bra óptica. “Quem tinha fibra óptica na última milha ganhou market share e ganhou dos operadores maiores que não tinham redes mais modernas”, assinalou Eduardo Neger. A inadimplência, uma das principais preocupações das empresas de internet, não se deu da maneira prevista quando a crise foi deflagrada. “Nossa preocupação inicial, que era a inadimplência, para a nossa surpresa, não ocorreu. O pessoal ficou com medo de ficar sem internet. Na pandemia, a inadimplência diminuiu e a demanda por serviços aumentou”, apontou Fragoso. O faturamento da Life Telecom cresceu a ponto de a empresa alcançar, em julho, a meta de faturamento para janeiro de 2021. “Já crescemos uns 20% de faturamento neste ano”, disse. Do lado dos usuários, eles entenderam que necessitavam de uma internet residencial de alta qualidade e estável. Mais que isso: compreenderam a importância de ter uma rede interna adequada e ajustada ao uso, que deixara de ser recreativo. Foi uma oportunidade de negócio para os provedores expandirem a atuação para ofertar serviços de manutenção das redes residenciais, adequando os equipamentos Wi-Fi para comportar o aumento do tráfego. Com atuação na Bahia, a Use Telecom tomou a iniciativa, conforme relatou Andre Costa, de ampliar a banda para os clientes residenciais e para empresas de internet para atender à maior necessidade por links dedicados. “Tínhamos acabado de receber novos equipamentos, tínhamos sobra para isso. Foi um fato marcante”, contou Costa. A empresa também começou a trabalhar em novos produtos na pandemia, como a oferta para o usuário navegar 1 giga pagando R$ 100. “Foi disruptivo o que fizemos
“A nossa preocupação inicial, que era com a inadimplência, para a nossa surpresa, não ocorreu. O pessoal ficou com medo de ficar sem internet. Na pandemia, a inadimplência diminuiu e a demanda por serviços aumentou.” ALAIR FRAGOSO . Diretor da Life Telecom
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abranet.org.br setembro / outubro / novembro 2020
“A demanda está bastante forte, tanto por parte do pessoal de conteúdo quanto de provedores. O tráfego está crescendo; não estabilizou. Hoje as demandas por portas de 100 gigas ultrapassaram em quantidade as de portas de 1 giga.” MILTON KAORU KASHIWAKURA . Diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br de liberar upload e download, criamos um produto para que o usuário tivesse uma experiência diferente. A grande navegação está dentro do PPT a que estamos conectados, ou CDNs (Content Delivery Networks)”, explicou. OS PRÓXIMOS 25 ANOS A internet segue avançando e novas tecnologias vão contribuir para deixá-la cada vez mais onipresente. Milton Kaoru Kashiwakura, do NIC.br, destaca 5G e satélite de baixa órbita como as principais tendências. “Essas duas tecnologias trazem redução da latência, que impacta os aplicativos, e para isso precisamos pensar na computação de borda, porque eles têm de ser perto do usuário final”, explicou o especialista. A consequência é a necessidade de maior número de datacenters e que eles sejam menores e mais distribuídos pelo Brasil para proporcionar computação de borda um pouco mais bem-estruturada. “O pessoal pensa muito em infraestrutura, em fibra óptica, mas a parte de aplicativos, que é o que virá com as novas possibilidades, é o que vai fazer a diferença e, para fazer diferença com a baixa latência, precisa-se ter o processamento mais perto do usuário final”, detalhou. “O 5G vai ser disruptivo; e os provedores têm de prestar atenção. Não tem mais espaço nos postes, o que vai fazer para entregar? Precisa de algo que venha via onda, frequências”, cobrou Andre Costa, para quem o Wi-Fi 6 vai mudar o jogo no que diz respeito à melhoria da qualidade, à percepção do usuário e à experiência dele. Para além das tecnologias, Eduardo Neger avalia que