Revista Collecione Caicó #20

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EDITORIAL

A VIRADA JÁ COMEÇOU

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m sua 20ª edição, a Revista Collecione adianta as celebrações da próxima década que está por vir. Com pensamento positivo, força de vontade e garra devemos seguir adiante com foco em um futuro promissor. É verdade que nem sempre, tudo depende somente de nós, mas é preciso se manter atento aos sinais, como foi o caso das guerreiras que compõem a nossa capa. A matéria intitulada “A hora da virada” mostra como essas mulheres identificaram oportunidades e resolveram empreender. Os resultados são animadores e demonstram que elas estão conseguindo conquistar o próprio espaço com muito esforço e talento em Caicó. Ainda assim, na nossa ala de destaques jornalísticos vamos abordar: a importância de entender e valorizar os Negros do Rosário como movimento cultural caicoense; perceber quem são os artistas locais que estão reinventando as formas de se compreender arte em nossa terra; entender como a digitalização dos tempos irá contribuir para a economia da nossa cidade; e também iremos nos emocionar ao ler cartas, que pedimos a quatro adolescentes caicoenses que escrevessem para eles mesmos, dizendo como se imaginam nos próximos anos. A Collecione continua sendo produzida em Caicó e para Caicó. Em nossas páginas, o caicoense se reconhece, não importa a classe social, orientação sexual, time que torce, religião ou bairro que mora. Por aqui, o bem prevalece e a esperança de dias melhores se renova ao notarmos que possuímos uma cultura tão forte, bonita e única. Mais uma vez, bem vindos. Fiquem todos à vontade.

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ÍNDICE

EXPEDIENTE Orgulho de pertencer

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As artes celebram Caicó

Raildon Lucena

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Jornalista DRT-RN 00944-JP

Cartas para o futuro

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Dyego Leandro

A hora da virada

Fotógrafo

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Olho no futuro

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Projeto Gráfico Referência Comunicação

Impressão: Unigráfica Natal

Revisão Profª Ms. Ana Aline Moraes

Redes Sociais @collecione

Revista Collecione Caicó Publicação de veiculação semestral

Diretor Executivo e Comercial Fred Costa | 84 99232.7777

Tiragem: 4.000 exemplares

Acesse www.collecione.com.br


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Parte dos integrantes do grupo em frente a Igreja do Rosรกrio

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CULTURA

ORGULHO DE PERTENCER

A importância de entender e valorizar os Negros do Rosário como movimento cultural caicoense Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

século 18 em Caicó foi marcado, dentre outros episódios, pela formatação de um movimento popular que tinha pessoas negras como protagonistas: a Irmandade. Na tentativa de manter as suas tradições culturais, os negros que aqui estavam, resolveram se unir em grupos para reviver os ritos e as danças populares herdadas dos seus descendentes africanos. Foi uma época de transição do período após a abolição da escravatura para o que seria, posteriormente, a retomada da independência do povo negro. Mesmo assim as marcas profundas que esse terrível período da história cravou no peito e na memória deles continuaram sendo refletidas em variadas formas de preconceito na sociedade. “A lei Eusébio de Queiroz proibiu o comércio escravo. Mesmo assim continuavam a chegar por aqui, vários negros provindos do tráfico africano. Eles não tinham registros de nada, nenhum documento oficial. A partir daí que eles foram reorganizando a própria cultura, quando houve uma tentativa de catolizá-los. Então para serem aceitos, eles decidiram fundir as crenças”, afirma Professor Félix que pertence ao movimento em sua escala de organização, enquanto entidade. A partir disso, os negros viram na Igreja Católica uma aliada para quebrar barreiras. “Um padre da época, visando combater o fato dos negros serem comumente escanteados na sociedade, resolveu criar uma entidade específica em que eles se reconhecessem. Surgia então os Negros do Rosário, amparados pela figura de Nossa

Senhora do Rosário como protetora. Grande parte dos grupos negros que vinham pro Brasil se resguardaram em Nossa Senhora do Rosário, mas mantendo as suas crenças africanas. Havia um medo muito grande de serem repreendidos, porém é preciso fazer com que todos entendam que a entidade dos Negros do Rosário é, sobretudo, de matriz africana. Todo o movimento, as danças e as crenças é puramente africano”, ressalta Pedro Xambaril, outro membro do movimento em Caicó. Então é interessante observar que, desde essa época, passaram a existir três movimentos distintos que, muitas pessoas, podem até confundi-los ou achar que são um só: os Negros do Rosário, a Irmandade e o movimento negro. “A questão religiosa é um complemento do movimento negro e da Irmandade que foram formados por grupos de pessoas negras que aqui chegavam em nossa região para serem escravizados e assim, na tentativa de não perder os traços culturais que aprenderam na terra mãe África, se uniram para manter os laços. Nossos antepassados que vieram pra cá, eles não chegaram aqui com uma religião determinada. Eles foram catequizados, mas continuaram com a sua cultura. As pessoas precisam separar as simbologias culturais das religiosas. As pessoas sempre acham que uma tem que estar interligada à outra. Em resumo: era um grupo que já existia com toda uma forma de cultuar o que eles acreditavam e que, ao estarem aqui, em Caicó, passaram também a cultuar Nossa Senhora do Rosário”, comenta

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Professor Félix. Para compreender como funciona a entidade dos Negros do Rosário é preciso saber que eles passaram a ser divididos em quatro quarteirões: Samanaú, Sabugi, Riacho de Fora e Rio do Peixe. Todas essas áreas são provenientes da zona rural de Caicó. “Esses quarteirões eram compostos por pessoas que fizeram parte da Irmandade desde a sua origem. O Rei Perpétuo é o posto máximo de cada quarteirão. É algo que passa de pai para filho. O reinado dura 1 ano e a cada troca se passa a coroa para outro representante”, conta a professora Fátima Silva. Atualmente a sede do grupo é localizada no bairro João XXIII e serve para amparar os projetos, ensaios e reuniões. Há seis anos foi oficializada a associação da entidade. “A criação da associação foi mais para somar, uma vez que ter uma parte jurídica é importante para podemos fazer convênios e receber contratos do estado e do munícipio. Além do que possibilita que criemos projetos que desenvolvam a comunidade negra e, porque não dizer, a Irmandade do Rosário. Visando tudo isso, ela se chama ‘Associação Cultural Comunitária dos Amigos dos Homens Pretos de Caicó’ e é interessante dizer que para ser sócio não é preciso expressamente ser negro, A professora Fátima Silva

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O comerciante Pedro Xambaril

qualquer pessoa pode pertencer também. A associação veio para quebrar o gelo da discriminação racial que existe”, relata Pedro Xambaril, o presidente. Mesmo diante de tantos desdobramentos não há como dizer que, ao longo das décadas, os Negros do Rosário perderam muito de sua essência. “Conforme a nossa festa de padroeira começou a cair, automaticamente, o nosso valor simbólico cultural também foi se perdendo. Os próprios negros precisam vir para dentro da Irmandade para pertencermos em união. Não há como negar também que a potência máxima de valorização deveria ser alavancada pelo poder público e isso é inexistente. Dessa forma, não há como a sociedade a nossa volta nos valorizar como devemos, pois não há incentivos e nem condições de nos mantermos em evidência”, desabafa Professor Félix. Apesar dos pesares, os Negros do Rosário são pura energia. O eco do batuque e a sincronia de cada passe refletem a força da resistência de um povo que não se entregou ao acaso. Prova disso é Dona Maria Trindade da Silva. No auge dos seus 92 anos de idade, lúcida e serena, ela é uma das representantes mais antigas. “Sempre participei desde criança, mas foi durante a adolescência na década de 40 que eu entrei de vez. Eu


CULTURA

Dona Maria Trindade da Silva

era a única mulher do grupo, mas eu nem ligava, porque do meu lado estava meu pai, tios e irmãos. Minha mãe é que ficava impressionada porque eu não tinha vergonha de sair pelas ruas de Caicó dançando junto da Irmandade”, feliz, nos conta. As danças podiam ser aprendidas desde cedo, porém, vocação era mais que necessário. “Eu acho importante passar os nossos valores e costumes para as próximas gerações. Eu não tive filhos, mas fiz questão de repassar para meus sobrinhos e um bocado entrou. Tem gente que acha que tudo isso é besteira, de participar, de fazer as danças, só que não é não. Tudo isso é coisa que vem da época do entroncamento. Meus bisavós mesmo já pertenciam”, declara Dona Trindade. Sobre as recordações mais marcantes de todo esse tempo, ela lembra: “A começar pela nossa casa, cheia de gente comendo e se preparando para sair passeando pelos arredores de Caicó. Teve vez de irmos de pés até algumas cidades vizinhas como Jardim de Piranhas, Serra Negra do Norte e São João do Sabugi. A gente saía com as lanças e os instrumentos por dentro dos sítios, porque o pessoal

da zona rural pedia pra gente ir e garantia a volta nos carros”. Nessa empolgação de manter viva toda essa riqueza cultural, mesmo que dentro de uma estimativa menor que o esperado, ainda hoje novas crianças ingressam no grupo. Danilo Darley, de 13 anos, por exemplo, está participando dos Negros do Rosário há 8 anos. Ele entrou quando ainda tinha apenas 5 anos. “Eles passaram pelo meu colégio, no Zuza Januário, falando sobre a Irmandade, como funcionava, o que fazia e tudo mais. Achei interessante e resolvi entrar. Participo de tudo. Acho legal reviver a nossa cultura para que ela continue a crescer”, comenta. Francineide Bezerra, uma das orientadoras do grupo, nos conta que para as crianças se manterem no grupo é necessário que estarem inscritas no colégio e que possuam boas notas. “A nossa preocupação é quando eles começam a ser adolescentes. Parece que ficam com vergonha de participar. De 40 meninos que tínhamos participando há alguns anos, hoje em dia apenas 12 se mantém no grupo”, diz a professora. Sobre os preconceitos ainda enfrentados nos DEZEMBRO 2019

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Parte do grupo em frente ao altar de Nossa Senhora do Rosário

dias de hoje, Pedro Xambaril cita: “A nossa sociedade realmente é preconceituosa. Se formos observar ninguém nasce preconceituoso. A sociedade que traz o preconceito pra você. As famílias de negritude de Caicó vêm perdendo, a cada tempo, o seu colorido por não transmitir os seus valores. Culpa, em parte, da sociedade que não conseguiu se entregar. Muitas vezes um dançarino que entrou na Irmandade, enquanto criança, atinge a maior

idade e resolve sair porque escuta com desdenho por aí ‘ninguém vai querer namorar um negrinho do Rosário’. O negro não pode se deixar levar pela sociedade elitizada que fica te olhando atravessado. Muitas vezes, a maior discriminação vem do próprio negro. O que acontece é que muitos, na tentativa de se livrar do preconceito, acaba somente colaborando para que ele continue a prevalecer entre nós”.

O desejo de transferir a Festa do Rosário de Caicó para o mês de Dezembro A Igreja do Rosário é uma construção bem mais antiga do que a de Sant`Ana em Caicó. Anteriormente, a Festa do Rosário era realizada durante o mês de Dezembro em nossa cidade. No entanto, a Igreja e a Irmandade visaram antecipar a festa para Outubro porque no dia 7 desse mesmo mês é comemorado o dia de Nossa Senhora do Rosário. Nesse contexto houve a mudança no calendário com uma certa adaptação. Era preciso colocar os 10 dias de festa para a segunda quinzena de Outubro, visto que era um período economicamente forte na economia local, devido à colheita de algodão mocó, então Caicó estava abastecida de dinheiro. “Toda festa de santo tem que estar estabelecida com base nas épocas economicamente fortes do ano. Então, a Festa do Rosário foi deslocada para o final de Outubro para conciliar com 16

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a colheita final que girava na nossa região”, acrescenta Professor Félix. Alguns membros da Irmandade vêm alimentando, ao longo dos anos, o desejo de migrar a festa novamente para o mês de Dezembro e, segundo eles, motivos não faltam. “Monsenhor Tércio é um grande mentor que contrariou muita gente e está ao nosso lado nessa luta. É mais lógico termos uma nova festa de padroeira em Caicó somente em Dezembro, porque Outubro fica apenas dois meses de Julho, da Festa de Sant`Ana. Em Dezembro, além de final de ano, muitas pessoas estão entrando de férias e assim poderão visitar Caicó, o que tornaria a festa mais atrativa. A tradição remete ao mês de Dezembro e era ideal para termos mais tempo para organização e também conseguir uma adesão maior do povo”, reitera Félix.


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“A MELHOR FORMA DE ENTENDER COMO É BOM MORAR NO MIRANTE DA SERRA É PERGUNTAR A QUEM JÁ MORA LÁ”

O engenheiro Onaldo Dantas

Collecione conversou com o engenheiro Onaldo Dantas, idealizador do Condomínio Clube Mirante da Serra, para ficar por dentro das novidades do empreendimento que a cada dia ganha novos moradores em Caicó. Por Fred Costa Quando você idealizou o Condomínio Clube Mirante da Serra, qual foi o seu principal desejo? Qualidade de vida! A minha ideia maior sempre foi proporcionar qualidade de vida, tanto para aqueles que moram por aqui, como também para os caicoenses que moram fora e desejam ter um lugar só seu para ficar quando retornar à cidade. Ter uma casa é ter um ponto de apoio para receber familiares e amigos. Além do que uma opção interessante para os que desejarem viver os anos da maturidade em Caicó. O Mirante da Serra foi construído para ser um projeto de vida para as pessoas residentes em Caicó e seridoenses ausentes que, por exemplo, desfrutam de períodos bons na região como carnaval, Festa de Sant`Ana, Semana Santa e outras festas tradicionais. Como se aplica essa qualidade de vida que você imagina ao que o Mirante da Serra oferece? O condomínio proporciona tranquilidade para quem gosta, mas também, interatividade entre as pessoas que desejem. As crianças ganham a liberdade de usufruir de uma infância tranquila sem que os pais tenham a preocupação com a violência urbana. Também temos o ciclo dos jovens que passam a interagir entre si nos espaços de convivência como as quadras de esporte, piscinas, áreas de lazer e academia. Os adultos, além dos equipamentos disponíveis, naturalmente vão criando rodas de convivência para uma boa prosa. Tudo com tranquilidade, conforto, segurança e, sobretudo, qualidade de vida. 18

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Fotos Dyego Leandro Muitas pessoas ainda acham que o Mirante da Serra foi construído muito longe do centro de Caicó. O que você tem a dizer sobre isso? Tenho de lhe contar uma curiosidade pessoal. Há 50 anos atrás, quando meu pai, Balto, construiu o posto que hoje se chama Adauto Dias, aquele passou a ser o lugar mais longe do centro de Caicó. Nem tinha tanto carro na época e o posto, localizado depois do batalhão, era considerado distante para muitas pessoas. Anos depois, sou o engenheiro de um empreendimento que fica depois do posto de combustível que ele construiu, que hoje fica no bairro Penedo, vizinho ao centro da cidade. O Mirante da Serra, como proposta de nova moradia e qualidade de vida, está no lugar certo! Ademais, tudo hoje tem próximo, como a Central do Cidadão que está localizada a 1km de lá; a Cidade Judiciária é vizinha; tem supermercados, restaurantes e clínicas médicas próximas, tanto quanto se alguém morasse em qualquer bairro da cidade. Qual a melhor forma de comprovar que o Mirante da Serra é um condomínio que vale a pena investir? A melhor forma de entender como é bom morar no Mirante da Serra é perguntar a quem já mora lá. Se você conhece alguém, pergunte e veja o que a pessoa acha. Entre projetos, obras em construção e residências já prontas passamos de 50 casas. Aos que desejarem mais informações, me liguem 84 99105.7456. Podemos agendar visitas ao local para conhecer de perto todas as nossas potencialidades.


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Os arquitetos Eduardo Lacerda e Emanuel Araújo

ELES ESTÃO COM TUDO Mergulhados em projetos desafiadores, os arquitetos Emanuel Araújo e Eduardo Lacerda entregam novidades do escritório da dupla para 2020 Por Fred Costa

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m pouco mais de um ano de atuação, o escritório EAL Arquitetos, de Emanuel Araújo e Eduardo Lacerda, conquistou o dobro de projetos que eles imaginavam para esse início. Os resultados, além do esperado, demonstram que, muito mais que talento, eles possuem garra e dedicação. “Um projeto é sempre desafiador e cada projeto é um novo desafio. A beleza da arquitetura é justamente não poder se sentar e dizer ‘está resolvido’, porque aí surge outro projeto que pede novas soluções”, ressalta Emanuel. Atualmente, o escritório da dupla atua nas áreas residenciais e comerciais em projetos de arquitetura para novas construções, reformas 20

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Foto Dyego Leandro e ampliações, bem como arquitetura de interiores, arquitetura efêmera e projetos paisagísticos. Para 2020, a ideia é manter um elo entre as novas tecnologias do mercado e soluções diferenciadas que transmitam conforto e bem estar. “Nós buscamos adequar os espaços à fluidez da vida do cliente, da vizinhança e da cidade. Tudo precisa estar conectado com muita criatividade e respeito, no intuito de satisfazer as expectativas”, afirma Eduardo. Com inúmeros projetos conquistados, a grande maioria segue em processo de elaboração sob os olhares atentos desses arquitetos que já conseguiram dizer a que vieram.


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A empresária Branda Azevedo nas dependências da sua loja Casare, localizada no mesmo endereço de sempre: Rua Renato Dantas, 856, no Centro de Caicó.

O ENCANTO DA CASARE Principal loja caicoense de moda casa consegue se destacar além dos produtos de decoração, lançando serviços diferenciados ao público. Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

á virou tradição em Caicó, o lançamento oficial das festas de final de ano acontecer na Casare no início do mês de Outubro. A loja se reveste especialmente para viver a magia do natal, proporcionando ao público da região, as novidades mais atuais do segmento. “É muito importante que os produtos estejam expostos de modo antecipado para que as pessoas analisem, programem e se organizem, vendo exatamente o que desejam comprar. A Casare sai na frente mostrando o que há de mais novo com coleções exclusivas porque trabalhamos com fornecedores selecionados que nos permitem ter itens com preços bem acessíveis”, relata Branda Azevedo, empresária responsável pela loja. Atenta às demandas que surgem por parte dos clientes, Branda percebeu, ainda no ano passado, que 22

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muitos desses tinham receio de montar a própria árvore de natal por falta de tempo ou criatividade. Foi então que a Casare lançou neste ano uma parceria com o decorador Silvano Araújo, aonde o cliente da loja que comprasse um valor estipulado em produtos natalinos, ganhava, automaticamente, a montagem de sua árvore. “A nossa intenção vai muito além do que vender. A gente quer fazer o cliente se sentir feliz e satisfeito com o que adquiriu. Para isso, nada melhor do que proporcionar um agrado desse nível”, ressalta Branda. “A satisfação de sentir o cliente vendo a sua casa decorada, para essa época tão bonita que é o natal, é muito gratificante”, afirma Silvano. Além da assessoria na hora das compras e das inúmeras montagens realizadas, a Casare também realizou


com Silvano, alguns workshops em suas dependências para ensinar dicas práticas e úteis a uma turma selecionada de clientes que tinham interesse em aprender truques de decoração natalina. “A melhor forma de começar a montar, as cores que mais combinam, o contraponto de artigos maiores com outros menores, enfim, vou mostrando passo a passo e o pessoal que vem adora demais”, conta Silvano. A Casare também possui parcerias com outros tantos decoradores de Caicó e região. A loja acha primordial manter o elo com esses profissionais para não só valorizar os seus talentos, como também agradar o maior número possível de clientes. Outro destaque entre os serviços adicionais que vem elaborando, a Casare está evidenciando os vários produtos que comercializa em suas linhas de organização. “Ultimamente a profissão de ‘personal organized’ está em alta. Hoje em dia, devido a vida corrida e a falta de tempo das pessoas, usufruir de uma assistência personalizada para entender as melhores formas de organizar os espaços de sua casa é muito bacana. Então através dos serviços de Patrícia Benício e Roseane Dias estamos também desenvolvendo workshops exclusivos de organização. As meninas dão um show quando prestam essas assessorias”, comenta Branda. No momento em que a Casare investe em encontros de seus clientes com profissionais que sabem o que fazem, a loja deseja fazer o público compreender a real funcionalidade de certos produtos que muitas vezes podem passar despercebidos. Os eventos são setorizados, uma vez que as dicas variam, já que o que pode ser aplicado na cozinha e na dispensa difere do que pode ser aplicado em closets, por exemplo. “Quando tudo está organizado, a vida flui melhor. A ideia é facilitar e dar mais agilidade às nossas vidas. Muitas pessoas querem começar a organizar, mas não sabem por onde começar. Daí a gente mostra na prática e de forma simples”, resume Branda. “Essa nossa parceria é muito legal porque a Casare cede o espaço e nós ministramos o workshop com nossos conhecimentos”, alega Patrícia. “Os clientes amam porque aprendem dicas funcionais e já saem da loja comprando os produtos que precisam e conhecendo o nosso trabalho”, conclui Roseane. A Casare é especializada na comercialização de produtos de decoração, utilidade, organização e mesa posta. A loja está localizada na Rua Renato Dantas, 856, no Centro de Caicó. Mais informações via 3421.2010 ou WhatsApp 84 99920.1917. Siga também o instagram @casareloja e fique por dentro de tudo.

O decorador Silvano Araújo finalizando uma de suas montagens de árvore de natal de uma cliente Casare

A personal organized Patrícia Benício

A personal organized Roseane Dias

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A maior estrutura física de um laboratório óptico da região Nordeste está localizada em Caicó no novo prédio do Clean

VISÃO ALÉM DO MERCADO Clean Laboratório Óptico conecta Caicó à mais alta tecnologia mundial e se consolida como a maior estrutura física da sua área no Nordeste Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

ano era 1977 e a ideia era conseguir produzir lentes oftálmicas para os seridoenses. A partir dessa necessidade de mercado e da tecnologia disponível na época, surgia o Clean Laboratório Óptico através da iniciativa empreendedora de Seu Joaquim Santiago Dantas, do apoio de seu filho Augusto, responsável por coordenar toda a implantação da infraestrutura e também do técnico, físico e professor Genário Azevedo. Com apenas três máquinas e um funcionário, os trabalhos começaram através de uma produção modesta. Com o passar dos anos, novos equipamentos foram sendo incorporados e mais

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pessoas eram contratadas. A gestão da empresa passou para as mãos de Antônio Dantas, outro filho de Seu Joaquim Santiago, que deu prosseguimento aos planos de expansão acompanhando o avanço dos tempos e abrindo uma segunda unidade na cidade de Mossoró. Além de produzir lentes oftálmicas de ponta, o Clean também atua no suporte de capacitação técnica para óticas. Atualmente 38 colaboradores integram a sua equipe dividida nas áreas administrativa, de produção e beneficiamento de lentes. As óticas atendidas pelo laboratório estão distribuídas pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Entre as tecnologias


Por dentro da mais alta tecnologia mundial que o Clean Laboratório Óptico em Caicó

Mr. Orange, da Essilor Solutions, é um dos equipamentos mais modernos do mundo.

Gerador Free Form: As lentes são trabalhas pra se chegar as curvas e as dioptrias desejadas.

Toro-flex: As lentes são polidas tirando qualquer imperfeição e completando o processo iniciado no gerador Free Form.

Laser: Equipamento de marcação das lentes.

Sala de produção

Atendimento e recepção de serviços via o site do laboratório

implementadas pela empresa, a fabricação de lentes digitais Freeform é a única no nosso estado, igualando em termos de produção, aos grandes laboratórios ópticos do país. Sobre os diferenciais de qualidade que o Clean conquistou nos últimos tempos, destaque para a plataforma de antirreflexo, as lentes progressivas Custom e a linha própria de lentes. “Além de permitir que tenhamos um nível superior na qualidade dos nossos produtos, conseguimos também otimizar a entrega, trazendo mais comodidade e rapidez aos nossos clientes. Inclusive o nosso maquinário de produção das lentes antirreflexo já está instalado no novo prédio do laboratório. Somos o primeiro do Rio Grande do Norte a dispor dessa tecnologia”, garante Alci Neto, filho de Antônio e neto de Seu Joaquim Santiago, que hoje também integra a direção da empresa. Em seus 42 anos de mercado, o Clean comprova que é possível crescer com raízes firmes e se manter conectado à mais alta tecnologia mundial. Em seu novo

prédio, todo maquinário do laboratório estará interligado com as melhores indústrias do mundo, espalhadas em pontos estratégicos do Brasil, Alemanha, Austrália e Canadá. Isso comprova o quanto os seridoenses são empreendedores antenados com o mundo a nossa volta. Caicó, portanto, está na rota da tecnologia de ponta do segmento óptico com tudo o que o Clean possui em sua estrutura, muito em parte disponibilizada pelos grupos estrangeiros Bühler e Satisloh. Recentemente, a equipe Clean passou por uma série de treinamentos especiais com profissionais vindos diretamente do exterior para capacitá-los. Em 2020 será oficialmente inaugurada a nova sede que compreenderá a maior estrutura física de um laboratório óptico da região Nordeste, através de 1.200m2 de área construída, dentro de um terreno de 4.400m2, especialmente projetado para receber todos os equipamentos e tecnologias mais recentes. Mais informações, acesse www.cleanlaboratorio.com.br ou ligue diretamente 84 3421.2402.

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Alguns integrantes da Orquestra Furiosa

AS ARTES CELEBRAM CAICÓ Veja quem está reinventando formas de se compreender arte em nossa cidade Por Fred Costa

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odos nós precisamos de arte. Não há como viver sem o mínimo de entretenimento. Existem certos conceitos difíceis da gente tentar resumir. Arte, por exemplo, é um deles. Talvez por ser tão infinita e envolver inúmeras possibilidades, nos falte palavras para caracterizá-la. De modo simples e prático, podemos entendê-la como qualquer atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada através de alguma linguagem como arquitetura, desenho, pintura, escultura, escrita, música, cinema ou teatro. Esses últimos três citados podem ser bem ilustrados

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em Caicó. A música vem ganhando uma nova força de expressão com a Orquestra Furiosa, o teatro passou a ter uma nova importância pelas mãos de Emanuel Andersom e o cinema teve fôlego renovado com as iniciativas do jornalista Raildon Lucena através do festival Curta Caicó. Navegando no contexto musical, um grupo de músicos nem bem podia imaginar que o forte som de seus instrumentos iriam ecoar com tamanha força, que eles teriam que trocar o nome da orquestra. “Há um bom tempo vínhamos pensando em formar uma orquestra para poder somar ao carnaval e outros projetos em Caicó e região.


CULTURA

Então, ao final de 2016, tiramos as ideias do plano teórico e decidimos partir para a prática. Começamos como ‘Banda de Música Recreio Caicoense’, em uma alusão à banda centenária, mas passamos a ser chamados de ‘Furiosa’ devido os nossos acordes serem ouvidos de longe. Desse modo passamos a ser oficialmente a ‘Orquestra Furiosa’”, relembra Bruno Santos, um dos líderes da banda. A orquestra, no decorrer do ano, através da Associação Cultural Amigos da Furiosa (ACAF), em parceria com outras instituições da cidade como as Aldeias SOS, desenvolve diversos projetos como a revitalização da filarmônica Hermann Gmeiner, onde são ministradas aulas de músicas para crianças e adolescentes e o projeto “Quintas com Música”, onde é levado concertos didáticos às pessoas diretamente nos bairros de Caicó ou distritos, como Palma e Lajinhas. Estima-se que essas iniciativas impactam diretamente mais de 2 mil crianças e adolescentes. Atualmente, o grupo é formado por 17 componentes segmentados entre as funções de músicos e diretoria. “Infelizmente não possuímos sede própria. Sempre que possível realizamos ensaios na sede da Banda de Música Recreio Caicoense ou na Casa de Cultura Popular de Caicó. A quantidade de ensaios por semana varia de acordo com o andamento do repertório e cronograma de atividades a serem executadas. Geralmente 3 meses

Bruno Santos, atual presidente da Furiosa.

antes do início do carnaval o número de ensaios tende a se intensificar”, garante Bruno. Nos períodos de pico no calendário festivo de Caicó como o carnaval, a orquestra integra o “Bloco da Furiosa” que propõe a fazer concertos carnavalescos diversificados, executando um repertório selecionado e bem elaborado, voltado para manutenção dos antigos carnavais e suas tradições. Sempre com um jeito estilizado pelo grupo. Além disso, visando inovar, a orquestra criou o “Frevo do Meio Dia”, evento que puxa os foliões em um

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O artista Emanuel Andersom

Fotos Brunno Martins

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CULTURA

horário alternativo e diferente do que era vivenciado por estes até pouco tempo. Sobre as novidades para 2020, Bruno resume otimista: “Iremos às ruas pelo quarto ano. Um trabalho árduo nos bastidores por parte da diretoria, que sempre consegue honrar com seus compromissos. Somos realistas o suficiente para enxergar e entender que depender somente de música para viver ainda é algo muito difícil. É uma profissão que, muitas vezes, não recebe o seu devido reconhecimento, mas um dia, quem sabe?”. Entrando no universo mágico que o teatro pode nos fazer perceber, chegamos até a figura de Emanuel Andersom, de 31 anos, artista popular que atua como artesão e bonequeiro na companhia “Será o Benedito”, bem como músico e ator na “Terapia Companhia Teatral”. O teatro de bonecos é uma arte bastante curiosa e que, apesar da simplicidade aparente, envolve uma complexa forma de ser produzida. “Conheci o teatro de bonecos através do falecido mestre Chico de Daniel no circo de luz. Depois, mais pra frente, com meu mestre e pai Ronaldo Batista de Sales, o famoso Magão, que incentivou e me ensinou a fazer os meus primeiros bonecos”, relembra. Para entender melhor em que consiste o teatro de bonecos, Emanuel faz uma comparação. “Costumo dizer que é uma ópera, aonde o público dá o ritmo aos manipuladores. Os bonecos são os artistas principais. Em meu trabalho levo essa ópera para as ruas nas mais diversas feiras e eventos espalhados por todo Nordeste e porque não dizer também do Brasil, afinal já viajei para mais de 170 cidades”, revela. O artista caicoense passa o dia todo criando. “Vivo inventando bonecos, brinquedos, santos e estátuas. Coloco um sonzinho e começo a criar. Hoje quase 70% da minha renda mensal é vinda desse meu trabalho”, admite. Emanuel ainda comenta que gostaria que as pessoas tivessem um olhar diferenciado para esse tipo de arte que desenvolve. “As pessoas não precisam ver a arte de rua como mendigagem e sim como um trabalho. Aprendi que para desbravar qualquer área, precisamos muito de ter coragem e, principalmente, aguentar e suportar as dificuldades. Gostaria de ser lembrado como

um desbravador da arte de rua do Seridó, alguém que enfrenta a arte e consegue, genuinamente como um artista, tirar dela o seu sustento”, declara. O jornalista Raildon Lucena trouxe para a sua realidade profissional, uma paixão que ocupava boa parte de suas horas de lazer: o cinema. Animado com as possibilidades que a comunicação trouxe para a sua vida, ele conta que ainda universitário teve contato com realizadores, assistiu mostras de filmes e participou de discussões relevantes sobre a área. “Na faculdade, eu tive o primeiro contato com cineastas paraibanos e minha pesquisa inicial de conclusão de curso girou em torno de um tema ligado ao cinema. Conclui o curso de Jornalismo e logo comecei a escrever sobre cinema e mantive coluna em blogs, jornais e revistas por muito tempo”, cita. Ao se dedicar a uma área de atuação, automaticamente, se conecta a uma rede de contatos que também curte aqueles temas. “O audiovisual permitiu que eu encontrasse várias pessoas que nutrem dessa mesma paixão. Não é um hobby. Eu encaro como uma forma de expressar opiniões e sentimentos. A linguagem do cinema é apaixonante e é incrível perceber a reação das pessoas diante de um filme. Eu sempre quis fazer algo nessa área, inclusive em momentos bem complicados da minha vida, eu me imaginava trabalhando com cinema e afins. Então não é algo que dê para descrever. Cinema é muito sensorial. Eu encontrei no audiovisual, a minha tribo”, afirma. Entre os momentos mais marcantes de suas participações na área, ele destaca: “O início de tudo foi uma oficina realizada pelo SESC Seridó com a cineasta Dênia Cruz. Eu e Jefferson Dutra participamos da oficina e ela nos incentivou a produzir um filme para inscrevê-lo no Festival Internacional de Baía Formosa. Assim fizemos e esse foi o primeiro de vários outros eventos do tipo que participamos pelo Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Conhecendo de perto, como cada festival desses era produzido e que pessoas estavam envolvidas, surgiu o desejo de desenvolver alguma atividade audiovisual no Seridó”. Na cabeça mirabolante do jornalista começaram

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Raildon Lucena e Jefferson Dutra compartilhando conhecimentos com alunos da EECCAM

a brotar ideias e assim, o “Curta Caicó” foi ganhando forma. “O ‘Curta Caicó’ é um evento que proporciona a democratização do audiovisual na nossa região. Realizamos mostras de filmes nacionais, oficinas de cinema, debates e premiações. Trazemos a galera do cinema para conhecer a nossa região e fazer aquela interação com os realizadores do Seridó. O ‘Curta Caicó’ colocou a nossa cidade no mapa do audiovisual do Brasil. Inclusive, em duas edições já recebemos inscrições de 950 filmes. O que já coloca o festival num patamar bem interessante do ponto de vista nacional”, assegura. O festival que chegou a sua segunda edição em Junho de 2019 ganhou uma proporção bem maior se comparada à primeira. Um salto significativo não somente de público, como também nas dinâmicas, filmes e profissionais envolvidos. “Na primeira edição o público ainda estava entendendo o que era um festival de cinema. O segundo meio que já consolidou a proposta. Já recebemos cineastas do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. O Canal Futura participou esse ano. Além do mais temos a participação de artesãos, artistas plásticos, artistas de teatro, músicos, cordelistas e orquestras da região. O festival é de cinema, 32

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porém quanto mais modalidades artísticas envolvidas, o evento só faz crescer. Acho legal a reação do público quando eles têm esse primeiro contato com a linguagem do curta-metragem. São filmes que trazem uma linguagem inovadora e que despertam reflexões e questionamentos”, ressalta. Para 2020 já podemos esperar a 3ª edição do “Curta Caicó”. “Vamos buscar mais apoios para realizar um evento ainda maior. As duas primeiras edições foram feitas na raça. Espero que essa próxima edição aconteça de forma mais tranquila”, torce. A grandiosidade de conseguir realizar algo que tanto se ama e ver as proporções que isso pode tomar faz com que Raildon se realize em todos os aspectos. “Além do festival, eu e Jefferson hoje estamos compartilhando nossos conhecimentos com alunos da EECCAM, a partir de um convênio que fizemos com o IFRN Caicó. É muito massa despertar nessa juventude como o audiovisual é apaixonante e como pode ser uma fonte de renda para essa galera”, certifica. Diante do futuro promissor que enxerga na área de cinema em Caicó, ele finaliza projetando: “Eu acredito que futuramente o Seridó pode vir a se tornar um polo de produção audiovisual, onde as pessoas possam contar suas próprias narrativas. Meus sonhos cinéfilos vão nessa toada”.


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A empresária Priscila Soares

Cliente degustando café da manhã

Equipe Priscila Bronze

Priscila Bronze em ação com uma cliente

A MARQUINHA PERFEITA Como Priscila Bronze conquistou a liderança de mercado no segmento bronzeamento natural em Caicó Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

riscila Soares, desde muito nova, começou a trabalhar no segmento de beleza atuando em salões e espaços de estética corporal e facial. Como extensão das suas atividades, mais recentemente, ela decidiu empreender em uma área promissora: a de bronzeamento natural. “Eu notei que estava na moda, o bronzeamento com fita, que além de deixar a marquinha mais perfeita no corpo da mulher, também era algo saudável, pois depende basicamente da energia solar para acontecer. Foi então que decidi investir em um espaço bacana para receber minhas clientes”, relata a empresária. Priscila já atuava na área como Personal Bronze há mais de 3 anos, mas o sonhado e detalhadamente pensado “Espaço Priscila Bronze”, só foi inaugurado há 1 ano, como sendo um local idealizado para que as mulheres saiam confiantes, com a auto estima renovada e que voltem sempre querendo mais. O Espaço Priscila Bronze oferece um ambiente feminino, divertido e sem preconceitos. Todas que fazem os seus bronzes se tornam amigas ao final das sessões.

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Aos finais de semana a capacidade máxima do ambiente é de até 20 mulheres em suas dependências ao mesmo tempo. “Meu objetivo também é fazer com que as clientes se sintam em casa ao frequentar a nossa área de convivência para ganhar o bronze dos sonhos, enquanto se diverte e relaxa. Quem não se conhece, faz amizade e tudo acontece de forma muito descontraída”, conta. Para as clientes que nunca fizeram esse tipo de bronzeamento em fita, o ideal é investir em, no mínimo, três sessões. “Na primeira desenha, na segunda corrige e na terceira define a marquinha no corpo. O meu diferencial é o atendimento e a qualidade com que prestamos nossos serviços às mulheres, não fazendo apenas bronze, mas levantando a auto estima e o poder dessas mulheres maravilhosas com o bronze perfeito.” resume. Atualmente o espaço é 100% feminino, mas no futuro, Priscila pretende abrir pacotes específicos pro público masculino, uma vez que alguns homens já se mostraram interessados. Para mais informações e agendamentos, ligue 84 99828.3084 e siga @priscilabronzecaico no instagram.


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Parte da Equipe ClinFisio: Érija Rakinelly, Andresa Soares, Mayara Viviane, Eliziária Medeiros e Edjane Medeiros.

Gysele Duarte

O MELHOR PARA VOCÊ ClinFisio completa 10 anos em Caicó oferecendo serviços avançados em saúde e beleza Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

correria do dia a dia não pode ser desculpa para deixar de lado os cuidados que devemos manter conosco. Por essa razão, a ClinFisio oferece os serviços avançados em bem estar e qualidade de vida, valorizando a saúde e a beleza como pontos de partida de vários tratamentos. Entre as áreas contempladas: Fisioterapia Dermato Funcional com Andresa Soares; Estética com Edjane Medeiros, Mayara Viviane e Eliziária Medeiros; Podologia com Érija Rakinelly; Nutrição com Gysele Duarte; e Nutrologia, especialidade médica com o Dr. Alexander Gomes. “O nosso diferencial é o acolhimento e a humanização dos nossos serviços. Atuamos com atendimentos individualizados sempre pensando na dedicação máxima que podemos ter com cada paciente”, relata Andresa Soares, idealizadora e gestora da clínica. Um dos destaques que a ClinFisio é referência diz respeito aos atendimentos pós operatórios. “Atendemos pessoas não somente de Caicó, mas como de toda região. 36

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A depender da cirurgia, organizamos todo um cronograma exclusivo para aquele paciente”, ressalta Andresa. A clínica que foi pioneira em trabalhar com aparelhos de alta tecnologia como criolipólise, ondas de choque, criofrequência, laser de diodo e plasma continua mantendo seu maquinário atualizado e seus profissionais antenados com cursos e estudos constantes. Diante dos serviços mais procurados como pós operatórios, depilações a laser e tratamentos para redução de gorduras localizadas, a equipe ClinFisio orienta aos que estiverem interessados em seus serviços, uma avaliação é fundamental. “Para que possamos indicar e traçar melhor um protocolo, a gente tem que analisar as necessidades individuais de cada paciente”, afirma a fisioterapeuta. A ClinFisio está localizada na Avenida Celso Dantas, 715, no Centro de Caicó. Mais informações via WhatsApp 84 99993.7616. Siga também @clinfisiocaico no instagram.


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CARTAS PARA O FUTURO

próxima década está chegando e com ela, grandes transformações prometem agitar as nossas vidas. Como forma de traçar objetivos e estabelecer metas, convidamos quatro adolescentes caicoenses para escrever uma carta para eles mesmos com destino em um futuro próximo. O que cada um imagina pra si, você confere nas próximas páginas.

Quem eu quero ser? Meu nome é Anderson Figueirêdo e pretendo chegar aonde eu quero. Daqui há 10 anos, quero ter o meu realizado o meu sonho, ou seja, estar atuando como médico, cuidando dos meus pacientes com humanidade e responsabilidade. Quero continuar sendo alguém que lembre de ser grato a todos que, de alguma forma, ajudaram-me a ser quem sou hoje. Um homem que está sempre disposto a mudar e, com isso, evoluir, buscando sempre aprender mais com todos e com os meus próprios erros. Quem eu quero ser? Alguém melhor que hoje. Anderson Figueirêdo, aluno do 3º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Professor Antônio Aladim de Araújo em Caicó/RN.

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Quais são as minhas expectativas para o futuro? Ser jovem, independentemente da cor, gênero ou classe social, é ter sonhos. Cada um de nós possui perspectivas sobre o nosso futuro e é isso que move o mundo. Eu me chamo Isadora e estou no último ano do Ensino Médio de uma escola pública do interior do Rio Grande do Norte e, apesar de todas as dificuldades que jovens como eu presenciam todos os dias, possuo o elemento mais importante: a perseverança. Se esta mesma pergunta for feita para a maioria das pessoas, essas responderão que suas perspectivas para o futuro são possuir dinheiro, mas eis a minha resposta: viajar, para conhecer o mundo sob todos os olhares, aprender um pouco sobre tudo que há de belo nele e, principalmente, com o que as pessoas têm para ensinar. Espero, honestamente, que, em alguns anos, eu já tenha finalizado a universidade e possa estar em um trabalho que me permita mudar a vida das pessoas, porque a minha filosofia é formada a partir do que Gandhi uma vez disse: “Seja a mudança que deseja ver no mundo”. Com amor, Isadora Varela. Isadora Varela, aluna do 3º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim (EECCAM), em Caicó/RN. Ao seu lado, Julian Bloechle, natural da Alemanha, que está fazendo intercâmbio como voluntário ensinando a tocar piano e inglês.

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Querida Ysla 2029, desde pequena, sempre possuiu uma certa paixão por números, cálculos e qualquer coisa que envolvesse lógica matemática. Um dos cursos que você pensou, quando mais nova, foi Engenharia Elétrica. A dúvida sempre esteve presente, mas a fascinação por Engenharia persistiu. Pensando nisso, espero que tenha conseguido cursar e exercer tal profissão, pois, além de fazer o que gosta, pode ajudar outras pessoas e viver economicamente bem. Além da carreira profissional, desde que aqueles a sua volta estejam saudavelmente bem, inclusive você. Até quem sabe com mais de um membro a caminho e um parceiro ao lado, capaz de contribuir com a sua felicidade. Como pessoa humana, espero que a sua compaixão e o seu afeto pelo próximo tenham crescido e que a sua humildade e paciência com os demais continuem sendo uma das suas principais características. Um forte abraço de uma amiga não tão distante, Ysla 2019. Ysla Peixoto, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental, do Educandário Santa Teresinha em Caicó/RN.

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Carta para o futuro Venho por meio dessa carta contar meus sonhos para o futuro e os motivos pelos quais me esforço todos os dias. Bem, para o futuro, eu desejo me ver adentrando na faculdade de Medicina, coisa que almejo todos os dias e tenho como base de motivação a minha família, a qual se faz presente na minha formação social e estudantil. Além disso, também me vejo contribuindo com o pagamento referente as três bolsas de estudos do CDS, concedidas pela Associação dos Ex-Alunos, já que, no exato momento que estou escrevendo essa carta, também faço parte desses três jovens, os quais se beneficiam com o fato de poderem estudar nessa instituição de destaque. Além do mais, pretendo ajudar a minha família, pois ela sempre me apoia, fornecendo um amor incondicional. Aliás, em especial, quero ajudar meus pais, visto que eles nunca mediram esforços para investirem nos meus estudos. Portanto, isso é o que eu pretendo realizar daqui a alguns anos. Thales Ronieri, aluno do 1º ano do Ensino Médio, do Colégio Diocesano Seridoense, em Caicó/RN.

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Genilda, Rosário, Adelita e Helena

A HORA DA VIRADA Elas resolveram empreender e estão conquistando o próprio espaço com muito esforço e talento em Caicó Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

vida não é fácil pra todo mundo. É preciso esforço e talento para identificar oportunidades e aproveitá-las para conquistar o próprio espaço. A tendência para os próximos anos é que o empreendedorismo cresça ainda mais. Por essa razão, o Fórum de Mulheres de Economia Solidária do Seridó é um espaço de articulação e diálogo entre diversas organizações que envolvem mulheres da nossa região. “O objetivo é promover a autonomia econômica delas na perspectiva da economia solidária como estratégia de desenvolvimento”, aponta Fabiana Silva, técnica da Cáritas. 48

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Como participantes do fórum estão empreendimentos informais de mulheres que pertencem à comunidades com algum grau de vulnerabilidade, que não tenham acesso à renda ou que estão excluídas do mercado do trabalho por algum motivo. Esses grupos recebem formação e acompanhamento da Cáritas Diocesana de Caicó, através de um projeto social financiado pela Misereor, entidade da Igreja da Alemanha. Além de ser apoiado por diversos parceiros locais como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, FETARN, UERN, IFRN Caicó, entre outros. Para representar essa demanda crescente de


CAPA

Tive a ideia de formar um grupo de mulheres em nosso bairro para produzirmos juntas

mulheres envolvidas nesses projetos, convidamos quatro representantes que atuam em empreendimentos solidários distintos. Dona Adelita, do bairro Frei Damião, desenvolve sabões dos mais diversos tipos com alta qualidade; Helena, do grupo Flor de Cactos, do bairro João Paulo XXIII, fabrica lindos artesanatos; Genilda, do Núcleo de Mulheres, do perímetro irrigado do Sabugi, produz deliciosos biscoitos, raivinhas e bolachas de leite; e Rosário, do bairro Nova Caicó, se descobriu uma doceira de mão cheia. Quatro histórias, quatro mulheres e um único sentido pra vida: crescer. As tardes de quinta-feira de Dona Adelita Ramos de Souza, de 49 anos, são reservadas para um encontro com outras moradoras do seu mesmo bairro, o Frei Damião. Em um espaço cedido gentilmente por Dona Maria, uma das 8 integrantes do grupo, elas produzem, em conjunto, sabões dos mais variados tipos. “Eu conheci a Cáritas através da Associação dos Catadores de Material Reciclável, em 2017. Eu era catadora e eles em parceria com a IFRN fizeram uma oficina de como aprender a fabricar sabão em barra. Gostei e fiquei tentando produzir em casa. Perdi várias vezes os materiais, mas até que chegou uma hora que consegui acertar o ponto e aprendi”, realizada nos conta. Ao passo em que foi conseguindo produzir com domínio, Dona Adelita resolveu estender os ensinamentos que havia aprendido. “Eu comecei a ganhar um dinheiro bem bom e aí tive a ideia de formar um grupo de mulheres, aqui mesmo em nosso bairro, para produzirmos juntas. Hoje em dia eu vivo de pesquisar na internet, tudo que é relacionado à química, porque tem a

Adelita Ramos

ver com a área e assim aprendo mais”, relata. Em um futuro próximo, a intenção do grupo é virar uma associação. “Hoje em dia, eu já sei fazer o sabão líquido, o detergente, o em pó, a pasta de brilho, o polidor de alumínio e o polidor de cerâmica. Posso dizer que consigo montar uma saboeria completa, porque faço todos os produtos de limpeza, assim no geral”, orgulhosa diz. A marca que intitula os produtos se chama “Essência do Seridó” que segue em produção com toda linha de limpeza mencionada anteriormente, mas tendo o sabão em barra como o carro chefe. A Cáritas se encarrega de vender parte dos produtos em eventos que participa em Caicó e outras cidades da região. As mulheres participantes do grupo também são estimuladas a desenvolverem uma rede própria de clientes para aumentar o poder de extensão da marca. “Também vendemos de porta em porta. Cada uma aqui já tem os seus clientes fixos. Cada barra de 500g custa apenas R$ 3,00”, anuncia. Os materiais responsáveis pela fabricação dos produtos são doados. “A gente recebe doação de resto de óleo de cozinha, uma parte de solda também. Tudo o que tem aqui foi doado. Sem contar que é um favor que fazemos ao meio ambiente. Porque no momento que a gente arrecada o óleo nas cozinhas do povo, eles não despejam na pia ou jogam de qualquer forma no lixo. Então, essa parte da reciclagem dos materiais é muito importante, como os tubos de plásticos que recebemos, pois aproveitamos também na produção. Todas essas noções e cuidados a gente aprende

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Diante dos compromissos do grupo, fomos uma vez a Brasília. Quando fui, eu vi um mundo tão amplo, que mais parecia que eu tinha criado asas. Eu cresci demais. Passei só um dia, mas como você vai vendo coisa nova e trocando ideias, tudo isso vai ficando na sua cabeça. Eu despertei pra muita coisa.

Helena Santos

nas oficinas que nos dão”, explica. Ao passo que os produtos são comercializados, de posse do dinheiro arrecadado, as contas vão sendo pagas e o lucro dividido pelas integrantes. “Os clientes sempre encomendam mais. Mesmo assim, pra divulgar ainda mais, eu fiz uma página no facebook chamada ‘As Guerreiras do Frei Damião’ para mostrar os nossos produtos”, garante. Especificamente para Dona Adelita, o trabalho não para um só dia. “Eu produzo todos os dias, porque hoje em dia, eu tenho muito cliente, como o povo da zona rural, eles vem vender leite e já passam lá em casa pra comprar o sabão. A renda que estou tendo com isso tá ótima, não dá pra dizer que é muito dinheiro, pelo menos dá pra pagar muita coisa, como pagar minha internet todo mês é garantido”, conta. Diante dos frutos colhidos, ela imagina um futuro promissor. “Hoje está todo mundo feliz. Antes era uma ideia somente da minha cabeça, porque minhas amigas não acreditavam, mas agora elas percebem o que estamos conseguindo conquistar. “Eu acho que tudo isso que a gente tá fazendo vai ser tão bonito ainda, eu vejo a gente num prédio com uma sede e um maquinário que a gente precise, vai ter tudo ainda. Por enquanto é manual, mas já já teremos de tudo. Eu imagino uma empresa enorme, uma saboeria grande e bonita, com bastante gente trabalhando e ganhando dinheiro. Uma marca espalhada no Brasil todo. Eu quero é ir bem longe mesmo e garantir um produto, trabalhado com muito amor, qualidade e bom preço. O segredo é acreditar, ter fé, persistência, paciência e muita garra na luta. Não é fácil, mas também não é impossível”, ressalta. Para Maria Helena Santos Silva, de 62 anos, a virada se deu após se ver sozinha em casa, com os filhos crescidos e independentes. “Sou casada há 46 anos. Meu

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marido, apesar de ser militar aposentado, nunca parou de trabalhar. Ele faz vários serviços que envolvem metalurgia. Daí ele garante uma renda extra e eu percebi que estava na hora de ter a minha também”, relembra. Desde 2003, Helena se envolveu no grupo de mulheres Flor de Cactos, localizado no bairro João XXIII, que hoje possui 11 membros. “Apesar de ser dona de casa, eu sempre gostei de trabalhar para ter o meu dinheirinho, por isso que costurava pra fora e fazia produtos de cama, mesa e banho para vender. Surgiu então, a oportunidade de entrar nesse grupo, fiz a inscrição e até hoje estou aqui. A gente aprende bastante. A Cáritas nunca nos desamparou. Estamos aprendendo a caminhar sozinhos”, complementa. Os produtos desenvolvidos pelo grupo vão desde bolsas, panos de prato, conjunto de banheiro e cozinha até capas para gela águas. “As mulheres são 1001 utilidades. Eu vejo hoje em dia esse movimento das mulheres conquistarem a sua independência financeira como algo muito bom. É algo que evoluiu, né?! Quando eu cheguei aqui, eu era bem ‘atrasadinha’, tinha medo de falar, mesmo assim, gostava de ouvir e desse ouvir, é que eu fui me desenvolvendo, criando uma autonomia própria, porque apesar de estar no grupo de mulheres, mas fora daqui, cada uma tem uma vida, se elas quiserem praticar em casa, fazer mais produção, também pode. Eu graças a Deus, melhorei muito. Na minha época, a gente tinha que parar de estudar pra cuidar da casa, do marido e dos filhos, mas aí agora tudo mudou. Hoje em dia eu já tenho meus netos e quero também ajudar a eles a terem um futuro melhor”, reforça. Empolgada com tudo que está aprendendo, Helena resolveu voltar a estudar e esse ano fez o ENEM. “Às vezes a gente quer conversar mais alguma coisa e não sabe, então estudando é melhor, né?! Esse ano resolvi fazer o ENEM,


ainda nem soube o resultado, porque fazia muito tempo que não via Química, Física e Matemática. Umas coisas eu nem estudei, porque na época não tinha tempo. Eu fiz na perspectiva de melhorar. Eu gosto muito de estudar, eu não quero ficar parada numa coisa só não, eu faço aqui e já pensando na frente”, certifica. Outro ponto que ela destaca em sua vivência no grupo é o fato dele permitir que viagens acontecem no intuito de fazer os membros aprendem ainda mais. “Diante dos compromissos do grupo, já fomos à Natal na universidade e também uma vez à Brasília que lá, quando fui, eu vi um mundo tão amplo, que mais parecia que eu tinha criado asas. Eu cresci demais. Passei só um dia, mas como você vai vendo coisa nova e trocando ideias, tudo isso vai ficando na sua cabeça. Eu despertei pra muita coisa. Hoje em dia meu marido e meus filhos me apoiam demais”, declara. Com Genilda Cirne de Morais, de 49 anos, do perímetro irrigado do Sabugi, o dom de família foi aprimorado com a ajuda da Cáritas. “Sempre fui dona de casa, aí comecei a trabalhar por conta própria no grupo de mulheres fabricando meus biscoitos, raivinhas e bolachas de leites. Aprendi a cozinhar com minha avó. Tudo que produzo, a receita vem de família”, assegura. Nesse grupo direcionado à culinária existem 16 mulheres. “Cada uma faz uma coisa diferente que se complementa. Os nossos ingredientes, todos eles vem da agricultura familiar da região. É bom porque já incentiva a produção e a venda de outros colegas que estão vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caicó”, admite. As vendas de Genilda ocorrem, em boa parte, na

feira livre de Caicó, através da parceria estabelecida com três barracas certas. Além disso, existem os eventos que as Cáritas participam e que estabelecem ótimas vendas. “Hoje em dia, de manhã eu trabalho no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e de tarde pra mim mesma. Moro no bairro Walfredo Gurgel, mas fabrico minhas coisas no Sabugi. Eu sou uma pessoa realizada. O meu ex-esposo não deixava trabalhar. Ele queria que eu ficasse somente em casa. Eu não tinha minha liberdade, nem meu dinheirinho, então hoje em dia me vê conquistando tudo isso é muito gratificante”, assume. As cozinhas das mulheres envolvidas no grupo são todas organizadas e com seus devidos alvarás em dia. Visitas regulares do órgão de vigilância sanitária também são mantidas. O nome da marca delas se chama “Produtos do Seridó”. “Eu sou só felicidade e satisfação. Se eu não fosse persistente, eu já teria desistido, como meu irmão que, no início, éramos nós dois. Ele saiu e eu fiquei. Hoje eu trabalho com minha irmã e uma vizinha que me ajuda. Faço de tudo, desde a separação do material, passando pela produção na massa e as vendas. Estou muito feliz, graças a Deus”, sorridente, nos diz. A luta de Maria do Rosário Pereira, de 41 anos, do bairro Noiva Caicó também é grande. Quando conseguiu aos 35 anos se formar em Pedagogia e ingressar na área como professora, teve que pedir afastamento das suas atividades para cuidar do marido que começara a enfrentar uma batalha contra o câncer de laringe, proveniente de 40 anos que fumava. “Lutamos ainda por 2 anos, mas infelizmente ele faleceu. Nesse meio tempo, eu fazia artesanato e depois descobri na produção, uma nova vocação”, relata. Um mês

O meu ex-esposo não deixava trabalhar. Ele queria que eu ficasse somente em casa. Eu não tinha minha liberdade, nem meu dinheirinho, então hoje em dia me vê conquistando tudo isso é muito gratificante

Genilda Cirne

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Não importa a classe social ou bairro que se mora. Tem que entender que pode sonhar e é capaz de vencer.

Rosário Pereira

depois da perda, a única filha do casal que estava grávida teve filho. Em seguida, a jovem mãe desenvolveu um quadro de depressão pós-parto e Rosário encarou essa nova luta como também sua. “Depois de um ano que meu netinho completou, quem ficou doente fui eu. Entrei em colapso por uns dias. Fiquei sem andar e sem falar. Desenvolvi pneumonia emocional. Fiquei 15 dias internadas no Hospital Regional, porém com 3 meses, consegui me recuperar e voltar ao normal”, lembra. Na busca por novos horizontes em sua vida, Rosário foi surpreendida com o convite da Cáritas para entrar no Fórum de Mulheres. “O convite chegou porque eles sabiam dos meus dons no artesanato, mais especificamente no crochê. Só que em alguns intervalos, eu comecei a investir na área de doces. Porque os produtos em crochê tem uma duração de vida muito grande e como eu precisava renovar as vendas, de forma rápida, pensei em fazer algo de comida. Então, fiz o teste com o doce de mamão com coco e todo mundo elogiou”, conta. Aos poucos, Rosário foi se vendo muito mais íntima dos doces do que poderia imaginar. “Fui vendo que minha missão era fazer doces, porque eles começaram a ser muito rapidamente vendidos. Até que chegou a hora deu participar de um festival de doces. A gente tem que arriscar e resolvi participar. Ganhei o 2º lugar de melhor doce de leite do Seridó. O prêmio não é meu, é do grupo, graças a Caritas, ao fórum, de descobrir a gente e empenhar a gente, porque estávamos em casa, escondidas, mesmo tendo capacidade de desenvolver e de repassar o que temos, mas eu, por exemplo, me isolei do mundo, diante de tudo o que tinha passado na minha vida. Então, eles vão lá e mostram as oportunidades. É um resgate”, afirma.

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Atualmente, Rosário é a chefe da família composta por sua filha e seu neto, ambos dependentes financeiramente dela. “Toda renda que possuo é vinda dos doces e dos artesanatos que ainda faço. Eu moro numa comunidade muito carente. Quando tem uma feira, chamo alguém da vizinhança pra me ajudar. Daí eu vejo que aquela pessoa sai feliz da vida porque tá ali produzindo, se sentindo útil, ganhando um dinheirinho, mesmo que seja descascando um mamão ou raspando um coco. O sorriso de felicidade de saber que está fazendo algo bom, isso contagia. Não é somente o poder de ganhar o dinheiro, é da gente sentir que alguém comprou porque gostou”, feliz nos conta. A linha de produção de doces aumentou recentemente. Hoje estão disponíveis em cinco sabores: leite puro, leite com coco, leite com castanha, mamão sem coco e mamão com coco. “Faço vendas diretamente no zap zap e coloco no facebook e instagram também. Jogo uma foto e as pessoas vão comentando. Ofereço muito também. Ainda não tenho CNPJ, mas já tenho um rótulo bem bonitinho”, cita. Em uma rápida análise do futuro, Rosário acredita que perceber o seu talento é fundamental. “Não importa a classe social ou bairro que se mora. Entender que pode sonhar e é capaz de vencer. Nada cai de bandeja, mas a gente tem que insistir, mesmo levando nãos, porque alguém um dia vai abrir a porta e dar a oportunidade que a gente necessita. Hoje, o nosso grupo tem uma faixa de 20 mulheres. Todas da Nova Caicó. Eu só peço a Deus saúde para ter a oportunidade de repassar pra frente, o que hoje eu sei. Eu me sinto uma mulher realizada é quando posso ajudar alguém de alguma maneira. Tem que também ter a humildade de repassar”, conclui.


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LAÇOS DE UMA VIDA Como o Educandário Santa Teresinha e a Faculdade Católica conseguem atravessar gerações promovendo educação de qualidade no Seridó Por Fred Costa

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educador Paulo Freire, certa vez, citou: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua a própria produção ou construção”. Nesse contexto, duas instituições de ensino conjugam dos mesmos valores no Seridó: o Educandário Santa Teresinha e a Faculdade Católica. A primeira, prestes a completar 95 anos, entrará 2020 com uma série de novidades e comemorações. A Faculdade Católica Santa Teresinha, por sua vez, também terá um calendário especial para evidenciar os seus 16 anos e a chegada do curso de Direito em sua cartela de graduações. “É um desafio comandar duas instituições desse porte, mas contamos com equipes altamente capacitadas e um sistema de ensino que nos garante todo o suporte necessário para continuarmos a ter a qualidade que nos fez reconhecidos no Seridó”, afirma Irmã Marli, atual diretora. Em busca de compreender o fascínio que o Educandário Santa Teresinha possui no imaginário afetivo do seridoense, convidamos uma família que, ao longo de três gerações, continuam acreditando na 54

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força do ensino e na base religiosa da instituição. “Eu e minhas duas irmãs estudamos lá. Naquela época existiam bolsas de estudos, oferecidas por políticos, e eu fui aluna bolsista. Isso muito me orgulha porque me fez sentir o quanto Deus me ama e o quanto ele cuidou de mim. Mesmo meus pais pobres, mas conseguiram essa bolsa de estudos e eu tive a alegria e a satisfação de ser aluna do Santa. Na minha época, a gente estudava só até a 4ª série, ainda do tempo que se falava ‘ginasial’, uma coisa bem antiga”, em clima saudosista recorda a farmacêutica bioquímica Valdete Vale. Na tentativa de proporcionar aos filhos o mesmo sistema de ensino e valores que recebeu, Valdete ressalta: “Por ter tido essa oportunidade, de estudar no Santa, eu quis também oferecer isso aos meus filhos: Karliane, Karlian e Karlison. Os três também foram alunos do Santa. Procurei o melhor para eles. Agradeço muito ao Santa por ter acolhido os meus filhos e ter dado a eles todo o desenvolver de sua vida estudantil, profissional e religiosa. Obrigada meu Deus, porque cada um venceu dentro daquilo que desejava. Isso me faz muito feliz”.


Por ter tido essa oportunidade, de estudar no Santa, eu quis também oferecer isso aos meus filhos: Karliane, Karlian e Karlison. Os três também foram alunos do Santa. Procurei o melhor para eles. Agradeço muito ao Santa por ter acolhido os meus filhos e ter dado a eles todo o desenvolver de sua vida estudantil, profissional e religiosa. Obrigada meu Deus, porque cada um venceu dentro daquilo que desejava. Isso me faz muito feliz Valdete Vale, ex-aluna do Educandário Santa Teresinha.

Valdete Vale com a filha Karliane e as duas netas Ana Karina e Ana Karla.

Na sequência dos fatos, a filha Karliane relata sobre a sua experiência: “Seguindo a tradição de minha família, estudei no Santa Teresinha. Eu e meus dois irmãos. Hoje, minhas duas filhas também, além dos sobrinhos. Eu estudei do maternal até o ensino fundamental II que era até onde se tinha na minha época”. Sobre os motivos que levaram Karliane a dar continuidade à tradição familiar de estudar no Educandário, ela releva: “Na minha vida, o EST é como uma família para uma criança. Lá eu aprendi a fazer os primeiros traços no papel, a ler, a escrever as primeiras

palavras e fazer os cálculos que são tão úteis na minha vida profissional de hoje. Então, além de toda uma formação estudantil, também posso dizer que recebi uma formação humano-religiosa que me ensinou a seguir a minha vida e me deu base para superar dificuldades com fé em Deus. Eu escolhi o Santa para minhas filhas para que elas tivessem a mesma experiência que eu”. Atualmente, o Educandário Santa Teresinha promove o ensino na educação infantil, fundamental (anos iniciais e finais) e ensino médio, iniciando do nível I. A vida colegial é uma preparação para o

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Hoje o Educandário e a Faculdade caminham na mesma direção. Tanto que no curso de Ciências Contábeis, a gente consegue estabelecer bases maiores que ultrapassam as noções profissionais e criam vínculos afetivos entre os professores e alunos

Salmo Batista, coordenador do curso de Ciências Contábeis.

ensino superior. Nessa transição de fases, a Faculdade Católica Santa Teresinha vem adquirindo, a cada ano, mais notoriedade, possibilitando cursos de graduação em Administração, Ciências Contábeis, Serviço Social e, mais recentemente, em Direito. O mesmo sistema de valores impregnado no Educandário também é estimulado na Faculdade Católica. Prova disso é o vínculo afetivo que move os profissionais que dela fazem parte. O coordenador do curso de Ciências Contábeis e também professor, Salmo Batista, avalia: “Como pai, escolhi o Santa para minha filha estudar. Vejo com muito entusiasmo essa possibilidade de transição que o ensino colegial pode fazer com o superior. Até alguns anos não tínhamos essa possibilidade tão bem relacionada no Seridó. Hoje o Educandário e a Faculdade caminham na mesma direção. Tanto que no curso de Ciências Contábeis, a gente consegue estabelecer bases maiores que ultrapassam as noções profissionais e criam vínculos afetivos entre os professores e alunos”. Para o professor Alex Dantas que leciona

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Salmo Batista

matérias nos cursos de Ciências Contábeis da instituição, uma memória se faz presente. “Minha bisavó, avó, mãe e esposa passaram pelo Educandário Santa Teresinha. Atualmente minhas duas filhas estudam lá. Isso muito me orgulha porque vejo que é algo que aproxima o ensino educacional de excelência e uma boa base religiosa com a família. Em nenhuma outra instituição de ensino em nosso município há essa sincronia tão bem estabelecida de valores, quanto podemos ter no Santa”, ressalta. A força que um curso superior rende a uma carreira é algo inquestionável. Sobre esse reforço, o professor Alex ainda cita: “A Faculdade Católica completou 15 anos recentemente, contudo não se trata de uma instituição educacional que simplesmente debutou, mas, sobretudo, se consolidou. Todos os semestres são inúmeros profissionais que reforçam o mercado de trabalho em nossa região e fazem a sociedade prosperar”. Aos que desejam dar prosseguimento ao ciclo de atualizações, a Faculdade Católica Santa Teresinha possui um variado leque de cursos


Minha bisavó, avó, mãe e esposa passaram pelo Educandário Santa Teresinha. Atualmente, minhas duas filhas estudam lá. Isso muito me orgulha porque vejo que é algo que aproxima o ensino educacional de excelência e uma boa base religiosa com a família. Em nenhuma outra instituição de ensino em nosso município há essa sincronia tão bem estabelecida de valores, quanto podemos ter aqui.

Alex Dantas, professor.

O professor Alex Dantas e suas filhas, Alexia e Giordana.

em pós graduação, tais como: MBA em Gestão Estratégica de Ensino, Gestão Pública, Gestão Empresarial, Gestão de Pessoas, Gestão Contábil com Ênfase em Auditoria e Perícia e Serviço Social e Políticas Públicas. De todo modo, fica claro a

importância que uma educação de qualidade tem na vida de uma pessoa, ainda mais quando essa formação é norteada por valores firmes e corretos, a tendência é de crescimento contínuo.

Mais informações Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN EST – 84 3421.1421 Instagram @ed.santateresinha Facebook @estcaico Site estcaico.com.br FCST – 84 3417.2316 Instagram @faculdadecatolicast Site fcst.edu.br

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O FENÔMENO Dra. Stéphany Larissa Depois de consolidar-se na área de Harmonização Orofacial no RN, Dra. Stéphany Larissa conquista novos horizontes no Ceará e Rio de Janeiro. Por Fred Costa

Fotos Dyego Leandro

Dra. Stéphany em seu consultório em Caicó

Ao se formar em Odontologia e conhecer a área de Harmonização Orofacial, a Dra. Stéphany Larissa não teve dúvidas que havia encontrado a sua paixão e vocação na vida profissional. “Lembro como se fosse hoje. Há dois anos e meio fiz o meu primeiro curso no segmento e me senti realizada não somente com as técnicas, mas principalmente pelo sorriso de satisfação que os pacientes ganhavam ao perceber que aquele procedimento significou a realização do seu sonho”, ressalta. De lá pra cá, ela não parou e a sua carreira estabeleceu

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uma frequência de crescimentos consideráveis que foram refletidos em sua agenda de atendimentos ampliados nos últimos meses para além do Rio Grande do Norte. “Passei a atender também no Ceará e no Rio de Janeiro. Meu trabalho conquistou uma dimensão que eu não esperava que fosse ganhar em tão pouco tempo”, afirma. Os créditos a esse salto, Dra. Stéphany acredita se tratar de uma mistura entre a qualidade dos seus produtos e serviços, o modo como gerencia as suas redes sociais e os constantes cursos que participa Brasil afora. “É muito


importante se manter conectado com o tudo que há de novidade. Durante as viagens de trabalho, acaba que faço muitos contatos que rendem parcerias incríveis como a que tenho com Dr. Bittencourt, um dos maiores nomes da nossa área”, certifica. Nessa dinâmica de administrar a sua concorrida agenda em três estados brasileiros, Dra. Stéphany conta orgulhosa que passou a cuidar também de digitais influencers e cantores populares. “Eu fico tão feliz quando a gente abre a agenda no início de cada mês, organiza as datas das cidades que estarei atendendo e, em alguns dias, os dias vão sendo lotados. É muita responsabilidade, mas ao mesmo tempo vejo como fruto da minha dedicação de anos de estudos e, mais recentemente, de tantas especializações que faço”, admite. A lista de procedimentos que são possíveis de serem realizados por suas mágicas mãos são variados, vão desde os preenchimentos de olheiras, bigode chinês, lábios, contorno das mandíbulas, rinomodelação, contorno da maçã do rosto, fios de sustentação, botox, mesobotox, fechamento da asa do nariz, alectomia e bichectomia. “Sempre digo que o ideal é o paciente marcar uma avaliação para eu poder analisar como está a parte funcional de seu rosto e poder sugerir possíveis tratamentos estéticos, a partir, é claro, do sonho que ele tem”, esclarece a doutora que está bombando no instagram @drastephanylarissa com mais de 115 mil seguidores. Entre as grandes novidades em Harmonização Orofacial, a Dra. Stéphany destaca o técnica de MD Codes. “Trata-se de um mapeamento do rosto do paciente para identificar exatamente

Dra. Stéphany trabalha com os melhores ácidos do mercado

quais são os pontos que precisam de preenchimentos com ácido hialurônico. Vale ressaltar que é feito de forma totalmente individualizada, de acordo com as características de cada paciente. O MD Codes é ideal para amenizar os sinais de envelhecimento, como pés de galinha, bigode chinês, rugas no queixo e linhas de marionete”, acrescenta. Então, dê vida ao seu sonho nas mãos da Dra. Stéphany Larissa. Entre em contato e faço um agendamento 84 99413.8267, seja responsável na escolha do profissional que irá cuidar da sua saúde. “Claro que não é possível parar o tempo para evitar os sinais, porém podemos reduzir os efeitos da sua passagem por meio de técnicas de rejuvenescimento facial. Lembre-se que o rosto é o seu cartão de visitas e o local mais exposto do seu corpo durante o dia. Ele merece ser tratado com prioridades e cuidados. Cada detalhe faz diferença nos resultados”, conclui.

Dra. Stéphany com sua equipe: Larissa e Rodrigo

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INTUIÇÃO

O PODER DA

A empresária Íldica Vale comemora o domínio de mercado da sua loja Intuição Fashion no segmento de calçados, bolsas e acessórios femininos em Caicó Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

administradora de empresas Íldica Vale sempre teve uma percepção mais aguçada em torno daquilo que acontecia em sua vida. Quando decidiu empreender no ano de 1997, resolveu fazer da escolha do nome do seu negócio, algo que refletisse a sua personalidade. “O sentimento de intuição sempre foi algo muito forte em mim”, conta. Surgia então, a sua loja Intuição Fashion que também expressa um pouco da carga genética da sua família. “Meu avô Valdemar Cordeiro era dono da Sapataria Ideal e, desde pequena, aos sábados, ele realizava uma liquidação em tabuleiros. Eu participava daquelas vendas na calçada da sapataria com muito entusiasmo, considerando tudo uma grande diversão”, relembra. Hoje, 22 anos depois de inaugurada, a Intuição 60

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Fashion é um caso de sucesso. Especializada em calçados, bolsas e acessórios femininos, a loja possui mais de 200 fornecedores e possui presença confirmada nas principais feiras do segmento nos estados de São Paulo (Couro Moda), Santa Catarina (SC Trade Show) e Rio Grande do Sul (Zero Grau). “Sou uma pessoa otimista e idealizo coisas boas para compartilhar esses desejos com minhas clientes. Vejo a loja como um espaço de confraternização, de encontro, de felicidade e de realização de sonhos. Nesses eventos, procuro a maior variedade de produtos para disponibilizar as tendências mais quentes de cada estação”, relata. A Intuição Fashion atende a diversos perfis de mulheres que buscam desde um par casual de calçados pro dia a dia até uma bolsa para uma ocasião especial.


A empresária Íldica Vale encantada com as novas coleções da sua loja Intuição Fashion

“Sinto muita satisfação no contato direto com as clientes. Faço treinamentos constantes com minhas consultoras para mantermos a relação afinada com nossas clientes. É muito bacana poder sentir o empoderamento que cada sapato pode possibilitar a uma mulher. Vejo na escolha de um sapato, a realização de um desejo”, complementa. A Intuição Fashion está localizada na Avenida Coronel Martiniano, 434, no Centro de Caicó. Mais informações via 84 3417.1979 ou WhatsApp 84 99964.8005. Siga também no instagram @intuicaofashion.

A família Intuição Fashion

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A Mister Capas em Caicó é representada pela franqueada Nara dos Santos

ABENÇOADOS POR DEUS As histórias empreendedoras que fizeram da Mister Capas um exemplo de sucesso no mercado potiguar Por Fred Costa

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Fotos Dyego Leandro

ara entender todo o sucesso que há por trás da Mister Capas é preciso ficar por dentro da história de vida do seu idealizador, o mossoroense Francisco Fernandes Júnior, de 47 anos. Casado e pai de 5 filhos, ele veio de uma família grande e muito humilde. Devido à fome e à seca precisou, desde pequeno, lutar diante dos desafios da vida que fez surgir nele, um homem forte e com empreendedorismo no sangue. Em meio a muitas dificuldades, mesmo tendo adquirido muita bagagem profissional, em 2012, ele viveu o momento mais delicado que mais parecia uma crise sem saída. “Pedi um sinal a Deus para que me mostrasse um novo caminho a seguir para eu sustentar a minha família. Um dia, eu estava passando pelas ruas de Mossoró e tropecei em uma capinha de celular no chão, tive aquilo como um sinal divino que eu tinha que trabalhar com aquilo”, relembra emocionado o empresário. Daí então, em 2012, Júnior decide empreender na área e colocar um camelô especializado na comercialização de capas de celular. Driblando as dificuldades do início, ele passou a ter em seus fornecedores chineses e árabes, um vínculo mais forte para adquirir conhecimento dos produtos

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que vendia. Aos poucos, o negócio foi prosperando até que foi inaugurada a primeira loja da empresa que passou a se chamar Mister Capas. “Consegui sair de um camelô e hoje temos 9 lojas, sendo as maiores do estado no ramo de acessórios para celulares e tablets. Deus é fiel”, afirma o empreendedor. Seguindo o fluxo de crescimento da empresa, Júnior decidiu investir no segmento de franquias para que, outras pessoas que tivessem a vontade de possuir o próprio negócio, conseguissem obter a autonomia empresarial em suas vidas. “Nosso desejo de expansão nunca parou. No momento certo encontramos a nossa franqueada, Nara dos Santos em Caicó. Uma mulher forte, determinada e, acima de tudo, que honra o nosso legado. Hoje ela possui duas franquias da nossa marca aí em Caicó e contribui muito para o sucesso da Mister Capas”, destaca Júnior. A história de Nara se confunde um pouco com a de Júnior. Ela também veio de uma família humilde da cidade vizinha de São Fernando, criada por uma mãe solteira, juntamente com o seu irmão caçula. Aos 13 anos de idade conheceu Cleciano Paulino com quem começou a namorar


Clientes satisfeitos são o foco principal da Mister Capas

Loja 1 na Avenida Rio Branco

e depois se casou. Hoje, 17 anos depois eles mantém uma relação baseada em amor e confiança que gerou o filho do casal, Victor Hugo, de 5 anos. “Meu esposo é o meu porto seguro, que faz com que tudo isso aconteça. Ele que me incentiva. Meu filho, eu morro de amores. É minha razão de viver. Há pouco mais de um ano, a minha mãe descobriu que estava com câncer de mama, foi quando me afastei do trabalho para me dedicar aos cuidados com ela. Mesmo assim, a perda foi inevitável e se não fosse a loja eu não sei o que seria de mim. Me amparei na Mister Capas e quando retornei ao batente foi o momento que desejei abrir a segunda franquia em Caicó”, relembra Nara. A Mister Capas em Caicó possui duas unidades, sendo uma na Avenida Rio Branco e outra na Avenida Seridó. “Quando o cliente chega em uma de nossas lojas, ele é orientado de todas as formas sobre aquele produto que ele comprar. Um exemplo: ao comprar uma película, o cliente vai saber pra que vai servir, quanto tempo de duração em média ela vai ter, que cuidados são interessantes de se manter para que ela dure mais, qual o momento certo para

Loja 2 na Avenida Seridó

trocar novamente e assim por diante. Dessa forma, o cliente se sente seguro e sai com uma ótima impressão da nossa empresa”, enfatiza a empresária. Vale lembrar que a Mister Capas é especializada na comercialização de variadas marcas de capinhas, películas, baterias, acessórios e eletrônicos dos mais atuais do mercado como caixas de som. Em cada loja também há um serviço especial de assistência técnica que rende precisão e segurança aos clientes. Diante de todas as bênçãos que vem acontecendo em sua vida, Nara conclui dizendo: “Tenho duas lojas em Caicó por uma questão de oportunidade. Na Avenida Rio Branco existem os clientes fidelizados que atendemos há mais tempo, mas na Avenida Seridó estamos no coração da cidade, bem próximo à feira livre e assim conseguimos alcançar outro público. Caicó precisa e merece dos nossos produtos e serviços. Estou muito satisfeita com os resultados que a gente vem colhendo recentemente. Tudo isso não me resta dúvidas que Deus é fiel”. Para mais informações, siga no instagram @lojamistercapascaico ou entre em contato via WhatsApp 84 99940.8601. DEZEMBRO 2019

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Momento de gravação nos estúdios do Kurtição em Caicó

OLHO NO FUTURO Conheça as tendências da era digital e os novos modelos de negócios que já impactam Caicó Por Raildon Lucena

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popularização da internet e o advento das mídias digitais são bastante presentes no mundo contemporâneo. É difícil imaginar como seria a realidade de hoje sem essas tecnologias e como isso impactaria as novas gerações que já nasceram conectadas. Essa massificação criou novos paradigmas na geração de conteúdo, nas relações sociais e, obviamente, no mundo dos negócios. Empresas que antes viviam o analógico precisaram se adaptar ao universo digital. As que o fizeram já vivenciam a ampliação do alcance de suas marcas para uma clientela cada vez mais sedenta por experiências personalizadas, conceito que vai bem além do atendimento às necessidades desses públicos. 64

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Fotos Dyego Leandro

Nunca se produziu e consumiu tanta informação. A revolução tecnológica permitiu que as pessoas se conectassem umas às outras e estabeleceu termos no nosso dia a dia, como compartilhamento e presença digital. Segundo essa premissa, a reportagem da Collecione bateu um papo com empresários de Caicó que passaram por esse processo de transformação em seus mo delos de negócios a partir do acesso a essas tecnologias, bem como aos que já surgiram sob a égide dos tempos modernos estabelecendo espaços de negócios compartilhados. Também conversamos com um especialista no assunto que apontou as tendências da era digital.


De jornalzinho impresso às transmissões ao vivo pela internet No próximo ano, o site Kurtição comemora 20 anos de sua migração para o universo digital. A empresa surgiu como um jornalzinho distribuído durante a Festa de Sant´Ana e que trazia informações sobre o evento, com recadinhos e amenidades do cotidiano. As irmãs Ezilda e Edilva Santos idealizaram o projeto, que fazia bastante sucesso no período da festa. Em 1999, Alexandre Melo, que atualmente coordena o Kurtição ao lado da sua esposa Aparecida Lucena, passou a integrar a equipe com a diagramação do impresso. Como a produção era bastante intensa, em um determinado momento não foi possível fazer a editoração do projeto gráfico em tempo hábil e surgiu a ideia de colocar o conteúdo na internet. Isso em meados dos anos 2000, quando o acesso ainda era tímido. A equipe do Kurtição distribuiu cartões de visita com o endereço do website indicando que o conteúdo do jornal seria disponibilizando online. “Isso era novidade na época. O objetivo era substituir o jornal impresso somente naquele ano”, comentou Alexandre. O fato é que a empreitada deu certo e os acessos se multiplicaram. Pipocaram convites para eventos diversos como casamentos e aniversários e o Kurtição passou a trabalhar com cobertura fotográfica, disponibilizando todo o conteúdo no meio digital. Alexandre recorda que no começo havia um certo receio das pessoas em disponibilizaram sua imagem na internet, “mas aos poucos, o Kurtição entrou no cotidiano das pessoas”, ressalta.

No que a internet se tornou mais acessível, o Kurtição cresceu e passou a atingir novos públicos. Quando a empresa começou a trabalhar com transmissões ao vivo de eventos, então, ganhou abrangência nacional e internacional. “O Kurtição ganhou notoriedade devido às Festas de Sant´Ana e carnavais, com gente de todo o Brasil e de outros países que passaram a acompanhar esses eventos online, o que levou o Kurtição a alçar voos mais altos”, destacou Alexandre. Segundo ele, em termos de mercado de trabalho foi uma revolução. A área da fotografia se transformou com o momento em que o Kurtição entrou nesse ramo e trouxe esse tipo de serviço para Caicó. “Muitos profissionais renomados iniciaram a sua carreira com a gente fazendo serviços de fotografia e câmera”, completou. Obviamente, com a popularização dos

smartphones, as pessoas passaram fazer suas próprias fotos e publicar o conteúdo em suas mídias sociais. Com isso, o Kurtição precisou novamente reinventar seu leque de serviços, que hoje passa pela produção de conteúdo multimídia em vários segmentos da comunicação. Hoje, o Kurtição se tornou TV a cabo pela Brisanet, com conteúdo distribuído para mais de 60 cidades do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Alexandre ressalta que o sucesso da empresa é uma construção de duas décadas e destacou o papel de sua antiga sócia, Ezilda, na consolidação da marca. “O nosso próximo passo é nos tornarmos TV aberta”, finalizou.

Parte da equipe do Kurtição

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ECONOMIA

Escritórios compartilhados já são uma realidade em Caicó

O futuro é compartilhado Tendência nos grandes centros, os espaços de trabalhos compartilhados, chamados de “coworking”, atraem profissionais que buscam reduzir seus custos em um ambiente apropriado para trabalhar. Caicó já conta com um local assim desde 2018, iniciativa do empresário José Paulino, que sonhava em abrir negócio próprio e enxergou uma oportunidade de negócio. No “Coffee Working Lab”, o profissional paga uma mensalidade do custo do espaço que hoje conta com estações de trabalho em ambiente compartilhado, salas individuais, serviço de auditório e de reunião. O empresário pretende ampliar a estrutura com cinco salas privativas e ainda oferece espaço para treinamento e locação de auditório. Outra novidade é o escritório virtual. “Caso o 66

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empresário precise de um endereço comercial para receber o cliente, pode usar a estrutura do coworking com endereço, telefone, gerenciamento de correspondência e fornecimento de papel timbrado, através de uma taxa de serviços de acordo com o pacote de horas fechado” destacou Zé Paulino. Outro benefício de trabalhar em locais assim é a troca de experiência e a rede de contatos com profissionais de áreas diversas. “A amizade que se cria naquele ambiente de trabalho permite o desenvolvimento de futuras parcerias”, completou. Ele destaca que o coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os coworkings reúnem pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador.


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ECONOMIA

Diego Vale, diretor da agência Referência Comunicação.

Os nativos digitais e as tendências do mercado Hoje há uma geração de pessoas que já nasceram no ambiente com realidade online, os “nativos digitais”. Segundo Diego Vale, diretor da agência Referência Comunicação, essas pessoas não sabem qual a realidade de um mundo sem internet. “Diferente de pessoas que aprenderam a manusear as novas tecnologias de um tempo para cá”, apontou. De acordo com Diego, o empresário precisa estar antenado com as novas tendências de fazer negócios. “Há uma diversidade de público consumidor e um ambiente multimidiático, onde as novas mídias vieram para conviver com as mídias tradicionais, sendo que elas podem se complementar. É importante criar conteúdo para essa diversidade de públicos”. Fidelizar e atingir esse público hoje é um desafio para os empresários. Diego destaca que hoje as pessoas são ativistas digitais e conhecem uma diversidade maior de produtos e serviços. Os internautas avaliam a reputação 68

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das empresas e se engaram com causas e marcas. Segundo ele, é preciso contagiar novos públicos. “Será que o negócio é sustentável com aquela quantidade de clientes? Como fidelizar o consumidor em meio a um bombardeio de possibilidades. É uma realidade atual que não podemos fugir. É ideal que os empresários tenham presença digital”, afirmou. “Ter conteúdo relevante é necessário”. De acordo com Diego, o empresário que começar a atuar no meio virtual precisa descobrir seu público específico e definir a persona do seu negócio. Além de uma comunicação de conteúdo que fidelize esse público. O fato é que as novas tendências do mercado estão aí. E o empresário moderno precisa estar sempre atento às possibilidades que surgem, buscando sempre empreender e se posicionar para conquistar e fidelizar a cliente, oferecendo experiências inspiradoras para o seu público alvo.


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