Revista Abradimex

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R E V I S T A ANO I • EDIÇÃO 2

DISPONÍVEL PARA ANDROID E IOS

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TECNOLOGIA AVANÇA NA ÁREA

BIG DATA A PRÓXIMA REVOLUÇÃO DA SAÚDE

RDC 157 MAIS SEGURANÇA PARA TODOS

DA VIDA PARA A VIDA PRODUZIDOS COM MATERIAIS RETIRADOS DE ORGANISMOS VIVOS OU POR MEIO DE PROCESSOS BIOLÓGICOS, OS BIOFÁRMACOS OFERECEM TRATAMENTOS INOVADORES PARA DOENÇAS CRÔNICAS DE ALTO IMPACTO SOCIAL


ANÚNCIO ANÚNCIO


ANÚNCIO


ÍNDICE

EDITORIAL A LIÇÃO QUE TIRAMOS DA PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS Prezados associados e colegas do setor, Pudemos aprender muitas coisas com a greve que aconteceu em maio deste ano. A paralisação confirmou que cada um depende do outro. As empresas, os empregados, os autônomos e o governo são parte de uma grande máquina. E, quando uma engrenagem para de funcionar, todo o sistema para. Por isso, sentimos que os efeitos causados pela falta de recursos foram críticos. E também pudemos perceber que não dávamos a devida importância ao modal rodoviário. Nesse episódio, ficou clara a importância da rede de distribuição hospitalar, não só no que se refere à rapidez e economia, mas também pelo fato de ter conseguido realizar um suprimento contínuo em uma situação atípica como a greve. Conseguimos manter sem interrupções a sustentação da atividade hospitalar, a qual era de extrema relevância para a manutenção da vida dos que estavam internados durante a greve. Cabe a todos pensar e reforçar a importância da rede de distribuição, pois pudemos ver que os hospitais que contavam apenas com o suprimento direto da indústria ficaram em falta de diversos produtos. Sendo assim, tiramos uma lição importante quanto à relevância da classe dos caminhoneiros e também quanto à distribuição junto ao segmento hospitalar. Em vista do acontecimento, entendemos a importância de se colaborar com toda a cadeia de produção. A lição que tiramos da greve é que fazemos parte de uma máquina em que cada um dá a sua contribuição. E a Abradimex e os seus parceiros fizeram a lição de casa, não deixando a maioria dos hospitais passar por um desabastecimento completo.

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ARTIGO

CLÓVIS A. GIL

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COMPLIANCE

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INOVAÇÃO

ABRADIMEX ASSINA CÓDIGO DE ÉTICA AVANÇO EM DIAGNÓSTICOS

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MATÉRIA DE CAPA

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TECNOLOGIA

O POTENCIAL DOS BIOFÁRMACOS

Um abraço e boa leitura. Boa leitura. Marcos Marques, Presidente do Conselho Diretivo da Abradimex.

O e-mail contato@abradimex.com.br está à sua disposição. Esperamos seus comentários, dúvidas, sugestões e críticas.

EXPEDIENTE

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A Revista Abradimex é uma publicação da Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especiais e Excepcionais. A Revista Abradimex é uma publicação da Editora CMN - DIREÇÃO EXECUTIVA: Alexandre Serpentino e Tiago Serpentino DIREÇÃO EDITORIAL: Tiago Serpentino EDIÇÃO E JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR REDAÇÃO: Michelle de Geus DIREÇÃO DE ARTE: Raphael Freire REVISÃO: Diogo Coelho ATENDIMENTO: Polyana Serpentino ADMINISTRAÇÃO: Fabiana Cruz e Julia Cassia COMERCIAL: Tiago Serpentino (19) 97117-7435 - tiago. serpentino@editoracmn.com.br IMPRESSÃO: Gráfica NywGraf. CONTATO Editora CMN - (19) 3583-1251, www.editoracmn.com.br. RELAÇÕES COM A IMPRENSA: redacao@cmnrevistascustomizadas.com.br. A Abradimex não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados, bem como pelas informações ou conteúdo dos anúncios publicados. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização.

DADOS QUE VIRAM APLICAÇÕES LOGÍSTICA

RDC 157 TRAZ MAIS SEGURANÇA


ANÚNCIO


Mercado

GOVERNO INVESTIU R$ 5 BI EM MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO EM OITO ANOS Nos últimos oito anos, o Ministério da Saúde (MS) destinou mais de R$ 5 bilhões para a compra de remédios de alto custo. Apenas em 2017, o Governo Federal gastou R$ 1 bilhão para adquirir os dez itens mais requisitados pela população. Entre eles, estão os remédios excepcionais, que são usados de forma contínua no tratamento de doenças crônicas e raras. Os medicamentos especiais são fabricados com alta tecnologia e apresentam valor mais elevado. Esses produtos não são vendidos nas farmácias tradicionais nais e, e na maioria dos casos, casos a população conta com subsídios do poder público para realizar o tratamento médico. Muitas vezes, é necessário entrar na Justiça para adquirir o medicamento e, quando o processo se arrasta por anos, o paciente corre o risco de morrer sem receber os cuidados adequados.

SETOR FARMACÊUTICO UTICO LIDERA CONFIANÇAA DO BRASILEIRO De acordo com o estudo udo ‘O O novo consumidor latino-ameriameri-cano: uma questão de confi onfiança’, conduzido pela consultoria sultoria Llorente & Cuenca, a confi nfiança do brasileiro no segmento nto farmacêutico é mais alta do que nos setores alimentício, financeiro, varejo, telecomunicações cações e automotivo. Foram ouvidos vidos 4 mil entrevistados de nove países, incluindo também Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru e República Dominicana. Em uma escala de 1 a 10, o grau de confiança do brasileiro no setor farmacêutico é de 7,5, um índice que ficou acima de outros setores do mercado e da média da América Latina (7,2). O resultado está associado à alta credibilidade dos laboratórios farmacêuticos e ao rigor nos testes de desenvolvimento de novos remédios.

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VACINA PERSONALIZADA É APOSTA CONTRA CÂNCER DE OVÁRIO P Pesquisadores da Suíça, dos Estados Unidos e da Grécia esttão trabalhando para desenvolver uma vacina personalizada ccontra o câncer de ovário. Ela é produzida a partir de células da própria paciente e potencializa a resposta do sistema la imunológico. Um artigo publicado em abril deste ano na reim vvista ‘Science Translational Medicine’ revelou que os testes eem 25 voluntárias indicaram que a vacina aumenta a taxa de sobrevida em até dois anos. O tumor geralmente é desd ccoberto em estágio avançado, o que torna o câncer de ovário uma doença de difícil tratamento, com reduzidas chances u de sobrevivência. Novos testes ainda serão realizados. d

DISPONÍVEL NOVO MEDICAMENTO PARA TRATAR LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA O medicamento RYDAPT (midostaurina) obteve o seu registro na Anvisa e poderá ser usado por pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA). O produto é destinado aos pacientes adultos, nos quais a LMA é o tipo mais comum de leucemia aguda. O medicamento deverá ser usado junto com a quimioterapia, aumentando as chances de cura, que hoje não passam de 25%. A aprovação do RYDAPT foi publicada no Diário Oficial em abril deste ano.



Mercado

SUS DISPONIBILIZA ADESIVOS CONTRA ALZHEIMER Já está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) um adesivo para o tratamento do Alzheimer. O medicamento é o rivastigmina, que já era comercializado na forma de comprimido e solução oral. Os portadores de Alzheimer têm níveis reduzidos de acetilcolina, um importante neurotransmissor que atua no sistema nervoso central. O que rivastigmina faz é elevar a quantidade dessa substância no cérebro. Porém, quando o remédio é ingerido por meio de comprimidos ou solução oral, causa náuseas, diarreia, diminuição do apetite e dor de cabeça. A grande vantagem do adesivo está justamente no fato de ter menos efeitos colaterais. Como a absorção do medicamento acontece lentamente, o desconforto gastrointestinal é reduzido de maneira significativa.

PATENTE DO SOLIRIS AGORA É PÚBLICA O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tornou pública a patente do medicamento Soliris (eculizumab), única opção de tratamento disponível contra uma doença rara que afeta o sistema sanguíneo e um dos remédios mais caros do mundo. Cada unidade do Soliris custa, em média, R$ 22 mil. Em 2017, o medicamento onerou o Sistema Único de Saúde (SUS) em R$ 645 milhões e foi responsável pelo maior gasto entre os remédios judicializados. Com a quebra da patente, será possível a produção de genéricos a custos mais baixos.

NOVO MEDICAMENTO CONTRA HEPATITE C É APROVADO PELA ANVISA A Anvisa aprovou, no primeiro semestre deste ano, um novo medicamento indicado para o tratamento de Hepatite C, o Maviret (glecaprevir/pibrentasvir). O produto estará disponível na forma de comprimidos, com concentração de 100mg e 40mg. Uma das vantagens do Maviret é que ele poderá ser usado por pacientes com ou sem cirrose hepática. Quando a infecção pelo vírus que causa a Hepatite C persiste por mais de seis meses no organismo, o que é bastante comum, a doença pode evoluir para cirrose hepática (20% dos pacientes) ou câncer de fígado (1 a 5% dos casos).

NOVAS OPÇÕES DE TRATAMENTO PARA PSORÍASE A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou duas novas opções de medicamentos contra a psoríase: o biológico Tremfya (guselcumabe) e o sintético Otezla (apremilaste). Ambos são indicados para pacientes adultos que estão em estágios moderado ou grave da doença. A diferença entre eles é que o Otezla pode ser utilizado por pacientes que não responderam ou têm contraindicação a outras terapias sistêmicas ou fototerapia. O medicamento também é indicado no tratamento da artrite psoriásica, uma forma mais grave da doença. A aprovação foi publicada em Diário Oficial em março deste ano.

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FARMANGUINHOS PRODUZ REMÉDIOS PARA TRANSPLANTADOS Já estão disponíveis para a população os primeiros lotes do medicamento Tacrolimo produzidos no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/ Fiocruz). O imunossupressor é utilizado de forma contínua por cerca de 34 mil brasileiros que passaram por transplantes de rim ou fígado, a fim de evitar a rejeição do órgão. Inicialmente, ele era fabricado pela Libbs Farmacêutica, mas um acordo de transferência de tecnologia possibilitou o início da produção pela Farmanguinhos em abril deste ano. O acordo tornou o medicamento mais acessível e deve representar uma economia de 10% para os cofres públicos.


INVESTIMENTO CONTÍNUO EM QUALIDADE E SEGURANÇA Há 26 anos no mercado, a Medcomerce é conhecida por manter um alto padrão de qualidade em seus produtos e processos. A segurança no recebimento, armazenamento e distribuição é garantida pelo moderno sistema de gestão implantado em 2008. Sua política de qualidade visa a excelência em todos os processos e o controle de fatores de riscos à saúde, que se traduz em respeito ao consumidor. Em 2009, a Medcomerce recebeu a primeira certificação de boas práticas de armazenamento e distribuição, a RDC 16/2013 (Anvisa), um diferencial competitivo que coroa sua trajetória no mercado. A empresa mantém um programa contínuo de atualiza-

ção da equipe e utiliza instrumentos modernos de monitoramento e armazenamento. A padronização dos procedimentos e a rastreabilidade dos produtos, da origem ao destino final, asseguram o alto padrão de qualidade, segurança e confiança. Na avaliação de Renata Pivetta Rios, Gerente Administrativa e de Qualidade, a implantação do Sistema de Gestão Qualidade (SGQ) é um diferencial competitivo. “Essa mudança traz as diretrizes ideais para a execução do trabalho de forma sistêmica visando a segurança de toda cadeia de distribuição. É um caminho maravilhoso onde ganha o fornecedor, o distribuidor e o consumidor final.”


Acontece

IDEIAS QUE VIRAM NEGÓCIOS PROJETADO PARA INCENTIVAR A INOVAÇÃO E CRIAR SOLUÇÕES NA ÁREA DE BIOCIÊNCIAS, O BIOSTARTUPLAB ESTÁ EM SUA SEGUNDA RODADA INTERFARMA dealizado para estimular a criação de soluções inovadoras na área de biociências, o programa BioStartupLab, promovido pela Biominas, está em sua segunda rodada dedicada exclusivamente à Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Já foram selecionadas 21 iniciativas nas áreas de saúde humana e saúde digital para serem aperfeiçoadas e apresentadas ao mercado. Os projetos escolhidos passarão por um programa de pré-aceleração com atividades presenciais até setembro em São Paulo (SP).

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A nova edição do BioStartupLab também conta com o apoio da Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especiais e Excepcionais (Abradimex), da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed) e da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) para adequar os projetos, pesquisas e ideias às demandas de mercado e criar modelos de negócios.

TRANSFORMAÇÃO Na visão de Pedro Bernardo, presidente-executivo da Interfarma, o

BioStartupLab é uma ferramenta para transformar o conhecimento gerado nas universidades em empresas inovadoras e de sucesso na área de saúde. “Existem, no Brasil, muitos entraves para a inovação, como a resistência das universidades em trabalhar com a iniciativa privada e a dificuldade de alguns empresários em assumir os riscos”, avalia ele, observando ainda que é necessário superar esses entraves para criar um cenário favorável ao surgimento de negócios que tragam resultados positivos, sendo


tembro, em São Paulo (SP). As iniciativas selecionadas passarão por mais de 180 horas de aperfeiçoamento, com palestras, workshops, mentorias, análises, apoio personalizado e intercâmbio de conhecimentos. Os novos empresários receberão orientações sobre desenvolvimento de produtos, inserção no mercado e gestão de negócios com especialistas em empreendedorismo, tecnologia e legislação. Depois o programa entra na última etapa, em que os projetos serão apresentados ao mercado. É nesse momento que podem acontecer investimentos e parcerias que vão colaborar com o avanço das pesquisas e o lançamento dos produtos. Para facilitar o contato, o BioStartupLab está construindo uma rede de investidores que têm interesse em startups nas áreas de saúde humana e saúde digital. Esta é a sétima edição do BioStartupLab e a segunda rodada exclusiva para a Interfarma. O programa surgiu em 2015 e tem como objetivo estimular a inovação e criar soluções na área de biociências, incluindo saúde humana, agronegócio, meio ambiente e saúde digital.

este o principal objetivo do programa. “O BioStartupLab não se preocupa apenas em criar oportunidades para novos empresários, mas em gerar negócios que contribuam para o futuro do planeta e o bem-estar da sociedade”, completa.

INTERAÇÃO Presidente da Biominas, Eduardo Emrich destaca as vantagens resultantes da parceria com uma entidade do porte da Interfarma. “A forte interação com a Interfarma e seus associados permite que os participantes desenvolvam seus projetos, se preparem para entrar

no mercado e tenham acesso a uma grande rede de contatos”, explica ele, apontando também que o BioStartupLab oferece aos novos empreendedores a oportunidade de testar os seus produtos, estudar modelos de comercialização e desenvolver novas habilidades. “Para os associados da Interfarma, o programa permite ainda encontrar novas ideias, projetos para os seus pipelines e oportunidades de negócios”, acrescenta.

O PROGRAMA A atual edição do BioStartupLab começou em 3 de julho e vai até 4 de se-

ESCOLHENDO AS MELHORES IDEIAS Em 2018, mais de 200 startups se inscreveram no BioStartupLab, das quais 40 foram entrevistadas e 21 foram escolhidas. A seleção teve participação da Abradimex, Abimed e Anahp, e levou em conta o impacto das iniciativas e o seu potencial de desenvolver produtos relevantes para o mercado. Ao todo, foram mais 772 inscrições provenientes de 14 países e 23 estados brasileiros.

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Clóvis A. Gil

A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NOS

SERVIÇOS LOGÍSTICOS O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE EXIGE, PRINCIPALMENTE, A VONTADE DA DIREÇÃO DA EMPRESA EM DESENVOLVER UM PLANEJAMENTO A CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO, ALÉM DO COMPROMETIMENTO DOS SEUS GESTORES Nos últimos anos, a indústria farmacêutica e de produtos para saúde e bem-estar vem constantemente exigindo maior eficiência nos seus processos. Na pauta de discussões, o principal foco é a qualidade na prestação de serviços oferecidos pelo mercado. Mas o que seria verdadeiramente a qualidade requerida pela indústria para garantir a segurança e integridade do produto até o usuário final? Para o segmento, esse conceito começa nas boas práticas de fabricação e termina nas mesmas boas práticas de dispensação, na farmácia ou hospital, de forma a garantir a eficácia do uso do medicamento pelo paciente, atendendo aos requisitos voltados ao controle de processos logísticos, que incluem a expedição, armazenamento e o transporte em todas as suas etapas. Para se atingir uma alta qualidade na prestação do serviço, é necessário que haja integração entre os setores da empresa, e que a cadeia de suprimentos trabalhe de forma coordenada. Nesse cenário, uma boa mão de obra faz toda a diferença. Por isso, é importante que o farmacêutico, em conjunto com os gestores das áreas, invista em treinamentos específicos aos colaboradores para que se torne uma rotina diária. Aliada à qualificação dos profissionais, a empresa deve dispor de uma boa infraestrutura para ar-

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mazenagem, como área e construção adequadas que viabilizem o monitoramento da temperatura dos produtos, fatores diretamente relacionados à qualidade e à conservação dos medicamentos e produtos para saúde. Sem esquecer que, para se efetuar todos os controles devidos, é necessário seguir as legislações vigentes para a distribuição e transporte de produtos farmacêuticos, cosméticos e produtos para a saúde preconizadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgãos certificadores e vigilâncias sanitárias municipais. O processo de implantação de um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) exige, principalmente, a vontade da direção da empresa em desenvolver um planejamento a curto, médio e longo prazo, além do comprometimento dos seus gestores. Por isso, as exigências regulatórias tornam a logística farmacêutica hoje uma especialidade no ramo. Além disso, por envolver profissionais de todos os níveis hierárquicos, muitas vezes ela é vista como uma quebra de paradigmas.

CLÓVIS A. GIL, presidente da Ativa Logística, empresa fundada há 22 anos em São Paulo e que hoje conta com 17 filiais, sendo um dos maiores integradores logísticos de medicamentos, produtos para saúde, cosméticos e bem-estar.



Compliance

REAFIRMANDO O SEU COMPROMISSO COM A TRANSPARÊNCIA, ABRADIMEX E DISTRIBUIDORAS ASSOCIADAS ADEREM AO CÓDIGO DE CONDUTA DA INTERFARMA

ÉTICA SEM EXCEÇÕES ética e a transparência estão entre os assuntos mais debatidos do mundo empresarial, como reflexo de uma sociedade cada vez mais atenta à importância desses valores. Para reforçar esse compromisso, a Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especiais e Excepcionais (Abradimex) e as distribuidoras associadas aderiram ao Código de Conduta da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O interesse pelo compliance, como é chamado o conjunto de instruções que obje-

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tivam o cumprimento de normas legais e de princípios éticos, regulamentares e políticos, surgiu da vontade de reafirmar o compromisso ético e social da entidade, bem como de garantir o alinhamento com a indústria farmacêutica.

MISSÃO Na avaliação de Paulo Maia, presidente da Abradimex, a adesão deixa claro que a entidade e as empresas associadas estão atentas com a atuação no mercado. “Isso demonstra que nós estamos engajados, de olho no que é ético, e

buscando uma postura diferenciada. Operar com transparência não é mais do que uma obrigação e faz parte da nossa missão”, explica ele, ressaltando que a aplicação do Código de Conduta nas relações comerciais e operações logísticas é a parte mais importante. “As práticas de mercado precisam refletir o compliance. As regras não podem ficar apenas no discurso, pois a transparência nas relações se reflete no paciente que recebe o medicamento.” Ex-Secretário Executivo da Abradimex, Luis Liveri nota que, embo-


COMO TUDO COMEÇOU

ra a entidade conte com o seu próó prio Código de Conduta, a adesão ao compliance da Interfarma garante um alinhamento maior com a indústria. “As distribuidoras de medicamentos são parte da estratégia dos laboratórios farmacêuticos, e por isso precisam atender ao mercado dentro dessa visão”, complementa.

ADAPTAÇÃO Presidente do Conselho Diretivo da Abradimex e Diretor da Prohosp, o associado Marcos Marques Ribeiro observa que a

á se ajustando ao Có empresa está Código com tranquilidade. “Em virtude da nossa proximidade com a indústria e a participação em licitações, nós tínhamos um código de conduta que já previa muitos dos itens do compliance da Interfarma”, aponta ele, acrescentando que a equipe da Prohosp passa por treinamentos trimestrais para seguir rigorosamente todos os parâmetros. “Em todos esses anos de atividades, nunca tivemos nenhum problema ou questionamento em relação à transparência da empresa.”

A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) reúne indústrias farmacêuticas com interface em mais de 20 países, cada um com uma legislação específica e diretrizes próprias. Com o objetivo de compilar as principais normas éticas de diferentes partes do mundo, há 11 anos surgiu o primeiro Código de Conduta da entidade, lançado em 2007. O documento já passou por três revisões (2008, 2012 e 2016), sendo cada vez mais atualizado e aprofundado nas questões tratadas. A última revisão aconteceu em 2016, quando houve alterações significativas no texto. “A nova versão avalia o quanto já avançamos, o que precisa melhorar e o que pode ser excluído, uma vez que, pelo processo natural de autorregulamentação, algumas condutas deixaram de existir”, informa Maria José Delgado Fagundes, Diretora de Inovação e Responsabilidade Social da Interfarma. Maria José ressalta que a entidade disponibilizou um treinamento obrigatório para os associados que aderiram ao Código e que também está aberto ao público em geral. Desde 2012, mais de 35 mil pessoas fizeram o treinamento, das quais 5 a 10% vieram de fora da indústria farmacêutica. “Buscamos contribuir na solução de dúvidas e explicar detalhes operacionais que a empresa pode não ter certeza de como executar. Temos a convicção de que as entidades e empresas alinhadas a esse ideal vão ganhar lá na frente”, esclarece.

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Inovação

DIAGNÓSTICOS MAIS RÁPIDOS E PRECISOS

TECNOLOGIA LANÇADA PELA BIOMÉRIEUX, O FILMARRAY FAZ ANÁLISE SIMULTÂNEA DE VÁRIOS PATÓGENOS E PODE SER USADO EM DIVERSOS SETORES DO HOSPITAL OU LABORATÓRIO

om as novas tecnologias usadas no diagnóstico laboratorial e a constante evolução dos equipamentos, os médicos têm à sua disposição ferramentas que produzem análises clínicas cada vez mais precisas e rápidas. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), 70% das decisões clínicas têm como base um resultado laboratorial. Os exames realizados para detectar a presença de vírus, bactérias e outros patógenos indicam quais são

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os medicamentos mais adequados e qual abordagem deve ser utilizada. Quando os hospitais investem em inovação no diagnóstico laboratorial, os pacientes recebem tratamentos mais ágeis e eficientes.

DETECÇÃO SIMULTÂNEA A bioMérieux, líder mundial na área de diagnóstico in vitro há mais de 45 anos, lançou em 2016 o FilmArray, um sistema PCR multiplex capaz de amplificar e detectar simultaneamente a presença de mais de um micro-organismo

na amostra. O aparelho consegue identificar bactérias, vírus, leveduras, parasitas e genes associados às doenças mais desafiadoras da atualidade, e também é capaz de apontar se existe resistência a algum tipo de antibiótico ou outros antimicrobianos.

DIFERENCIAIS Na visão de Marcelo Agostinho, Diretor de Marketing e Vendas da bioMérieux, a principal vantagem do FilmArray é a rapidez do sistema. O tempo de preparo da amostra é de


APARELHO CRIADO POR PESQUISADOR DA USP DIAGNOSTICA HEPATITE C COM MAIS RAPIDEZ E PRECISÃO A hepatite C, inflamação do fígado provocada pelo vírus HVC, é uma doença silenciosa e perigosa. Se não for tratada a tempo, pode evoluir para cirrose, câncer no fígado e insuficiência hepática. Diagnosticar a hepatite C com agilidade é fundamental para impedir a progressão da doença e evitar a transmissão do vírus para outras pessoas. Com isso em mente, o pesquisador João Paulo de Campos da Costa, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), criou um dispositivo que revela em poucos minutos se o paciente está infectado com o vírus causador da doença. O aparelho reduz os custos de exames e analisa o sangue com mais precisão. O diagnóstico é exibido em, no máximo, dez minutos.

O FILMARRAY FORNECE O DIAGNÓSTICO CORRETO, COM PRECISÃO ABSOLUTA, USANDO MENOS PROCEDIMENTOS, EM MENOS TEMPO E IDENTIFICANDO MAIS PATÓGENOS” MARCELO AGOSTINHO

apenas dois minutos, e o resultado não leva mais do que uma hora para ficar pronto. “O FilmArray fornece o diagnóstico correto, com precisão absoluta, usando menos procedimentos, em menos tempo e identificando mais patógenos”, sintetiza ele. O dispositivo é certificado pelos principais órgãos regulatórios e integra preparação de amostras, amplificação e análise. Outro diferencial do FilmArray, segundo Agostinho, é tornar possível trabalhar com pequenos painéis inseridos no aparelho. É neles que es-

tão localizados todos os reagentes necessários para realizar a análise da amostra. Atualmente, estão disponíveis no mercado os painéis respiratório, gastrointestinal, corrente sanguínea e meningite. “Estamos preparando para 2019 o lançamento do painel de pneumonia com mais de 40 patógenos e sete mecanismos de resistência”, adianta ele. Para o Diretor de Marketing e Vendas da bioMérieux, a biologia molecular é uma tendência e uma grande ferramenta no dia a dia do hospital. “Para realizar os mes-

mos procedimentos do FilmArray, seriam necessárias três salas estéreis e por volta de sete a oito pessoas”, destaca ele, ressaltando ainda que o sistema de painéis permite que o mesmo aparelho seja usado por vários departamentos dentro do hospital, gerando economia de recursos. Além disso, o FilmArray também é útil para os médicos que trabalham na sala de emergência, pois ajuda a fazer uma melhor triagem de pacientes e a tomar decisões clínicas mais acertadas.

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Capa

A ESPERANÇA

BIOLÓGICA UMA DAS GRANDES APOSTAS DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, OS BIOFÁRMACOS PODEM AMPLIAR ACESSO A TRATAMENTOS INOVADORES E DESONERAR SISTEMAS DE SAÚDE á algumas décadas, os medicamentos biológicos vêm mudando os rumos da indústria farmacêutica. Eles são produzidos com organismos vivos, como fungos e bactérias, por meio de processos biotecnológicos. Vacinas, hormônios, fatores de crescimento, fatores de coagulação e anticorpos monoclonais são alguns exemplos desses produtos. Os biológicos são utilizados em diferentes áreas terapêuticas, desde a estética, passando pela prevenção de epidemias, até doenças graves como câncer, esclerose múltipla e artrite reumatoide. “Os medicamentos biológicos representam um avanço significativo na medicina, pois oferecem tratamentos altamente eficientes para doenças crônicas de grande im-

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O PODER DA BIOTECNOLOGIA Os medicamentos biológicos mais modernos são produzidos por meio de células ou micro-organismos modificados geneticamente, o que os torna capazes de agir em alvos específicos, como alguns receptores presentes em células cancerígenas. “Essa tecnologia não só aumentou a taxa de cura de determinados tipos de câncer, como também elevou a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes”, ressalta Franklin Pimentel, médico oncologista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Ele explica que a principal vantagem desses medicamentos consiste no seu mecanismo de ação, que preserva as células saudáveis e ataca apenas o tumor. No entanto, o complexo processo de desenvolvimento e produção faz com que o preço final do produto seja elevado. “Os biossimilares surgem possibilitando competição no mercado, redução de preços e aumento do acesso aos tratamentos”, assegura. O médico observa ainda que a produção de biossimilares no Brasil poderá trazer mais independência ao país. “Esse poderá ser um dos meios para reduzir a dependência tecnológica e a vulnerabilidade do país em relação ao mercado internacional”, avalia ele, citando como exemplo o Zedora, da farmacêutica Libbs, comercializado na rede privada desde março deste ano. O Zedora é o primeiro biossimilar brasileiro do Trastuzumabe, indicado, entre outros, para o câncer de mama. Espera-se que o medicamento chegue à rede pública no segundo semestre.


pacto na sociedade”, explica Eurico Correia, Diretor Médico da Pfizer, laboratório que conta com sólida experiência no desenvolvimento de biofármacos e, atualmente, tem 45 programas de desenvolvimento clínico de medicamentos biológicos em diferentes etapas de estudo.

BIOSSIMILARES Uma nova revolução está prestes a começar com a chegada dos pri-

meiros medicamentos biossimilares no mercado. Como os biológicos são constituídos por moléculas grandes e complexas, impossíveis de serem replicadas, surgiram produtos equivalentes, tanto em eficácia quanto em segurança. Eles ficaram conhecidos como biossimilares e têm como principal vantagem o fato de serem mais acessíveis. “Com estes produtos vai ser possível ampliar o acesso a

tratamentos inovadores e desonerar os sistemas de saúde públicos e privados sem perda de qualidade”, destaca Correia. De acordo com ele, a biotecnologia já integra a plataforma de pesquisa de boa parte dos laboratórios farmacêuticos, e a tendência é ampliar a oferta de medicamentos biológicos e vacinas nos próximos anos. “No caso dos biossimilares, esse crescimento deverá ser mais

A BIOTECNOLOGIA AUMENTOU A TAXA DE CURA DE DETERMINADOS CÂNCERES E ELEVOU A EXPECTATIVA E A QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES FRANKLIN PIMENTEL

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Capa CRESCIMENTO DOS BIOLÓGICOS NO BRASIL A presença dos medicamentos biológicos, tanto no sistema público de saúde quanto na rede privada, vem aumentando significativamente no Brasil. É o que aponta Paulo Paiva, Vice-Presidente Corporativo da Close-Up International. Ele cita como exemplo o medicamento Orencia, que teve mais de 35% de crescimento no último ano. “Além disso, o governo vem fazendo parcerias com empresas privadas para diminuir os custos e aumentar o acesso a esse tipo de tratamento”, informa.

COM OS BIOLÓGICOS, VAI SER POSSÍVEL AMPLIAR O ACESSO A TRATAMENTOS INOVADORES E DESONERAR OS SISTEMAS DE SAÚDE SEM PERDA DE QUALIDADE EURICO CORREIA

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS E SINTÉTICOS Medicamentos biológicos e biossimilares 1. Estruturas complexas e grandes 2. Produzidos por meio de células vivas, com processos de manufatura complexos 3. Não é possível duplicar um biológico de forma exata, mas os cientistas podem criar estruturas similares, ou cópias legais, chamadas biossimilares 4. Os biossimilares precisam passar por testes rigorosos que comprovem a sua equivalência em segurança e eficácia em relação ao biológico inovador

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Medicamentos sintéticos e genéricos 1. Estruturas pequenas e simples 2. O processo de manufatura é simples, com reações químicas definidas 3. É possível duplicar um medicamento sintético de forma exata, obtendo-se o seu genérico, com princípio ativo idêntico ao produto original 4. Genéricos devem ter a mesma concentração, forma farmacêutica e via de administração do produto de referência, passando por testes de bioequivalência

expressivo, tendo em vista que esse tipo de medicamento chegou ao mercado brasileiro há pouco tempo”, indica. A Pfizer deu mostras de pioneirismo em 2016, ao lançar o Remsima (infliximabe), primeiro biossimilar de alta complexidade aprovado no Brasil. Hoje, o laboratório comercializa outros dois produtos, o Nivestin (filgrastim) e o Retacrit (epoetin zeta), e estuda o desenvolvimento de dez novos medicamentos, indicados para combater alguns tipos de câncer, anemia, neutropenia e artrite reumatoide. Desde a aprovação de Remsima, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) licenciou outros seis produtos e há mais 14 a caminho.



Pesquisa

DE OLHO NO FUTURO PESQUISA DA IQVIA BRASIL REVELA AS TENDÊNCIAS QUE DEVERÃO SE DESTACAR NO SETOR HOSPITALAR DURANTE OS PRÓXIMOS ANOS tuar no ramo farmacêutico hospitalar, uma das áreas mais dinâmicas do mercado, exige que os empresários estejam sempre atentos às novidades, lançamentos e tendências. Além disso, é preciso investir constantemente em inovação e tecnologia para garantir a sustentabilidade do negócio. Pensando nisso, a IQVIA Brasil ouviu diversos profissionais em busca das principais tendências para o setor farmacêutico hospitalar na pesquisa ‘Hospital Image’.

DINÂMICA MERCADO - CANAIS PRIVADOS

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EFICIÊNCIA Na avaliação de Carlos Oyama, Diretor de Suprimentos do United Health Group, o maior desafio na área hospitalar consiste na melhor utilização de recursos e a busca pela eficiência operacional. Ele afirma que o formato de compras por operação logística (OL) é uma tendência. “Com a redução dos incentivos fiscais, cada vez mais os hospitais têm investido na OL. Os dis-

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16.500 Clínicas Independentes 16.000

Hospitais Independentes

Total CNPJs

2.500 2.000 1.500 1.000 500

Santa Casa

-500 -10%

Unimeds

Hospital Rede

0

0%

10%

30%

20%

40%

50%

Clínicas Rede

60%

70%

80%

Cresc MAT 18 vs 17 - R$

tribuidores estão deixando de transportar somente medicamentos e passando a consolidar cargas, o que inclui outros itens necessários nos hospitais”, explica ele, destacando ainda que o formato eleva a qualidade do serviço e reduz a demanda por estoque.

ATENDIMENTO Amaro Souza, Diretor Comercial da União Química, acredita que o atendimento aos hospitais pode se tornar um grande desafio para a indústria farmacêutica nos próximos anos. Na visão dele, a maior dificuldade será


O QUE OS HOSPITAIS ESPERAM DOS FABRICANTES? Fonte: Pesquisa de Imagem Hospitalar IQVIA

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01 Compartilhar riscos e ajudar na criação de pacotes

Papel de Articulador e conhecedor do cliente

05

02 Facilidade de acesso e comunicação adequada

04

HOSPITAL

Garantir educação continuada e investimentos em pesquisa

Domínio e persuasão dos atributos do portfolio

Deixar de negociar o portfolio de forma fragmentada

03

Maiores Redes Privadas do País

Crescimento em Medicamentos (Últimos 12 meses)

Oncoclínicas

30%

Notre Dame Intermédica

21%

Rede Amil

8%

Albert Einstein

31%

Sírio-Líbanes

15%

Rede Ímpar

10%

Prevent Senior

54%

Moinho de Vento

41%

Hapvida

34%

prestar atendimento rápido, com preços competitivos e sem ruptura. “A logística dos hospitais é quase just in time, principalmente para produtos de alto custo, como os biológicos. Cada vez mais eles querem medicamentos sendo entregues de maneira ágil, pois não possuem estoque nem estrutura para armazenamento”, alerta.

LOGÍSTICA Na visão de Marcelo Meletti, Diretor de Soluções Hospitalares da IQVIA, as instituições hospitalares estão olhando de forma estratégica para a logística de materiais e medicamentos. “A gestão estratégica desses itens é fundamental para criar estruturas financeiramente saudáveis, uma vez que os planos de saú-

de pressionam o valor da hotelaria, que não tem seus preços atualizados de forma significativa há anos”, esclarece ele, observando ainda que os medicamentos representam, em média, 15% dos custos operacionais e 23% das receitas hospitalares.

CONCENTRAÇÃO As redes de hospitais e de clínicas já representam 37% do consumo de medicamentos, e a tendência é que ampliem ainda mais a concentração do setor.

PARCEIROS Segundo Marco Lembi, Consultor de Acesso ao Mercado da Boehringer Ingelheim, a grande dificuldade consiste em fazer com que o hospital perceba

TENDÊNCIA – EUROPA Para Per Troin, Diretor Global da IQVIA para Assuntos de Relacionamento com Distribuidores, a participação do mercado de medicamentos especializados está crescendo. Na Europa, a participação apresentou uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 10% nos últimos 10 anos. Troin acrescenta que muitas empresas costumam usar vendas diretas ou um provedor logístico, em vez de um atacadista, para conseguir descontos e condições comerciais mais vantajosas. “Uma das previsões para o futuro é que as empresas comecem a selecionar um parceiro exclusivo para fazer a distribuição em toda a Europa”, avalia ele, mencionando também que nos próximos anos deverão existir menos pontos de estoque na Europa e talvez em outros países. Na visão de Troin, apesar dos muitos desafios, o futuro é promissor tanto na Europa quanto na América Latina, tendo em vista que a indústria e a distribuição mantêm o foco em redução de custos e inovação tecnológica, e vêm tentando se adaptar ao perfil do consumidor.

a indústria farmacêutica e os distribuidores de medicamentos como parceiros para o negócio. “Os hospitais possuem estoque reduzido e contam com um forte apoio logístico. Para se destacar nesse mercado, os distribuidores de medicamentos devem apostar em uma logística que garanta a entrega em dois ou três dias”, orienta. Na pesquisa da IQVIA, os hospitais mostraram interesse em realizar as suas compras embasadas no risk sharing, principalmente de produtos de alto custo. Esse risco compartilhado se aplica quando o tempo de internação é maior do que o previsto pelo laboratório farmacêutico. Nesse modelo, o hospital não teria que arcar com o custo, mas com a indústria.

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Tecnologia

A REVOLUÇÃO DOS DADOS UMA DAS GRANDES APOSTAS PARA O FUTURO DA SAÚDE, O BIG DATA TRANSFORMA DADOS GERADOS POR INSTITUIÇÕES DE SAÚDE EM INFORMAÇÕES E APLICAÇÕES IMPORTANTE onsultórios médicos, clínicas, hospitais e demais instituições de saúde produzem diariamente uma enorme quantidade de dados que podem se transformar em informações valiosas e trazer inúmeras vantagens para a área de saúde. O grande desafio é agrupar, codificar e estudar as informações contidas nessa base de dados. Para ajudar na tarefa, foram criadas, na última década, ferramentas de machine learning

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(em português, aprendizagem automática) e inteligência artificial capazes de analisar os registros em tempo real e transformá-los em informações úteis e confiáveis. Esse conjunto de serviços e plataformas tecnológicas ficou conhecido como Big Data, uma das maiores apostas para o futuro da saúde. “O grande diferencial do Big Data é que ele possibilita cruzar dados provenientes de diversas fontes para detectar padrões, prever

ameaças e gerar insights”, explica Ubirajara Maia, Diretor Corporativo de Sistemas da MV, desenvolvedora de softwares de gestão para a área de saúde. De acordo com Maia, com o Big Data será possível formular diagnósticos acurados, planejar os melhores tratamentos disponíveis, investir na prevenção de doenças e acompanhar a evolução da saúde do paciente ou até mesmo de toda uma população de um determinado local.


O DIFERENCIAL DO BIG DATA É QUE ELE POSSIBILITA CRUZAR DADOS PROVENIENTES DE DIVERSAS FONTES PARA DETECTAR PADRÕES, PREVER AMEAÇAS E GERAR INSIGHTS UBIRAJARA MAIA INFORMAÇÕES O principal valor do Big Data, na avaliação de Francisco Forestiero, Diretor da IQVIA na área de Desenvolvimento de Negócios, consiste nas informações que deles podem

PREVENÇÃO Uma das áreas da saúde que mais têm a ganhar com o Big Data, segundo Maia, é a medicina preditiva e preventiva. “Com o cruzamento e a interpretação de dados, a medicina adquire maior embasamento para antecipar epidemias, ampliar as chances de cura, tornar os tratamentos mais ágeis, desenvolver novos medicamentos e diminuir o número de mortes evitáveis”, enumera ele, observando ainda que com a inteligência artificial é possível evitar danos à saúde da população e aumentar a expectativa e qualidade de vida.

• Apoio para decisões estratégicas • Indicação da necessidade de ofertar novos serviços • Análise de parcerias com convênios e fornecedores • Corte de custos desnecessários • Prevenção de casos recorrentes de determinada doença • Definição de tendências de uma população específica • Gestão eficiente de leitos • Determinação de dosagens específicas de medicamento • Unificação de prontuários eletrônicos • Detecção de epidemias com antecedência

QUANDO CRUZAMOS INFORMAÇÕES, CONSEGUIMOS COMPREENDER MELHOR A FISIOPATOLOGIA, A EPIDEMIOLOGIA E O TRATAMENTO FRANCISCO FORESTIERO

Fonte: Renato Santana, consultor de Big Data da Tenbu.

APLICAÇÕES DO BIG DATA NA SAÚDE

ser extraídas. Para isso, é fundamental que os dados estejam dentro de um mesmo padrão de formatação e organização. “Essa padronização precisa ser feita de maneira cuidadosa. É ela que garante que o computador vai conseguir interpretar os dados de forma correta e extrair deles informações úteis”, explica. Forestiero acrescenta que o maior potencial do Big Data consiste na sua capacidade de analisar dados de fontes diferentes. “Quando cruzamos informações, conseguimos compreender melhor a fisiopatologia, a epidemiologia e o tratamento dos pacientes. Isso também abre uma janela para estudar outros fatores que podem estar por trás da doença e as ações que são tomadas pelos profissionais da saúde”, aponta ele, acrescentando que, nos próximos anos, o Big Data poderá ser útil para verificar a segurança de um novo medicamento e analisar o custo do tratamento.

SERVIÇOS Gerente de Soluções da Tenbu, especializada em elaborar e implantar soluções para a tomada de decisões, Luis Santana acrescenta que o Big Data também pode ser um valioso apoio a serviços básicos de atendimento ao cliente, como confirmação de dados e agendamentos. “As empresas precisarão estar preparadas para armazenar e analisar grandes volumes de dados, que agora são considerados um ativo valioso”, avisa.

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RDC

ACOMPANHAMENTO PASSO A PASSO INDÚSTRIAS E DISTRIBUIDORAS DE MEDICAMENTOS TERÃO ATÉ 2022 PARA SE ADEQUAR À RDC 157 E IMPLEMENTAR SISTEMA DE RASTREIO DOS PRODUTOS e acordo com dados divulgados recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos medicamentos consumidos no Brasil são falsificados ou contrabandeados. Além disso, os medicamentos estão entre as cargas mais roubadas no país. Para trazer mais segurança à população e também aos distribuidores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está implementando o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que vai permitir acompanhar o trajeto o produto desde a fábrica até o balcão da farmácia.

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GARANTIA Na avaliação do novo diretor-presidente da Anvisa, Fernando Mendes, a rastreabilidade vai garantir que os produtos que circulam na cadeia de medicamentos estejam dentro do prazo de validade e sejam regularizados, seguros e eficientes. Entre as vantagens do sistema, ele destaca a redução de riscos à saúde dos pacientes e dos custos ao sistema de saúde. “Para os distribuidores, o sistema traz a certeza da autenticidade do produto, além de diminuir os casos de falsificação e o roubo de carga. Além disso, ele permite a emissão

de alertas e a rápida retirada de produtos irregulares do mercado”, explica ele, observando ainda que, além do Brasil, apenas a Turquia e a Argentina têm sistemas de rastrea-

COLOCANDO EM PRÁTICA Desde outubro de 2017, cinco laboratórios farmacêuticos participam da fase piloto de implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM): Aché, Bayer, Boehringer Ingelheim, Janssen-Cilag e Libbs.


PARA OS DISTRIBUIDORES, O SISTEMA TRAZ A CERTEZA DA AUTENTICIDADE DO PRODUTO, ALÉM DE DIMINUIR OS CASOS DE FALSIFICAÇÃO E ROUBO DE CARGA FERNANDO MENDES

DESAFIOS DA RDC 157/2017 PARA OS DISTRIBUIDORES DE MEDICAMENTOS

A RASTREABILIDADE VAI MUITO ALÉM DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA, POIS AFETA TODO O PROCESSO PRODUTIVO, LOGÍSTICO E DE DISPENSAÇÃO EMANUEL MACEDO

bilidade implantados. Gerente de Tecnologia da SEA Vision Lixis, especializada em rastreabilidade, Emanuel Macedo nota que o sistema é apenas a primeira parte de um processo maior. “A rastreabilidade vai muito além da implementação de um novo sistema, pois afeta todo o processo produtivo, logístico e de dispensação”, ilustra. Segundo ele, será necessário investir em máquinas capazes de imprimir e inspecionar os códigos serializados impressos nas embalagens, dentro de um sistema de gestão de números de série que consiga enviar as informações para a Anvisa.

O QUE DIZ A RDC 157 A RDC 157 estabelece que a captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados será feita por meio de um código de barras bidimensional impresso na caixa de medicamentos. O padrão escolhido é o DataMatrix, especificado na norma ISO/IEC 16022:2006. Cada membro da cadeia de medicamentos ficará responsável por registrar a movimentação em um sistema eletrônico desenvolvido especialmente para garantir o sigilo, a integridade e a autenticidade dos dados.

• Espaço físico para processamento de embalagens e instalação dos equipamentos de serialização e agregação • Fornecedor de hardware de marcação e agregação • Fornecedor de software de serialização e agregação • Registro de movimentação dos produtos, tanto na fábrica quanto no centro de distribuição • Leitura de vários itens simultaneamente • Sistema de rastreabilidade nível 4, responsável pelos registros de eventos e comunicação com a Anvisa

ADAPTAÇÃO A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 157/2017 é que estabelece os mecanismos e procedimentos necessários para implementar o rastreio de medicamentos, a qual prevê que a indústria farmacêutica e os distribuidores terão até abril de 2022 para se adaptar. Em razão do prazo curto, Macedo acredita que é importante começar a se adequar à lei o quanto antes. “Não existe soluções prontas no mercado em função das particularidades de cada fabricante e distribuidor. O amadurecimento e consolidação dos processos logísticos e superação dos desafios leva tempo e planejamento”, alerta.

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Notas

PROFARMA SPECIALTY INAUGURA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EM CURITIBA Com o objetivo de ampliar a sua capacidade operacional, a Profarma Specialty inaugurou, no início de julho último, um moderno Centro de Distribuição (CD) em Curitiba (PR). Com mais de 1 mil m², a nova estrutura aumentará a eficiência logística e garantirá um melhorar controle da distribuição. Além disso, a novidade possibilitará a implantação de novas tecnologias para aprimorar os serviços e, assim, oferecer o melhor atendimento aos clientes. A empresa já contava com CDs em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul. Para a sua modernização no Paraná, foi escolhida a capital Curitiba por causa de sua posição estratégica, que permite complementar o atendimento na região Sul do país. Com isso, a empresa se consolida no mercado brasileiro como único

player a oferecer a seus clientes soluções integradas. São mais de 10 mil pedidos distribuídos por mês, 5 mil pacientes atendidos na Farmácia de Especialidades e 500 mil atendimentos em 60 projetos de Suporte ao Paciente. Hoje, a Profarma Specialty conta com uma estrutura inovadora e portfolio completo para seguir com o compromisso de melhorar continuamente a saúde no Brasil e no mundo.

POLÍTICA NACIONAL PARA DOENÇAS RARAS O projeto de lei que institui uma Política Nacional para Doenças Raras foi aprovado por unanimidade pelo Senado Federal. Um dos principais pontos previstos no texto é a incorporação de medicamentos utilizados no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças raras pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cada estado deverá ter ao menos um Centro de Referência, e deverão ser criados Centros Especializados em Reabilitação para fornecer tratamentos de apoio, como fisioterapia e fonoaudiologia. A política também será implantada na atenção básica à saúde para acelerar o diagnóstico e proporcionar os cuidados adequados desde a primeira infância. O projeto retorna à Câmara dos Deputados para aprovação das emendas propostas pelo Senado e de lá segue para a sanção do Presidente da República.

DROGARIA MEDCOMERCE DELIVERY COMPLETA 18 ANOS Com atuação em todo o Brasil, a Drogaria Medcomerce Delivery, pertenertencente ao Grupo Medcomerce de Distribuição, investe constantemente ente para oferecer um excelente serviço. Para isso, ela conta, entre outros ros diferenciais, com quatro unidades físicas: duas em Goiânia (GO), uma a em Brasília (DF) e uma Cuiabá (MT). Nas lojas, o grupo busca atenderr ao consumidor com medicamentos em geral, injetáveis, termolábeis, complexos e de alto custo. A drogaria oferece ainda linha completa de nutrição pediátrica, adulto e esportiva, além das melhores marcas de dermocosméticos, dermoterapêuticos e estética. Com instalações modernas, investimento contínuo em logística e certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Grupo é referência em medicamentos inovadores e comercializa todas as marcas as nos segmentos de terapia do crescimento, reprodução humana, dermocosméticos, ocosméticos, dermoterapia e nutrição, e também trabalha com todos os PBM’s existentes no mercado (programa de desconto). Para mais informações, acesse: www.drogariamedcomerce.com.br. omerce.com.br.

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Notas

CLOSE-UP: 50 ANOS DE ATIVIDADES Empresa de consultoria estratégica e tecnológica voltada para a indústria farmacêutica, a Close-Up completa 50 anos de atuação no mercado, trabalhando diretamente com mais de 300 companhias farmacêuticas no Brasil, America Latina e Europa. Embora os aniversários remetam automaticamente ao passado, a Close-Up deseja ver o momento atual como um ciclo que sedimentará o futuro que ela quer construir. É com base nesse passado de sucesso que a empresa reforça o seu compromisso de criar o futuro com inovações e contribuições importantes para uma indústria em expansão e forte crescimento. Esse segue sendo um compromisso permanente da Close-Up, renovado nesta data.

GRUPO EXPRESSA GANHA AGILIDADE COM A MODERNIZAÇÃO DOS CDS

SOLUÇÕES DE MEDICINA DIAGNÓSTICA DA PROHOSP CHEGAM AO RJ Os produtos e serviços de medicina diagnóstica da Prohosp começaram a ser ofertados também no Rio de Janeiro. A empresa já atendia ao estado com medicamentos especializados e agora ampliou as suas atividades na região. Hospitais, clínicas e órgãos públicos cariocas poderão contar com suporte diferenciado na área de biomedicina, imunologia, hematologia, coagulação, urinálise e nefelometria. Além dos produtos e equipamentos, também são oferecidos diversos serviços por meio de uma equipe multidisciplinar, como treinamentos, assistência técnica e assessoria científica. Os resultados da nova empreitada foram animadores, e a Prohosp já assinou contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro para a instalação de mais de uma dezena de máquinas de gasometria. Tudo isso só foi possível graças à parceria com a Siemens, empresa alemã líder mundial no mercado de diagnósticos, e bioMérieux, marca francesa especializada em diagnóstico in vitro e microbiológicos. A Prohosp também atua no Sul do país e em Minas Gerais desde 2001.

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O Grupo Expressa deu início a um processo de padronização e modernização dos Centros de Distribuição (CDs) da empresa. Eles foram transferidos para estruturas mais modernas dentro de condomínios logísticos com instalações totalmente adaptadas às operações da empresa. As três unidades passaram a contar com sistema de controle biométrico e operação totalmente automatizada. Para garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos, a cadeia fria é monitorada 24 horas por dia via mobile, computador e também por empresa remota especializada. Com a modernização dos CDs, a Expressa aumentou a sua capacidade de armazenamento em 100% e, com isto, ganhou eficiência em toda a operação. A estrutura logística ágil da empresa serve de ponte entre os laboratórios farmacêuticos e grandes compradores, como hospitais, clínicas, consultórios e órgãos públicos. A localização estratégica e dos CDs, localizados no Distrito Federal, Goiás e São Paulo, permite que as entregas sejam realizadas em 24 horas para capitais e 48 horas para cidades mais distantes. Com mais de 33 anos de atuação no mercado brasileiro, a Expressa é reconhecida pela preocupação com a segurança e qualidade dos produtos que distribui e pela ótima relação que mantêm com clientes e fornecedores.



Mercado

A COMPRA DA CREMER PELA MAFRA DEVE TRAZER PARA O MERCADO UMA COMBINAÇÃO PODEROSA DE EXPERTISE INDUSTRIAL E FORÇA DE VENDAS

UNIÃO QUE REALMENTE

FAZ A FORÇA Cremer agora faz parte do Grupo Mafra, uma das principais distribuidoras de medicamentos e materiais hospitalares do país. A compra foi anunciada em novembro de 2017 e concluída após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), em abril deste ano. A operação custou R$ 500 milhões – ou R$ 17,58 por ação. As duas empresas já tinham uma relação de parceria e agora passam a trabalhar juntas. A união traz para o mercado uma combinação poderosa, pois soma a capacidade industrial e a qualidade dos produtos da Cremer, com o

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potencial de vendas e a excelência na prestação de serviços da Mafra.

CICLO De acordo com Leonardo Byrro, diretor executivo da Cremer, o momento marca um novo ciclo de crescimento da empresa. “Agora nós fazemos parte de um grupo muito maior, com um projeto para nos posicionarmos como o maior fornecedor de produtos para saúde do país, nos seus mais diversos canais, de hospitais a farmácias”, avalia ele, destacando ainda que a possibilidade de contar com a fabricação dentro do grupo agrega uma competência industrial que

a Mafra não tinha. “A Cremer é mais próxima do cliente. Isso nos dá condições para sermos mais eficientes e planejarmos melhor a produção.”

FUTURO A prioridade do momento, segundo o diretor, consiste na integração das companhias. “O próximo passo é aumentar a qualidade dos serviços e atendimento aos clientes”, adianta Byrro, indicando também que serão feitos investimentos nos sistemas, centros de distribuição e frota. “Para 2019, o Grupo Mafra já pensa em outras aquisições e novos nichos”, revela.




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