Vidas Secas na Cidade

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Nome:Vitor Moura

Capítulo 11: A esperança

No horizonte desértico o sol alaranjado começava a raiar, os ventos se cessaram e sob uma árvore seca Fabiano e sua família se levantaram. Fabiano como de costume se levantou primeiro para tentar achar algo para a sua família comer. Procurou por preás ou por coelhos, mas só achou pegadas. Seu fracasso veio junto com lembranças de Baleia e de como ela podia ajudar, uma lágrima caiu pelo canto de seu olho. Mas logo ele limpou a lágrima. “Animais não choram", dizia ele. Mais uma vez ele chegou de mãos vazias para sua família. Cansados e famintos abaixavam a cabeça para o seu destino. A mesma cena se repetiu por meses. Mas de repente, após muito tempo de caminhada rumo à salvação, a paisagem desértica se tornava mais verde. Em vez de carcaças havia animais, em vez de um vale seco cheio de areia havia um litoral repleto de areia, as esperanças aumentavam a cada dia. Fabiano e sua mulher choraram de alegria quando viram a primeira praia. Os meninos riam e brincavam com as ondas, mas não tinham coragem de entrar no mar, pois nunca tinham visto tanta água em sua vida. Alguns dias se passaram, a areia e a terra se tornaram uma estrada. Caminhões iam e viam, Fabiano sabia que a cidade estava por perto. Um dia, subindo a estrada da serra, Fabiano se sentia mais livre, mais feliz, porém ele não esqueceu de sua natureza. Ao chegar ao topo ele viu o que tanto esperava. A cidade de Salvador.

Capítulo 12: cidade

Chegando à cidade o menino mais novo estava pasmo com tantas coisas. O cheiro de galinha assada, os carros, cavalos, as crianças, tudo o impressionava. Já o menino mais velho olhava para todos os lados . Reparava nas mulheres e garotas. A mãe contemplava as lojas de tecidos e roupas. Fabiano tinha um pouco de dinheiro em seu bolso, estava desconfiado que alguém fosse roubá-lo, ele não parava de olhar de um lado para o outro. Após algum tempo de caminhada, a família foi abordada por um menino manco de uma perna. O menino suplicava por dinheiro e comida, mas eles não podiam oferecer nada. Fabiano sentiu uma mão encostar em seu bolso, no mesmo instante ele segurou a mão com força. Olhou para trás e viu um menino da mesma idade de seu filho mais velho. O menino gritou “corre sem pernas”, na mesma hora o garoto se chacoalhou tanto que conseguiu fugir das mãos de Fabiano .

Continua...


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