Revista Construarch

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ESPECIAL

a Niemeyer poder trabalhar ao lado de um dos maiores arquitetos do mundo, o franco-suíço Le Corbusier, que veio ao Rio de Janeiro, em 1936, para ajudar na construção do Ministério da Educação. O discípulo, novo na profissão, mas já com talento e inventividade à flor da pele, fez da ocasião uma escola, sendo aluno e professor. Influenciador e influenciado, Niemeyer, anos depois, viria alcançar o seu mestre, alçando-se também como uma das referências na área. Juscelino Kubitschek de Oliveira, ainda prefeito de Belo Horizonte, quis atrelar o seu ímpeto visionário ao de Niemeyer e o convidou a projetar o Complexo da Pampulha, com um cassino, a Casa do Baile, o clube, a igreja de São Francisco de Assis e a sinuosidade inspirada nas montanhas mineiras. Mais tarde, JK, já Presidente do Brasil, pediu a ajuda do arquiteto para colocar em prática seu plano de fazer o país caminhar “50 anos em 5”. Assim, nascia a Capital Federal, Brasília, com grande parte de seus prédios idealizados por Niemeyer, com o Plano Piloto elaborado por

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tes do Rio em 1934, sempre procurou o contraponto para

O Comunismo foi o escudo encontrado por Niemeyer

uma arquitetura que considerava comercial. A chance dada

para lutar contra as desigualdades do mundo e por sem-

para o ingresso na carreira veio de maneira despreten-

pre destacar a efemeridade da vida. Levava a ideologia de

siosa: Niemeyer teve a oportunidade de fazer um estágio

maneira ferrenha, tendo, inclusive, relação próxima com um

não remunerado no escritório dos arquitetos Lúcio Costa

dos principais representantes comunistas ainda vivo, Fidel

e Carlos Leão. A falta de pagamento no início foi bonifica-

Castro. Em 1964, Niemeyer foi surpreendido com o golpe

da – e como! - quando o mesmo escritório proporcionou

militar no Brasil durante viagem a Israel. Ao voltar ao país,


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