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RECONHECIMENTO DE SI E SUAS POTENCIALIDADES
Os diferentes espaços do Colégio possuem suas particularidades e permitem que as crianças vivam experiências completas e sejam cada dia mais capazes de reconstruir e adaptar-se às diferentes situações encontradas no dia a dia.
É diante da curiosidade em solucionar, conhecer e explorar que as crianças vão se reconhecendo e testando as potencialidades do seu corpo, descobrindo diferentes habilidades e se aperfeiçoando diante de cada tentativa.
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No início do Infantil 2, recém-chegadas do Berçário, o Quintal do Uirapuru era um dos espaços desafiadores e, ao mesmo tempo, encantador. Todas as árvores que pareciam gigantes, a pedra que se assemelhava a uma montanha, foram convites para se desafiar.
Aluno 1: “ Eu subi na pedra.”
Aluno 2: “Não consigo subir, está molhada, escorrega.”
Aluno 1: “Eu dou a mão. Tem que descer escorregando.”
O que no começo era desafio, hoje se tornou conquista, ao andar pelo espaço vemos crianças escalando, correndo e gargalhando com seus parceiros nas brincadeiras do quintal.
“Se eu pular mais alto consigo pegar a amora?”, “Vou tentar me equilibrar em cima deste tronco”, “Me ajuda a fazer um buraco bem grande?”, são algumas das frases que ouvimos ao caminhar pelos grupos que se formam, tornando estes momentos de reencontros, enfrentamentos e oportunidades.
Ao permitir que as crianças vivam de corpo inteiro estas experiências, proporcionamos que sintam e se percebam diante de suas ações e relações. Pisar na grama, sentir a lama em suas mãos, tocar na pedra que está gelada, convidar um amigo para ajudar a cavar um buraco ou transportar os itens que escolheram para a brincadeira são ações fundamentais para explorar os espaços, se relacionar e se desenvolver.
As experiências não se limitam a apenas um local, afinal todos os espaços são habitados e, da mesma forma, potencializadores. Aproveitamos de todas as oportunidades para instigar, dialogar e narrar às crianças sobre nossas intenções e ações para que percebam como influenciam nos espaços que convivemos. Assim como aprendem a conviver durante esta transição entre os locais visitados, a dar a mão para ir junto de um amigo, observar se todos do seu grupo estão acompanhando, aprender o caminho para o deslocamento e saber o que cada ambiente proporciona.
É através desta aproximação e reconhecimento dos espaços que a criança passa a se sentir pertencente a este ambiente, pois se sente acolhida e em segurança para agir por si mesma, confiante de suas habilidades.
Antes de saber para que serve uma cola, preciso senti-la, antes de criar um traço no papel, preciso perceber essa tinta que escorre pelos meus dedos…
Estas são vivências diárias das crianças no Infantil 2, experimentar com o corpo todo antes que se utilizem dos diferentes materiais, afinal, os estímulos sensoriais permitem um maior conhecimento e controle de si.

Confiamos em suas potencialidades, permitimos que se tornem protagonistas nas ações, para explorarem de forma autônoma, confiante e com a certeza que sempre será acolhida por um adulto que acredita nela.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
ZABALZA, M.A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.
L'ECUYER, Catherine. Educar na curiosidade: como educar em um mundo frenético e hiper exigente? São Paulo: Edições Fons Sapientiae, 2015.
WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Criança. Lisboa: Veiga, 1979.