tos”, diz. Ele aposta que haverá diversos metaversos de fornecedores diferentes, o que significa que muitas empresas terão de criar os seus ambientes em plataformas diferentes. “Você vai ter seu ambiente de metaverso no
Facebook, Nvidia, Microsoft… talvez tenha alguma interoperabilidade. Mas será assim como em uma rede social que você não enxerga o post feito em outra rede social. É descentralizado”, avalia.
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“Existe a internet, que espero que continue íntegra, e tem a construção sobre a internet, que não é a internet. Se não separar isso, vai acabar quebrando a internet em diversos pedaços, porque quebra o ambiente.” Demi Getschko Diretor-presidente do NIC.br
NFTs fazem sentido? A sigla para non-fungible token – que, em tradução livre, significa algo como token não-fungível – ganhou espaço na mídia nos últimos meses, principalmente, após personalidades como o jogador de futebol Neymar e o cantor Justin Bieber terem gasto o equivalente a R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões em arte de coleções do Bored Ape Yacht Club. O NFT, assim como as criptomoedas, estão se popularizando rapidamente. Rafael Marenco Barella, do Cescon Barrieu Advogados, aponta que, com a expansão do metaverso, esses criptoativos ganham funções ainda mais importantes. “Em um mundo digitalizado, qual é a moeda que deve ser utilizada em transações?”, questiona. “Da mesma forma que as empresas vendem bens de consumo com entrega em domicílio, elas podem utilizar a tecnologia blockchain para vender NFTs no metaverso, expandindo as suas linhas de produtos”, completa. NFTs são, por natureza, únicos, o que pode significar um certo grau de escassez para um bem digital, em que esse conceito tipicamente não se aplica. É justamente por isso que Demi Getschko, diretor-presidente da NIC.br, vê com cautela o movimento. “Em uma época digital, que você consegue duplicar coisas, é esquisito que tenha um modelo em cima disso”, disse, confessando não ser muito fã de NFTs e não ter usado. “Temos sempre de tomar cuidado, porque muitas destas coisas são balões de ensaio. Vejo ceticamente o negócio de NFTs”, completa. Alguns cuidados devem ser tomados, tanto por quem oferece NFTs como por quem compra. O primeiro, diz Barella, é a idoneidade do vendedor. “Quem compra NFT deve ter a segurança de que a transação é legítima, para
evitar fraudes. As transações em blockchain são finais e irreversíveis. Antes de comprar criptoativos, a pessoa deve procurar todas as informações necessárias sobre como fazê-lo e quais as consequências de fazê-lo”, ensina. Não há ainda uma regulação para o metaverso ou para os criptoativos, uma situação que, segundo o advogado, não deve durar por muito tempo. “À medida que a popularidade do metaverso cresce e a tecnologia se difunde, o Legislativo terá também mais subsídios para propor uma regulamentação para o espaço”, pondera. Para o consultor Omarson Costa, com poucas iniciativas, o metaverso ainda está muito incipiente, não é algo que se concretiza em 2022, ao contrário de NFTs, que estão um pouco à frente na adoção, mesmo que as pessoas não compreendam seu uso para além da obra de arte. “Desses três – metaverso, Web 3.0 e NFTs –, NFT é o mais tangível. Os outros estão bem soltos. Algo concreto é o uso de voz como interface. É a voz o sistema operacional do futuro. Você vai interagir com IoT por meio de voz.” Nesse sentido, ele chama a atenção para ferramentas de voz usando computação quântica, inteligência artificial e machine learning, que elevam a cognição, aumentam a acurácia e melhoram o detalhamento em termos de resultados.
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abranet.org.br fevereiro / março / abril 2022
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