7 minute read

Mundo em recessão e Brasil melhor?! World in recession and better Brazil?!

Nos últimos anos, muita coisa estranha aconteceu na economia no Brasil e no mundo. Aqui, juros de 2% ao ano; lá, juros negativos. Em meio à mais aguda recessão global já registrada, Bolsas batendo seguidos recordes em todo o mundo. Há dois anos, o preço futuro do petróleo era negativo; hoje, é recorde. Mesmo com as maiores sanções econômicas já adotadas, a moeda que mais se apreciou neste ano foi o rublo russo...

No entanto, as regras de funcionamento da economia não caducaram. A conta da injeção recorde de liquidez no mundo chegou e a inflação começou a galopar em todo o mundo.

Advertisement

Se não bastasse a demanda agregada superaquecida, a oferta agregada está de joelhos. O lockdown na China para conter a variante ômicron quebrou cadeias de suprimentos globais que já estavam em frangalhos. Navios que não conseguem desembarcar suas mercadorias ficam parados próximos à costa chinesa, levando os preços dos fretes às alturas. A guerra entre Rússia e Ucrânia derruba a oferta de alimentos, fertilizantes e energia, alimentando ainda mais a alta de preço das commodities, que por sua vez, joga ainda mais gasolina no fogo da inflação mundial.

pegou uma pneumonia. Com dependência de capital externo e contas públicas frágeis, tradicionalmente, o Brasil é um dos países que mais sofre quando a economia mundial piora e o grau de aversão a risco de investidores sobe.

Forbes e Influenciador nº 1 no LinkedIn.

Com tudo isso, a persistência da alta da inflação, que a maioria dos especialistas caracterizava como temporária, não para de surpreendê-los. A inflação bate seguidos recordes, fazendo os juros subirem mais e mais mundo afora, o que causa uma reprecificação para baixo de todos os ativos e, em particular, de ações de empresas americanas com grande expectativa de crescimento de lucros e criptoativos.

Neste cenário, o risco de uma nova recessão global é cada vez maior. Nas últimas décadas, sempre que a economia mundial pegou um resfriado, a brasileira

É aí que, talvez, tenhamos mais uma grande surpresa, em breve. Se a recessão global de fato se materializar – puxada por retrações econômicas nos EUA e Europa – mas for branda e não vier acompanhada de uma nova crise financeira global, é possível que, desta vez, o Brasil esteja entre os países que menos sofrerão, ao invés de puxar a fila dos piores desempenhos, como acontece geralmente. O combate à pressão inflacionária – a doença econômica cujo tratamento terá o efeito colateral de jogar o mundo em recessão - aqui está muito mais adiantado do que no resto do mundo. No Brasil – muito ao contrário do resto do mundo - a taxa básica de juros já supera a inflação acumulada em 12 meses. Além disso, a taxa de desemprego aqui ainda é muito elevada, não alimentando a inflação de custos, como na maior parte do resto do mundo. A maior parte dos ativos financeiros brasileiros não teve altas similares às do resto do mundo nos últimos dois anos. Por isso, recentemente, tem caído menos. Por fim, com a China controlando a pandemia, o lockdown deve terminar. A reativação de sua economia manterá a demanda por commodities mais forte do que seria normal em um cenário de recessão global, o que favorecerá as exportações brasileiras e o Real, ajudando a limitar a pressão inflacionária aqui.

No 1º trimestre, o PIB brasileiro surpreendeu e cresceu mais do que o da maioria das outras grandes economias. É possível que isso se repita no 2º trimestre e, eventualmente, no 2º semestre e no ano que vem, em particular se junto com o fim da incerteza eleitoral, também ficarem para trás medidas e propostas eleitoreiras que os dois candidatos que lideram as pesquisas eleitorais têm defendido nos últimos meses.

In recent years, a lot of strange things have happened in the economy in Brazil and in the world. Here, interest of 2% per year; there, negative interest. In the midst of the sharpest global recession on record, stock markets set records all over the world. Two years ago, the futures price of oil was negative; today is a record. Even with the biggest economic sanctions ever adopted, the currency that appreciated the most this year was the Russian ruble....

However, the rules for the functioning of the economy have not expired. The bill for the record injection of liquidity in the world has arrived and inflation has started to gallop around the world.

Ricardo Amorim, Ricardo Amorim, most influential economist in Brazil according to Forbes and #1 Influencer on LinkedIn.

In addition to the overheated aggregate demand, aggregate supply is on its knees. The lockdown in China to contain the Omicron variant broke global supply chains that were already in tatters. Ships that are unable to unload their goods are stopped off the Chinese coast, driving freight prices soaring. The war between Russia and Ukraine cuts down the supply of food, fertilizers and energy, further fueling the rise in commodity prices, which in turn throws even more gasoline on the fires of global inflation.

With all this, the persistence of high inflation, which most experts characterized as temporary, continues to surprise them. Inflation hits records, causing interest rates to rise more and more around the world, which causes a downward repricing of all assets and, in particular, of shares of American companies with high expectations of earnings growth and cryptoassets.

In this scenario, the risk of a new global recession is increasing. In recent decades, whenever the world economy caught a cold, the Brazilian caught pneumonia. With dependence on foreign capital and fragile public accounts, Brazil is traditionally one of the countries that suffers the most when the world economy worsens and the degree of risk aversion of investors rises. That’s where, perhaps, we have another big surprise, soon. If the global recession does materialize – driven by economic downturns in the US and Europe – but it is mild and is not accompanied by a new global financial crisis, it is possible that, this time, Brazil will be among the countries that will suffer the least, at the same time. instead of pulling the string of worst performers, as is usually the case. Combating inflationary pressure – the economic disease whose treatment will have the side effect of throwing the world into recession – is much further along here than in the rest of the world. In Brazil – quite unlike the rest of the world – the basic interest rate already exceeds the inflation accumulated in 12 months.

Furthermore, the unemployment rate here is still very high, not fueling cost inflation, as in most of the rest of the world. Most Brazilian financial assets have not experienced similar increases to those of the rest of the world in the last two years. So, recently, it has fallen less. Ultimately, with China in control of the pandemic, the lockdown must end. The reactivation of its economy will keep demand for commodities stronger than would be normal in a scenario of global recession, which will favor Brazilian exports and the Real, helping to limit inflationary pressure here.

In the 1st quarter, Brazilian GDP surprised and grew more than most other major economies. It is possible that this will be repeated in the 2nd quarter and, eventually, in the 2nd semester and next year, in particular if, together with the end of electoral uncertainty, electoral measures and proposals that the two candidates who lead the electoral polls also lag behind. have defended in recent months.

En los últimos años, muchas cosas extrañas sucedieron en la economía en Brasil y en el mundo. Aquí, intereses del 2% al año; allá, intereses negativos. En medio a la más aguda recesión global ya registrada, acciones batiendo récords en todo el mundo. Hace dos años, el precio futuro del petróleo era negativo; hoy, es récord. Aún con las mayores sanciones económicas ya adoptadas, la moneda que más se apreció este año fue el rublo ruso...

Entretanto, las reglas de funcionamiento de la economía no han caducado. La cuenta de la inyección record de liquidez en el mundo llegó y la inflación comenzó a galopar en todo el mundo.

Si no bastara la demanda agregada súper agitada, la oferta agregada está de rodillas. El lockdown en China para contener la variante ómicron quebró cadenas de suministros globales que ya estaban hechos pedazos. Barcos que no logran desembarcar sus mercaderías quedan parados cerca de la costa china, llevando los precios de los fletes a las alturas. La guerra entre Rusia y Ucrania echa por tierra la oferta de alimentos, fertilizantes y energía, alimentando también el alza del precio de commodities, que a su vez, tira aún más gasolina al fuego de la inflación mundial.

Con todo esto, la persistencia del alza de la inflación, que la mayoría de los especialistas caracterizaba como temporaria, no para de sorprenderlos. La inflación tiene seguidos records, haciendo que los intereses suban más y más alrededor del mundo, lo que causa una caída en los precios de todos los activos y, en particular, de acciones de empresas norteamericanas con gran expectativa de crecimiento de ganancias y criptoactivos.

En este escenario, el riesgo de una nueva recesión global es cada vez mayor. En las últimas décadas, siempre que la economía mundial tuvo un resfriado, la brasi- leña tuvo una neumonía. Con dependencia de capital externo y cuentas públicas frágiles, tradicionalmente, Brasil es uno de los países que más sufre cuando la economía mundial empeora y el grado de aversión al riesgo de inversores sube.

Y es así que, tal vez, tengamos una gran sorpresa, en breve. Si la recesión global de hecho se materializa – llevada por retracciones económicas en EE UU y Europa – pero sea suave y no venga acompañada de una nueva crisis financiera global, es posible que, esta vez, Brasil esté entre los países que sufrirán menos, en lugar de ser el primero de la fila de los peores desempeños, como sucede generalmente. El combate a la presión inflacionaria – la enfermedad económica cuyo tratamiento tendrá el efecto colateral de mandar al mundo a la recesión - aquí está mucho más adelantado que en el resto del mundo. En Brasil – al contrario del resto del mundo - la tasa básica de intereses ya supera la inflación acumulada en 12 meses. Además, la tasa de desempleo aquí todavía es muy elevada, no alimentando la inflación de costos, como en la mayor parte del resto del mundo. La mayor parte de los activos financieros brasileños no tuvo alzas similares a las del resto del mundo en los últimos dos años. Por ello, recientemente, han caído menos. Por fin, con China controlando la pandemia, el lockdown debe terminar. La reactivación de su economía mantendrá la demanda por commodities más fuerte que lo normal en un escenario de recesión global, lo que favorecerá las exportaciones brasileñas y el Real, ayudando a limitar la presión inflacionaria aquí.

En el 1er trimestre, el PIB brasileño sorprendió y creció más que el de la mayoría de otras grandes economías. Es posible que eso se repita en el 2º trimestre y, eventualmente, en el 2º semestre y el año que viene, especialmente si junto al final de la inseguridad electoral, también quedan atrás medidas y propuestas electoreras que los dos candidatos que lideran las encuestas electorales están defendiendo los últimos meses.

Ricardo Amorim, Ricardo Amorim, economista más influyente de Brasil según Forbes e Influencer nº 1 en LinkedIn.