Revista Collecione Caicó #15 by Collecione

JULHO 2017

EDitorial de apresentação

m um mundo tão caótico quanto o que estamos vivendo, momentos de lazer e diversão estão sendo cada vez mais valorizados. Não somente por representarem a pausa e o fôlego necessários que precisamos para restabelecer a ordem, recarregar as baterias e seguir adiante com esperança e fé nessa vida conturbada e, por vezes, repleta de reverses, mas também por serem motivos que merecem comemoração e parte dessas alegrias vem à tona em julho na temporada de Festa de Sant`Ana. A cada edição, a Collecione busca te proporcionar uma leitura prazerosa e otimista em torno daquilo que acontece de melhor em Caicó, do que está dando certo e apresentando quem são as figuras que merecem os nossos aplausos. Nesta 15ª edição, a matéria de capa investiga os motivos que elevam a nossa cidade como modelo de hospitalidade e nada melhor que entrevistar pessoas ilustres para comprovar isso. Ainda assim, vamos te certificar que a literatura de cordel ainda pulsa firme e forte em nossa cultura popular através de gerações autênticas e donas de uma criatividade acima da média. E o que falar sobre os novos hábitos que estão conquistando os caicoenses? Carne de sol, queijo de manteiga e bordados são as nossas marcas, contudo há muito mais além das nossas tradições. Em sincronia com a nossa bandeira barrista e que jamais pode deixar de existir, a gente coloca em primeiro plano, o Coreto e a Praça da Liberdade, como elementos históricos e afetivos de nossas raízes culturais em uma reportagem que calcula a magnitude de sua representatividade. Tem bem mais, esses são apenas alguns destaques. A Collecione é isso, um convite ao lado bom da vida que acontece em Caicó. Ao longo das nossas 92 páginas, aguarde muitas histórias, aventuras, imagens fantásticas e um resgate à confiança de dias melhores que, com certeza, estão por vir.

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índice

O Cordel entre rimas e versos

No vai e vem da FestA

O bem receber do caicoense

Caicó além das tradições

Expediente Projeto Gráfico Referência Comunicação Fotografia Dyego Leandro Revisão Profª Ms. Ana Aline Moraes Revista Collecione Caicó Publicação de veiculação semestral Tiragem 4.000 exemplares Impressão Unigráfica Natal Redes Sociais @collecione

Gláucia Lima

Raildon Lucena

Jornalista DRT-RN 1742-JP

Jornalista DRT-RN 00944-JP

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Acesse www.collecione.com.br Diretor Executivo e Comercial Fred Costa | 84 99232.7777

Respostas das Palavras Cruzadas: 1. Famuse - 2. Antenor - 3. Novenas - 4. Coreto - 5. Coroas - 6. Leilões - 7. Cavalgada 8. Feirinha - 9. Peregrinos - 10. Ilha - 11. Juventude - 12. Parques - 13. Santana - 14. Noite Branca - 15. Procissão.

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Radar Ligado De uma sacola com três perfumes a uma loja de departamentos, conheça a evolução empreendedora por trás de Yuri Importados Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO

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Yuri e Isabelli nas dependências da nova loja de Yuri Importados

ma das melhores praticidades da vida atual é poder saber que, ao ir a uma determinada loja, se poderá encontrar de tudo, um pouco daquilo que se precisa. Em Caicó, uma empresa na área de departamentos consegue destaque: Yuri Importados. Graças ao talento empreendedor do próprio Yuri e às noções administrativas de Isabelli, sua esposa, a dupla consegue desenvolver com um dinamismo sem igual o negócio, a ponto de mantê-lo consolidado por dispor, em tempo real, os produtos que mais estão em evidência mundo afora, através de suas prateleiras para a comodidade de compra dos caicoenses. O que nem todos sabem é como a história de Yuri começou. “Quando mais jovem, em 2005, eu viajava de caminhão, com frequência, para São Paulo. Em uma dessas idas, tive a ideia de ampliar a minha renda e revender alguns produtos que por lá encontrava. Comprei então apenas três perfumes e quando retornei a Caicó, os vendi rapidamente”, relembra o empresário. O dinheiro conquistado serviu para ser investido em novas mercadorias na viagem posterior. Entre idas, vindas e alguns anos se lançando na estrada, o leque de opções ia sendo ampliado com camisetas, calçados e muitos outros produtos, a ponto de fazê-lo desenvolver uma forte ligação com a sua clientela, ainda sob o esquema de vendas informais, gerenciado em Caicó, por Isabelli. “Em 2007, senti a necessidade de formalizar o negócio em um espaço físico específico para que os clientes tivessem um conforto maior em ver o que eu havia trazido para ser vendido. Foi aí que, na garagem da minha casa, no bairro

Maynard, a ‘Yuri Importados’ tomou forma”, conta. O fluxo de clientes aumentou e gradativamente a frequência de pedidos também, conforme o público disseminava as suas boas experiências de compras, Yuri e Isabelli compreenderam que outra fase da empresa havia sido iniciada e que era preciso dar um passo a mais: estar no centro de Caicó. “Em 2010 construímos a primeira loja oficial e por lá ficamos durante cinco felizes anos. Desse espaço com 50 m², mudamos em dezembro de 2016, para nossa loja atual com mais de 200 m², na rua Otávio Lamartine, 736, bem mais no centro da cidade”, ressalta Isabelli. Atualmente, Yuri Importados mescla o autosserviço para o cliente que busca praticidade em ver produtos por si só, mas também reforça o elo com a consultoria especial de vendedoras previamente treinadas em torno das potencialidades de cada produto disponível. Nas mais variadas seções da loja, podem ser encontrados eletrônicos, objetos de decorações, peças de confecções masculinas e femininas, cosméticos, utensílios, perfumes e presentes diversos. “Sempre procuramos o novo, ou seja, aquilo que está na moda. Se é novidade, a gente traz e o cliente sabe que aqui irá encontrar o que deseja. Após a compra reafirmamos o compromisso com cada um de acompanhar a sua experiência com o que foi vendido e assim saber se ele está satisfeito ou não”, afirma Isabelli. Entre tantas novidades, a loja também realiza cursos e workshops para turmas seletas de até 25 pessoas, que recebem a partir das instruções de profissionais específicos, os segredos técnicos para manusear certas habilidades, como, por exemplo, no segmento de maquiagem. “É uma forma de potencializar o nosso cliente com novos conhecimentos para que eles possam usufruir dos nossos produtos com mais propriedade”, diz Isabelli. Seguindo essas métricas, Yuri Importados se firma no pódio como a loja preferida do seu segmento, muito em parte pelo trabalho de gestão desenvolvido pelo casal que busca equilibrar os dons de cada um. “Eu gosto muito de comprar, por isso me mantenho viajando e à frente dos pedidos com os fornecedores. Já Isabelli adora vender e assim se mantém na loja diariamente. Por ser mais ponderada, nela encontro o equilíbrio ideal, já que sou mais destemido e me lanço aos desafios de trazer mercadorias que ainda ninguém vende”, resume Yuri.

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CULTURA

O cordel Entre rimas e versos Conheça a nova geração de cordelistas caicoenses que mantém a produção viva na cidade e consolida o gênero literário com oficina Por RAILDON LUCENA

evoto de “Padim Ciço”, o saudoso João Batista Soares costumava participar de romarias e, nessas viagens, sempre trazia em sua bagagem exemplares de folhetos escritos em cordel. Por ter dificuldades na hora da leitura, ele recorria ao seu neto Edcarlos, que gravava em fitas cassete as façanhas dos heróis cordelistas. Aos 12 anos de idade, o adolescente tinha boa dicção e o fato de ler para o avô era um motivo de contentamento, bem como uma forma de despertar o seu gosto para este gênero literário tipicamente nordestino. Outros incentivos foram importantes para Edcarlos, como o da professora de português, Dejanira Medeiros, da época em que ele estudava na cidade de São João do Sabugi e Candice Nóbrega, professora do IFRN, quando cursou a primeira turma de informática do EJA. Cada uma desempenhou um papel crucial em sua formação poética. Ao participar de uma oficina de cordel, ministrada por Djalma Mota, Edcarlos aprimorou o talento que tinha por vocação. Já beirando os 30 anos, ele iniciou sua trajetória escrevendo o “Desabafo de um nordestino para uma pobre moça rica e preconceituosa”, em que relatava um caso que ganhou as páginas dos jornais e a mídia digital. Hoje, ele já conta com dez cordéis publicados e é agente multiplicador do

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Fotos DYEGO LEANDRO

gênero literário em vários municípios do Rio Grande do Norte. Para o artista, arte é sinônimo de vida e escrever sobre cordel é ter a possibilidade de incentivar as pessoas a pensarem de forma diferente. “Uma das funções da arte é provocar e o cordel aborda os temais mais variados possíveis. Tem cordelista com uma veia lírica e outros que escrevem sobre temas sociais. Falamos muito sobre a vivência sertaneja”, ressaltou. Todas essas influências foram essenciais para Edcarlos se tornar, hoje, uma das referências caicoenses na escrita e declamação dos livros de cordel. Nomes como dos poetas Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos e Clarice Lispector começaram a fazer parte do seu cotidiano, e cada vez mais ele se entusiasmava por essa arte. Entre as suas principais influências, ele cita o poeta Antônio Francisco, de Mossoró/RN; Lirinha, de Arco Verde/ PE; o paraibano Jessier Quirino e o grupo Cordel do Fogo Encantado. O poeta ainda não vive, exclusivamente do cordel, mas acredita que futuramente será possível. “A satisfação poética do cordel alimenta o desejo de manter a produção plenamente ativa e atual. Sonho um dia em poder viver totalmente disso”, completou.

O poeta Edcarlos declamando um de seus cordéis na Ilha de Sant`Ana em Caicó

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Dodora Medeiros e Djalma Medeiros ministram oficinas de cordel em Caicó

Noites embaladas pelo cordel e amor à poesia popular Edcarlos Medeiros atualmente é um dos frutos da Oficina de Cordel, realizada em Caicó desde 2009, pela Associação Cultural União do Sobrado, e ministrada pelo radialista Djalma Mota e a pedagoga Dodora Medeiros. Nascida em berço cultural, de música e poesia, Dodora Medeiros queria aprender o ofício do cordel e propôs a Djalma a realização da oficina. “Meu pai me embalava para dormir recitando cordel e eu brincava na escola com rimas”, destacou. A iniciativa deu certo e a primeira turma formou 15 novos cordelistas. “Até hoje, já foram publicados cerca de 250 títulos. As turmas contam com pessoas de variadas idades, dos 9 aos 75 anos, dessa forma, o cordel está unindo gerações”, ressaltou Dodora. Filho de pai repentista (o saudoso Chico Mota), Djalma é um estudioso da poesia popular e através do programa Violeiros do Seridó, que comanda na Rádio Rural AM, procurou aprofundar os conhecimentos sobre o tema. Ministrar uma oficina de cordel foi um desafio e tanto para o radialista, que contou com a coordenação pedagógica de Dodora para o empreendimento dar certo. Djalma conta que, pelo que tem conhecimento, a Oficina de Cordel é algo inédito no Rio Grande do Norte. “Ninguém ensina ninguém a ser poeta, apenas desperta a poesia”, ressaltou. A oficina é gratuita e atualmente é

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realizada na sede do Círculo Operário. A próxima turma se inicia no mês de agosto. O público é feito nas escolas e no boca-a-boca. “Os alunos chegam alheios e vamos mostrando os caminhos, iniciando pela rima, que é o primeiro passo do poeta repentista. É quando eles se descobrem”, revelou. Outro cordelista que se destaca, nessa nova geração, é Agostinho dos Santos, a quem Djalma Mota se refere como “uma máquina de fazer cordel”, pois já conta com um acervo de 70 títulos publicados. A arte das capas, como se fossem xilogravuras, são produzidas por artistas plásticos de Caicó, como Custódio Jacinto e Adonay Dantas. A impressão dos livros é feita pelo próprio Agostinho, que também faz a diagramação dos folhetos. Uma das curiosidades dessa arte, segundo Djalma Mota, é que o som é até mais importante do que a própria escrita. “Você escreve de um jeito e lê de outra maneira. O poeta passa a ter uma sensibilidade auditiva”, afirmou. Tanto Djalma quanto Dodora não escondem sua emoção ao falar do cordel. “A poesia é o que alimenta a minha alma”, disse Djalma. Para Dodora, a emoção é tão indescritível que, por incrível que possa parecer, faltam até palavras para descrever. “O cordel é uma das artes mais puras que a gente pode ter. É minha alma, minha vida”, recitou.

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Oficinas de Cordel acontecem no Círculo Operário em Caicó

Cordelteca serve como espaço de pesquisa, guarda de acervo e reflexão A literatura de cordel caicoense pode ser encontrada aos sábados, numa banquinha na feira livre, coordenada por Edcarlos. Mas, o crescimento do cordel nos últimos anos foi tão grande que motivou a criação de uma Cordelteca, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A Cordelteca foi criada em 2015, motivada pelo professor Lourival Andrade. Ele conta que ao iniciar o pósdoutorado que abordava justamente o cordel, identificou que Caicó contava com um ótimo acervo, sendo um dos polos importantes de produção e do surgimento de novos cordelistas no Rio Grande do Norte. “A universidade possui a tradição de apoiar atividades relacionadas ao cordel, mas não havia um espaço de pesquisa e guarda desses cordéis. O cordel, efetivamente, como uma fonte de pesquisa para acadêmicos, professores e egressos da nossa universidade”, assinalou. Lourival aponta que o crescimento do cordel em Caicó se deu a partir da realização das oficinas da Associação Cultural União do Sobrado, ministrada por Djalma Mota. A Cordelteca, inclusive, leva o seu nome, como forma de homenagem. “Em Caicó, vem se formando uma legião de cordelistas, temos pequenos editores de cordel no Seridó.

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Sendo um resgate da tradição, bastante longeva, aqui na região”, conta. O gênero literário é uma produção típica do Nordeste, sobretudo, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, mas também se expande para outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A origem do nome tem eco na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes, em Portugal. Em Caicó, nomes como o do saudoso Leandro Simões da Costa, despontaram entre as décadas de 1970 e 1980. Ele ia para a feira livre, levava sua maleta e mesinha para vender os seus cordéis. Quem produzia cordel, em Caicó, eram os poetas repentistas, que raramente publicavam seus folhetos. Até 2008, essa arte estava adormecida. Hoje, colhendo resultados de nove anos de oficinas de cordel, a cidade ganha notoriedade nessa arte tão popular. E a partir dos rincões caicoenses, o cordel já se expande para além das fronteiras do Seridó. “Há boas perspectivas para o cordel”, anima-se Djalma Mota.

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DOM DELGADO E OS SETENTA E CINCO ANOS DO COLÉGO DIOCESANO SERIDOENSE

m 1941, ao assumir a diocese de Caicó, Dom José de Medeiros Delgado marcou o Seridó com uma campanha em prol da construção de um educandário para rapazes. Em toda a região (pioneira na educação com a Escola de Latim do Senador Guerra), havia apenas um educandário voltado para a formação das moças. Tratavase do Ginásio Santa Teresinha, fundado no ano de 1925, em Caicó e confiado às Filhas do Amor Divino. O bispo visitava todas as fazendas seridoenses e não saía dali sem a certeza da doação de um garrote, boi, vaca ou qualquer outro bem, que pudesse reverter para custear as obras de construção do ginásio, edificado em menos de sete meses de intenso trabalho e inaugurado em 1º de março de 1942. Há casos em que os fazendeiros se recusavam a doar suas reses. Dom Delgado simplesmente não discutia e ali permanecia hospedado até conseguir o seu intento. Contava com a fidalguia da hospitalidade seridoense (a sua genitora era de tradicional família de Serra Negra do Norte) e permanecia como hóspede. A conclusão a que alguns proprietários chegavam era a seguinte: doar algum bem sairia mais vantajoso do que ser anfitrião de um bispo, por vários dias. Dom Delgado legou a Caicó uma bela obra educacional, pioneira no Rio Grande do Norte. Sua visão de educador era fundamentada na concepção do humanismo integral, inspirada em Jacques Maritain: “É preciso educar o homem e não apenas instruí-lo”. Não se pode negar também a influência de Tristão de Athayde no pensamento do primeiro antístite caicoense. Com tais ideias fundou o ginásio de sua diocese seridoense, cujo objetivo era preparar os futuros líderes e dirigentes. Ao lado da educação tradicional, introduziu a primeira experiência de ensino profissionalizante no estado, criando a Escola Pré-vocacional de Caicó, que além do currículo regular, visava preparar os rapazes para atividades de mecânico, pintor, carpinteiro, marceneiro, tipógrafo etc. O prelado foi um grande incentivador do ensino técnico. Às moças eram oferecidos cursos de corte e costura, bordados e artesanato. E para preparar as futuras donas de casa, proporcionandolhes sólida formação humanista, fundou, na sede diocesana, a Escola Doméstica Popular Darcy Vargas, posteriormente

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federalizada. Dotou a Sé episcopal da primeira creche (a “Pupileira”), campo de estágio das alunas da Escola Doméstica e local de cuidado das crianças, cujas mães já se lançavam no incipiente mercado de trabalho. Dom José foi precursor do transporte escolar. Para levar os filhos dos moradores da Fazenda Sacramento, de propriedade da Diocese, distante cerca de quinze quilômetros de Caicó e na impossibilidade financeira de comprar um ônibus, o bispo adquiriu uma caminhonete com a venda do seu automóvel particular. Mandou equipála de bancos na carroceria. Assim propiciava às crianças a frequência diária às aulas. Incentivava as prefeituras a adquirir, com recursos próprios, veículos para tal fim. Diante das dificuldades encontradas pelos municípios para a aquisição, aconselhava os párocos a organizar uma associação para conseguir e manter um transporte escolar. Passados alguns anos, coube a Jardim do Seridó concretizar a ideia, seguindo suas orientações, graças aos esforços do Dr. Manoel de Medeiros Brito. Assim, a sociedade jardinense, num gesto comunitário, mantinha o ônibus que trazia o alunado até Caicó. Passados mais de setenta anos, repetiu-se o sonho de Dom Delgado, qual seja, dotar a instituição de ensino da diocese de um educador caicoense, portador do título de doutor em teologia. Monsenhor Walfredo Gurgel, seu primeiro diretor, preenchia os dois requisitos. O atual dirigente é também um caicoense, detentor da láurea em teologia, obtida na mesma universidade (a Pontifícia Universidade Gregoriana): Padre Francisco de Assis Costa, que já foi professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, hoje ocupa também igual cargo na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Inspirado, Alceu de Amoroso Lima, declarou sobre o fundador do Ginásio Diocesano Seridoense: “Criatura humana de rara doçura, bondade e polidez incomparáveis. Pessoalmente, só posso dar testemunho de sua mansidão realmente tocante. Longe de se deixar adormecer na prática de uma evangelização meramente convencional, sempre foi um corajoso abridor de caminhos, de alma aberta na direção das almas”... PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO

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Emanuel Araújo em meio ao seu acervo de peças decorativas

O brilho da Festa

Principal decorador de festas de Caicó e região, Emanuel Araújo comprova como transformou o seu nome em marca renomada Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

ma bela decoração dita o sucesso de um evento. Claro que outros tantos detalhes devem fazer parte dessa composição para render um resultado de excelência, mas vamos combinar que o décor é um poderoso abre alas que potencializa o andamento da festa, fazendo tudo acontecer de modo mais encantador, como um passe de mágica. Nesse cenário, em Caicó e região, Emanuel Araújo tem destaque absoluto diante dos trabalhos que desenvolve na área. “Quando recebemos a missão de realizar um sonho, abraçamos o evento como nosso. Busco me colocar na posição de todos os envolvidos, desde o convidado, até o garçom, para que a comemoração se torne inesquecível. Ao apresentar um projeto, eu sou o termômetro, se os pelos dos meus braços não arrepiarem e se meus olhos não encherem de lágrimas, junto ao dos clientes, eu não estarei 100% satisfeito”, admite. O início foi difícil, mas serviu como base

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solidificadora de sua carreira promissora. “Aos 18 anos, recebi o meu primeiro desafio: decorar um baile de formatura, tendo apenas 30 metros de tecidos, 4 vasos, 2 estátuas de anjos, 6 refletores emprestados, um punhado de flores artificiais e muita coragem para trabalhar. Terminei o evento com 40 graus de febre de tanta dor muscular e devendo R$ 50 para concluir as despesas da festa”, lembra. Para dar conta de uma agenda atribulada com variados compromissos que vão das aulas na faculdade de Arquitetura e Urbanismo até as reuniões com seus clientes, dentre eles, a organização da festa Noite Branca, evento estrelado do calendário festivo da Festa de Sant`Ana em Caicó, ele ainda encontra tempo para se manter atualizado e renovar os seus referenciais. “Há seis anos frequento a feira internacional, Gift, em São Paulo, à procura de conhecer tendências e também faço cursos com diversos designers florais, como Paulo Perissoto”, conta. Com muitas festas na bagagem, atualmente Emanuel Araújo capitaneia uma equipe com dezenas de profissionais e um acervo, em seu escritório, com centenas de itens de decoração, capazes de deixar qualquer um boquiaberto. Em seu portfólio estão incluídos os melhores eventos. De casamentos à bailes de formaturas, passando por aniversários e muito mais. “Atuamos em diversas cidades da região. No Rio Grande do Norte em Natal, Santa Cruz, Nova Cruz e Currais Novos. Já na Paraíba em Campina Grande, João Pessoa, Cuité, Sousa e Cajazeiras”, cita. Para entrar em contato, basta entrar em contato e marcar um horário pelo número 84 98842.4262.

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O adeus à DONA DALVA Figura reconhecida por sua índole e talento na arte de criar deliciosos biscoitos, que culminaram no sucesso da marca “Produtos Caicó”, falece aos 77 anos em Caicó Por FRED COSTA

amos salientar que esse não era o foco da matéria que queríamos abordar. A ideia inicial era homenagear, ainda em vida, Dalvaci de Araújo, popularmente conhecida por Dona Dalva, uma das mulheres mais honradas na história de Caicó. No entanto, quis Deus e as circunstâncias da vida que fosse assim. Em junho de 2017, ela nos deu adeus, vítima de um enfarte fulminante, mas deixou um legado que será lembrado a todo instante, não somente pelos seus familiares e amigos, como também a todos nós que amamos os Produtos Caicó, através das suas inesquecíveis receitas. Natural do município de Laginhas, foi em Caicó, mais precisamente em 1983, que ela começou a comercializar os seus biscoitos. Com a ajuda da cunhada Benedita e dos filhos, a produção ia acontecendo e sendo vendida de porta em porta pela sua filha, D`arc. As primeiras receitas eram dos clássicos biscoitos palitos, sequilhos e as raivinhas. O sucesso foi imediato a ponto de fidelizar um número muito maior que o esperado de clientes, o que tornou o negócio rentável o suficiente pra ser o ganha pão de sua família que, até hoje, mantém fiel a primeira leva de clientes da década de 80 que foi repassando esse gosto de geração em geração. Diante do cenário positivo e promissor que os Produtos Caicó desenvolveu na cidade, mais e mais pessoas queriam comprar as suas iguarias, então vários locais passaram a revende-los entre a feira livre, bodegas e supermercados, a oferta precisou ser compatível com a demanda, para que o negócio fluísse como deveria.

Foto ARQUIVO

Conforme a empresa foi crescendo, a participação familiar foi sendo solidificada, uma vez que a maioria de seus filhos e netos foram sendo empregados. Oficialmente, a loja dos Produtos Caicó continua exclusivamente no mesmo endereço, aonde Dona Dalva residiu até a sua morte, na rua Nilo Peçanha, 321, no bairro Boa Passagem. Recentemente foram inauguradas novas e modernas instalações que contemplaram a nova loja e seus variados setores reservados às produções de seus biscoitos, que hoje compreendem 26 opções entre doces e salgados, dentre os quais 10 compõem lançamentos com novos sabores, que abastecem a centenas de pontos de venda no Rio Grande do Norte e Paraíba. A fábrica então é administrada por sua filha, D`arc e seu neto Eduardo José, que ainda assim contam com o apoio dos demais membros da prole. Além dos biscoitos, Dona Dalva era conhecida pela sua fé, religiosidade e generosidade. Ajudava do passarinho aos menos favorecidos, sem distinção. Diante do pouco que tinha ajudou a muitos como podia, fosse na fábrica empregando desfavorecidos ou através da Igreja doando prendas para os mais diversos leilões semanais. Nestes então podem ser destacados os seus deliciosos bolos de grude e leite, bem como o pé de moleque, tantas vezes adquiridos por generosas quantias. É importante frisar que em um mundo tão caótico como o que vivemos, Dona Dalva se destacava ao conseguir imprimir a sua marca na história de muitos que a conheceram através da honestidade, e acima de tudo, a gentileza em ajudar o próximo diante do que podemos fazer hoje e agora.

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Gostinho de

QUERO MAIS

Bodega do Vinho é a opção certa em Caicó para os amantes de títulos nacionais e internacionais com acompanhamentos de massas diferenciadas e molhos caseiros especiais Por FRED COSTA

magine só a cena: você degustando um bom vinho com o sabor inigualável de uma massa artesanal acompanhada de um molho caseiro sem conservantes. Tudo isso na maior praticidade de compra e preparo. Impossível projetar esse tipo de serviço em Caicó? Agora não mais! Desde dezembro de 2016, o advogado Petrônio Dantas transformou o seu hobbie em negócio e criou a Bodega do Vinho para proporcionar àqueles que também são apreciadores dessa iguaria que, até então, não tinham uma opção de compra mais variada na cidade. “Como eu gosto bastante de vinhos, sempre mantive um acervo pessoal considerável. Disso surgiu a ideia de montar um leque mais vasto com títulos nacionais e internacionais que estivessem à disposição do pessoal que, assim como eu, também gosta”, conta. Como base de complemento dos vinhos, Petrônio percebeu que poderia também dispor de massas

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artesanais, preparadas especialmente sob seus domínios, e que compreendem do fettuccine ao bigoli (o da imagem acima), passando pelo clássico espaguete. Tem pra todos os gostos, ainda mais quando se trata dos deliciosos molhos artesanais produzidos sem nenhum tipo de conservantes e disponibilizados na maior praticidade possível ao serem comercializados de modo congelado com as devidas sinalizações de preparo que não duram mais de 10 minutos para que fiquem prontos para serem servidos. Petrônio, inclusive foi ganhador do Festival Gastronômico e Cultural de Caicó por duas vezes: a primeira em 2015 na categoria prato principal e neste ano, em 2017, em sobremesa. Fique por dentro e conheça mais em atendimentos via whatsapp através do número 84 99962.1843. Siga também a @bodegadovinho no instagram para acompanhar as suas novidades.

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Tacada de mestre Michella Raíssa expande atividades de sua Chocolateria com lançamento de cozinha industrial e pronta entrega em Caicó Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO

la não para e sempre apronta grandes novidades. Michella Raíssa é do tipo que quando não está batendo uma massa de bolo, está pesquisando ou experimentando novas receitas do gênero em busca de se aprimorar na área que tão bem domina. Ao longo dos anos de experiência que consolidaram o seu nome em grife gastronômica, ela faz e acontece, a ponto de hoje poder contar com um leque de produtos que contempla bolos e tortas disponíveis em até seis tipos de massas e vinte sabores de recheios, responsáveis por adoçar a vida dos clientes que personalizam como querem, os seus desejos para aniversários, casamentos, 15 anos, batizados e eventos temáticos. Na intenção de dar suporte à crescente demanda

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de pedidos, a Chocolateria de Michella Raíssa expandiu suas atividades com a inauguração recente da sua cozinha industrial integrada a uma área de pronta entrega, situada na avenida Seridó, 330, no centro de Caicó. Por lá, a clientela afinada poderá comprar produtos previamente prontos, segundo o menu de cada dia em sistema de fast food, onde serão também comercializados brownies, bem casados, alfajores, docinhos, sobremesas individuais e muito mais. “Para aqueles que deixam as suas encomendas para o último instante, eu tenho uma ótima notícia: a partir de agora terei recheios e massas previamente esquematizados para montar bolos e tortas de última hora. Basta chegar, conferir o estoque e montar o seu”, ressalta. Para saber mais, siga o perfil @michellaraissa ou entre em contato 84 99471.8872.

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Ywanny Borges em um dos seus espaços projetados

Arquiteta pra toda obra hora Ywanny Borges apresenta a Caicó os novos nuances da arquitetura atual em serviços especiais e conquista seu espaço com trabalhos de excelência Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

izem que arquitetos fazem milagres, a gente sabe bem disso, mas se você ainda duvida, é melhor se render porque contra fatos não há argumentos. Entre os destaques da nova safra de profissionais que chegou recentemente ao mercado está a jovem Ywanny Borges, formada na área em 2016 pela Universidade Potiguar, em Natal/RN. Com propriedade e repleta de referências que vão dos clássicos às mais atuais tendências, ela está conquistando o seu espaço com a destreza de quem sabe o que está fazendo, perfeitamente. “Quando parei pra pensar em algo que eu me identificasse a ponto de desenvolver aquela atividade para o resto da minha vida, eu escolhi a arquitetura. O que ajudou nessa decisão foi a construção da casa dos meus pais. Na época, estava prestando vestibular e me peguei a observando algumas plantas e interpretando cada desenho da obra”, relembra. Ao término do curso, Ywanny se viu decidida a voltar a morar em Caicó e desenvolver um trabalho diferenciado em que a arquitetura fosse o carro chefe, mas que ao mesmo desmistificasse lendas e incorporasse novos serviços diante da demanda de necessidades dos clientes. “A partir do momento que escolhi abrir meu escritório em Caicó foi com o pensamento de quebrar os paradigmas e mostrar que arquitetura não é um artigo de luxo, que em qualquer construção, ambientação e decoração se pode ter um arquiteto, seja qual classe social for”, admite. Então, imaginando como habitualmente, você ainda acha que um arquiteto somente precisa ser solicitado para obras suntuosas? Ledo engano! Ywanny deixa os tabus de lado e agregou aos seus serviços muito mais. “Se o cliente quiser somente ‘algumas dicas’ de decoração ou escolhas de materiais de um ambiente, ele poderá usufruir de uma consultoria cobrada por hora. No entanto, se a necessidade for para ter um projeto completo que contempla da construção do zero até a finalização da obra com todo o interior projetado por mim também terá. Além disso, no escritório também trabalho com decorações de mesas temáticas, caso alguém queira receber familiares e amigos em algum espaço e não sabe ao certo como decorar aquele ambiente para torná-lo mais especial, também forneço esse trabalho. Faço arquitetura de várias maneiras, do jeito que ela tem que ser”, assegura. A capacidade multifacetada de Ywanny em solidificar os sonhos de seus clientes chegou ao ponto de ser transcrito em slogan e atrelado à sua marca profissional,

o “Qual o seu sonho? Vamos projetar juntos!”. “A ideia da pergunta e da resposta em slogan surgiu a partir de um programa de rádio que eu participei. Como sempre converso com meus clientes, faço questão de expor que por estar lidando com os sonhos de cada um, eu estou ali apenas para desenhar e ajudar a idealizar os seus desejos, fazendo com que eles sejam solidificados para atender às suas expectativas”, comenta. Como todo fato merece ser comprovado. A arquiteta selecionou dois projetos recentes para ilustrar como se dá a sua atuação. No primeiro, um studio de beleza, idealizado em um espaço reduzido, mas que foi totalmente otimizado a partir das necessidades de sua cliente. “Esse foi um projeto que marcou pelo resultado final ter ficado melhor que o esperado. Um ambiente de seis metros quadrados em que foi conseguido atrelar a demanda de serviços de esteticista e profissional de maquiagem. A cliente precisava de bastante iluminação, então foquei em um estudo aprofundado dessa área pra não ter risco algum. O revestimento em porcelanato 3D também rendeu um aspecto moderno com a parede ‘dando vida’ ao projeto”, comemora. Sobre a área de lazer que idealizou ela conta: “Esse projeto girou em torno de uma reforma de interiores com vários detalhes integrados, tendo a iluminação como ponto forte e que fez toda a diferença, tanto de dia, quanto à noite. Uma linda cristaleira foi projetada utilizando espelhos, vidros e iluminação fita de led percorrendo parte de sua área, o que correspondeu ao pedido das clientes. Por fim, para deixar a área de lazer mais divertida, utilizei uma grande parede em lousa

Ywanny ornamenta mesas temáticas de forma personalizada

preta distribuindo também alguns nichos para adornos que enfeitam e valorizam ainda mais o ambiente”. Então, se você tem em mente algum sonho que deseja concretizar através de algum ambiente pessoal ou corporativo, marque um horário com Ywanny Borges, apresente a sua

ideia, exponha as suas necessidades e tenha a certeza que ela entregará a solução mais otimizada possível. Mais informações, ligue 84 99889.3223 e a siga no instagram @ywannyborgesarquitetura para conferir suas dicas em postagens e vídeos personalizados.

JULHO 2017

No vai e vem

DA FESTA A Praça da Liberdade, o Coreto e o seu significado histórico e afetivo para Caicó Por GLÁUCIA LIMA Fotos DYEGO LEANDRO

JULHO 2017

Registro atual do Coreto da Praça da Liberdade em Caicó

CULTURA

possível que a maioria dos caicoenses não tenha ideia da representação histórica da Praça da Liberdade e do seu Coreto, e, pasme, é tão antiga quanto a própria história de Caicó, embora não exista uma data precisa sobre sua instalação. O que se sabe é que, como na Grécia antiga, aquele espaço, hoje rodeado de casas e onde está erguido o Coreto, sempre foi ponto de convergência populacional para eventos diversos como comércio, manifestações artísticas, cultos religiosos, ensinamentos filosóficos, entre outros. Foi lá que também aconteceram as primeiras manifestações religiosas de culto à padroeira de Caicó. O professor e historiador Adauto Guerra Filho conta que o então Tenente José Gomes Pereira e sua esposa, Ana Maria da Assunção, fizeram doação à Sant’Ana de um terreno e fincaram uma cruz. “Então ali se tornou o ponto de convergência do culto a padroeira de Caicó”, revela. Um pouco mais à frente, as casas foram surgindo, as ruas se formando e logo o espaço estava edificado. Depois, o povo começou realizar a sua feira, inclusive, na frequentada Mercearia do Capitão Manoel Gonçalves e por ali ficou definido o incipiente empório comercial da cidade, sendo batizado como Praça do Mercado. “Porém ainda não era Praça do Mercado no sentido lato da palavra, pois faltava edificar o mercado propriamente dito, mas as pessoas faziam suas feiras e negócios”, lembra Adauto. Naquela época os militares tinham muita influência e o que eles solicitavam, os administradores faziam. Foi então que outro militar, o Tenente-Coronel Manoel Pereira Batista, tomou a iniciativa de transformar aquele espaço na Praça do Mercado já edificado, e, com um detalhe, a iluminação era à base da lamparina implantada por Dr. José Augusto, em toda extensão da Rua da Fortuna, hoje Avenida Seridó. Em frente ao Mercado tinha a residência do Professor Manoel Augusto Bezerra de Araújo; na mesma rua, do lado direito de quem entra, a casa comercial e residência do Capitão Manoel Gonçalves de Medeiros Vale; na primeira casa paralela à Rua Padre Sebastião, a Livraria-Biblioteca Olegário Vale, fundada por ele mesmo; na primeira casa, de 1º andar, a sede do Jornal “O Povo”, fundada por Olegário Vale e os intelectuais de Caicó daquela época. Também nesta mesma rua estava situada a residência de Dinarte Mariz e o Cine Pax de Seu Clóvis. No dia 23 de fevereiro de 1918, o mercado antigo foi demolido e passou a funcionar onde está até hoje, na Avenida Coronel Martiniano.

JULHO 2017

Hugo Medeiros e Taiz Vale gerenciam atualmente o Bar do Coreto

Transformações O relato da história do Coreto não ficaria completo se deixássemos de lado a data em que ele foi inaugurado e quem foram seus fundadores. Foi na gestão de Dinarte Mariz, em 1932. Tanto que seu nome oficial é Praça Senador Dinarte Mariz, conhecida e chamada de Praça da Liberdade, porque foi lá que aconteceu a libertação de alguns escravos que eram alforriados. Depois ele foi demolido para dar lugar à nova Catedral, mas, passados dez anos, foi construído outro, no mesmo lugar, igual ao que era situado na Praça Pio XI, de Natal. Naquele que, até então, era um dos pontos mais elevados da cidade, ladrilhado de cimento, havia shows, homenagens e manifestações políticas. Conta o historiador Adauto Guerra, que dois caicoenses que acompanham Caicó, desde a década de 1940, viram acontecer a retreta musical, uma das atrações mais prestigiadas nas Festas de Sant’Ana. “Também era destaque na festa, a competição dos cordões azul e encarnado, ilustrado com o Pastoril, herança da cultura portuguesa, entre as celebridades políticas, muitos, em campanhas eleitorais, subiram os degraus daquele local para fazer comício, como por exemplo, Dr. Chiquinho, de saudosa memória”, relembra. Em termos de shows é imperdoável não lembrar

JULHO 2017

o rei de baião, Luiz Gonzaga, estimadíssimo em todo Brasil. Ele veio a convite de um caicoense, já falecido, que era seu grande admirador, de nome, Basílio Ginane, na época Presidente da Câmara de Vereadores. Além deste

Josifran Oliveira de Araújo, o Fanfan, é um dos moradores dos entornos da Praça da Liberdade

CULTURA

acontecimento, Adauto Guerra, recorda a chegada de um ciclista de renome nacional para fazer uma demonstração que consistia em passar 48 horas sem parar montado numa bicicleta. “As pessoas, sensibilizadas por causa do calor insuportável jogavam água nele. Havia um número muito grande de curiosos para vê-lo, em curtas pedaladas, realizando sua proeza”, conta. O Coreto hoje O Coreto da Praça da Liberdade continua ali, do jeito que Dinarte Mariz entregou. O que mudou foi apenas a destinação. Sua trajetória passou por dezenas de usuários que cuidam dele na função de bar e restaurante. Desde 2008, Hugo Régis de Medeiros e Taiz Vale de Melo Medeiros estão a frente do espaço. O casal começou abrindo apenas em períodos de festa, mas depois resolveu atender aos pedidos de vizinhos e clientes que, habitualmente, frequentavam o local. “Eles sempre nos questionavam o porquê de não ficar funcionando o ano inteiro, pois a praça ficava muito deserta e com o bar aberto o ambiente ficaria mais familiar e seguro. Então acatamos a ideia”, afirma Taiz. Durante a Festa de Sant’Ana, algumas famílias já

reservam sua mesa antecipadamente, nos mesmos lugares de quarenta anos atrás. “Quando assumimos o Coreto, já sabíamos dessa tradição e decidimos não mudar em nada, até porque quando a Ilha de Sant’Ana foi inaugurada, foram eles que não deixaram a do Coreto morrer”, diz Hugo. No decorrer da administração de Hugo e Taiz, foram criadas parcerias com a Prefeitura de Caicó, SESC, AMBEV, comerciantes, e, todos os anos, além de servirem o delicioso cardápio com carro chefe de filé à parmegiana, eles dão de bandeja aos clientes, uma programação riquíssima em cultura, através do projeto Coreto Musical. “A gente recebe as filarmônicas de Caicó e cidades vizinhas, além de bandas regionais para animar as noites e isso agrega muito valor ao espaço, inclusive, os próprios clientes dão dicas de algumas atrações”, acrescenta Hugo. Para os demais meses do ano – em que não há festa - Taiz e Hugo já têm uma programação definida. O bar abre de quarta a domingo, a partir das 17h, e todos os finais de semana tem música ao vivo. Seja Festa de Sant’Ana ou não, clientes como Altévio Clemente, o “famoso Tevi”, marcam presença no Coreto e contam histórias da juventude, que, segundo o casal, daria um livro.

JULHO 2017

Lúcia Aladim também reside nos entornos da Praça da Liberdade

O prazer de morar na praça e as memórias afetivas Há muita gente que sonha em ter uma casa de campo, ter mais contato com a natureza e usufruir desses benefícios, enquanto outras pessoas gostam mesmo é da vida na cidade e do contato com a vizinhança. Em Caicó, o que quase todo mundo gostaria mesmo, era de possuir uma casa na Praça do Coreto. Ou você que me lê agora, nunca se pegou pensando, ao passear na praça, como dever ser bom morar ali, principalmente, na época da Festa? Josifran Oliveira de Araújo, o churrasqueiro Fanfan, é prova inconteste disso. Há quase vinte anos ele realizou um sonho de infância que era morar lá e diz que é bastante prazeroso. “Além das histórias que esse monumento carrega é prazeroso poder estar perto de tudo e viver a Festa de Sant’Ana bem de perto”, fala. Quando criança, saia lá da Rua Generina Vale para brincar de laça-laça, com o dinheiro de papel de cigarro e jogar bola com entre amigos. “Fazíamos campeonatos de pião, que, por sinal, eram incríveis”, lembra. Hoje, com o crescimento da violência, alguns hábitos como o de sentar na calçada estão ficando para trás, mas Fanfan ainda lembra quando, fim de tarde, comecinho da noite, fazia da calçada a sala de estar. “Puxava

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a cadeira e não demorava muito para aparecer Seu Clóvis (in memorian), Zé do Ouro (in memorian), Dona Marieta (in memorian), Polísia, Chico Pindoba e Maria Barros, que virou uma amiga de todos”, conta. No outro extremo da praça mora, há exatos quinze anos, Lúcia Aladim. Para ela, possuir uma casa na Praça da Liberdade também simboliza a realização de um sonho de infância. Lúcia lembra com saudade dos tempos que ia à praça para passear de braços dados com as amigas e brincar no Parque Lima. Em volta do Coreto circulavam os vendedores de sorvete, guloseimas, cachorro quente, pipoca e os visitantes tinham tudo isso à sua disposição. “Eu era solta de ‘canga e corda’. A gente procurava paquera e arranjava, tudo de forma muito saudável. Também gostava de comer roleto de cana e o saboroso cachorro quente de Dona Maria”, conta. Hoje, na condição de moradora, o que mais gosta de fazer é ir à missa na Catedral, que fica bem perto, sentar na calçada da estimada amiga Jussara e, vez ou outra, dar sua caminhada pela praça. Lamenta, porém, não ter mais a tranquilidade de antes e sugere o poder público promova as melhorias necessárias para que o espaço se mantenha sempre aberto.

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Um novo NAS CEN TE Em fase madura, Lauanna Formiga consolida a loja KL como mercado democrático da moda em Caicó Por FRED COSTA Fotos DYEGO LEANDRO

ivre de rótulos e aberta às possibilidades que a moda surpreende constantemente, a empresária Lauanna Formiga comemora 14 anos inserida no universo fashion com um levante poderoso em sua loja KL. “Senti a necessidade de repaginá-la sem perder a essência que a tornou famosa que é a moda jovem, ou seja, o ‘street wear’. Então decidi embaralhar marcas e aderir a algumas com preços mais acessíveis para possibilitar que os nossos clientes acompanhem as tendências sem gastar muito. Daí surge a nova ‘KL by Lauanna Formiga’ que mantém o padrão especial de atendimento que tanto prezamos”, admite. Em consonância com esses objetivos, a loja KL by Lauanna Formiga ganhou novo ponto comercial, permanecendo ainda na avenida Coronel Martiniano, 750, no centro de Caicó, em uma incrível estrutura. “Contratei o arquiteto Welker Aécio para colocar em prática as minhas ideias e o resultado foi sensacional”, releva. “Eu quero que a KL seja lembrada a toda hora pelo público. Dos grandes eventos, passando pelas lembrancinhas de presentes, até no que as pessoas querem usar no dia a dia para se manter antenadas com o que está em alta mundo afora, sem gastar tanto pra isso”, assegura. Mais dicas e looks, vocês podem conferir no insta @klloja. 38

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Lauanna Formiga na sua nova KL

Nova estrutura da KL by Lauanna Formiga

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Dá-lhe BELLA

Conheça a It`s Bella, a nova boutique caicoense que sacodiu – no melhor sentido – o mercado fashion da região Por FRED COSTA Fotos DYEGO LEANDRO

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Isabella Torres em sua boutique, It`s Bella, em Caicó

la poderia estar apenas na faculdade, como é comum a grande parte das moças da sua idade, mas não! Aos 18 anos, Isabella Stardi Torres deu um passo além e topou o desafio de administrar o próprio negócio no auge de sua juventude: a boutique It`s Bella. Incentivada por sua mãe, a também empresária Isaianni Torres, “Belinha”, como é popularmente conhecida, conta que as idas à Fortaleza, no Ceará, renderam o primeiro estralo empreendedor. “Para não ficar parada, enquanto aguardava ser chamada para ingressar na faculdade de Administração, comecei a viajar para comprar peças que eu curtia, das marcas Água de Coco e NV Brand, no intuito de comercializar entre minhas amigas. Então surgiu a necessidade de ter o meu próprio espaço para expor todo o acervo”, relembra. O primeiro pedido foi um sucesso e rendeu uma nova demanda de compras. “Daí fui a Fortaleza novamente e comprei mais, aumentando, inclusive, o hall de marcas. Foi aí que meu pai, “Ruzão”, me cedeu uma pequena sala comercial, ao lado de seu posto de gasolina e eu me virei como podia, adaptando o espaço e inserindo uma linha variada de acessórios”, conta. Em poucos meses, as clientes de Belinha aumentaram significativamente, o que contribuiu para reforçar o que ela já imaginava: era a hora de estar em um espaço amplo e digno das melhores boutiques. “Em fevereiro deste ano me mudei para um local maior e com um projeto arquitetônico clean e arrojado, na rua Otávio Lamartine, 726, no centro de Caicó, inaugurando, portanto, a It`s Bella, um sonho que, apesar de certas dificuldades, está me dando muitas alegrias e resultados positivos, em razão também da minha máxima dedicação no negócio”, afirma. Para deleite do público que prima por bom gosto na hora de se vestir, a It`s Bella é o endereço certo. Os homens poderão encontrar peças lindas e atualizadas da Água de Coco, assim como as mulheres, que também terão na NV Brand, Morena Canela, It Bag Brasil, Oh Boy Teen, Les Alis, Jolie, Hand Lace, Yuri Costa e Farm, os grandes destaques. “Faço tudo com amor e carinho para que meus clientes se surpreendam com o que vão encontrar na loja. Para esta Festa de Sant`Ana me dediquei a fazer pedidos que agradarão aos mais diversos estilos, até porque o nome da loja traduz isso, já que ‘It`s’ significa ‘estar’ e o ‘Bella’ vem do meu nome ‘Isabella’, então com looks ‘It`s Bella’, vocês estarão sempre belas”, resume aos risos. Para mais informações, siga o perfil no instagram @itsbella ou entre em contato diretamente via whatsapp 84 98670.2889 e tenha a certeza de ótimas comprinhas.

JULHO 2017

As três gerações em clique especial. Branda, Francisquinha e Adriana Azevedo na casa da matriarca da família

Berço EXPLêNDIDO Da Casa Esperança à Casare. As gerações que estabeleceram o bom gosto e requinte aos lares caicoenses. Por FRED COSTA

mpoderamento é palavra de ordem no mundo de hoje em que as mulheres dominam as mais diversas áreas de atuação e desenvolvem com maestria os seus papéis na sociedade. Em Caicó, durante sete décadas, a Casa Esperança reinou em absoluto nos corações de seus clientes que encontravam em suas dependências, os artigos que tanto queriam. Das variadas seções de tecidos à ala de itens decorativos, de tudo se achava em diferentes propostas de design e dentro da mais perfeita qualidade. Alci Silva foi um empresário nato e conseguiu repassar a sua amada, Francisquinha e sua filha

Foto DYEGO LEANDRO

primogênita, Adriana Azevedo, as melhores qualidades que um gestor poderia ter. Daí então, os negócios fluíram de vento em poupa e a empresa alçou voos maiores, no entanto, em 2010, apesar do auge, foi anunciado o encerramento de suas atividades, diante da aposentadoria de sua matriarca. Dois anos depois e formada em Arquitetura e Urbanismo, a neta Branda resolve dar vasão às raízes empreendedoras e reativar os negócios do setor de sua família em Caicó, criando a Casare que soa, para muitos, como a Casa Esperança dos tempos modernos. Do essencial aos detalhes que valorizam o seu lar, a Casare é segmentada por categorias de cama,

mesa, banho e decoração em produtos de primeira linha que contam com a escolha criteriosa e detalhista de Branda. Peças arrojadas e com preços democráticos que fazem das suas compras, ótimas escolhas em relação ao custo-benefício de cada item. Além desses atributos é possível contar com a Casare para serviços adicionais como listas de casamentos, bar, bodas, chás de panela e aniversários. Situada à rua Renato Dantas, 856, no centro de Caicó, a loja está constantemente atualizada por altas novidades, sendo considerada, portanto, como a melhor loja de moda-casa da cidade. Para mais informações, visite o instagram @casareloja ou entre em contato 84 3421.2010.

JULHO 2017

MODA

Mais uma Festa de Sant`Ana se inicia e para fazer valer a temporada, elencamos um arsenal de inspirações fashion presentes em algumas das lojas mais sensacionais da cidade. De quebra, em participações especiais, convidamos duas figuras bastante conhecidas em Caicó: Eulália dos Crepes e Ferreirinha do bar homônimo. É tempo de festejar!

Fotos Dyego Leandro Stylist Giva Araújo Beleza Valdênia Lima

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Ela usa look total Água de Coco para It`s Bella e ele veste bermuda Água de Coco para It`s Bella com camisa social Stomp Caicó.

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Ela veste saia e blusa It`s Bella, acessรณrios Morena Canela JULHO 2017 Schutz para Vintage Boutique. para48 It`s Bella e sandรกlias

O modelo usa look total KL by Lauanna Formiga e รณculos Ray Ban para A Graciosa Caicรณ.

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Ela veste casaco e lingerie KL by Lauanna Formiga com broches Morena Canela para It`s Bella e cinto Bobstore para Vintage Boutique. ร culos Ray Ban para A Graciosa Caicรณ.

Eles vestem looks para KL By Lauanna Formiga. Ela usa acessรณrios Morena Canela para It`s Bella e cinto Bobstore para Vintage Boutique.

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Fred Costa Direção

Dyego Leandro Fotografia

Giva Araújo Stylist

Valdênia Lima Beleza

Eleide Santos Produção

Hugo Braythiner e Raiane Dantas Modelos

Liege Fernandes, Gláucia Lima e Cilene Santos Agradecimentos

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Ela veste calça e blusa para It`s Bella, bolsa It Bag Brasil para It`s Bella, brincos Morena Canela para It`s Bella e cinto Bobstore para Vintage Boutique.

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CAPA

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Maria Melo Mariz na sala de visitas de sua casa em Caicรณ

O bem receber

DO CAICOENSE

Entenda porque Caicó ostenta o título de cidade hospitaleira do RN Por GLÁUCIA LIMA Fotos DYEGO LEANDRO

a tradição das famílias caicoenses, o mês de julho é sinônimo de casa cheia, ornada e mesa farta, onde o prato principal é a boa acolhida. É aquela época do ano que todo mundo gosta de passar com a família, de reunir os parentes, amigos e simplesmente comemorar. Seja de forma simples ou mais requintada, o que importa é festejar Sant’Ana. Vem gente de toda parte. O amigo do namorado da filha, a prima do amigo do pai, o irmão da nora do dono da casa, e, como coração de mãe, sempre cabe todo mundo, não é à toa que Caicó é uma hospitaleira, de pessoas que acolhem bem. A empresária aposentada, Maria Melo Mariz, ou simplesmente Neném, começou a receber amigos e familiares no período de Festa de Sant’Ana quando casou, em 1965. Hoje, mãe de quatro filhos, avó de dez netos e bisavó de dois, mantém acesa a chama da boa anfitriã e todos os anos a casa fica cheia e se transforma num ambiente de harmonia e confraternização. “Minha família cresceu muito. Além dos meus filhos, noras e netos, recebo também irmãs, cunhados, sobrinhos, que todos os anos passam a Festa quase toda comigo. Amo esse período, amo casa cheia. A sensação de celebrar a Festa rodeada de familiares têm uma dimensão dobrada, porque a maior riqueza que temos que é a nossa família. Tanto, que quando saem, o vazio é muito grande”, ressalta. Neném recebe os hóspedes com poucas adaptações para acolhê-los.. “Procuro fazer da minha casa o ambiente mais agradável possível para que cada um se sinta realmente à vontade. O cardápio, por exemplo, é bem regional, pois nisso somos muito bons, a nossa culinária é rica e prazerosa”, acrescenta. Além da família, ela já recebeu outros visitantes ilustres ao longo dessas cinco décadas. A conhecida chef de cozinha, Ana Luiza Trajano, que desde 2006 comanda o restaurante “Brasil a Gosto”, no bairro dos

Jardins, em São Paulo/SP, foi uma delas. Ela visitou Caicó por duas vezes e em ambos momentos hospedou-se na casa de Neném. Quem a trouxe foi o chef Dantas, caicoense hoje radicado no Maranhão. “Ela veio conhecer a nossa culinária e saiu com uma imagem tão positiva da cidade que nos presenteou com um artigo publicado na revista da companhia aérea TAM. Depois ela retornou a nossa cidade para receber o título de cidadã caicoense e ficou em minha casa novamente”, lembra.

Se você ficou curioso por ler o que Ana Luiza escreveu sobre Caicó, a Collecione traz uma “degustação”: Hospedada por Dona Neném, saí para explorar as preciosidades locais. Queijo de coalho, sequilhos, biscoitinhos de queijo, o biscoitinho palito, a raiva. Produtos feitos com carinho artesanal – uma delícia. Com a grife Caicó. Reconhecida em todo o Nordeste. Qualidade com hospitalidade. Caicó se esmera para agradar os que têm água na boca. Almoçamos e jantamos na casa de cozinheiros e cozinheiras de primeira linha. Uma festa, fora o apetite. A Alessandra preparou um banquete de receitas regionais: arroz-de-leite, mungunzá, farofa d’água, paçoca de carne de sol, carne-de-sol-assada, umbuzada, filhós de mel e suco de cajarana. Já o chef Sandro, do restaurante Brilhante, enveredou por especialidades autorais. Trouxe à mesa um “caviar de caju”, um “caju metido a besta” e um rondelli de macaxeira com carne de sol. O Brasil é um lauto cardápio de Caicós pedindo para serem descobertos.

JULHO 2017

CAPA

Maria Barros na famosa calçada de sua casa em Caicó

“

Sempre gostei de estar com os amigos e faço isso desde a minha juventude. Hoje recebo os amigos das minhas filhas, Maria Luísa e Hosana, que são todos de casa Maria Barros

JULHO 2017

“

A hospitalidade realmente está no DNA do caicoense e, a qualidade em receber, também. É um povo alegre, festeiro, sempre de bem com a vida, faça sol ou chuva. A funcionária pública federal, Maria Barros Capuxú, não só recebe amigos para a temporada da Festa, como transforma a calçada de sua casa numa verdadeira sala de estar no dia da Feirinha de Sant’Ana. Na famosa “Calçada de MB”, moças e rapazes, casados, noivos ou solteiros e, claro, amigos das filhas, acompanham o vai e vem dos visitantes e turistas, e são tratados com todas as honras da casa. Seja um almoço, jantar, lanche, rede de balanço, cama pra descanso ou até um caldo tira ressaca, Maria Barros providencia. Ela faz até berçário para os filhos dos amigos das filhas. “Sempre gostei de estar com os amigos e faço isso desde a minha juventude. Hoje recebo os amigos das minhas filhas, Maria Luísa e Hosana, que são todos de casa”, explica. Para o empresário, Pedro Gurgel Fernandes de Araújo, a Festa de Sant’Ana ainda traz muita alegria e prazer por conseguir refletir exatamente a grande virtude que o povo caicoense tem de receber bem em suas casas, em oferecer as suas iguarias, seus bordados e surpreender os visitantes com a melhor culinária do país.

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CAPA

Momento de descontração em família na casa da matriarca, Dona Aliete

Ele pertence a uma família de quatros gerações que participam intensamente do evento e que, no quesito receber, tem muito que contar. “Meus pais sempre receberam diversos amigos e colegas de profissão durante edições da Festa de Sant’Ana e, a partir do momento fui morar em Natal, comecei a trazer os colegas de turma e companheiros de trabalho. Teve até um estudante intercambista vindo da Finlândia, no ano de 2002, que conheceu do Bar de Ferreirinha aos caldos do açougue, além da saudosa manhã de sol do Iate Clube Caicó”, recorda. Como morador do Paço de Sant’Ana, desde o ano de 1962, o pai de Pedro Gurgel, José Rubens, se prepara para a chegada da Festa com a mesma expectativa da juventude. “Desde muito pequeno minha casa ficava de portas abertas e os amigos dos meus pais que chegavam de perto ou de longe, viviam os dias de julho numa localização privilegiada. As opções de lazer eram bem mais limitadas, mas, mesmo assim, aproveitávamos bem

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o que tínhamos à disposição. Hoje sinto nos meus filhos a continuação de nossa geração. Vejo neles uma fidalguia no ato em receber”, fala. Há quase vinte anos, no dia da Feirinha de Sant’Ana, a calçada da matriarca, Dona Aliete, se transforma num verdadeiro reencontro de amigos e conterrâneos. A “Feirinha na Casa da Vovozinha” reúne entre duzentos e trezentos participantes e só deixou de acontecer em dois anos, um deles sendo eleitoral. A Casa da Vovozinha, também já foi morada de Monsenhor Walfredo Gurgel, que exerceu o cargo de vigário da Igreja Matriz, e tempos depois, ocupou o cargo de governador do Rio Grande do Norte. “Nesse período, sempre após as novenas, vinha muita gente. A casa ficava lotada”, acrescenta Zé Rubens. Graças a esses e outros milhares de caicoenses, Caicó ostenta o título de cidade hospitaleira do Rio Grande do Norte e quando se fala em festejar um padroeiro no interior do nosso estado, o primeiro lugar que vem à cabeça é aqui.

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Dra. Débora Fernandes em seu consultório oftalmológico em Caicó

De olho NELA

Dra. Débora Fernandes lança consultório médico na clínica Promédica, em Caicó, dispondo dos mais diversos e atuais serviços em Oftalmologia Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO

r ao médico faz parte do cotidiano de todos nós. Em meio às variadas especialidades que precisamos recorrer, escolher o profissional adequado diante da nossa necessidade é essencial. Em Caicó, a Dra. Débora Fernandes, lançou recentemente o seu consultório médico dispondo dos mais variados e atuais serviços em Oftalmologia. Formada em Medicina pela Universidade Federal de Campina Grande/PB e com residência em Oftalmologia clínica e cirúrgica pela Unifacisa/PB e Fellowship em catarata

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e cirurgia refrativa no Instituto Marco Rey, em Natal/RN, um dos melhores e mais renomados Oftalmologistas do Brasil, ela ainda possui o título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO, o que a credencia a atuar na parte clínica e cirúrgica da área, incluindo lentes de contato, testes do olhinho e exames complementares. “Desde criança eu já sabia que queria ser médica. Sempre gostei de lidar com gente e me sentir útil. Curar, aliviar ou mesmo confortar outra pessoa me proporciona

uma sensação de plenitude e realização. Cursando medicina, tive a oportunidade de conhecer grandes mestres Oftalmologistas que me mostraram a preciosidade da disciplina e a grandiosidade que é poder tornar a vida de alguém mais feliz e leve ao melhorar a qualidade de sua visão, esse sentido tão nobre”, revela. O retorno a Caicó foi idealizado e tornou-se realidade após a concretização de sua clínica, a Promédica, localizada na rua Felipe Guerra, 440 A, no centro de Caicó. “Estou realizada em poder voltar a morar na minha terra e trabalhar com o que amo. Dia a dia busco colocar em prática o que me ensinaram: ouvir o paciente. Essa é a parte mais importante de uma consulta médica, seja ela qual for a especialidade, para poder entender o que ele almeja e o que deseja melhorar na sua vida”, afirma. Se você busca uma Oftalmologista dedicada e empenhada em proporcionar a melhor consulta particular que se pode ter, marque um horário, entre segunda e sábado, com a Dra. Débora Fernandes. “A Oftalmologia é uma especialidade de prevenção em todas as faixas etárias, ou seja, uma consulta oftalmológica vai muito além de uma simples receita de óculos. Uma avaliação rotineira anual de fundoscopia (exame de fundo de olho) e da pressão intra-ocular por um especialista previne causas de cegueira, muitas vezes irreversíveis”, admite. Para mais informações, entre em contato, em horário comercial, 84 3421.4082 e a siga nas redes sociais, em instagram e facebook, para ver dicas e muito mais pelo @drafernandesfernandes.oftalmo JULHO 2017

JULHO 2017

Envelhecer no tempo certo Dr. Francisco Belísio, médico geriatra, conta como envelhecer com saúde requer acompanhamento profissional Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

ocê sabia que começamos a envelhecer por volta dos 30 anos? No entanto, somente aos 50 anos é que devemos começar a frequentar a cadeira do Geriatra, médico responsável por cuidar da saúde dos idosos. “Cabe ao Geriatra lidar com as múltiplas doenças do envelhecimento, não deixando de lado os aspectos psíquicos e sócio-familiares, bem como acompanhar essa fase da vida através de orientações profissionais e avaliações regulares por check-up”, afirma Dr. Francisco Belísio, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e especialista titulado em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. É importante observar que durante o processo de envelhecimento, diversas modificações acontecem. Aquelas mais precoces pode-se intervir para melhorar os resultados em idades mais avançadas. “É uma espécie de poupança em saúde, se economiza agora para colher num futuro. Poder escolher se queremos envelhecer com qualidade é um privilégio”, ressalta o doutor que escolheu a Geriatria como especialidade por ter a missão de cuidar dos pais idosos, pela afinidade com pacientes mais velhos

JULHO 2017

Dr. Francisco Belísio em seu consultório

e ver a lacuna de mercado que existe nesta área devido o envelhecimento da população. “Desde criança sentia a necessidade de ajudar ao próximo e vi na medicina esse caminho. Hoje a faço não só como meio de vida, mas também como fonte de satisfação pessoal e de crescimento como ser humano”, relembra. Sobre uma das patologias que mais acometem os idosos, Dr. Francisco Belísio destaca a Doença de Alzheimer. “Ela é caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas (memória, atenção, linguagem, entre outras) do ser humano. O indivíduo a inicia, de fato, quando esquece onde guardou certos objetos, os nomes das pessoas, ao repetir assuntos, não lembrar das tarefas a fazer, esquecer o fogão ligado, se perder na rua e por aí vai”, certifica. A queixa de “esquecimento” é uma constante no dia a dia em seu consultório, primeiro porque interfere diretamente na qualidade de vida do paciente, depois que é o principal sintoma da Doença de Alzheimer e isso deixa as pessoas preocupadas. “A doença avança e os sintomas comportamentais como apatia, depressão, insônia, agressividade, inquietação entre outros, começam a aparecer e é nessa fase moderada que família e cuidadores mais sofrem por sobrecarga”, alerta. Em fases avançadas, o paciente não se comunica mais com o meio, ficando totalmente dependente e terminando muitas vezes confinado a uma cama. “O tratamento coloca um freio na doença e retarda a velocidade com que os sintomas progridem, melhorando os aspectos comportamentais. Para isso são utilizados medicamentos, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e alguns outros recursos”, garante o doutor que atende regularmente na clínica Santa Clara, 1670, no bairro Penedo, em Caicó.

JULHO 2017

Sorrisos U em dia Os segredos que tornaram Dr. Marcos Moreira em expert na Odontologia em Caicó

Por FRED COSTA

JULHO 2017

Foto DYEGO LEANDRO

Dr. Marcos Moreira em seu consultório

m belo sorriso é um dos melhores “cartões de visita” que se pode ter. Já foi o tempo em que isso era um diferencial, hoje é essencial porque se vai além da estética. A saúde bucal é um dos cuidados primordiais que todos precisamos manter e em Caicó, um profissional na área da Odontologia se destaca em seus trabalhos. Dr. Marcos Moreira, especializado em implante e endodontia, como também nas áreas de prótese, prótese sobre implante e lentes de contatos odontológicas administra com maestria os desejos de seus clientes. “O primeiro passo é fazer uma análise clínica do sorriso do paciente através de exames físicos, modelos de estudo e fotografias. A partir dessas observações, elaboro um plano de tratamento que será, em seguida, apresentado”, comenta. Diante das possibilidades que a área da estética permite, Marcos é enfático: “Primeiramente é necessário descobrir o que o paciente deseja e se é possível chegar a esse objetivo”, conta. Um bom exemplo para ilustrar essa questão gira em torno da paciente Ana Clara, miss teen RN 2016. “Ela almejava clarear os dentes e fazer algumas lentes de contato de porcelana para combinar com a sua beleza natural. Por ser modelo é preciso que esteja com o sorriso bonito e o mais harmônico possível”, completa. De acordo com o tratamento sinalizado é importante que o paciente esteja consciente que aquele procedimento vai exigir manutenção periódica. “Ao concluir os trabalhos, o paciente recebe orientações no tocante a higiene oral e as datas dos retornos semestrais para que o resultado final conseguido seja mantido por muitos anos”, afirma. Atualmente as novas tecnologias aplicadas à Odontologia tem facilitado imensamente o trabalho do dentistas. Dr. Marcos ainda nos conta que em seus 22 anos de experiência, desde o início busca se manter atualizado com o que existe de mais moderno para oferecer o melhor aos seus pacientes. “Em agosto desse ano estarei presente no maior encontro latino americano de implantodontia, o IN2017, que será realizado no Anhembi, em São Paulo. Também integro a equipe de professores do curso de especialização em prótese da ABO-RN em Natal, bem como ainda sou membro efetivo da SBOE (Sociedade Brasileira de Odontologia Estética)”, complementa. Para sua alegria, ao final de 2018, Dr. Marcos contará com o reforço de sua filha, Marla Moreira que concluirá neste período o curso de Odontologia. “Será um imenso prazer compartilhar minhas experiências profissionais com ela que já demonstra ter um grande amor pela nossa área”, finaliza.

JULHO 2017

COSTUMES

Caicó além das

Tradições

Um passeio pelos vários estilos, sabores e gostos do caicoense contemporâneo Por RAILDON LUCENA

Fotos DYEGO LEANDRO

iversidade é a palavra da vez. Nesse sentido, o conceito não se limita apenas à questão de gênero. É diversidade de pensamentos, estilos, entretenimento e de formas de encarar a vida. Nessa época globalizada cada vez mais estamos lincados com outras culturas e é desse celeiro que as tradições convivem com a modernidade. As diversas opções que o caicoense encara o seu cotidiano, seja ouvindo música alternativa, praticando uma atividade física mais relaxante ou deleitando-se com pratos exóticos.

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Afinal, é possível apreciar o típico forró nordestino e, ao mesmo tempo, estar antenado com outros ritmos, como o pop e rock. Há quem goste de saborear o que há de melhor na nossa culinária regional, da mesma forma há quem prefira se aventurar pela comida oriental. Um futebolzinho aos finais de semana é uma boa pedida, no entanto temos uma galera que prefere algo que trabalhe mente e corpo, como o Yoga. O objetivo dessa matéria é, justamente, mostrar que a diversidade de alternativas é uma característica típica da pós-modernidade.

A prática da Yoga está conquistando os caicoenses

Pioneiro do sushi em Caicó se sente abraçado pela cidade Quem for se aventurar pelos bares e restaurantes da cidade sabe bem que os cardápios são os mais diversificados. O tempero caicoense é conhecido. Com pratos deliciosos e guloseimas “pecaminosas” as várias opções oferecidas são um verdadeiro deleite para o olfato e o paladar. Todavia, na era da interconexão de culturas, tem gente que prefere apreciar outros tipos de sabores, por exemplo, a cozinha oriental. Em Caicó, o pioneiro na cidade é o sushiman José Inácio. Natural de Patos/PB, ele trouxe

o prato para a cidade em março de 2012, época em que trabalhava para um restaurante de comida chinesa que tinha por aqui. “Gostei muito de Caicó. Fui bem recebido”, ressaltou. Com o objetivo de buscar novos conhecimentos e se especializar, ele partiu para São Paulo. Foi aprender novas receitas (e pegar uma garoa) em terras paulistanas. Voltando para Caicó, trouxe uma variedade muito grande de receitas. Inclusive, um “bolo de sushi” que, segundo ele, talvez nem tenha em Natal.

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Público cativo consolida gastronomia oriental em Caicó

Ele montou seu restaurante, o Katana Sushi Bar, que é bem frequentado por variados tipos de públicos, inclusive gente das cidades circunvizinhas como Jardim de Piranhas, Parelhas, Currais Novos e até mesmo da Paraíba, como Patos e São Bento. “Há um público cativo para a gastronomia oriental. Fiz vários treinamentos e cursos para oferecer os melhores pratos”, salientou o empresário. Ele pontua que o acolhimento do povo caicoense foi um dos diferenciais para se estabelecer de vez na cidade. O sucesso do seu sushi é tão grande que ele já recebeu convites para abrir franquias em outros locais. O espaço é todo decorado com elementos da cultura nipônica e a matéria prima é de ótima qualidade. Um verdadeiro point para quem aprecia sabores diferenciados. “Os clientes dizem que nosso sushi é diferente”. De acordo com o empresário, o sucesso é fazer tudo “com amor e dedicação”. Yoga é uma alternativa para trabalhar o corpo e a mente As práticas meditativas, tanto do budismo quanto

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do hinduísmo, também podem ser praticadas aqui na nossa cidade. Se você prefere algo de impacto, certamente vai procurar as diversas academias de musculação, mas se está interessado em algo para equilibrar corpo e mente, uma excelente alternativa é a prática do Yoga. Em Caicó há uma sala na UFRN, cedida pela direção da instituição, para a realização do Yoga. São duas oportunidades durante a semana, às segundas e quintas, onde os praticantes podem fazer essa atividade. Quem organiza o espaço é o jornalista Ivanilson Barros Júnior, o “Bambam”, que conheceu a prática ainda em Natal, mas só aperfeiçoou a técnica quando voltou para Caicó há seis anos. “Quando fui pesquisar descobri que havia vários linhas de estudo e de prática de Yoga. Escolhi algo que se voltasse para dentro de mim, trabalhando a função psicológica e o autoconhecimento. É um despertar da consciência. Você respira melhor, fecha os olhos e busca executar um movimento que exige que você esteja desperto”, contou.

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Bar Lounge 23 em noite de festa

Ele afirma que, a princípio, os resultados envolvem o sistema nervoso central. É preciso estar concentrado e focado naquilo que você quer. Entre os benefícios alcançados estão a melhora da respiração, da circulação sanguínea e da pressão arterial. “São resultados que você consegue no dia a dia”, destacou. Ivanilson recorda que se tornou instrutor do Yoga porque, segundo ele, atingiu um nível que considerava necessário compartilhar com outras pessoas. “É uma forma de agradecimento e de difundir conhecimentos. Todos os públicos podem fazer Yoga. É uma filosofia prática”, ressaltou, lembrando que algumas regras devem ser respeitadas: o movimento precisa ser realizado com uma postura alinhada e pode ser trabalhada junto com outras atividades físicas, como a musculação. “É um olhar para dentro de si”, finalizou. Bar tem inspiração na noite de Buenos Aires Se você gosta de forró, não faltam opções de festas e de locais para frequentar. Contudo, variar estilos é uma boa pedida e em Caicó um dos espaços que traz música alternativa é o bar Lounge 23, que surgiu na cidade no ano de 2014, organizado pela cantora e produtora musical Hyllka Rachel.

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Ela percebeu que Caicó era carente de espaços semelhantes e a inspiração surgiu durante uma viagem que fez a Buenos Aires, capital da Argentina. Hyllka passou três meses por lá e teve contato com várias culturas. “Foi uma espécie de laboratório”, afirmou quando voltou a Caicó e criou o Lounge 23. Ela lembra que o espaço não é apenas de música e envolve diversos tipos de atividades culturais, como exibição de filmes e exposições de arte. O cardápio musical trabalha todos os segmentos: reggae, rock, pop e, claro, forró. Há programação durante o ano inteiro com o pico das atividades acontecendo durante o Carnaval e a Festa de Sant´Ana. “É um verdadeiro mundo dentro de um só espaço”, sinalizou Hylka. A publicidade do Lounge 23 é totalmente realizada nas redes sociais e o alcance é muito grande. Artistas de vários estados já se apresentaram por lá e ela já teve contato com grupos musicais cariocas e gaúchos, além de artistas de várias partes do Rio Grande do Norte. “Na condição de artista, eu sentia necessidade de um espaço para tocar músicas que são referências para a vida e o Lounge 23 surgiu com esse conceito”, completou.

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Salve, salve! Professor e vereador Andinho Duarte revitaliza com recursos próprios espaços ociosos dos bairros caicoenses homenageando seus santos padroeiros. Por FRED COSTA

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Andinho Duarte contempla oratório em sua residência

Fotos DYEGO LEANDRO

ano é 1994 e o jovem Andinho era presenteado, após o falecimento da avó, Necy Dantas, com uma imagem antiga e esculpida em madeira que havia pertencido à sua trisavó, falecida em 1935. Desse momento em diante nascia uma paixão por imagens sacras. Atualmente, em sua casa, já constam quase 80 exemplares do gênero, quase todos presentes de padres e amigos em sua maioria idosos. “Tenho carinho especial por cada uma. Não troco e nem vendo. As que foram herança familiar me reportam uma grande estima. Minha fé em Deus é inabalável como uma rocha. Não sou adorador de imagens, pois elas são objetos. O sentimento que tenho por cada uma é relacionado ao que elas me lembram, no caso as vidas de pessoas que fizeram o bem. É como se fosse olhar para uma foto de alguém amado”, comenta. Pedagogo e bacharel em História, ambos cursos formados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bem como professor concursado e lotado no núcleo de atendimento educacional hospitalar e domiciliar do Estado, atuando como professor na Classe Hospitalar Sulivan Medeiros, ensinando às crianças internadas no Hospital do Seridó ou suas próprias residências devido às suas enfermidades. Andinho Duarte atualmente também ocupa uma das vagas como vereador na Câmara Municipal de Caicó. “As imagens não possuem ligação com a minha vida pública. Em janeiro deste ano observei que a entrada do bairro Paraíba contava com um canteiro abandonado, mal cuidado e que servia de depósito de lixo. Resolvi então,

com recursos próprios e apoio de alguns amigos, criar um espaço de convivência para a comunidade. Pela ocasião dos 50 anos da Paróquia de São José, entrei com um projeto de lei dando o nome ao local de ‘Rotatória São José’, padroeiro do bairro”, explica. Como elementos do espaço público, o artista plástico Dedé Carnaúba foi o responsável por esculpir a imagem do referido santo. Em 19 de março, portanto, mesmo dia em que se comemora São José, foi inaugurada a área totalmente repaginada para descanso, humanização, reencontros, orações e contemplação. “A questão de imagens sacras é uma arte que já faz parte da nossa cultura. Cada bairro da nossa cidade possui um padroeiro específico e em suas festas populares, as pessoas vivem a cultura, as artes, as comidas típicas, a religiosidade e os reencontros”, relembra. Dada a repercussão positiva da ação estabelecida no bairro Paraíba, outras áreas da cidade também deverão ganhar uma área equivalente. “Sabemos que Sant`Ana é a santa padroeira de Caicó, mas a minha ideia é edificar com recursos próprios, em cada comunidade, a imagem de seu santo padroeiro, ampliando assim a cultura e a arte do monumento ali construído”, pontua. Para as próximas empreitadas estão sendo programados espaços para Nossa Senhora do Rosário (padroeira do centro da cidade), Nossa Senhora de Fátima (padroeira da zona norte), Santo Estevão (padroeiro do bairro Castelo Branco) e São Francisco de Assis (padroeiro do bairro Paulo VI e Laginhas).

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Você está realmente seguro?

Pedro Gurgel e Marcos Paiva em reunião na sede da Grandlider em Natal/RN

undada em 1986, por Marcos Paiva, a Granlider é uma empresa potiguar que atua em todos os estados, com escritórios em Natal, Mossoró e Pau dos Ferros. Diante das experiências e habilidades adquiridas ao longo de 30 anos de mercado, a corretora atualmente dispõe de uma equipe de colaboradores e corretores capacitados para manter o alto padrão de seus diversos tipos de seguros que vão de automóveis, passando por empresariais, previdência, portáteis, eventos, viagens, máquinas, equipamentos e outros. “Operando em todos os ramos de seguros, primamos pela proteção das pessoas que você ama e pelo seu patrimônio. Em Caicó e todo Seridó agora temos Pedro como nosso representante, e essa parceria já rendeu a confiança de muitas pessoas e empresas que confiaram os seus seguros a nós”, confirma Marcos. Hoje em dia os casos de violência urbana são incontáveis e você, com certeza, se não foi vítima ainda, conhece algum familiar ou amigo que passou recentemente por uma situação desagradável envolvendo roubo, furto,

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Corretor de Seguros Pedro Gurgel apresenta as potencialidades de se manter um seguro pessoal ou patrimonial em Caicó e região em parceria com a Granlider Por FRED COSTA

Foto NAYARA LIMA

incêndio, morte repentina ou algo do gênero. Na intenção de prestar um serviço de excelência para aqueles que desejam manter um seguro pessoal ou patrimonial, em Caicó e região, o corretor Pedro Gurgel apresenta as potencialidades dos serviços que a Granlider proporciona aos seus clientes, através da consultoria especializada de inteligência em seguros, a partir das suas reais necessidades. Dentre inúmeras credenciais que atestam a segurança de estar mais tranquilo perante a algum imprevisto, Pedro complementa: “Em nossa região, estou apresentando propostas a vários comerciantes de fazer os seguros patrimoniais de suas empresas conosco. O custo benefício é excelente e está surpreendendo até mesmo aqueles que já precisaram usufruir do que o seguro propõe, como foi o caso recente de uma ótica em uma cidade vizinha”. Para mais informações e cotações, entre em contato com Pedro Gurgel, através do telefone 84 99999.9798 e marque uma visita. Siga-o também nas redes sociais, em instagram e facebook, @pginteligenciaemseguros.

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Farmacêutica Kadidja Simplício realizando atendimento na Drogaria Central em Caicó

A número 1 Os motivos que fazem os caicoenses elegerem a Drogaria Central como a preferida na cidade Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

ais do que vender medicamentos, a Drogaria Central proporciona bem estar e assume o compromisso de ser uma parceira na vida de seus clientes com o certificado de qualidade de quem atua neste mercado há 45 anos. “Lembra da época que se atendia e chamava a pessoa pelo nome? Nós somos assim. Tradição na maneira de atender aliada à inovação dos produtos que oferecemos”, ressalta a farmacêutica Kadidja Simplício, em meio ao atendimento que realizava a uma fiel consumidora, a dona Maria Cícera, do bairro Boa Passagem. “Eu gosto da forma como me atendem e os preços são ótimos, por isso que me mantenho cliente há muitos anos”, destaca.

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Além do atendimento de excelência, outro diferencial que firma a Drogaria Central no topo de preferida entre os caicoenses, está no fato de ser a única a funcionar 24 horas por dia, em ponto estratégico de Caicó, situada na praça Dix-Sept Rosado, por trás do Mercado Público, disponibilizando uma linha variada de medicamentos, cosméticos e produtos em geral nas melhores condições de pagamentos com descontos que chegam, em alguns casos, a 80%. Das 7h às 18h, a taxa de entrega à domicílio é grátis e você ainda pode parcelar as compras em até seis vezes sem juros em qualquer cartão de crédito. Mais informações no disk saúde 84 3421.1268.

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DE BEM

consigo mesmo

Dra. Candice Newman agrega às suas atividades como dentista, procedimentos estéticos que valorizam a auto estima de seus pacientes em Natal Por FRED COSTA

ma das novidades recentes que passou a valer entre os profissionais da Odontologia está ligada à extensão das suas atuações na área de estética facial. O que colaborou para ampliar o leque de tratamentos para aqueles que contaram com as devidas práticas em harmonização, botox, preenchimentos e afins. Em Natal e atendendo em seu consultório, a Dra. Candice Newman já está atuando nesta área com amplo sucesso nos resultados que seus pacientes conquistaram. Formada em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e capacitada em prótese-sobre-implantes, lentes de contatos dentais, harmonização e odontologia estética, ela aponta que o primeiro passo é que seja marcada uma consulta avaliativa. “É preciso entender quais são as expectativas do paciente para poder conscientizá-lo sobre quais resultados serão conquistados. Muitos possuem medo daquele jeito exagerado e artificial, até porque o mais bonito na estética é trazer a jovialidade natural que é conquistada com um bom planejamento de tratamento”, explica. Dentre os procedimentos disponíveis dentro da área de harmonização facial estão desde as lentes de contato dentais, até a lipoenzimática de “papada”, diminuição do sorriso gengival, bichectomia (remoção das

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gorduras das bochechas), o botox, entre outros. A este último é interessante ressaltar que é conhecida por muitos, existem diversas utilizações recomendáveis aos pacientes portadores de bruxismo (ato de trincar ou ranger os dentes enquanto dorme). “A toxina é aplicada ao músculo para que este diminua a função. Uma vez relaxado, os efeitos são atenuados e assim evitam-se fraturas dentárias e dores mandibulares, principalmente ao acordar”, pontua a dentista. Às pessoas que estiverem em boa saúde, os procedimentos são indicados, a não ser aquelas que fazem uso de anticoagulantes que devem ser suspendidos no período do tratamento e no caso das mulheres, as mesmas não poderão estar grávidas. Com saldos positivos e comemorando resultados, Candice destaca o que sente ao ver a realização de seus pacientes. “Um lindo sorriso eleva a auto estima de qualquer pessoa. Como a Odontologia faz parte da minha vida desde que nasci, graças ao meu pai, Nivaldo Batista, eu sempre tive em mente que a minha função era cuidar das pessoas e deixá-las mais felizes”, resume. Aos que quiserem marcar uma consulta e saber mais sobre os tratamentos mencionados, entre em contato pelo 84 99405.5406 e vá até o consultório de Candice, na clínica Aderaldo Costa, na rua Alberto Silva, 1216, no bairro de Lagoa Seca, em Natal/RN, nas proximidades da Igreja São João.

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As fisioterapeutas que comandam os serviços da clínica Fisiovida em Caicó

Quarteto

afinado

Fisiovida disponibiliza clínica geral especializada em Fisioterapia com diversos tratamentos em Caicó Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

iver com mais qualidade e aliar os mais adequados tratamentos em Fisioterapia para proporcionar saúde e bem estar aos seus pacientes. Esse é o lema principal que faz da Fisiovida, a principal clínica geral especializada em Fisioterapia de Caicó e região, através do trabalho afinado das profissionais multidisciplinares Einar Figueiredo, Luma Brilhante, Dianny Figueiredo e Bárbara Vale. Dentre as áreas de atuação, existem tratamentos personalizados em orto-traumatologia, reumatologia, uro-ginecologia, oncologia, dermato-funcional, esportiva, oftálmica, vestibular, pediatria, geriatria, neurologia,

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vascular e hidroterapia. A partir de pacotes especiais, você consegue alcançar os resultados tão esperados que precisa. Para isso, basta marcar uma avaliação na clínica e aguardar os procedimentos indicados que podem ser realizados em horário previamente agendado ou através de atendimentos domiciliares por intermédio de diversos convênios ou particulares. Para mais informações, entre em contato 84 99879.6369 ou 98702.8837 e se informe melhor ou então vá pessoalmente à sede da clínica localizada na rua Felipe Guerra, 560 A, no centro de Caicó, ao lado da clínica Salutaris.

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Em busca de orientação psicológica?

Psicóloga caicoense lança consultório em Caicó para desenvolver junto aos seus pacientes técnicas relacionadas à terapia cognitivo-comportamental Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

s questões que afligem o ser humano podem ter as mais diversas causas. Na tentativa de amenizar e solucionar essas questões, a psicóloga Deise Costa lançou o seu consultório particular. Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental, inscrita pelo CRP 17/1633, ela é formada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e possui pós-graduação em Avaliação Psicológica, o que a torna apta a disponibilizar terapias condizentes com as mais diversas indagações que envolvem às mentes humanas. Em seu consultório em Caicó, ela está pronta para te atender, instalada no prédio da Liga Contra o Câncer, na avenida Dr. Carlindo de Souza Dantas, 540, no centro de Caicó. “A terapia cognitivo-comportamental busca reestruturar pensamentos no intuito de promover mudanças de comportamento e relacionadas às emoções que acompanham os pacientes. De posse de um novo conjunto de técnicas e estratégias eficazes em um curto período de tempo, o êxito desse tratamento é comprovado através de estudos empíricos em diversas áreas de transtornos emocionais, principalmente interligados à depressão e ansiedade”, ressalta. Mais informações, entre em contato 84 3421.1584 ou 99926.8491.

A psicóloga Deise Costa em seu consultório em Caicó

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Crônicas do Aladim Ilustração: Custódio Jacinto

para collecionar...

Clóvis Aladim é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UEPB e com mestrado em Artes Visuais IADE em Lisboa/Portugal. Fotógrafo, diretor criativo, escritor e tudo mais que eu sonhar em ser nesse mundo de meu Deus.

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té então eu tinha 14 anos e era minha primeira Festa de Sant’Ana oficial. A grana curta, mas existia uma vontade enorme de conquistar o mundo. O mundo, pra mim, se resumia à pracinha do Coreto e estar em ‘uma turma’, ser popular e sair em um jornalzinho da cidade. Eu lembro que a Festa trazia uma energia especial, mas não essa de hoje, porque na época eu era um garoto e estava praticamente debutando para a vida. Meu olhar era atento para a beleza à minha volta. Eu travei uma luta para habitar aquele espaço e com jeito e em pouco tempo já havia garantido uma renda das aulas particulares que eu dava à Kadidja Simplício, minha criança linda e nova habitante da rua da cadeia. Então comecei a comprar a armadura, que me protegeria e daria segurança para entrar na Festa. Ah... a armadura era um tênis Redley (comprei três de uma vez), roupas novas das marcas Fórum e Zoomp, além do dinheiro para adentar todas as dez festas. Éramos um clube: eu, Lúcia Mara, Karine Vilar e Neísa Fernandes. O tanque de guerra? Um carro chevette que com um real chegávamos como se estivéssemos em um Rolls Royce. O perfume era Azzaro comprado em várias prestações à Lúcia, irmã de Fatinha da Locadora. E assim eu ia conquistando meu reino. Nem sempre dava para comprar as peças da coleção, então eu comecei a ir à loja ‘Pontos e Agulhas’ e ver as roupas que desciam e ficavam numa caixa de papelão, apesar de serem das coleções passadas, ainda assim estava valendo. As meninas de Chico Torres detinham o ‘poder’ sagrado das marcas e para tê-las tinha que passar por elas. Era quase como comprar algo proibido. A Judih era quem me atendia, tirando calças e camisas misturadas a muitos aviamentos... Uma confusão! Uma deliciosa confusão! Quem não tem grana para usar lá de cima vestia assim ou colava as etiquetas. Eu nunca colei etiqueta (dedinhos cruzados, juro!), mas tinha um

amigo que falseava com papel contato e se elas pegassem, gritavam: ‘é falsa!’. Eu? Morria de medo! Além de tudo isso, era preciso mais, então eu queria sair nas fofocas do jornalzinho que rolava na praça. Havia vários, tinha o mito de “A Bomba” que mostrava os ‘podres’. Eu assinava o de Gorete Brito. Uma vez fui eleito o gato da noite. Nossaaa! Quis ir para casa, porque tinha outros muito mais bonitos do que eu, só que como eu pagava a assinatura anual do jornal, né? O cara mais lindo da época era o finado Yuki, irmão do meu amigo Reddy e o Rogilton. Eram a cara dos anos 80/90. Rebeldia e atitude. No fim dos anos 80 e começo dos 90 foi a descoberta pela arte, moda e imagem. Caicó era uma efervescência fashion e eu já não tinha mais 14 anos. Agora já estava com meus 18 e eu tinha meus súditos, porque o meu bloco juntou-se a outro de mais novos e eu mais velho, e portanto, liderava a turma (pelo menos na minha cabeça). Tínhamos um grupo cult, onde ouvíamos boa música, comprávamos revistas importadas e éramos lindos. A Festa chegava e trazia Elida Simone Fernandes, com seus looks incríveis e suas botas maravilhosas, juntos tínhamos nossos códigos, verbetes, neologismos e até gestos. As pessoas iam chegando, passando e os meus álbuns de fotografias ganhavam mais e mais registros. No fim dos anos 80 existia uma turma liderada por Abyss Fontes e Henrique Araújo, eram os ‘enfant terrible’, ou traduzindo ao nosso português, as ‘crianças terríveis’ por serem os garotos que faziam a cena acontecer. Eu não fazia parte, mas observava de perto. Era um desbunde as produções que Abyss fazia e Joarilene ou Jojó era o rosto que simbolizava o staff das top models da época. Como dizia a música do Kid Abelha, ‘a fórmula do amor’ que cantava ‘eu tenho o gesto exato, sei como devo andar...’. Havia nessa euforia toda, uma programação das roupas que se usava em cada dia, tipo uma agenda e minha prima Olímpia chegava na casa de vovó Aury com seu guarda roupa abarrotado de produções. Os anos 90 estavam no seu auge, era o Cabana

Bar reeditado e eu já pertencia a várias turmas, tinha minha galera do teatro alternativo com meu amigo professor Félix, a galera do bloco SOS Kabaço e ainda o pessoal da rua da cadeia. Eu me sentia o centro de tudo aquilo e quando a Festa chegava era ‘uma alegria qualquer guardada’, como diz o poema do Fernando Pessoa. Essa alegria qualquer se chamavam Neísa, Lúcia Mara e Karine. Por Neísa era um amor especial. Foi ela que me deu de presente o verbo ‘poder’, o que falam hoje de empoderamento. Pois é, isso existe. Eu era um garoto, simples, que morava no bairro da Boa Passagem e me via assim, sabia que tinha uma veia cultural, mas os que estavam a minha volta, achavam que era loucura. Neísa me fez sentir especial e mudou radicalmente a minha vida, me fez passar em um vestibular, dizendo apenas uma frase, me encorajou a ir a Lisboa e disse que minhas fotos eram lindas. Além de ter sido a minha primeira modelo, aquela que eu acertei a cor da foto, a velocidade e abertura em um clique instantâneo lindo com cores almodovianas. Daí montamos minha primeira exposição na Festa de SantÀna, com molduras tipo caixa de sapatos feitas por Edinha. Tive a sorte de morar em uma casinha azul da cor do céu, ao lado da Igreja de SantÀna e ter ao meu lado e viver esses anos lindos, dos 15 aos 25. Depois fui morar em Campina Grande, na Paraíba, passei por Lisboa, em Portugal, em um ano, mas nunca deixei de voltar em julho. É uma religião poder rever, abraçar e tocar nos meus. Poderia ser nostálgico e dizer que meus tempos bons foram aqueles, pois muitos amigos casaram, outros viajaram, enfim tomaram os seus rumos, mas não! Eu falo que tempo bom é esse da minha nova turma, formada pelo meu clube com Danilo, Andrea, Geninho, Wander e tantos novos que foram chegando e me conquistando. Com eles já vejo uma nova Festa, com outros signos e metáforas. Aos da minha época, me desculpe, a minha época é hoje. Eu apenas jantei com os novos, tudo em um abraço, nos arredores do arco, nos batentes do Coreto e sob o olhar de SantÀna.

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Exercite os seus conhecimentos em torno dos elementos que compõem e fazem da Festa de Sant`Ana, um fenômeno cultural de fé e cultura. Reúna a família e chame os amigos para brincar descobrindo a resposta certa para cada charada. Boa sorte!

As respostas estão na página 10 da mesma edição da revista.

É FESTA!

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Horizontal

Vertical

4. Todo mundo ama ficar por ele conversando entre família e amigos. 8. Um dos dias mais aguardados da Festa. Acontece na segunda quinta-feira em dia de feriado municipal. 10. Complexo Turístico que abarca parte dos festejos. 11. A AABB se torna cenário dessa festa que tem geralmente Aviões do Forró como atração principal. 13. Nossa amada padroeira. 14. A primeira sexta-feira da Festa é coroada com essa festa que já virou tradição no calendário de eventos. 15. Abre e encerra a Festa de Sant`Ana.

1. Famosa feira de artesanato que acontece na Ilha de Sant`Ana. 2. Pároco por cinco décadas da Catedral de Sant`Ana. A Festa e ele são sinônimos. 3. Uma das principais celebrações sagradas da Festa. Acontece durante nove dias em horários noturnos. 5. Tradicional evento de gala. 6. Antecede a Festa em vários locais e possui diversas prêmios a serem leiloados para terem renda revertida para a Paróquia. 7. Evento que acontece no primeiro domingo de Festa em que os cavalos são essenciais para que ele aconteça. 9. Grupo de devotos que sai em caminhada de Currais Novos a Caicó durante todos os anos em sinônimo de fé e devoção. 12. As crianças amam e aguardam ansiosamente a hora de ir até eles.

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