Revista Collecione Caicó #18

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EDITORIAL

A evolução está em você

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uando falamos em evolução, logo interligamos a ideia de que algo passou por uma transformação positiva. Sempre fica implícito que foi ou está sendo algo que está dando certo. Em um contexto em que o diálogo envolva o “mundo” como um todo, é muito comum vermos as pessoas utilizarem também o verbo “mudar”. Essas duas palavras “mundo” e “mudar” são parecidas, sonoras e, sobretudo, complementares. Além de qualquer clichê que se possa julgar, é preciso entender que o fato de evoluir não é um processo que necessite especificamente de barulho e muito menos de uma dimensão gigantesca para ser considerado como tal. A mais pura evolução pode ser mínima, sutil e aos poucos ir contaminando àqueles que estão a nossa volta. Nesse cenário onde as perspectivas pessoais se unem às coletivas, nós que fazemos a Collecione criamos essa 18ª edição focada em mostrar histórias assim. A matéria de capa, intitulada em hashtag como #OFuturoJáComeçou, promove a união do meio editorial impresso (a revista) com aquela linguagem descontraída que a gente encontra na internet (as redes sociais). Se coexistimos, porque não nos apropriarmos do que está em evidência, não é?! E nessa dinâmica de sempre nos mantermos atuais, reunimos seis jovens que representam, cada um em sua particularidade, a juventude que temos ao nosso redor. Nesse compasso, eles apresentam as próprias perspectivas de futuro e o restante, você, caro leitor, deve conferir mais a seguir. Ainda temos, uma reportagem que enaltece como o respeito pode ser um elemento fundamental para que a humanidade conviva em harmonia; outro destaque gira em torno da Escola Júlia Medeiros que promove em Caicó, o aprimoramento profissional – e gratuito – de muita gente que deseja se aperfeiçoar; a Aldeias Infantis SOS em uma linda matéria sobre as suas ações solidárias e o impacto que elas conseguem ter em nossa sociedade; e, pra arremate, a gente também mostra como a vida adulta pode ser melhor sem um “manual”. Mais uma vez, estamos juntos, celebrando aquilo que acontece de melhor em Caicó e fazendo você fazer parte de todo esse processo de desenvolvimento, transformação e EVOLUÇÃO que a nossa amada cidade está vivenciando. Bem vindo! Leia, comente e repercuta os nossos conteúdos. A Collecione é feita pra você.


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índice

Expediente Lições para toda a vida

Gláucia Lima Jornalista DRT-RN 1742-JP

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RESPEITO: O esteio das relações

Raildon Lucena Jornalista DRT-RN 00944-JP

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#OFuturo JáComeçou

Designer Gráfico

46 Dyego Leandro Fotógrafo

A vida adulta sem manual

66 CORRENTE DO BEM

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Projeto Gráfico Referência Comunicação

Impressão: Unigráfica Natal

Revisão Profª Ms. Ana Aline Moraes

Redes Sociais @collecione

Revista Collecione Caicó Publicação de veiculação semestral

Diretor Executivo e Comercial Fred Costa | 84 99232.7777

Tiragem: 4.000 exemplares

Acesse www.collecione.com.br


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CIDADANIA

A professora Alessandra Lopes coordenando truques culinários para a sua turma

LIÇões para toda a vida Além de cursos profissionalizantes, a Escola Júlia Medeiros oferece a oportunidade de socialização e de transformação na vida das pessoas em Caicó Por RAILDON LUCENA

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Fotos DYEGO LEANDRO


A professora Alessandra Lopes e a sua turma prestes a apreciar os pratos finalizados em aula

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úlia Medeiros foi uma mulher inspiradora. Jornalista, educadora e ativista política, ocupou o cargo de vereadora em Caicó durante dois mandatos. Ficou conhecida pelos seus ideais feministas e sua luta em defesa das mulheres entre as décadas de 1920 e 1930. Seu pioneirismo ecoa até os dias de hoje e se torna essencial, ainda mais diante de um contexto político nacional incerto, onde cada vez mais é importante se posicionar. O legado de Júlia Medeiros é lembrado na escola que leva seu nome no bairro Paraíba em Caicó e há mais de 45 anos contribui para o desenvolvimento e o crescimento profissional de muita gente. A escola surgiu tímida, ocupando espaços nas casas das professoras e em lugares cedidos por outras instituições, tempos depois ganhou sede própria durante o mandato do então prefeito

Manoel Torres e, com o passar dos anos, ampliou o leque de cursos gratuitos e de pessoas capacitadas em formações profissionais de pintura, bordado, corte e costura, culinária, entre outros. Renascendo para a vida Quem passou pela Escola Júlia Medeiros certamente tem muito o que contar. Quer seja nas aulas, nos aprendizados ou na socialização. As atitudes positivas daquele local reverberam na vida das pessoas. É o caso da professora Alessandra Lopes, que ministra o curso de Culinária Contemporânea. Alessandra era professora da Educação Infantil, mas precisou se afastar do ofício por questões pessoais. Por algum tempo, ela teve depressão, o que lhe trazia dúvidas

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CIDADANIA

Alunos especiais aprendendo técnicas de pintura

A professora Dodora Medeiros supervisiona as criações dos alunos especiais

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É radiante o que eles produzem. Eu só oriento, mas a criatividade é toda deles. Eles colocam a alma no seu trabalho

sobre o retorno às salas de aula. “Como dar conta de tantas crianças sem saber como estava o meu humor naquele dia?”, questionava na época. Eis que surgiu uma oportunidade na Escola Júlia Medeiros de dar aulas de Gastronomia, arte que Alessandra amava e viu ali uma chance de se reencontrar. Conhecida como “a turma da alegria”, os alunos aprendem desde pratos regionais até internacionais; passando pela cozinha indiana ou mexicana, e há sempre uma discussão sobre a parte nutritiva dos alimentos. “Quando estou aqui não lembro dos problemas. Aprendo a cada dia com meus alunos”, afirmou. Uma turma muito especial A filha de Alessandra, Mariana, também é atendida na escola, na turma de alunos especiais que aprendem o ofício da pintura. “Aqui se acolhe pessoas que querem aprender em qualquer altura da vida e, para mim, isso representa felicidade e realização”. Enquanto a mãe ensina os deliciosos segredos gastronômicos, a filha Mariana fica na sala ao lado, com uma turminha de alunos que é o xodó da escola. Quem bate um papo

Ressalta a professora Dodora.

com essa galera não escapa de umas boas risadas, pois o alto astral é lá em cima. Que o diga a professora Dodora Medeiros, que coordena o curso. Dodora trabalha há dois anos por lá. Ela é pedagoga e quando chegou à escola sugeriu a criação da turma com alunos especiais, o que foi acatado pela direção diante de uma demanda que já existia. Ao falar sobre a turma, ela logo se emociona e conta como transmitir seus conhecimentos vem sendo importante para o seu crescimento profissional e espiritual. “É radiante o que eles produzem. Eu só oriento, mas a criatividade é toda deles. Eles colocam a alma no seu trabalho”, ressaltou. A socialização é um dos pontos altos dentro da filosofia da escola. As aulas de pintura em tecido acontecem às quartas-feiras no turno da tarde e é um momento de interação e de expressão da arte. Alguns alunos até já comercializam o que produzem. Como é o caso de Roniele Medeiros, que tem Síndrome de Down, e não pensa duas vezes em dizer o que o amor que tem pela instituição. “Eu amo essa escola. Por mim, todo dia eu vinha aqui”, declara.

Incentivo ao empreendedorismo Tanto amor e profissionalismo envolvidos só poderiam resultar em profissionais gabaritados para o mercado de trabalho e que começam a se destacar na cidade. A jovem Ladislene Lílian que o diga. Ela fala que herdou a vontade de trabalhar com costura da sua avó, porém só aprimorou os seus conhecimentos depois que fez o curso de Corte e Costura, onde aprendeu todo o passo a passo do ofício. Hoje empreendedora, Ladislene possui o seu próprio ateliê no bairro Paraíba. Quando aprendeu a costurar só fazia para suas amigas e familiares, mas, de repente, se viu produzindo para uma boa clientela. “A partir do curso, hoje eu tenho uma profissão. Mudou minha vida também no sentido de relação pessoal. Eu era uma pessoa mais fechada e, através do contato com minhas clientes, me tornei uma pessoa mais aberta. E trabalho com algo que gosto muito”, destacou. O caso de sucesso de Ladislene é apenas um entre os vários colecionados pela Escola Júlia Medeiros. A atual diretora, Elismara Monalisa, comemora os resultados

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CIDADANIA

O caso de sucesso da jovem Ladislene que estudou na Escola Júlia Medeiros

falando a sua satisfação em poder coordenar o espaço que considera fundamental para o ensino profissionalizante e a socialização no âmbito municipal. Vanguardismo e realização Elismara lembra que a criação da escola remonta ao início da década de 1970, através da reivindicação de mulheres caicoenses que cobravam a oportunidade de um espaço profissionalizante. Novos cursos foram implantados ao longo do tempo, como os de Digitação e Informática, que deram novos rumos à escola que hoje funciona nos três turnos com capacidade máxima. A manutenção do espaço conta com o apoio do município de Caicó e também de entidades como o IFRN e o SEBRAE. A expectativa da diretora é ampliar a oferta de novos cursos como Manicure, Depilação e Cortes

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de Cabelo. Para que isso aconteça a direção estuda a ampliação do espaço físico, abrindo novas possibilidades para quem quer empreender. “Temos exemplos de várias pessoas que saíram daqui e montaram seu negócio”, sublinhou. Ela destaca sua satisfação pessoal em saber que os conhecimentos transmitidos são essenciais para dar oportunidades e abrir portas para quem buscava um rumo em sua vida. “Além da terapia ocupacional, que é importante por acolher pessoas que vêm à escola e passam a ter uma nova visão de vida”, admite. Sem dúvida alguma, Júlia Medeiros estaria orgulhosa do espaço que leva o seu nome estar sendo tão representativo para a sociedade e servindo como um lugar empreendedorismo e socialização. Sua atitude, determinação e vanguardismo realmente continuam refletindo forte nos dias de hoje.


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A farmacêutica Kadidja Simplício

Neto Lopes e Kadidja Simplício

Grandes recordes para comemorar Entenda porque o ano de 2018 foi inesquecível para a Drogaria Central Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

ue a Drogaria Central é referência no segmento de farmácias em toda a nossa região, isso, nós já sabemos. Tamanho título não foi conquistado à toa. Com muito esforço, empenho e dedicação, há mais de 45 anos, eles conseguem se manter no primeiro lugar como a preferida dos caicoenses e ser a única a funcionar 24 horas por dia. Neste ano de 2018 houve muito o que comemorar, em razão de conquistas especiais. Uma delas foi o evento RN Saudável que ganhou edição, em um domingo do mês de Setembro, na Ilha de Sant`Ana, em Caicó e teve a Drogaria Central como principal apoiadora. O projeto, encabeçado pela personal trainer Leila Maia, faz um giro pelas cidades do Rio Grande do Norte promovendo ações múltiplas com diversos parceiros da área da saúde. “Tudo foi motivado por uma causa nobre: em favor da vida e no combate à depressão e o suicídio. Aproveito a oportunidade para agradecer novamente a todos os envolvidos que colaboraram juntamente conosco neste programa”, ressalta a farmacêutica Kadidja Simplício. Outro importante marco a ser celebrado pela Drogaria Central foi

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Parte da equipe da Drogaria Central

o início das obras de ampliação das suas instalações que ganharão mais espaço, logo em breve, pela Avenida Seridó. Vale salientar, a farmácia intensificará o seu esquema de promoções semanais, envolvendo diversos medicamentos, cosméticos e produtos em geral que chegarão a ter 80% de desconto em alguns casos. Ainda assim, o parcelamento das compras poderá ser garantido em até 6x nos cartões e o serviço de entregas a domicílio, das 7h às 18h, com entrega gratuita para toda a cidade de Caicó, com disponibilidade da máquina móvel de cartão de crédito até o cliente. “Nosso sentimento é de gratidão, não somente aos nossos clientes que permitem que tudo isso aconteça, mas principalmente a nossa equipe de colaboradores tão especial e inspiradora A força de cada um na lida diária do nosso trabalho faz a família Drogaria Central estar cada vez mais unida e forte”, resume Kadidja. A Drogaria Central está localizada na Praça Dix-Sept Rosado, 20, no Centro de Caicó/RN, mais precisamente por trás do Mercado Público. Mais informações, ligue 84 3421.1268 ou 99215.1268. Siga também no Instagram @DrogariaCentralCaico”.


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MUDANÇA DE hÁBITO Primeiro restaurante de comida saudável é inaugurado em Caicó e clientes aprovam as opções do cardápio do “Jane Cris Alimentando Saúde” Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO

Jane Cris servindo o casal Romério e Anne

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omer de forma saudável pode ser um desafio para muita gente, especialmente para quem tem um dia a dia atarefado. Mas, pensando bem, se você comprar as suas refeições em um restaurante especializado em comida saudável, com diversas opções de pratos saborosos, tudo se tornará mais simples e prático, não é?! Disposta a atender essa demanda crescente de público, Jane Cris inaugurou recentemente o primeiro restaurante fit de Caicó. O “Jane Cris Alimentando Saúde” funciona de segunda a sexta, das 7h às 14h e das 17h30min às 20h, disponibilizando um cardápio diversificado para café da manhã e lanches, bem como uma programação especial para almoço e jantar. Um dos destaques fica por conta das saborosas saladas, com ingredientes orgânicos, que ganham o acompanhamento de uma proteína a ser escolhida pelo cliente, entre carne, frango, peixe ou camarão. Outro ponto alto são as inúmeras opções de doces que podem integrar perfeitamente a vida de quem é intolerante à lactose, glúten ou possui diabetes. “Todos os nossos pratos são analisados pela nutricionista Danielle Costa”, adverte. Em uma área de 160 m², tendo 10 colaboradores e com capacidade de atenderaté 50 pessoas confortavelmente sentadas, o “Jane Cris Alimentando Saúde” está sendo muito bem aceito pelo público, tanto que consome no local, como também por aqueles que continuam solicitando entregas em domicílio, como é o caso do casal Romério Câmara e Anne Araújo. “Frequentamos o espaço diariamente e fazemos várias refeições aqui, mas também compramos alguns itens da linha de congelados para mantermos a linha

em casa também”, ressalta a turismóloga Anne. Eles ainda ressaltam a ótima ideia de se ter um espaço kids no local. “Quando nossa filha vem conosco, ela adora ficar brincando lá, enquanto fazemos as refeições tranquilamente”, admite o veterinário Romério. Jane tem a sorte de cozinhar envolvendo o seu coração e a criatividade, obtendo assim os mais saborosos resultados. “Acredito que isso seja mais do que amor, é puro dom”, diz. “A minha vida é um agito só. Sou esposa, mãe de duas crianças e trabalho como blogueira. Jane cuida da minha alimentação e eu amo tudo que ela faz”, afirma Karina Guedes. Portanto, sinta-se à vontade para participar desse novo momento da gastronomia mundial que está ao seu alcance em Caicó, na Rua José Paulo Filgueira, 32, no Centro de Caicó/RN. Para mais informações, ligue 84 99644.4544 e siga o perfil @janecrisalimentandosaude no Instagram.

Karina Guedes e a chef Jane Cris

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cirurgia de joelho:

um mundo de tecnologia a ser explorado Dr. Tasso Alacón, médico Ortopedista e Traumatologista, apresenta as novidades da área aos seus pacientes, no Centro Médico Tiago Dias, em Caicó Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

Dr. Tasso Alacón em seu consultório em Caicó no Centro Médico Tiago Dias

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xiste uma tendência em achar que os problemas nos joelhos tendem a aparecer, em maior frequência, nas pessoas mais idosas. As doenças relacionadas a essa parte do corpo têm uma distribuição bastante “democrática”, porém, não deixam de acometer crianças, com tumores ósseos e problemas no alinhamento dos membros, como também adultos jovens, com traumas e lesões relacionadas a práticas esportivas, e, por tabela, idosos devido o desgaste da articulação, ou seja, a artrose. Alguns casos exigem cirurgias e dentro dessa modalidade, o Dr. Tasso Alacón (CRM 6725/RN), médico Ortopedista e Traumatologista, explica: “O joelho é uma das regiões do corpo humano com maior variedade de cirurgias dentro da Ortopedia. Das minimamente invasivas até as abertas e de grande porte”. Na última década, em especial, a tecnologia se tornou bastante presente no tratamento das doenças do joelho. “Surgiram possibilidades de se realizar incisões cada vez menores e por vídeo, com menos sangramentos e complicações. O que implica em uma recuperação mais rápida ao paciente”, afirma. Seguindo a direção dos avanços na área, a indústria tem desenvolvido substâncias que podem ser injetadas no joelho, trazendo um controle duradouro da artrose e de outras doenças, o que reduz a necessidade de cirurgias e também o uso de medicamentos com efeitos colaterais. “No Instituto de Ortopedia e Traumatologia Romeu Krause (ITORK), tive a treinamento com a maioria das próteses de joelho sendo assistidas por computação, procedimento chamado ‘artroplastia navegada’, que permite uma precisão milimétrica no

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posicionamento dos implantes e a simulação do resultado final durante a cirurgia, o que diminui consideravelmente a possibilidade do erro humano”, explica. Tão importante quanto oferecer o que há de mais moderno ao paciente, é ter conhecimento técnico para indicar qualquer procedimento de forma criteriosa. “Cada caso é um caso e merece uma análise isolada. Mesmo um procedimento de última geração, se não tiver uma indicação precisa, poderá gerar insatisfação e prejuízos imensuráveis para a saúde e o bem estar do doente. Da mesma forma, tratamentos convencionais ainda têm lugar em casos específicos”, admite. Ao contrário de outras especialidades, não existe uma sazonalidade bem definida para se procurar um Ortopedista. “Crianças e adultos saudáveis devem comparecer ao consultório sempre que forem observados dor, deformidades, assimetrias ou alterações na função dos membros, coluna vertebral, pelve e demais ossos do tronco. Já os idosos e mulheres na pós-menopausa ou em acompanhamento de fraturas patológicas devem procurar o ortopedista anualmente, para pesquisa de alterações na mineralização óssea, como osteoporose e osteopenia”, ressalta. Dr. Tasso Alacón é fellow em cirurgia do joelho e membro titular da SBOT. Em Caicó, atende todas as segundas-feiras, a partir da 8h, no Centro Médico Tiago Dias, no bairro Penedo, por meio de consultas particulares e FUSEX. Mais informações, ligue 84 3417.6101. Em Natal, na Clínica CEIT e no Harmony Medical Center, onde são dispostos outros convênios. Siga @dr.tassoalacon. ortopedista no Instagram e fique informado com mais dicas.


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Julgamentos e críticas sempre vão existir não importa o que você faça. Eu tento retribuir isso como amor. .

Pedro

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Comportamento

RESPEITO:

O esteio das relações Por GLÁUCIA LIMA Fotos DYEGO LEANDRO

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ão sei se você já refletiu sobre isso, mas concorda comigo que o que nos une e nos mantém civilizados é a nossa relação e respeito às diferenças? Os tempos atuais, como nunca antes, pedem esse olhar atento ao outro que difere de você, seja racialmente, socialmente, sexualmente ou religiosamente. Não à toa, esta reportagem alerta para a capacidade de aceitar as diferenças que começam dentro de casa. O primeiro exemplo é o do jovem universitário Pedro Américo de Medeiros Monteiro, de 22 anos. O “armário” não lhe coube e ele resolveu assumir em casa a sua orientação sexual. É fato que, enfrentar a família e se declarar fora dos padrões que a sociedade impõe, não é uma tarefa fácil, porém Pedro conquistou esse espaço de forma muito natural. “Foi algo difícil no início - e eu compreendo as razões, mas com o passar do tempo, as coisas amadurecem e hoje em dia é tudo muito equilibrado e cheio de amor”, conta. Só que, como a maioria das pessoas que decidem assumir sua verdadeira identidade, principalmente em

cidade de interior, ele sentiu o peso de dar satisfações. “Por ter pais conhecidos, pessoas ficavam querendo saber sobre minha vida pessoal, afirmando, por vezes, coisas que elas não tinham, sequer, conhecimento. Sempre segui o caminho daquilo que acredito, que não importa o quanto as pessoas falem, e sim, somente eu e aqueles que estão ao meu lado”, revela. Passado um tempo, chegou à época de “voar”. Pedro foi morar em Natal para fazer faculdade e isso foi um divisor de águas em sua vida. Lá, além de estudar, e muito, (“não esqueço os estudos por nada”, diz), ele começou a ser reconhecido no meio LGBT e lutar por espaço para combater o preconceito. “Ganhei um programa na rádio Jovem Pan Natal junto com outros artistas natalenses como Kaya e Potyguara. Apareci na TV por duas vezes para falar sobre festas e roupas. Ganhei visibilidade e espaço em calouradas como DJ, antes predominadas e com grande público heterossexual. Tudo isso fluiu muito naturalmente. É como fazer uma mistura agridoce e acertar no equilíbrio dos dois”, brinca.

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Comportamento

Meu relacionamento com os católicos romanos é muito bom e, com os fiéis, melhor ainda. Meuchim

Atualmente uma de suas grandes alegrias é contar com os talentos de sua mãe e de sua tia, Irene e Ieda Vieira, duas costureiras famosíssimas, para subir aos palcos. São elas quem desenvolvem as ideias dos figurinos e roupas dos shows em que ele se apresenta na noite natalense. “Ter minha mãe e minha tia ajuda muito. Amo bolar ideias de looks e desenvolver com elas. É um sucesso sempre. Já até fui destaque no curso de Moda da UnP, em Natal, e fiz participação como um dos temas de TCC do pessoal de Jornalismo também. Amo ser referência e ter ganhado reconhecimento pelas roupas”, fala. Ieda conta que costurar os figurinos de Pedro é algo divertido. “Temos uma parceria. Afinal, ele é um artista, sabe o que quer e isso me ajuda a chegar ao resultado final que vocês veem. Temos uma relação saudável porque o respeito é bilateral”, afirma. Irene Vieira, por sua vez, percebeu o lado artístico do filho desde cedo. Ela lembra que Pedro gostava de ir à escola praticamente fantasiado e sempre se destacava com as fantasias carnavalescas que produzia. “Sou realizada por fazer parte desse sonho dele. É uma parceria desde criança, mas como mãe, ainda me preocupo com a violência e o preconceito. As pessoas precisam entender que o que define o ser humano é sua capacidade de amar o próximo, ser humilde, honesto e respeitar à família”, ressalta. Dono de um carisma ímpar e irreverente, Pedro se projeta no mundo artístico para expor seu talento e também vem ganhado espaço na internet através dos divertidos stories, da rede social Instagram. E sabe quem sempre entra em cena com ele? A sua avó, Ilza Medeiros, de 77 anos. “Adoro quando ele filma as nossas brincadeiras e vai se

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arrumar para as festas. Adoro quando sou abordada por um fã dele que gosta de assistir nossas brincadeiras. Costumo dizer que ganhei mais netos”, fala. Já o comerciante de madeira aposentado, Francisco Antônio Dias, mais conhecido por “Meuchim”, revelou à Collecione como sua vida foi transformada através da mudança de religião. Quem o conhece sabe que a família sempre foi muito religiosa e ele viveu – desde a infância – todos os ensinamentos básicos do catolicismo chegando a exercer o Ministério Diaconal por quase 10 anos. Só que há 5 anos, de livre e espontânea vontade, Meuchim decidiu congregar na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e já foi eleito diácono para executar o trabalho social da comunidade religiosa. O chamado à religião evangélica se deu quando seu primeiro casamento começou a declinar. “Comecei um relacionamento com uma evangélica, com a qual sou casado, temos uma filha de dois anos, e para que não houvesse os desencontros do primeiro, comecei a participar da religião dela”, revela. Seus familiares, segundo ele, reagiram todos muito bem à nova realidade religiosa e ele soube conservar todas as amizades com amigos católicos. “Essas amizades estão ainda mais fortalecidas e não mudaram em nada. Sou ainda mais procurado por amigos para bons encontros”, diz. Quanto ao culto às imagens também não foi problema. “Encontrei a maneira certa de buscar a Deus, a fonte direta: Jesus. Há momentos na igreja em que vemos muito bem exemplos ou mesmo modelos de conversão dos Servos de Deus (Santos), no entanto, nos limitamos a eles em vida, como pessoas, seus testemunhos e conversão, pois o além morte é para Deus”, lembra.


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Ser adversário não é ser inimigo. É possível, sim, ser amigo de quem não torce pelo mesmo time que você. Zaidan

Eduardo Zaidan e José Wellington, respectivamente.

No futebol, o fato de uma pessoa ter amor por um time é motivo de ódio por desconhecidos – e até conhecidos – unicamente por não compartilharem de uma mesma opinião. Aliás, desconheço um esporte que mexa tanto com as emoções humanas a ponto de torcedores partirem até para agressões físicas contra outros unicamente por uma questão de gosto pessoal. Aqui em Caicó, uma história deu empate no respeito e na afinidade. O representante de vendas, Eduardo Zaidan Alves de Oliveira Mota e o servidor civil do 1º BEC,

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José Wellington Feitosa Júnior, são amigos desde 2012. Um é torcedor do Clube de Regatas do Flamengo e o outro do Ceará Sporting Club. O fato é que não se trata de times que rivalizam ou se confrontam diretamente, contudo, as duas equipes já se enfrentaram durante partida na Arena Fortaleza, no Ceará, e lá estavam os dois. “Temos uma relação muito boa. Já houve momentos em que fomos a estádios de futebol e ficamos um na torcida do outro. Wellington, que também se tornou meu compadre, é conhecido na região por Ceará, apelido dado por mim”, conta Zaidan.


Comportamento

NA VISÃO DO PSICANALISTA FRANCISCO SANTOS, SÓ ATRAVÉS DO AMOR É POSSÍVEL ACEITAR AQUILO QUE É DIVERSO NO OUTRO. Tolerar tem a ver com suportar o outro. Segundo o que se tenta aplicar às relações humanas, ao menos, em teoria, é que somos todos iguais. No entanto, se há algo que não somos, de fato, é iguais. Para o Direito, nossos direitos são iguais. A lei, em tese, é isonômica e isto é facilmente defensável, mas sabemos bem – e vivemos num país caricato a esse respeito – que nem a lei é igual para todos, sendo, por vezes, convenientemente seletiva. Como a lei é feita de pessoas, não poderia ser diferente, pois somos diferentes em praticamente todos os aspectos de nossa existência. Somos diversos. A discrepância é a nossa assinatura, a nossa impressão digital. Dito assim, parece ser a tolerância algo difícil. E é. Olhando atentamente, percebemos que essa característica fundamentalmente humana – a diferença – é ao mesmo tempo, não somente o que torna a tolerância difícil, porém, paradoxalmente, é o que torna a tolerância possível. Ora, vejamos: se iguais fôssemos, o que teríamos de tolerar?! Já sabemos, então, que a tolerância é possível graças à diferença ou esta pede aquela. Então, qual a dificuldade? A solução para encontrar um caminho é o amor. Se houver amor, então, há possibilidade de diálogo, uma vez que será possível aceitar aquilo que é diverso no outro – e não tão diferente assim do que é seu.

MAIS DO QUE FRAQUEZA, INTOLERÂNCIA É CRIME. “RESPEITAR É UM DEVER DE TODOS”, DEFENDE A ADVOGADA KALINA LEILA A intolerância é uma disposição mental caracterizada pela ausência de habilidade ou recusa em reconhecer e respeitar diferenças em crenças, opiniões e, sobretudo, escolhas. Num sentido político e social, a intolerância é a resistência em aceitar pessoas com pontos de vista diferentes do seu. Essa atitude que limita e, sobretudo, encarcera o ser humano, antes mesmo de ser um sentimento obscuro e perverso, é crime e fere princípios basilares da sociedade civil organizada. Apesar do livre arbítrio propagado pelo texto constitucional, há o respeito que deve imperar quando Princípios Constitucionais conflitarem, na medida em que o Código Penal Nacional criminaliza condutas intolerantes que atentam contra a honra das pessoas. Respeitar é um dever de todos e garantir que a coletividade respeite essas normas é dever do ordenamento jurídico. Como sabiamente vaticinou Voltaire: “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la”.

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Como você está se sentindo hoje?

Laerte Medeiros em aula de yoga

Equipe da Clínica de Fisioterapia Michelle Azevedo

A integração perfeita entre saúde mental e corporal é encontrada nas técnicas manuais de fisioterapia da Clínica Michelle Azevedo e nas aulas de pilates e yoga do Studio Laerte Medeiros Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

inguém está livre dos estresses diários. Felizmente, em Caicó, existem opções bem interessantes para combater os efeitos desses contratempos e conseguirmos manter o equilíbrio em uma integração perfeita. O Studio Laerte Medeiros, desde 2008, possibilita a prática de Yoga e do Pilates, em um mesmo espaço climatizado e devidamente equipado com aulas específicas para cada modalidade. “A ideia é promover bem estar e proporcionar qualidade de vida a qualquer pessoa, da adolescência à terceira idade”, acrescenta o próprio Laerte, formado em Educação Física pela UFPB e especializado nas referidas áreas. A palavra Yoga significa união, pois trabalha a conjunção ideal entre o corpo, a mente e as emoções através de uma filosofia bem interessante. O Pilates, por sua vez, fortifica, alonga e flexibiliza o paciente através de movimentos e técnicas que previnem e aliviam tensões e dores. O Studio Laerte Medeiros está localizado na Rua Renato Dantas, 1157, no Centro de Caicó. As aulas de Yoga acontecem em grupo e as de Pilates podem ser individuais ou em grupos de, no máximo, três pessoas por sessão. Mais informações, ligue 84 99657.6622 e siga no instagram @studio_pilates_e_yoga_laerte_m. Em comunhão com o alinhamento de uma saúde

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em dia, existem os serviços proporcionados pela Clínica de Fisioterapia Michelle Azevedo, especializada em técnicas que valorizam a Cinesioterapia, a terapia manual, a orientação postural e o auto tratamento. “Nosso foco é tratar e reabilitar pessoas com disfunções do sistema músculo esquelético (reumatologia, ortopedia e traumatologia) e também o sistema neurológico. Para recuperação e reabilitação, utilizamos os seguintes recursos terapêuticos: cinesioterapia, eletroterapia, termofototerapia, massoterapia, mecanoterapia e terapia manual (RPG, Osteopatia, Conceito Mulligan, Mckenzie, Liberação Miofascial Manual e Instrumental)”, ressalta a própria fisioterapeuta Michelle, formada pela UFRN e com diversos cursos atualizados nas suas diversas áreas de atuação. A sua clínica homônima existe desde 1997, sendo, desde então bastante conceituada em Caicó e está localizada na Avenida Seridó, 25, no Centro da cidade, nas proximidades da Ilha de Sant`Ana. O corpo clínico ainda conta com o respaldo de outros três profissionais do ramo: Maria do Carmo Costa, Williane Medeiros e Kimberly Moreira. Os tratamentos podem ser realizados por convênios e particulares. Mais informações 84 3421.2856 ou 84 99928.1045. Siga também o perfil @clinicafisiomichelleazevedo no instagram e fique a par das novidades.


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Tratamento odontológico realizado pela Paulident Caicó

A COMPETÊNCIA de quem sabe o que faz Presente em Caicó há 16 anos, a Paulident aperfeiçoa os seus serviços odontológicos e apresenta novidades Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

uando uma empresa conquista credibilidade e desperta confiança com base nos serviços que executa, a gente tem que aplaudir e tornar de conhecimento público esses resultados. A Paulident, por exemplo, é uma empresa voltada a prestar serviços odontológicos, de qualidade, aliados a preços justos. Presente

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há 16 anos em Caicó, atualmente, cerca de 175 tipos de procedimentos na área são aplicados em seus consultórios, especialmente em Ortodontia, como atendimentos clínicos na área de próteses, coroas em porcelana, facetas, implantes, restaurações e cirurgias de oral menor e maior, entre outros. Ao total de 14 dentistas envolvidos e uma equipe


Paciente sendo atendido na unidade Caicó da Paulident

administrativa composta por 6 colaboradoras dispostas a atender com excelência um grande número de conveniados, tanto nas áreas de orto e clínico. Na Paulident, qualquer pessoa pode ser atendida de forma particular, apesar de que também há possibilidade de acontecer assistências, com preços diferenciados, através de empresas credenciadas, sindicatos, associações, prefeituras e outras entidades. Entre os benefícios descritos por aqueles que são clientes Paulident estão a máxima satisfação na prestação de serviços através de uma equipe treinada e altamente qualificada em torno de suas experiências. Tudo isso somente comprova a confiança de quem atua há 18 anos no Rio Grande do Norte e 27 anos em nível nacional. Quem mantém, portanto, a Paulident há tanto tempo no mercado é a competência atestada pelos próprios pacientes, afinal comprovam que o mercado só mantém em evidência, a competência que quem sabe o faz. A Paulident Caicó está localizada na Rua Otávio Lamartine, 1029, no Centro de Caicó/RN. Mais informações para agendamentos e orçamentos, ligue 84 3421.3941, 99708.3131 ou 99499.9221. Siga também @paulident_caico no instagram.

Atendimentos odontológicos especiais são realizados em crianças

Parte da equipe Paulident Caicó

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Qual o destino de suas

próximas férias?

Conheça a Realizar Turismo, a nova agência de viagens de Caicó, e ótimas sugestões de pacotes com rotas que cabem no seu bolso Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO Helena Vilar e Magno Leite

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vida não para e cada momento pode simbolizar uma nova etapa. Nesse sentido e olhando sempre para frente, o casal Magno Leite e Helena Vilar resolveu unir forças em um mesmo negócio para enfrentar um novo desafio profissional: a criação da agência de viagens, Realizar Turismo. Cada um acumulou experiências diversas ao longo do tempo, ele como Relações Públicas, em Recife/ PE e ela, como comerciante do ramo de empréstimos consignados, em Caicó/RN. “A gente queria atrelar diversão e uma oportunidade de ganhar dinheiro, proporcionando momentos de lazer a outras pessoas. Foi aí que surgiu a ideia de termos uma agência de turismo com base nos destinos que amamos viajar”, relata Helena. Tendo como grande parceira nessa empreitada, a CVC, uma das gigantes do setor no Brasil, a Realizar Turismo foi concretizada. “Há cerca de seis meses, começamos a planejar este novo empreendimento. Mapeamos alguns locais que seriam os nossos destinos principais e fomos presencialmente, verificar minuciosamente, as qualificações dos estabelecimentos de hospedagens e serviços, a fim de observar fatores como localização, acomodação e receptivo”, conta Magno. Tamanho trabalho foi pensado para oferecer a máxima qualidade com custo benefício satisfatório ao público local que deseja ter férias cômodas em lugares agradáveis, sem gastar muito por isso. Entre as principais rotas traçadas, a Realizar Turismo apresenta no Sul do país, as Serras Gaúchas (Gramado/RS), Foz do Iguaçu/PR e Balneário de Camboriú/SC, bem como ao nosso lado, aqui

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Foz do Iguaçu; Gramado; Balneário Comboriú.

mesmo no Nordeste, Fortaleza/CE e Porto de Galinhas/PE. “Vale salientar que o Brasil por ser um país com dimensões continentais, possui uma gama imensurável de pontos turísticos e culturas a serem exploradas”, ressalta Helena. Para cada destino, existem boas perspectivas. “Em Balneário Camboriú, ficamos encantados com a segurança, limpeza pública e o investimento de apoio ao turista. Já em Foz do Iguaçu, tanto as Cataratas, quanto a Hidrelétrica de Itaipu, apresentam belezas ímpares e é um lugar que tem a proximidade das fronteiras com os países do Paraguai e Argentina. Por fim, Gramado é surreal, com suas inúmeras atrações turísticas de qualidade e paisagem floral que proporciona paz e encantamento”, comenta Magno. Então, você já sabe, na hora de decidir o destino das suas próximas férias, o melhor local para otimizar toda a sua viagem é com a Realizar Turismo. A sede da empresa está localizada na Rua Felipe Guerra, 205, no Edifício Walfredo Gurgel, sala 2, no Centro de Caicó/RN, em frente à Igreja do Rosário. Mais informações, dicas e pacotes em geral, ligue 84 98639.0742 e siga o perfil @realizar.turismo no instagram.


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Symara e Claudelane Fernandes, sócias da “Chérie”, em sua loja própria, inaugurada há poucos meses no Centro de Caicó/RN.

Um toque

P

Chérie

odemos afirmar com convicção que a típica expressão francesa “chérie” que, traduzida em bom português, quer dizer “querida”, entrou de vez para o vocabulário das caicoenses – e mais precisamente para os seus guardaroupas. Como assim? A gente explica. Trata-se da loja Chérie, idealizada por Symara Fernandes. “Sempre tive uma paixão por moda e com o passar dos anos, fui cultivando o sonho de ter uma loja própria. Ao mesmo tempo, a minha tia trabalhava no comércio e tinha o mesmo foco que eu. Então, sentei e planejei como iria conquistar esse objetivo. Em seguida, improvisei um espaço em minha casa para poder expor roupas e acessórios para nossas clientes verem, provarem e comprarem. Dessa forma, a ‘Chérie’ nasceu em Janeiro de 2015”, relembra Symara. Após a conquista dos primeiros objetivos, Symara sentiu a necessidade de ampliar os horizontes e convidou a tia, Claudelane, para ser sua sócia. A partir de então, a dupla arregaçou as mangas e traçou novos planos, entre eles, o primordial: fidelizar clientes. A ideia era apresentar o modo “Chérie” de ser e viver, através de lindos looks que fossem alvo

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A paixão pela moda feminina aliada a um planejamento empresarial, entre tia e sobrinha, consolidou a loja “Chérie” entre as caicoenses. Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

de desejo das mulheres e que aliassem conforto à precinhos incríveis de bom. “De lá pra cá, o sonho de ter uma loja no Centro de Caicó foi ficando mais próximo de ser realizado, porque a clientela foi sendo fidelizada. Até que, em Junho desse ano, conseguimos inaugurar a nossa loja como queríamos, na Rua Generina Vale, 850, por trás do Supermercado Lig Zarb”, ressalta, toda orgulhosa, Claudelane. A impressão que se tem quando se está na “Chérie” é de encantamento, não somente pela arquitetura fofa do espaço, mas principalmente pela delicadeza e organização dos seus produtos em suas araras e móveis cheios de vida. O tipo de loja que enche os olhos de quem visita e garante a certeza de excelentes compras. Não deixe de comparecer e ser mais uma cliente “Chérie”. Pra ficar atenta, a todo tempo, vale seguir o @cherie_store, no Instagram, para babar a cada postagem dos looks disponíveis e ficar a par das roupas, bolsas, cintos e bijuterias que estão fazendo sucesso no momento. Vale lembrar que a loja atende em horários especiais. Ligue e se informe 84 99951.7126 ou 99992.5832. Collecione indica!


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Amanda Larissa e Alane Shirley, irmãs e sócias responsáveis pela loja Alpha.

O caicoense agora

veste alpha

Idealizada para vestir o homem da cabeça aos pés, entenda porque a loja Alpha é uma opção inovadora ao público masculino. Por FRED COSTA

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Foto DYEGO LEANDRO

ada nessa vida acontece por acaso. Que o diga as irmãs Alane Shirley e Amanda Larissa. Enquanto uma se formou em Pedagogia e era professora da educação infantil, da rede municipal de Caicó, a outra escolheu o curso de Administração e sempre se manteve atuante no comércio local. Com o passar do tempo, o tino fashion de Alane foi falando mais alto, a ponto dela querer investir na área que tanto se identificava. Atrelado a isso, o radar empresarial de Amanda encontrou nessa vontade da irmã, o momento ideal para empreender. “Surgiu a oportunidade de comprar a estrutura de uma loja. Daí em diante, comecei a ler muito sobre administração e a estudar um segmento de mercado que fosse interessante para investir”, comenta Alane. “Fizemos algumas pesquisas sobre a atual situação do comércio em Caicó e percebemos que o público masculino deveria ser visto com outros olhos”, complementa Amanda. Dessa parceria surgiu a loja Alpha com o intuito

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de oferecer ao homem atual, uma experiência de compra completa, aonde ele, ao entrar na loja, se depara com tudo o que precisa para sair bem vestido com preços acessíveis: cuecas, bermudas, calças, cintos, camisas, bonés, sungas e calçados. “Não importa o estilo que ele tenha ou o tamanho que usa”, certifica Amanda e Alane completa: “Temos opções de calças que variam do 36 ao 56 e camisas P, M, G, GG, XG e XL 8. O melhor da moda plus size”. Torne-se também mais um cliente Alpha. A loja que veste o homem da cabeça aos pés e sempre está antenada nas tendências da moda masculina com modelagens e cores variadas para propor opções bacanas para o público caicoense. A Alpha está localizada na Avenida Rio Branco, 253, no Centro de Caicó/RN, mais precisamente em frente à Camelo Celular, e funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 11h30 e das 14h às 18h, aos sábados, das 8h às 13h. Mais novidades, siga @alphacaico no instagram e ligue 84 99956.3905.


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Emanuel Santos, proprietário da LokoSound

o SOM

não pode parar

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Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

uem curte som automotivo sabe que, volta e meia, é preciso trocar alguma peça para garantir o perfeito estado de funcionamento do seu equipamento. Especializada na área e dispondo da melhor assistência técnica, a LokoSound dispõe dos melhores produtos para realizar a manutenção correta do seu som. Em um espaço devidamente organizado é possível de encontrar alto falantes, amplificadores de potência, drives, tweeters, processadores digitais, e mesas de som. Ainda assim, existe uma linha de acessórios especiais como câmeras de ré, sensores de estacionamento e lâmpadas de led para veículos em geral, além de também trabalhar com caixas portáteis e headfones originais. “Hoje trabalhamos com as marcas mais conceituadas do mercado nacional. Eros Alto

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Especializada em sons automotivos em Caicó, a LokoSound dispõe dos melhores produtos e assistência técnica do setor para garantir as manutenções em dia

Falantes, Snake, QVS, Powersystems, Banda Áudio Parts, Stetsom, Expert Eletronics, Usina e JBL”, conta Emanuel Santos, proprietário da empresa. Entre os grandes diferenciais de se comprar um produto com o selo de qualidade da LokoSound está o fato do cliente de se deparar com um mix variado de itens e ter a possibilidade de desfrutar de uma consultoria relevante na hora de decidir o produto que irá comprar, com base realmente naquele que irá atender às suas necessidades. As compras podem ser realizadas à vista com 10% de desconto ou parceladas em até 6x no cartão de crédito. A LokoSound está localizada na Avenida Breno Olegário, no bairro de Boa Passagem, em Caicó/RN. Mais informações, ligue 84 99920.8889. Siga também @emanuellokosound no instagram e veja todas as novidades.


Shábata Pontes, a famosa Sasá Multimídias, em sua loja

No topo das paradas

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oi-se o tempo em que as mulheres não podiam atuar em determinadas áreas, já que algumas profissões eram, até então, predominantemente masculinas. Shábata Pontes ou simplesmente Sasá Multimídias é uma dessas que quebrou barreiras e fez, literalmente, o seu nome no ramo de atualizações e gravações de repertórios em CDs, pen drivers e afins. “Por cinco anos, trabalhei nessa mesma área, sendo colaboradora de uma empresa. O que me motivava era aliar o gosto pela informática e por músicas. Em 2012 surgiu a oportunidade de assumir uma loja e repaginá-la. Então, me planejei e decidi deixar tudo do meu jeito. Foi aí que nasceu a Sasá Multimídias”, lembra. Graduanda em Administração e microempreendedora antenada, Sasá conta de onde surgiu tamanha identificação em uma área em que o gênero masculino domina. “Por muitos anos, eu e minha mãe acompanhamos meu pai, Chico Locutor, pelos circuitos de vaquejada que ele fazia por todo o Nordeste. Ele era um dos mais famosos. Um verdadeiro ícone! Acredito que o sangue da comunicação também passa pelas minhas veias e encontro na minha profissão, essa realização”, pontua. Como o próprio nome da loja diz, a Sasá Multimídias

Pioneira como empreendedora no ramo de atualizações de repertórios, Sasá Multimídias mostra como está consolidando o seu espaço Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

é especializada também em outros serviços que envolvam áudios e vídeos. “Muitas vezes, eu não faço o tipo de serviço que o meu cliente me apresenta, porém, como me considero autodidata, eu procuro solucionar o que o cliente busca”, afirma. Para movimentar as vendas, Sasá faz uso das redes sociais. “Há algum tempo, venho me dedicando a fazer lives no facebook e instagram para apresentar meus produtos de forma diferenciada. Nessas horas, me inspiro muito no meu pai, por causa das performances que ele fazia e aí busco mostrar o que tenho na loja de uma forma divertida”, reconhece. Sempre com um sorriso nos lábios e um jeito todo próprio de encarar a vida, Sasá encanta os seus clientes e a cada dia consolida mais o seu espaço no ramo de gravações. “Um jeito educado, a sensação de se sentir especial e ter um tratamento personalizado fazem toda a diferença”, admite. Faça uma visita ao box 26, da Sasá Multímidias, localizado no Mercado Público de Caicó, no Centro da cidade. A loja abre de segunda a sexta, das 7h30 às 11h30 e das 13h às 16h, já aos sábados, das 7h30 às 12h. Fique por dentro de tudo que acontece, seguindo no instagram e no facebook, os perfis @sasamultimidias.

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Marcus Túlio Vale e Milão Carlos na sede da Dunna`s Corretora em Caicó/RN

A segurança como

uma certeza

A Dunna`s Corretora de Seguros apresenta as potencialidades de estar bem amparado através dos seus diversos tipos de seguros

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Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

mundo de hoje não está pra brincadeira. Volta e meia, somos surpreendidos com notícias envolvendo parentes, amigos e conhecidos que perderam algum tipo de bem material, diante da violência que segue a nossa volta. Nesse contexto, precisamos nos sentir seguros e nada mais justo do que recorrer a uma empresa que assegure esse tipo de tranquilidade. A Dunna`s Corretora de Seguros, dos sócios Marcus Túlio Vale e Milão Carlos, oferece planos de seguros de vida, auto, previdência, saúde e responsabilidade civil. “A gente propõe, desde 1995, a total confiança dos bens assegurados, com empatia e buscando a resolução daquele problema para garantir uma satisfação acima da média ao nosso cliente”, admite Marcus Túlio.

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Todos os ramos de seguros, oferecidos por nossas companhias seguradoras estão disponíveis ao público. “Qualquer pessoa, seja física ou jurídica, pode ter seus bens assegurados. Basta entrar em contato conosco que apresentamos diversas propostas interessantes a preços bastante convidativos”, pondera Milão. A Dunna`s Corretora está localizada no mesmo prédio comercial que a Ideal Motos, na Avenida Coronel Martiniano, 2197, no bairro Penedo, em Caicó/RN. Mais informações, ligue 84 3417.2929, 99962.7445 ou 98829.7676 ou mande e-mail idealseg@gmail.com. Não marque bobeira e faça um plano que te garanta a segurança como uma certeza.


Desde cedo

Antenados Como a loja Laço & Cadarço conquistou pais e filhos ao oferecer moda infantil em Caicó com personalidade e variedade Por FRED COSTA

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Fotos MARCELO PEREIRA

e você é do tipo de pai ou mãe que não resiste e compra, sempre que possível, novos looks para o seu filho, na intenção de valorizar o seu estilo, certamente, a loja Laço & Cadarço pode ser tida como um paraíso. A divisão das áreas do seu espaço, organizado por departamentos, impressiona pela quantidade de peças disponíveis, seja pelas categorias dos produtos, tendências, tamanhos, cores ou preços acessíveis. Da roupa básica do dia a dia, ao casual que é ideal para os finais de semana e até mesmo, looks de festa para ocasiões especiais. A ideia da loja é estar com vocês em todos os momentos, por isso que existem tantas opções para bebês, crianças e adolescentes. Entre os destaques que saltaram aos nossos olhos, quando estivemos por lá, estão as seções exclusivas com itens específicos para batismo, moda praia, moda íntima e roupas de dormir.

Mais que looks lindos, fofos e confortáveis, a Laço & Cadarço busca oferecer uma experiência de consumo que seja agradável e satisfatória para crianças e adultos. A grande sacada da loja está nos espaços exclusivos que são oferecidos para as crianças se entreterem, como uma brinquedoteca, uma área com vídeo games e um ambiente com maquiagens. Isso garante a tranquilidade total dos pais para conhecerem e analisarem o que se tem disponível, enquanto os seus filhos se divertem com segurança. Desse modo, se garante a satisfação total de ambos os lados. A Laço & Cardaço está localizada na Rua Augusto Monteiro, 541, no Centro de Caicó/RN. Para ficar de olho nas novidades, siga o seu perfil @lacocadarco, no Instagram e curta os posts com tudo aquilo que a loja vende e encanta. Mais informações 84 3417.5275 ou 99814.5678. Vale a visita, a experiência, e principalmente, as compras.

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Cinara Costa, a nova franqueada da Carmen Steffens em Caicó

Um BRINDE à nova fase Cinara Costa assume a franquia da Carmen Steffens em Caicó, realiza grande lançamento e promete boas novidades Por FRED COSTA

Fotos Vinícius Medeiros

Desde 2014, a cidade de Caicó ganhou uma franquia da Carmen Steffens. De lá pra cá, a marca consolidou o seu nome em nossa região, sendo alvo de desejo de consumo de suas mais variadas coleções e produtos. Recentemente foi firmado um novo elo com a empresária Cinara Costa que passa a assumir a sua gestão de agora em diante. Para celebrar esta nova fase, um grande lançamento aconteceu na loja que fica localizada na Rua Renato Dantas, 856, no Centro de Caicó. Collecione esteve presente e fez os cliques dos melhores momentos.

O casal Luiz Carlos e Cinara Costa, agora também sócios.

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#oFUTUROjácomeçou As perspectivas de jovens engajados e conscientes de suas escolhas como reflexo das transformações que virão pela frente Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

Jovens em uma das salas da Biblioteca Municipal Olegário Vale em Caicó


Educação

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juventude sempre foi motivo de interesse público, até porque a partir de como ela se desenvolve, o futuro passa a ser traçado. A cada geração, transformações acontecem. Novos costumes surgem e outras necessidades aparecem. Adaptações são necessárias e as percepções em torno dessas novidades podem ser instigantes. O que esperar do futuro? Esse é o tipo de questionamento que interessa a todos. Apesar de que o amanhã é uma incógnita, porém, ao sermos conscientes das nossas escolhas, podemos imaginar as consequências do que está por vir. Nesse contexto, Collecione reuniu uma turma de jovens engajados, promissores e com muita vontade de conquistar o próprio lugar no mundo. O local do encontro? A Biblioteca Municipal Olegário Vale que, em 2019, chegará ao seu centenário de existência, podendo ser considerada, portanto, o berço da cultura literária de Caicó. Um lugar mais que propício para receber esses jovens autênticos e conectados com a vida além da nossa cidade. Cada um escolheu o seu caminho, luta pelo que acredita e segue firme com suas convicções. Um recorte dessa nova juventude consciente, que vive o hoje com atitude de sobra, a gente lê a partir daqui. Renata Evelem, de 15 anos, é estudante da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim (EECCAM), reside no bairro Paulo VI e é filha de Seu João, operador de máquinas, e de Dona Remilsa, confeiteira. Ambos tiveram que largar os estudos, ainda na adolescência, diante da necessidade de trabalhar. “Na minha realidade, o Ensino Médio é bastante comprometedor e é por isso que eu tenho orgulho de estudar em uma escola, na qual é falado abertamente sobre os mais variados assuntos com profissionais altamente qualificados. O que gera uma boa preparação dos jovens para o futuro”, pondera Renata. Apesar disso, ela expõe uma aflição. “O grande inimigo do ensino público é o desinteresse que, com ele, não se pode ter um bom aprendizado. A minha preocupação é mais direta com os Ensinos Infantil e Fundamental. Tenho um irmão e um primo, ainda crianças, e noto a grande diferença entre os seus desenvolvimentos psicológicos, fazendo um comparativo dos estudos entre uma escola pública e uma escola privada”, afirma.

Questionada sobre a profissão que deseja seguir no futuro, ela prontamente responde: “Educação Física. Na infância, sempre fui muito boa em esportes, principalmente no atletismo. Quero ter uma carreira que eu admire, apesar dos obstáculos e dos olhares estranhos daqueles que dizem que não é uma profissão tão ‘renomada’ quanto outras”. Toda essa firmeza exposta em seus pontos de vista rendem uma maior clareza no diz respeito à juventude que faz parte. “Nossa geração, assim como qualquer outra, tem altos e baixos, mas se há uma coisa diferente nela é o poder de mudança. Os jovens de antigamente eram, em sua maioria, controlados por uma autoridade maior, sem direito a escolha. Hoje não é mais assim, temos a sede de justiça, mesmo que em pequenos atos e a tecnologia está a nosso favor para nos tornarmos maiores. Então unidos, podemos fazer a diferença no presente para transformar o futuro em algo melhor”, pontua. Ao destacar o que vê como diferencial no jovem atual que mora em cidades menores com oportunidades restritas, ela faz um paralelo. “Antes, os jovens do interior não nasciam com tantas expectativas. A maioria parava de estudar para produzir. Hoje em dia, os pais, depois de tanto sofrimento, começaram a perceber que o estudo dá a seus filhos uma melhor oportunidade de vida e assim, os apoiam para que sigam com o aprendizado em primeiro lugar. O estudo deve ser visto como uma porta aberta cheias de novas oportunidades”, resume. O universitário Victor Régis, de 21 anos, mora no bairro de Boa Passagem, é estudante do 7º período de Medicina na Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMCM/ UFRN), e é motivo extra de orgulho para os pais Vandeildo e Nízia, uma vez que é o primeiro membro da sua família a ingressar no Ensino Superior. Diante desse momento em que ele participa diretamente do processo de interiorização do curso de Medicina, Victor desperta uma discussão. “É muito válido o incentivo de interiorizar escolas médicas, a fim de fixar os profissionais onde se formaram. Há um número crescente de médicos no país, contrastando com a persistência da má distribuição desses profissionais em diferentes regiões do Brasil, principalmente nos interiores e nas áreas mais carentes. Esse processo é dinâmico e, com

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Renata Evelem e um dos objetos que pretende levar para a sua futura profissão

Victor Régis e o estetoscópio, objeto tão característico da Medicina

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ele, surgem vários novos desafios, como os de avançar no fortalecimento da rede de saúde, ciência, especialização, equipamentos, protocolos e, principalmente, no que chamamos de tecnologias leves: o acolhimento, o vínculo e o calor humano, que o caicoense sabe fazer de melhor. O projeto da UFRN, com certeza, é de intenso pioneirismo”, certifica. Os tempos atuais trouxeram muitas mudanças culturais, entre as mais marcantes, Victor reconhece a tecnologia e a forma como que a juventude atual lida com ela. “A disseminação da informação e o modo como nos comunicamos é bem interessante. Os lucros ou as perdas da hiperconectividade advém do bom senso com que o processo tecnológico é vivido, o tempo gasto com isso, a produtividade nas redes sociais e a capacidade pessoal de interagir com o mundo fora da tela”, acrescenta. Apesar de toda conexão que nos envolve, Victor destaca algumas diferenças que percebe nos jovens que, assim como ele, também moram no interior. “Tenho convicção de que o estereótipo de pessoa do interior já não é mais o mesmo. É preciso mais criatividade para conseguir driblar as adversidades no que se refere à formação educacional, seja a formal ou a extracurricular, e também nas opções de lazer e diversão”, lembra. Sobre o futuro, ele é enfático ao afirmar que deseja se estabelecer na própria cidade de Caicó: “Desejo fazer residência médica em Psiquiatria, aqui no Nordeste, e depois de alguns anos retornar a Caicó para atender às demandas da população, que é bastante carente no âmbito de saúde mental. Além disso, espero contribuir para minimizar o preconceito em relação a essa especialidade médica, que é tida como a medicina dos ‘loucos’, principalmente no interior”. Em outra área, a estudante Heloísa Medeiros, de 21 anos, mesmo com tão pouca idade, já ocupa diversos espaços com muita responsabilidade e empenho. A sua voz é ativa e ecoa, não somente no curso de Direito, na UFRN Ceres Caicó, como principalmente, em diversos grupos que frequenta: monitora do LabGov (Laboratório de Governança Pública); estagiária na Vara de Trabalho de Caicó; jovem EJC (Encontro de Jovens com Cristo); articuladora da Escola Diocesana de Fé e Política Zilda Arns; e membro da Rede


de Juventudes do Seridó. Filha do vigilante, João Bôsco e da professora, Judeni, Heloísa já é mãe, do pequeno Estêvão e a família mora no bairro de Barra Nova. Faz parte da realidade de muitas jovens, ser mãe ainda cedo. O que faz com que cada uma tenha uma noção de responsabilidade maior do que outras que basicamente estudam e trabalham. “No começo foi muito complicado para eu conseguir compreender o que estava passando e os desafios que iriam surgir na minha vida. O apoio da minha família e dos meus amigos foi crucial para eu perceber que não estava sozinha. Hoje em dia eu posso dizer que ser mãe de Estêvão vai muito além de uma responsabilidade, ele é o principal motivo para eu continuar persistindo, é minha prioridade, já que antes eu só lutava por algo, mas hoje eu também luto por alguém”, assegura. Como um verdadeiro divisor de paradigmas, a partir dessa fase, Heloísa passou a olhar o mundo de um modo totalmente diferente. “Quando se é mãe muito jovem, as pessoas acabam te dando uma ‘sentença’ para dizer que tudo acabou ali. Eu passei por isso como todas as outras e é muito importante dizer que todos eles mentem. Nada acabou, tudo só começou. Com meu filho eu sou muito mais forte e mais feliz”, garante a universitária do 8º período do curso de Direito em Caicó. Percebendo a sua realidade e a região que está inserida, ainda diz: “Nós, jovens do interior, temos um leque de oportunidades muito menor daqueles que moram nos grandes centros. Infelizmente por falta de interesse e investimento. O grande ponto para superar essa realidade é compreender de onde se vem e para onde se quer ir. Este é um fator determinante para criar as suas próprias oportunidades e ir além, entendendo que o seu lugar não o limita, mas o potencializa e, acima de tudo, deve-se buscar meios para mudar a sua realidade, ou seja, dar um retorno para sua cidade e região”, falou a jovem que, no futuro, pretende conquistar um cargo no Ministério Público enquanto Promotora de Justiça e também deseja ser docente. Para John Lenon, de 28 anos, morador do bairro Acampamento e filho de Seu Carlos Alberto, técnico em fogão à gás, com Maria do Carmo, dona de casa, o curso de Ciências Contábeis foi um objetivo que se tornou possível. “Segui todo um trajeto educacional através de escolas

Heloísa Medeiros e um dos livros mais famosos do curso de Direito

públicas. Objetivava o curso de Ciências Contábeis desde o Ensino Médio, até que, por significante apoio da minha namorada Rosa, testei meus conhecimentos por vezes no ENEM e consegui ingressar na FCST através de uma bolsa integral do PROUNI”, conta. No dia a dia do curso, ele foi ampliando a sua visão diante do que lhe era ensinado. “Descobri a diversidade de oportunidades em áreas que o curso disponibiliza, como atuar em escritórios, como analista, consultor, professor, em órgãos públicos, auditor entre outros”, relata o graduando do 5º período do referido curso da Faculdade Católica Santa Teresinha que, há 9 anos, é colaborador do Armazém Zezão, em Caicó, ocupando atualmente o cargo de auxiliar de escritório. Conciliar trabalho com estudos não é uma tarefa fácil. É preciso comprometimento e isso, John tem de sobra. “Transformo meu planejamento pessoal em metas a serem cumpridas”, admite. Diante dos diferenciais que podem transformar a vida do jovem que mora no interior, ele cita: “Quem mora em capital está submisso a uma vida mais difícil com relação ao trânsito, o desgaste da saúde mediante tanta poluição e, às vezes, o que tem de oportunidade acaba, por faltar em qualidade de vida. Há quem diga que

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John Lenon com um notebook e uma calculadora que caracterizam a Contabilidade

Laura Cristina e uma lembrança afetiva da sua área de Vestuário

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as 24 horas do dia são insuficientes. Quem mora no interior dispõe de mais tempo e ao contar com a internet pode se conectar com o mundo, transformando qualquer minuto de disponibilidade em favor de uma sociedade melhor”. E por falar em transformação, esta é uma das palavras chave que ele considera. “Para que o futuro mude, precisamos mudar algumas ações. Como cidadão, desejo que as pessoas sejam mais ativas e empenhadas em cobrar políticas públicas, mas que, ao mesmo tempo, estas mesmas pessoas não furem filas, não vendam voto, poluam menos o meio ambiente e tenham, sobretudo, a capacidade de se cobrar mais, transformando obrigações em necessidades”, pondera. Já Laura Cristina, de 20 anos, residente no Alto da Boa Vista, e filha do autônomo Adevaldo com a diarista Carol, segue conciliando a graduação em História, pela UFRN, com o curso de Vestuário, pelo IFRN. “O Instituto oferece oportunidades excepcionais para que o jovem do interior não tenha que se deslocar até a capital. Até porque as condições financeiras de alguns não são favorecidas para que isso aconteça. De certo modo, o IFRN traz uma notoriedade para o município, traz pessoas de cidades vizinhas, mão de obra intelectual, professores especializados e, por fim, gera empregos para a região, mediante os cursos técnicos e superiores”, reconhece. Sobre as escolhas que fez com relação aos cursos, ela declara: “Muitos jovens ingressam na faculdade por pressão familiar e acabam esquecendo de buscar um caminho com aquilo que realmente se identificam. Não basta apenas ter um diploma, é preciso trabalhar com dedicação”. Para ela, o papel da juventude, hoje em dia é visto, com uma dimensão responsável. “É possível chegar aonde quiser. Acredito que o estudo é a base disso. Quando alguém se entrega e planeja a forma de como levar a vida, agarrando as oportunidades que lhe são oferecidas, você se torna capaz! Mesmo que, para alguns as oportunidades sejam mínimas, a gente tem que ir sempre em busca dos nossos sonhos”, confessa. Em compasso com essa interpretação de futuro, Laura deseja firmar-se em um concurso público, atuando na sua área de uma forma como poucos podem imaginar. “Geralmente quando se fala em Vestuário, as pessoas automaticamente, logo assimilam ao


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Educação

trabalho como costureira. Quero fazer diferente. Talvez falar sobre a importância que uma peça de roupa tenha no meio ambiente através de palestras ou algo do tipo”, ressalta. Nascido e criado em Parelhas, o multiconectado George Daniel, tem muito o que celebrar. Filho do comerciante, Lúcio Daniel, e da dona de casa, Eliene Matias, ele conta porque escolheu Caicó, como a sua morada há 9 anos e a forma como a sua carreira profissional foi se desenvolvendo. “Ao ser aprovado no curso de Eletrotécnica, no IFRN, em 2009, eu vim morar em Caicó. No final desse mesmo ano, prestei vestibular para Sistemas de Informação (BSI), na UFRN, e também passei”, comenta. Nesse meio tempo, uma brincadeira realizada no

Facebook começou a surpreender George. “Em 2015 era muito constante as postagens que eu via de alguns amigos sobre signos. Tive então, a ideia de criar uma página com algo próprio e diferente do que já existia: uma espécie de signos mais reais e acima de tudo, com uma pitada de humor e regionalidade”, relembra. Nascia, dessa forma, os famosos “Signos Nordestinos”, onde 12 animais típicos da nossa fauna passaram a representar essa nova simbologia, sendo eles: guaxinim, bacurim, asa branca, préa, cágado, soin, timbú, peba, cururu, jegue, rasga mortalha e calango. As postagens divertidas e repletas de criatividade logo chamaram atenção do público e, em especial, da página “Suricate Seboso”, que já fazia grande sucesso na rede. Diante de uma repostagem feita por eles, a dimensão dos “Signos Nordestinos” foi amplificada, o que rendeu um salto estratosférico no número de curtidas que a página tinha, de 25 para mais de 10 mil. “Toda representação visual foi pensada para que tivesse o máximo de características nordestinas. Desde a xilogravura que representaria o signo, até a fonte e fundo das telinhas”, orgulhoso nos conta. O desenrolar dessa história segue surpreendendo. “Nesse tempo, ao entrar de férias da faculdade, consegui me dedicar mais à página e entender melhor o seu funcionamento e o comportamento dos seguidores. Mudei algumas expressões, estudei dicionários nordestinos e percebi uma boa oportunidade de negócio: transformar as frases em produtos. Criei, então em 2016, a loja virtual”, revela. Daí em diante, o cenário foi configurado por uma sequência de conquistas positivas,

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George Daniel e um chapéu tipicamente nordestino

uma delas foi assinar uma nova linha de produtos que foram comercializados em mais de 22 lojas físicas, espalhadas pelo Brasil. “Outro fator que mudou a minha vida foram as palestras que passei a realizar como caso de sucesso, como o Campus Party Recife e eventos de grandes instituições como UFRN, UFPB, IFRN e SEBRAE”, descreve. Atualmente, os perfis dos “Signos Nordestinos” tem cerca de 1.5 milhão de pessoas no Facebook e no

Instagram, mais de 410 mil seguidores. Apesar de todos os compromissos que os “Signos Nordestinos” trazem a sua agenda, George ainda mantém vínculo com a agência, Referência Comunicação, em Caicó, como analista e gestor de mídias sociais. Encarando de frente o que o futuro reserva para esse campo digital, ele finaliza dizendo: “É fantástico a democracia do acesso à informação. Com a tecnologia, tudo se tornou mais fácil, desde pedir um lanche via WhatsApp, até mesmo fazer um artigo científico com milhares de informações disponíveis na internet. O grande desafio é lidar, de forma madura, com tudo isso. Ao meu ver, falta educação por grande parte das pessoas nesse contexto, porém as novas gerações deverão ser mais atentas a tudo isso”.


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Pais que participam da vida escolar dos filhos

Aluna chegando em sala de aula

Dinâmicas variadas no Ensino Fundamental

Ensino religioso como marca significativa da instituição

A EDUCAÇÃO

Preparação assertiva para o ENEM no Ensino Médio

que todos queremos Como instituições do porte do EST e da FCST elevam a qualidade do ensino e colocam a sociedade e o mercado local em sintonia com o mundo atual Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO e VINÍCIUS MEDEIROS


Sala de aula do Ensino Infantil com método bilíngue

Aula de Robótica: uma das novidades da grade de 2019 do EST

Práticas extra curriculares com incentivo à arte

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studar em uma instituição com 93 anos de história e que tenha o porte do Educandário Santa Teresinha é o sonho de muitos e um privilégio para quem faz parte dos seus domínios. Atualmente, o EST possui cerca de 600 alunos matriculados em suas diversas séries nos ensinos infantil, fundamental e médio, coordenados por aproximadamente 70 professores e, contando ainda, com o respaldo de outros 30 profissionais envolvidos na estrutura organizacional. A base sólida da escola é assegurada e interligada pelas legislações básicas do nosso país e antenada com as necessidades da sociedade atual, respaldadas, sobretudo, por uma formação humano-cristã. “Trabalhamos na perspectiva de uma escola em pastoral, ou seja, respeitando às orientações da Igreja com relação ao humanismo solidário por vivenciarmos a fé fraterna e conseguirmos ir além da mesma, visando formar seres humanos íntegros”, nos conta Irmã Marli, atual diretora.

Irmã Marli, atual diretora do EST e FCST.

Entre os diferenciais implementados pelo Educandário, recentemente, está o fato de ter se tornado a primeira escola, da região Seridó, a aderir ao programa bilíngue de ensino, da educação infantil até o sexto ano do ensino fundamental. “O estabelecimento dá aulas sincronizadas em português e inglês, faz com que o aluno, desde cedo, tenha a noção de que essa é a nossa realidade atual. Aprender uma segunda língua, ainda na vivência escolar, faz com que haja uma maior imersão naquele idioma, a fim de que a criança ou o adolescente desenvolva outras habilidades que somente trabalhando em sua língua materna não desenvolveria tanto”, assegura a diretora. Neste mesmo contexto de inovação, Robótica poderia soar como um assunto distante, digno de filme, mas não para os alunos do EST que, a partir de 2019, do sexto ano do ensino fundamental em diante, contarão com essa matéria em sua estrutura curricular. “A matéria Robótica,

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Coordenadores dos cursos de graduação em momento de interação

surge como necessidade de trabalhar uma metodologia mais ativa, visando aproximar o aluno das temáticas envolvendo ciência e tecnologia. Então, trazemos essa conjuntura para sala de aula, no intuito de desenvolver habilidades interligadas à raciocínio lógico, relações interpessoais, trabalho em equipe, pesquisa, resolução de casos por meio de acertos e erros, bem como o desenvolvimento de projetos que sejam do interesse do aluno”, ressalta Irmã Marli. Embora tantas adaptações pertinentes venham sendo realizadas nos últimos anos, algo se mantém inerente à existência do Educandário: o trabalho de evangelização como sua marca significativa. “Trabalhamos com o ensino religioso. Não é nada confessional ou doutrinário. Apresentamos para o aluno, a cultura religiosa e através dessas experiências, ele passa a adquirir condições necessárias para viver a sua fé, independente da sua religião e respeitando os demais”, evidencia. Sobre certos momentos que consagraram a instituição diante da formação religiosa que ela possibilita, a Irmã ainda faz questão de frisar: “Continuamos com as nossas orações diárias, os momentos de socialização, os encontros que permitem a convivência com outras instituições da nossa congregação das Filhas do Amor Divino e assim, a gente vai mostrando que a religião perpassa a nossa vida e deve fazer parte da nossa existência”. De olho no futuro, mas com os pés firmes no

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presente, o Educandário Santa Teresinha se consolida a cada ano como uma das melhores instituições do Rio Grande do Norte, principalmente, por contribuir com a construção de um pensamento criativo em seus alunos, visando encontrar novas soluções, promover habilidades e desenvolver bons projetos. “A nossa escola ensina e o aluno aprende na prática com ‘a mão na massa’”, sinaliza a diretora. Se durante as manhãs e as tardes, as atividades estão concentradas na escola, as noites, desde 2004, passaram a integrar cursos de graduação com a Faculdade Católica Santa Teresinha que funciona no mesmo conjunto de prédios do Educandário, correspondendo a uma área edificada com salas de aulas e ocupações correlatas de mais de 5.000m². Atualmente, a FCST disponibiliza os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Serviço Social para cerca de 550 alunos que contam com uma média de 50 professores e ainda o respaldo de outros 15 profissionais envolvidos na estrutura organizacional dessa instituição. “Oferecemos uma formação contínua aos nossos educadores para que eles estejam antenados com a nossa proposta pedagógica e, principalmente, alinhados com as novidades da educação básica para o EST e superior para a faculdade”, certifica Irmã Marli. A grande novidade que promete aquecer o mercado local é a chegada do curso de Direito para 2019 na Faculdade Católica Santa Teresinha. “Estamos com tudo


preparado e adequado, esperando o anúncio oficial do MEC, no Diário Oficial da União. Todo o corpo de professores e mestres já está definido. A perspectiva é de que, em Janeiro, possamos anunciar a data do vestibular”, ansiosa nos confidencia. Outra boa nova diz respeito às aulas à distância. Em breve, a FCST implantará o Núcleo de EAD (Educação à Distância) que permite promover o ensino superior à distância, por meio de aulas em formato de vídeo conferência, para maior comodidade do aluno. No entanto, ainda existem alguns ajustes a serem pontuados para que mais detalhes sejam anunciados. Embora, as perspectivas sejam as melhores possíveis. Dando sequência ao seu plano de educação continuada, a Faculdade Católica Santa Teresinha também oferece cursos diversos de pós-graduação, como base de complemento e aperfeiçoamento. Entre esses estão MBA em Gestão Estratégica de Ensino, que utiliza ferramentas de coaching, aplicadas à educação; Gestão Pública; Gestão Empresarial; Gestão de Pessoas; Gestão Contábil com Ênfase em Auditoria e Perícia; e Serviço Social e Políticas Públicas. “É uma forma de mantermos o mercado local cada vez mais profissionalizado, diante das atualizações constantes que ocorrem no mundo a nossa volta”, comenta. Mais a seguir, esta área, dos cursos de pós, também terá novidades. Todo essa série de esforços do Educandário e da Faculdade Católica elevam a qualidade do ensino em Caicó e colocam a nossa sociedade e o mercado local em sintonia com o mundo atual. “Isso é fruto de muito trabalho. Buscamos inovar, sem perder a tradição. Olhando para a nossa instituição como um todo, a integração das duas facilita esse processo”, comenta Irmã Marli, formada em Pedagogia com habilitação em Administração Escolar, pela UFRN, de Natal/ RN e possuindo ainda especialização em Psicopedagogia pela FIP, de Patos/PB, mestrado em Educação com menção em Gestão e Liderança Educacional, pela Universidade de Santiago do Chile. “Hoje em dia, o mundo trabalha conectado e nós não podemos fugir à regra”, resume.

Alunos do curso de Administração

Alunos do curso de Ciências Contábeis

Alunos do curso de Serviço Social

Mais informações Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN EST – 84 3421.1421 | Instagram @ed.santateresinha Facebook @estcaico | Site estcaico.com.br FCST – 84 3417.2316 Instagram @faculdadecatolicast | Site fcst.edu.br

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Sala de reuniões do Coffee Working Lab em Caicó

Em sintOnia com o mundo Seguindo forte tendência mundial de mercado, Caicó ganha o seu primeiro escritório compartilhado, o “Coffee Working Lab” Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

mundo de hoje apresenta constantes atualizações. Muitas, inclusive, capazes de deixar impressionados, até os mais antenados. Seguindo forte tendência mundial de mercado, a cidade de Caicó já desfruta do seu primeiro “coworking”, ou seja, escritório compartilhado. A iniciativa empreendedora partiu do engenheiro civil, José Paulino Neto, que afirma: “A ausência de locais para trabalhar com uma estrutura completa e

Área inicial do Coffee Working Lab

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custos reduzidos foi um ponto favorável na minha decisão de apostar nesse tipo de negócio”. Em 2016, ao conhecer o segmento através de um escritório do mesmo porte em Natal, ele confessa: “Me chamou muita atenção aquele ambiente descontraído e altamente produtivo, aonde empresas e profissionais, de diversas áreas de atuação, contavam com uma mesma estrutura de modo sincronizado e confortável”. Não entendeu bem? Calma! Que a gente explica. O “coworking” é o tipo de espaço em que você que é microempreendedor ou profissional liberal pode alugar uma mesa, fazer uso da sala de reuniões quando necessário, usufruir de espaços coletivos de convivência e, principalmente, colaborar com outros profissionais. “São locais que funcionam como ponto de partida para sair da rotina do trabalho improvisado na mesa da cozinha de casa, sem ter que investir uma quantia considerável em um escritório próprio com todos aqueles gastos que, no início, atrapalham o desenvolvimento de qualquer negócio”, adverte. A grande sacada do Coffee Working Lab é permitir o compartilhamento do espaço de trabalho, a custos menores e facilitar o entrosamento de profissionais que podem, em um segundo momento, conectar suas áreas de atuação, tornando um cliente do outro ou se unindo em novos projetos, o que poderia não acontecer, caso estivesse sozinho em um endereço isolado. “No ‘coworking’, a estrutura é completa e o usuário só se preocupa em produzir. Não existe burocracia. É só chegar e conversar”, ressalta José Paulino. Em Novembro deste ano, surgiu então, o “Coffee Working Lab” na Rua Olegário Vale, 137, no Centro de Caicó/RN, em uma área de 147 m², divididos em sala de reunião, salas individuais, 16 estações de trabalho, copa, banheiros acessíveis e espaço de convivência. No terceiro turno, à noite, e durante os finais de semana também será possível que seja realizado em esquema de auditório, cursos e treinamentos. Os planos para usufruir desses serviços são muito acessíveis e começam na faixa de apenas R$ 89,00. Ainda será permitido o gerenciamento de correspondência, endereço fiscal e comercial, serviço de recepção, impressões e telefonia. Entre em contato e esclareça suas dúvidas. Ligue 84 99612.2009. Siga também o perfil @coffeewkl no Instagram.

Espaços corporativos variados

Várias estações de trabalho

Salas adequadas e confortáveis

Copa coletiva

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Os advogados Sérgio Magalhães, Roberto Diniz, Ralina França e Alex Dantas reunidos em recente encontro profissional.

Unidos pelo

DIREITO

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les formam um time e compõem o escritório de advocacia, “Diniz, França, Dantas & Magalhães”. Cada um possui atuações específicas e desempenham um trabalho relevante no Direito em Caicó. Roberto Diniz (OAB 5.026/RN) é especializado em civil, sucessões e direito de família; já Ralina França (OAB 5.243/RN) desenvolve ações no direito previdenciário, trabalhista, cível e militar; Alex Dantas (OAB 11.562/RN), por sua vez, coordena direito administrativo e causas cíveis; e Sérgio Magalhães (OAB 8.548/RN) coordena a parte criminal e direito público. “Há 15 anos, comecei atuando de modo isolado, enquanto Roberto deu continuidade ao trabalho do pai, Dr. Roldão. Algum tempo depois, decidimos trabalhar juntos e, na sequência, vieram a somar conosco, Alex e Sérgio que, nesta formação, atua há 10 anos”, esclarece Ralina. Defender o Direito das pessoas e proteger aqueles que precisam de um devido amparo legal funciona como o

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Collecione reuniu um time de advogados e ficou por dentro dos caminhos percorridos na área Por FRED COSTA

Foto DYEGO LEANDRO

foco do grupo. “O Direito encanta por ser um sistema em busca de liberdade. Sistema complexo, no qual a sociedade dialoga e constrói seus alicerces, mas, sobretudo, considera de maneira igual o ‘outro’, numa constante busca pela justiça social”, considera Alex que também é professor universitário do curso de Ciências Contábeis, na Faculdade Católica Santa Teresinha, em Caicó. Diante dos possíveis novos caminhos que a profissão poderá seguir, Roberto comenta: “Cada vez mais o Direito deverá se tornar mais acessível, no intuito de que aquelas pessoas mais humildes e carentes que não teriam condições de pagar um advogado, conseguirão ter acesso a esses mecanismos”. Por fim, Sérgio com vasta experiência na assessoria jurídica a municípios, resume: “A tendência é que futuramente os processos se tornem menos burocráticos, mais ágeis e com mais efetividade para o jurisdicionado. Estaremos aqui firmes e fortes para nos manter atualizados e atuantes”.


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Branquinha, a idealizadora da Marmoraria Unimármore

Quem sabe faz

Acontecer

Com experiência e inovação, a Unimármore marca um novo momento na história da construção civil em Caicó

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Por FRED COSTA

Fotos DYEGO LEANDRO

aria do Ó Dantas dos Santos ou simplesmente Branquinha, como é popularmente conhecida, é do tipo de pessoa que causa admiração logo que a conversa começa. Com diversas experiências profissionais acumuladas ao longo do tempo, foi no ramo da marmoraria que ela entendeu o seu propósito na vida. “Trabalhei como funcionária por seis anos no setor e isso me fez descobrir uma grande paixão por pedras naturais. Isso transformou a minha vida, porque a partir daí eu comecei a planejar o dia que eu teria a minha própria marmoraria, visto que este tipo de comércio sempre me fascinou”, admite.

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O brilho nos olhos de Branquinha era revigorado a cada negócio que era concretizado. “A minha maior satisfação vem quando eu vejo o mármore ou o granito transformando um ambiente com beleza e sofisticação”, ressalta. Com o passar do tempo, ela quebrou paradigmas, conseguiu empreender e hoje é proprietária da Unimármore, sendo, portanto, a única mulher a gerir diretamente uma empresa do ramo em nossa região. “Estamos apenas com 9 meses de funcionamento, porém com grande experiência e muita inovação. Hoje tenho cinco colaboradores, dos quais, quatro já trabalharam comigo no setor”, conta.

O foco da Unimármore é comercializar mármores nacionais e importados, bem como granitos, silestones, primes e quartzos stone. “Busco ter muita responsabilidade na entrega do nosso material e na assistência ao cliente, seja arquiteto, engenheiro ou construtores em geral. Não posso desapontar quem confia em nosso trabalho”, resume. A Unimármore está localizada na Avenida Coronel Martiniano, 99, no bairro de Nova Descoberta, ao lado da Toyolex, em Caicó/RN. Para mais informações e orçamentos, ligue 84 3421.1155 ou 99909.3115 e siga @marmoraria_unimarmore no instagram.


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Emanuel Araújo, o novo arquiteto caicoense

CHECK MATE

Após se consolidar como decorador, Emanuel Araújo se lança em mais uma atividade profissional, desta vez, como arquiteto em um escritório próprio. Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

le ganhou fama como decorador em Caicó e há um bom tempo é responsável pelos grandes eventos da região. Emanuel Araújo, inquieto do jeito que é e afoito por sempre se reinventar, prepara para 2019, um verdadeiro turbilhão de novidades, entre elas, talvez a sua maior façanha profissional: o lançamento do seu escritório de arquitetura e urbanismo. Prestes a concluir a graduação na área pela FIP, em Patos/PB, ele se tornou sócio do paraibano Eduardo Lacerda e juntos serão responsáveis por obras e reformas nos dois estados. “Estou animadíssimo. Uma área complementa

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a outra e isso vai fortalecer o meu campo de visão para o mundo. Na Arquitetura, estudamos e planejamos as soluções ideais para um determinado espaço, trazendo conforto, funcionalidade, beleza e economia. O nosso trabalho vai além da estética, prioriza a escolha de materiais e a sintonia entre eles, diante da integração geral de um projeto”, comenta. Da união das aptidões de ambos, um modelo próprio de compreender a arquitetura e a decoração está prestes a tomar forma, aliando a atuação em interiores, tanto em projetos residenciais quanto comerciais,


Para 2019 podem me aguardar de uma forma ainda mais profissional, aonde a técnica do meu trabalho como decorador vai encontrar na arquitetura, a intuição, o gosto e o sentimento por unir teoria e prática em perfeita sintonia. Emanuel Araújo

Emanuel Araújo e Eduardo Lacerda, o seu sócio paraibano, no escritório de Arquitetura e Urbanismo que a dupla irá ser lançar em breve no RN e na PB.

além de cenografia de eventos, espaços públicos como urbanismo e eventos culturais. “A ideia é fazermos uma arquitetura ‘descomplicada’, onde aconteça uma maior integração com os verdadeiros usuários do espaço a ser projetado. Queremos fortalecer as conexões emocionais com os clientes, a fim de render uma impressão mais significativa ao trabalho firmado”, assegura Eduardo. Para Emanuel e Eduardo, a concepção da Arquitetura está em traduzir a experiência de habitar o desejado, através de um estilo flexível que se molde com

perfeição às necessidades de cada cliente por meio de um processo criativo e regenerativo com técnica e beleza. “Assim como a decoração de um evento lida com os anseios de felicidade das pessoas, um ambiente decorado também mobiliza uma emoção na construção dessa arte”, argumenta Emanuel. E pra finalizar, ele ainda ressalta: “Para 2019 podem me aguardar de uma forma ainda mais profissional, aonde a técnica do meu trabalho como decorador vai encontrar na arquitetura, a intuição, o gosto e o sentimento por unir teoria e prática em perfeita sintonia”.

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A VIDA ADULTA sem manual Elas criaram as próprias histórias, não se limitaram aos obstáculos e estão aqui para nos contar como conseguem vencer a cada dia Por FRED COSTA Fotos DYEGO LEANDRO

Constância Uchôa em momento de contemplação à natureza do Sertão, ao lado das cercas de pedra, uma de suas maiores inspirações na poesia.

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Comportamento

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or um longo tempo, grande parte da sociedade acreditou que, na vida adulta, para conquistar a tão sonhada felicidade e obter sucesso na vida, existia uma espécie de um único caminho a ser percorrido. Com o passar dos tempos foi percebido que as coisas não funcionam bem assim. Hoje mais do que nunca compreendemos, de fato, que não existe um “manual”, onde as etapas precisam se suceder de modo idêntico para cada um de nós. É bem verdade que a vida requer ordem. Naturalmente, precisamos estudar, nos formar, buscar capacitação e a partir disso ingressar no mercado de trabalho para conquistarmos independência. A sequência ideal é essa, mas nem sempre as coisas, a partir daí, precisam ser estabelecidas da mesma forma para todos. Cada um de nós, com base nas próprias histórias e escolhas, deve ir traçando um contorno singular à própria vida. Algumas pessoas são inspiradoras e nos fazem entender como o respeito à própria natureza, em torno de sua essência e do seu próprio tempo se faz necessário na velocidade de avanço que condiz com a sua personalidade e os seus anseios. A vida de Constância Uchôa soa poesia. Aos 41 anos de idade, ela é formada em Direito, servidora da Justiça e uma exímia poetisa. Foi casada e dessa união nasceu um casal de filhos. Entre versos, estrofes e rimas, Constância conta porque prefere levar a vida em ritmo de poesia. “Meu modo de ver o mundo e o outro sempre foi cheio de lirismo. Muito embora em casa não houvesse incentivo poético. Fui educada em Mossoró e, em meu colégio, os estímulos eram constantes. Lugar que passei o meu período escolar participando de concursos poéticos. Sou grata ao CDSL. Ao voltar para Caicó, em contato com grandes poetas seridoenses e com as cantorias de viola, assumi-me poetisa. Ganhei em poder de contemplação, perdendo-me de vez no mundo do abstrato”, conta. Diante do questionamento de como conseguir ser original à própria essência, Constância pondera: “Penso que o indivíduo adulto deva escrever seu roteiro de vida ou, no mínimo, mudar a receita que lhe impuseram – respeitados os parâmetros legais e verdadeiramente morais. Ousar na escolha e elaboração do prato-vida. As peculiaridades dão sabor e alimentam nossa alma. O eu não comporta fronteiras. O lapso temporal entre o nascer e o morrer

deve ter gosto de si. Sempre é tempo de ser! Os que ditam manuais de conduta e estereótipo, o fazem com intenção escravizadora e excludente, uma vez que dificilmente nos encaixamos no dito ‘padrão ideal’. ‘Mesmo que seja estranho seja você’, como diz a cantora Pitty. Ser livre no comportamento é experimentar o tempero dos céus!”. Sobre as pessoas que a inspiraram naturalmente, rendendo os parâmetros que assimilou, ela destaca a mãe como principal fonte. “Tive a graça de ser filha de uma mulher atemporal. Embora nunca fizesse questão de demostrar e nem de ter voz ativa no lar, sempre a teve de fato. Nunca o fez para impactar. Na década de 70, Salete Costa, casou na Igreja de terno e calça boca de sino. Muito embora o casamento fosse de ‘gosto’, optou por não ser conduzida pelo pai ao altar. Adentrou à Igreja autonomamente. Numa cerimônia discreta, na presença dos padrinhos e do saudoso Padre João Agripino, que respeitou, inclusive nesse dia, a sua natureza simples e prática. Sempre leu, sendo o tipo de mulher que não ocupava a mente com críticas ao comportamento alheio (sobretudo ao feminino)”, enfatiza. O passar dos anos lhe trouxe a sabedoria das convicções, entre algumas que fez questão de frisar, Constância relata: “Não fui criada para casamento. Assim como a maioria de minhas contemporâneas, acredito. Fomos educadas com a visão de que sucesso na vida é abraçar uma profissão definida. Hoje é bem mais ampla a liberdade feminina. Com o avanço na legislação, a mulher da era ‘hi-tec’ pode tudo! O acesso à informação e a outras culturas ampliou o campo de visão feminino, ela tem direito a ser o que quiser. Ser mãe... se quiser; ser esposa... se quiser; administradora do lar idem. Podemos escrever, medicar, lecionar, gerir e pousar, conforme nossa vontade. Ter tarefas acumuladas ou não. Isso é que é revolução!”. A mulher seridoense, sobretudo, a caicoense é forte, tem fibra e talentos multifacetados. “Foi graças a mulher daqui que o Seridó é o que é: uma civilização (denominação dada pelo historiador José Augusto de Medeiros). Na Civilização Seridó, as mulheres foram pioneiras na leitura e na escrita. Aquelas que não aprenderam, não deixaram de valorizar a educação. Apesar das opressões sociais, a nossa mulher sempre fora ouvida pelo marido nas mais diversas questões e, indiretamente, pela sociedade. Nas

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dependências dos lares foram influenciadoras, faziam uso da sutileza para fazer valer as suas decisões: nos séculos XIX, XX e até XXI. Não ostentavam os louros para não ferir os brios do marido”, considera. A fim de exaltar as características marcantes da mulher seridoense e os reflexos que esses aspectos causam na sociedade local, Constância ressalta: “A nossa religiosidade é refletida na criação dos filhos, baseada em princípios cristãos. Temos Sant’Ana como a mulher símbolo caicoense. A Sant’Ana educadora: a mulher caicoense nasce mestra de seus filhos, educandoos ao trabalho, à religião e ao estudo. A mulhercaicoense-mestra há que ser enaltecida sempre! Outras peculiaridades que não posso deixar de citar: a facilidade em comunicar-se; a capacidade de administração; e o dom da escrita, da arte, dos bordados, da pintura, da culinária... do fazer bem feito, do capricho, do amor. Dizem pelos cantos: ‘Caicó, terra de mulher bonita’. Talvez o espelho seja o objeto que menos reflita a nossa beleza maior: o talento. Caicó, terra de MULHER!”. Em sincronia com o próprio tempo e fiel aos seus princípios e objetivos, Constância vê no futuro, um infinito de possibilidades. “Eu me enxergo cheia de vida. Recusome ao morno. Fazendo o que quer que seja, mas fazendo de verdade. Morando onde quer que seja, mas habitando em mim. E onde eu for, levarei meu mundo. E esse meu mundo é envolto em Cercas de Pedras, incrivelmente poetizadas por nossa literata Hilda Araújo”, revela. Conceição Alves, por sua vez, nem em sonho imaginou, ao longo da sua vida, a missão que teria neste plano terrestre. A Rua Olegário Vale, no centro da nossa cidade, onde é situada a sua casa, reservava, além dos momentos felizes em família, um verdadeiro encontro de almas com um de seus vizinhos, João Batista. Foi aí então que, em 1997, começou uma paquera que logo virou namoro em uma noite de vaquejada. “Na época, eu tinha 44 anos de idade e ele, 40. O namoro deu certo e, mesmo assim, aconteceu todo o ritual como de costume. João veio pedir, formalmente, a minha mão, em casamento, ao meu pai na presença de toda a família. Houve, inclusive, jantar de noivado, entrega de alianças e tudo mais”, relembra Conceição.

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Após o casamento, Conceição foi morar com João em sua casa, na mesma rua que a residência de seus pais. Logo o próprio marido despertou o desejo de ser novamente pai, desta vez, através de um filho em comum com ela. “João havia sido casado e, nesta primeira união, ele havia tido 3 filhos. Ainda assim, ele queria outro. Eu, sempre cautelosa, questionei sobre os cuidados que deveríamos ter em razão da idade tardia, uma vez que poderia nascer uma criança com problemas. Mesmo assim, ele continuou querendo”, afirma. Nesse meio tempo, em uma ida trivial à Médica Ginecologista, Conceição descobriu uns nódulos nos seios e, para se livrar, deveria passar por um tratamento em que, por um curto período, o uso das pílulas anticoncepcionais seriam suspensas. “Durante esse intervalo de tempo, engravidei e foi uma festa. Todos do nosso convívio comemoraram e eu passei tomar os devidos cuidados para ter uma gestação sadia”, pondera. Após algumas complicações com a perca de líquido amniótico, o parto precisou ser realizado aos 8 meses de gestação e, com dias de nascido, houve a confirmação que João Antônio, o filho do casal, era portador da Síndrome de Down. “A gente procura um culpado, mas isso não deve acontecer. A minha ficha só caiu nas primeiras consultas ao pediatra, Dr. Ney. Ele foi de uma atenção sem igual. Lembro bem que olhei para os céus e perguntei: ‘Senhor, porque essa síndrome no meu filho? Tira essa síndrome dele’. O desespero chega, não tem como não se ter a fase do luto, porém, aí vem outras etapas, como o entender que mundo novo é aquele que passarei a viver”, relata. A frase que marcou o início de uma nova era foi “é preciso sair do luto para a luta”, entrega Conceição lembrando de como a sua vida se transformou. “A fase da aceitação é essencial para poder fazer a criança progredir. Eu fui deixando de ser egoísta, de ficar me lamentando e busquei cuidar do meu filho, na intenção de proporcionar a melhor qualidade de vida possível a ele. Desse modo, procurei a APAE em Caicó e descobri que existia um lugar espetacular para ele se desenvolver”, pontua. Aqueles que têm filhos especiais encontram o amparo necessário na associação. “Aqui se tem uma vida que se satisfaz porque se coloca a criança em contato com outros coleguinhas


Conceição e João Antônio, uma relação entre mãe e filho que transborda amor, cuidados e aprendizados.

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especiais. Todos passam a conviver e a se respeitar. O mundo ideal mesmo. Porque nesse existe inclusão e sociabilização”, pondera. Enquanto João Antônio ainda era criança, com 4 anos de idade, o pai, Antônio, se mudou para a cidade de Altamira, no estado do Pará, visando melhores condições de trabalho. Temendo a mudança, Conceição e o marido entraram em um acordo. “Existiam muitas doenças complicadas na região aonde ele foi morar. Devido à baixa imunidade que o nosso filho tinha, eu não poderia arriscar uma mudança tão brusca. Atrelado a isso, a minha mãe já estava bem idosa e eu ainda trabalhava. Então, combinamos de nos ver sempre que possível”, confidencia. Sobre a relação que pai e filho mantém, ela conta emocionada: “Quando João Antônio está por perto, ele, certa vez me disse, que poderia estar no fogo do inferno, mas aí a presença do filho transmite a sensação de que vem um anjo que te traz paz”. Até se acostumar com a nova realidade que pairava sobre a sua família, Conceição nos diz como conseguiu superar. “As primeiras vezes que fomos à APAE, eu chorava muito e dizia a Deus que não queria pertencer àquela comunidade. Ao mesmo tempo, o meu coração pulsava pra eu seguir em frente e a partir disso, eu criava forças e ia. Tudo pelo meu filho. Outras mães já experientes nesse contexto, me consolavam pedindo paciência, afinal esse era o tipo de sentimento inicial, porém logo viriam as vitórias. Uma delas, eu nunca me esqueço, me disse: ‘Seu filho vai viver, vai andar e vai ter muitos avanços’”, relembra. Todo esse envolvimento de Conceição e João Antônio na APAE, possibilitou que ela, anos depois, ao se aposentar, pudesse se dedicar mais à instituição. Atualmente, exerce o cargo de presidente, sendo a primeira da história na nossa cidade a ter um filho especial, coordenando o grupo de 42 colaboradores que prestam serviços à instituição, entre profissionais que atuam na estrutura da associação, como também professores, interligados ao estado e ao munícipio, em diversas atividades, como fisioterapia, psicomotricidade, atletismo, psicologia, fonoaudiologia, educação física, oficina de artes, brinquedoteca, computação e muitas outras.

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Hoje em dia, João está com 19 anos. Acumulou passagens por várias escolas da cidade, no intuito de permitir a sua sociabilização. Neste ano foi matriculado no Grupo Escolar Senador Guerra, aonde está sendo muito bem recebido e segue tendo bons avanços. Ele ainda adora escutar música, principalmente forró, tem um karaokê em seu quarto, aonde se diverte muito e ainda joga vídeo game. E os aprendizados não param por aqui. João também já teve aulas de capoeira, aprendeu a andar de bicicleta e integra o grupo de coroinhas da Igreja de São José, graças ao trabalho inclusivo de Padre Tadeu. Ele também participa das tarefas de casa, ditadas e supervisionadas pela mãe e por Darc, colaboradora fiel que Conceição tem há muitos anos em seu lar. “Ele organiza as cuecas na gaveta do próprio armário, vez ou outra varre a calçada conosco e também nos ajuda a retirar as roupas do varal. Aos domingos, eu peço pra ele colocar a mesa do almoço e quando ele esquece algo, eu pergunto o que está faltando na mesa e ele logo se lembra”, recorda. Neste ano, João exerceu a sua cidadania e votou pela primeira vez, participando do processo eleitoral. E quem pensa que a sua desenvoltura pode parar por aqui, não imagina o que pode vir pela frente. “O próximo passo que eu desejo é que ele consiga trabalhar. Ele ama receber pessoas, abrir portas e tudo que envolve mais ou menos a dinâmica de atuação de um ‘soldado’. Ele, por exemplo, sempre que vê a bandeira do Brasil, faz uma saudação espontânea”, descreve. A relação de mãe e filho, a cada dia, se estreita mais. “Eu e João temos um trato. Caso ele faça algo que eu não ache correto, eu digo que, se ele não corrigir, eu vou brigar. Daí eu começo a contar, geralmente vou até o número 2, pois o 3, que é o mais grave, até hoje não foi preciso chegar. Mesmo assim, estou preparada caso um dia aconteça. Graças a Deus, ele é muito obediente e eu sempre agradeço quando ele segue os meus direcionamentos. Isso é algo tão magnífico que só Deus explica”, admite. Em tom emocionado, ela deixa uma mensagem: “Eu nunca tive vergonha do meu filho. Onde me veem, me veem com João. Eu sempre o levo para o mundo. Eu faço campanha, inclusive, para as mães andarem com os seus filhos especiais. Dessa forma, a comunidade tendo contato direto, passa a se mobilizar e entender que a felicidade deles é estarem incluídos com o mundo”.


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Como anda a sua

Presença digital? Entenda como uma assessoria especializada pode potencializar a sua marca e aumentar o seu faturamento com os recursos disponíveis no Instagram

O publicitário Fred Costa também atua desenvolvendo assessorias de comunicação com foco em redes sociais

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arecia até uma receita de bolo: ter uma loja, consultório ou escritório em uma localização central; fazer uma reforma no ambiente para melhor receber os seus clientes; disponibilizar bons produtos ou aperfeiçoar o seu serviço em regime de excelência; contratar pessoas para te auxiliar; e anunciar, vez ou outra, nas rádios para se manter em evidência. Em cidades menores como a nossa, isso por si só bastava. Hoje não mais. Essa simples sequência que, para muitos, pode parecer bem trabalhosa, ganhou uma dimensão a mais em tempos de internet. O mundo está conectado, as pessoas mudaram a forma como analisam as marcas que escolhem para consumir e se você, comerciante ou profissional autônomo, não se mantiver atualizado diante do que acontece, sinto em informar, mas alguém vai passar na sua frente. Antes que isso aconteça, você pode se preparar e agir, estabelecendo estratégias no que os profissionais da comunicação chamam de “presença digital”. “Com os novos tempos, outras necessidades surgem. Assim funciona a dinâmica da vida e em se tratando de mercado, a gente precisa se manter antenado pra ficar ligado naquilo que pode prender mais a atenção do nosso público consumidor. Afinal ninguém vai querer deixar de vender, não é?!”, questiona o publicitário Fred Costa, responsável por assessorar empresas e profissionais nas redes sociais. Como forma de demarcar, de modo relevante, o espaço de profissionais autônomos e empresas, no campo

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Por TIAGO MELO

Foto DYEGO LEANDRO

digital, mais precisamente, no Instagram e no Facebook, uma assessoria personalizada se faz mais do que necessária. “Não se pode ter um perfil administrado de qualquer forma. É preciso pensar estrategicamente no conteúdo a ser exposto nele, não somente na qualidade da imagem, mas, sobretudo, na sincronia dela com a legenda, bem como nos dias e horários a serem postados. É um trabalho que envolve alguns mecanismos simples e que fazem todo sentido”, ressalta Fred que, em Caicó, administra os perfis profissionais da médica oftalmologista, Dra. Débora Fernandes (@dradeborafernandes.oftalmo), e da agência de viagens, Realizar Turismo (@realizar.turismo). Desse modo, uma assessoria personalizada em sua comunicação digital permite que aconteça uma produção de conteúdo relevante ao seu negócio. “A partir da necessidade e do desejo do cliente definiremos a quantidade de postagens que serão esquematizadas a serem veiculadas por mês. É interessante que seja realizada uma experiência de, no mínimo, três meses para mensurar os resultados iniciais. Algumas táticas de mercado também podem ser analisadas para potencializar os perfis, como links patrocinados, devidamente orientados. Vale lembrar que não se deve comprar seguidores ou fazer uso de táticas similares. Isso afunda qualquer negócio”, enfatiza. Para mais informações, ligue 84 99232.7777 ou fique por dentro do portfólio digital dos serviços em @fcprojetosdemidia.


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CORRENTE DO BEM Como as Aldeias Infantis transformam vidas através de suas ações solidárias Por FRED COSTA Fotos DYEGO LEANDRO

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Sabrina de Lima nas dependências

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Responsabilidade Social

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or vezes, a gente não se dá conta do que pode estar acontecendo ao nosso lado. Em Caicó, a maioria das pessoas sabe que a Aldeias Infantis existe e que faz um trabalho louvável, porém se questionarmos sobre as atividades específicas que executam, são poucos os que conseguirão, de fato, explicá-las. Levando em consideração esse contexto, resolvemos conhecer com mais propriedade as ações solidárias que a instituição desenvolve há mais de 50 anos no Brasil. Aldeias Infantis SOS é uma organização humanitária internacional que trabalha para promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. Presente em 135 países, eles acolhem crianças e adolescentes em medida protetiva, atuam junto a jovens para inseri-los no mercado de trabalho e fortalece famílias em situação de vulnerabilidade social, ajudando a desenvolver comunidades. Em Caicó, as atividades da instituição tiveram início em 1979. Prestes a completar 40 anos em nossa cidade, atualmente são atendidas aproximadamente 220 crianças e adolescentes e 120 adultos através de três eixos de atuação. “O ‘fortalecimento familiar’ visa trabalhar em conjunto com famílias e comunidades a fim de ajudá-las a desenvolver suas capacidades e liderar seu próprio processo de autonomia e inclusão social. O segundo é o ‘acolhimento em modalidade casa-lar’ que fornece um espaço de proteção à crianças e adolescentes que, por alguma situação de violência, negligência, abuso ou exploração precisaram ser separados de suas famílias temporariamente ou permanentemente. Eles são acolhidos em núcleos de até 9 crianças que ficam sob os cuidados de uma mãe social. Esta cuidadora residente atua de modo a promover a autonomia e acompanhá-los de maneira mais individualizada. O terceiro é o ‘programa humanitário’ que atua em situações extremas de conflito, guerra ou migração a fim de garantir que crianças possam permanecer com suas famílias ou sejam protegidas”, esclarece Júnior Santiago, Gestor Territorial no RN e atual presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente no Rio Grande do Norte (CONSEC/RN). As atividades desenvolvidas pela organização concentram-se nos bairros de Castelo Branco, Samanaú, Paraíba, João Paulo II e Frei Damião e variam de acordo com

a demanda do local e com a parceria da sociedade civil, conselhos comunitários e município. O projeto “Centro Dia” é um serviço de cuidado para crianças e adolescentes no contra turno escolar e oferece atividades que estimulem vivências educativas e solidárias. Já o “Programa de Empregabilidade” visa combater o desemprego juvenil, oferecendo capacitação profissional e oportunidade de aprendizagem a jovens em situação de vulnerabilidade social. Essas iniciativas acontecem por meio de patrocínios e apoios de empresas e pessoas físicas que realizam doações regulares. Sabrina de Lima, por exemplo, sabe o que é lutar desde cedo. Moradora do bairro Frei Damião, tem os avós maternos como verdadeiros pais, uma vez que sua mãe, logo após o seu parto, faleceu. Ainda na mesma casa mora um tio e dois primos pequenos. Os três adultos do lar são catadores de lixo. Aos 11 anos de idade, enquanto cursava a 5ª série do Ensino Fundamental, ela foi apresentada às Aldeias Infantis SOS, por meio do projeto “Centro Dia” que oferecia oficinas de artesanato e pintura no contra turno escolar. “Esse foi o meu primeiro passo nas Aldeias. Tempos depois, me chamaram para participar do ‘Jovem Aprendiz’ quando eu tinha 15 anos, então reuni a documentação necessária e fiz um curso preparatório de 3 meses de formação básica. Após essa fase, os adolescentes foram sendo encaminhados para entrevistas em determinadas empresas. Na minha primeira, participei do processo seletivo junto a outras 4 garotas e, graças a Deus, fui a escolhida para trabalhar no Colégio Diocesano Seridoense, o CDS, atuando como auxiliar em sua área administrativa”, feliz nos conta. Hoje, aos 17 anos, Sabrina segue firme durante as manhãs no trabalho, estando prestes a completar os 2 anos de estágio que o projeto se destina e, no período da tarde, se dedica aos estudos como aluna do 2º ano do Ensino Médio, na Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim (EECCAM). “As Aldeias não deixam de nos acompanhar, até mesmo para avaliar o nosso desempenho escolar e comprovar que o trabalho não está atrapalhando”, relata. Em Abril de 2019, o contrato de Sabrina chegará ao fim e caberá ao colégio a decisão de formalizar ou não a jovem como funcionária efetiva.

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Responsabilidade Social

Outro objetivo a ser conquistado é a aprovação no ENEM. “Esse ano eu já testei meus conhecimentos para ganhar experiência. Ano que vem é pra valer! Estou indecisa entre dois cursos: Direito e Assistência Social. Não sei bem o porquê, só sei que acho as duas opções bem interessantes”, admite. Diante das perspectivas do seu futuro que, brilhantemente, começa a ser desenhado, ela idealiza: “Eu quero me formar e me qualificar para dar conforto aos meus pais, viver de forma mais confortável e poder olhar para trás e dizer que todo o esforço e as dificuldades valeram a pena. Assim como eu já faço, vou continuar me dedicando e agarrando as oportunidades com fé e persistência”. Quando questionada sobre as lições que conseguiu assimilar, a partir dessas experiências adquiridas diante do vínculo com as Aldeias, Sabrina enfatiza: “Agradeço a Deus, as Aldeias e ao CDS por acreditarem em meu potencial e me darem a oportunidade de poder ajudar em casa, comprar minhas coisinhas e adquirir conhecimentos, experiências e valores que levarei para vida. Aprendi a acreditar no potencial das pessoas, assim como elas acreditaram em mim. A gente vive em constante aprendizado e devemos ser abertos a isso. Com força de vontade e dedicação se consegue tudo. As Aldeias é o tipo de instituição abençoada

Jadson Emanuel com sua mãe e seu filho visitando os espaços das Aldeias Infantis SOS

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e que transforma as vidas daqueles que passam por ela. Além de fornecedora de conhecimento, também possibilita que as crianças, jovens e famílias acolhidas sonhem e tenham a esperança de uma perspectiva melhor de vida”. Para Jadson Emanuel, de 35 anos, policial militar e empresário, a ligação com as Aldeias teve início aos 6 anos de idade e não foi nada fácil. “Imagine você ganhar 9 irmãos de uma só vez, em uma mesma casa e ainda conviver com mais 200 crianças de outras residências sociais? Cada uma tinha uma criação diferente por parte de sua família biológica, porém com o tempo e uma excelente estrutura física e humana, tudo foi acontecendo de uma forma maravilhosa”, relembra. Diante das lembranças mais marcantes dessa fase, ele ressalta: “Tínhamos uma boa educação, tanto por parte de nossa mãe social, quanto pela escola. Além do melhor ginásio poliesportivo da cidade, residências enormes e confortáveis, excelentes profissionais como médicos, psicólogos e professores. Estes disponíveis sempre que precisávamos. Tudo tornou toda a situação bem simples e harmoniosa. Somente aos 18 anos, eu me desliguei da associação, ou seja, passei 12 anos da minha vida ali”. As lições foram muitas e seus ensinamentos, ele promete levar consigo para sempre. “Me vejo como um vitorioso em todos os sentidos. Venho de uma família humilde, onde as dificuldades eram muitas. Apesar disso, nunca pensei pequeno ou tive medo de enfrentar qualquer problema. Hoje sou pai, funcionário público e proprietário de duas empresas bem valorizadas. Agradeço a Deus e a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, me ajudaram a ter sucesso”, reconhece. O casal venezuelano Jimmy Baldivieso e Remeri García estão juntos há 4 anos, possuem um filho em comum e Jimmy é pai de outro menino mais velho, provindo do seu primeiro casamento dele. Como cozinheiro, ele atuava em um grande hotel da cidade de Caracas, a capital da Venezuela. Os tempos conturbados que o seu país de origem passou a enfrentar ultimamente, o fizeram acreditar que, no Brasil, melhores oportunidades de vida poderiam ser conquistadas. Foi aí que, a partir de um programa de integração da Organizações das Nações Unidas (ONU), eles conseguiram viabilizar a primeira experiência em nosso


país. A cidade de Boa Vista, capital do estado de Roraima, foi onde a família permaneceu por 3 anos. Por lá, Jimmy exerceu a profissão que sempre gostou, a de cozinheiro, trabalhando em um restaurante oriental. Recentemente, uma nova chance de mudança lhe pareceu convidativa: um novo programa da ONU com foco em estrangeiros que habitavam Roraima, estava sendo estabelecido para facilitar a disseminação desses imigrantes em outras áreas do nosso país. Embora não soubesse o destino final, Jimmy resolveu arriscar e junto de sua família topou o novo desafio. Em Setembro deste ano, eles chegaram a Caicó juntamente com outras tantas famílias venezuelanas e foram amparados pelas Aldeias. “As pessoas daqui estão sendo muito amáveis com a gente. Estou muito agradecido por tudo que estão fazendo por mim e pela minha família”, ressalta com sotaque peculiar à sua terra natal. Com poucos dias que chegou a Caicó, Jimmy resolveu, devidamente amparado pela associação, a distribuir seu currículo pela cidade na tentativa de logo conseguir um emprego. “Fui até o Big Hangus e conversei diretamente com o dono. Nessa primeira oportunidade consegui e estou trabalhando lá na cozinha da hamburgueria”, satisfeito nos conta. Sobre as comidas que prepara em seu novo emprego, ele diz que não sente nenhuma grande diferença das que já conhecia. “O alimento é o mesmo. O que pode mudar é que a comida pode ter um ingrediente novo em sua preparação. Lá na Venezuela, por

A família venezuela de Jimmy e Remerí foi acolhida recentemente pelas Aldeias em Caicó

exemplo, não somos acostumados a comer o salgado com o doce na mesma hora, aqui já vi que muitos gostam de pizza de banana com chocolate”, compara. A verdade é que, para Jimmy e sua família, a vida vai aos poucos ganhando um novo contorno, com boas expectativas para um futuro melhor. “A minha esposa também pretende trabalhar. Ela tem experiência como costureira e artista plástica. Graças a Deus, os nossos filhos já estão estudando em boas escolas daqui. Estamos aqui para aprender, fazer amigos e conhecer outra cultura, outro estilo de vida. Mais uma vez, agradeço muito”, declara. As histórias desses três exemplificam bem o potencial transformador da Aldeias Infantis. A partir de um simples gesto de incentivo

a sonhar, oferta de uma oportunidade ou um acompanhamento mais próximo, a organização contribui para a mudança de vida das pessoas, gerando impacto positivo e espalhando uma corrente do bem na localidade. “Acreditamos que o melhor ambiente para as crianças desenvolverem todo o seu potencial é em uma família onde cada criança tenha um pai ou mãe para orientá-la e apoiá-la. Em nossas decisões e ações, os melhores interesses da criança têm precedência sobre todas as outras considerações. Conseguimos isso desenhando uma resposta personalizada à situação de cada uma e os informamos e consultamos em todas as decisões que afetam suas vidas. Esse é o legado que esperamos deixar como organização”, finaliza o diretor da unidade Caicó das Aldeias Infantis, Júnior Santiago.

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Integrante da ACAPAM no canil da associação

Voluntária da ACAPAM no gatil da associação

Adotar um animal: VOCÊ jÁ PENSOU NISSO?

Cachorros e gatos, abandonados pelas ruas de Caicó, encontram morada provisória e os cuidados necessários na ACAPAM, enquanto aguardam adoções. Por FRED COSTA

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Fotos DYEGO LEANDRO

quele bichinho de estimação que você tanto deseja, pode estar na ACAPAM. Muitas vezes, as pessoas sonham em ter um cachorro ou um gato e, logo, interligam esse desejo com a ideia de comprar um animal da raça X ou Y. Mais prático e humanitário é adotar. Você já pensou nisso? Se não, saiba que existe em Caicó, uma associação sem fins não lucrativos que visa abrigar os animais abandonados e fazer os devidos cuidados que cada um precisa, até que eles consigam um lar para morar e alegrar. Trata-se da Associação Caicoense de Proteção aos Animais e Meio Ambiente (ACAPAM). “O nosso trabalho é de fundamental importância para o município, devido à redução da população animal abandonada nos centros públicos. O que impacta diretamente na redução de riscos de doenças associadas à zoonoses”, afirma um dos membros da ONG. Nascida em 2013, a ACAPAM é uma entidade de pessoa jurídica, não governamental, de direito privado e com caráter sócio ambiental, reconhecida com as devidas de leis de amparo nos âmbitos municipal e estadual. Atualmente está localizada no Sítio Santa Rita 2, na zona rural de Caicó, na saída da nossa cidade para São Fernando. Hoje mantém cerca de 500 animais sob os seus domínios, sendo 400 gatos e 100 cachorros que são cuidados diariamente por cerca de um funcionário remunerado e outras dez pessoas em regime voluntário. “Ao resgatar os animais de condições vulneráveis nas ruas, a gente realiza uma inspeção em cada um e faz os procedimentos convenientes a cada caso, seja castração, vacinação ou tratamento de doenças para poder disponibilizálos à adoção”, relata outro componente da associação.

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Recentemente foi iniciado o processo de reestruturação da ONG, no intuito de formalizar as atribuições de cada membro envolvido, criando uma hierarquia de atuação para valorizar as ações desenvolvidas e captar, de forma transparente, os recursos necessários para viabilizá-las. “Apesar de sermos a única ONG do município, lamentavelmente não recebemos incentivos da administração pública. Um convênio que havia sido feito, foi cancelado e as medidas impositivas realizadas por alguns vereadores para esse ano até o momento não foram cumpridas. As dívidas se acumulam e só nos resta pedir doações”, resume uma voluntária. Enquanto o impasse com o poder público não é resolvido, a ACAPAM sobrevive por meio de doações via depósitos bancários ou de rações, bazares, sorteios e eventos beneficentes em geral. “Além de incentivarmos a adoção dos animais, a gente faz questão de alertar e conscientizar a população que abandono e maus tratos de animais são crimes”, enfatiza um voluntário. Então, por que não fazer uma visita à associação, conhecer os bichinhos e, quem sabe, adotar um deles? Siga-os no perfil @acapamcaico no Instagram ou ligue 84 99818.1408.

Doações via depósitos bancários Banco do Brasil Agência 0128-7 Conta Corrente 49.116-0


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Crônica

Transformações Por ADAUTO GUERRA

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ransformação, como o próprio nome o diz, além da forma, significa dar nova forma, uma nova roupagem a alguma coisa. Isso é impactante, pois se trata de violar para fazer a diferença. Isso tem muito a ver com pensamentos de filósofos da antiguidade, socráticos e pré-socráticos. O grande astro – Sócrates – que dividiu a filosofia já dizia que o mundo é um eterno “VIR À SER”. Heráclito, seu antecessor, dizia que, “TUDO CORRE E NADA PERMANECE; NINGUÉM SE BANHA DUAS VEZES NO MESMO RIO”. Isso quer dizer que as coisas estão em constantes mudanças. Se formos fazer um paralelo entre os primórdios da História com os dias atuais ficaremos impressionados com o “modus vivendi ”¹ daquelas épocas. Como era possível viver quando não se conhecia a arte de fazer o fogo, o tecido, o calçado, o remédio, entre outras coisas? As estatísticas dizem que em São Paulo, por ocasião da baixa temperatura, entre os meses de Maio e Setembro, todos os dias morrem cerca de quatro pessoas de frio. Imaginemos como o homem pré-colombiano conseguia ali sobreviver. Avançando um pouco mais na História, até chegar à Idade Moderna, quando surgiu o Renascimento das Ciências, das Letras e das Artes, as grandes navegações, o surgimento da pólvora, da imprensa, e mais tarde o avanço da alquimia, através de Lavoisier, como também, a descoberta da vacina e da anestesia, imaginemos se era possível o ser humano sobreviver voltando ao primitivismo depois de acondicionar sua vida ao celular, à TV e ao avião,

por exemplo. Era impossível. Bem dizia o gramático francês Marcel Debrot: “NOTRE SIÈCLE EST CELUI DE LA VITESSE”. O que significa: nosso século é o da velocidade. Passando uma vista nas cidades do Brasil, dos tempos coloniais, evidenciamos as grandes diferenças na arquitetura. Algumas cidades como Sabará, Ouro Preto e Diamantina, todas em Minas Gerais, ainda guardam uma arquitetura vetusta² de tempos que não voltam mais. Porém, hoje não mais se edificam nesses modelos. Particularizando a cidade de Caicó, se alguém da nova geração, se vivesse em sonho, na Caicó da década de 40 para trás, ficaria perdido. Não ia encontrar ruas como a Dr. Renato Dantas, Cel. Joel Damasceno, Rua Pedro Velho e outras mais. Ia encontrar, sim, a Rua da Paraíba, o Berra Bode, O Beco dos Defuntos, a Rua do Pinto, a Praça Washington Luís, a Praça Dix-Sept Rosado e outras. O Hospital do Seridó e o Quartel da Polícia estavam em lugares bem distantes dos de hoje. E qual não era o susto quando se dessem conta de que estava na Rua da Fortuna e depois na Rua Grande? Essas e tantas outras narrativas sobre a nossa amada cidade estão presentes no livro “Caicó e sua História no Tempo”, de minha própria autoria. Vale a leitura e aqui fica o convite em navegar pelo passado.

Adauto Guerra Filho, professor e historiador.

Como comprar o livro? Ligue 84 99801.9061

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1 Expressão em latim que significa modo de viver. 2 Adjetivo que caracteriza antiguidade e respeito pela sua história.


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