Esta é a 11.ª edição do programa HÁ MÚSICA NA CASA DA CERCA, desenvolvido, desde 2015, pela Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em parceria com a PontoZurca – editora e produtora discográfica. Realiza-se em vários espaços da Casa e do Jardim, apresentando uma seleção musical eclética nos formatos Concertos ao Pôr do Sol e Música nas Exposições.
Concertos ao Pôr do Sol
Acontecem no Anfiteatro do Jardim Botânico e convidam a desfrutar, ao final do dia, da bela vista sobre o Tejo acompanhada de música.
Pedro Ricardo Trio
CONCERTOS AO PÔR DO SOL
20 SET 19h
Pedro Ricardo, músico multi-instrumentista e DJ natural do Porto, tem vindo a produzir e lançar vários trabalhos sob diversos pseudónimos. Reconhecido pela ousadia e diversidade sonora, o seu trabalho como produtor e DJ é marcado pela união de ritmos do funk, disco e jazz-fusion com a música house, techno e soulful.
Em 2023, Pedro Ricardo lançou-se em nome próprio com «Soprem bons Ventos», um disco com selo da Soundway Records. Juntando jazz, eletrónica e a música tradicional portuguesa, este trabalho destacou o músico como uma das promessas do jazz eletrónico nacional.
Pedro Ricardo Trio é formado por Pedro Ricardo (multi-instrumentista), Marco Duarte (bateria) e Pablo Rizo (piano/sintetizadores).
Roda de Santo
27 SET 19h
Roda de Santo é um grupo musical criado em Lisboa, em 2021, que propõe uma releitura contemporânea das cantigas de terreiro da Umbanda, unindo-as a composições autorais e elementos eletrónicos. Com uma sonoridade que cruza tradição e modernidade, o grupo celebra as raízes afro-brasileiras em diálogo com o presente.
Formado por Alvaro Lancellotti, Karla da Silva, Sara Cabral, Juninho Ibituruna e Bartolo – músicos brasileiros de diferentes regiões radicados em Portugal – o coletivo tem-se apresentado em diversos palcos pelo país, e estreou-se internacionalmente com concertos em Amesterdão e Roterdão, abrindo caminhos no circuito europeu. Em 2025, lançou o EP homónimo «Roda de Santo», pelo selo independente CONCHA, com participações especiais de Domenico Lancellotti, Joana Egypto e as Mulheres do Terreiro Ẹgbẹ Mẹ́rìndínlógún Ọṣún. Também disponível em vinil, o trabalho homenageia entidades como Exu, Pretos Velhos, Orixás e Caboclos, afirmando-se como um manifesto de celebração e resistência da cultura afro-brasileira na diáspora.
João Paulo Esteves da Silva Trio
CONCERTOS AO PÔR DO SOL
18 OUT 18h
João Paulo Esteves da Silva, natural de Lisboa, é um dos mais versáteis e distintivos compositores-pianistas da sua geração.
Primariamente associado ao jazz e à música criativa improvisada, desempenhou também um papel de relevo na música popular portuguesa – destacam-se as suas colaborações com Sérgio Godinho ou Vitorino enquanto arranjador.
A sua discografia em nome próprio denota três fases distintas: uma primeira (documentada na sua maioria pela MA Recordings), em que se destacou como um dos pioneiros e principais compositores do chamado jazz português; uma segunda (documentada pela Clean Feed), em que navega, primariamente, por via da composição espontânea, entre idiomas de carácter local e aproximações ao jazz de vanguarda; e uma terceira, em curso, dedicada sobretudo à composição espontânea, agora numa vertente mais europeia.
Ao longo dos anos, a escrita de canções tem também ocupado uma parte significativa da sua produção. Tem, além disso, explorado ligações da música com outras artes, como o cinema, a fotografia ou o teatro, sendo ainda tradutor e poeta, com vários livros publicados.
João Paulo Esteves da Silva Trio apresenta-se, neste concerto, com João Paulo Esteves da Silva ao piano, Omer Govreen no contrabaixo e Samuel Rohrer na bateria.
Música nas Exposições
Formato que propõe a apresentação de composições musicais que interagem com as obras de uma exposição ou com o seu espaço envolvente.
Gisela Mabel
25 OUT 18h
Estufa do Jardim Botânico
Exposição «O que conta é a intenção» de Beatriz Manteigas
Gisela Mabel é uma pianista, compositora e produtora luso-angolana, nascida no Algarve e baseada em Lisboa. A sua música funde influências da música clássica, jazz e contemporânea com ritmos africanos e brasileiros, criando um som rico e pulsante, que alia profundidade emocional a uma vitalidade rítmica intensa. O resultado é um estilo expressivo, caracterizada pelo contraste entre melodias delicadas e harmonias densas, que convida o ouvinte a um momento de introspecção e intimidade numa atmosfera fortemente cinematográfica e sensorial.
Gisela começou o seu percurso no piano clássico, no Conservatório de Música de Olhão. Quando se mudou para Lisboa para estudar jazz, aproximou-se também da música brasileira, encontrando nos seus ritmos e harmonias grande parte da sua inspiração. Paralelamente, foi também na música africana que encontrou um elo com a sua herança cultural.
Em 2021, Gisela lançou o seu primeiro single, «Sonho de Abril» e, em 2023, o segundo, «Quietação».
Estreou-se em 2024, como artista independente no Ageas Cool Jazz, onde apresentou o seu primeiro EP «Álbum de Retratos».