Veneza.

Registo de casamento de João António Ghira e Mariana Bartholani

Tiveram: 19


A seguir, iremos desenvolver cada um destes ramos da famĂ­lia.

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Mariano Miguel Ghira 2.2.1. Mariano Miguel Ghira nasceu em Lisboa a 22 de Abril de 1825, sendo filho de João António Ghira e de Mariana Bartholani Ghira. Casou com Carlota das Neves. Faleceu a 10 de junho de 1877. Sem descendência.

Biografia Foi aluno da Aula do Comércio. Professor da Secção Comercial do Liceu de Lisboa. Depois de efetuar estudos no Colégio Militar e na Escola Naval matriculou-se na Aula do Comércio. tendo sido aprovado (com a classificação de Muito Bom atribuída por todos os examinadores) nas cadeiras dos 1º e 2º anos em, respetivamente, 14 de Julho de 1840 e 1 de Julho de 1841. Em 30 de Abril de 1859 o reitor do Liceu de Lisboa comunicava ao Conselho do mesmo que o Corpo Catedrático do Liceu tivera mais uma mui valiosa aquisição na pessoa do Senhor Mariano Ghira, nomeado Lente substituto da primeira e terceira Cadeiras da Escola do Comércio, por Decreto de 14 de Março próximo, e Carta Regia de doze do corrente mês de Abril, em virtude da qual no dia vinte tomou posse. Merece referência o ofício de 18 de Janeiro de 1859 em que, em termos altamente elogiosos, o reitor do Liceu se refere à candidatura de Ghira: “Senhor” Tenho a honra de elevar a conhecimento de Vossa Majestade o Processo da candidatura ao magistério de Mariano Ghira, opositor à substituição da primeira e terceira Cadeiras da Escola do Comércio. As provas escritas, e as qualificações do exame oral juntas ao processo evidencia que 21


este opositor está competentemente habilitado para desempenhar cabalmente as obrigações da substituição a que fez oposição; mas não devo passar em silêncio a serie dos numerosos e excelentes documentos literários, juntos pelo Suplicante ao seu requerimento, entre os quais se contam além d'outros dignos de atenção, o do cujo das Aulas do Comércio com qualificação de Muito Bom, do Curso da Escola Naval, do Curso Geral da Escola Politécnica, e do Curso de Montanística, dois prémios em Matemática, um prémio em Botânica, um prémio em Astronomia, e um prémio em Mineralogia. Acresce que as informações por mim obtidas acerca do comportamento moral, civil, e religioso deste opositor lhe são sumamente honrosas, tendo sido considerado, durante os seus estudos, sempre como estudante exemplar, tendo obtido elogios em todas as comissões para que tem sido nomeado, e sendo apreciado por todas as pessoas que o tratam de perto como homem de muito distinto mérito, e do mais aprovado comportamento''. Em 7 de Novembro de 1862 Ghira tomou “posse do cargo de Comissário dos Estudos do Distrito e Reitor do Liceu N." de Lisboa, para que havia sido nomeado por Decreto de 27 de Outubro próximo, prolongando-se o seu reitorado até 1873. Tomou posse do lugar de lente da 1ª cadeira da Secção em 7 de Abril de 1866. Em 19 de Julho de 1867 foi encarregado de ir estudar ás principais Nações da Europa aonde lhe for possível chegar nos dois meses de Agosto e Setembro próximos futuros, os mais notáveis Estabelecimentos de instrução 22


primária, secundária e profissional, e particularmente as Escolas normais primárias. Oficial de Marinha, foi nomeado governador da Ilha do Príncipe em 28 de Fevereiro de 1852, exercendo esse cargo até 16 de Julho de 1853. Foi lente da Escola Politécnica e da Escola Naval. Era cavaleiro das Ordens Militar de Torre e Espada, S. Bento de Avis e S. Maurício e S. Lázaro (Itália) e comendador da Ordem de Cristo. Foi deputado às Cortes em 1870. Colaborou nos “Anais do Clube Naval”, foi um dos fundadores de “O Futuro” e dirigiu a “Gazeta Pedagógica”. Publicou “Trigonometria Rectilínea”.“ Relatório sobre a visita de inspeção extraordinária às escolas do distrito de Lisboa feita no ano letivo de 1863-1864 e estatística das mesmas escolas no ano de 1864-1865” e “Compêndio de desenho linear” (em colaboração com Teodoro da Mota). Faleceu em 10 de Junho de 1877. Residiam seus pais, quando nasceu, na freguesia da Encarnação. Entre 1843 e 1845 habitou, com a sua família, na Rua Nova do Carmo, 23, 4º, esq.º e, pelo menos, entre 1864 e Abril de 1875 morou no n.º 12 da Praça da Alegria. João de Andrade Corvo, diretor da Escola Politécnica, em sessão pública de distribuição de prémios efetuada em 21 de Dezembro de 1877, referiu-se-lhe nos termos seguintes: “Frase clara e correta; sobriedade na palavra; método e simplicidade na exposição dos teoremas; rigorosa exatidão nas demonstrações; dedução sempre logica, e sem obscuridade; eram qualidades que distinguiam Mariano Ghira, e que lhe granjearam uma consideração, que 23


ele, pelos dotes do seu caracter, nunca desmereceu. A sua morte foi uma lamentável perda para o ensino, e para os seus colegas, que apreciavam as suas altas qualidades. (Texto extraído de Revista da Câmara Municipal de Lisboa)

Nota: No campo das Ciências e Investigação do Mar, o Capitão-de-Fragata Mariano Ghira (1828-1877), engenheiro hidrógrafo. Lente da Escola Naval e Lente da Escola Politécnica. Serviu no Brasil e África Ocidental e foi o primeiro “Menino da Luz” da Armada (Aluno do Colégio Militar) a ser agraciado com a Torre e Espada; In: O Colégio Militar e o Mar, pelo Contra- Almirante Luís Joel Alves de Azevedo Pascoal Não deixou geração.

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Francisco Assis Bartholani Ghira 2.2.2. Francisco Assis Bartholani Ghira nasceu a 12 de julho de 1826, em Lisboa. Casou em 1851 (com 24 anos) em Lisboa (S. Julião) com Maria Amália dos Reis Ghira, filha de Domingos José dos Reis e de Maria Gertrudes da Conceição. Tiveram: 2.2.2.1. Alfredo António Ghira nasceu em 1850, em Lisboa. Foi oficial da Marinha de 1873 a 1897. Capitão-tenente de Fragata. Morreu em combate. (Combates de Mapulanguene e de Macontene (Moçambique). Casou com Maria das Dores da Silva, nascida em 1855 em Vila Real de Santo António. Com eles nascem diversas gerações que iremos tratar a seguir: 2.2.2.1.1. Alfredo Ghira nasceu em 1875 em Vila Real de Santo António. Faleceu a 11 de junho de 1907. Casou Capitão Tenente com Rita Centeno de Sousa Ghira, Alfredo Ghira nascida em 1878, em Faro, filha de (Arquivo da Marinha) João Pedro Centeno e de Catalina Rodriguez de Sousa. Foi Tenente de Infantaria. Tiveram: 2.2.2.1.1.1. Alfredo de Sousa Ghira nasceu a 21 de Dezembro de 1902. Faleceu a 5 de dezembro de 1969. Foi 25


capitão de engenharia. Esteve em missão especial em Espanha. Pertenceu ao grupo dos “Viriatos” e tomou parte nas operações militares durante a Guerra Civil de Espanha, integrado na Missão Militar Portuguesa de Observação. Casou com Maria Elisa Ottolini Coelho e Campos, filha do Dr. Francisco de Almeida Coelho e Campos e Elisa Gomes Ottolini (neta dos Condes de Otollini). Tiveram:

Maria Teresa Coelho e Campos Ghira 2.2.2.1.1.1.1. Maria Teresa Coelho e Campos Ghira nasceu em 1933. Casou com Amândio Alves Borges.

Tiveram: 2.2.2.1.1.1.1.1. Luís Manuel Ghira Borges nasceu a 16 de janeiro de 1962, em Luanda. Casou com Maria Manuela S. Reis Soares de Almeida. 26


Tiveram: 2.2.2.1.1.1.1.1.1. Patrícia Almeida Ghira Borges 2.2.2.1.1.1.1.1.2. Mafalda Almeida Ghira Borges 2.2.2.1.1.1.1.2. Jorge Manuel Ghira Borges. Foi casado. Desse casamento, geraram: 2.2.2.1.1.1.1.2.1. Jamir Borges 2.2.2.1.1.1.1.2.2. Jorge Borges 2.2.1.1.1.1.3. Maria Teresa Ghira Borges. Casou com José Gonçalo Teixeira Xavier. Tiveram: 2.2.2.1.1.1.1.3.1. Marta Ghira Borges Teixeira Xavier.

Alfredo Manuel Coelho Campos Ghira 2.2.2.1.1.2. Alfredo Manuel Coelho e Campos Ghira nasceu a 9 de dezembro de 1939. Faleceu a 15 de novembro de 2010. Em 4 de fevereiro de 1970, partiu para Moçambique (Nampula) no navio Vera Cruz, como militar, tendo exercido como capitão na Polícia Militar. Chegou ao posto de Major. Casou com Maria João Loureiro Ghira.

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Tiveram:

2.2.2.1.1.2.1. José Miguel Brandão Coelho e Campos Ghira. Engenheiro Zootécnico. Casou com Maria João Saraiva do Coito e Ghira.

Tiveram: 28


2.2.2.1.1.2.1.1. Inês Brandão Silva Ghira. José Miguel casou depois com Énia de Sousa Ghira. Geração desconhecida. 2.2.2.1.1.2.2. Sofia Brandão Coelho e Campos Ghira. Casou com José Sabino Brázia Vicente. Tiveram: 2.2.2.1.1.2.2.1. Cláudia Brandão Ghira Vicente 2.2.2.1.1.2.2.2. Catarina Brandão Ghira Vicente Sofia casou uma segunda vez com Paulo Jorge Marques. Tiveram: 2.2.2.1.1.2.2.3. André Brandão Ghira Marques

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Manuel Antรณnio Coelho e Campos Ghira 2.2.2.1.1.3. Manuel Antรณnio Coelho e Campos Ghira nasceu em 1943. Casou com Maria Joรฃo da Silva Correia Figueira, nascida em 1943. Tiveram: 2.2.2.1.1.3.1. Rita Maria Figueira Coelho e Campos Ghira nasceu a 26 de abril de 1967. Advogada. Vive no Brasil.

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2.2.2.1.1.3.2. Maria Madalena Figueira Coelho e Campos Ghira nasceu a 24 de marรงo de 1969. Casou com Jorge Pina.

Tiveram: 2.2.2.1.1.3.2.1. Mariana Ghira Pina 2.2.2.1.1.3.2.2. Marta Ghira Pina 2.2.2.1.1.3.2.3. Madalena Ghira Pina 2.2.2.1.1.3.3. Gonรงalo Manuel Figueira Coelho e Campos Ghira nasceu a 5 de setembro de 1972. Manuel Antรณnio casou depois com Alda Maria Amaral de Almeida. Tiveram: 2.2.2.1.1.3.3.1. Rodrigo Manuel de Almeida Ghira. Casou com Maria Joรฃo Ghira.

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Técnico de som. Secretário do Conselho Fiscal da Associação de Técnicos de Som de Portugal. Formador de Audiovisuais. Tiveram: 2.2.2.1.1.3.3.1.1. Rafael Ghira. 2.2.2.1.1.3.3.2. Pedro Manuel Almeida Ghira

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Maria Margarida Coelho e Campos Cunha

2.2.2.1.1.4. Maria Margarida Coelho e Campos Ghira. Casou com Jorge Coimbra Martins. Tiveram: 2.2.2.1.1.4.1. Nuno Alexandre Ghira Coimbra Martins. Casou com Carla Constantini. 2.2.2.1.1.4.2. Francisco Manuel Ghira Coimbra Martins. Casou com PatrĂ­cia Moura Matias.

Tiveram: 2.2.2.1.1.4.2.1. Nuno Coimbra Martins 33


2.2.2.1.1.4.2.2. Diogo Coimbra Martins 2.2.2.1.1.4.2.3. Sofia Coimbra Martins 2.2.2.1.1.4.2.4. Rita Coimbra Martins Maria Margarida casou depois com José Rómulo Filomeno Francisco da Gama Afonso. 2.2.2.1.1.5. José Manuel Coelho e Campos Ghira

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Carolina da Silva Ghira 2.2.2.1.2. Carolina da Silva Ghira a 26 de Julho de 1880, em Vila Real, filha do Capitão de Fragata Alfredo António Ghira e de Maria das Dores Silva. Casou com D. José Xavier Teles da Gama Ataíde Noronha da Silveira e Sousa, nascido a 24 de julho de 1877, em Ourique (Panóias). Faleceu a 22 de fevereiro de 1941. Foi Conde da Vidigueira e 10º Marquez de Niza. Sem geração. 2.2.2.1.3. Ercília Ghira. Casou com José de Lima. Tiveram: 2.2.2.1.3.1. Maria Helena Ghira Lima 2.2.2.1.3.2. Alfredo Ghira Lima 2.2.2.1.3.3. Ercília Ghira Lima 2.2.2.1.3.4. Euridice Ghira Lima 2.2.2.1.3.5. José Ghira Lima 2.2.2.1.3.6. Rui Ghira Lima 2.2.2.1.4. Helena Ghira 2.2.2.1.5. Berta Ghira 2.2.2.1.6. Paulo Ghira. 2.2.2.2. Maria Amélia dos Reis Ghira nasceu em 1854, em Lisboa. Faleceu a 25 de Dezembro de 1905. Casou com Agostinho José da Fonseca Dine. Com eles nasce a geração dos Ghira Dine, de cuja genealogia apresentamos apenas os gráficos. Será desenvolvida na secção com o mesmo nome (Ghira Dine).

Maria Amélia dos Reis Ghira 35


Mapa genealógico (Genealogia a desenvolver mais à

frente)

Carolina Amália Ghira 36


2.2.2.3. Carolina Amália Ghira nasceu em 1855, em Lisboa. Faleceu a 15 de junho de 1945. Casou em 1877 em Lisboa (Arroios) com Tomaz José de Aguiar. Tiveram: 2.2.2.3.1. Luiz Ghira de Aguiar. Casou com Alice Serzedelo Aguiar. Tiveram: 2.2.2.3.1.1. Luís Coelho de Aguiar. Casou com Olinda Aguiar. Tiveram: 2.2.2.3.1.1.1. José Luís de Aguiar. Casou com Maria Odete Aguiar. Tiveram: 2.2.2.3.1.1.1.1. Luís Manuel Aguiar 2.2.2.3.1.1.2. Alice Coelho de Aguiar. Casou com Isidro Silva. Tiveram: 2.2.2.3.1.1.2.1. José Júlio Aguiar da Silva. 2.2.2.3.1.1.2.2. Isidro Lucas da Silva. Agente Técnico de Engenharia. 2.2.2.3.2. Emília Adelaide Ghira de Aguiar.

Elisa dos Reis Ghira 2.2.2.4. Elisa Reis Ghira. Sem sucessão conhecida.

Pedro António Ghira 37


2.2.2.5. Pedro António Ghira nasceu em 1831. Casou com Serafina Fariña. Tiveram: 2.2.2.5.1. Alberto Fariña de Assis Ghira nasceu a 9 de junho de 1888 (outro registo indica 9 de julho de 1888). Faleceu a 21 de abril de 1971 no Hospital Particular de Lisboa. . Casou com Gertrudes de Avelar Ghira, nascida a 7 de janeiro de 1894. Foi um ator de renome, tendo participado em muitos filmes, entre os quais: 1911, Os Crimes de Diogo Alves; 1912: Por Mil e Quatrocentos Contos; 1917, Um Chã nas Nuvens; 1936, O Trevo de Quatro Folhas; 1963, Os Verdes Anos; 1964, A Canção da Saudade; 1965, Cruzeiro de Férias. Conta-se que na noite do casamento, depois do espetáculo que tinha agendado, foi com os amigos para confraternizar, como era seu hábito, e chegou a casa a altas horas da madrugada. Lá encontrou a noiva banhada em lágrimas com a sua ausência, ao que este respondeu com ar comprometido, alegando que se tinha esquecido que havia casado. Outro dia, depois de um espetáculo, entrou no camarim duma jovem atriz, que se acabara de estrear. Esta, atrapalhada, disse-lhe:

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- Ó senhor Ghira, tenha cuidado que a minha mãe anda por aí e pode aparecer de repente e depois, o que lhe digo? - Ora, diz-lhe que sou teu pai!

Apontamento: "Com a morte de Alberto Ghira desaparece o actor profissional mais antigo, em actividade, da cena portuguesa. Alberto Ghira faleceu ontem pelas 20 horas no Hospital Particular de Lisboa. Completaria 83 anos em Junho próximo, pois nascera em 9-6-1888. Alberto Fariña de Assis Ghira era natural de Lisboa e estreou-se como actor profissional no Casino de Santos em 1906 e no mesmo ano passou para o Teatro Salvador Marques, em Alhandra. Foi muito intensa a sua actividade quer no cinema quer no teatro, no Brasil e em Portugal. Contava na sua vida artística a participação em 137 revistas, 48 operetas, 102 comédias, 19 altas comédias, vários autos, rábulas e peças infantis. Também a sua actividade no cinema se prolongou até há bem pouco. Colaborou no "Trevo de 4 folhas", "Canção da saudade", "Verdes Anos", "Rapazes de Táxis", "Chá nas Nuvens" (mudo), e ainda no filme "Nem Amantes nem Amigos" do qual se aguarda a estreia. No Teatro da Estufa Fria, Alberto Ghira colaborou, em 1970, na interpretação das peças de Ramada Curto "A cadeira da Verdade" e "Fogo de Vista". Fez parte de muitos elencos de peças televisivas. 39


Como bombeiro voluntário Alberto Ghira notabilizou-se também, como o provam as várias menções e louvores que ostentava. Alistou-se em 1923 nos Voluntários do Porto, sendo fundador dos Voluntários Portuenses. Foi 2º patrão em 114-1931 e passou a figurar no quadro honorário daquela corporação desde 1933, quando ingressou na situação de adido nos Bombeiros Voluntários da Ajuda , em Lisboa. Possuía as medalhas de honra, da Cruz de Malta de 1ª Classe, de serviços distintos, de mérito, agradecimento e dedicação dos Voluntários Lisbonenses, dos Voluntários de Sintra e da Ajuda. Recebera há poucos meses a medalha do Mérito Corporativo do Trabalho, por deliberação do Ministro das Corporações e Previdência Social e da Saúde e Assistência. Foi sócio fundador da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses e correspondente da Sociedade Brasileira de Autores. Foi empresário e director do Teatro do Povo e colaborou também em vários filmes no Brasil, nomeadamente em "Bomboche Tomou Gasolina" e "As ultimas Trinta e Seis Horas..." A seguir, uma lista de obras em que participou, alcançando êxitos assinaláveis: Foi intérprete em: · Os Crimes de Diogo Alves (1911) · Um Chá nas Nuvens (1917) · O Trevo de Quatro Folhas (1936) 40


· Os Verdes Anos (1963) · A Canção da Saudade (1964) · Rapazes de Táxis (1965) · Nem Amantes, Nem Amigos (1970) in Jornal " Época" edição de 22/04/1971 (-)

Tiveram:

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Odete de Avelar Ghira 2.2.2.5.1.1. Odete de Avelar Ghira nasceu em 1918, em Lisboa. . Casou com Alexandre da Silva Campos, nascido a 9 de novembro de 1912, em Lisboa (Benfica).

Tiveram: 2.2.2.5.1.1.1. José João Ghira Campos nasceu a 14 de fevereiro de 1945, em Lisboa. Casou com Maria Lucília Gonçalves Campos, nascida a 31 de março de 1949, na Golegã. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.1.1. Tiago José Gonçalves da Costa Ghira Campos nasceu a 30 de abril de 1971, em Lisboa. Casou com Sofia Alexandra Pinto da Cunha Sousa Campos. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.1.1.1. Martim Sousa Machado Ghira Campos 2.2.2.5.1.1.1.1.2. Carlota Sousa Machado Ghira Campos 42


2.2.2.5.1.1.1.2. Maria Alexandra Gonçalves Costa Ghira Campos nasceu a 22 de Dezembro de 1972, em Lisboa. Casou com Agostinho Ávila Matias. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.1.2.1. Constança Ghira Campos Ávila Matias nasceu a 19 de outubro de 2002. 2.2.2.5.1.1.1.2.2. Maria Francisca Ghira Campos Ávila Matias nasceu a 9 de janeiro de 1999.

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Maria Teresa Ghira Campos 2.2.2.5.1.1.2. Maria Teresa Ghira Campos nasceu a 10 de agosto de 1946, em Lisboa. Casou com Carlos Manuel de Teixeira Viana, nascido em 1945. Tiveram:

2.2.2.5.1.1.2.1. Catarina Maria Ghira Campos Teixeira Viana nasceu a 1 de outubro de 1968. Casou com David Sul da Costa. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.2.1.1. Carolina Maria Viana Sul da Costa nasceu a 26 de julho de 1980. 2.2.2.5.1.1.2.1.2. Catarina Maria Viana Sul da Costa nasceu a 14 de fevereiro de 1999. 44


2.2.2.5.1.1.2.2. Francisco Afonso Ghira Campos Teixeira Viana nasceu a 15 e março de 1971. Casou com Rita da Conceição Silva Viana, nascida a 16 de abril de 1972. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.2.2.1. Francisco Maria Soromenho Viana. 2.2.2.5.1.1.2.2.2. Maria do Carmo Soromenho Viana 2.2.2.5.1.1.2.2.3. Tomás Maria Soromenho Viana

2.2.2.5.1.1.2.3. Maria Carlota Ghira Campos Teixeira Viana. Casou com Rui Martins. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.2.3.1. Maria do Rosário Viana Martins 2.2.2.5.1.1.2.3.2. José Maria Viana Martins 2.2.2.5.1.1.2.3.3. Maria Leonor Viana Martins 2.2.2.5.1.1.1.3.4. Maria Viana Martins 2.2.2.5.1.1.1.3.5. Maria Madalena Viana Martins

2.2.2.5.1.1.2.4. Maria Cláudia Ghira Campos Teixeira Viana 2.2.2.5.1.1.2.5. Pedro Ghira Campos Teixeira Viana

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Pedro António Ghira Campos 2.2.2.5.1.1.3. Pedro António Ghira Campos nasceu a 29 de setembro de 1947, em Lisboa (S. Sebastião da Pedreira). Casou com Maria Leonor Cabral de Campos, nascida a 2 de janeiro de 1950. Tiveram:

2.2.2.5.1.1.3.1. Leonor Morais Campos nasceu a 22 de novembro de 1973. Casou com Francisco A. Lavado Cruz. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.3.1.1. Matilde Campos da Cruz. Leonor casou depois com Bruno Miguel Santos. 2.2.2.5.1.1.3.2. André Morais Campos 2.2.2.5.1.1.3.3. Marta Morais Campos. Casou com Bryan Brownlie. 46


Maria do Carmo Ghira Campos 2.2.2.5.1.1.4. Maria do Carmo Ghira Campos nasceu a 29 de dezembro de 1948., em Lisboa. Casou com Jorge Manuel Horta Alves, nascido a 31 de março de 1939. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.4.1. Teresa Sofia Campos Horta Alves nasceu a 11 de maio de 1976, em Lisboa (N. S. Fátima). Casou com francisco José Araújo Louro. Tiveram: 2.2.2.5.1.1.4.1.1. Margarida do Carmo Alves Louro nasceu a 26 de dezembro de 2020.

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Álvaro César de Avelar Ghira 2.2.2.5.1.2. Álvaro César de Avelar Ghira nasceu a 4 de março de 1923. Faleceu em outubro de 2007 . Casou com Maria Alsácia de Oliveira Ghira, nascida em 1925.

Tiveram: 2.2.2.5.1.2.1. Alberto João de Oliveira Ghira nasceu a 20 de março de 1950. Casou com Alexandra da Silva Oliveira Ghira. Casou depois com Maria João Gonçalves Simão Ghira.

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Annete Aurora Franco de Avelar Ghira 2.2.2.5.1.3. Annete Aurora Franco de Avelar Ghira nasceu a 3 de maio de 1927, em Lisboa. Casou com Francisco Alexandra Zinho Antunes, nascido a 11 de dezembro de 1921, em Lisboa (Arroios). Faleceu a 9 de setembro de 2002. Tiveram:

2.2.2.5.1.3.1. João José Ghira Zinho Antunes nasceu a 18 de abril de 1958, em Lisboa. Casou com Maria do Rosário Gonçalves Rego Antunes.

Tiveram: 2.2.2.5.1.3.1.1. Gonçalo Ghira Zinho Antunes nasceu a 6 de setembro de 1988. Joalheiro. 49


Gonçalo Ghira Zinho Ao entrar no ensino secundário, Gonçalo Ghira Zinho já sabia que queria explorar a área da Joalharia. Entra para a Escola Artística António Arroio onde faz o curso de Joalharia. Depois vai para a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa onde tira a licenciatura em Escultura, com especialização em metais. Continua o seu percurso académico na escola Contacto Direto, que acaba por encerrar passado dois anos, seguindo então para o Centro de Joalharia de Lisboa. O seu objetivo enquanto estudante sempre foi o de conseguir absorver o máximo de conhecimento sobre metais e sobre as técnicas de trabalho relacionadas. Em 2014 abre oficina com duas colegas na Baixa Lisboeta, em plena Rua da Prata. Gosta de peças tecnicamente complexas. Primeiro explora conceptualmente o trabalho, desenha, pesquisa, e procura aliar o universo da Escultura à Joalharia, criando peças que não só funcionam no corpo, mas também de forma isolada, como objeto. Interessa-lhe explorar novos processos de fabricação de Joalharia. Algumas das suas peças utilizam materiais novos que foi descobrindo, como é o caso do nióbio, um metal com características semelhantes às do titânio. Com este 50


material fez uma peça chamada Ouriço, um anel inspirado nos ouriços do mar, feito em prata oxidada com duas calotes em nióbio. Entre as suas peças encontra-se também um conjunto de quatro anéis em prata para serem usados em conjunto a que chamou Movimento, uma peça inspirada no movimento da mão. Estes anéis são compostos por um conjunto de fios soldados, com tamanhos diferentes que, uma vez na mão, sugerem o movimento de cortar o ar. Os seus clientes são pessoas que procuram um estilo arrojado de peças e que muitas vezes chegam a partir das diversas exposições que tem realizado. Enquanto estudante de Belas Artes, a Baixa Lisboeta torna-se a sua casa; todos os serviços estão perto, os cravadores, os vendedores de pedras, entre outros, o que torna a zona inspiradora. Embora a acessibilidade aos clientes tenha dissipado barreiras com o surgimento das redes sociais, Gonçalo admite que a presença das artes e dos ofícios dá identidade à cidade, deixando um legado incontornável. (extraído da sua página pessoal)

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2.2.2.5.1.3.1.2. João Ghira Zinho Antunes nasceu a 6 de setembro de 1988.

2.2.2.5.1.3.1.3. Francisco Ghira Zinho Antunes nasceu a 1 de julho de 1992. Faleceu a 4 de abril de 1993. 2.2.2.5.1.3.2. Maria Francisca Ghira Zinho Antunes nasceu a 19 de julho de 1960. Casou com Jean Pierre Personne Tiveram: 2.2.2.5.1.3.2.1. Rita Antunes Personne nasceu a 14 de novembro de 1991. 2.2.2.5.1.3.2.2. José Antunes Personne nasceu a 15 de outubro de 1993. 2.2.2.5.1.3.3. João Afonso Ghira Zinho Antunes nasceu a 5 de abril de 1962. Engenheiro. Casou com Júlia Teresa Pinto de Sousa Leitão de Barros. Casou depois com Maria Cristina Paiva Duarte Ferreira. 52


2.2.2.5.1.3.4. José António Ghira Zinho Antunes nasceu a 17 de julho de 1964. Casou com Marta Maria Estanislau Sousa Antunes. Tiveram: 2.2.2.5.1.3.4.1. Maria Lagoa Ghira Zinho nasceu a 27 de março de 1992. 2.2.2.5.1.3.4.2. Sebastião Lagoa Ghira Zinho nasceu a 22 de fevereiro de 1993. Consultor turístico.

José António casou depois com Matilde Antunes. Tiveram: 2.2.2.5.1.3.4.3. Francisco Ítalo Ghira Zinho Antunes. 2.2.22.5.3.4.4. Linda Aurora Ghira Zinho Antunes José António casou também com Maria Alexandra Araújo Antunes. Sem geração. 2.2.2.5.1.3.5. Paulo Jorge Ghira Zinho Antunes 2.2.2.5.1.3.6. Bernardo José Ghira Zinho Antunes

Alberto Augusto Duarte de Avelar Ghira 53


2.2.2.5.1.4. Alberto Augusto Duarte de Avelar Ghira nasceu a 23 de maio de 1932. Casou com Carmen dos Santos Gonçalves Neto, nascida a 2 de junho de 1934, em Lisboa. Tiveram: 2.2.2.5.1.4.1. João Pedro Neto de Avelar Ghira nasceu a 17 de setembro de 1958, em Lisboa. Diretor Comercial da Cimpor no Brasil. Casou com Myriam Ary Pereira de Sousa da Silva Resende. Tiveram: 2.2.2.5.1.4.1.1. Afonso Silva Resende de Avelar Ghira nasceu a 2 de julho de 1991. 2.2.2.5.1.4.1.2. Inês Silva Resende de Avelar Ghira nasceu a 4 de janeiro de 1994. 2.2.2.5.1.4.2. Luís Filipe Neto de Avelar Ghira nasceu a 13 de agosto de 1962, em Lisboa. Casou com Teresa Maria Xavier Valez Carvalho Fernandes, nascida a 17 de novembro de 1963. Tiveram: 2.2.2.5.1.4.2.1. Francisco Carvalho Fernandes de Avelar Ghira nasceu a 8 de agosto de 1989.

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2.2.2.5.1.4.2.2. Guilherme Carvalho Fernandes de Avelar Ghira nasceu a 22 de fevereiro de 1992.

2.2.2.5.1.4.2.3. Pedro Carvalho Fernandes de Avelar Ghira nasceu a 28 de setembro de 1993. 2.2.2.5.1.4.2.4. Maria Madalena Carvalho Fernandes de Avelar Ghira nasceu a 1 de outubro de 2000. 2.2.2.5.1.4.3. Miguel Afonso Neto de Avelar Ghira nasceu a 11 de dezembro de 1999, em Lisboa. Casou com Maria da Graça Mesquita Araújo. Tiveram: 2.2.2.5.1.4.3.1. Henrique Araújo Ghira 2.2.2.5.1.4.3.2. Duarte Araújo Ghira 2.2.2.5.1.4.4. António Manuel Neto de Avelar Ghira. Casado com Maria João Ghira. Trabalhou na Direção dos Serviços de Gestão Patrimonial. 55


Louvor n.º 1493/2005. - Louvo o técnico superior principal António Manuel Neto de Avelar Ghira pela forma como tem vindo a exercer as tarefas e atividades que lhe são atribuídas na Direção de Serviços de Gestão Patrimonial, das quais cabe relevar, pela sua dimensão quantitativa e qualitativa, o trabalho realizado no domínio da inventariação do acervo patrimonial afeto às Forças Armadas e à Defesa Nacional. O contributo dado pelo técnico superior Manuel Ghira revelou-se fundamental para o estudo, preparação e concretização da tomada de decisão superior numa área de especial competência da Direcção-Geral de Infraestruturas. Pelo que aqui fica expresso é muito grato ao director geral de Infraestruturas conceder ao técnico superior Manuel Ghira público louvor. 30 de Novembro de 2005. - O Diretor-geral, Bernardo Xavier Alabaça.

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Pedro António Ghira 2.2.2.5. Pedro António Ghira casou com Carlota de Jesus. Tiveram: 2.2.2.5.2. José Ghira 2.2.2.5.3. Maria de Lurdes Ghira 2.2.2.5.4. Maria dos Prazeres Ghira 2.2.2.5.5. Adelaide Teixeira Ghira

António Nuno Ghira 2.2.3. António Nuno Ghira nasceu a 3 de junho de 1831, em Lisboa. Casou com Ana Marques Ghira, nascida em 1835. Tiveram: 2.2.3.1. Laura Bartholani Ghira.

José dos Santos Ghira 2.2.4. José dos Santos Ghira nasceu a 9 de outubro de 1833, em Lisboa. Casou com Guilhermina Augusta Ghira.

Tiveram:

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Augusto Sezinando Ghira 2.2.4.1. Augusto Sezinando Ghira nasceu em 1860. Casou com Balbina Olímpia Ferreira, nascida em 1860.

Tiveram: 2.2.4.1.1. Aurora Olímpia Franco Ghira nasceu em 1888. 2.2.4.1.2. António Nuno Ghira nasceu em 1890. Casou com Alice da Conceição Sousa Reis Ghira, nascida em 1900. Tiveram 2.2.4.1.2.1. Balbina Olimpia Reis Ghira 2.2.4.1.2.2. Maria Fernanda Reis Ghira nasceu em 1930. Casou com Henrique Kirk Buzaglo, nascido em 1930.

Tiveram: 58


2.2.4.1.2.2.1. Eduardo Nuno Ghira Buzaglo. Casou com Carolina Buzaglo. Tiveram: Sara Montero Buzaglo. 2.2.4.1.2.2.2. Henrique Miguel Ghira Buzaglo nasceu em 1960. Casou com Sofia Margarida Pestana de Nรกpoles Sarmento, nascida a 8 de dezembro de 1964. Tiveram: 2.2.4.1.2.2.2.1. Margarida de Nรกpoles Sarmento Buzaglo nasceu a 13 de setembro de 1989. 2.2.2. Mariana de Nรกpoles Sarmento Buzaglo nasceu a 31 de agosto de 1995. Casou depois com Angelina Penelas Martins. Tiveram: 2.2.4.1.2.2.2.3. Francisco Martins Buzaglo 2.2.4.1.2.2.2.4. Antรณnio Martins Buzaglo 2.2.4.1.2.2.2.5. Ana Rita Martins Pires

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Carlos Augusto Ghira 2.2.4.1.3. Carlos Augusto Ghira nasceu em 1890. Casou com Lucinda Adelaide Sousa Reis.

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Tiveram: 2.2.4.1.3.1. João Carlos Reis Ghira 2.2.4.1.3.2. Augusto Sesinando Reis Ghira 2.2.4.1.4. João dos Santos Ghira nasceu em 1890. Casou com Maria Celeste Pinheiro de Azevedo. Tiveram: 2.2.4.1.4.1. Antémio Carlos Azevedo Ghira nasceu a 27 de abril de 1913, em Carvoeira (Torres Vedras). Casou com Isménia Carvalho Ghira.

Tiveram: 61


João José Carvalho Ghira 2.2.4.1.4.1.1. João José Carvalho Ghira nasceu a 25 de abril de 1944. Faleceu a 24 de janeiro de 2019. Foi Engenheiro agrónomo e enólogo. Casou com Maria da Conceição Anão Santos Ghira, nascida a 28 de maio de 1946.

Biografia Natural do Cartaxo a sua família tinha uma forte ligação à agricultura e foi uma referência no setor do vinho, tendo percorrido um longo e marcante percurso nesta área, contribuindo em muito, para o incremento de maior qualidade e afirmação dos vinhos nacionais. Eng.º Agrónomo (ISA) iniciou funções técnicas em 1972, no então CNEV/Centro Nacional de Estudos Vitivinícolas, criado em 1966, em Dois Portos, atualmente Estação Vitivinícola Nacional/INIAV, onde trabalhou em investigação e desenvolvimento experimental, até 1983, colaborando no desenvolvimento de ações programáticas, tendo publicado diversos trabalhos individualmente ou em coautoria. Prestou assessoria em diversos gabinetes do Governo, na área da Agricultura (1983-1986); Teve louvores públicos concedidos pelo Secretário de Estado da Alimentação (1984), pelo Secretário de Estado do Comércio e Indústrias Agrícolas (1985) e pelo Ministro da Agricultura 62


(1992). Entretanto, em 1 de Janeiro de 1986, quando da adesão de Portugal à Comunidade Europeia, surgiram novas perspetivas na economia portuguesa e foi nesse contexto que a então Junta Nacional do Vinho- JNV foi extinta e substituída por um novo organismo designado por Instituto da Vinha e do Vinho (Decreto-Lei nº. 304/86, de 22.Set.). E foi durante este importante período de criação e implementação do IVV,I.P. que foi nomeado pelo Governo, na 1ª Presidência do IVV, para o cargo de Vice-Presidente (1986-1987) e na 2ª, 3ª e 4ª Presidências, para o cargo de Presidente, criado pelo Decreto-Lei nº. 304/86, de 22 de Setembro e dando assim resposta à importância que o sector vitivinícola detinha na agricultura portuguesa, pois há muito que era manifestada a conveniência de existir um único organismo com ação sobre a vinha e o vinho. No decurso deste período, incrementou a ligação da vinha ao vinho, contribuindo para evolução qualitativa do vinho nacional, incrementando a política das regiões produtoras de uvas e vinhos de qualidade, bem como a divulgação junto dos operadores, das mudanças a ser implementadas, bem como das medidas e ajudas comunitárias previstas para o setor. Por inerência do cargo de Presidente, foi durante 5 63


anos, o Delegado Nacional à então OIV (Office Internationale de la Vigne et du Vin), atual Organização Internacional da Vinha e do Vinho, participando em diversas reuniões técnicas bem como nos Comex e Assembleias Gerais da Organização, em Paris. Mais tarde, foi eleito Coordenador do Grupo de Peritos de Economia da CNOIV e foi eleito em Paris para Presidente do “Groupe d’Experts Analyse des Marchés et des Filiéres Vitivinicoles” que exerceu durante um mandato de 3 anos. Posteriormente, foi nomeado representante do Estado como Presidente da CVR de Alenquer Arruda e Torres Vedras, da CVR de Óbidos e da CVR da Alta-Estremadura. No âmbito da legislação sobre os vinhos com Indicação Geográfica/Vinho Regional, promoveu a criação da CIVE - Comissão Interprofissional dos Vinhos da Estremadura - a atual “Lisboa”, tendo sido eleito seu Presidente. Com a alteração do regime jurídico da Lei-Quadro das regiões demarcadas vitivinícolas (Lei n.º 8/85, de 4 de Junho), foi publicado o DL nº 212/2004, de 23 de agosto, em vigor. (Extraído de: Instituto da Vinha e do Vinho)

Tiveram:

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2.2.4.1.4.1.1.1. João Pedro Santos Ghira nasceu a 18 de fevereiro de 1973. Casou com Ana Gonçalves de Jesus. Tiveram: 2.2.4.1.4.1.1.1.1. João Bernardo Ghira 2.2.4.1.4.1.1.2. Luís Fernando Santos Ghira nasceu a 5 de junho de 1975. Casou com Carla Margarete Alves Feliciano, nascida em 1975. 2.2.4.1.4.2. Carlos Augusto Azevedo Ghira nasceu a 9 de abril de 1915. Casou com Conceição Trindade. Tiveram: João Francisco Trindade Ghira nasceu a 19 de julho de 1939. Casou com Irene da Silva Pereira, nascida a 31 de agosto de 1939. Tiveram: 2.2.4.1.4.2.1. Margarida Alexandra Pereira Trindade Ghira nasceu a 17 de junho de 1967. Técnica superior no Ministério da Economia. Casou com Mário Ramos. Tiveram: 2.2.4.1.4.2.1.1. Margarida Ghira Ramos nasceu a 29 de janeiro de 1992. 2.2.4.1.4.2.1.2. Maria Ghira Ramos 2.2.4.1.4.2.1.3. Sebastião Ghira Ramos 2.2.4.1.4.2.2. José Carlos Pereira Trindade Ghira. João dos Santos Ghira casou depois com Branca Franco Ghira. Tiveram: 65


2.2.4.1.4.2.3. Maria Cândida Franco Ghira 2.2.4.1.4.2.4. Maria João Franco Santos Ghira. Casou com Rui Braz Pinto. 2.2.4.1.5. Maria da Assunção Ghira Augusto Sezinando Ghira casou depois com Guilhermina Augusta Mendes. Tiveram: 2.2.4.1.6. Guilhermina Augusta Ghira 2.2.5. Paulo António Ghira, filho de João António Ghira e de Mariana Bartholani. Casou com Maria Petronilha (da Ilha). Desconhece-se geração

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Para alĂŠm do Montesinho

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Família Dine A família Dine é originária da Aldeia do mesmo nome, um lugar da freguesia de Fresulfe, está situada lá num recanto do Parque de Montesinho, em Vinhais, junto ao rio Tuela. Trata-se duma ancestral família, com séculos de existência, já referenciada em meados do século XVII, mas provavelmente mais antiga, cujo apelido desta linhagem é sem dúvida de origem toponímica. Neste trabalho vamos analisar os membros da família, recuando até 1665 (não conseguimos ir ainda mais longe). Por uma questão de melhor entendimento do desenvolvimento da família, iremos dividi-la em dois períodos de tempo: 1. Geração de Dine: O tempo em que a família vivia em Dine e se dedicava sobretudo à exploração das suas propriedades agrícolas. Ali perto, ao sopé de um monte cheio de encanto, passa o rio Tuela. Era nesse monte que em tempos remotos se encontravam os moinhos da família, que moíam os cereais para as aldeias vizinhos. Junto da antiga casa que habitaram, existe ainda um forno que não sendo comunitário, produzia o pão para muitos dos vizinhos da aldeia. 70


É ali ao largo da moradia que poderemos ainda hoje encontrar velhos fornos de onde outrora saía cal que alimentava não só a aldeia, mas também as aldeias vizinhas que ali acorriam para a adquirir. É ainda dentro da mesma propriedade – que hoje pertence à Judite e ao Telmo Lopes, parentes dos Dine – que se encontra a antiquíssima Lorga, cuja história se encontra bem retratada no Museu junto à pequenina Igreja local. 2. Gerações da Diáspora: O tempo em que após uma tempestade dantesca a fazenda dos Dine foi abalada, com a destruição dos moinhos, das alfaias, das culturas e do alagamento das terras que deixou a família numa situação económica terrível Foi então que Jacinto José Dine e a sua companheira, Joana Rosa Lopes decidiram procurar um novo lugar para recomeçar a vida, indo residir para Bragança. Ali, se tornou marceneiro, atividade que ensinou ao filho Agostinho José Lopes Dine, que se viria a tornar num artista com notabilidade reconhecida. Mesmo contra a vontade do seu padrinho, veio a casar com a filha deste, a Mariana Cândida, uma mulher de garra que deixou bem marcada a sua pegada ao longo da vida. Com essa desavença familiar, começa a diáspora da família. Expulsa de casa, parte com o já marido para Fafe, espalhando-se depois pelo Porto, Lisboa e arredores, sobretudo, Loures e Odivelas, onde os filhos viriam também a alcançar indicies de notoriedade elevados. Outros 71


membros da família espalharam-se por aí fora até ao Algarve, lugar aonde ainda hoje podem ser encontrados. Da aldeia e dos seus encantos falaremos em secção própria, fazendo o retrato possível da mesma.

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Resumo Cronológico da Família Dinne 1804 08 25

Grande tempestade cai sobre Dine e destrói os bens da família Dine

1814/16

Nasce António Jacinto Lopes Dine

1817 05 04

Nasce Agostinho José Lopes Dine, em Bragança

1819 08 06

Nasce Mariana Cândida da Fonseca Pinto

1826 07 12

Nasce José Agostinho Lopes Dine

1830

Agostinho trabalha com o pai e começa a desenvolver a sua veia artística

1842

Agostinho casa com Mariana Cândida, em Bragança

1845 08

Agostinho colabora com o periódico bragantino O Pharol Transmontano

1849

Mariana Cândida publica a 1ª. Edição de As Duas Amazonas

1852 04 20

Agostinho requer passaporte para se deslocar ao Brasil

1855 03 25

Nasce em Fafe Luís Augusto, filho de Agostinho e Mariana

1857 03 14

Publica o artigo O Brado de Uma Mulher, com grande impacto social

1857 03 25

Nasce em Fafe Agostinho José, filho de Agostinho e Mariana

1858 07 28

Agostinho e Mariana batizam em Lisboa os filhos Luís e Agostinho

1860

Agostinho José tem um relacionamento amoroso com M. Clementina Bessa

1861 01 13

Nasce Cacilda, filha da relação ilegítima de Agostinho e Clementina

1862

João António Lopes Dine requer Passaporte para emigrar para o Brasil

1862 09 15

Nasce em Lisboa Carlos Victor, filho de Agostinho e Mariana, b. 17 05 1863

1862

Morre Agostinho José Lopes Dine

1864

Mariana Cândida leciona em Vila Franca de Xira

1866

Mariana Cândida leciona em Lisboa (Olivais)

1872

Mariana Cândida leciona em Lisboa (S. Mamede)

1881

Agostinho da Fonseca Dine casa com Maria Amélia Ghira (Ghira-Dine)

1882 09 27

Nasce Maria Luísa, filha de Agostinho F Dine e M. Amélia Ghira

1879

Mariana festeja 60º aniversário. É-lhe dedicado um poema

1884 08 13

Nasce Agostinho José, filho de Agostinho F. Dine e M. Amélia Ghira

1888 12 30

Nasce Carlos Cipriano, filho de Agostinho F Dine e M. Amélia

1889

Testamento de João António Lopes Dine, irmão de Agostinho J. Lopes Dine

1889

Carolina Lopes Dine, irmã de Agostinho José é citada no test.º do irmão

1897 07 26

Morre no Porto João António Lopes Dine

1898 09 15

Mariana visita Bragança (após a morte do pai), em romagem de saudade

1899

Mariana Cândida publica a 2ª. Edição de As Duas Amazonas

1902 05 23

Mariana escreve carta-testamento com pedido sobre o seu funeral

1902

Morre Mariana Cândida Dine

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Geração de Dine

São escassas as informações que temos sobre aquele que neste trabalho vai ficar como a primeira referência à família Dine, Francisco Manuel Dine. Nasceu na pequenina aldeia, dedicou-se à agricultura e era proprietário de um grande número de terras. Casou (não conseguimos referências sobre o nome da esposa) e tiveram: . José Augusto Dine nasceu cerca de 1670. Casou com Maria Gonçalves. Tiveram: . Francisco Xavier Gonçalves Dine nasceu cerca de 1715. Casou com Maria Ana. Tiveram: . Francisco Gonçalves Dine nasceu cerca de 1740. Casou com Maria da Glória Gonçalves. Tiveram: . Maria da Glória Dine . João Gonçalves Dine 74


. Manuel Caetano Gonçalves Dine nasceu em 1765, em Dine. Casou com Maria José Sobral Gonçalves, filha de João Lopes e Maria Fernandes. Tiveram: . Francisco José Gonçalves Dine . Jacinto José Lopes Dine que, após a grande tempestade ocorrida em 1804, partiu para Bragança e deu início à Geração da Diáspora, que segue. A partir daqui, iremos usar o método da numeração das gerações.

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Gerações da diáspora

1. Jacinto José Lopes Dine nasceu em Dine. Casou com Joana Rosa Lopes, filha de João Batista Lopes (Paulo) e Rita Joana Lopes. Viviam em Dine até à eclosão duma grande tempestade, a que se refere o Abade do Baçal, nestes termos: “… moinhos que foram destruídos no violento temporal ocorrido em 25 de Agosto de 1804, “com a qual havião hido todos os trastes e alfaias de que ellas se compunham e outros enteresses, de consideração, assim como hum grande número de cargas de pão que se achavão nos ditos moinhos sem que nada se podesse acudir, ficando os seus moradores em uma total decadência…” (Memórias Arqueológicas do Abade do Baçal). Depois desta ocorrência, em que a família ficou em 76


grandes dificuldades, partiram para Bragança, aonde se instalaram. Aí, Jacinto José Dine enveredou pela profissão de marceneiro (que já praticaria quando vivia em Dine, no decurso das suas atividades agrícolas). Ali, o casal gerou pelo menos cinco filhos: 1.1. João António Lopes Dine nasceu em Bragança. Faleceu em 26 de Julho de 1897, no Porto. Os seus restos mortais encontram-se depositados num jazigo que lhe pertenceu, no Cemitério do Prado do Repouso (Porto). Encontramos sobre ele a seguinte referência: 1862 03 07 – Correio Mercantil – Requer Passaporte para se deslocar para o Rio de Janeiro. 1866 04 14 – Correio Mercantil - Segue do Porto para o Brasil no navio mercante Firmeza um carregamento de sal, vinho e géneros. 1866 02 05 – Rio de Janeiro – Requer admissão à matricula como negociante, que é deferida. 1866 08 23 – Está entre os fundadores de Praça do Comércio, Associação de Comerciantes do Rio de Janeiro. 1867 01 09 – Correio Mercantil – Novo embarque do Porto para o Rio de Janeiro de vários géneros. 1867 12 14 – Correio Mercantil – Surge como testamenteiro e inventariante da herança de Manuel Teixeira de Mesquita. 1870 11 21 – Diário do Rio de Janeiro – É referido entre os beneméritos da Sociedade Portuguesa de Beneficência. 1888 07 13 – Diário Ilustrado - É referido entre a lista de notáveis que passam férias nas Termas das Caldas de Vizela.

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1889 07 20 – Testamento - No seu testamento de 20 de julho de 1889, redigido no Hotel Frankfurt, no Porto, aonde vivia, celibatário, sem filhos, relaciona uma série de herdeiros entre os quais a Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a sua irmã Carolina, a cunhada, viúva de Artur José Lopes Dine e os sobrinhos Agostinho José, Luís Augusto e Carlos Victor, que nomeia seus testamentários. Manifesta também a vontade do seu corpo ser sepultado no Jazigo pessoal e perpétuo no Cemitério da Lapa, no Porto. À Santa Casa da Misericórdia de Bragança deixa 2 inscrições do valor nominal de 500.000 réis, 1 inscrição de 1 conto de réis e outra do mesmo valor à Santa Casa da Misericórdia de Bragança. “Em 6 de Agosto de 1897 foi sepultado na cidade do Porto o benemérito João António Lopes Dine, natural de Bragança, que deixou à confraria do Santíssimo Sacramento, erecta na igreja de Santa Maria da cidade de Bragança, a quantia de 300$000 réis, várias esmolas aos pobres da mesma cidade e alguns títulos da dívida pública à sua Misericórdia.” 1.2. António Jacinto Lopes Dine nasceu em Bragança cerca de 1814/16. Foi recrutado a 17 de dezembro de 1832 no Regimento de Infantaria nº. 6; a 25 de abril de 1838; a 23 de dezembro de 1840. A 29 de novembro de 1843 foi graduado no posto de Sargento. A 30 de outubro de 1847 foi para a Guarda Municipal do Porto, no posto de Alferes. A 29 de abril de 1851 é graduado no posto de Tenente. Entre 1832 e 1834 participou em diversas campanhas: Defesa das Linhas do porto; Expedição ao Algarve, 78


a Alcácer do Sal, em 1833; a Setúbal; à Cova da Piedade. Linhas de Lisboa, Loures, Almoster, em 1834. Casou com Joana de Sousa Pereira Dine, nascida em 1826 em Nogueira, Cinfães (Lamego), filha de José de Sousa Leitão e de Maria de Sousa Pereira, falecida a 14 de abril de 1907, no Porto (Paranhos) e sepultada no Cemitério da Lapa. O seu nome é referido como beneficiária no testamento do cunhado, João António Lopes. 1.3. Carolina Lopes Dine. Citada no testamento do seu irmão João António, como herdeira, a quem deixou quatrocentos mil reis e o usufruto de vinte e cinco mil ações no valor nominal de um conto de reis. 1.4. José Agostinho Lopes Dine nasceu a 12 de julho de 1826, em Bragança. Foi batizado no dia 22 do mesmo mês. Foram padrinhos o bacharel Agostinho José da Fonseca e sua mulher Maria Anna Albina Pinto Castelinho.

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Agostinho José Lopes Dine 1.5. Nasceu em Santa Maria, Bragança, a 4 de Maio de 1817, filho de Jacinto José Dine e Joana Rosa. Casou a 15 de Setembro de 1842 com Mariana Cândida Lima da Fonseca Pinto, nascida a 6 de agosto de 1819, em Bragança (Sé), filha do Dr. Agostinho José da Fonseca, professor-proprietário da Cadeira Régia de Filosofia, em Bragança, natural de Faria, termo de Barcelos, e de D. Mariana Albina de Lima Pinto, do Porto, filha de Miguel José Pinto de Castelinho, capitão Diretor do Trem de Ouro, das Obras Militares da Cidade do Porto, natural de Alfandega da Fé, e de D. Inácia Margarida Lima, do Porto. (Tomo VI, Pág. 139 – Memórias Arqueológicas e Históricas do Distrito de Bragança). Agostinho da Fonseca Pinto era o padrinho de Agostinho José Lopes Dine, mas não aceitou que este casasse com a filha e por isso, expulsou-a de casa (ver biografia de Mariana Cândida), o que os levou a ter de enfrentar uma vida difícil, que sendo dura, foi também cheia de sucessos e realizações. Agostinho José abraçou uma série de atividades que lhe deram notoriedade e realização pessoal. Seguiu a profissão do pai que era marceneiro, tendo aperfeiçoado a sua atividade na área da escultura e cantaria e desenvolvido intensa atividade na execução de obra sacra, brasões de armas e muitos outros trabalhos em que o génio da sua arte se fez manifestar. Ali colaborou com o periódico O Pharol Transmontano, produzindo as gravuras para o mesmo. 80


Após o seu casamento, desloca-se para Fafe, onde subsiste com a sua atividade e a da sua dedicada esposa (professora), partindo pouco tempo depois para Loures, onde tirou um curso de topografia, que exerceu, tendo produzido trabalhos de relevo nessa área. Eis o que se lê do Artista Agostinho Dine: “Com sumo prazer satisfazemos aqui um desejo que há muito nos assistia – o dirigir duas palavras de louvor e fazermos conhecido fora desta cidade um jovem artista por muitos títulos digno de admiração. Queremos falar do Sr. Agostinho José Lopes Dine, filho de um marceneiro desta cidade e que após a instrução primária não recebeu outra educação artística mais do que o ofício que o seu pai exercia. O Sr. Dine, porém, sem cursar estudos regulares, sem frequentar e praticar com mestres, unicamente pela força do seu génio, tem desempenhado obras de grande vulto com assaz perfeição e facilidade. O mesmo é apresentar-lhe qualquer produto de artes e dispor-se ele a fazê-lo que vê-lo logo executado, por complicado e difícil que seja. Eis os factos e eles falarão por nós e pelo artista: Quis fazer um piano, fez um piano; senão perfeitíssimo, contudo, melhor do que muitos que temos visto, vindo de países estrangeiros. Hoje trabalha para aprontar um segundo, mais perfeito. Pediram-lhe obras de talha em gravura e para mostrar de quanto ele é capaz para revelar os milagres do seu génio, lá estão o altar e ornatos de uma capela em Arguzelho e outro em Chacim; uma pedra de armas na vila dos Cortiços e outra no cemitério desta cidade. Uma imagem dum Santo Cristo em meia grade na Igreja de 81


Carregoza; e as diferentes estampas que tem aparecido neste jornal (primeira obra sua neste género de gravura em madeira) e uma vista da cidade de Bragança que ainda não saiu a publico. A maior parte dos desenhos destas e doutras obras são também feitos pelo Sr. Dine. A Madeira, a pedra, o metal, tudo obedece ao mágico poder do seu génio, para ele Cemitério de Bragança: não há dificuldades. O "Dinne exculpiu" que seria o Sr. Dine se a arte lhe revelara os seus processos, os seus segredos e todos os meios que ela dispõe. Em outros países, o Sr. Dine teria admiradores, teria protetores, teria riqueza e glória para ele e para a sua Pátria. Em Portugal vive pobre, desconhecido, menosprezado.” No cemitério Público de Bragança há um escudo gravado numa pedra mole (talco) embutida noutra de granito em uma sepultura (já publicado sob o número 32 no VII volume destas Memórias) que tem este dístico: “Dinne Exculpio”, a documentar o trabalho deste artista. Pelo mesmo teor, há outro escudo numa casa da Rua de Trás (hoje Rua Conselheiro Abílio Beça) que também deve ser obra de Dine, mas não está assinado. Nos quatro lados da pedra onde está esculpido o escudo há uma inscrição ilegível por estar coberta de cal. (O Farol Trasmontano n. 12, correspondente a Agosto de 1945). 82


Nas suas Memórias Arqueológicas o Abade do Baçal refere: “Entre as ardósias ótimas, além de outros usos, para cobrir as casas, segundo se pratica nas povoações de Baçal, França e Aveleda, temos, perto do lugar de Portelo, uma espécie de cor preta, suscetível de adquirir algum polido, e que poderia servir para mesas, segundo já experimentámos. O destes dois últimos pontos é propriamente um mármore cinzento, por isso que é suscetível de tomar um polido muito belo, e muito bem poderia servir para mesas e outros trastes, segundo se demonstra por um pequeno pedaço trabalhado pelo Sr. Dinne.”. Com uma vida preenchida em Lisboa e Loures, o casal por ali se manteve até ao fim dos seus dias. Agostinho terá falecido em 1862. (In: mapa da Rede Topográfica de Portugal, de que é o autor). Nota: Em 20 de abril de 1852 é-lhe concedido passaporte para viajar para o Brasil na companhia da esposa, do seu cunhado José Agostinho da Fonseca Pinto, que nunca deixou de apoiar a irmã no conflito familiar com o pai, e do seu criado António, conforme Registo de Passaporte arquivado na Torre do Tombo. No registo, constava: Natural de: Bragança; Idade: 34 anos; Literacia: não consta; Estado civil: Casado(a); Profissão: Dentista; Destino: Rio de Janeiro – Brasil; Acompanhantes: sua mulher, Mariana Cândida da Fonseca Dine; seu cunhado, José Agostinho da Fonseca e seu criado António.

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Obras de Agostinho JosĂŠ Lopes Dine

Mapa da Rede TelegrĂĄfica de Portugal

Publicados em Pharol Transmontano

Quinta Real de Caxias

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Igreja de Arcozelo (Talha atribuída a Dine)

Brasão atribuído a Agostinho Dine

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Mariana Cândida Lima da Fonseca Pinto Nasceu em Bragança. Foi filha de Agostinho José da Fonseca, Bacharel Formado em Cânones e Professor Proprietário da Cadeira Régia de Filosofia Racional e Moral de Bragança, natural de Faria, termo de Barcelos, e de sua mulher Mariana Albina de Lima Pinto, da cidade do Porto, neta paterna de António Maria Fonseca, Mariana Dine natural do dito Lugar de Faria e materna de Miguel José Pinto Castelinho, Capitão do Trem de Outro e das Obras Militares da Cidade do Porto, nasceu a 6 de Agosto de 1819 e foi batizada a 27 do mesmo mês. Exerceu como professora do ensino primário e entre as atividades culturais que desenvolveu, traduziu do francês o livro As Duas Amazonas ou Assalto de Marselha, da Escritora Mery (1.ª Edição em 1849, Typografia de Cama na qual dormiu Bragança; 2.ª EdiMariana Dine ção 1899, Tipografia Comércio Portuense. No prólogo da 2.ª Edição descreve a Bragança do seu tempo, que conheceu bem, porque ali viveu e casou. A esta Edição se refere o Abade de Baçal nas suas Memórias, nos seguintes termos:

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‘As Duas Amazonas’, mencionadas como anónimas no tomo VII, pág. 778, destas Memórias, tiveram segunda edição com este título: «Mariana Cândida da Fonseca Dine — As Duas Amazonas, ou o assalto de Marselha por Mery - traduzido do francês por uma senhora bragançana, 2.a edição 1849-1899, Porto. Tip. Comércio Portuense, 1899». No prólogo Duas Palavras - descreve a autora a Bragança do seu tempo, que conheceu muito, pois ali viveu e casou com Agostinho José Lopes Dine, de quem falamos na pág. 118 e no tomo VII, pág. 158. Ao Sr. Jorge Ghira Dine, bisneto da tradutora, agradecemos a notícia desta edição das Duas Amazonas, que não conhecíamos. Desse Prólogo e pelo modo pitoresco e curioso de apresentar, destacamos: Não havia estradas, e quem tinha de transitar para o Porto, ponto obrigatório de todas as viagens transmontanas, tinha de viajar a cavallo ou de liteira, atravessando a célebre serra do Marão, infestada de salteadores e aonde a custo se encontravam algumas estalagens de sinistra aparência, sem conforto e desprovidas quase de comestíveis. Quem tivesse então de vir a Lisboa, o que só se fazia por caso fora do comum e urgente (segundo ouvi dizer a meu pai) confessava-se e fazia testamento, tais eram os perigos que se corriam. 87


Mariana Cândida era pessoa admirada e respeitada na sociedade, tendo-lhe em 1978, determinado vate, admirador, dedicado na data do seu aniversário as seguintes quadras: Ao 60º. Anniversário Natalício da Exma. Srª.

D. Marianna Cândida da Fonseca Dinne Ignoto, modesto vate Sem estro, sem harmonia, Que há-de offertar-vos, senhora, Em tão festejado dia? Flores, são lindas, bem sei, Mas olvidam a amizade Com que nos prendem nossa alma E fenecem co’a saudade. No vosso ramo não faltam Flores bem mais duradouras: Amor dos filhos queridos, Coisas tão encantadoras! Amor das meigas crianças Cujos passos vós guiais Na dura senda do estudo Com affectos maternaes;

Amor dos que vos rodeiam 88


Com pura alegria ingente, A que dá novos encantos O regresso d’um auzente. Se viveis d’elas no meio! O que mais recordarei? Não vêdes o meu enleio? Como offertar-vos flores Ah, senhora, permiti Que a vossos pés vá depor Humildes versos sem arte, Frutos de pobre labor Queira eu ver em corações Sem custo poderei ler Em letras d’oiro brilhante Palavras de tal dizer: Felicidades infindas, Ditas mil, imensos bens! Eu, senhora, comovido Só vos digo: Parabéns 6 de agosto de 1878

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Tendo-se decidido casar com Agostinho, pessoa de condição social diferente daquela em que tinha sido criada, mas jovem artista talentoso que muito apreciava e afilhado de seu pai, enfrentou este com determinação que se opôs toCasa aonde viveu a avó talmente ao casamento, deserMariana dando-a. Essa decisão levou a que tivesse de abandonar o lar e a vida confortável que vivia, iniciando uma nova fase cheia de dificuldades e canseiras. Desloca-se para Fafe, onde permanece até ao nascimento do filho Luís e Agostinho nasceram em Fafe, embora registados em Lisboa), partindo depois para Loures, onde encontrou a amizade de amigos e membros da família que não concordavam com a atitude radical tomada por seu pai. Ali, com dedicação sem limites, deu a seus filhos educação e formação necessária para que tivessem um estatuto social não inferior ao da sua infância e juventude. Forma-os à custa de muitos sacrifícios e de explicações incontáveis que deu, roubando o tempo a si mesma, para atingir esse objetivo. E fê-lo: Luís formou-se em Direito, tendo-se tornado advogado respeitado; Agostinho torna-se farmacêutico e político, ocupando duas vezes o lugar de Presidente da Câmara de Loures (Ver Biografia); Carlos, também farmacêutico, foi o Diretor Técnico da Farmácia da família e quem a orientava dado as ocupações sociais, comerciais e políticas do irmão. Exerceu o professorado do ensino primário para o que foi 90


nomeada através de exame de habilitação, nos seguintes locais: 10/8/1864 em Vila Franca de Xira; 220/8/1866 em Olivais; 11/5/1868, em Campo Grande (Olivais); 21/12/1872 em S. Mamede, Lisboa. Nos locais onde exercia a sua atividade, era acérrima lutadora pelos seus direitos. Do mesmo modo, lutava contra as injustiças, não se coibindo de, perante os seus próprios Oficiais, incentivar soldados a resistir aos tratos desumanos implementados pelos seus superiores. Era uma pessoa dotada para as artes, mormente desenho e pintura. Defensora de ideias liberais e progressistas, avançadas para a sua época, lutou ao lado de Maria José Caimoto, conhecida lutadora em prol dos valores da emancipação da mulher, tendo alimentado debates com D. Martinho Lourenço de Almeida, pai do Visconde de Vila Flor, no Teatro S. Carlos. Este, ao fim do segundo debate, deixou de comparecer, obrigando à sua interrupção. Em 14 de Março de 1857, publicou um artigo intitulado O Brado de uma mulher, onde se lia: “Arvoro a bandeira do apóstolo da emancipação feminina e ainda que tivesse de morrer sacrificada, bradaria no meio do sacrifício, que só pela instrucção é que podemos conseguir a regeneração, e que esta não se poderá empreender senão por meio da associação. O único meio e o mais eficaz é o de mulheres de corações nobres e pensamentos elevados que se dediquem sincera e lealmente, que se votem aos maiores sacrifícios para promover a instrucção e fazer valer o direito da mulher. (…) Eia pois! Avante, caras compatriottas. 91


Preparemos o caminho para as nossas vindouras, que já isso é uma glória.”

(in: Federação, 14 de Março de 1857) Mulher determinada, lutou contra o que via mal na sociedade, sobretudo, a exploração da mulher na sua condição, a crueza do pai e alguns desvarios amorosos do marido, a avó Mariana foi o paradigma duma mulher corajosa e emancipada, condição que não deixou de lhe provocar alguns dissabores e azedos de boca.

No dia 5 de Setembro de 1898, já após a morte de seu 92


pai e 46 anos após ter saído de Bragança, Mariana Cândida desloca-se de Lisboa ao Outeiro (Bragança), onde fora criada e viveu até à sua partida intempestiva. Fezse acompanhar por seu filho primogénito, o Luís, nesta romagem de saudade passados quarenta e sete anos da sua partida. Os pais já haviam partido deste mundo. Ali encontra o irmão que já mal conhecia e algumas amigas mais novas com quem matou saudades. Em conversa carinhosa e animada, incentivam-na a reeditar o livrinho As Duas Amazonas, que concretiza em tiragem reduzida para os amigos, segundo dizia. Foi uma vida cheia de lutas e cansaços que a levou a deixar, como se fora o seu testamento, um documento manuscrito intitulado:

“As Minhas Últimas Vontades” “Quando este papel for lido, a minha força de vontade, atributo da alma, evaporou-se com ella o que ahi resta é apenas o vaso d’argila em que estava encurralada. Hoje, porém, que me sinto com todas as faculdades em estado lúcido, desejo que os meus filhos ou pessoas que os representam me cumpram as minhas últimas vontades. A minha vida tem sido longa e tudo neste mundo considera uma comédia: poucas cenas sérias e muito pouco verdadeiras. Deixar-me-ei de considerações filosóficas e resumo pedindo para que o meu enterro seja o mais modesto possível. Não aceitem nem me coloquem 93


coroas de flores artificiais, farta de artifícios vou deste mundo! Não participem a minha morte senão três dias depois. As recordações e as saudades não precisam de manifestações externas: se são verdadeiras, para quê hipocrisias? Peço isto com empenho aos meus filhos e espero que me cumpram as minhas últimas (vontades) exigências.” (23 de Maio de 1902, Mariana Cândida da Fonseca Dinne)

Faleceu neste mesmo ano (1902), cansada da vida esta mulher coragem. Partiu assim uma Grande Senhora.

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Registo de Nascimento de Mariana Cândida

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Texto da irmã de Maria Cândida, pensa-se que recordando a sua ida a Bragança quarenta e seis anos depois .

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Agostinho e Mariana tiveram os seguintes filhos:

1.5.1. Corina Elisa da Fonseca Dine nasceu em setembro de 1953. Faleceu a 14 de maio de 1854. Com a idade de vinte meses. Encontra-se sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

1.5.2. Agostinho José da Fonseca Dine 1.5.3. Luís Augusto da Fonseca Dine 1.5.4. Carlos Victor da Fonseca Dine Os dois primeiros nasceram em Fafe, o Luiz Augusto em 25 de maço de 1855 e o Agostinho José em 25 de março de 1857, mas só foram batizados em 28 de julho de 1858, 97


quando o casal foi viver para Lisboa, pelo que o registo de nascimento se encontra lá. O terceiro filho nasceu em Lisboa (Lapa). Além destes filhos, Agostinho teve uma filha ilegítima com Maria Clementina Bessa, Cacilda das Mercês Lopes Dine, nascida a 13 de janeiro e batizada a 2 de Maio de 1861, em Lisboa (Santa Catarina) e que casou em Évora, 3 de janeiro de 1888, com Alexandre Xavier Rosado. Nas páginas seguintes desenvolveremos as descendências de cada um destes filhos. Vamos conhecer um pouco da sua história:

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Agostinho JosĂŠ da Fonseca Dine DescendĂŞncia

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Agostinho José da Fonseca Dine 1.5.2. Nasceu em Fafe, a 25 de Março de 1857 e foi batizado a 28 de julho de 1858 em Lisboa (Santa Isabel). Filho de Agostinho José Lopes Dine e Mariana Cândida Lima da Fonseca Pinto. Foram seus padrinhos os tios Agostinho José da Fonseca Pinto e Cândida Inocência Fonseca Pinto. Casou com Maria Amélia Reis Ghira, nasceu em 1824 e faleceu a 25 de dezembro de 1905, filha de Francisco Assis Ghira e Maria Amália dos Reis. Após a morte da esposa, casou com Ema Ramos, sem geração. Foi farmacêutico em Loures. Colaborou no Boletim “Libertador” órgão dos praticantes de farmácia. Exerceu as funções de Presidente da Câmara de Loures nos períodos de Janeiro de 1890 a Janeiro de 1891 e de Janeiro de 1899 a Dezembro de 1901 e foi Administrador do Concelho do Cadaval. Foi membro fundador dos Bombeiros Voluntários de Loures e fez parte do seu primeiro grupo de bombeiros.

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Esteve no início da rede de Caminhos de Ferro Portugueses e, juntamente com outros empreendedores, candidatou-se à instalação da Linha do Norte que liga Viana do Castelo a Ponte de Lima e outras. Dinâmico e empreendedor, deixou um rasto notável ao serviço do país. Foi testamentário do seu tio João António Lopes Dine, juntamente com os seus irmãos Luiz Augusto e Carlos Victor, no qual figura também como um dos beneficiários . Faleceu em 21 de Junho de 1920. Através do casamento de Maria Amélia dos Reis Ghira e Agostinho da Fonseca Dine, surge a família Ghira Dine de que vamos falar a seguir.

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Registos

Gazeta dos Caminhos de Ferro n. 880

In: O Libertador (SetĂşbal), 10.12.1901

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Geração dos Ghira Dine

A Família Ghira Dine, surge através do casamento de Maria Amélia dos Reis Dine e de Agostinho José da Fonseca Dine, em 1881. O casal fixou residência em Loures (Odivelas), aonde Agostinho José e o irmão se formaram em farmácia, tendo ali aberto um estabelecimento desse ramo. Agostinho enveredou depois pela política e a farmácia ficou a ser gerida pelo seu irmão Carlos Victor, o delfim da família. É dessa descendência que iremos falar nas páginas seguintes.

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Famílias Ghira Dine e Neupahth Vieira

Maria do Carmo Dine Sá Santos, Agostinho Luís, José Camilo e Maria do Carmo (filhos)

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Maria Luísa Ghira Dine

1.5.2.1. Maria Luísa Ghira Dine nasceu a 27 de setembro de 1882 em Loures. Faleceu a 7 de outubro de 1961. Casou com Camilo Augusto de Sá e Santos, filho de Camilo José dos Santos Júnior, proprietário e capitalista, e Maria do Carmo Sá Santos. Camilo faleceu a 6 de setembro de 1915. Camilo tinha por vezes atitudes espontâneas um tanto excêntricas, como veremos no texto a seguir, mas gozava de boa reputação e era estimado por toda a família.

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Possuía diversos prédios, entre os quais, na Rua do Arsenal, mas a sua vida irreverente levou-o, à sua morte, a deixar a família em situação económica difícil. Vamos conhecê-lo melhor:

Família de Maria Luísa e Camilo: Atrás: Carlos Cipriano Ghira Dine (irmão de Luísa) e Camilo Sá Santos. À frente: Maria Luísa e filhos: Agostinho, Camilo, Carlos, João e Carminho.

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O Exuberante Camilinho Camilinho era uma pessoa de todo peculiar. Oriundo de uma família de proprietários lisboetas abastados, herdara destes uma série de prédios, alguns dos quais situados na Rua do Arsenal, onde vivia. Irreverente e provocador, gostava de, logo pela manhã, chamar o cocheiro, meter-se na sua carruagem puxada a cavalos e partir por ali fora para surpreender familiares com visitas inesperadas que, surpreendidos pelos insólitos e inapropriados aparecimentos, disfarçadamente incomodados, muitas vezes ainda com trajes pouco apropriados, o recebiam com alguns sorrisos cínicos de circunstância e, sem verem outra solução - dado o estatuto de D. Camilo - lhes iam aturando as manias. Lembremos que na época, esse tipo de visitas em condições ditas normais eram feitas durante a tarde, quando as famílias estariam então preparadas para tomar um chá ou participar num jogo de canasta. Era vê lo com constante regularidade, a organizar na sua mansão da rua do Arsenal exuberantes e animadas festas, para as quais convidava familiares e amigos. Às vezes, quando já num estado não sei como, vinha para a janela da sala e lançava ao vento algumas notas, apenas para se divertir a ver os surpreendidos

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transeuntes que ali passavam, atropelando-se na tentativa de as apanhar primeiro. Consequência de todas essas extravagâncias, quando faleceu, os credores, foram acorrendo à porta da pobre viúva e, um a um, lhes foram levando os prédios que os seus progenitores tão prodigamente lhe tinham deixado. Não bastando aqueles inusitados excessos, alguns membros da família viriam a ser atingidos irremediavelmente pelas trágicas cheias que assolaram a capital no ano de 1967, vindo a perder no meio da inundação grande parte dos haveres que tinham restado, acabando “alojados” num Bairro Social lá para as bandas dos Olivais. Do seu casamento, nasceram: 1.5.2.1.1. Maria do Carmo de Sá e Santos nasceu a 5 de julho de 1901. 1.5.2.1.2. Camilo José Dine de Sá e Santos nasceu a 10 de Agosto de 1902. Faleceu a 14 de Março de 1947. 1.5.2.1.3. Agostinho Luís Dine de Sá e Santos nasceu a 6 de fevereiro de 1904. Faleceu a 12 de fevereiro de 1938. Casou a 5 de setembro de 1934 com Maria Judite Nascimento Coelho, nascida a 12 de setembro de 1913. Tiveram: Maria Margarida Coelho Dine Santos. 1.5.21.1.4. João do Carmo Dine de Sá e Santos nasceu a 16 de julho de 1905. Casou com Clementina Pinto. 109


1.5.2.1.5. Carlos Cipriano Dine de Sá e Santos nasceu a 17 de janeiro de 1910. Foi casado com Virgínia Pinto. Tiveram: Maria Luísa Dine Santos.

Agostinho José Ghira Dine 1.5.2.2. Agostinho José Ghira Dine nasceu em Loures (Odivelas) a 13 de Agosto de 1844. Faleceu em data incerta em Braga, no ano de 1914. A vida de Agostinho José foi desde muito cedo atribulada e cheia de aventuras. Tendo ingressado bem cedo nas hostes do então muito ativo partido anarquista, logo se envolveu em aventuras que viriam a marcar a sua vida. A partir de 1908, então com a idade de vinte e quatro anos, era um elemento muito ativo dentro do partido e logo se transformou, como se adivinhava, num alvo a abater pelas forças políticas no poder. Teve uma má experiência com alcoolismo e depois escreveu sobre o tema um pequeno livro a que chamou Alcoolismo. Segundo a revista "Aurora", de 11 de Junho de 1911, "foi professor das Escolas Móveis, e ex-companheiro de Rosalinda Ferreira. Foi preso em 1911. A sua militância política e a ânsia idealista de querer mudar o mundo, levou-o por caminhos nebulosos, cheios de perigos. Valeu-lhe em algumas ocasiões a solidariedade e 110


apoio do então padre João Soares, que acabou por abandonar a vida eclesiástica em rota de colisão com o bispo da guarda, enveredando pela vida política. João Soares (pai do que foi depois Primeiro Ministro e Presidente da República, Mário Soares) fora ordenado padre e exercia a sua atividade junto do Patriarcado de Lisboa, pelo que ali teve que lidar com Vieira de Matos, então, bispo da Guarda. Teria, contudo, uma relação difícil com o prelado, sobretudo em consequência da entrada em vigor da Lei da Separação entre as Igrejas e o Estado. João Soares acabou por abandonar a vida eclesiástica, tendo enveredado pela política. Foi nomeado Governador Civil do distrito da Guarda, tendo tomado posse em 2 de Novembro de 1912. Chamou então para junto de si Agostinho José Ghira Dine o qual indicou para administrador de Celorico da Beira, cargo de que foi exonerado em 19.2.1913 (refere o artigo que este o indicou para a administração da Guarda, mas nos registos oficiais nada consta sobre essa nomeação, apenas refere que antes da nomeação para Celorico foi nomeado para o mesmo cargo em Pinhel, ocorrida em 13 de julho de 1912, mas essa nomeação foi anulada na mesma data). Como referimos, Agostinho tinha estado como prisioneiro político em 1911, e saíra da prisão no mesmo ano. Refira-se que no documento de onde extraímos estes elementos vem referido o nome de Alberto em vez de Agostinho, o que está errado. A nomeação e exoneração deste para Pinhel e depois para Celorico e posteriormente para Comissário da Polícia do distrito de Braga encontram-se 111


documentadas na Torre do Tombo, com o nome correto.

Ficamos com a ideia duma ligação politicamente próxima de João Soares, que funcionou um pouco como o seu "protetor". Quando em 26 de Julho de 1913, no meio de muitas convulsões, João Soares deixa a cidade da Guarda e parte para Braga, para ocupar o mesmo lugar de Governador Civil, para que fora nomeado, levou consigo Agostinho, para o colocar como administrador da cidade. Contudo, essa nomeação não foi concretizada, já que Agostinho em 3 de setembro de 1913 acaba por ser nomeado Comissário da Polícia para o distrito de Braga. Vai ser efémera a ocupação do cargo, já que passado pouco tempo, Agostinho desaparece do mundo dos vivos. Corriam junto da família rumores de que fora envenenado por uma companheira (amante). A sua exoneração é publicada em 15 de junho de 1914, pelo que se depreende que terá falecido um pouco antes. Desaparecia assim uma figura, quiçá, controversa, mas que viveu uma vida cheia de enredos e aventuras na perseguição de ideais e propósitos em que acreditava e que teve como corolário a sua interrupção abruta e efémera na sua agitada caminhada pela vida.

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Carlos Cipriano Ghira Dine

Carlos Cipriano Ghira Dine 113


1.5.2.3. Carlos Cipriano Ghira, Tenente-coronel mĂŠdico, nascido a 30 de Dezembro de 1888, na freguesia de Odivelas, concelho de Loures. Faleceu a 20 de fevereiro de 1961. Casou com Berta Alice Gouveia Xavier de Brito, filha de Pedro Francisco da Silva Xavier de Brito e de AdĂŠlia Beatriz de Gouveia da Silva Homem. Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1915.Em Junho de 1916 foi promovido a alferes-

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médico miliciano e em Dezembro do mesmo ano deu ingresso no Quadro dos Oficiais Médicos. Partiu para França em 22 de Abril de 1917, com o Primeiro Batalhão de Artilharia da Costa do C.E.P. Corpo Expedicionário Português, na qualidade de Chefe dos Serviços de Saúde do Batalhão de Infantaria n.º 8, onde permaneceu até Setembro do mesmo ano, data em que foi colocado no Batalhão de Infantaria nº 1. Em Janeiro de 1918 baixou ao Hospital de Merville, tendo regressado a Portugal em gozo de licença de Junta em Fevereiro de 1918 (depois de ter sido gaseado na passagem do ano novo, quando do ataque do Sector Alemão ao Sector Inglês, no qual o G rupo E xpedicionário P ortuguês estava integrado). Em Portugal foram-lhe concedidas outras licenças de Junta e, já prestes a regressar a França, dá-se o Armistício, em 11 de Novembro, e ele já não regressa. Em Portugal prestou serviço no I Batalhão de Artilharia de Costa e em Junho de 1919 foi colocado na GNR, onde prestou serviço durante vinte e um anos, tendo exercido a função de Chefe de Serviço de Saúde daquela Corporação desde Junho de 1938 até Setembro de 1940, data em 115


que a seu pedido deixou o serviço da GNR, tendo sido duas vezes laudo pelo General Farinha Beirão. Prestou serviço em Tavira no Curso dos Sargentos Milicianos desde Outubro de 1940 a Março de 1941, data em que assumiu a direção do Hospital Militar de Belém. Em Setembro de 1943 foi colocado como diretor do Depósito de Material Sanitário sendo em Março de 1944 colocado em Coimbra como Inspetor de Saúde da II Região Militar, onde se conservou até 4 de Março de 1946 data em que foi à Junta e passou à reserva, no posto de Tenente-Coronel. Foi médico substituto na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Possuía as seguintes condecorações:

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Medalha da Vitória I Guerra Mundial; Comportamento Exemplar; Segurança Pública e Assiduidade; Campanha do Exército Português 1916; Graus de Oficial e Comendador da Ordem Militar de Aviz.

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Carlos Cipriano

Casa onde viveu Carlos Cipriano e a FamĂ­lia

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Berta Alice

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Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine 1.5.2.3.1. Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine, nasceu em Lisboa a 23 de dezembro de 1923. Casou a 16 de Julho de 1949 com José Pedro Falcão Sincer, nascido a 25 de Dezembro de 1923 no Fundão e falecido a 4 de Fevereiro de 1994, na Quinta do Cerro, Várzea Redonda, Figueiró dos Vinhos. Este, foi funcionário do Instituto Nacional de Estatística e depois, Pastor da Igreja Adventista e Missionário em Angola. Foi professora do ensino primário e jardim de infância. Amélia acompanhou o marido, como missionária, tendo lá exercido a função de Educadora de Infância. Permaneceram em Angola durante nove anos.

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Maria AmĂŠlia (Mimi)

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Ana Maria Dine Falcão Sincer e Sepúlveda 1.5.2.3.1.1. Ana Maria Dine Falcão Sincer e Sepúlveda (Amy Dine), filha de Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine e de José Pedro Falcão Sincer, nasceu em Lisboa, na freguesia de Arroios a 11 de Novembro de 1951. Cedo começou a ter contacto com a poesia (cerca dos três anos) pois sua Mãe trabalhava num jardim de infância e ensinava- lhe quadrinhas, algumas das quais feitas por seu Pai. Aos nove anos pediu para ser batizada por imersão na Igreja Adventista do Sétimo Dia e foi à data a mais jovem a fazê- lo. Foi submetida a exame algo rigoroso de conhecimento de doutrinas por parte dos líderes da Igreja, dado a sua tenra idade (A Igreja Adventista só batiza pessoas que aceitem a doutrina quando preparadas para assumir as suas convicções). Na sua igreja, com frequência, participava em festas organizadas às Mães, de Natal e outras, nas quais entrava ora dizendo poesia, cantando ou fazendo teatro, o que muito lhe agradava. No verão de 1963 acompanhou seus pais (como missionários) para Angola. Ali, completou o Curso Geral do Liceu e após um estágio de seis meses em França tirou o quinto ano da Alliance Française. Com dezoito anos foi chamada a assumir, na Missão do Bongo, o cargo de secretariado e contabilidade, acumulando com o ensino das disciplinas de Francês, Desenho e Ciências Naturais. Em 1972 regressa com seus pais a Portugal, trazendo no peito gratas e saudosas lembranças de Angola, aonde 122


passou os melhores tempos da sua adolescência e juventude. Nesse ano, seu pai é colocado a pastorear a Igreja de Vila do Conde. Aí, sofre um enfarte do miocárdio e é internado no Porto no Hospital de S. João. No dia seguinte, numa visita que fez ao Hospital, conhece na paragem do autocarro aquele que um ano depois viria a ser o seu marido. Continua a participar em muitas das atividades da Igreja, tornam-se uma pedra viva da mesma, ora abraçando a área administrativa, ora na formação de jovens, ora apoiando cada Departamento. Continua a participar com grande dinamismo nas festas que então dinamiza. Os anos passam a correr. Quando mal dá por isso, o marido reforma-se e resolve criar no Facebook dois grupos de poesia: O Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa, nos quais se integra durante alguns anos. Entretanto, em 2009, ela escreve um pequeno livro, O Toque de Sua Mão, no qual conta a experiência por que passaram quando da doença grave porque passou o seu filho Miguel. Agora, integrada nos grupos e com mais tempo disponível, começa a dedicar-se um pouco mais à poesia, continuando ainda a escrever alguns poemas, hábito que ao longo do tempo, desde os tempos do liceu, foi aperfeiçoando. Participou em várias antologias e coletâneas, nacionais e estrangeiras e em 2016, para comemorar os seus 65 anos, publicou um livro de poemas a que chamou Nuances Outonais.

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Ana Maria (Amy Dine)

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José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda 1.5.2.3.1.1.1. José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda, nasceu em 26 de outubro de 1974, no Hospital de Vila do Conde. Formou-se em Enfermagem, fazendo a seguir o Mestrado e fez especializações em diversas áreas, sendo agora enfermeiro especialista. Estudou informática, área que depois desenvolveu na sua área profissional. Casou com Maria Manuela de Oliveira Teles, nascida a 2 de junho de 1974, Educadora de Infância. É adjunto da direção, enfermeiro coordenador de uma USF em Valongo, avaliador na área da saúde familiar da Ordem dos Enfermeiros, fazendo parte da comissão de avaliação de avaliadores da Ordem. É ainda enfermeiro voluntário da Associação Internacional de Temperança. Tem participado em alguns congressos e reuniões de especialidade, neles intervindo com dissertações sobre diversos temas ligados à sua profissão. É formador em diversas áreas. Pessoa multifacetada, participa e colabora numa série de programas e instituições ligadas à sua área profissional, solidariedade e juventude. Residem em Valongo.

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José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda 1.2.2.3.1.1.2. José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda nasceu em 28 de dezembro de 1975, no Hospital da Póvoa de Varzim. Casou com Telma Cristina Meneses de Oliveira, nascida a 17 de abril de 1978. Ele exerce como empregado de escritório. Residem em Chão de Couce, Ansião. Tiveram: 1.5.2.3.1.1.2.1. Hugo Miguel de Meneses Sincer e Sepúlveda nasceu a 10 de novembro de 2004, em Coimbra. 1.5.2.3.1.1.2.2. Abigail de Meneses Sincer e Sepúlveda nasceu a 9 de setembro de 2014, em Coimbra.

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José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda 1.5.2.3.1.1.3. José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda nasceu em 9 de abril de 1979, na Ordem do Carmo, no Porto. Casou com Eunice Maria de Sousa Pereira, nascida a 12 de Abril de 1985. Ele é técnico de eletrónica e demótica por conta de outrem. Residem em Vizela. Tiveram: 1.5.2.3.1.1.3.1. Joana Pereira Sincer e Sepúlveda nasceu a 6 de outubro de 2005, na Póvoa de Varzim. 1.5.2.3.1.1.3.2. Martim Pereira Sincer e Sepúlveda nasceu a 7 de agosto de 2008, na Póvoa de Varzim. 1.5.2.3.1.1.3.3. Marcos Pereira Sincer e Sepúlveda nasceu a 4 de setembro de 2012, em Guimarães. 1.5.2.3.1.1.3.4. Pedro Pereira Sincer e Sepúlveda nasceu a 10 de janeiro de 2016, em Guimarães.

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Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine 1.5.2.3.2. Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine, filho de Carlos Cipriano Ghira Dine e de Berta Alice Gouveia Xavier de Brito, nasceu em 26 de dezembro de 1924. Faleceu a 26 de janeiro de 1945. Sem geração.

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Alfredo Victor Ghira Dine 1.5.2.4. Nasceu a 31 de dezembro de 1897. Batizado a 10 de março de 1898. Foram padrinhos Carlos Victor Fonseca Pinto e Madalena Augusta Moreira Dine, seus tios. Teve um desaire na sua vida que o perturbou bastante. Depois, foi deportado para o Ultramar pensa-se que por questões políticas e envolvimento no golpe de 28 de Maio de 1926, que deu início à ditadura de Gomes da Costa e que levaria Salazar ao poder. Anos depois, surgiram rumores que foi visto em Lisboa. Numa época festiva de Natal a família recebeu um postal dirigido a Ana Maria (sobrinha-neta) que dizia: Feliz Natal do teu “tio”. Pensa-se que era dele, mas nunca mais foi possível contactá-lo.

Emília Ghira Dine 1.5.2.5. Desconhece-se a sua data de nascimento e o seu percurso de vida. Pensa-se na família que terá falecido muito nova.

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Luís Augusto da Fonseca Dine Descendência

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Luís Augusto da Fonseca Dine 1.5.3. Nasceu em Fafe em 25 de Março de 1855 e foi batizado em 28 de julho de 1858 em Lisboa (Santa Maria). Foram padrinhos os seus tios Agostinho José da Fonseca Pinto e Joana Lima Pinto. Casou a 17 de setembro de 1873, na Conservatória do Registo Civil de Fafe, com Maria da Conceição, exposta da Santa Casa da Misericórdia, natural de Coimbra. Faleceu a 22 de fevereiro de 1934, em Fafe. Formado em Direito, exerceu a advocacia, tendo alcançado notoriedade na sua atividade e ascendido à posição de Juiz. Foi testamentário do seu tio João António Lopes Dine, juntamente com os seus irmãos Agostinho José e Carlos Victor, no qual figura também como um dos beneficiários. Em 27 de abril de 1899 obteve Carta de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Tiveram: 1.5.3.1. Manuel Fonseca Dine 1.5.3.2. Jacinto Carlos da Fonseca Dine´ 1.5.3.3. Beatriz da Fonseca Dine 1.5.3.4. Maria Luísa da Fonseca Dine 1.5.3.5. Agostinho da Fonseca Dine Das suas gerações, falaremos a seguir 131


Manuel da Fonseca Dine 1.5.3.1. Nasceu a 15 de Janeiro de 1909, em Fafe. Casou a 5 de Maio de 1935 com Maria do Céu Guerra, nascida a 12 de Julho de 1905 em Facha, concelho de Ponte de Lima, filha de Manuel Guerra de Puga e de Rosa Maria de Puga Oliveira (estes dados encontram-se na folha 7/v, de 5 de Maio de 1935, do livro da Conservatória do Registo Civil de Fafe. Faleceu a 11 de Junho de 1989, em Lisboa (onde viveu desde cerca de 1941). Sofreu perseguições políticas e foi preso pela polícia política em 23 de dezembro de 1935. Mantiveram-no na delegação do Porto da Rua ferreira CarNas masmorras da Pide doso, para interrogatórios con- político tínuos, até em 12 de janeiro de 1936, sendo então libertado sem culpa formada. Tiveram os seguintes filhos: 1.5.3.1.1. Edmundo Armindo Guerra Dine nasceu a 22 de fevereiro de 1933. Casou a 27 de abril de 1962, com Celeste Nunes Dine, nascida a 11 de abril de 1937, em Lisboa e falecida em 29 de junho de 1971, em Luanda. Edmundo casou segunda vez com Abília Esteves Dine, nascida a 12 de novembro de 1930, em Lisboa.

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1.5.3.1.2. Victor Manuel Guerra Dine nasceu a 16 de outubro de 1937. Casou a 23 de maio de 1965 com Madalena Vieira Jorge, nascida em 23 de outubro de 1937. Tiveram: 1.5.3.1.2.1. Maria Madalena Jorge Dine nasceu a 2 de julho de 1966, em Lisboa. Casou a 3 de outubro de 1992 com Manuel José dos Santos Granada. Realizou os estudos secundários no Liceu Camões. Efetuou toda a formação académica na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Português / Francês, em 1988; depois frequentou o Ramo Educacional e o Mestrado em Literatura Comparada Portuguesa e Francesa – séculos XIX e XX; obteve o grau de mestre, em 1995, com a tese Camilo Pessanha mestre e par de Fernando Pessoa. Atualmente, trabalha numa tese de doutoramento sobre Fernando Pessoa e os mestres portugueses do século XIX. É membro, desde 1999, do Instituto de Estudos sobre o Modernismo, tendo participado nas várias atividades de divulgação e de investigação da obra de Fernando Pessoa e de outros autores modernistas. Neste âmbito, é coautora da edição da poesia ortónima de Fernando Pessoa, em 3 volumes, pela editora Assírio & Alvim (2005-2006). Presentemente, desenvolve investigação sobre a prosa 133


ensaística de Pessoa. Ilustre pedagoga, é professora do Ensino Secundário, desde 1988. Desempenha funções na Escola Secundária Josefa de Óbidos, Lisboa, desde 1991, lecionando sobretudo a disciplina de Português ao 12º ano e tendo exercido vários cargos de coordenação e de gestão. É coautora e autora de várias obras vocacionadas para o ensino: Para uma leitura dos Contos Tradicionais Portugueses, Presença, 1999 Para uma leitura da Poesia Modernista: Mário de SáCarneiro e José de Almada Negreiros, -Presença, 2000 Preparar o Exame – Língua Portuguesa 9º ano, Lisboa Editora, 2005 Contos Tradicionais – Oito Contos Maravilhosos, Lisboa Editora, 2006 O Alcaide de Santarém e A Dama Pé de Cabra, de Alexandre Herculano, Lisboa Editora, 2006 O Mar e a Terra na Poesia, Lisboa Editora, 2007 Estas três últimas obras fazem parte da Coleção 1001 Livros, de que é uma das coordenadoras. 1.5.3.1.2.2. Victor Manuel Jorge Dine nasceu a 3 de outubro de 1971. Victor Manuel viveu com uma senhora de apelido Dias. Tiveram: 1.5.3.1.3. Maria da Conceição Dias Dine, nascida em Lisboa. Victor Manuel Guerra Dine casou segunda vez com Joaquina Dine, sem geração.

Jacinto Carlos da Fonseca Dine 134


1.5.3.2. Nasceu a 29 de agosto de 1911, em Fafe. Faleceu em março de 1972. Casou com Alexandrina Lopes Dine, nascida a 5 de janeiro de 1910, em Viseu (Ranhados). Tiveram: 1.5.3.2.1. José Manuel Monteiro da Fonseca Dine, casado com Maria Carlota Monteiro da Silva Dine, nascida em 23 de fevereiro de 1937. Tiveram: Cristina Maria da Silva Monteiro, nascida em 12 de outubro de 1963, na Amadora. Tiveram: 1.5.3.2.1.1. João Guilherme Monteiro Dine de Vidigal dos Santos, nascido a 16 de janeiro de 2000, em Lisboa.

Beatriz Fonseca Dine 1.5.3.3. Nasceu em Fafe. Casou com Albino Barroso, nascido em Braga. Tiveram: 1.5.3.3.1. Maria da Conceição Dine Barroso. Casou com Francisco Metelo Salvador. Tiveram: 1.5.3.3.1.1. Maria João Barroso Salvador. Casou com … Roldão. Tiveram: Mário João Salvador Roldão, engenheiro.

Maria Luísa da Fonseca Dine 1.5.3.4. Não possuímos histórico de Maria Luísa 135


Agostinho da Fonseca Dine 1.5.3.5. Não possuímos histórico de Agostinho.

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Carlos Victor da Fonseca Dine DescendĂŞncia

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Carlos Victor da Fonseca Dine 1.5.4. Carlos Victor da Fonseca Dine nasceu a 15 de setembro de 1862 em Lisboa (Lapa) e foi batizado a 17 de maio de 1863 na respetiva Igreja. Faleceu em 1945, em Lisboa (Lapa). Gestor e Diretor da Farmácia da família. Sócio da Sociedade Farmacêutica Lusitana. Casou com Madalena Augusta Dine nascida em 1875, em Lisboa e falecida em 1945. Foi testamentário do seu tio João António Lopes Dine, juntamente com os seus irmãos Agostinho José e Luiz Augusto, no qual figura também como um dos beneficiários. Tiveram:

Maria Helena Moreira Dine 1.5.4.1. Maria Helena Moreira Dine nasceu a 12 de janeiro de 1891. Casou com Armando Henriques. Tiveram: 1.5.4.1.1. Ema Dine Henriques, nascida a 10 de abril de 1915. Casou com Euclides Neves, nascido a 4 de maio de 1900 e falecido a 10 de novembro de 1967. Tiveram: 1.5.4.1.1.1. Maria Fernanda Dine Henriques Neves nasceu a 27 de dezembro de 1939. Casou com António Sousa Falcão, nascido a 6 de julho de 1926 e falecido a 14 de julho de 2004. Tiveram: 138


1.5.4.1.1.1.1. Pedro Manuel Henriques Neves Sousa Falcão nasceu a 16 de janeiro de 1965. 1.5.4.1.1.1.2. Vanda Maria Henriques Neves Sousa Falcão nasceu a 16 de janeiro de 1968. Professora de Artes. 1.5.4.1.1.2. Maria Helena Dine Henriques Neves nasceu a 24 de março de 1946. Casou com Jorge Ribeiro Melo da Cunha, nascido a 28 de setembro de 1941. Tiveram: 1.5.4.1.1.2.1. Sérgio Dine Neves Melo da Cunha nasceu a 28 de março de 1976. Casou com Susana Cunha. 1.5.4.1.1.2.2. Filipe Dine Neves Melo da Cunha nasceu a 28 de março de 1977. Maria Helena Moreira Dine casou depois com José Burt Costa, nascido a 5 de julho de 1890, falecido em fevereiro de 1974. Tiveram: 1.5.4.1.1.2.3. Vasco Dine Burt Costa. Casou com Iolanda Miranda Costa. Tiveram 1.5.4.1.1.2.3.1.Maria Margarida Miranda Burt Costa Maria Isabel Miranda Burt Costa. Casou com Elmer Pessoa. 1.5.4.1.1.2.4. Fernando Dine Burt Costa nasceu a 24 de novembro de 1923. Casou com Maria de Fátima da Cruz Mina Costa, nascida a 14 de maio de 1929. Tiveram: 139


1.5.4.1.1.2.4.1. Jorge Manuel da Cruz Burt Costa, nasceu a 5 de fevereiro de 1953. Casou com Lisete Coelho da Costa. Tiveram: 1.5.4.1.1.2.4.1.1. Ana Coelho Calado Burt Costa. 1.5.4.1.1.2.4.2. João Pedro da Cruz Burt Costa nasceu a 14 de janeiro de 1959. Casou com Isabel Costa. Tiveram: 1.5.4.1.1.2.4.2.1. Joana Bragança Burt Costa. João Pedro casa depois com Maria da Conceição Carvalho da Costa Tiveram: 1.5.4.1.1.2.4.2.2.Pedro Burt Costa

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Madalena Cândida Moreira Dine 1.5.4.2. Madalena Cândida Moreira Dine nasceu a 4 de março de 1895, em Lisboa (S. Mamede). Casou com José Vitorino de Loura, nascido a 8 de novembro de 1893.

Tiveram: 1.5.4.2.1. Marcos Luís Dine Loura. Escriturário-dactilógrafo da Direcção Geral da Fazenda Pública. Casou, desconhece-se o nome da esposa. 1.5.4.2.2. José Carlos Dine Loura (que segue)

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Família Gallo Loura 1.5.4.2.2. José Carlos Dine Loura nasceu a 16 de setembro de 1921, em Lisboa (Belas). Casou com Maria Cecília Gallo, nascida a 3 de junho de 1932, em Veneza (Caorte), Itália, filha de Luigi Gallo e Reginna Pilligrini.

Tiveram: 1.5.4.2.2.1. Carlos Alexandre Gallo de Loura nascido a 3 de dezembro de 1961, em Lisboa. 1.5.4.2.2.2. Ana Paula Gallo de Loura, nascida a 24 de abril de 1964, em Lisboa. Casou com José Pedro de Faro Alves, nascido a 8 de março de 1963, em Lisboa (Anjos). Tiveram: 142


1.5.4.2.2.2.1. João Nuno Gallo de Loura de Faro Alves, nascido a 23 de setembro de 1989, em Lisboa. 1.5.4.2.2.2.2. Luís Maria Gallo de Loura de Faro Alves nasceu a 16 de março de 1992, em Lisboa. Ana Paula casou depois com George Taylor Moore, nascido em 31 de dezembro de 1959, em London, Ontário, Canadá. Casaram em Lisboa a 6 de novembro de 2015.

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Carlos Victor Moreira Dine 1.5.4.3. Carlos Victor Moreira Dine, filho de Carlos Victor da Fonseca Dine e de Madalena Augusta Dine, nasceu a 18 de junho de 1903, em Oeiras. Foi funcionário da Federação das Indústrias de Moagem. Casou com Maria Emília Garcês Palha.

Mariana Amélia Moreira Dine 1.5.4.4. Mariana Amélia Moreira Dine. Desconhecemos se casou e se teve descendência.

Ester Augusta Moreira Dine 1.5.4.5. Ester Augusta Moreira Dine. Casou com Rafael Peixinho.

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Artur José Lopes Dine Artur José Lopes Dine. Foi praça na Armada Portuguesa. Morreu em combate durante a Segunda Guerra Mundial no dia 17 de novembro de 1944. (Registo fotográfico da Armada). Não conseguimos fazer a sua ligação genealógica bem como a linhagem da família, ancestrais e descendentes, que desconhecemos, mas não quisemos de deixar aqui o seu registo.

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Dinne Rosado, Gerações Do relacionamento ilegítimo de Agostinho José Lopes Dine com Maria Clementina Bessa, surge a geração dos Dinne Rosado que vamos desenvolver agora, dentro das limitações de conhecimento ainda existentes: Desta relação, nasceu:

Cacilda das Mercês Lopes Dinne, nasceu a 13 de janeiro e foi batizada a 2 de Maio de 1861, em Lisboa (Santa Catarina), fruto duma relação ilegítima de Agostinho José Lopes Dinne com Maria Clementina Bessa, natural da Ilha de S. Miguel (Açores). Faleceu a 3 de março de 1956, com 98 anos. Vivia então na Rua Pinheiro Chagas, em Diário Popular de 4 de março de 1956 Lisboa. Maria Clementina era filha de Luís Ferreira Sobral e de Mariana Rosa Cacilda casou em Évora, a 3 de janeiro de 1888, com Alexandre Xavier Rosado, industrial, natural de S. Bento do 146


Ameixial, Estremoz, filho de José Rosado e de Carolina Máxima Pinheiro. Tiveram: 1. Carminda Máxima Dinne Rosado nasceu a 13 de janeiro de 1893, no lugar de Paredes, Alenquer (Santo Estevão). Faleceu no dia 7 de abril de 1891, em Lisboa (Alvalade). 2. Raúl Augusto Dine Rosado. Em 1960 solicitou licença de construção à Câmara de Mafra para construção de uma moradia. Em 19831 corre em seu nome um processo de Imposto Sucessório junto à Repartição de Finanças local. Nessa altura, a sua residência fiscal era na Rua Castelo Branco Saraiva, nº. 30, 1º. Esq., em Lisboa. 3. Arnaldo César Dinne Rosado nasceu em Alenquer, Santo Estevão (Paredes), a 18 de fevereiro de 1895 e foi batizado a 27 de janeiro de 1896. Foi Alferes miliciano, no Regimento de Infantaria n.º 32. Integrou o Corpo Expedicionário Português, embarcando para França em Julho de 1917. Faleceu a 11 de setembro de 1917, motivado pelos ferimentos recebiLage tumular, em França dos em combate, e o seu corpo foi sepultado no Cemitério de Richeboug l’Avoué, Talhão A, Fila 7. Coval 23, em França. 147


4. Margarida das Mercês Dinne Rosado nasceu a 25 de fevereiro de 1894, no lugar de Paredes, Alenquer (Santo Estevão). Faleceu a 14 de janeiro de 1976, em Lisboa (Campo Grande). Foi casada. 5. Clementina das Mercês Dinne Rosado nasceu cerca de 1895/90. Foi a segunda mulher a completar o curso de Engenheira Agrónoma no Instituto Superior de Agronomia, tendo defendido tese em 1923 através duma publicação que intitulou Esboço Monográfico de São Bento de Ana Loira (perto de Estremoz) e concluiu o curso em 1925. Nessa tese tentou apresentar alguns elementos para um estudo monográfico da freguesia de S. Bento de Ana Loira. Ali faz uma breve descrição do estado geral da agricultura naquela freguesia, para depois analisar mas detalhadamente algumas culturas cerealíferas, hortícolas e arbóreas. A par de alguns nomes dispersos que foram aparecendo e não conseguimos enquadrar, da geração dos Dinne Rosado não conseguimos ainda apurar novos elementos. Estamos a envidar esforços no sentido de desenvolver esta genealogia. 148


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Outros Laรงos Familiares

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Família Fonseca Pinto/Falcão

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Família Dine Falcão

Casa da Família Dine Falcão em Macedo de Cavaleiros (Ala). A parte à esquerda, que engloba o envidraçado e a propriedade rural, pertence a Maria Fernanda Dine e António Falcão.

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Breve Memória do Solar dos Falcões Macedo de Cavaleiros A Casa dos Falcões, também chamado Solar dos Alpoins e até Solar da "viscondessa" (vide Portugal Económico Monumental e Artístico) um solar que se situa no Largo Manuel Pinto de Azevedo, antiga Praça do Município ou Praça dos Paços do Concelho, em Macedo de Cavaleiros, com fachada voltada a poente em cujo centro se encontra a Pedra de Armas dos fundadores. Edificado na primeira metade do século XVIII, foram seus primeiros donos José da Costa Macedo, Cavaleiro da Ordem de Cristo, licenciado em direito e Juiz, e sua mulher D. Ana de Sá Sarmento , a quem foi dada carta de armas com os apelidos Macedo, Costa, Sá e Sarmento. A confusão de nomes deste solar vem do facto de que, dado ter-se extinto quer a varonia, quer a sucessão direta da Casa no inicio do século dezanove, os sucessivos possuidores tiveram diversos apelidos de geração para geração, apesar de ter havido sempre uma linha de parentesco a ligá-los mesmo no caso da família Falcão que a comprou e não herdou mas que mesmo assim tem um parentesco com os seus fundadores. Assim, no início do século passado, nela viveram os Vasconcelos, família que a herdou de João Bernardo da Costa Sarmento (filho dos primeiros donos) e que depois veio a ter um solar com aquele 153


nome fronteiro a este e que o camartelo prosaico e inculto recentemente arrasou. Após aqueles e devido a um casamento feminino, passou a ser conhecida como a Casa dos Alpoins , nela tendo vivido D. Joana da Costa Mimoso Alpoim, a quem sucedeu D. Maria Amália de Meneses Mimoso de Alpoim, Viscondessa de Macedo de Cavaleiros, por Decreto de D. Carlos de setembro de 1890, que casou com o Bacharel José Manuel de Brito Cicio e das mãos de quem passou para os atuais donos, a família Sousa Falcão, de Ala. De todos estes factos há documentos que os atestam. Genuinamente, deveria chamar-se a este solar Costa Macedo, atendendo aos apelidos dos seus fundadores e ao brasão de armas que a fachada ostenta. Aliás, essa pedra de armas é muito bem talhada e de valor artístico não só pelo significado intrínseco, mas pela decoração que possui pormenores peculiares de figuração heráldica. A fachada em que se encontra é a única que resta da construção inicial, com quatro sacadas de cantaria lavrada e varanda alpendrada de cantaria também decorada e em estilo harmonioso. As salas correspondentes possuem também tetos originais de madeira de castanho pintada, embora se notem algumas alterações decorativas efetuadas no século passado. Já na década de 50 do século XX, os atuais donos fizeram obras profundas que não a descaraterizaram e tornaram mais funcional e 154


habitável. Desde sempre, aliás, que os donos atuais despenderam avultados recursos na sua conservação e só assim se compreende ter sido preservado, mau grado os tratos de polé que sofreu e sofre dos inquilinos diversos que o ocuparam e ocupam em parte. Foi, então, construída a fachada sul com nítido respeito pela arquitetura e estilo originais e o conjunto saiu ainda valorizado pelo facto de se terem construído duas varandas com colunas de cantaria nas fachadas este e norte, com materiais provenientes de um convento seiscentista, o de Nossa Senhora das Flores, de Sezulfe, que era também pertença da Família Falcão e se encontrava (e encontra ) em ruinas. 0 rés-do-chão está a ser explorado comercialmente o que prejudica esteticamente e desvaloriza o solar. A praça em que está implantado encontrava-se perfeitamente harmonizada com este solar dado que ao lado se situava um outro novecentista, o dos Vasconcelos, como ficou dito acima, o edifício dos antigos Paços do Concelho, o da Estalagem do Caçador e outros edifícios, do século passado, com cornijas e molduras de cantaria nas janelas e nas portas. Mas uma desenfreada desorientação no urbanismo local mudou tudo de tal modo que agora o espaço está desequilibrado e o solar de que falamos já não é como que uma peça a coroar um conjunto, mas mais uma 155


triste lembrança de um tempo desesperadamente perdido. Manuel de Sousa Cardoso do Instituto Português de Heráldica

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Solar dos FalcĂľes, Macedo de Cavaleiros

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Aldeia de Dine

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Dine - Duas Palavras Desde há muito tempo que a Anita, dedicada companheira de há mais de quarenta anos, vinha mostrando uma vontade incontida de descobrir uma localidade chamada Dine que, segundo ela, se situaria algures em Trás-os-Montes… e pronto! Desde pequenina que ouvia falar nos Senhores de Dine, e nos seus ancestrais, em conversas de caserna e agora, herdeira desses nobres pergaminhos, guarda com uma religiosidade de todo indisfarçável uma profusão de apontamentos que o Jorginho, seu tio roubado à vida na flor da sua juventude, compilara ao longo de alguns anos, mesmo já quando estava acometido pela doença que o viria a vitimar. Eram registos genealógicos sobre os Dine, os Ghira, os Sincer, os Falcões, sei lá, um manancial de informação que nos admiramos como foi naquele tempo possível compilá-la sem que houvesse acesso aos recursos que temos hoje. Deles fazem parte contactos com o Abade do Baçal, insigne historiador bragançano, tentando obter informações sobre a origem dos seus ancestrais. Um dia metemo-nos no carro e partimos, sem destino, 160


como tantas vezes. Este virou para o norte. Assim como assim, já que estávamos com curiosidade e interesse, lá fomos à descoberta da famigerada terra. Pergunta aqui, pergunta acolá, com as escassas informações que tínhamos e eis-nos a penetrar no profundo do Parque de Montesinho. Quilómetro após quilómetro, numa viagem que parecia não ter destino, lançando sortes em cada cruzamento que surgia, para ver se não nos perdíamos – perdidos já nós andávamos e naquele deserto não havia ninguém a quem questionar - lá nos fomos aproximando até que, mesmo nos confins da serrania, avistamos uma placa mal perceptível que indicava: Dine. Incrédulos, sorrimos. Avançamos e ao longe, lá mesmo do alto, avistávamos uma pequenina aldeia escondida entre as montanhas. Continuamos e quando chegamos à entrada da aldeia, logo após um curto desvio pelo cemitério, deparamos com uma cena bizarra: um galinheiro na berma da estrada, alguns galináceos muito senhores do seu nariz, como que demarcando o seu território, cacarejaram com autoridade parecendo questionar a nossa intromissão. Olhámos para o lado e, pasmados, numa placa toponímica ali colocada, lemos: - Estrada Sem Saída… - Bonito – exclamei - chegámos ao fim do mundo, chegámos à terra dos Senhores de Dine. Sob os olhares desconfiados de um ou outro curioso que nos mirava à Telmo e Judite

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distância, penetramos naquele caminho de cabras, onde dificilmente passava um trator. Decididos, prosseguimos em direção a uma capelinha que se avistava mesmo lá no cimo da aldeia. Quem sabe, talvez a ajuda divina nos pudesse orientar para descobrirmos onde estávamos! Pé ante pé subimos. Não havia vivalma. Curiosamente… ou talvez não, a capela estava entreaberta. Por isso, entramos… O nosso coração saltitava de expectativa, curiosidade, estupefação, temor…, sei lá, uma amálgama de sentimentos que não conseguíamos discernir. Acabávamos de descobrir um mundo estranho, cheio de magia que, lá no fundo, nos parecia contar histórias que conhecíamos, como se estivéssemos a visitar aquilo que era nosso, parecia sentirmo-nos sós…, mas em casa. Que nó cego, Deus meu! Junto à capelinha havia uma casa grande, de boa aparência. De novo, com alguma ironia, disse à Anita: Vês, aqui é a casa dos Senhores de Dine! Esboçou um sorriso que não podia esconder algum cinismo provocado pela ironia e desaforo das minhas palavras. E continuou, indiferente a esses apartes inconvenientes e despropositados., a procurar aqui e ali – louvado seja Deus! – achados que nem ela mesma imaginava. Uma Bíblia antiga deixada ali, um missal acolá, enfim!... 162


Após algum tempo e como não aparecesse ninguém com quem trocar algumas palavras e indagar sobre os motivos que nos levaram ali, a descoberta de raízes ancestrais, olhamos um para o outro com olhar triste, um tanto desapontados e dirigimonos para o carro, encobrindo com o nosso silêncio essa frustração interior de insatisfação que nos percorria nesta efémera aventura que parecia não nos conduzir a lado ne- Vista da Aldeia nhum. A hora avançava velozmente. Descemos a ladeira e, quando chegávamos lá abaixo…, surpresa, deparamonos com uma camponesa carregada de produtos e ferramentas agrícolas que, surpreendida e não escondendo alguma desconfiança, nos saudou e nos questionou se procurávamos alguma coisa – afinal, vínhamos da direção da sua casa! Era a Judite. Após uma pequena troca de palavras, falamos dos motivos porque ali nos encontrávamos, disparamos alguns nomes que levávamos de memória e, ao ouvir pronunciar o nome de Joana Rosa Lopes, o semblante da Judite mudou. Logo, com um largo sorriso nos lábios, exclamou: Essa é da minha família! Acabávamos de descobrir o que procurávamos, os nossos ancestrais. As famílias dos Dines e os Lopes estão desde há algumas gerações ligadas por laços 163


familiares. Ainda mal refeitos de todos estes acontecimentos que criavam em nós sentimentos profundos de alegria e de surpresa, acabamos por aceitar o seu convite e entrar em sua casa. Então, conversamos, conversamos durante muito tempo. Tudo começou a tornar-se mais claro. As novas descobertas sucediam-se em catapulta. Afinal, aquela casa pertencia aos Senhores de Dine, melhor, à família Lopes, digna depositária dos pergaminhos dos Dines na terra dos seus Senhores. A partir daí, a curiosidade sobre a família e sobre o local foi crescendo gradualmente e por diversas vezes nos temos deslocado a Dine e Bragança para aprofundarmos a história da família…, a de ontem e a de hoje. Conciliamos o facto de agora, reformados, termos mais tempo disponível para compilar e desenvolver um pouco a sua história, conhecer melhor as façanhas dos nossos ancestrais e partilhar amizade com novos membros desta grande Família, tentando entender um pouco mais além da razão porque aqui peregrinamos. Quase sem nos apercebermos, tínhamos descoberto um espaço que nos proporcionaria momentos de grande alegria e nos levavam a protagonizar excelentes aventuras, encontramos um lugar tranquilo, cativante, encantador que, quiçá, esconde segredos que só cada um por si terá que descobrir. Venham conhecê-lo…

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Dine

Lá em Dine, Trás-os-Montes, Terra de rara beleza, Desci rios, subi montes, Partilhei co’a natureza. Nas árvores os passarinhos Saltitam de galho em galho Alimentando os filhinhos… Deu-lhes Deus esse trabalho. E nos campos, animais Vão pastando de mansinho E há imensos milheirais Sempre ao longo do caminho. Corre o Tuela mais além De águas frescas e claras Nele trutas vão e vêm. Estas são imagens raras. Um moinho já velhinho Agora desativado Relembra-nos com carinho As histórias de um passado.

Já no alto da colina 165


Contemplo tudo ao redor, Vejo a aldeia pequenina, Branquinha – que esplendor! A Lorga, os Fornos de cal, A simpática Igrejinha E até o Museu local, Ai, meus sonhos de menina… Ó terra p’ra mim querida E origem de meu nome, Amar-te-ei toda a vida Até que a morte me tome.

Amy Dine

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A Aldeia de Dine …Deitar-me faz em verdes pastos… Guia-me mansamente a águas tranquilas… Salmo 23

Escondida nos confins do Parque de Montesinho, a aldeia de Dine ergue-se sobranceira sobre uma enorme cadeia de montanhas que nos oferece variadíssimos cenários luxuriantes e paisagens de rara beleza. Sinalética Repleta de bosques de castanheiros, nogueiras e variadíssimas espécies de árvores e arbustos, aliado a uma luxuriante diversidade paisagística que encanta, acaba por oferecer a quem a visita cenários inolvidáveis. Do topo do antigo Castro avista-se ao longe o rio Tuela que desliza na sua plenitude e tranquilidade desde o Lago Sanábria, em Espanha, até ao Tua para num imenso abraço se dirigir ao Douro e numa correria desenfreada alcançar o grande mar entre o Cabedelo e Foz do Douro. No cabeço da aldeia, no mesmo local do antigo Castro, encontra-se erigida uma linda e bem conservada capelinha.

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Esta está ladeada pelo Museu Interpretativo e a casa da família Lopes. Os seus proprietários, a Judite e o Telmo, são os guardiães, dos dois lugares, acompanhando e informando, tal qual os melhores guias turísticos, todos aqueles que acorrem ao local para Cruzeiro o visitar. O Núcleo Arqueológico, no qual se enquadra a Lorga, os Fornos e o Parque estão instalados parcialmente em terrenos que a família Lopes cedeu ao Parque de Montesinho para esse fim. Esta família encontra-se diretamente ligada à Família Dine, sendo Joana Rosa Lopes, esposa de Jacinto José Dine, ancestral da Maria Judite. Lá ao longe ergue-se majestoso o monte onde outrora se encontravam os moinhos de Dine, propriedade da família, que transforIgreja mavam os grãos de milho, trigo e centeio na farinha que seria utilizada pela aldeia e povoados vizinhos para a confeção do saboroso pão da região,

moinhos que foram destruídos no violento temporal 168


ocorrido em 25 de Agosto de 1804, “com a qual havião hido todos os trastes e alfaias de que ellas se compunham e outros enteresses, de consideração, assim como hum grande número de cargas de pão que se achavão nos ditos moinhos sem que nada se podesse acudir, ficando os seus moradores em uma total decadência…” (Memórias Arqueológicas do Abade do Baçal). Esta ocorrência determinou a partida dos herdeiros de Francisco Xavier Dine para Bragança a fim de recomeçar uma nova vida. Em Dine ficaram as suas terras, transmitidas aos seus parentes próximos, sendo À descoberta dos Moinhos atualmente a família Lopes a legítima proprietária daquele monte. Os Poços de Cal e a Lorga de Dine são duma riqueza arqueológica a que ninguém poderá ficar indiferente, oferecendo-nos ao seu redor lugares de lazer e descontração da qual liberalmente podemos desfrutar. Os trilhos pedonais que o local nos oferece são duma variedade e qualidade tal que nos impelem a voltar sempre e o mais breve possível.

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O local, pela sua beleza, tem sido procurado nos últimos tempos para ali se efetuarem algumas atividades mais ou menos radicais que, temos esperança, não venham comprometer o que o mesmo tem de melhor, o sossego. Num dos ermos, contíguo ao monte dos antigos moinhos, construiu a administração do Parque de Montesinho uma Casa para Turismo Rural que os amantes Vista Panorâmica da natureza vêm a usufruir em grande número. Trata-se de um lugar paradisíaco que não podemos deixar de visitar. A título de curiosidade, registamos que em 1757 Dine era Sede de Concelho e tinha 30 fogos. Aproveite, pois os seus tempos livres e venha conhecer Dine e os seus encantos.

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Placa Informativa

Entrada da Lorga

Museu Interpretativo

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Lorga de Dine A Lorga de Dine é uma cavidade funerária ocupada durante o Calcolítico e a Idade do Bronze, sendo um dos locais mais representativos dessa época. As primeiras escavações realizaram-se em 1964, pela mão do diplomata dinamarquês Karl Harpson, seguindose novas investigações entre 1982 e 1984, da responsabilidade do já extinto Serviço Regional de Arqueologia da Zona Norte. Através destas escavações ficou-se a saber que a Lorga e Dine teve uma longa ocupação no período do Calcolítico. “Foram encontradas grandes quantidades de ossos humanos e de animais, vasos cerâmicos, bem como alguns objetos de adorno e de trabalho da madeira e caça”, explicou o arqueólogo do Parque Natural de Montesinho (PNM), A. Redentor. Objetos como pontas de setas, machados e colares foram colocados no Centro de Interpretação, ainda que alguns sejam reconstituições dos achados ao longo do tempo descobertos nas escavações.

Cemitério e Armazém Tendo em conta que foram encontradas ossadas, os técnicos concluíram que a Lorga também terá servido de necrópole, mas a quantidade de cacos desenterrados faz pensar que o local era usado também como armazém de mantimentos, em especial de cereais. Além disso, pensase que o local terá servido, ainda, de habitação à 172


comunidade que ali se fixou. Segundo Armando Redentor, neste campo surgem duas possibilidades. “Ou a comunidade vivia no interior da Lorga e aí enterrava os seus mortos e fazia armazenagem, ou vivia no morro do Castro, onde hoje está a igreja paroquial, usando a Lorga para necrópole e para guardar alimentos”, avança o Arqueólogo. Em termos de espaço físico, a Lorga de Dine é constituída por três salas de grandes dimensões, a par de duas de menor dimensão, de onde partem algumas galerias. Após a abertura do Centro de Interpretação, a Câmara Municipal de Vinhais (CMV) vai levar a cabo uma intervenção no próprio local, que visa consolidar o teto da gruta, dado que algumas pedras já caíram. Posteriormente, avançará o arranjo da entrada da Lorga, de forma a impedir o acesso selvagem ao interior da gruta que, mesmo assim, poderá ser observada a partir do exterior. A criação do Centro de Interpretação resulta duma parceria da Câmara Municipal de Vinhais, PNM e Junta de Freguesia de Fresulfe. O equipamento é constituído por diversos painéis informativos e por uma exposição permanente dos achados arqueológicos que Interior da Lorga vão sendo compilados. Durante o Verão, o local estará a berto todos os dias, mas no resto do ano só funcionará com marcação prévia.

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Fornos de Cal Os Fornos de Cal encontram-se instalados em terrenos contíguos aos da Lorga, pertencentes à família Lopes e outros agregados que, juntamente com os terrenos da Lorga e parque envolvente foram colocados à disposição do Parque de Montesinho para fins turísticos. Serviram durante muitos anos para transformar em cal a pedra que extraíam do solo. Eram construções comuns para a época, existindo, além de Dine, em Rebordãos, S. Pedro de Sarracenos, Salselas, Aveleda, Vale da Lua e Rabal, concelho de Bragança, Vale da Porca, em Macedo de Cavaleiros e Vimioso, entre outros. As melhores pedreiras, exploradas desde tempos imemoriais, eram as de Vale da Porca e da Cova da Lua, que exportava mesmo para povoações fronteiriças de Espanha. Estiveram em funcionamento até há algumas dezenas de anos atrás. Era tal a importância atribuída a este produto que a 29 de Novembro de 1714 foram os moradores de Salselas escusos de certa contribuição para a Câmara de Bragança por estarem, obrigados à fação da cal para as fortificações da vila. Abasteciam toda aquela região tendo com o desenvolvimento tecnológico entrado gradualmente em desuso, degradando-se. Já recentemente alguns dos fornos foram reconstruídos, sendo agora uma mais-valia para suscitar maior interesse turístico, como complemento à visita à Lorga e ao Museu. De referir que no pequeno espaço envolvente foi criado um pequeno Parque de Merendas e laser onde os visitantes podem

usufruir

de

momentos 174

de

relaxamento,


descontração e reconstituição física, espaço que tem sido muito valorizado por todos que ali se deslocam para ver o Museu, a Lorga, os Fornos e toda a paisagem envolvente.

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Vamos Visitar Dine?

e

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Fornos de cal

e

Fornos de Cal

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Lorga e Rio Tuela

e

Rio Tuela

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Um Pouco de História Família Dine Pensa-se que o nome Dine em Portugal tenha origem toponímica na Aldeia de Dine, localidade de origem muito antiga, implantada na franja do Parque Nacional de Montesinho, junto à serra da Mofreita e parte integrante da freguesia de Fresulfe, concelho de Vinhais. No entanto, o nome original da localidade pode ter origem antroponímica germânica, à semelhança de outros locais vizinhos, referidos nas Inquirições de 1285 que tinham essa origem, exemplos de: Villa Fresulfi, Vila Trasimundi. Isto porque os Visigodos mantinham o costume romano de atribuir o nome do proprietário à Villa. No site http://www.bragancanet.pt/vinhais/vslomba/povoamen.htm - Bragança, como a Terra começou a povoar-se, podemos ler: “Devido à pouca documentação escrita referente a Trás-os-Montes, anterior ao século XII, torna-se por vezes difícil recuar até às origens do povoamento local. Temos que socorrer-nos da toponímia. Pelo seu estudo atento, podemos verificar que a origem da maior parte das povoações integradas na área do Parque Natural, deve estar

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numa «villa» agrária e remonta a tempos anteriores à nacionalidade. São frequentes topónimos antroponímicos de origem germânica atribuídos a povoações, algumas das quais são hoje cabeça de freguesia - Fresulfe, Quiraz, Gondesende, Sernande, Donai, Guadramil, etc. Isto porque os visigodos vão manter o costume romano de atribuir o nome do proprietário à «villa»; assim muitas das actuais povoações aparecem nas Inquirições 1285 designadas por um nome pessoal antecedido da palavra « villa » - villa Fresulfi (Fresulfe), villa Trasimundi (Trasmonte).

Nas suas pesquisas, o Abade do Baçal extrai dessas Inquirições:

Dine (Digne nas Inquirições (306) tiradas pelos anos de 1258). Dino foi testemunha no documento abaixo citado (307). Dinea é nome romano de mulher, e uma assim chamada foi sogra de Statius Oppianicus, célebre criminoso, que a matou, envenenando-a, bem como aos próprios filhos e cunhado. Da mesma forma matou sua primeira mulher, uma cunhada, um seu primo e várias outras pessoas, para lhes herdar os bens. A acusação deste malvado por Cícero é uma das peças notáveis do famoso orador.” Portugaliae Monumenta Historica, Diplomata et Chartae, doc. 384, ano 1038.

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Na França, a origem da Família Dine remonta ao tempo dos normandos. Como se sabe, os germanos, nas suas incursões pela Europa, ocuparam a Normandia. Ali existe desde esses tempos muito antigos uma terra chamada Digne-sur-Mer, cujo nome deriva de Dínea, antropónimo que nos arrasta para a Índia (Dínea é o antigo nome da atual Índia). Nesta linha de pensamento, se aprofundássemos a origem da povoação da Índia – os Indo-europeus, mergulharíamos na região da Pérsia (aí, sim, as reminiscências árabes) e, consequentemente, na antiga Mesopotâmia, o berço da civilização. Depois deste mergulho imaginário na profundeza das nossas origens, fica-nos a pergunta: Será que foram os germanos que levaram para a Normandia o nome Dine? Será que foram os mesmos germanos que trouxeram para Portugal o nome Dine, quando da sua conquista do território da Península, na época pós-romana? Ou ainda: Teria sido a ocupação muçulmana ocorrida entre 711 e 716 quem trouxe o nome? Estarão aí as famigeradas ligações árabes? Curioso o facto de em 734 Abdul-ar-Rahma, 1º. Emir omíada de Córdoba ter fugido da Síria escapando ao extermínio da sua família, pelas perseguições dos abássidas. Foi o primeiro emir, independente de Damasco, na Península Ibérica. Teve o cognome de O Justo. Leiamos o texto seguinte que nos poderá orientar sobre a influência árabe na Península e, particularmente, em Trás-os-Montes, a partir do ano de 711: “O avanço muçulmano, a partir de 711, foi rápido e a subjugação da totalidade do território atualmente português terá ficado concluída em 716, ano em 181


que se terá dado a ocupação do território transmontano.” (in: www.rotaterrafria.com) Instalado nos séculos anteriores, encontra-se estabelecido na Região de Bretagne um ramo nobre da Família Dine que conta entre os seus membros os Senhores de Allerac, de Balestre e do Tallut. Entre os personagens mais marcantes dessa família, contavam-se Philippot, Archeiro (mostra de 1480, paróquia de Miniac-Morvan, bispado de Dol); Gilles, secretário do Rei em 1561, tornado nobre em 1594; dois conselheiros do Parlamento em 1594 e 1624, instituído em Budes et Fournier. (Nobiliére e Armorial de Bretagne). Os Dine chegaram à Inglaterra quando da conquista desta pelo Duque Williams da Normandia, no ano de 1066 (futuro Guilherme I, Rei de Inglaterra). Por razões de sucessão monárquica com a coroa inglesa (o Duque Williams era o legítimo sucessor da Coroa após a morte do Rei), membros da família Dine lutaram a seu lado na Batalha de Hastings, tendo após a derrota dos ingleses um desses Dine sido nomeado Lord. Foram-lhe atribuídas pelo Duque de Williams, como recompensa pelo distinto auxílio que prestou, diversas terras na região de Sussex. A família instalou-se e permaneceu nesse local ao longo de gerações, até aos dias de hoje, espalhando-se depois ao longo de toda a Grã- Bretanha. Hoje em dia torna-se fácil encontrar muitas famílias Dine não só na Grã- Bretanha mas em diversos países (Itália, França, Brasil, Canadá, etc.), existindo uma grande profusão de membros na América Central (EUA), para onde se deslocaram integrados nas colónias que se 182


dirigiram para a Nova Inglaterra (leia-se, Estados Unidos da América), quando do domínio Britânico daquela região. George e Thomas Dine chegaram a Filadélfia em 1836; William Dyon vivia em Virgínia em 1649. Entre os seus descendentes são conhecidos Jim Dinne, desportista famoso e o actor James Dean que há alguns anos atrás foi uma referência nos ecrãs do cinema. Existem diversas derivações do nome: Dyne, Dine, Dives, Dynne, Dinne, Dyves, Dean, Dyon, entre outros. O povo Francês atribui ao nome próprio Dino o duplo significado de Digno. O povo Navajo (índios dos E.U.A.) preferia ser chamados Dine, vocábulo que na sua língua significa O Povo. O povo Árabe atribui a Din o significado de Religião com o duplo sentido de Caminho da Vida O povo Português dá-lhe o significado de Unidade de Força Os Ingleses, reportando-se à derivação francesa, dando o curioso significado de ‘J’espere mieux avoiar’, numa tradução mais liberal, espero um mundo melhor. Resumindo: O DIGNO POVO QUE CAMINHA NESTA VIDA COM UNIDADE E FORÇA ESPERA A VINDA DE UM MUNDO MELHOR

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Ficha Técnica ..................................................................... 3 O Autor .............................................................................. 4 Família Ghira Dine............................................................ 6 Jácome Ghira .................................................................... 8 Jácome Ghira e Luzia Spada .......................................... 14 Jerónimo Pedro Ghira ..................................................... 16 João António Ghira ......................................................... 18 Mariano Miguel Ghira .................................................... 21 Francisco Assis Bartholani Ghira ................................... 25 Maria Teresa Coelho e Campos Ghira ............................ 26 Alfredo Manuel Coelho Campos Ghira ........................... 27 Manuel António Coelho e Campos Ghira ........................30 Maria Margarida Coelho e Campos Cunha ................... 33 Carolina da Silva Ghira .................................................. 35 Maria Amélia dos Reis Ghira .......................................... 35 Carolina Amália Ghira.................................................... 36 Elisa dos Reis Ghira ........................................................ 37 Pedro António Ghira ....................................................... 37 Odete de Avelar Ghira ..................................................... 42 Maria Teresa Ghira Campos .......................................... 44 Pedro António Ghira Campos ......................................... 46 Maria do Carmo Ghira Campos ..................................... 47 Álvaro César de Avelar Ghira ......................................... 48 Annete Aurora Franco de Avelar Ghira ......................... 49 Alberto Augusto Duarte de Avelar Ghira ....................... 53

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Pedro António Ghira ....................................................... 57 António Nuno Ghira ........................................................ 57 Augusto Sezinando Ghira................................................ 58 Carlos Augusto Ghira ......................................................60 João José Carvalho Ghira ............................................... 62 Família Dine .................................................................... 70 Geração de Dine .............................................................. 74 Gerações da diáspora ...................................................... 76 Agostinho José Lopes Dine ............................................. 80 Obras de Agostinho José Lopes Dine .............................. 84 Mariana Cândida Lima da Fonseca Pinto .....................86 Agostinho José da Fonseca Dine ..................................... 99 Geração dos Ghira Dine ................................................ 104 Maria Luísa Ghira Dine ................................................ 106 Agostinho José Ghira Dine ............................................ 110 Carlos Cipriano Ghira Dine ........................................... 113 Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine ................... 120 Ana Maria Dine Falcão Sincer e Sepúlveda ................. 122 José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda ............... 126 José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda ................. 127 Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine .................. 128 Alfredo Victor Ghira Dine ............................................. 129 Emília Ghira Dine ......................................................... 129 Luís Augusto da Fonseca Dine ...................................... 130 Manuel da Fonseca Dine ............................................... 132 Jacinto Carlos da Fonseca Dine .................................... 134 Beatriz Fonseca Dine ..................................................... 135

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Maria Luísa da Fonseca Dine ....................................... 135 Agostinho da Fonseca Dine ........................................... 136 Carlos Victor da Fonseca Dine ...................................... 137 Madalena Cândida Moreira Dine .................................. 141 Família Gallo Loura ...................................................... 142 Carlos Victor Moreira Dine........................................... 144 Mariana Amélia Moreira Dine ..................................... 144 Ester Augusta Moreira Dine ......................................... 144 Família Fonseca Pinto/Falcão ...................................... 146 Família Dine Falcão ...................................................... 152 Breve Memória do Solar dos Falcões .......................... 153 Dine - Duas Palavras .................................................... 160 Dine, Poema de Amy Dine ............................................. 165 A Aldeia de Dine ............................................................ 167 Um Pouco de História ................................................... 179

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