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COMO VOCÊ SE VÊ?
As crianças do Infantil 5 vivenciam experiências em contextos que as convidam a brincar. É na interação com seus pares que as crianças têm a possibilidade de compartilhar saberes, de fazer perguntas, explorar, comparar, imaginar e de criar.
“Corpo humano”, projeto de estudo do Infantil 5, iniciou com um ambiente provocativo que levasse as crianças a pensarem sobre o sujeito de investigação, neste caso, o corpo humano e as percepções.
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Esse ambiente foi organizado com livros ilustrativos sobre o corpo humano, obras de artistas que representam a figura humana, lupas, bonecos de madeira e plásticos articuláveis, jogos, espelho e imagens do corpo humano em diferentes fases da vida. Essa experiência despertou o interesse das crianças em brincar, explorar, observar, analisar e compartilhar as primeiras ideias e conhecimentos sobre a temática.

Acreditando que “a aprendizagem individual e de grupo resulta do confronto, da cooperação, das conexões, dos diálogos e das relações” (Project Zero, 2014, p. 13) nas rodas de conversas, as crianças compartilharam seus saberes, exercitaram a escuta e refletiram sobre opiniões, onde foi possível conectar as ideias e juntos elaborarmos um mapa mental para organizar o caminho da investigação e possíveis novos conhecimentos.

Ao longo das semanas foram vivenciando novas experiências relacionadas ao corpo e suas múltiplas expressões, sejam faciais ou corporais. Em roda lançamos alguns questionamentos para refletir em grupo: “É possível se comunicar sem usar a fala?”, “Usando o nosso corpo podemos produzir sons?”, “O que podemos dizer sobre o nariz?”, “Como podemos perceber a passagem do tempo em nosso corpo?” e “O que podemos realizar com o nosso corpo?”.


As provocações levantadas na roda de conversa levaram às crianças novas reflexões sobre o corpo: “A sobrancelha mostra quando está bravo”; “Sorrir e mostrar os dentes diz que está feliz”; “Olhos, nariz e boca tudo junto, bem apertado mostra que está com raiva”; “Quando os olhos ficam fechadinhos, mostra que está com sono”, “Cabeça, olhos, boca, para baixo, diz que está envergonhado”.

Durante todo o caminho percorrido desta investigação as crianças foram convidadas a registrar, à cada nova experiência vivenciada, suas percepções e aprendizagens.
Conforme Piaget em (apud EDWARDS, 2016) “As cem linguagens da criança”, cabe ao professor tomar decisões sobre ensinar esquemas e estruturas diretamente ou apresentar à criança situações ricas de solução de problemas nas quais a criança aprende ativamente a partir delas, no curso da exploração”, assim observou-se que a criança ao brincar, constrói conhecimentos a partir das interações que estabelecem com outras pessoas e com o meio em que estão.
As brincadeiras também fizeram parte desse processo de investigação, como brincar de sombra e luz, cabra cega e com espelho e suas expressões, favoreceram a descoberta de novas possibilidades da linguagem corporal, expressão de gestos e movimentos do corpo humano, além de observarem entre os pares suas semelhanças e diferenças.

Uma das etapas da investigação sobre o corpo humano ganhou uma dimensão diferente com a utilização da lupa digital, que amplia os detalhes do corpo em até mil vezes. Com esse recurso, as crianças construíram uma percepção diferente das mãos, observando as texturas, os formatos dos dedos, as unhas, as marcas da pele e, até mesmo, as digitais. Os tons de pele, suas diferenças e semelhanças, também foram investigados pelas crianças, entendendo que cada uma tem uma característica própria.
Com o iPad em mãos, as crianças registraram as transformações dos olhares, do nariz e da boca à cada expressão facial experimentada. O grande desafio foi registrar o corpo em movimento nas brincadeiras ou deixando suas pegadas na areia. Vivências, essas, que propiciaram às crianças consciência sobre os registros do corpo humano, expressando suas percepções sobre si e o outro.


