Diálogos • Revista da CIP

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PRESIDÊNCIA

Caros associados Nesta última revista do ano fiscal, refletimos especialmente sobre os desafios orçamentários que enfrentaremos no ano de 2016. É também um bom momento para ponderarmos sobre Chanucá e os problemas do mundo atual. O processo orçamentário - sempre um dos exercícios mais difíceis enfrentados por nossa equipe - é dividido em várias fases. A primeira começa pelos diretores e suas equipes preparando o quadro de atividades propostas para o ano seguinte. É quando as atividades são priorizadas de acordo com os grandes focos de atuação da CIP, como Juventude, Ensino e Ação Social. Cada diretoria faz uma profunda revisão de sua estrutura e de como atingir um equilíbrio em suas atividades. A segunda fase passa pela consolidação dos orçamentos das diversas áreas. Apesar do interesse de todos por sempre fazer mais e aumentar suas equipes, as despesas devem ser equilibradas com as receitas da Congregação. Cortes importantes são sempre necessários e é preciso se esticar para fazer mais com a mesma equipe. Neste contexto, é importante definir novamente quais são as reais prioridades. O orçamento consolidado é então submetido à revisão do Conselho Fiscal, que prepara seu parecer para que a proposta possa, então, ser aprovada pelo Conselho Deliberativo. As discussões que se seguem - quando são levadas em consideração desde as mensalidades e taxa de inadimplência até o número de pessoas atendidas em cada atividade e inflação projetada - resultam em um orçamento operacional cuja execução não é fácil. A necessidade constante de aumento de eficiência interna e os sempre necessários cortes de pessoal não são fáceis para ninguém na Congregação. O orçamento é composto por despesas e receitas, e precisamos da contribuição de todos para que as atividades sejam mantidas. A CIP é uma entidade operacionalmente deficitária que precisa de donativos para se manter. E toda iniciativa nesse

sentido é importante, desde se tornar um associado, aumentar o valor da mensalidade ou oferecer um valor maior como donativo em comemoração a um evento especial. A Congregação possui projetos incríveis, e a parceria com os doadores permite a ela desenvolver projetos específicos de acordo com o perfil de cada apoiador. Procure a área de Desenvolvimento Institucional para criar projetos com o seu perfil. Na semana de Chanucá a CIP promoveu dois eventos particularmente especiais: uma apresentação musical na primeira noite e o recebimento de um importante prêmio na quarta noite. Organizado pela CIP e pela Comunidade Beth-El, o show contou com a participação de cerca de 500 pessoas. A sinagoga Etz Chaim ficou lotada, ao som de músicas maravilhosas tocadas por vários grupos de ambas as instituições. Esta é uma das características que acredito ser fundamental na condução de nossa comunidade: promover cada vez mais eventos conjuntos, aproveitando para reforçar nossas semelhanças e conhecermos melhor as características de nossas comunidades irmãs. A entrega do prêmio Jacarandá, da União dos Escoteiros do Brasil, para a Avanhandava foi um marco muito especial. Este reconhecimento de longevidade foi outorgado à Ava, que completou 78 anos em 2015. É o movimento juvenil mais antigo da CIP e que, com sua mensagem ética e de ajuda ao próximo aliada aos valores de defesa do meio ambiente e de respeito mútuo, permanece extremamente atualizado. Junto com a Avanhandava e a UEB, a CIP está desenhando um projeto para a criação de pequenos grupos escoteiros judaicos em pequenas comunidades pelo Brasil. Chag Samêach Fiscal. Que o desafiador ano de 2016 chegue para nos fortalecer. SÉRGIO KULIKOVSKY • PRESIDENTE 3


CHANUCÁ E OS 80 ANOS DA CIP A festa de Chanucá celebra a coragem dos macabeus que libertaram o Segundo Templo de Jerusalém durante o domínio dos helenistas do Império Selêucida. O objetivo deles era helenizar e Judéia e impor sua cultura aos judeus. Depois da vitória militar, o templo precisava ser reinaugurado (chanucá, em hebraico, significa inauguração). Neste momento aconteceu um milagre – contado pelo Talmud pela primeira vez no tratado de Shabat – e o óleo que deveria arder por apenas um dia durou oito, até que mais azeite ritual pudesse ser produzido. Estamos nos preparando para as comemorações dos 80 anos da nossa Congregação Israelita Paulista. Oito décadas atrás, um grupo de macabeus e macabeias que escaparam da Alemanha nazista fundaram um centro comunitário dedicado a absorver os imigrantes, que chegavam em número cada vez maior, de uma Europa hostil. A inauguração, chanucá, desta congregação, ao lado de outras congregações de origem alemã em Montevidéu, Buenos Aires e Rio de Janeiro, ajudou a modelar o judaísmo latinoamericano. Com o passar do tempo e o fortalecimento da comunidade judaica paulistana, a CIP se estabeleceu como este centro religioso, assistencial, cultural e social respeitado por toda a sociedade brasileira. Produzimos um calendário comemorativo, estamos organizando um Cabalat Shabat festivo, e diversos outros momentos de celebração estão sendo organizados para o ano de 2016. Quero convidar vocês a acompanharem atentamente a divulgação de nossas atividades para que possam participar ativamente e, desta maneira, nos ajudar a manter esta chama sempre acesa.

Rabino Michel Schlesinger

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PRESIDENTE Sérgio Kulikovsky RABINATO Ruben Sternschein Michel Schlesinger VICE-PRESIDENTE INSTITUCIONAL Tatiana Heilbut Kulikovsky DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Laura Feldman COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Andrea Kulikovsky Andréia Hotz Carmen S. Carvalho Eve Pekelman Guita Feldman Ilana Shavitt Júlia Kalili Michel Schlesinger Paula Barouchel Caracini Ruben Sternschein Rudi Solon Sergio Kulikovsky Tatiana Heilbut Kulikovsky Theo Hotz

A Congregação Israelita Paulista dá as boas-vindas a seus novos associados. • Abrahão Israel Dejtiar • Alexandre Jin Bok Audi Chang • Andréa Audi Ricco • Andrea Borjman e Daniel Rubinsztejn Goldfarb • Angélica Audi Ricco • Bárbara Dundes Monte e Marcelo Gelschyn • Clarice Tobias de Aguiar M. Sztajnbok e Sérgio Sztajnbok • Daniele Guilhermino Salfatis e Alexandre Salfatis • Debora Spritzer Sapoznik e André Sapoznik • Gabriela Geni Scheinberg Lederfeind e Henry Lederfeind • Nancy Polacow Sondermann • Raiza Heilberg e Carlos Eduardo Rawet Heilberg • Rose Oliveira Jacobovitz e André Jacobovitz • Sandra Regina Audi Ricco e Edgard Henrique Ricco • Sheila Weinberg Laurent e Patrick Gilbert Laurent • Shirley Waldman e Igor Waldman BRUCHIM HABAIM

EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL Andréia Hotz (MTB 61.981) MARKETING Simone Rosenthal PROJETO GRÁFICO JAM Design FOTOS Arquivo CIP e Shutterstock Esta é uma publicação da Congregação Israelita Paulista. É proibida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião da CIP.

avatnua Piedade, São Paulo

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FALE COM A CIP PABX: 2808.6299 cip@cip.org.br www.cip.org.br Administrativo/Financeiro: 2808.6244 Comunicação: 2808.6228 Diretoria: 2808.6257 Escola Lafer: 2808.6219 Juventude: 2808.6214 Lar das Crianças: 2808.6225 Marketing: 2808.6247 Rabinato: 2808.6230 Relacionamento com o associado: 2808.6258 Serviço Social: 2808.6211

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avatnua A Avanhandava sempre passa para os seus chanichim o quão importante é cuidar do meio ambiente e promover da paz. Amanhã começa a primavera #diadaarvore #peaceday n_lederman Madrich Salim promovendo abraço na árvore @vickysilva vickysilva HAHAHAAH #chanichmaiscomportado

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GASTRONOMIA Flor de Abobrinha Frita POR Andrea Kulikovsky

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ESPECIAL Diálogos em Ação POR Eve Pekelman

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AÇÃO SOCIAL O mercado de Trabalho e os 60+ POR Paula Barouchel Caracini

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LAR DAS CRIANÇAS Tempo de reflexão POR Carmen S. Carvalho


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RABINATO Chanuká e equilíbrio POR Michel Schlesinger

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RABINATO O tempo e outros equilíbrios na festa de Chanucá POR Ruben Sternschein

e mais... 12 16 ACONTECE

ACONTECE DIÁLOGOS

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ENSINO Ensinar a doar POR Andrea Kulikovsky

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JUVENTUDE GIRO CULTO JUDAÍSMO


RELACIONAMENTO COM O ASSOCIADO

Conhecer e se aproximar POR Tatiana Heilbut Kulikovsky, vice-presidente institucional

Hoje, o grande desafio do Departamento de MKT e Comunicação Institucional da CIP é comunicar com precisão um grande volume de informações dando destaque a todas elas de uma maneira atrativa e interessante, sem cansar o leitor. É preciso ainda levar em consideração o tempo e a maneira que cada pessoa escolhe para receber esses conteúdos. Para alguns receber a Revista e degustá-la de forma atemporal é bastante prazeroso, enquanto que a informação detalhada de forma mais direta e rápida é mais funcional do que um telefonema para outros. A CIP quer manter-se próxima de seus associados e frequentadores e facilitar ainda mais a frequência em suas atividades e eventos, o contato com os rabinos e a participação nos serviços religiosos. Para se chegar a um resultado positivo, porém, é preciso, além de canais de comunicações funcionais e materiais atrativos, levar em consideração o tempo de cada leitor – o quanto ele quer se dedicar ao aprendizado e aprofundamento sobre judaísmo? – e seus interesses pessoais – qual o tipo de informação faria ele se sentir incluído na kehilá e o estimularia a praticar mais o judaísmo? Como parte do processo de inclusão das famílias nas atividades que ocorrem dentro da CIP, participo mensalmente das aulas abertas oferecidas aos pais dos alunos do curso preparatório para Bar-mitsvá da Escola Lafer. Em uma delas, o rabino questionou os pais sobre como seria o judaísmo atual de cada um, pois, se alguns aprenderam as rezas na época do seu Bar ou Bat, talvez fosse a hora de revisá-los. Além da escolha de temas e conteúdos judaicos, há também a preocupação de como se dá o acesso aos materiais impressos e eletrônicos. A CIP precisa saber se seus associados recebem a Revista em casa e leem as matérias, se seus conteúdos são acessados via site ou perfis nas redes sociais, se os detalhes de sua programação estão sendo conhecidos a partir dos e-mails que envia, e, por fim, se existe interesse pelos assuntos e se seu público quer continuar recebendo essas informações. Além de investimentos internos – aquisição de equipamentos e softwares, e contratação de novos fornecedores –, a Comunicação da CIP desenvolveu uma rápida pesquisa para ter acesso à opinião e preferência dos associados e frequentadores. E é aqui que a sua participação, mais uma vez, fará toda a diferença. Acesse a página da pesquisa no site da CIP (www.cip.org.br/pesquisa) e invista cinco minutos do seu dia para que a Congregação conheça melhor seus interesses e opiniões. A análise dos dados obtidos guiará a Congregação na realização de melhorias em seus canais de comunicação e no desenvolvimento de conteúdos ainda mais interessantes. Ajude a CIP a continuar promovendo um judaísmo moderno e atuante, enriquecendo a vida religiosa, cultural, educativa e social de nossa comunidade judaica.

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GASTRONOMIA

FLOR DE ABOBRINHA FRITA POR Andrea Kulikovsky chef e consultora gastronômica

A Festa das Luzes está chegando e, com ela, a deliciosa tradição de comer alimentos fritos imersos em óleo para nos lembrar do milagre de Chanucá. Nessa época do ano em Israel é possível encontrar os mais diversos sabores de sufganiót (sonhos), dos gourmets aos mais tradicionais. Latkes e sufganiót estão entre os pratos clássicos dessa época do calendário judaico. Sugiro uma receita tradicional italiana que pode ser adaptada ao gosto de cada família. Divirta-se e aproveite a festa.

INGREDIENTES: 24 flores de abobrinha 2 gemas de ovo 2 dentes de alho amassados 1/8 de colher de chá de pimenta do reino moída 5 folhas de manjericão picadas 125 gramas de farinha de trigo 237 ml de cerveja 1 colher de sopa de leite sal a gosto 450 ml de óleo

MODO DE FAZER: Em uma tigela grande, bata as gemas de ovo e adicione o alho, pimenta e manjericão. Inclua a farinha e incorpore a cerveja e o leite à massa, ajustando a textura. A massa deve ser líquida, porém grossa, como a de uma panqueca. Tome cuidado para não misturar demais. Deixe a massa descansar por cinco minutos e aqueça o óleo, deixando bem quente para a fritura. Mergulhe as flores na massa e coloque-as no óleo de três em três, virando para que fritem igualmente em todos os lados e fiquem ligeiramente douradas. Escorra as flores em papel toalha e tempere com o sal. Sirva recém frita, quando ainda quentes ou mornas. Obs: essa massa pode ser utilizada para empanar outras verduras, como gomos de tomate sem sementes, ou fatias finas de cenoura; e as flores de abobrinha podem ser recheadas com aliche ou tirinhas de mozzarella de búfala.

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ACONTECE

Foto: Ariadne Barroso

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1. A orquestra Vozes do Violão, do Lar das Crianças da CIP, apresentou o concerto Mundo – Povos da Terra no teatro Anne Frank, da Hebraica, ao lado da cantora Fortuna. A direção e a regência foram do maestro Claudio Weizmann e o espetáculo contou com o patrocínio da fundação Crespi-Prado. 2. A Ação Social da CIP promoveu como parte da Virada da Maturidade a palestra “Mercado de trabalho: perspectivas e oportunidades para o público 60+”. O evento abordou a questão da inserção do público com mais de sessenta anos no mercado de trabalho e o uso das ferramentas digitais. 3. A aula inaugural da terceira turma do curso Shidrug teve como tema “Desafios educativos e institucionais dos judeus e do judaísmo no Brasil”. Participaram Michel Gherman, professor da UFRJ e diretor Escola Eliezer Max (RJ), e Fernando Lottenberg, presidente da CONIB. 4. A turma Torá, da Escola Lafer, preparou um dia de atividades na sede da Unibes Cultural para os sobreviventes do Holocausto que participam do projeto Café Europa.

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5. O curso Manhigut promoveu uma peulá especial sobre Shabat Shúva. Juntos, os jovens do M1 e do M2, que têm entre 14 e 16 anos de idade, questionaram e refletiram sobre a teshuvá, ideia central do período. 8

6, 7 e 8. Como parte da programação especial de Sucót da CIP, foram realizados um bate-papo entre os rabinos e a Juventude na sucá, e um estudo especial aberto à comunidade sobre o desconforto de viver em uma sociedade plural. 13


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9 e 10. O jantar especial de Sucót foi seguido de um animado batepapo com os atores e o diretor da peça Visitando o Sr. Green, Ricardo Gelli, Sergio Mamberti e Cassio Scapin. 11

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11. A sucá da CIP recebeu também o grupo Shirat Miriam para um almoço especial seguido da palestra “Do Jardim do Éden e as relações entre Deus, o homem, a mulher e a serpente” com a professora Suzana Chwarts. 12. O grupo de ex-madrichim da CIP que replica a metodologia da educação não formal para além da comunidade judaica fez uma nova visita à Casa Hope, quando trabalharam a questão da higiene no dia a dia das crianças e promoveram uma reflexão sobre a rotina hospital-Casa Hope, repensando maneiras de dar uma pouco mais de leveza e alegria a esse momento difícil.


Foto: Servizio Fotografico L’Osservatore Romano

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13. O Papa Francisco recebeu no Vaticano lideranças da comunidade judaica brasileira. A Conib foi representada por Fernando Lottenberg, presidente, integrantes de sua diretoria, e Michel Schlesinger, rabino da CIP e representante da Conib para o Diálogo Interreligioso. 14. A CIP em parceria com o Instituto Martius-Staden de Ciências, Letras e Intercâmbio Cultural Brasileiro-Alemão realizou uma homenagem ao rabino-mór emérito Prof. Dr. Fritz Pinkuss z’l, fundador da Congregação. O evento reuniu a comunidade e lotou o Auditório Haber da Congregação.

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Foto: Rafaela Barkay

15. A Congregação sediou a SEASON of TWINNING, ação coordenada pela Foundation for Ethnic Understanding que teve como objetivo fomentar o diálogo entre judeus e muçulmanos com a cooperação de cristãos e outras comunidades religiosas. 16

16. As voluntárias do projeto Vida-Chai acompanhadas pelos apoiadores do projeto promoveram uma festa para 100 crianças de quatro meses a seis anos de idade da creche São Miguel, que atende famílias da comunidade do Moinho e moradores de rua da região de Campos Elíseos. 15


ACONTECE • DIÁLOGOS 1

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Fotos: Elcio Roberto Medeiros

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1 a 3. O mais recente encontro do Dilemas Éticos, do projeto Diálogos, teve como tema “Justiça: lei e moral andam sempre juntas?”. Realizado no auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon, teve como convidados Contardo Calligaris, psicanalista e articulista da Folha de S.Paulo; José Renato Nalini, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Trabalho; e o rabino Michel Schlesinger. A mediação foi da jornalista Mônica Waldvogel.


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Fotos: Eliana Assumpção

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4e5 O workshop de gastronomia seguido de degustação “A importância da iídishe mame na história judaica” foi promovido pela série Caldeirão Cultural, também do Diálogos. A atividade foi conduzida pelo especialista em história da gastronomia e cozinha judaica Breno Lerner.

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6a8 O médico-psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate foi o convidado do último encontro de 2015 da série Filosofando, promovida pelo Diálogos. O evento aconteceu na sinagoga Etz Chaim da CIP e teve como tema “Pensamento Judaico em diálogo com o Pensamento Psicanalítico”. 17


ESPECIAL

POR Eve Pekelman coordenadora de Desenvolvimento Institucional

Foto: Michele Mifano

Diálogos EM AçÃO

Desde sua fundação, no final de década de 1930, a Congregação Israelita Paulista atua no centro da vida religiosa, social e cultural dos seus associados. Importantes eventos culturais que marcaram a sociedade paulistana, foram idealizados como uma forma de resgatar a história, preservá-la e, sobretudo, cultivar e impulsionar a interação da comunidade judaica no Brasil. Para incrementar esta vocação, foi criado o projeto Diálogos, que teve início este ano na CIP para oferecer eventos e atividades nas áreas de literatura, música erudita e popular, cinema, dança, teatro e meio ambiente que incentive as artes em todas as suas expressões. Agenda Uma grande variedade de aspectos artísticos e culturais se espalhou por toda a Congregação e em locais parceiros, como a Livraria Cultura e o Teatro Gazeta. Personalidades de expressão no cenário cultural brasileiro participaram das palestras e workshops da série Filosofando, coordenado pelo rabino Ruben Sternschein, e do Dilemas Éticos, organizado pelo rabino Michel Schlesinger. Os filósofos Luiz Felipe Pondé e Mario Sergio Cortella; o psicanalista Contardo Calligaris; o professor de Ciência Política da USP e prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad; o economista Ilan Goldfajn; o psicanalista Flávio Gikovate; o jornalista Sergio Malbergier; o consultor Fabio Feldmann; o jornalista Eugênio Bucci; o coordenador do primeiro projeto Genoma brasileiro, Fernando Reinach; Lygia da Veiga Pereira, pioneira em pesquisa da célula-tronco; o médico-psiquiatra Jairo Bouer, o presidente do

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Patrocínio e parceria A Congregação tem como meta dar continuidade a esta série de realizações em 2016, que marcará os 80 anos de sua fundação. E é possível fazer parte dessa história. O Diálogos é um projeto incentivado, inscrito na Lei Rouanet, que assegura benefícios às empresas e pessoas físicas que aplicam uma parte do Imposto de Renda (IR) em ações culturais. Além dos benefícios fiscais e da valorização da imagem, os investidores e parceiros do projeto Diálogos têm seus nomes e marcas inseridos em todo o material de divulgação. Em 2015 a iniciativa contou com o impor tante patrocínio e apoio do Banco Safra, do Banco Daycoval, da distribuidora Day Brasil, da têxtil Rosset, do O Boticário, do Lottenberg Advogados Associados e de doadores anônimos.

Foto: Tahia Macluf

Tribuna de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini; o ator Eduardo Bolognesi; e a jornalista Mônica Waldvogel são alguns dos convidados dessas atividades. Cursos especiais como o Beheraion, voltado para casais “grávidos”, o de interpretação de contos, e o workshop de gastronomia com o especialista em cozinha judaica Breno Lerner são uma amostra da diversificação de temas e assuntos que foram abordados nas ações do Diálogos, sempre com público expressivo. No Ticun da Virada, evento de Shavuót da CIP, participaram personalidades da política, das artes, das letras, da psicologia e da filosofia frente a um público com cerca de 500 pessoas. O concerto Festa da Vida com o violinista Ricardo Herz foi muito aplaudido, e a apresentação da banda Klezmer Class atraiu grande público. Para o mês de dezembro está programado um show especial com a presença de diversos músicos. O show de dança Chófesh•Liberdade dos grupos de dança israelense da Congregação entrou na agenda de eventos da cidade. O Cinedebate, em parceria com o Consulado Geral de Israel em São Paulo, apresentou o documentário The Gatekeepers, indicado ao Oscar e com produção israelense, alemã e francesa. Na área do meio ambiente, grupos de jovens realizaram um acampamento no Sítio Recanto Dourado e promoveram um Ecoday na Fazenda Agatha. Promoção de cultura e entretenimento A sede da CIP recebe regularmente um público sempre em busca de uma programação diversa e de qualidade - que reflete o perfil do associado da Congregação. O Diálogos amplia esse público e inclui a população paulistana que tem interesse em conhecer as influências e contribuições da comunidade judaica no patrimônio cultural brasileiro. A cultura de um povo é aprendida de geração em geração, é a herança social ativa para garantir um mundo sustentável às gerações que estão por vir.

Seja você também um parceiro e patrocinador do projeto Diálogos. Saiba como: www.cip.org.br/dialogos ou dialogos@cip.org.br

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PatrocĂ­nio:

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Realização:

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LAR DAS CRIANÇAS

Tempo de reflexão Fotos: Luciano Finotti

POR Carmen S. Carvalho coordenadora pedagógica do Lar das Crianças

2015 prepara-se para partir. É tempo de olhar o que foi vivido, feito e aprendido e começar a planejar e criar 2016. No início do ano, o Lar das Crianças se propôs metas, e nossas escolhas dirigiram-se para a implantação de ações, atitudes, conceitos e uma nova forma de convivência. Começamos pela educação emocional – ajudar as crianças e jovens a se conhecerem, a lidar com suas emoções e resolver seus conflitos de forma não violenta. O investimento valeu a pena. E, dentro da ideia de convivência, nos propusemos a alimentar o convívio entre grandes e pequenos. Mais uma conquista. Temos uma ideia de Lar total, sem segmentos. Outra meta relacionava-se ao conhecimento. Ajudá-los a descobrir que podemos aprender de todas as coisas, a olhar para o mundo de forma questionadora, a ter coragem de enfrentar o novo, e brilhar os olhos quando compreendemos e conseguimos. Demos passos largos nessa direção, mesmo ainda tendo uma longa estrada pela frente. O projeto Correspondência, em parceria com o Colégio I. L. Peretz possibilitou às crianças viverem a língua como instrumento de diálogo, conhecimento e troca com o outro. A turma do pri-

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meiro ano está quase 100% alfabetizada, lendo e escrevendo com prazer e significado. E isso não é pouco. Essa conquista significa a possibilidade de uma escolaridade tranquila, uma autoimagem fortalecida e a chance de um futuro mais efetivo. A matemática e as ciências também tiveram investimentos e resultados positivos. A Robótica e o projeto Ciência Show ajudaram os maiores a descobrir a física, a química e a biologia. A plataforma Matific e o projeto Khan Academy, a matemática. O Projeto Passaporte para a Vida continua com o seu ciclo vital contribuindo para que os jovens consigam efetivar seus projetos de vida. Nossos olhares foram para além dos muros do Lar. Estudos do meio para espaços culturais, peças de teatro, concertos na Sala São Paulo, oficinas e apresentações das mais diversas artes, experiências novas e desafiadoras permearam a expansão cultural e a cidadania. Com certeza, o mundo de cada criança e jovem é hoje maior, e a consciência de que os diferentes equipamentos da cidade estão abertos a todos efetiva o sentimento de pertencimento. Nossa orquestra e coral apresentaram-se em diferentes


locais, dentro e fora de São Paulo, ao lado de músicos de renome. Dá para imaginar a grandiosidade de nossos jovens tocarem ao lado de ícones da música? O voluntariado também teve destaque neste ano. Dezenas de pessoas trabalharam intensamente dentro e fora da instituição, sempre em busca do melhor para nossas crianças e jovens. Cuidar do cadastramento de cupons fiscais para o programa Nota Fiscal Paulista e promover eventos para angariar fundos; jovens da CIP desenvolvendo projetos como o Garinim ou os que dedicaram seu tempo de lazer para aproximar pais e filhos nos Domingos no Lar; projetos de leitura e contação de histórias para as crianças; revitalização da biblioteca; cursos de inglês com professoras e jovens de escolas parceiras; parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise e com o Grupo Mediativa, entre muitos outros evidenciam a solidariedade que felizmente existe na sociedade e que tanto contribuiu para nossa existência e trabalho. Também a relação com as famílias foi reforçada. Enquanto uma nova gestão, 2015 foi tempo de nos deixarmos conhecer ainda mais e nos aproximarmos de nossas famílias. Reuniões, palestras, grupos de mães, eventos aos finais de semana, atividades como o Dia do Cuidador, exposições de trabalho e atendimentos individuais possibilitaram esses encontros. Sentimos que as famílias confiam ainda mais em nós e no trabalho desenvolvido. Educadores e demais funcionários arregaçaram as mangas e trabalharam muito para que tudo acontecesse. Como todo processo educativo é lento e longo, ainda há muito por fazer. Aprofundar o trabalho de convivência, ampliar ainda mais a expansão cultural, a solidariedade, o conhecimento, o pertencimento. Educar é tarefa que tem começo, mas não tem fim. Que venha 2016. Estamos de braços e coração abertos para vivê-lo intensamente.

1. Jovens participam de sarau do projeto Passaporte para a Vida. 2 e 3. Comemoração do primeiro ano da República do PPV.

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AÇÃO SOCIAL

O mercado de trabalho e os 60+ POR Paula Barouchel Caracini coordenadora de projetos de empregabilidade Envelhecer já não é um fenômeno incomum para a população mundial. A quantidade de pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado mais rapidamente do que as de outras faixas etárias em todo o mundo. Estima-se que em 2025 mais de um bilhão de pessoas estejam acima dessa idade e que até 2050 esse número seja de dois bilhões, sendo 80% somente nos países em desenvolvimento (World Health Organization - WHO, 2002). Também é sabido que esta população tem buscado cada vez com maior afinco manter-se produtiva e empregada, seja por necessidade financeira ou pela manutenção de um significado mais complexo associado ao trabalho, que adquire centralidade na vida das pessoas das sociedades ocidentais contemporâneas.

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Para as pessoas acima dos 60 anos, o papel de trabalhador, tão exaltado na construção identitária, pode romper-se diante da saída do mundo do trabalho, tornando-se relevante uma reorganização do projeto de vida e de sua identidade. Esse processo de saída do ambiente de trabalho e então a aposentadoria são influenciados muito mais por fatores externos que, geralmente, não têm sincronia com os indicadores cronológicos que definem a etapa da velhice. Mas o que é possível dizer das pessoas que querem se manter ativas e no mercado de trabalho apesar da idade? É possível? Para marcar o Dia Internacional do Idoso (1 de outubro), a CIP promoveu uma ação focada no mercado de trabalho para o público 60+ que lotou o Auditório Haber - o que evi-


denciou o desejo de muitas pessoas de se manter inseridas na vida do trabalho. Essa percepção é complementar à que é compreendida na Central de Orientação ao Trabalho, onde cada vez mais profissionais com mais de 60 anos procuram colocações profissionais formais. A partir dessa ação, a Ação Social da Congregação percebeu o quanto ainda precisa caminhar e estabelecer projetos em parceria com a rede que atua com a terceira idade e com outras instituições com o objetivo de achar um caminho para esse público no quesito do trabalho. A COT compreende que muitas dessas pessoas precisam fortalecer seu projeto de vida e, muitas vezes, passar por uma reorientação de carreira para que consigam o conhecimento do que se quer, do porquê ser e do para quê ser. Além de poderem desenvolver seu potencial criativo e seu aproveitamento do tempo como fonte real de prazer, desvinculado da culpa e do medo pelo não trabalho formal. A CIP e a Central de Orientação ao Trabalho está atenta a todas essas demandas e as tem como algumas das principais ações e desafios para 2016. Para saber mais sobre a Ação Social da Congregação, visite a página www.cip.org.br/acaosocial ou entre em contato através do email acaosocial@cip.org.br.

Palestra “Mercado de trabalho: perspectivas e oportunidades para o público 60+”.

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RABINATO

CHANUCÁ E EQUILÍBRIO POR Michel Schlesinger rabino da Congregação

Baruch sheassá nissim laavoteinu baiamim hahem bazeman hazé/ Abençoado seja Deus que fez milagres aos nossos antepassados naqueles dias, neste momento. A brachá do acendimento das velas de Chanucá traz uma contradição. Afinal de contas: é naqueles dias ou neste momento? A festa de Chanucá parece nos colocar, sistematicamente, diante de opostos para que nós busquemos o equilíbrio. Diversos símbolos ligados à Festa das Luzes expressam contradições e nos desafiam para a procura de um caminho intermediário. Baiamim hahem bazeman hazé/ Naqueles dias, neste momento. A história precisa dialogar com o cotidiano. Sem história somos árvores sem raízes. Se tivermos apenas história nos transformaremos em um museu de antiguidades. É justamente a releitura da história de forma criativa que imprime relevância ao judaísmo contemporâneo. Os motivos principais da celebração de Chanucá são a vitória dos macabeus sobre os gregos e o milagre do azeite que durou oito dias. A crença em Deus é importante. Devemos ter esperança mesmo quando as condições físicas e materiais são extremamente adversas. O judaísmo nos convida a ter fé sempre. Ao mesmo tempo, o milagre do azeite nunca teria ocorrido se não fosse a coragem de Mati-

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tiahu e seus filhos. Caso não tivesse Iehudá Hamacabí liderado uma revolta a favor da nossa liberdade religiosa, não teria acontecido milagre algum. O milagre, na perspectiva judaica, é a responsabilidade que delegamos a Deus depois de realizarmos absolutamente tudo que se encontra ao nosso alcance. Acendemos as velas de Shabat dentro de nossas casas. O local correto de se colocar as duas chamas que iluminam nossos jantares de sexta-feira é perto da mesa de jantar, para que possamos nos utilizar da luz da chama durante a refeição. Já em Chanucá é diferente. Devemos colocar a vela perto da janela ou do lado de fora de nossas casas. Havia antigamente um costume de se colocar a chanukiá nos batentes das casas no lado oposto da mezuzá. Isso acontece porque o milagre deve ser divulgado. Temos a obrigação de propagar a luz para além dos nossos lares. Devemos fortalecer o particularismo judaico para sermos melhores cidadãos do mundo. Mais uma vez vemos a busca do equilíbrio entre aquilo que nos é privado e nossa responsabilidade universal. A própria luz traz uma interessante contradição. Quando não existe claridade alguma, ficamos perdidos. Ao mesmo tempo, quando somos expostos à luz excessiva, também ficamos cegos. O termo aramaico para cego é saguei nahor, ou “demasiadamente iluminado”. A luz excessiva traz tantos danos quanto a ausência absoluta de luz. Nosso desafio é buscar uma iluminação que seja forte, por um lado, mas que não ofusque nossa visão, por outro. As comemorações judaicas são, de uma maneira geral, a conjugação de um motivo histórico e a celebração de uma nova etapa da natureza. Pêssach comemora a saída do Egito e também o início da Primavera; Shavuót celebra a entrega dos Dez Mandamentos e também a chegada dos primeiros frutos; Sucót relembra a vida em mora-

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dias temporárias no deserto e a última colheita do ano agrícola. Será que a festa de Chanucá lembra somente a história dos macabeus e o jarro de azeite ou também tem algum motivo ligado à natureza? Segundo os estudiosos do judaísmo, existe ainda um motivo ligado a Chanucá que foi esquecido com o passar dos anos: o solstício de inverno. A Festa das Luzes também marcava o dia mais curto do ano no hemisfério norte e o início do aumento das horas de luz a partir daquele instante. De acordo com estes pesquisadores, o ritual de acender uma vela a mais a cada dia pode ter se relacionado, no princípio, com o renascimento anual do sol. Na medida em que os dias iam se tornando mais longos, os judeus acendiam velas para celebrar esta transição. A comemoração de uma festa de luzes a partir do dia mais curto do ano ajudava a espantar a escuridão que assombrava o coração das pessoas. Enquanto muitos ficavam deprimidos e alimentavam sentimentos derrotistas, nosso povo se engajava em um ritual de esperança, coragem e luz. Existe a famosa discussão entre Shamai e Hillel sobre a forma correta de se acender as velas. Enquanto Shamai queria que diminuíssemos as chamas a cada dia, Hillel sustentava de deveríamos sempre acrescentar uma chama. Isso porque, em termos de santidade, devemos sempre incrementar e nunca diminuir. Mas sabemos que isso não é possível. Nossa observância religiosa cresce e diminui ao longo de nossa vida. Nossa cashrút não é sempre a mesma; rezamos mais, ou menos, em períodos diferentes; conseguimos ser mais ou menos altruístas em fases distintas da nossa vida. Às vezes agregamos luzes, e outras tantas acendemos velas a menos. Tive um professor em Jerusalém, Shlomo Fucs, que acendia duas chanukiót todos os dias da festa. Em uma ele acrescentava velas, e na outra, diminuía. O óleo é um dos símbolos desta celebração. Por isso comemos alimentos fritos, como os sonhos e os latkes. Sabemos que, ao colocarmos azeite em um copo com água, eles não se misturam. Apenas uma fina camada do azeite entra em contato com a água. E assim é o desafio da sobrevivência judaica. Se nos misturamos totalmente, perdemos nossa identidade própria. Ao mesmo tempo, se ignoramos o mundo que nos cerca, perdemos a oportunidade de nos enriquecer com aquilo que é estranho e deixamos de cumprir nossa missão de tornar o mundo mais humano. É justamente por meio de um instrumento supostamente grego - o pião ou sevivón - que celebramos a sobrevivência judaica. O principal desafio de Chanucá, acredito, é buscar equilíbrio em um mundo complexo. Conciliar passado e presente, individualismo e universalismo, escuridão e luz em excesso, identidade e isolamento. Baiamim hahem bazeman hazé/Naqueles dias e também neste momento.

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JUVENTUDE • Avanhandava

Escotismo e educação judaica POR Júlia Kalili e Rudi Solon Rosh Chinuch e madrich da Avanhandava

A Avanhandava foi fundada em 7 de setembro de 1938 como uma resposta às leis do Estado Novo de Getúlio Vargas que proibiam a reunião de grupos de judeus para o desenvolvimento de atividades, sociais ou ideológicas. Assim, o nome do movimento é em tupi e significa “homem de todas as raças”. Como os valores do escotismo são muito parecidos com os do judaísmo, foi muito fácil unir os dois na ideologia do movimento. Alguns dos exemplos são a importância de ajudar o próximo, a fé em D’us, o respeito com os bens alheios e com a natureza, e a ética. Mesmo com o fim da ditadura, a Avanhandava optou por seguir com a sua ideologia escoteira, que se mantém até os dias de hoje e representa o maior diferencial da tnuá em relação às demais tnuot. Conforme sua plataforma ideológica anualmente atualizada, o grupo se considera um movimento juvenil, judaico, sionista, comunitário, político apartidário, educativo, escoteiro e bandeirante. Dessa forma, a tochnit (programa pedagógico) conta com um leque imenso dos mais diversos conteúdos, que, trabalhados através de peulót (atividades), buscam desenvolver um ser humano consciente da realidade em que vive, e coerente em relação a seus ideais e ações. A Avanhandava educa para que o chanich seja responsável com o meio ambiente, e estimula o contato com a natureza, principalmente através de seus acampamentos realizados duas vezes ao ano. Nessas ocasiões, a partir da vivência, o chanich aprende não só a acampar, mas a perceber a importância do trabalho em equipe, da cooperação e do respeito para que as tarefas sejam realizadas. Através da educação não formal, a Avanhandava procura ser um marco judaico significativo na vida do chanich e de suas famílias, educando sempre para o pluralismo e o respeito ao próximo. A tnuá acredita que todos os judeus fazem parte de um mesmo povo, Am Israel. Educa para que

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a juventude conheça o judaísmo em seus diferentes âmbitos e faça suas próprias escolhas com a religião conforme sua identificação. Vê o judaísmo não apenas como uma religião, mas sim como um povo com uma cultura, uma história e uma série de valores. Tais fatores, em conjunto, inspiram a Ava a transmitir judaísmo. Apesar de seguir o modelo de judaísmo religioso da CIP, sua kehilá mãe, o grupo ensina e busca respeitar as outras linhas, o que considera essencial para a formação do chanich.


Manhigut • JUVENTUDE

O desafio da educação judaica significativa “Um dos principais papéis reservados à educação consiste, antes de tudo, em dotar a humanidade da capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento”. Essa frase, encontrada no relatório da UNESCO para a educação do século XXI, sugere que a educação tem o propósito de instrumentalizar as pessoas para contribuir, de forma autônoma, consciente e responsável, para o progresso da sociedade em que vivem. Ou seja, essa concepção de educação ultrapassa os limites do vestibular e do mercado de trabalho, propondo que a educação seja um passaporte que permita a cada um compreender melhor a si mesmo e aos outros, participando assim da vida em sociedade. Propõe, em suma, que a educação seja significativa. Os ambientes de educação não formal tornam-se especialmente relevantes para a construção desse modelo de educação. A CIP é particularmente rica em contextos de educação não formal, nos quais o judaísmo se torna um referencial especialmente importante. Segundo Barry Chazan, filósofo da educação judaica, a meta da educação judaica não formal é o crescimento pessoal do judeu de qualquer idade, através de vivências atravessadas por valores judaicos apresentados de forma flexível e dinâmica, tendo a afetividade como sua principal marca. Chazan afirma também que a educação judaica não formal requer educadores altamente instruídos, com estilo de ensinar extremamente interativo e participativo, e, acima de tudo, identificados com o que ensinam e com os objetivos de tal forma de educação. Nesse sentido, o educador judaico não formal (madrich) é um formador de experiências judaicas cujo principal desafio é fazer delas oportunidades que toquem seus educandos (chanichim), ultrapassando a transmissão de conteúdos judaicos. No entanto, o madrich educa a partir de quem ele é, ou seja, a partir de seu estilo de vida, de suas atitudes, de seus valores e de seu exemplo. Por isso, as experiências criadas por ele - que se traduzem em atividades (peulót) - só adquirem seu valor educativo quando o próprio madrich se vê implicado pessoalmente com a tradição judaica, seus valores e conteúdos. Ou seja, quando o judaísmo tem, para o madrich, algum significado e ele sente que isso faz diferença em sua vida, ele se autoriza a transmitir tal marca identitária. Pensando nisso, o Manhigut assume como sua responsabilidade a transmissão de um judaísmo rico em abordagens significativas. Abordagens que toquem a vida pessoal e cotidiana de seus chanichim e que apresentem perspectivas judaicas criativas e diversas. Nosso objetivo é formar madrichim que possam, em primeiro lugar, encontrar o judaísmo que faça sentido para eles para, em um momento posterior, comprometer-se com a missão de proporcionar aos seus futuros chanichim experiências educativas verdadeiramente judaicas e significativas. As responsabilidades e desafios do Manhigut, enquanto curso de formação de educadores, líderes e ativistas comunitários, são incessantes. No entanto, através dos eixos temáticos de hadrachá, judaísmo e ticun olam, o Manhigut acredita ser possível utilizar a educação para desenvolver a humanidade e a sociedade através do crescimento pessoal, do trabalho com a autonomia e identidade de nossos chanichim e madrichim. Em última instância, o propósito do Manhigut é que os futuros madrichim se tornem educadores e líderes comprometidos com essa nova concepção de educação, podendo utilizar o judaísmo como referencial e guia nessa transformação do mundo.

POR Ilana Shaviit coordenadora do curso Manhigut

As atividades do Manhigut são direcionadas aos jovens entre 14 e 17 anos que desejam se tornar madrichim. O curso tem duração de dois anos e as peulót acontecem todas as sextas-feiras das 16h às 18h30 na CIP. As inscrições para 2016 já estão abertas. Para mais informações, entre em contato: ilana.shavitt@cip.org.br.

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RABINATO

O tempo e outros equilíbrios na festa de Chanucá POR Ruben Sternschein rabino da Congregação

O passado “Naqueles dias, nesta época...” é a frase mais famosa e identificadora da festa de Chanucá. Ela aparece na liturgia mais antiga bem como nas canções populares mais atuais. Uma primeira leitura da mesma indicaria uma contradição que provocaria a pergunta de qualquer leitor: naqueles dias passados ou nesta época presente que estamos vivendo agora? Uma leitura mais apurada conseguiria corrigir e explicar: naqueles dias do passado nesta época do ano. Ou seja: nestas

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mesmas datas que celebramos hoje mas naquela época passada. Em outras palavras, em dezembro do século II antes da Era Cristã. Entretanto, é justamente essa primeira leitura mais impulsiva a que nos coloca diante de um dos desafios mais bonitos e importantes da festa de Chanucá: o equilíbrio entre o passado e o presente. É mais importante o passado? É ele que determina o presente? Ou o passado passou e devemos nos focar no


presente e no futuro? Cada tempo seria uma unidade em si mesma, com suas liberdades e capacidades de determinação, ou todas estariam sempre e para sempre entrelaçadas em interdependência? Elie Wiesel, Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente da Shoá, respondeu quando o acusaram de trazer o passado à tona: não sou eu que vivo no passado, é o passado que vive em mim. Existem memórias e vínculos que paralisam, mas outros conseguem dar vida ao passado. Quando lembra-

mos de um ente querido podemos ficar presos no passado, precisar viajar ao passado para lembrá-lo ou podemos lembrar de um modo vivente que permita aos entes queridos participar do presente. Ao formularmos a pergunta que teria dito diante desta nova realidade, diante deste filho, deste neto, deste negócio, deste conflito ou desta conquista, não apenas não ficamos detidos no passado como não brindamos aos queridos e ao passado um futuro. É uma memoria que viaja, é um passado que ganha presente e futuro sem matá-los. Na prática judaica mais popular muitas pessoas explicam a razão de quase tudo o que celebram como um ato de honrar a tradição. Manter e lembrar o passado. Assim, comem a matsá apenas por tradição, acendem as velas por tradição, colocam tefilin por tradição, ajudam os pobres por tradição, rezam por tradição. Tudo que é feito apenas por tradição guarda a nobreza de lembrar e manter, mas traz o risco do reducionismo, da irrelevância e da repetição de erros em substituição dos avanços. Não é verdade que todo tempo passado foi melhor. No passado as pessoas morriam de gripe pois não havia vacinas, faziam poucas coisas em um dia pois não havia meios de comunicação nem locomoção como os de hoje. Sabiam menos, viajavam menos. Mulheres não votavam, crianças não eram consultadas para nada, a maioria de nossos bisavôs falavam no máximo uma ou duas línguas. O inglês não se contava entre elas. Por outro lado, as razões para todas as mitsvót mencionadas são muito mais profundas, e conhecer seus significados nos enriquece bem mais que a mera tradição. Pêssach nos desafia a achar nossas amarras e liberdades de hoje, a tsedacá a promover justiça social e compaixão, os tefilin a coerência entre os atos, os pensamentos e as emoções, a sucá o vinculo com a natureza e o acolhimento do próximo. Reduzir tudo à tradição nos priva desses valores e arrisca que percamos motivação.

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Julius Schnorr von Carolsfeld (1794–1872) The Bible in Pictures

Os próprios macabeus na história de Chanucá tiveram que escolher entre manter à risca a tradição e não se defender – especialmente não lutar em Shabat – e talvez perder tudo para sempre, ou transgredir alguns shabatot, algumas tradições, algumas vezes, para ganhar a liberdade que permitiria realizar muitos outros shabatot e muitas outras tradições. Dentro e fora Existem outros equilíbrios que desafiam a festa de Chanucá. Um deles é a luz de dentro e a luz de fora. Segundo a tradição, após acendermos as velas devemos colocá-las na janela para que outros as vejam. Algumas pessoas e comunidades acham que o melhor é acender uma chanukiá imensa para que todos a vejam. Outros preferem o ato sutil e delicado de permitir que veja quem realmente quiser e estiver disposto, sem imposições. Estes últimos acreditam que a chanukiá grande é um ato de arrogância e invasão. Como dizer olhe minha luz e se ilumine com ela, enquanto que quem deposita sua pequena vela na sua janela diz se quiser se inspire na minha luz, mas acenda a sua de seu jeito e também eu me iluminarei com ela. Assim, as velas de Chanucá desafiam a quantidade de luz que vai de dentro para fora e a que é recebida de fora para dentro. Deus, eu e os outros: quem faz acontecer? Por fim a ênfase da festa levanta mais um desafio de equilíbrios: a autodeterminação em contraposição à humildade. A ênfase colocada na história dos macabeus foca-se na ação humana que fez toda a diferença. A ênfase colocada nas velas se foca no relato do milagre, para centralizar o que não depende de nós. Mais uma vez um desafio de equilíbrio. Pensar que tudo depende apenas de nós é arrogante. Temer que nada depende de nós e apenas de forças alheias é irresponsável e conformista. Que possamos aproveitar a festa de Chanucá para enfrentar os dilemas de equilíbrio a respeito do lugar do significado e valor do passado. Que possamos administrar com cuidado e carinho a luz que damos e a que recebemos dos outros, a que acendemos dentro e a que permitimos a outros acenderem fora. E que possamos assumir nossas funções como agentes de mudança em tudo que estiver em nossas mãos, ao mesmo tempo que aceitamos com humildade e disposição para aprender aquilo que não está.

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Escola Lafer

Ensinar a doar POR Andrea Kulikovsky diretora de Ensino da CIP

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A tsedacá, que é considerada a mitsvá mais importante do judaísmo, significa justiça, caridade, ou dar assistência e dinheiro para pobres e necessitados, causas nobres ou, em uma leitura mais moderna, para a manutenção de nossas comunidades. É a responsabilidade legal de dar parte dos ganhos de uma pessoa para um bem maior. Mas a tsedacá vai muito além de somente oferecer dinheiro para os pobres, ela requer que o doador tenha compaixão ou acredite na causa para a qual está doando. O judaísmo ensina que a tsedacá feita com propriedade beneficia tanto o recipiente da doação quanto o doador. Envolver-se com uma boa causa, doar tempo e o conhecimento, e praticar a bondade e a gentileza também são maneiras de fazer um mundo mais justo e que contam como tsedacá. Ademais, não importa o valor de nosso salário ou o quanto nos é possível oferecer, sempre temos a possibilidade de compartilhar um pouquinho. Não importa o tamanho da doação que podemos fazer, o importante é o ato de doar de coração o tanto que podemos. Conta-se que a vida no shtetl – que eram pequenas cidades ou bairros com uma população predominantemente judaica principalmente na Europa oriental – começava e terminava com tsedacá. Quando uma criança nascia, o pai fazia uma doação aos pobres. Em um funeral, os enlutados distribuíam moedas aos pedintes no caminho do cemitério, entoando cânticos. Em todos os momentos da vida, a lembrança para doar estava presente: se algo bom ou ruim acontecesse, uma pessoa colocava uma moeda no pushke (a caixinha de tsedacá); antes de acender as velas de Shabat, as mulheres colocavam uma moeda na caixinha; orientadas por seu pais, as crianças ofereciam comida para os pedintes. E assim, o ato de doar tornava-se quase reflexo.


O jovem Gabriel Levy Grassmann Gonzaga acompanhado de seus pais, Renato e Alessandra, e do rabino Michel Schlesinger em seu Bar-mitsvá, realizado no Kotel.

Hoje tornou-se muito difícil ensinar as crianças sobre a importância de doar. Os donativos são feitos mais costumeiramente através de boletos para instituições de caridade ou para a comunidade que frequentamos. Envolver as crianças nesse ato voluntário tem sido cada vez mais difícil, e na correria do dia a dia, nós mesmos nos esquecemos de fazer nossa parte. Para ensinar nossos filhos a importância da tsedacá, podemos primeiramente adotar o sistema do shtetl: fazer da doação parte da nossa rotina e mostrar este hábito para eles. Envolvê-los no processo de doação, colocando um cofrinho para tsedacá em casa para que depositem moedinhas e notas antes de todo Shabat e leva-lo à sinagoga ou à entidade escolhida. E, principalmente, envolvê-los na escolha da causa à qual doar. Será um processo enriquecedor para toda a família. Recentemente a Escola Lafer recebeu uma doação muito especial que serviu também como uma maravilhosa lição. O pai de um dos alunos decidiu fazer uma doação por ocasião do Bar-mitsvá de seu filho, mas antes de fazê-la explicou a ele sua intenção e o envolveu na decisão acerca do que doar. O menino, então, sugeriu ao pai que fossem doadas lousas inteligentes para fazer as aulas ficarem ainda mais dinâmicas e divertidas para os futuros alunos. Com certeza este jovem aprendeu com o pai a maior lição de todas: a importância de doar fazendo uma escolha envolvida e de coração. A Escola Lafer aproveita este momento para agradecer à família Gonzaga não só pela doação, mas por nos lembrar a essência da mitsvá de tsedacá. Incentivamos todos a não só fazer, mas também ensinar a prática de tsedacá para seus filhos. Façam dela um hábito em suas vidas e nas vidas de seus familiares. Assim estaremos todos construindo um mundo mais justo e cada vez melhor.

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GIRO

Diálogo para a paz

Criada em 1995, o Parents Circle Families Forum (PCFF) é uma organização israelopalestina formada por mais de 600 famílias que já perderam pelo menos um familiar por conta do conflito entre os grupos. A iniciativa organiza regulamente desde 2014 o projeto The Peace Square, que promove encontros para que árabes e judeus conversem e partilhem suas estórias e

sentimentos. Os encontros ajudam a alimentar esperança, fortalecem o apoio mútuo para a paz, e lembram as pessoas que elas não estão sozinhas. Os judeus israelenses e árabes e os residentes nos territórios administrados pela Autoridade Palestina reúnem-se em cafés e parques por todo o país com um único desejo: acabar com as mortes dos dois lados do conflito. “Queremos que os israelenses saibam que existem palestinos com os quais podem conversar, e que os palestinos conheçam israelenses com quem eles podem falar. Não é nosso destino matar e ser morto”, disse o diretor executivo do Forum, Doubi Schwartz.

Carros voadores Desenvolvido pela empresa norte-americana SkyTran, um novo modelo de transporte baseado na levitação magnética começou a funcionar em Tel Aviv e em breve estará também na Índia e na França. O sistema foi desenvolvido nos últimos cinco anos com a ajuda de especialistas da NASA e os veículos, que têm capacidade para até quatro pessoas, serão colocados seis metros acima do nível das estradas. Apesar de atingirem uma velocidade máxima de 241 quilômetros por hora, os engenheiros norteamericanos advertem que, dentro de uma cidade, a velocidade praticada deve ser muito mais baixa. “É um meio de transporte mais barato e mais fácil de construir do que os trens e os metrôs. Ao mesmo tempo, é um sistema muito mais amigo do meio ambiente”, defende Jerry Sanders, diretor-geral da SkyTran. 38

360 GRAUS POR Guita Feldman


Você

?

sabia ...

Vitória

Um relatório publicado recentemente pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel indica que o câncer de mama – forma mais comum da doença entre as mulheres israelenses – teve uma queda de 27% na taxa de mortalidade de mulheres entre 1998 e 2013. O porta-voz da Associação do Câncer de Israel (ICA, Israel Cancer Association) disse à agência de notícias Tazpit (TPS) que os fatores mais determinantes para o declínio da taxa de mortalidade não são apenas os tratamentos mais avançados, mas também os métodos inovadores de detecção precoce, que permitem um tratamento preventivo mais rápido e eficiente.

Tecnologia em alimentos

Foto: Ron Sachs

Uma nova colaboração entre a Rutgers University, em Nova Jérsei, e Tel-Hai College, na região da Galileia, em Israel, vai se concentrar em formular comestíveis avançados para combater a obesidade e controlar diabetes, alergias alimentares e outras questões relacionadas com a nutrição. O New Jersey-Israel Healthy, Functional and Medical Foods Alliance apoiará a investigação científica, da tecnologia à comercialização, para o desenvolvimento da indústria de alimentos saudáveis, funcionais e médicos tanto em Israel como em Nova Jérsei.

POR Theo Hotz coordenador do Depto. de Culto e baal corê

Você sabia que nem sempre foi permitido acender velas em Chanucá? As velas surgiram em Roma por volta de 500 a.e.c. feitas de sebo animal (vaca ou cordeiro). Em 200 a.e.c., na China, surgiram velas à base de gordura de baleia. Por sua origem animal, tais velas não eram consideradas casher, além de serem bastante caras.Velas artesanais de cera de abelha surgiram na Europa nos séculos XI e XII, mas, embora fossem casher, sua fabricação era dispendiosa, inviabilizando sua utilização generalizada. As lamparinas de óleo continuaram sendo o principal e mais barato meio de iluminação da Antiguidade e Medievo na Europa, no norte da África e no Oriente Médio. Os rabinos também as consideravam ideais para o chag, já que Chanucá se refere ao milagre do óleo. Nessas regiões, a fabricação de velas foi praticamente nula, devido à abundância do óleo de oliva, até os séculos XIV e XV, quando as primeiras guildas de fabricantes de velas surgiram na Inglaterra, barateando os custos. Ainda assim elas permaneceram proibidas pelas autoridades rabínicas, por questões de cashrút. No século XVI as velas de cera se tornaram comuns e foram aprovadas para o uso no chag. Mas foi no século XIX que a produção industrial as tornou suficientemente baratas para se disseminaram pelo mundo, tornando-se a principal forma de comemoração de Chanucá.

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CULTO

SERVIÇOS RELIGIOSOS DA CIP MANHÃ de segunda a sexta-feira, às 8h aos sábados às 9h30 aos domingos e feriados, às 8h30 NOITE de domingo a sexta-feira, às 19h45 aos sábados 15/dez às 19h; e 12, 19 e 26/dez às 19h15 SHABAT ÀS SEXTAS: Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na Sinagoga Etz Chaim Shabat Ieladim, às 18h45, para crianças Cabalat Shabat com prédica, às 18h45, na sede do Lar das Crianças da CIP no dia 11/dez AOS SÁBADOS: Shacharit, às 9h30, com leitura da Torá e prédica na sinagoga Etz Chaim Shacharit Neshamá, às 9h30, participativo e igualitário na Sinagoga Pequena com leitura e estudo da Torá

DEZEMBRO

LEITURA DA TORÁ

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7 Chaiê Sara (Shabat Mevarchím) 14 Toldot 21 Vaietsê 28 Vaishlách

Chevra Kadisha A CIP está pronta para ajudar as famílias neste momento tão doloroso da perda de um ente querido, cuidando de todas as providências e detalhes burocráticos e religiosos. Plantão permanente: entre em contato com Sérgio Cernea pelo tel/fax 3083.0005, cel. 99204.2668, ou email: chevra@cip.org.br.

FALECIMENTOS Fanhy Lerner Roth em 30/ago aos 93 anos Nathan Weinstein em 30/ago aos 83 anos Dolores Rosenfeld de Kantor em 5/set aos 75 anos Raymond Krinker em 16/set aos 89 anos Roza Milkó (Rita Slowinski) em 20/set aos 77 anos Tatiana Grinfeld em 21/set aos 37 anos Brana (Berta) Talerman em 25/set aos 95 anos Sara Zmener de Scherman em 25/set aos 91 anos Raquel Macadar J. de Widman em 27/set aos 86 anos Rene Alfonso Isaac Werner em 1/out aos 62 anos Werner Schindler em 6/out aos 91 anos Dorisa Alexander em 20/out aos 91 anos Matilde Laschover de Grostein em 21/out aos 90 anos Evelyn Hildegard Ehrman em 3/nov aos 89 anos Bina Mandelman Basseches em 4/nov aos 82 anos Dorothea (Dora) Steinbruch em 21/nov aos 85 anos Alfredo Goldenzwaig em 23/nov aos 92 anos Frima Werdesheim em 25/nov aos 92 anos Moysés Drucker em 2/dez aos 92 anos


MAZAL TOV SIMCHÁT BAT Sarah Rochwerger Luna Perlman Karpat Camila Spodek Laura Capelhuchnik Sonder Sophie Paryzer Sophia Montag Levinzon Estela Cerussi Mehlberg BRIT-MILÁ Felipe Zylberstajn Erik Korn Norgren BAT-MITSVÁ Beatriz Gorresio Gabriela Bôscoli Rosset Gabriela Powidzer Juliana Marcondes Hochheimer Lia Finzi Marques

Luiza Gotlieb Lyla Jospa Marcela de Toledo Rodovalho Podval Maria Amelia Amaral Levy Sarah Giovana Mazzola Bega da Rocha BAR-MITSVÁ Marcelo Fridschtein Marc Mizne Pedro Szymonowicz Marcos Halpern Schneider David Coen Rubinato Bruno Zugman Arkader Beny Wilder Forma Martin Hoberman Ariel Domingues Zymberg Reinaldo Roizen Adoni André Pires Rays Raul Ribeiro Divan Nathan Coelho Gandelman

ANIVERSÁRIO DE BAR-MITSVÁ Luiz Felipe Eisencraft André Dias Jankelovitz Marcelo Roubicek Eduardo Gorresio Gabriel Miltzman Lorenzo Grzywacz Daniel Serebrenic Nachim CASAMENTO Vivian Krybus e André Vasconcelos Ferrada Mariana Fajgenbaum Feiges e Flávio Stolar Adriana Bacellar Martins e Naum Engelberg Maria Gilvanete O. do Amaral e Ricardo Serber Bruna Carrafa Bessa Levis e Marcelo Levis Marina Ring e Gilberto Lachter Greiber Anna Carolina Ortiz Gorski e Felipe Boresztein Isabela Wjuniski e André Glezer Andressa Reguini Diotto e Daniel Sinenberg Márcia Lane Fajnzylber e Daniel Klepacz e Silva

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JUDAÍSMO

Pergunte ao

RABINO PELO Depto. de Culto da Congregação

PERGUNTA • Alguém que tenha tatuagens pode se converter ao judaísmo? É verdade que um judeu tatuado não pode ser enterrado em cemitério judaico? RESPOSTA • Apoiado no texto da Torá, a tradição judaica proíbe tatuagens (embora não se tenha certeza se o termo ketóvet caacá, empregado pela Torá, se referia na antiguidade exatamente à prática da tatuagem ou à prática da escarificação). No entanto, não há qualquer impedimento de conversão para alguém que já tenha tatuagens. Sobre o não sepultamento de judeus tatuados, trata-se unicamente de uma lenda urbana judaica. Todas as autoridades rabínicas (independentemente de suas correntes religiosas) concordam que não há qualquer base haláchica para proibir o sepultamento de um judeu tatuado. Do mesmo modo, não há qualquer base haláchica para proibir o sepultamento de um judeu que não observe a cashrút ou o Shabat, por exemplo.

Produtos

judaicos

Visite a CIP e confira as ótimas sugestões de presente para as mais variadas ocasiões: Brit Milá, Simchát Bat, Bar e Bat-mitsvá, casamento, feriados judaicos e muito mais. Para informações sobre os horários de atendimento e os produtos oferecidos, entre em contato: produtosjudaicos@cip.org.br.

(pergunta enviada originalmente em 8 de fevereiro de 2013)

Sevivon

Tire suas dúvidas. Entre em contato através do site da CIP (www.cip.org.br/pergunteaorabino) ou do email judaismo@cip.org.br. 42


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