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METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA SIMETRIA

A ideia de simetria está muitas vezes ligada à arte, natureza, ideal de beleza ou perfeição. Na geometria estudamos a simetria axial ou de reflexão e a simetria central ou de rotação.

Simetria é definida como tudo aquilo que pode ser dividido em partes, sendo que as partes devem coincidir perfeitamente quando sobrepostas. Os alunos do 4º ano pesquisaram, analisaram e criaram obras de arte inspiradas nas simetrias e nas diatomáceas. Primeiramente, precisamos responder a uma importante pergunta: O que são diatomáceas?

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Diatomáceas são microrganismos simétricos com paredes celulares compostas de sílica, mesmo material utilizado na produção de vidro, e essa característica permite com que esses seres microscópicos sejam compostos de diferentes simetrias. Além disso, conhecemos Klaus Kemp, conhecido como "O Diatomista". Klaus coletava, limpava e arranjava as diatomáceas para criar obras maravilhosas repletas de simetrias.

O estudo da simetria se deu por meio de um projeto desenvolvido em três partes: resgate e pesquisa conceitual com o uso da tecnologia, exploração de conceitos por meio de jogos e "Mão na Massa" através da criação e exposição artística. O objetivo da proposta foi colocar os alunos como protagonistas atuantes da aprendizagem, com enfoque no desenvolvimento e exercício da competência geral 2 da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que propõe:

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

O resgate e a pesquisa conceitual da simetria se deu a partir de apresentações midiáticas que proporcionaram aos alunos o levantamento de hipóteses, o compartilhamento e a discussão de ideias dos três casos de simetrias estudados: reflexão, translação e rotação. Nesse momento, já começamos a introduzir aspectos artísticos voltados ao uso dos diferentes tipos de simetria, através de exemplos de obras de Maurits Escher, Rubem Valentim e Klaus Kemp.

Partimos, então, para a segunda etapa do projeto: exploração de conceitos por meio de jogos. Nesse momento, os alunos utilizaram a plataforma Matific, que propõe promover a compreensão da Matemática conceitual e a aprendizagem de uma forma fácil, divertida e diferenciada. Realizaram três jogos, cada um voltado para um tipo de simetria estudada anteriormente. O uso de jogos no ensinoaprendizagem de conceitos se destaca nas novas metodologias, Vygotsky (1989) defende e relaciona o uso de jogos como ferramenta fundamental na contribuição do desenvolvimento intelectual, social e moral da criança, além de contribuir com a evolução no ensino de desenvolvimento sociais e educacionais.

A "Mão na Massa", através da criação e exposição artística, deu início a partir do estudo das obras de Klaus Kemp, que utilizava diatomáceas para criar arranjos maravilhosos, repletos de simetrias. Em seguida, os alunos receberam peças de diversos formatos e tamanhos, que seriam suas "diatomáceas". Deveriam, assim como Klaus, arranjá-las seguindo a ideia de um dos tipos de simetrias. Nesse momento, a imaginação e criatividade tomaram conta da sala de aula e as obras criadas trouxeram a conexão entre a Arte, a Matemática e a Ciência de forma divertida.

A próxima atividade propôs mais uma criação, mas dessa vez com o uso de tecido e tintas. Os alunos foram ao Ateliê do Colégio colocar em prática a ideia de reflexão. Criaram padrões inspirados nas diatomáceas e nas obras de Kemp. Suas criações foram expostas para toda a comunidade Uirapuru poder apreciá-las.

As Metodologias Ativas buscam desenvolver o processo de ensino-aprendizagem de forma a despertar o engajamento e autonomia do estudante, proporcionando oportunidades de fazer decisões e encontrar soluções para situações e problemas do cotidiano. Neusi Berbel (2011, p. 29) relata que:

O engajamento do aluno em relação a novas aprendizagens, pela compreensão, pela escolha e pelo interesse, é condição essencial para ampliar suas possibilidades de exercitar a liberdade e a autonomia na tomada de decisões em diferentes momentos do processo que vivencia, preparando-se para o exercício profissional futuro.

A partir da experiência voltada à descoberta, compartilhamento de ideias e criação proporcionadas por esse projeto, os alunos do quarto ano puderam usufruir da curiosidade e criatividade ao mesmo tempo que se tornaram protagonistas de sua aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BERBEL, Neusi. As metodologias ativas e a promoção da autonomia dos estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

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