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A FORMAÇÃO E O DESIGNER DA APRENDIZAGEM

Coordenadora Pedagógica: Andréa Vazatta

Todos os anos no Fundamental I nos empenhamos na formação dos professores através de reuniões e grupos de estudos, orientados pela Coordenação Pedagógica. Neste ano, selecionamos temáticas que envolvem o designer da aprendizagem em nossos planos de aula, visando o melhor aproveitamento dos alunos e a elaboração de metodologias que validem esse processo.

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Fez-se imprescindível relembrar que o sujeito se forma no diálogo com os outros sujeitos. Ele se desenvolve sendo tratado como alguém de voz, que tem história, que precisa ser ouvido, assim como precisa escutar os outros sujeitos. Para essa formação, o professor é fundamental. Ele é o interlocutor cotidiano dos alunos, o seu intérprete, o companheiro das viagens do conhecimento na vida vivida em cada dia, na específica atividade de elaborar conhecimento (ANTÔNIO; TAVARES, 2020, p. 64).

Foi neste processo dialógico e reflexivo, que os professores do Fundamental I iniciaram o designer da aprendizagem de 2022 e tiveram como aporte várias leituras compartilhadas. Destacamos cada etapa desse designer sendo:

Em nossos primeiros encontros, o principal objetivo foi o autoconhecimento e o potencial desbloqueado de cada educador, fortalecendo a ideia que nossa estrutura cerebral se altera em cada

Quando enfrentamos nossas dificuldades e encaramos o erro, temos um impacto positivo na aprendizagem nos levando para o alto desempenho. É claro que só é possível discutirmos os nossos erros e as dificuldades se o ambiente for propício. Levantamos com os professores técnicas de motivação para que, desde a abertura da aula, os alunos sejam encorajados a falar sobre suas hipóteses e que as mesmas sejam validadas no painel de soluções, que os elogios individuais tenham evidências e que todos em pares possam relatar a sua aprendizagem partindo da análise feita sobre a reflexão do amigo.

Todos somos capazes de termos bons resultados, em nossas salas temos os quadros de motivação que ao final de cada final temática, os alunos podem avaliar o que realmente foi significativo para o aprendizado e o professor poderá redirecionar caminhos partindo dos depoimentos apresentados.

Existem consideráveis evidências a respeito da relevância do progresso que pode ser feito quando os alunos acreditam em seu potencial de aprendizagem e abandonam ideias de que seu desempenho é geneticamente determinado.

É, portanto, essencial criar oportunidades para que nossos alunos, filhos e as pessoas com as quais trabalhamos, desenvolvam uma mentalidade de crescimento e entendam de onde vêm as diferentes mentalidades (BOALER, 2020, p. 67).

Aprendemos de muitas formas e a abordagem multidimensional ajuda os estudantes a experimentarem novas estratégias e a buscarem informações em pares para avançarem.

Nessa abordagem, os alunos ativam muitas rotas neurais que favorecem a mentalidade de crescimento.

Os materiais curriculares ou materiais de desenvolvimento curricular são todos aqueles instrumentos que proporcionam ao educador referências e critérios para tomar decisões, tanto no planejamento como na intervenção direta no processo de ensino/ aprendizagem e em sua avaliação.

O planejamento deve prever o espaço físico e as múltiplas facetas de uma aula como:

Retomamos a ideia que a rapidez não é sinônimo de ser bom. Chegamos à conclusão que para termos qualidade em nossas aulas precisamos promover tempo de aprendizagem, onde os alunos pensem com profundidade, criatividade, análise de hipóteses, diminuindo, assim, a ansiedade.

As vantagens do pensamento profundo e flexível se aplicam a todas as disciplinas e possibilidades da vida.

Constatou-se que o pensamento dos "desbravadores" cujos cérebros foram estudados é mais flexível do que o de pessoas comuns. Eles aprenderam a encarar os problemas de formas diferentes e não apenas confiar na memória. No mundo da educação, todos devemos desafiar os pressupostos a respeito dos benefícios da rapidez e da memorização em seu lugar focar na aprendizagem flexível e criativa, o que nos ajudará a desbloquear o potencial de nossos alunos como aprendizes (BOALER, 2020, p. 129).

O sexto ponto de estudo foi sobre estabelecer credibilidade como núcleo de uma relação professor-aluno. O ponto de maior ênfase foi o de criar relacionamentos de confiança para que a aprendizagem ocorra em um ambiente seguro para se cometer erros e aprender com os outros, dentro de um ambiente com humor e alegria.

O modo de se expressar do professor é muito importante como motivação para o aluno e nos feedbacks dados aos alunos elencamos falas como os elogios com evidências e não os superficiais e investimos na frase "ainda não", sinalizando que eles podem alcançar o objetivo que desejam se esforçarem-se.

E, por fim, ao longo de muitas leituras, reflexões e autoavaliações seguem sínteses das falas dos professores de como desejam ser vistos pelos alunos após a formação e o designer da aprendizagem:

Professor 1 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como divertidas e prazerosas, que estejam cada dia mais conectados, sentindo pertencimento ao espaço e acolhidos por mim.

Professor 2 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como inovadoras e inspiradoras, com atividades e dinâmicas diversas e apreciáveis. Aulas que fazem com que os alunos gostem de fazer matemática, entendam sua importância e percebam sua existência no cotidiano, na natureza, na arte, na ciência, enfim, em todos os lugares. Quero que minhas aulas sejam um espaço seguro para errar, tentar e expor suas ideias e hipóteses, sem julgamentos.

Professor 3 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como inovadoras e que a aula de Arte vai além dos materiais plásticos utilizados e que sejam inovadoras e desafiantes.

Professor 4 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como inovadoras e sensacionais. Que saiam da sala de aula com aquela sensação de ânimo.

Professor 5 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como um momento em que terão tempo para expor suas opiniões e que essa discussão seja com um tempo de qualidade. Um momento em que serão surpreendidos com uma nova aprendizagem e que será uma aula prazerosa e marcante.

Professor 6 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como uma maneira divertida de aprender, onde se sintam confortáveis para se expressar em Inglês e saibam que têm na professora e nos colegas de sala, suporte para se desenvolverem. Que se sintam incentivados a buscar por mais conhecimento.

Professor 7 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como leves, que a exigência não precise estar lá sempre. Assim como nas aulas com trabalhos em grupo ou outras dinâmicas.

Professor 8 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como momentos de aprendizagem, trocas, limites, respeito aos outros. Quero que aprendam a "ser" e deem importância ao conhecimento, percebendo que são importantes para a vida em todos os sentidos.

Professor 9 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como um início para se aprofundarem em outros temas e assuntos, buscando ter acesso a conceitos e conhecimentos que não seriam acessíveis a eles em período escolar. Que realizem pesquisas para um aprofundamento teórico e prático do que lhe foi exposto em aula.

Professor 10 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como aquelas que estimulam a buscarem conteúdos além do que vimos, desafiadoras e interessantes, sendo possíveis de realizar, inovadoras e acolhedoras.

Professor 11 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como um momento de refletir e alterar ações em relação ao meio ambiente, que entendam os limites, mas não me vejam tão presa com os horários. Gostaria que levassem Ciências, não como disciplina favorita, mas que consigam associar a sala de aula com vivências fora dela e percebam a importância ambiental de suas ações. Que seja uma aula que motive e encoraje a serem cientistas, que sintam vontade de estudar Ciências.

Professor 12 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como aulas prazerosas, divertidas, com regras e limites, mas que tenham flexibilidades, olhares, companheirismos e amor.

Professor 13 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como imperdíveis! Espaço aberto, de segurança para que o erro não seja um problema, mas uma oportunidade para se desenvolverem.

Professor 14 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como momentos que abrem a mente para novos pensamentos, que tenham ideias que nunca tiveram antes e que saiam da sala com conflito por abandonar formas antigas de pensar na vida e na sociedade. Além de me terem como um professor, que pode ser capaz de dar apoio a eles, sempre que precisarem e nas mais diferentes situações.

Professor 15 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como um momento no qual eles possam ser ouvidos e respeitados. Aulas nas quais eles vivenciem uma Matemática real, acessível, divertida e possível para todos.

Professor 16 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como divertidas, somativas e acolhedoras. Quero que eles saiam da escola diariamente com algo muito prazeroso vivido durante a aula, que queiram contar o vivido e o aprendido.

Professor 17 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como uma atividade divertida, com diferentes possibilidades de aprendizagens e troca, um lugar seguro para errar e aprender com o erro, relações de afeto, respeito e aprendizagens significativas.

Professor 18 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como momentos de interação e satisfação em estar presente. Que fiquem motivados, leves, felizes e percebam o ambiente de aprendizagem

Professor 19 - Quero que meus alunos pensem em minhas aulas como um descobridor, que tenham a ânsia de conhecer, mesmo que brincando, mas que a partir deste movimento, notem a reprodução musical e a construção do conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SEVERINO, A.; TAVARES, K. O voo dos que ensinam e aprendem: uma escuta poética. Cachoeira Paulista, SP: Passarinho, 2020. BOALER, J. Mente sem barreiras: as chaves para destravar seu potencial ilimitado de aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2020.

HATTIE, J.e

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