Brasileiros mundo afora Amor internacional

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A REVISTA DIGITAL SOBRE BRASILEIROS QUE MORAM NOS

QUATRO CANTOS DO MUNDO

Edição especial Junho 2013

Amor Internacional

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Amor Internacional

10 Amor Internacional

30 Dia dos Namorados mundo afora

6 Relacionamento Multicultural

33 Um cabideiro para Flรกvia

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Edição especial Junho 2013

36 Flor de Anastácia

38 Receita

42 Cadeados do amor

41 Nossas dicas de filmes românticos!

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A maior aventura de todas! Eu conheço inúmeras histórias de amor. Outras tantas de relacionamentos que não deram certo. Mas hoje dedico esta edição a todos os corajosos que decidiram, de papel passado ou não, encarar a maior aventura de todas: o casamento. O meu começou há 13 anos, quando conheci o meu marido alemão pela internet, e em poucos meses estávamos morando juntos. Daí até casar de papel passado foram-se dois anos. Eu gosto de comparar o casamento com a compra de um carro. Você compraria um automóvel sem nunca tê-lo testado? Como expatriado, nem sempre é possível morar junto por muito tempo sem ficar ilegal no país. Mas esse é um ponto muito importante para o relacionamento internacional: conhecer o país do parceiro, a cultura, a sua família e vivenciar juntos o dia a dia. Porque, se casar-se com um compatriota e fazer com que o relacionamento dê certo já não é fácil, com um estrangeiro o desafio é maior.

Foto: Ana Maria Müller/2003

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Aqui estre nós…

Também gosto de pensar no casamento como uma viagem por diversos caminhos: os vales, a planície e as montanhas. Os vales, cheios de diferenças a serem resolvidas, são certamente os obstáculos mais difíceis que um casal pode enfrentar. As montanhas, com seus pontos altos e claros, são as mais lindas de se ver e de se vivenciar. Porém, não conheço ninguém que aguente ficar lá nas alturas por muito tempo. De todas as superfícies, a planície é pra mim o maior desafio em um casamento. É onde a vida corre normalmente, sem muitos altos nem muitos baixos. Sem muito frio na barriga, mas também sem muita dor de cabeça. Vida estável e mais calma. Sob o ponto de vista de expatriada, eu penso que é na planície do relacionamento que temos tempo para nos conhecermos melhor e descobrirmos o que queremos fazer nesse novo país. Um lugar onde a língua é estranha e os costumes diferentes. É preciso fazer novos amigos, lidar com sogros que não falam a nossa língua e muito menos entendem o nosso jeito de ser. É na planície do relacionamento que está o maior desafio do expatriado: depois de passada a euforia da festa de casamento e de ter vencido os obstáculos dos vales escuros, agora é hora de tomar a própria vida nas mãos. Voltar a estudar, aprender, trabalhar, se reinventar, construir uma vida a dois, a três, a quatro. Muitas vezes uma tarefa de Hércules. Mas nada disso seria possível nem nos vales nem nas montanhas da vida. Nove casais binacionais que moram juntos e felizes mundo afora, abriram os seus álbuns de fotografias, seus corações, e falam hoje sobre as suas maiores aventuras: a vida a dois e em família no exterior. Aprecie. Beijos

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Claudia Boömmels Editora-Chefe www.brasileiros-mundo-afora.com

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Relacionamento Multicultural Texto: Lila Rosana | Ilustração: Stasia Burrigton

Estatísticas comprovam o crescente número de uniões entre pessoas de diversas nacionalidades. Casais binacionais mundo afora contam como estão lidando com as diferenças culturais. Para o amor não existem fronteiras, já dizia ditado, o que faz muito sentido se olharmos ao nosso redor e percebermos o grande número de uniões entre casais de diferentes culturas e nacionalidades. Hoje em dia esse tipo de relacionamento tornou-se mais comum do que imaginamos, basta conferir as estatísticas. Em países como a Alemanha, por exemplo, 1,4 milhão de pessoas mantêm um relacionamento amoroso com um estrangeiro, segundo o Departamento Federal de Estatísticas do país. O Brasil não fica atrás. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente em 2009 5.339 brasileiras casaram-se com homens de diferentes nacionalidades. No mesmo ano, 1.712 homens brasileiros uniramse a estrangeiras. 6


Lidando com as diferenças Muitos casais bilíngues precisam lidar com fortes aspectos culturais que permeiam a relação. Algumas brasileiras casadas com estrangeiros relatam que é muito difícil, porque existem grandes diferenças culturais, o que desgasta um pouco a relação. Valores, percepções e comportamentos também são diferentes. “Relacionar-se com um homem da mesma cultura já não é simples, imagine de outra”, comentam. A jovem brasileira Ricarda* chegou à seguinte conclusão: “Eu já me relacionei com mexicanos, canadenses e norte-americanos. Não é uma tarefa fácil, pois o choque cultural é complicado. Para mim, o mais difícil foi a demonstração afetiva deles. Nós brasileiros temos o carinho de pai, mãe e irmãos desde sempre. A família norte-americana tem outro padrão de afeto. Nós gostamos muito de abraçar e beijar. Somos assim com os familiares, amigos e namorados. Eles não abraçam nem beijam com frequência e não têm o ‘cuidar do outro’ que a gente tem”.

O amor é a ponta do iceberg O amor é o começo de tudo, depois alguns desafios precisam ser superados. Muitos casais mudam seus conceitos sobre os papéis tradicionais do homem e da mulher na sociedade e dentro de um relacionamento para que sua relação dê certo. A cultura asiática, por exemplo, onde a mulher tem papel passivo na sociedade, entra em contradição com o papel feminino em países como o Canadá, a Alemanha e a Suiça. Quando os casais são oriundos de diferentes culturas, tendem a encontrar um desafio a mais pela frente. Quem vai mudar ou ajustar o quê em seus valores e conceitos pré-estabelecidos? Casar-se com uma pessoa de cultura e nacionalidade diferentes e imaginar que em nada será preciso mudar, é um dos primeiros enganos entre esse tipo de casal. Um outro comum equívoco é ter a forte crença de que você mudará o parceiro(a) e o fará ser do jeitinho que você quer e gosta. As coisas nem sempre são tão simples quanto parecem. Como poderíamos mudar conceitos culturais arraigados? Para John,* um canadense casado com uma brasileira, deparar-se com a flexibilidade de horário dos brasileiros virou um grande problema entre o casal. Foi preciso muito jeitinho brasileiro dela para contornar as situações provenientes dos costumeiros atrasos: “Meu marido canadense acha uma falta de respeito ter que esperar pelo outro em situações de atraso. Ele espera pacientemente apenas em casos de urgência. Para ele, o atraso constante em diferentes situações é um aspecto bem difícil para a convivência com os brasileiros”.

Diferenças à mesa A diferença de hábitos à mesa, ou gosto culinário também podem ser um momento conflitante entre casais, ou não. Tudo vai depender do quanto você está preparado para lidar com a situação. O problema foi resolvido de maneira prática pela brasileira Valéria*: “Ele teve que se adaptar ao meu cardápio, porque eu não achei uma comida típica canadense que pudesse fazer, então só faço comida brasileira e ele passou a gostar”. Para Joana,* casada com um alemão, foi difícil lidar com as maneiras à mesa de seu amado. No primeiro encontro, ela se assustou com ele iniciando a refeição sem esperar por ela. Sentiu-se agredida e desrespeitada, porém quando entendeu que na cultura do amado isso é perfeitamente normal e comum, ela relaxou e não tomou a atitude como pessoal. “É preciso conhecer os costumes e hábitos de quem você escolheu para parceiro, caso contrário a relação tende a declinar” – ressalta Joana*. 7


E o humor, onde fica? Casais bilíngues tem um desafio a mais pela frente: Aprender a apreciar o humor do parceiro. As piadas, trocadilhos, brincadeiras e eufemismos, assim como as formas de ironia, fazem parte da vida de um casal. Uma conversa cheia de humor é agente de ligação, ajuda a criar intimidade e a lidar com o estresse. Acostumar-se com o humor do outro pode levar um tempo e exigir um pequeno esforço para identificar o que é uma piada e uma descontração de palavras irônicas ou sarcásticas. Mesmo diante das aparentes e reais diferenças, muitas brasileiras ainda preferem envolver-se com homens de outra nacionalidade. Essa intenção fica clara na fala de Verônica*, também casada com um canadense: “Se por acaso eu viesse a casar novamente, escolheria um estrangeiro. Pois os homens brasileiros com quem me relacionei eram muito mimados e cheios de preconceitos. Os canadenses são mais práticos e levam a relação mais a sério”.

Tirando de letra Se, para alguns, um relacionamento binacional pode ser muito trabalhoso, para aqueles que foram criados ou conviveram em ambientes internacionais, os desafios desse tipo de união são tirados de letra. Em geral, para quem está acostumado a viajar mundo afora, conhecer e namorar pessoas de culturas diferentes passa a ser algo excitante e natural. Foi o que aconteceu com Anabela*, casada com um escocês: “As dificuldades que encontramos no início do relacionamento foram atribuídas à adaptação de rotinas e costumes diferentes entre duas pessoas, o que é natural entre qualquer casal, mesmo os de semelhante nacionalidade. A língua ou diferença cultural foram atenuadas pelo fato de eu já ter morado no país dele por dez anos e me familiarizado com a cultura local”. Saber a maneira como cada um foi educado e que tipo de infância tiveram vai ajudar bastante em todo o processo. Para a brasileira Felícia* a convivência é fundamental. “Mesmo com todas as diferenças culturais e linguísticas, eu ainda acredito que apenas o dia a dia mostrará se vale a pena ou não investir em uma relação a longo prazo e isso independe de nacionalidade”. Para quem tem interesse ou está começando a se envolver com pessoas de diferentes culturas, fica a dica: Busquem compreender os provérbios, o senso de humor e interesses um do outro. Isso é fundamental para um relacionamento de sucesso. Desenvolver o interesse pela cultura e hábitos de cada um, sem perder de vista os seus próprios, também é muito importante. *Para preservar a identidade dos entrevistados, todos os nomes apresentados nos depoimentos desta matéria são fictícios.

Lila Rosana nasceu em Belém do Pará, onde formou-se em Psicologia Clinica e Organizacional. Tem especializações em educacao infantil, ludoterapia e estresse pós-traumático. Atualmente vive no Canadá, na cidade de Vancouver. Ela escreve no blog pessoal lila-conversandocomospais.blogspot.com, que surgiu do trabalho de orientação de pais que fazia no Brasil, e para o jornal online Tribuna do Ceará: www.tribunadoceara.com.br/blogs/lila-rosana/. 8


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Amor Int

Foto: Sandra Kautto

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ternacional

Brasileiros mundo afora falam sobre a experiĂŞncia de estar casado com um estrangeiro

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Karine & Eamon – Brasil & Irlanda Como tudo começou Eamon e eu nos conhecemos bem no início da minha temporada em Dublin, em um pub badalado daqui. Eu tentava pedir para o barman uma bebida, mas ele não entendia o que eu queria e o Eamon me ajudou a fazer o pedido. Hoje estamos juntos há cinco anos e meio e casados há três.

Casamento Antes de eu engravidar, ele já tinha feito um pedido informal, na brincadeira. Depois que a nossa filha nasceu e tinha cerca de seis meses, Eamon armou uma surpresa. Todos sabiam, menos eu. Ele alugou uma carruagem - isso mesmo, uma carruagem com cavalo branco e tudo - que nos levou até a porta de uma igreja. Lá, com as mãos tremendo, me pediu em casamento. Eu aceitei e fomos jantar em uma churrascaria bacana aqui de Dublin, onde já nos aguardavam com uma garrafa de champagne!

Diferenças culturais Para mim, a maior diferença cultural é a igualdade nas responsabilidades, quando o assunto é criar e educar filhos. Os irlandeses não são machistas e eu continuo tendo vida própria. Saio com as amigas, enquanto ele fica em casa cuidando das crianças e vice-versa. Nunca vi essa divisão de tarefas no Brasil. Tomara que isso mude, porque continuar se sentindo mulher depois de três filhos é uma maravilha!

Karine escreve no seu blog Ká.Entre.Nós sobre a sua vida na Irlanda. Blog: www.kaentrenos.net Facebook: KáEntreNós-Blog Instagram: @karinekeogh

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13 Foto: Carolina Murari


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Danielle & Mario – Brasil & Malta Como tudo começou Eu e Mario nos conhecemos no final de 2009, em Dublin. Logo começamos a morar juntos e depois nos mudamos para Malta.

Casamento Nos casamos para que as coisas ficassem mais fáceis. Estamos juntos há três anos e casados há quase dois.

Diferenças Culturais Nós brasileiros somos mais descolados e consumistas. Os malteses (homens e mulheres) são machistas em alguns pontos, o que no começo me incomodou. O biquini brasileiro, por exemplo, eu tive que deixar de lado, já que todo mundo falava mal. Os malteses são super responsáveis, colocam a familia acima de tudo e sabem respeitar o espaço do outro. Não há mal algum em a esposa sair com as amigas e o marido ficar em casa cuidando dos filhos.

Danielle é fotógrafa profissional e publica o seu trabalho no blog: danicassarphotography.blogspot.de | facebook.com/DanielleCassarPhotography

15 Fotos: Arquivo pessoal


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Michel & Sara – Brasil & Itália Como tudo começou Eu fui morar na Austrália, em setembro de 2005, para estudar inglês e trabalhar. E foi lá que conheci a Sara. Ela é italiana, mas trabalhava em uma agência de viagem na Suíça e tinha ido fazer um curso para melhorar o inglês. Começamos a namorar e ela precisou voltar para Suíça, decidi ir com ela. No começo, nos comunicávamos em inglês e acho que até por isso funcionou tão bem, já que o vocabulário limitado de ambos nos impedia de brigar. A relação melhorou ainda mais com a chegada da nossa gringuinha suíça. Nossa filha está com quase um ano e meio e enche de alegria as nossas vidas.

Casamento Nos casamos na Suíça, em outubro de 2007. Reunimos a família dela, a minha, alguns amigos dela, meus e amizades em comum. O que significa: italianos, suíços-alemães, brasileiros e franceses em uma das festas mais surreais que eu já presenciei. Suíços falando inglês com brasileiros, que tentavam falar espanhol com italianos. Estar casando com uma italiana que conheci na Austrália e morava na Suíça só podia dar nisso.

Diferenças culturais Acho que as duas culturas têm tudo a ver, até mesmo pela forte influência italiana no Brasil. A comida é incrível e o calor humano é bem parecido. O hábito das "grandes famílias" reunidas e unidas também. Acho que brasileiro se dá super bem com a maioria das culturas e nacionalidades. É um retrato da nossa miscigenação. Sou filho de pai judeu e mãe católica, meu avô paterno fugiu da guerra na Polônia quando criança. Os pais da minha esposa são imigrantes italianos que vieram tentar uma vida melhor na Suíça há muitos anos atrás. Não sei o que o futuro nos reserva, mas o segredo talvez seja manter essa doce inocência meio inconsequente da juventude que nos trouxe até aqui. Afinal, la vita è bella!

Michel é colaborador da Brasileiros mundo afora e escreve no seu blog de viagens Rodando pelo mundo: www.rodandopelomundo.com | facebook.com/rodandopelomundo

17 Fotos: Arquivo pessoal


Vanessa & Michael – Brasil & Alemanha Como tudo começou Nos conhecemos em um pub no Natal de 2010 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele estava no Brasil a trabalho e ficaria mais duas semanas. Passamos todo o tempo juntos. Quando ele voltou para a Alemanha, achamos que não nos veríamos mais. Mas a saudade apertou e decidimos namorar à distância. Foram tempos difíceis, mas nunca desistimos. Ele sempre dizia: “Everything is possible.” A frase virou nosso mantra.

Casamento Eu estava há quatro meses morando com ele na Alemanha, quando chegamos à conclusão de que casar representaria uma economia de dinheiro para nós, já que aqui as pessoas casadas pagam menos impostos do que as solteiras. Depois de tudo marcado, estávamos em casa comemorando nossa decisão, quando ele se ajoelhou diante de mim e perguntou se eu queria casar com ele. Disse que sim e repeti o gesto. Nosso casamento no civil ocorreu em um dia lindo de sol, em outubro de 2012, na Alemanha. Também pretendemos realizar uma cerimônia religiosa no Brasil.

Diferenças culturais Na nossa vida a dois sinto pequenas diferenças culturais. Como o jeito de reagir com uma dor, quando nos machucamos. Eu digo “ai” e ele “aua”. Isso já nos rendeu alguns episódios divertidos. Também o fato de ele sempre querer comer pão com frios ao invés de jantar. Hábito que já está mudando, porque ele gosta de experimentar os pratos brasileiros que preparo. Sobre diferença cultural entre brasileiros e alemães arriscaria dizer que a maior é a forma de tratamento. Na Alemanha, em geral, as pessoas são mais formais.

Vanessa Bueno é jornalista e integra a equipe de redação da Brasileiros mundo afora.

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19 Fotos: Arquivo pessoal


20 Fotos: Arquivo pessoal


Sandra & Mauri – Brasil & Finlândia Como tudo começou Nos conhecemos em 2005, em Manaus, em uma empresa finlandesa onde ambos trabalhávamos. Em fevereiro de 2007, em pleno carnaval, finalmente demos uma chance um ao outro. Eu penso que essa foi nossa última oportunidade, porque ele estava de mudança para o México. Depois da mudança, Mauri passou a me visitar uma vez por mês. Não demorou muito para que o pedido de casamento acontecesse.

Casamento Em março de 2007 fomos passar um final de semana na praia Alter do Chão, em Santarém, no Amazonas. Um lugar que ele sempre quis conhecer. Foi lá na praia, somente eu, ele e o pôr do sol, bem romântico mesmo, que ele disse: “Você quer quer casar comigo?”. Em julho do mesmo ano fizemos o voto de fidelidade e amor eterno. Primeiramente nos casamos na Finlândia e depois no Brasil, dia 20 de outubro de 2007. Hoje temos seis anos juntos e cinco anos e seis meses de casados.

Diferenças culturais Nossa, são tantas! Apesar do meu esposo ser um finlandês bem atípico, ainda assim temos muitas diferenças. Acho que a maior de todas é a forma de expressar os sentimentos. Nós brasileiros somos bem expressivos, nos emocionamos com o primeiro dia na creche do filho, sentimos saudade e choramos quando é Dia dos Pais ou Dia das Mães. Os finlandeses, de modo geral, são emocionalmente bem reservados. Não é um povo que expressa com facilidade as emoções, falar sobre então é um desafio de Hércules. Com os anos aprendi que isso não é um defeito, mas parte da cultura. Hoje compreendo muito mais o povo finlandês e já não acho tão estranho não receber um bom dia do meu vizinho pela manhã!

Sandra escreve sobre a sua vida na Finlândia no blog: sandrakautto.blogspot.fi

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Fotos: Arquivo pessoal

Sandra & Thomas – Brasil & Suiça Como tudo começou Nos conheçemos durante o carnaval de Salvador. Para quem acredita em amor à primeira vista, essa é a nossa história.

Casamento Estamos juntos desde de 1996 e casados há 14 anos. Hoje temos uma família linda com dois filhos, um de dez e outro de 13 anos. Decidimos juntos pelo casamento, por causa da permissão para viver no país, mas tínhamos certeza do que estávamos fazendo.

Diferenças culturais Não tive nenhum grande choque cultural, pois tentamos sempre nos entender e respeitar a cultura um do outro. A grande diferença que sinto é que baiano é espontâneo e o suíço é cheio de regras. Eu sinto muitas saudades dos meus familiares no Brasil, às vezes também do calor que vem tanto do sol como das pessoas. Mas eu sou muito feliz aqui na Suiça, com o passar dos anos cada vez mais.

Sandra é colaboradora da revista Brasileiros mundo afora. 22


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Gê &Thomas – Brasil & Suiça Como tudo começou Em 2007, eu vim para a Suiça para visitar a minha irmã, que já morava aqui. Assim que cheguei, fizemos um anúncio em um site de relacionamentos e, entre os muitos e-mails que recebi, estava o do Thomas. Nos correspondemos por quase um mês diariamente, mesclando português, inglês e alemão. Um belo dia resolvemos nos encontrar em Basel, cidade onde ele morava, e foi amor à primeira vista. Nosso encontro foi tão perfeito que mesmo se não tivéssemos seguido em frente, já teria valido a pena. Nós estávamos profundadente envolvidos, mas não teve beijo, nem mesmo um pegar na mão. Nesse ponto os suiços se diferem e muito dos brasileiros.

Casamento Thomas me pediu em casamento na escadaria de uma igreja em Verona, na Itália, em nossa primeira viagem juntos. Era um lugar muito romântico, mas o pedido foi prático. Ele simplesmente me perguntou se não seria melhor para o meu filho (do meu primeiro casamento), se nós nos casássemos. Nos casamos no dia 17 de novembro de 2008. Como muitas pessoas aqui na Suiça, eu também me casei duas vezes com o mesmo marido. A primeira no civil e a segunda no religioso junto com o batizado do nosso primeiro filho. Nesses cinco anos juntos construimos uma linda família com três crianças.

Diferenças culturais Na minha opinião, existem duas diferenças marcantes entre a cultura brasileira e a suiça, mas que não são exclusivas do nosso relacionamento e sim do modo europeu de pensar. A primeira é a forma fria e direta de dizer as coisas. Mesmo que ofenda, os suíços acham que, por ser verdade, podem dizer simplesmente tudo o que pensam. Brasileiros têm sempre um jeitinho de dourar a pílula para que a verdade não seja tão difícil de ouvir. A segunda é a religião que, pra mim, é vital e está no centro da minha vida. Aqui na Suíça é praticada de uma forma morna, sem a fé fervorosa do brasileiro.

Colunista da Brasileiros Mundo afora, Gê escreve sobre como cozinhar com a ajuda de crianças.

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Miriam & Sandro – Brasil & Suiça Como tudo começou O Sandro eu não encontrei, eu procurei! Em janeiro de 2004, depois de uma virada de ano solitária, sentei na frente do computador com as minhas primas e fizemos um perfil em um site de relacionamentos. Recebi mais de 150 e-mails em uma semana, mas o que mais me encantou foi o do Sandro. Ele é suiço e descobrimos, mais tarde, termos amigos em comum. Passamos um mês nos correspondendo e logo percebemos que a longa busca pelo grande amor tinha, enfim, terminado.

Casamento Depois de quatro meses de namoro, Sandro me disse que já sabia que queria se casar comigo. Em seguida, ele sofreu um grave acidente. Depois do susto e das lágrimas, com ele já recuperado, fizemos um passeio de barco pelo rio Reno. Ele pediu um vinho e, quando íamos brindar, tirou as alianças do bolso, se ajoelhou e fez o pedido mais lindo do mundo. Casamos em 2005. A cerimônia civil foi na Suiça, e a religiosa no Brasil.

Diferenças culturais As diferenças culturais existem sim. Uma delas é a forma como celebram as datas comemorativas, como Natal e aniversário. Aqui, muitos adultos não se presenteiam no Natal e, nos aniversários, é raro cantarem os parabéns. Em geral, os suiços não são generosos e prestativos como nós brasileiros. Em partes me acostumei, mas também ensinei a ele a se doar mais e a perceber as necessidades dos outros. Fora isso, o Sandro é alegre, descomplicado e sabe rir de si mesmo, qualidade que eu adoro. Penso que, para que um casamento binacional dê certo, é preciso que sejamos flexíveis, e que aprendamos a lidar com a nova cultura. Mas existem também aspectos em que não é possível ceder. Exijo sim que ele também aceite o meu jeito brasileiro de ser. Assim seguimos felizes, espero que para sempre.

Miriam é colaboradora da Brasileiros mundo afora.

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Fotos: Arquivo pessoal


Nos conhecemos na balada, em um bar de São Paulo, em 2002. Era o primeiro dia da viagem dele, que estava no Brasil de férias com amigos para assistir a um campeonato de Fórmula 1. Trocamos telefone e nos vimos muito nas três semanas seguintes. Me apaixonei totalmente, parecia uma tonta. Até emagreci porque era tanta paixão que nem fome eu tinha!

Moramos juntos desde 2004, quando me mudei para Amsterdam. Em maio deste ano, completamos seis anos de casados. O pedido de casamento aconteceu durante uma viagem (mochilão) pela Ásia. Estávamos no Vietnam, depois de duas semanas no Cambodja e eu realmente não esperava ser pedida em casamento. Jantávamos em um restaurante lindo, quando o holandês fez o pedido. Eu ri - olha que feio - porque achei que não fosse sério. Nós já morávamos juntos há três anos, depois de um namoro de dois à distância, e eu estava naquela fase me-acostumando-com-a-ideia-de-morar-parasempre-com-meu-namorado. Mas ele me perguntou, muito fofo, se eu queria casar com ele. E lógico que eu queria, ah como eu queria. Continuo querendo até hoje!

Quando eu vim para a Holanda o que mais me assutou foi a liberdade no relacionamento. O holandês precisa ter seu tempo livre, fazer suas coisas sozinho, ser independente. Hoje eu entendo isso muito bem e adoro esse jeito de pensar. Não poderia viver de outra forma. Claro que adoramos sair juntos, mas também valorizamos os momento em que estamos sozinhos ou quando saimos com os amigos. Aliás, todos os anos viajamos sozinhos, ele com seus amigos e eu com as minhas amigas. Amo essa independência. Quem ama confia. Ana Paula escreve sobre sua vida na Holanda no blog De unha feita - em Amsterdam!

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Dia dos Namorados no Brasil e no mundo Texto: Vanessa Bueno | Foto: Claudia Bömmels

Santo Antônio ou São Valentim, com qual dos dois você celebra o amor? No Brasil o Dia dos Namorados é celebrado em 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio – um frei português que ganhou a fama de casamenteiro porque pregava o amor e o casamento. A escolha da data não tem uma razão muito romântica - é resultado de uma estratégia publicitária de sucesso para alavancar as vendas no mês de junho. Mas não podemos negar que deu certo. A data é hoje tão popular quanto o Dia das Mães e o Natal. Em muitos outros países, a data para celebrar o amor é 14 de fevereiro, Dia de São Valentim- bispo da igreja católica que, na época do império romano, realizava casamentos de forma clandestina. Reza a lenda que o bispo havia sido proibido pelo imperador Claudius II de realizar casamentos durante as guerras porque os solteiros eram melhores combatentes. Valentim não só continuou celebrando uniões como também casou-se secretamente. O resultado da desobediência foi sua decapitação no dia 14 de fevereiro. Assim, a data ficou conhecida, inicialmente na Europa, como o dia de celebrar as uniões. Hoje também é comemorada em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Alemanha, Japão e Índia. Quem nos conta sobre a Índia é a psicóloga brasileira Anelise Cornely, que vive no país há quase três anos e namora um indiano. “Nós sempre comemoramos o Dia de São Valentim. A movimentação em torno da data é bem parecida com a do Brasil: o comércio fica lotado, há muitas propagandas, promoções e os restaurantes ganham decorações especiais”, conta Anelise, que nunca chegou a celebrar a data brasileira. “No dia 12 de junho eu sempre lembro meu namorado de que esse é o Dia dos Namorados no meu país. Mas até hoje ele não entende o porquê”, diz. Ela lembra que desde o primeiro Dia de São valentim ele gosta de demonstrar seus sentimentos de forma romântica:“Na época, não tínhamos nada tão sério, mas, mesmo assim, ele enviou flores para o meu trabalho. Fiquei tão envergonhada e sem saber o que fazer, que coloquei as flores na geladeira. Ele ficou muito chateado comigo, mas ainda assim saimos para jantar em um restaurante maravilhoso”, comenta Anelise.

E você? Já sabe como vai comemorar o seu Dia dos Namorados? Confira outras formas de celebrações mundo afora e inspire-se! 30


Japão No Dia dos Namorados são as mulheres japonesas que presenteam os homens com chocolates, seguindo a regra: Chocolates dados à colegas de trabalho, por exemplo, são chamados de giri-choco (chocolates por obrigação), e são os mais baratos do mercado. Chocolates dados a um homem especial é chamado de honmei-choco (vencedor em potencial) e são chocolates mais caros. Um mês depois, no dia 14 de março, é a vez dos homens presentearem as mulheres no White Day.

China É comum encontrar mulheres vestidas com trajes típicos da cultura chinesa entregando rosas aos casais de namorados que passam pela rua. Uma forma de desejar vida longa ao casal.

Escócia Diz a lenda que o primeiro homem ou mulher que a pessoa solteira encontrar na rua ou em qualquer outro lugar durante o Dia de São Valentim será seu par para uma comemoração a dois.

Iraque No Dia do Amor toda a família se envolve para presentear amigos e parentes.

Inglaterra No país britânico a população também têm o costume de presentear celebridades, autoridades e membros da família real britânica.

Dinamarca Os dinamarqueses têm o hábito de presentear familiares e amigos com rosas brancas, conhecidas como Flocos de Neve.

Estados Unidos O Dia dos Namorados chama-se, como em muitos outros países, Valentine’s Day. Tradicionalmente este é o dia em que os amantes expressam seu amor um ao outro, através de cartões, presentes e flores. Além disso, é comum a troca de cartões entre pais, filhos e amigos.

Nós da Brasileiros mundo afora desejamos um Dia dos Namorados bem romântico para você! 31


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Desafio Do it yourself Um cabideiro para Flávia Texto & Fotos: Erica Palmeira | homesweetener.com

Desafiei o marido de uma amiga a cumprir sua promessa de construir o cabideiro dos seus sonhos. Não é de hoje que a expressão Do it yorself (DIY) – Faça você mesmo - encaixa-se perfeitamente aos países desenvolvidos, onde produto feito a mão é “artigo fino”. É normal ver o vizinho cortando a própria grama, renovando um móvel ou pintando as próprias paredes, sem que ninguém se sinta diminuído por isso. A prática virou febre, uma verdadeira indústria, e o número de blogs sobre o tema Faça você mesmo cresce a cada dia. Muita gente não coloca a mão na massa, mas tem uma lista infinita de coisinhas que gostaria de fazer, colecionando fotos e ideias que desejam executar algum dia. Se você se identifica com esse perfil, prepare-se porque o HomeSweetener desafia, baby! Para inaugurar a temporada dos desafios, coloquei no paredão um amigo querido, o Luciano Kamimura. Assim ele pôde mostrar para o mundo que é um homem que não só fala, mas faz. O Luciano está casado com a Flávia há mais de cinco anos. Quando o assunto é comprar alguma coisa que ela quer, ele geralmente julga ser supérfula e superfaturada.“Fala sério, Flávia, eu não vou pagar tudo isso por esse cabideiro. Eu faço um muito melhor e por muito menos”, declarou Luciano, há alguns anos atrás. Mas o tempo passou e nada aconteceu. Foi quando resolvi “meter a colher” e intervir pela paciente esposa. Não tema, Flávia, o HomeSweetener está aqui para lhe ajudar! Avisei ao Luciano que pegasse suas ferramentas e preparasse sua lista de compras, porque o desafio era projetar e construir o tão sonhado cabideiro da esposa, dentro do orçamento inviolável de 15 dólares. Ele aceitou o desafio sem pestanejar, estando no local e hora marcados para uma árdua, porém deliciosa, tarde de trabalho e hamburgueres. A propósito, ele pôde contar com o apoio de dois ajudantes para a construção do móvel, que foi supervisionada por mim. De maneira exemplar, nosso desafiado preparou o projeto, que usou como guia de compras e também como o passo a passo para tornar real o cabideiro. Ele utilizou cinco ripas de pinho 42 x 19 x 1800 mm e um punhado de pregos, parafusos, porcas e arruelas. O custo total ficou abaixo de 13 dólares e o resultado fantástico! A mim, só restou tirar o chapéu para Luciano e dar-lhe o selo de ouro do HomeSweetener. Além de talentoso, ele foi extremamente generoso e compartilhou conosco seu projeto detalhado, que está disponível no blog para quem quiser se aventurar: homesweetener.com/blogdacasa/2012/09/16/long-time-no-freebie. Pela qualidade do design, algo me diz que este pode ser o primeiro de uma promissora coleção. Um dia, as pessoas vão olhar para este cabideiro e dizer: “Nossa, um Luciano!” 33


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www.flor-de-anastacia.de

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Quando paixão e trabalho andam juntos Texto: Vanessa Bueno | Fotos: Divulgação

Você já pensou em transformar aquele seu hobby de anos em profissão e ganhar dinheiro com isso? A Danielle Ávilla não só pensou como executou! Tudo começou há dez anos, quando a psicóloga Danielle Ávilla, apaixonada por trabalhos manuais, decidiu adotar o crochê como hobby favorito. A prática ganhou destaque em sua vida em 2008, quando Danielle mudou-se com o marido para a Alemanha, para que ele realizasse o estágio de seu doutorado. O plano era ficar apenas um ano, mas o casal gostou tanto do país que vive lá até hoje. Sem poder exercer sua profissão, em função das barreiras da língua, Danielle dedicou-se integralmente ao crochê. Em 2011, criou coragem e inscreveu-se para o concurso de design Traduzindo Humboldt, que tinha como objetivo produzir um papel de parede decorativo para um dos 118 quartos de um hotel recém-inaugurado, em Berlim. Ela teceu um papel de parede todo em crochê e hoje seu trabalho decora um dos quartos do Hotel Meininger, no centro da capital alemã. O concurso foi o incentivo que faltava para que Danielle abrisse, no ano seguinte, sua própria empresa, a Flor de Anastácia. Ela desenvolveu uma linha de artigos e acessórios em crochê para casamentos e os pedidos não param de chegar. "Tenho muitas ideias ainda, mas não consegui colocar tudo em prática. Estou com pouco tempo, em função dos muitos pedidos de clientes", comenta satisfeita. Parece que seu trabalho agradou, e muito, os alemães. Site: www.flor-de-anastacia.de Blog: heiraten-mit-stil.blogspot.de Shop: de.dawanda.com/shop/flor-de-anastacia

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Bolo Dia dos Namorados Receita de Nívea Sorensen

Que tal supreender seu amor com um bolo feito por você especialmente para comemorar o Dia dos Namorados? Confira como é fácil e mãos à massa! Anote aí o que você vai precisar: ● Corante comestível na cor rosa ou vermelho; ● Sua receita preferida de bolo; ● 1 cortador de biscoito no formato de coração; ● 1 forma retangular; ● 1 forma para bolo inglês; ● Açúcar de confeiteiro para polvilhar por cima no final. Depois de preparar a massa do bolo (eu dou uma sugestão abaixo, de bolo de iogurte, mas pode até ser um bolo de caixinha), separe um terço em outra tigela e coloque um pouco do corante da cor escolhida, mexendo bem. Coloque em uma forma retangular e asse em forno médio, pré-aquecido, por ceca de 20 minutos. Deixe esfriar, desenforme e, usando o cortador de biscoitos, corte alguns corações do tamanho do comprimento da sua outra forma. Enquanto isso, use a outra massa para cobrir o fundo da forma de bolo inglês. Encaixe os corações e cubra com o restante da massa. Asse por cerca de 20 minutos, ou até que o teste do palito mostre que o bolo está assado.

Receita para a massa do bolo Ingredientes: ● 1/2 xícara de óleo; ● 160 ml de iogurte natural ou de baunilha; ● 4 ovos; ● 2 xícaras de açúcar; ● 2 xícaras de farinha; ● 1 colher de sopa de fermento. Modo de preparo: Bater no liquidificador o óleo, o iogurte e os ovos. Depois acrescentar a farinha peneirada e o açúcar e bater novamente só para incorporar os ingredientes, mas não bata demais para o bolo não solar. Adicione o fermento e misture. Importante: O mesmo efeito pode ser conseguido utilizando uma forma redonda de buraco no meio. Nesse caso pode ser que você precise dobrar a receita. Nivea Sorensen é brasileira, mora na Irlanda e é doceira, blogueira e dona da casa. É autora do Que Seja Doce, um blog sobre as pequenices da vida de uma mãe expatriada. www.niveasorensen.com

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Romance nas telas Existem muitos filmes interessantes falando de amor e romance. Nós deixamos aqui sugestões de alguns que gostamos, para você assistir com seu amor. É clima romântico garantido!

Antes do amanhecer, Antes do pôr do sol e o novo Antes da meia noite: Filmes do cineasta Richard Stuart Linklater, que contam a história de um homem e uma mulher, que ao longo dos anos se encontram e se perdem, mas nunca conseguem se esquecer. Simplesmente Amor: Apresenta personagens em diversos momentos da vida. Todos acabam tomando decisões inesperadas por amor. Um filme divertido e inteligente! Valentine's Day ou Idas e vindas do amor: A trama relata cinco histórias de amor, que se interligam no Dia dos Namorados, em Los Angeles. Bem-humorado, o filme mostra também solteiros que abonimam a data. Odeio o Dia dos Namorados: Com previsão de estreia no Brasil para junho, a comédia brasileira é estrelada por Heloísa Périssé e conta a história de uma publicitária que deve criar uma campanha para o Dia dos Namorados, que ela odeia.

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Cadeados

Texto: Claudia Bömmels | Fotos:

Cada vez mais apaixonados mundo afora aderem à romântica tradição dos cadeados do amor. Um costume cuja origem exata não está muito clara, mas, provavelmente, os primeiros Lucchetti d´amore (cadeados do amor) surgiram na Itália. Acredita-se que os graduados da Academia Médica San Giorgio foram os primeiros a iniciar essa tradição em Florença, quando, após a formatura, colocavam os cadeados em uma grade na Ponte Vecchio. Na Europa, os cadeados do amor ficaram mais conhecidos após o filme Ho Voglia di te (Eu quero você), de Federico Moccia, onde os dois protagonistas juram amor eterno, colocam um cadeado na ponte e jogam a chave no rio Tibre. Atualmente, em várias cidades na Europa, casais vindos do mundo inteiro trazem os cadeados com seus nomes já gravados ou compram no comércio local. Como no filme, eles são então trancados em uma ponte e as chaves são lançadas no rio com as palavras per sempre (para sempre), simbolizando assim a imortalidade desse amor. A ponte Hohenzollern Bridge em Köln (Colônia) é o lugar mais famoso da Alemanha para fazer-se juras de amor e estima-se que lá existam mais de 40 mil cadeados pendurados. Tudo muito romântico, mas, como em toda história, essa também tem dois lados. Os efeitos e danos provenientes do colocamento dos cadeados nas pontes são discutidos controversamente em várias cidades. Em Roma, por exemplo, o prefeito proibiu a prática em 2007, mas logo em seguida a Câmara Municipal de Roma instalou correntes em locais alternativos para que as pessoas pudessem continuar colocando seus cadeados. Em 2012, no entanto, eles foram removidos e serão provavelmente expostos em um museu. Em muitas outras cidades existem proibições. Em Veneza e Berlim é estritamente proibida a colocação de cadeados nas pontes. Em particular, na Ponte de Rialto, em Veneza, os cadeados são sistematicamente removidos e infratores estão sujeitos a uma multa de até 3 mil Euros.

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do amor

: Divulgação & Claudia Bömmels

Em Berlim, a multa pode custar até 35 euros. Em Florença, na Ponte Vecchio, a colocação de cadeados é proibida, mas ainda há quem se arrisque a pagar uma multa de 50 euros. Em Paris, na Ponte das Artes, desapareceram perto de 2 mil cadeados. A remoção criou polêmica e a Câmara Municipal da cidade negou tê-los removido, atribuindo a culpa aos ladrões de metal. A razão da proibição é compreensível: os cadeados enfeiam as pontes e também as danificam, já que oxidam e, em grande quantidade, pesam muito. Enquanto uns se opõem, outros aproveitam a moda do turismo do cadeado como em Köln (Colônia). Muitos turistas voltam à cidade para verificar se seu cadeado ainda está no mesmo lugar. Em Verona, na Itália, encontrou-se uma ótima solução para o problema: na Casa da Julieta, um mural foi feito especialmente para que as provas de amor eterno tivessem um lugar próprio. No Brasil, ainda ouve-se pouco sobre os cadeados do amor, mas a moda também já chegou por lá, como publicamos na primeira edição da Brasileiros mundo afora. Em Recife, era possível prender o cadeado no gradil da Rua da Aurora, mas infelizmente este foi roubado pela segunda vez. O idealizador do Projeto, Diego Lima, se diz resignado e provavelmente não irá retomálo uma terceira vez. A ideia dos Cadeados da Aurora, como ficaram conhecidos, seguia uma linha sustentável: As chaves não eram jogadas no rio, mas sim recolhidas para no futuro serem colocadas em uma obra de arte. O objetivo era deixá-las expostas em um centro cultural de Recife. Uma ótima ideia, já que os brasileiros são conhecidos mundo afora como um povo caloroso e apaixonado. Imagina se a moda dos cadeados do amor pega de verdade no Brasil! Será que as pontes brasileiras aguentariam o peso de tanta paixão? 43


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Concurso de fotografia

Lorena & Heiko Nós pedimos aos nossos leitores, que mandassem suas fotos de casamento mais bonitas para fazermos um álbum coletivo em comemoração ao Dia dos Namorados. Entre elas, escolhemos uma vencedora: Lorena e Heiko, celebraram o seu casamento de forma muito especial em Cingapura no ano de 2009. As demais fotografias serão publicadas no site da Brasileiros mundo afora no dia 12 de 45 junho, o Dia dos Namorados no Brasil.


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ackstage

Um obrigado especial a todos os casais, por terem compartilhado conosco momentos tão especiais e íntimos em suas vidas. Obrigada também a todos os colaboradores, autores, fotógrafos e à Vanessa Bueno, que agora faz parte da equipe de redação.

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A revista e o site

Brasileiros Mundo afora são feitos para você. A sua história também pode ser contada por nós. Compartilhe! Estamos aguardando.

www.brasileiros-mundo-afora.com 47


A revista online Brasileiros mundo afora, de Claudia Bömmels, é uma publicação gratutita e digital, em formato PDF e está sob a Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivados 3.0 que estabelece o regulamento a seguir: Você tem a liberdade de compartilhar, copiar, distribuir e transmitir a obra, sob as seguintes condições: Atribuição — Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante, mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra; Uso não comercial — Você não pode usar esta obra para fins comerciais; Vedada a criação de obras derivadas — Você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra; Ficando claro que: Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais. Domínio Público — Onde a obra ou qualquer um de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença. Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença: ● Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis; ● Os direitos morais do autor; ● Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade. Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página: www.brasileiros-mundo-afora.com.

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