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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS: SIMULADORES E EXPERIMENTOS

Desde muito pequena a criança começa a ter contato com o mundo ao seu redor. Observa, experimenta, cria hipóteses e teorias, falha, recomeça e vai aos poucos, adquirindo um saber científico.

Nossas aulas de Ciências possuem um ingrediente especial: CURIOSIDADE. É através desse ingrediente que os grandes projetos surgem e são regados e incentivados com atividades práticas em que as crianças podem colocar a "mão na massa", realizando experimentos e utilizando simuladores capazes de trazer assuntos tão abstratos para nossa realidade.

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Para cada nova investigação é preciso seguir algumas etapas baseadas na metodologia científica. São elas:

Observação;

Questionamento;

Criação de hipóteses;

Experimentação;

Análise de dados e conclusão.

Quando descobrimos algo por conta própria, esse "algo" se torna ainda mais significativo e é partindo desse princípio que realizamos tantos experimentos ao longo dos bimestres. De acordo com Agostini; Delizoicov (2009) apud Angotti e Delizoicov (1992, p. 7): "as atividades experimentais constituem um procedimento eficaz no processo de ensino-aprendizagem, quando orientadas de tal forma que permitam discussões e interpretações dos dados obtidos, propiciando situações de investigação e despertando o interesse do aluno para a apropriação do conhecimento".

Cada bimestre possui uma unidade temática, e vou lhes apresentar somente alguns dos experimentos e simuladores utilizados nesse ano.

O QUE FAZ O SOM CHEGAR ATÉ VOCÊ?

Como compreender a transferência das ondas sonoras através dos gases da atmosfera? Utilizando potes plásticos, uma caixa de som, assadeiras, colheres de pau, confeitos de bolo, corante alimentício e água, os alunos foram ao Quintal Uirapuru.

As vibrações criadas quando se produzia o som batendo a colher de pau na assadeira ou reproduzindo uma música pela caixa de som, eram transferidas para os gases da atmosfera até chegarem aos nossos ouvidos provocando uma sensação auditiva. Nesse caso, as vibrações foram transferidas da mesma forma até chegar à água colocada sobre o objeto. Quanto mais forte o barulho, maior era a vibração.

COMO SE DÁ A PASSAGEM DA LUZ EM DIFERENTES MATERIAIS?

A luz tem a capacidade de se propagar em diversos meios materiais. Mas como isso acontece em objetos transparentes, translúcidos, opacos e polidos?

No laboratório de Física, os alunos do 3º ano utilizaram uma lanterna, três caixas de madeiras com dois orifícios, sendo a caixa 1 - sem papel no interior, a caixa 2 - com papel celofane verde na parte interna e a caixa 3 - com papel alumínio na parte interna. O objetivo era posicionar a lanterna acesa em uma das entradas de cada uma das caixas e observar como ocorria a passagem de luz.

Na caixa 1, a luz foi absorvida pela caixa e o restante foi refletido, dessa forma a luz saiu amarelada.

Na caixa 2, a caixa absorveu parte da luz, já que o papel celofane é transparente, e na hora da reflexão, a cor foi diferente e a luz mais fraca.

Já a caixa 3 apresentou uma saída de luz mais intensa, pois tinha um material polido que impediu a absorção da luz pela caixa e ainda contribuiu para a sua reflexão

QUE ANIMAL É ESSE? - VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS

Como dividir os animais em dois grandes grupos?

A cada 100 espécies conhecidas, 98 são de animais invertebrados. Mas quem são eles? O que os diferencia dos demais?

No laboratório de Biologia, os alunos observaram diferentes tipos de animais com ou sem ossos, com corpo mole ou formados por uma estrutura rígida externa. Por exemplo: esponja-do-mar, aranha, libélula, polvo, cobra, tubarão, pássaro, caramujo e estrela-do-mar, entre outros. Utilizaram microscópio, puderam tocar e investigar sobre cada um deles e, em seguida, preencheram fichas de acordo com as características apresentadas.

QUAL O SOLO MAIS INDICADO PARA SE PLANTAR?

O solo apresenta diferentes cores e texturas. Além disso, alguns permitem que a água penetre com maior facilidade que outros.

Para conhecer melhor sobre os tipos de solo, os alunos plantaram grãos de feijão nos solos: arenosos, argilosos e humíferos e precisaram observar ao longo das semanas em qual, ou quais, os feijões germinaram com mais facilidade e rapidez.

Na caixa 2, a caixa absorveu parte da luz, já que o papel celofane é transparente, e na hora da reflexão, a cor foi diferente e a luz mais fraca.

Já a caixa 3 apresentou uma saída de luz mais intensa, pois tinha um material polido que impediu a absorção da luz pela caixa e ainda contribuiu para a sua reflexão

Solo arenoso - O feijão germinou e alguns grãos cresceram com folhas finas e caule escuro, indicando que precisavam de mais nutrientes.

Solo argiloso - Algumas sementes mofaram e poucas conseguiram sair do solo duro e pesado.

Solo humífero - O feijão cresceu com caule mais grosso e verde, com folhas claras porque os nutrientes foram suficientes.

O QUE É EROSÃO?

A ação humana, por meio de desmatamento e queimada, é responsável pela destruição do solo provocando o processo de erosão. Mas a erosão também pode ocorrer por meio de agentes naturais, tais como a água e o vento.

Esse é um processo que consiste no desgaste do solo de áreas mais altas para áreas mais baixas, ocasionando o transporte de sedimentos de um lado para outro, podendo formar buracos no solo e alterando paisagens, cursos de rios, relevos, entre outros.

Os alunos do 3º ano simularam um processo de erosão hídrica, causada pela ação da água da chuva e entenderam como ocorrem os deslizamentos de terra.

O QUE ENCONTRAMOS QUANDO OBSERVAMOS O CÉU?

Conhecendo mais sobre o planeta Terra e nosso sistema solar, descobrimos que o movimento de rotação da Terra, dá origem aos dias e às noites. Mas, além da troca do Sol pela Lua, será que mais alguma coisa muda no céu diurno em relação ao céu noturno?

á planetas que podemos observar sem o auxílio de equipamentos, como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Utilizando um simulador chamado Stellarium, os alunos conseguiram observar estrelas, constelações, planetas e satélites em tempo real de acordo com a sua localização. Foi possível comparar o que estavam visualizando no simulador com o céu real, visto da nossa escola.

Além desses, muitos outros experimentos fizeram parte do ensino de Ciências neste ano e, desta, forma percebemos o quanto a aprendizagem torna-se valiosa, tendo como papel principal, os alunos construtores e investigadores de conhecimento.

Nossos "cientistas" estão cada vez mais preparados para seguir as etapas de uma pesquisa científica, formulando questões disparadoras, criando hipóteses, experimentando e analisando os resultados obtidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AGOSTINI, Wegner Vanessa; DELIZOICOV, Nadir Castilho. A experimentação didática no ensino fundamental: Impasses e desafios. In: VII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, Florianópolis, 2009. Disponível em: http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ viienpec/VII%20ENPEC%20-%202009/www. foco.fae.ufmg.br/cd/pdfs/1225.pdf Acesso em: 08/10/2022.

MALACARNE, Vilmar; STRIEDER, Dulce Maria. O Desvelar da Ciência nos anos Iniciais do Ensino Fundamental: Um olhar pelo viés da experimentação. Vivências. Vol.5, N.7: p.75-85, mai. 2009.

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