80ª Edição Nacional – Jornal Chico da Boleia

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Ano 07 - Edição 80

21° Festa do Caminhoneiro homenageia São Cristóvão e reúne categoria em Jaguariúna Com quase 500 caminhões estacionados, a festa contou com atrações para todas as idades e shows sertanejos, contemplando caminhoneiros, familiares e amigos. Pág. 04 Mira Transportes: uma história de sucesso no TRC Empresa completa 40 anos de prestação de serviços, com filiais pelo país e uma frota renovada de caminhões. Pág. 06 Conheça o novo presidente da DAF no Brasil Carlos Ayala, mexicano com 33 anos de experiência na área de caminhões, comandará as operações da montadora. Pág. 14


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EDITORIAL Todos esses assuntos são tratados nessa edição. Na reportagem principal, repercutimos o CONET & Intersindical que reuniu importantes entidades do setor para discutir a tabela do frete e outros assuntos importantes. Na ocasião, muitos representantes disseram que o evento era a oportunidade de refletir sobre as transformações vividas pelo setor. Repudiaram ainda as tentativas de outros setores do mercado brasileiro de “jogarem nas costas” do TRC e da greve dos caminhoneiros, a responsabilidade pelo aumento de preços dos produtos e outros problemas econômicos do país.

TRANSFORMAÇÕES NO TRC

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segundo semestre deste ano não tem sido só um período de grandes expectativas para o nosso setor, que busca alavancar suas vendas e voltar a crescer. É também um momento de reflexão sobre as transformações suscitadas pela última greve dos caminhoneiros. Além do piso mínimo do frete, tem-se discutido o marco regulatório e o controle do preço do diesel. O recente reajuste deste combustível em mais de 13% nas refinarias, voltou a impactar os caminhoneiros e empresas de transporte. Na prática, os consumidores têm pagado mais de 20 centavos por litro de diesel nos postos, o que vai contra o compromisso assumido pelo governo federal de não reajustar o preço deste combustível até janeiro de 2019.

Também apresentamos uma matéria sobre a reformulação da tabela do piso mínimo de frete que, segundo a ANTT, inclui o recente reajuste no preço dos combustíveis. No entanto, é preciso que os caminhoneiros fiquem atentos ao cumprimento da tabela por parte dos embarcadores e empresas. Nesta edição inauguramos a coluna do “Embaixador da Voz das Estradas” da Mercedes-Benz. João Moita apresenta versões e inovações dos caminhões Mercedes que buscam melhor atender aos diferentes perfis e necessidades dos caminhoneiros. Além disso, falamos sobre os 40 anos do Mira Transporte, uma empresa que presta um serviço de excelência e tradição no setor. Em um agradável bate papo, Roberto Mira, fundador e diretor da empresa, conta um pouco de sua trajetória e os desafios vi-

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CHICO DA BOLEIA vidos nas últimas quatro décadas. Por último, queremos alertar para uma questão muito importante. Recentemente, foi publicada e divulgada uma convocatória chamando a categoria para uma nova paralisação. Apuramos as informações e constatamos que tanto a entidade que assina o documento, quanto a organização de uma nova mobilização são falsas. O episódio reflete as tentativas cada vez mais frequentes de grupos – não sabemos se político-partidários – de capitanearem as exigências e necessidades dos caminhoneiros para interesses próprios e alheios à categoria. Não podemos acreditar em todas as informações que circulam! Por mais que as redes sociais e os novos meios de comunicação sejam ferramentas importantes nos dias atuais, eles também são espaços de circulação de informações que não tem fundamento e cujos autores não são criteriosos. Companheiros e companheiras das estradas, agradecemos a todos que nos dão uma audiência maravilhosa seja lendo nossos jornais, acessando nosso site ou nos acompanhando pelas redes sociais. Também agradecemos aos nossos patrocinadores que acreditam que, mais que publicidade, o importante é informar com precisão. Boa leitura, Chico da Boleia Sempre com orgulho de ser caminhoneiro

EXPEDIENTE PUBLICAÇÃO MENSAL ANO 07 - AGOSTO DE 2018 - EDIÇÃO 80

TIRAGEM: 50.000 exemplares Nacional DIRETORA-PRESIDENTE: Wanda Jacheta EDITOR-CHEFE: Chico da Boleia chicodaboleia@chicodaboleia.com.br COORDENAÇÃO E REVISÃO: Larissa J. Riberti imprensa@chicodaboleia.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE: Pamela Souza marketing@chicodaboleia.com.br FOTÓGRAFOS / REPÓRTER: Matheus Augusto de Moraes Murilo de Abreu Yuri Riberti PUBLICIDADE: marketing@chicodaboleia.com.br

ATENDIMENTO E CORRESPONDÊNCIA: Av. dos Italianos, 2300 Sala 08 Prados, Itapira – SP – CEP: 13970-080 Fone: (19) 3843-5778 As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados são de seus autores e não necessariamente as mesmas do Jornal Chico da Boleia.


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Documento do veículo terá versão digital Depois da carteira de habilitação, registro e licenciamento do veículo chegam aos smartphones

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Fonte: Estradão | FOTO: Ministério das Cidades/Divulgação

omo já ocorre com a carteira de habilitação, o documento obrigatório conhecido como Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV) também passou a ter uma versão digital. Pelo aplicativo CNH Digital, disponível para as plataformas Android e IOS, os proprietários já podem baixar o documento.

carteira de habilitação; e mais de 23 milhões de pessoas possuem a habilitação com o QR Code. Para boa parte da população, o aplicativo tornará a ida ao Detran desnecessária”, acredita o ministro.

Embora ainda não tenha prazo definido para que os departamentos de trânsito regionais passem a adotar o aplicativo, Maurício Alves, Segundo informações diretor do Denatran, Deda Agência Brasil, prepartamento Nacional de sente na cerimônia de Versão digital da CNH e do CRLV Trânsito, estima que até lançamento do aplicao fim do ano todos os esestarão disponíveis em plataformas tivo, em Brasília (DF), tados estejam utilizando Android e IOS para ser baixada o Distrito Federal será a versão digital. pelos usuários. a primeira unidade federativa a fazer uso do doPara o download no cecumento. “Ainda não há um lular, o proprietário do veprazo definido para os demais ículo precisa estar em dia com estados aderirem porque a adesão é o licenciamento. Os usuários que já voluntária e depende dos órgãos de trânsi- têm a CNH Digital não precisam baixar o to”, disse o ministro das Cidades, Alexan- aplicativo Carteira Digital de Trânsito, basdre Baldy, completando que o objetivo do ta uma atualização. Depois, é só adicionar aplicativo é facilitara vida do cidadão e re- o CRLV Digital e informar o número do duzir as filas nos departamentos de trânsito. Renavam e o código de segurança impresso no Certificado de Registro de Veículo “Mais de 97 milhões de brasileiros pos- (CRV), o antigo DUT. suem CRLV; mais de 60 milhões possuem

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PERGUNTA Edson Freire: É vantajoso comprar um bitruck? E porquê? Chico da Boleia: Olá amigo Edson, obrigado pela pergunta. A escolha de um caminhão vai depender da operação de transporte que você deseja realizar. Os bitruck são 8x2 ou 8x4 e, em geral, são utilizados no transporte de madeira e cana de açúcar. Alguns modelos foram projetados para ações mistas, fora de estrada e rodoviárias, e se adaptam bem em topografias aciden-

tadas, evitando o atolamento, mesmo que rode em terrenos com condições adversas. O ideal é que o amigo pesquise o custo-benefício dos modelos disponíveis no mercado e veja qual deles se adapta melhor as suas operações, orçamento e expectativas. Também recomendamos que você busque os melhores serviços de pós-venda, para não ter nenhuma dor de cabeça depois. Abraço, Chico da Boleia Orgulho de ser caminhoneiro


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21° FESTA DO CAMINHONEIRO HOMENAGEIA SÃO CRISTÓVÃO E REÚNE CATEGORIA EM JAGUARIÚNA

Realizada em 19 de agosto, o evento contou com shows e atrações para toda família Redação Chico da Boleia | FOTOS: Murilo de Abreu

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radição há mais de 20 anos, a Festa do Caminhoneiro de Jaguariúna deriva de uma promessa feita pelo atual vereador da cidade, Neguita Torres. Naquela época, o filho de Neguita havia sofrido um acidente de carro. E, por isso, o vereador fez uma promessa a São Cristóvão e se comprometeu a realizar uma festa em sua homenagem caso seu filho se recuperasse. Neguita teve então seu pedido atendido e, há mais de duas décadas vem celebrando o santo que intercedeu a seu favor. Um ano depois de realizada a primeira edição da celebração de São Cristóvão, o evento cresceu e passou a ser também uma festa de caminhoneiros. “Há 22 anos eu me comprometi a organizar a parte religiosa – missa e procissão – de uma celebração ao São Cristóvão, padroeiro dos caminhoneiros. No ano seguinte, surgiu a ideia de fazermos uma festa dos caminhoneiros. E junto com a Prefeitura, a gente conseguiu realizar o evento, que naquela época era bem pequeno, tinha 30 ou 40 caminhões, mas que hoje recebe uma multidão de amigos caminhoneiros”, explicou Torres. Com quase 500 caminhões estacionados, a festa contou com atrações para todas as idades e shows sertanejos, contemplando não só os caminhoneiros e caminhoneiras, mas também seus familiares e amigos. O dia começou com missa na Comunidade Santo Antônio e desfile na sequência em

homenagem a São Cristóvão. Como parte das celebrações religiosas, os participantes ainda receberam benção em frente a Matriz Sagrado Coração de Jesus. Segundo Neguita Torres, a Festa, que é a maior da região, já se consolidou no calendário de eventos da cidade. Apesar da crise econômica vivida a nível nacional e do baixo orçamento, o vereador ressaltou que houve um esforço da Prefeitura e dos colaboradores para a organização e o sucesso do evento. Uma das pessoas responsáveis pela viabilização da Festa é justamente Gustavo Reis, prefeito da cidade de Jaguariúna. O município do interior de São Paulo foi recentemente contemplado com um prêmio concedido pela Organização das Nações Unidas por ter zerado a mortalidade infantil. Segundo Reis, Jaguariúna também figura entre as cidades com maior qualidade de vida do estado e com o maior índice de satisfação da população com os serviços públicos prestados. Sobre a Festa dos Caminhoneiros, Reis afirmou que é sempre um prazer e uma satisfação promover eventos que possam servir de confraternização para os caminhoneiros e caminhoneiras. “Eu acho que nada mais justo a gente valorizar aqueles que transportam as riquezas do nosso país. De norte a sul, de leste à oeste, são eles que fazem esse Brasil andar. Então é muito importante a gente estimular, valorizar essas pessoas. São elas que vivem

boa parte de suas vidas nas estradas, longe de seus familiares, correndo, muitas vezes, risco de segurança, mas que fazem esse trabalho por dedicação e vocação”, explicou o prefeito. Rodolfo Venturini, motorista contratado de uma empresa da região, compareceu com sua família ao evento. Membro do Grupo Amigos do Trecho (GAT), que também foi responsável pela organização

e realização do evento, ele e seus companheiros da estrada puderam desfrutar de um domingo de alegria, descanso e muita festa. “A festa foi muito boa, bem organizada foi uma excelente festa! Acho muito importante, porque é um momento especial pra nós motoristas, já que é difícil todos se encontrarem. Ali podemos rever amigos e matar a saudade”, concluiu Venturini.


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ANTT vai ajustar tabela de fretes após alta do diesel Preço do diesel subiu 13,03% nas refinarias da Petrobras

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Fonte: Agência Brasil | FOTO: Divulgação / Internet

Uma marca do Grupo Daimler.

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que irá ajustar a tabela de fretes por causa da variação do preço do óleo diesel. A agência deu a informação em nota di-

vulgada na noite do dia 1/09. De acordo com a ANTT, a Lei 13.703, de 2018, prevê que uma nova tabela com frete mínimo deve ser publicada quando houver

sobre a tabela de frete, que foi contestada na Corte. Foram ouvidos representantes do setor produtivo e dos caminhoneiros, que apresentaram argumentos contra e a favor da tabela mínima do frete, criada em maio Desde o dia (31/08), o preço mépelo governo via medida provisória e dio do diesel nas refinarias da convertida em lei pelo Congresso, O reajuste Petrobras subiu em 13,03%. neste mês. de 13,03% do diesel Com o aumento, o preço nas refinarias, refletiu em Após a audiência públipassou de R$ 2,0316 para R$ 2,2964. É o prica, o ministro Luiz Fux mais de 0,20 centavos por afirmou que levará as três meiro rejauste desde ju- litro do combustível nos postos, nho, quando, em acordo ações diretas de inconstituimpactando principalmente com os caminhoneiros cionalidade (ADIs) sobre o caminhoneiros autônomos. em greve, o governo conassunto para análise diretagelou o preço do produto mente no plenário da Corte. nas refinarias em R$ 2,0316 por litro. No último dia 29, a ANTT também alertou que o descumprimento da cobrança O secretário-executivo do Ministério de do preço mínimo do frete pode implicar em Minas e Energia, Márcio Felix, disse que multa. o governo não deve atuar para conter a alta do preço do diesel, por falta de recursos Na nota, a ANTT lembra que está em para uma nova tentativa de estabilização vigor resolução que trata do frete mínimo dos valores. “até que se encerrem todos os trâmites administrativos necessários para a publicação Na semana passada, o Supremo Tribunal de nova norma que trata dos pisos mínimos Federal (STF) realizou audiência pública de frete”.

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MIRA TRANSPORTES: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO NO TRC

Empresa completa 40 anos de prestação de serviços, com filiais pelo país e uma frota renovada de caminhões.

Redação Chico da Boleia | FOTO: Divulgação / Mira

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endo como princípio a excelência no atendimento e uma prestação de serviço de alta qualidade, o Mira Transportes, empresa fundada em 1978, completa em outubro 40 anos de atuação na área do transporte rodoviário de cargas. De capital 100% nacional, a empresa lidera as operações de transporte de carga fracionada nas regiões Centro-Oeste e Norte, fazendo ainda integrações com outras localidades do Sul e Sudeste. Destaca-se pela tecnologia embarcada das frotas de caminhão, a segurança no transporte e na entrega, e na qualidade do atendimento. Com modernas técnicas de administração e prezando pelo crescimento sustentável, o Mira Transportes zela ainda pela seriedade, ética e transparência em seus serviços. Tal esforço, traduziu-se em destacados prêmios conquistados pela empresa ao longo dos últimos anos como o Prêmio Esso Brasileira de Petróleo, o Prêmio “Top do Transporte” na categoria melhor empresa de transporte da indústria de perfumaria e cosméticos, e o Prêmio Excelência em Transportes da DHL Supply Chain.

Roberto Mira, fundador e diretor da empresa, ressalta que ao longo das últimas quatro décadas, o Mira Transportes ampliou suas atividades e aprimorou as operações logísticas, renovando a frota de caminhões e avançando em tecnologia. Hoje, a empresa conta ainda com mais de 20 filiais espalhadas pelo Norte, Centro-Oeste e Sudeste, bem como uma frota de mais de 400 veículos e cerca de 1500 colaboradores. Num agradável bate papo com Chico da Boleia, Mira falou sobre o seu trabalho, os 40 anos da empresa e as expectativas para o futuro. Quer saber a receita de sucesso para a consolidação de uma transportadora? Então, leia na íntegra a entrevista! CHICO DA BOLEIA: Estamos na bela cidade de São Paulo, onde vamos conversar com o nosso amigo Roberto Mira, diretor da Mira Transportes, tradicional empresa na área de transporte de carga, que está completando 40 anos de mercado. Mira, conta um pouco da história desses 40 anos. ROBERTO MIRA: 40 anos tem muita história, né Chico. São quatro décadas de muito trabalho, luta. Nesse tempo, todas

Roberto Mira e Roberto Mira Junior | FOTO: Murilo de Abreu

as transportadoras que sobreviveram, e foram bem poucas, sofreram 11 crises. Então, hoje, o Mira está saindo da 11a crise. Uma crise dura. Eu diria que a maior de todas. A mais dura e a mais longa de todas as nossas crises. Mas conseguimos superar mais essa. E nesse momento, ao completar 40 anos, nós estamos fazendo uma renovação grande frota, estamos ampliando algumas de nossas filiais, e estamos trazendo uma tecnologia extremamente importante para nossa empresa. Ela já teve muitas viradas e essa vai ser a maior de todas. Estamos preparando uma mudança grande, fazendo um choque de gestão. Estamos criando ferramentas para melhorar extremamente o nosso nível de serviço. Hoje, o Mira é a maior empresa do Centro-oeste brasileiro de carga fracionada e eu tenho certeza que também é a melhor. E seremos melhor ainda daqui pra frente!

CB: Hoje o Mira Transportes conta com quantos colaboradores? RM: Nós temos ao redor de 1500 colaboradores. Quanto à nossa frota, nós diminuímos um pouco devido ao momento e também pensando na troca, na renovação dos caminhões. Mas ainda temos uns 400 carros próprios, aproximadamente. CB: E hoje a principal rota qual é? RM: Olha, ao longo desses 40 anos o Mira sempre foi o líder do Centro-Oeste brasileiro. Mas, de pouco tempo pra cá, nós passamos a operar também no Norte. E nessa região nós estamos com um volume gigantesco de cargas. De onde vem tudo isso? O Mira leva para o Centro-Oeste e Norte, cargas oriundas do Sul e Sudeste. Então, nós temos filiais em todas essas re-


FIQUE POR DENTRO giões. Ao todo, são 21 filiais e isso é o que faz o serviço do Mira ter muita qualidade. CB: Você contou uma história pra gente em determinada ocasião, que foi um dos momentos que a empresa teve um grande ganho de clientes no Mato Grosso, por ocasião de uma enchente. Conta pra gente isso! RM: Ah, isso foi no comecinho da empresa! Você deve ter visto fotos lá embaixo, na nossa história. Está tudo documentado em fotos e vídeos. Nós começamos a empresa em outubro, carregando a primeira carga em 18 de outubro de 1978. Só que em janeiro veio a enchente, a maior da história do Pantanal. Morreram milhares de cabeças de gado, foi uma loucura! Naquela época não existia estrada pra Corumbá. A estrada fechava de nove a dez meses por ano, porque não tinha nem asfalto, nada! Choveu, o Pantanal enchia e a água cobria tudo. Mas funcionava o trem, porque o aterro do trem era bem alto. Mas, em janeiro de 1979, a água chegou aos trilhos da rede ferroviária e, por regra, o trem teve que parar. E eu estava começando a empresa. Então, o que foi que eu fiz? Eu tinha um grande cliente naquele momento, que era o Cimento Itaú de Corumbá, e naquele tempo eu transportava todos os insumos para essa empresa. Eu falei com a diretoria do Itaú e falei: “Olha, vocês sempre transportam a produção de cimento para Cuiabá por água, pelo rio. Então, para que sua produção não pare, eu quero que vocês me apresentem esse homem, que era o João Luís Migueis, dono da empresa de navegação Migueis”. E eles me apresentaram, peguei o carro na hora! Quando o gerente falou: “O trem parou e sua empresa quebrou”. Eu disse: “Não quebrou”! Fui lá na Alameda Santos, na sede do Cimento Itaú e falei com o diretor que ligou para Corumbá e eu peguei meu fusquinha, fui para o aeroporto de Congonhas, com a roupa do corpo. Cheguei em Corumbá, sentei com o homem e falei: “Quantas chatas o senhor tem?”. Ele disse: “Dezoito”. Eu respondi: “Eu quero alugar todas”. Aluguei todas as chatas dele, com um detalhe: eu não tinha carga para uma! Eu estava começando a empresa, mas eu sabia o que vinha pela frente. Então, eu carregava os caminhões para Santo Antônio do Leverger, porto do Lampião, apenas 30km de Cuiabá, aí eu passava a carga para as chatas, eles descarregavam o cimento e depois eram cinco dias navegando até Corumbá. Foi uma saga! Agora um detalhe, né! Quando eu terminei de negociar com o Migueis, eu peguei o “trem de la muerte”, em Porto Suarez e

fui para Santa Cruz de la Sierra e peguei um grande amigo, Juan, e disse: “Juancito, quantas rádios tem aqui e quantas televisões?”. Ele disse: “Dos televisiones e onze rádios”. Eu fui em todas! Eu fui dizer para o telespectador e para o comerciante da Bolívia que o Mira era a única transportadora do Brasil que teria barcos para transportar cargas para Corumbá. Então, todo comércio da Bolívia que comprava muito, naquele tempo, no Brasil, começou a transportar com a gente. Foi aí que eu consegui comprar prédio em Corumbá, frota, e a empresa cresceu. Depois abri em Campo Grande, onde começamos a fazer o transporte fracionado lá. Não existia em Campo Grande transporte em 24 ou 36 horas, as empresas demoravam uma semana para entregar carga lá, e eu achava isso um absurdo. Então, o que nós fizemos? Eu peguei uma tartaruga, fiz uma carroceria de madeira em cima dela, pintei da cor dos meus dois concorrentes e coloquei no vídeo. “É assim que sua empresa de transporte te atende? Mas isso agora mudou, chegou o Expresso Mira!”. Aí eu fundi a imagem, essa tartaruga era ultrapassada por uma carretinha e ela se fundia com a imagem de uma carreta real que fazia o tempo de chegada de São Paulo a Campo Grande em vinte horas. Então, com algumas jogadas de marketing e fazendo o melhor serviço a nossa empresa cresceu! CB: Dessas unidades que você tem pelo Brasil, quantas são sede própria? RM: Cerca de 90% delas. E nós estamos remodelando essas filiais. Acabamos de mudar a de Cuiabá e agora vamos fazer duas grandes mudanças. CB: Quantos caminhões novos vocês estão planejando adquirir? RM: Nós estamos vendo alguns veículos de transferência e devemos comprar de 30 a 50 novos cavalos. E vamos também trocar carros de coleta, colocar mais veículos isotérmicos, vamos voltar a ter o transporte frigorífico e com temperatura controlada. CB: Então, podemos dizer que 40 anos praticamente o Mira se reinventa e continua crescendo? RM: Você tirou as palavras da minha boca! O Mira está se reinventando e continua crescendo. E o mais importante para os nossos clientes, o Mira continua sendo e sempre será a melhor empresa de transporte do Centro-Oeste brasileiro.

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Accelo: garantia de conforto com cabina estendida e nova opção de banco

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o longo de tantos anos trabalhando com caminhões eu aprendi que ter um veículo confortável e seguro faz toda a diferença. Uma cabina espaçosa, bancos versáteis e com opções de regulagem são itens que tornam o trabalho dos motoristas mais prazeroso e fazem bem à saúde, já que diminuem os riscos de problemas lombares e vasculares. Se você também se preocupa com o conforto, eu tenho uma ótima dica! São os modelos 815 e 1016 do segmento de leves e o 1316 da categoria de médios da linha Accelo da Mercedes-Benz. Eles agora contam com opções de cabina estendida e novos bancos, proporcionando maior comodidade e ergonomia não só para o caminhoneiro, mas também para os passageiros. O banco do motorista ganhou nova posição na cabina, ampliando o espaço para as pernas. Além disso, a regulagem do encosto aumentou para 13 graus, proporcionando mais conforto. Ou seja, a Mercedes-Benz pensou em tudo e atendeu as necessidades de diferentes perfis de condutores.

Agora com os 180mm a mais de espaço, o Accelo conta com um amplo porta-objeto para o motorista organizar os seus pertences e bagagens. Nessa versão de cabina estendida, o banco pneumático é oferecido como opcional. Pensando no seu bem-estar durante o trabalho, a Mercedes-Benz realizou todas essas mudanças e apresenta modelos da linha Accelo que garantem conforto, economia e segurança para suas operações de transporte. Não deixem de conferir! Um abraço do Embaixador da Voz das Estradas Mercedes-Benz. As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve.


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CONET & INTERSINDICAL PROMOVE DEBATE SOBRE AS ATUAIS TRANSFORMAÇÕES DO TRC

Evento promovido pela NTC & Logística reuniu especialistas e entidades em Vitória, ES. Redação Chico da Boleia | FOTO: NTC&LOGÍSTICA

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segunda edição do CONET & Intersindical, encontro de entidades e especialistas da área do transporte rodoviário de cargas, foi realizada entre os dias 2 e 3 de agosto, na cidade de Vitória, Espírito Santo. Durante o evento, foram abordados assuntos como os custos do transporte de cargas, defasagem nos fretes e alternativas de receita para as entidades de classe do TRC. No primeiro dia, Gildete Menezes, assessora jurídica da NTC, apresentou o Relatório de Providências do CONET/2018 (Natal) e, em seguida, Neuto dos Reis e Lauro Valdivia, do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC (DECOPE), discutiram o Índice de Variação do INCT e a Pesquisa de Defasagem do TRC. No encontro, também houve espaço para debater o tema da paralisação dos caminhoneiros autônomos e, como consequência, o piso mínimo de frete. Temas como “Manutenção das Entidades Sindicais” depois do fim da obrigatoriedade do imposto sindical e o “Marco Regulatório” foram debatidos no segundo dia. A convite da NTC & Logística, do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Porto Ferreira e Região (Sindicar), e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas & Logística no Estado do Espírito Santo (Transcares), Chico da Boleia acompanhou o evento. Na ocasião, ele teve a oportunidade de

conversar com José Hélio Fernandes, presidente da NTC, que reiterou a importância da realização do CONET na atual conjuntura que vive o TRC brasileiro. “O setor já vive momentos difíceis há muito tempo em função, inclusive, da crise econômica. E depois do movimento dos caminhoneiros, o piso mínimo de frete, tudo tem mexido muito com o setor. Isso porque ele estava acostumado a ser absolutamente livre, de livre concorrência. Uma mudança desse porte seguramente vai impactar muito o nosso setor”, afirmou Fernandes.

José Hélio Fernandes, presidente da NTC | FOTO: NTC&LOGÍSTICA

esperam uma melhora no quadro com as vendas que acontecem no final do ano. No entanto, para ele a economia continua “andando de lado”, o que pode ser agravado pelo período eleitoral. André Juliane, presidente do Sindecar, também acompanhou as discussões promovidas pelo evento no Espírito Santo. Parceiro do jornal Chico da Boleia, ele destacou que o CONET dá voz às entidades e representações de caminhoneiros.

Na visão do presidente da entidade, as mudanças ocasionadas com a última greve dos caminhoneiros, que praticamente parou o país por mais de dez dias O evento discutiu temas no final de maio deste como o piso mínimo de frete, ano, tendem a reconfia manutenção das entidades gurar o setor do transporte rodoviário de carsindicais e o Marco Regulatório. gas, ensejando desafios para os empresários. “A NTC, que sempre se posicionou contrária a qualquer tipo de piso ou tabelamento, agora alerta os empresários, porque, embora seja contra, é uma realidade e o setor empresarial vai ter que se adaptar e cumprir a lei. A legalidade tem que ser absolutamente observada”, afirmou. Sobre as expectativas para a economia do TRC neste segundo semestre, Fernandes afirmou que a NTC e seus representantes

“Aqui sempre foi uma grande fonte de conhecimento para a gente que trabalha no setor. E nessa época atual, com esses temas complicados e relevantes como tabela de frete, greve dos caminhoneiros, é fundamental que a gente se reúna para saber quais são os próximos passos”, destacou Juliane. O Sindecar, localizado na cidade de Porto Ferreira, interior do estado de São Paulo, tem se mostrado ativo nas atividades a nível nacional que dizem respeito ao TRC. Sobre o assunto, Juliane reiterou que o engajamento da entidade é resultado também de uma cobrança dos associados.

“Apesar de sermos o menor sindicato do estado, estamos ligados em tudo o que se refere ao setor e procuramos participar dos principais eventos. Temos um núcleo da Comjovem em Porto Ferreira, os associados estão satisfeitos com nossa organização e com a produção de informações que buscamos fazer junto aos caminhoneiros”, afirmou. Presidente da Transcares, entidade anfitriã e que também atuou na promoção do evento, Liemar Pretti contou ao Chico da Boleia que o CONET Intersindical tem como objetivo unir o setor nas discussões que possam alavancar seu crescimento. “Trazer o evento nos dá a oportunidade de colocarmos Vitória e o Espírito Santo como importantes locais de crescimento e atuação do TRC na logística nacional. O empresariado local também tem a oportunidade de conhecer mais sobre o trabalho da NTC e de outras entidades”, destacou. Pretti destacou que o momento atual tem sido de preocupação para o setor, pelas inúmeras dificuldades que o TRC tem enfrentado, tanto em termos de legislação, como em termos de custo. “Nós precisamos saber o que a classe política propõe para o setor do transporte rodoviário de cargas. Nós te-


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minho. Para ele, esse momento será crucial para definir o futuro do país nos próximos quatro anos. Afrânio também destacou que o próximo presidente terá uma tarefa árdua, mas importante, de conformar uma legislação que esteja de acordo com os interesses e a necessidade dos grupos que compõem o setor do transporte rodoviário.

está fazendo com que todo mundo faça uma reflexão.”, avaliou.

Liemar Pretti, presidente do TRANSCARES

mos que ser cautelosos e estar preparados para os próximos anos, porque nós não temos como prever o que vai acontecer no setor”, avaliou. Sobre a questão da segurança nas estradas e do roubo de cargas, Pretti salientou que o estado do Espírito Santo, bem como as entidades, tem trabalhado na conformação de medidas que possam dar mais amparo aos transportadores. “A primeira lei de receptação de cargas do Brasil foi feita no nosso estado em 2006. Atualmente, nós atualizamos essa lei e temos um comitê de trabalho permanente para tratar questões relativas aos roubos de carga no estado. O Transcares, através do nosso superintendente, participa desse trabalho e dialoga com o governo do estado para aprimorar as estratégias de prevenção e segurança”, explicou. Flávio Benatti, parceiro de longa data e presidente da seção do transporte rodoviário de cargas da Confederação Nacional dos Transportes, também esteve presente no evento e participou das discussões. Na sua visão, o CONET Intersindical é uma ótima oportunidade para debater questões estratégias do TRC. “O setor passou recentemente por um momento diferente na sua história, que foi a paralisação dos caminhoneiros, o Brasil ficou parado por quase uma semana. E isso

Flávio Benatti, Presidente da seção do TRC da CNT

Por isso, Benatti ainda acredita que o evento levou em consideração todas as questões pleiteadas durante a greve dos caminhoneiros e como isso tem impactado a classe empresarial do transporte de cargas. “Esse CONET discutiu um ponto que eu acho que é extremamente importante e interessante. Após esse movimento, nós vimos por parte da mídia de uma maneira geral, e de alguns setores econômicos, como a indústria, o comércio e a própria agricultura, tem construído um discurso que atrela o aumento de preços, e, consequentemente o baixo índice de crescimento, à greve realizada pelos caminhoneiros”, explicou. Segundo Flávio, a intenção de jogar a responsabilidade do aumento de preços pra cima de um setor como o transporte é uma incoerência, visto que setores como a indústria, o agronegócio e o comércio, quando fazem as suas planilhas de vendas de produtos usam como base o referencial de frete que a NTC publica. No entanto, apesar desses valores aparecerem integralmente como custos para os embarcadores, sabe-se que, atualmente, o máximo que se consegue aplicar no mercado é de 30 a 35% daquele referencial.

Tayguara Helou, presidente Setcesp

do de São Paulo, Tayguara Helou, também elogiou o evento e a oportunidade de tocar em questões primordiais para o desenvolvimento do setor. Segundo Tayguara, essa edição do CONET Intersindical é histórica justamente por que se insere num contexto pós-mobilização dos caminhoneiros, que tem colocado grandes mudanças para o setor como um todo.

“A partir disso a gente tem que pensar em soluções mais criativas para a nossa atividade, que é responsável pelo desenvolvimento de tudo no país. Eu acredito que o CONET tem esse papel. As discussões hoje são acaloradas, mas fundamentais porque precisamos "Vamos desenvolver “Ou seja, existe cerca de encontrar um formato para um estudo sobre o frete na 65% de defasagem que viabilizar nossa atividade e não é aplicado, que se composição dos preços dos desonerar a produção bratraduz em defasagem sileira. O produto brasileiprodutos brasileiros, para provar do frete para nós do ro hoje, infelizmente, não que o TRC não é o grande vilão setor e que compõe os é competitivo a patamares do mercado", preços finais dos produde mercados mundiais. E Flávio Benatti. tos vendidos no mercado”, essa é a fórmula que a gente afirmou Benatti. precisa encontrar”, destacou. Ele ainda comentou que a importância dessa edição do CONET Intersindical foi justamente discutir uma estratégia que possa mostrar que o transporte rodoviário não é “o grande vilão” do mercado. “Agora nós vamos esperar a nova publicação dos valores referenciais da ANTT e buscaremos contratar institutos independentes para realizarmos um estudo sobre o frete na composição dos preços dos produtos no Brasil. Isso para provar que o setor não é este vilão que a imprensa e os embarcadores querem construir. Estão fazendo um verdadeiro terrorismo com o setor do transporte e nós vamos desmentir isso”, finalizou Benatti. Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas do Esta-

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O presidente do Setcesp ainda destacou que a questão da segurança é um tema que diz respeito às entidades e que elas têm que trabalhar em conjunto com o poder público para criar medidas de prevenção e segurança efetivas, reduzindo os custos para o setor. Outra entidade presente no evento foi a Fetransul, representada por Afrânio Kieling que destacou que o evento promoveu a integração entre as entidades e o debate de questões estratégicas para o setor. “Nossa bancada chamamos de “bancada gaúcha”. E aqui refletimos e pensamos no melhor transporte para o amanhã”, afirmou. Kieling acredita que o segundo semestre tende a ser positivo para o TRC, ainda que com o período eleitoral no meio desse ca-

“Pelo lado da produção, nós vimos que tem espaço para o Brasil crescer. E o setor de transporte pode acomodar bem. Se crescer um ponto no PIB vai faltar caminhão para o transporte. Nós também essa questão da tarifa mínima que, nos próximos dias, esperamos que tenha algum tipo de solução”, avaliou. O presidente da Fetransul afirmou que a discussão sobre a tabela do frete dividiu as opiniões das entidades, mas que nada disso impede o crescimento do setor desde que sejam garantidos interesses de todas as partes. Chico da Boleia perguntou a Afrânio como tem sido discutida a questão do desequilíbrio das categorias de transportadores na tabela do frete, já que, num primeiro momento, ela não diferencia as empresas de autônomos. Kieling explicou que a primeira versão da tabela contém um erro de estruturação que já foi revisto. “Nós tivemos a oportunidade de conversar com o poder público e apontar os erros que eles disseram que irão corrigir”, afirmou. De acordo com seu presidente, a Fetransul protocolou em Brasília subsídios em termos de informações para que a ANTT possa trabalhar e estruturar adequadamente a tabela, sem incorrer nos erros iniciais. “A ANTT tem que entender as especificidades do setor. Existe uma diferença entre carga frigorifica, entre carga seca, produtos tecnológicos, etc. Eles precisam de subsídios para criar uma tabela que seja adequada e não gere um pandemônio no mercado”, avaliou o presidente da entidade. Com relação ao marco regulatório, Afrânio acredita que o conjunto de leis tende a reunir a legislação do setor, promovendo, assim, uma maior fiscalização de seu cumprimento. “Eu creio que o marco regulatório tende a ser mais rígido no seu cumprimento. Ele vem para disciplinar o setor, tendo obrigações e deveres que devem ser cumpridos por todas as partes”, finalizou.


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CONHEÇA O NOVO PRESIDENTE DA DAF NO BRASIL Carlos Ayala, mexicano com 33 anos de experiência na área de caminhões, comandará as operações da montadora.

Redação Chico da Boleia | FOTO: FOTO: Reprodução / DAF

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tuando como vice-presidente de desenvolvimento de negócios no Brasil desde janeiro deste ano, Carlos Ayala foi recentemente anunciado para assumir o cargo de presidente da DAF no Brasil. O mexicano, que já soma 33 anos trabalhando para o grupo PACCAR, do qual faz parte a montadora, afirmou que seu objetivo é trabalhar para continuar alavancando o crescimento das vendas e a inovação do produto.

retomando, vindo de anos anteriores complicados. Encontrei também uma grande demanda de compra de caminhões pelos transportadores e isso é muito interessante neste momento. CB: O mercado brasileiro vem de um começo de ano bem auspicioso, de uma FENATRAN, no ano passado, muito forte, e não tem como não imaginar um segundo semestre complicado devido as eleições presidenciais. O que esperar do segundo semestre?

CA: Efetivamente, este segundo semestre Chico da Boleia teve a oportunidade de está ficando forte, mesmo com eleições. conversar com Carlos Alaya. Se você Eu considero que a demanda de também que conhecer o novo carga que tem os transportapresidente da DAF no Bradores vai além da questão sil, confira na íntegra a eleitoral, então nós estaentrevista! "A DAF está num ano muito mos considerando um feliz. Conseguimos emplacar 275 segundo semestre bom. Chico da Boleia: caminhões agora no mês de julho, Bom amigos camie isso nos deu uma participação de CB: Qual o principal nhoneiros, carreteiros mercado acima dos 10%", desafio que você acredita e empresários do setor Carlos Ayala. encontrar no mercado brade transportes, continuasileiro? mos aqui na capital paulista, repercutindo a coletiva de CA: Eu acho mais importante falar imprensa onde a DAF apresenta o novo comandante em chefe no Brasil, que sobre o desafio que nós temos agora com o é o nosso amigo mexicano Carlos Ayala. mercado brasileiro. Para mim, um desafio Carlos, como é vir administrar um negócio importante é a cobertura, pois Brasil é um país grande, é um país continental. Eu dizia no Brasil? até um certo momento que hoje temos mais Carlos Ayala: Boa noite! Primeiramen- de 3500 caminhões rodando nas estradas, te, como bem falou, sou mexicano e estou então todos os caminhões precisam de peaqui no Brasil desde janeiro deste ano. ças, de serviço, e rodam em todo país. EnEstou encontrando uma indústria que está tão, o grande desafio para nós é a cobertura.

Poder atender a todos estes caminhões que estão rodando pelo país. CB: Vocês atuam forte na questão dos fora-de-estrada e pesados. Pretendem, num curto espaço de tempo, atuar mais na linha leve, extra leve e assim por diante? CA: É parte de nossa estratégia, mas um pouco mais para frente. Hoje eu considero que temos uma oportunidade ainda mais de explorar um pouco os modelos XF ZF em outras configurações e outras aplicações que possivelmente podem ser desenvolvidas aqui no Brasil. CB: Quantos anos o amigo tem nesse mercado de caminhões? CA: Eu tenho 33 anos trabalhando para a PACCAR. A PACCAR tem três marcas de caminhões, Kenworth, Peterbilt na América do Norte, e DAF na Europa e Brasil. Então meus 33 anos foram feitos no México e sempre com a marca Kenworth. É a primeira vez que moro fora do país, é a primeira vez que tenho um produto diferente e um idioma diferente, então estou muito contente. Minha experiência veio da área de engenharia, área de operação, área de serviço e na área de vendas, e mais recentemente trabalhei como diretor comercial para o México e América Latina.

DAF CAMINHÕES QUEBRA RECORDES DE VENDA EM 2018 Montadora conseguiu emplacar 275 caminhões no mês de julho e espera alavancar ainda mais as vendas. Parceiro de longa data, Luís Antônio Gambim é diretor executivo da DAF caminhões e também esteve presente na coletiva de imprensa que apresentou no novo presidente da montadora no Brasil, Carlos Ayala. Chico da Boleia bateu um papo com Gambim, que conta com larga experiência na área do mercado de caminhões. Um dos assuntos da conversa, foi justamente o panorama atual da economia brasileira e seus impactos na compra e venda de pesados. De acordo com Luís Antônio Gambim, a DAF vem conseguindo desenvolver um bom trabalho, apesar da crise econômica. “A DAF está num ano muito feliz, os números vêm aumentando mês a mês, a gente vem batendo recordes de vendas. Conseguimos emplacar 275 caminhões agora no mês de julho, e isso nos deu uma participação acima dos 10%, ou seja, em linha com aquilo que a gente vem sempre planejando”, analisou. Os números ainda mostram que os ca-


DE BOA NA BOLEIA minhões DAF tem ganhado uma reputação muito forte entre os caminhoneiros e as empresas de transporte rodoviário, algo que é essencial para a consolidação da marca neste mercado. “Nossos produtos têm uma fama de baixo custo operacional, um caminhão que não quebra, alto nível de conforto. Os clientes também falam muito de nosso freio a motor, da nossa geladeira que permite que o motorista leve um alimento ou um medicamento. E, principalmente, da área de dormitório, aonde permitimos levar um colchão com molas ensacadas de alta densidade, que permite realmente um bom descanso”, explicou Gambim. Atualmente, a DAF caminhões atua nas linhas acima de 40 toneladas, rodoviários e fora de estrada, com aplicações para o transporte de cana e madeira. No entanto, a DAF tem feito investimentos em novos projetos de curto e médio prazo para lançar novos produtos no Brasil. O caminhão mais “antigo” da montadora rodando atualmente pelas rodovias do país irá completar 5 anos em outubro. Inaugurada em 2013, a fábrica da DAF está em Ponta Grossa, no Paraná e, apesar de nova, tem produzido caminhões com ótima durabilidade. O diretor executivo da montadora afirmou que o primeiro caminhão produzido pela DAF no Brasil conta atualmente com 880

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mil quilômetros rodados e nunca apresentou problemas mecânicos.

“Nesse caminhão, o dono só trocou praticamente óleo e filtro. Nunca precisou abrir para resolver um problema mais grave. Inclusive estamos fazendo um acompanhamento da nossa engenharia, muito de perto dele, porque a gente quer ver a longevidade de nossos motores. Esse caminhão já é um indicio de que nossos motores realmente são duráveis. O PACCAR MX 13 tem uma reputação boa em todo mundo, existem mais de um milhão de veículos que rodam com motores dessa família e que apresentam muita qualidade”, explicou Gambim. Segundo o representante da montadora, a expectativa é que a DAF possa alavancar ainda mais o desenvolvimento dos produtos no segundo semestre deste ano. Com a produção praticamente toda vendida até 2019, Gambim fala com otimismo sobre os projetos futuros e acredita na retomada do mercado.

Somente 12,4% da malha rodoviária brasileira é pavimentada, diz CNT Dados do Anuário CNT do Transporte mostram baixa oferta de infraestrutura para o transporte rodoviário e crescimento acelerado da frota

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FONTE: CNT | FOTO: Divulgação / Internet

esponsável pela movimentação de mais de 60% das mercadorias e de mais de 90% dos passageiros, o transporte rodoviário enfrenta graves problemas com a baixa qualidade da infraestrutura no Brasil: apenas 12,4% da malha rodoviária é pavimentada. A frota, por sua vez, aumentou 63,6% no período de 2009 a 2017, chegando a quase 100 milhões de veículos em circulação no Brasil. Os dados são do Anuário CNT do Transporte 2018, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nessa segunda-feira (13). Outros números demonstram o tamanho do problema. A maior parte das rodovias pavimentadas é de pista simples (92,7%). Além disso, as condições deixam a desejar: segundo a Confederação, que avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais também pavimentados, 61,8% das vias pesquisadas apresentam algum tipo de problema sendo classificadas como regular, ruim ou péssima. O pavimento apresenta problemas em metade dos trechos. Já a sinalização e a geometria da via têm classificação regular, ruim ou péssima, com índices de 59,2% e de 77,9%, respectivamente. O resultado da combinação entre esses fatores é uma sobrecarga da malha e o agravamento do risco de acidentes. Somente no ano passado, nas rodovias federais, foram contabilizados 58.716 acidentes com vítimas e 6.243 óbitos em rodovias federais. Para se ter uma ideia, mais da metade das ocorrências foi em vias com pista simples

de mão dupla. Esses episódios corresponderam a 71,4% das mortes registradas no ano passado. “Os índices são preocupantes e mostram que a solução passa, necessariamente, por investimentos em infraestrutura. Precisamos expandir e melhorar a qualidade da nossa malha para que as rodovias não fiquem tão sobrecarregadas”, avalia o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. Ele destaca que outro problema é a elevação do custo operacional do transporte. “O setor é onerado com um custo adicional na operação de 27%, em média, no Brasil devido às más condições do pavimento”, diz. O Anuário CNT do Transporte 2018 também mostra que a frota de motocicletas foi a que mais cresceu entre 2009 e 2017. O aumento foi de 74%. Em segundo lugar, ficaram os automóveis, com incremento de 53% do período. Em seguida, apareceram os ônibus, com 44% de acréscimo, e, por fim, os caminhões, com 34% de incremento. Neste ano, o Anuário CNT do Transporte chega à sua terceira edição, com informações sobre todos os modais (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), nos segmentos de cargas e de passageiros. São mais de 800 tabelas com números que permitem diversas análises sobre a realidade e o desenvolvimento do setor. O trabalho marca o resgate da cultura de difusão de dados públicos e privados do setor para o planejamento sistêmico do transporte nacional.


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Scania: nova geração de caminhões será feita no Brasil em 2019 A Scania anunciou a produção de sua nova geração de caminhões em São Bernardo do Campo-SP, a partir de fevereiro de 2019. Fonte: Assessoria Scania | FOTO: Reprodução / Scania

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Scania anuncia a chegada da sua nova geração de caminhões aos mercados da América Latina. “Sabemos que este lançamento é resultado do maior investimento na história da empresa, ao mesmo tempo em que representa um passo à frente da indústria no que se refere à rentabilidade dos negócios de nossos clientes e de sustentabilidade”, afirma Christopher Podgorski, Presidente e CEO da Scania Latin America. “Estamos oferecendo ao mercado um portfólio de soluções sem precedente. É um novo caminhão que vem embarcado com uma nova forma de pensar o transporte e com uma plataforma preparada para o presente e para o futuro”, completa.

planejada para atender necessidades específicas dos clientes, por aplicação. “Fomos além do que existe no mercado e criamos algo inédito até agora: uma forma de oferta customizada, pois sabemos que quanto mais precisa a especificação, maiores as chances de retorno em relação à rentabilidade”, destaca. “Não estamos introduzindo apenas um caminhão, mas uma combinação de solução em transporte. Somamos às características notáveis das novas cabines, tecnologias inovadoras, serviços e uma força de vendas preparada para apoiar esse modelo de negócio. Em síntese, a Nova Geração Scania redefine o termo ‘Premium’ dentro da indústria de veículos comerciais na América Latina.”

Lançada na Europa em agosto de 2016, a Nova Geração Scania é resultado de 10 anos de desenvolvimento e investimentos ao redor de 2 bilhões de euros. “Por uma questão estratégica, fizemos a introdução por fases. E, ao longo dos últimos dois anos, acompanhamos as introduções das aplicações de Longa Distância, Regional e Urbana e Severas. Ao mesmo tempo, o exclusivo e consagrado Sistema Global de Produção Scania foi se preparando”, explica Podgorski. Segundo ele, ser a última região tem um grande benefício.

Todas as peças e detalhes da nova geração foram aprimorados para chegar a um produto que superasse as expectativas dos clientes. Os veículos são ainda mais seguros, confortáveis, e com maior eficiência energética. Elementos como aerodinâmica e espaço interno da cabine foram pensados em cada detalhe, resultando em um consumo de combustível até 12% menor. “A nova geração Scania se diferencia ao comprovar que rentabilidade e sustentabilidade não se opõem, ao contrário, se complementam”, salienta Podgorski.

“Temos um veículo não apenas testado e aprovado pelos clientes, mas reconhecido por suas inovações e pelo excepcional desempenho que entrega”, diz.

Com esses três pontos (cabine, motor e câmbio), a geração de caminhões que a Scania colocará no mercado em 2019, terá redução de 12% no consumo de óleo diesel. Aliás, a marca revelou que a nova linha traz também duas versões com etanol, opções de biodiesel e diesel sintético (HVO), bem como gás, biometano e GNV. A gama tam-

Celso Torii, VP de Vendas & Marketing da Scania Latin America, ressalta que a nova geração de caminhões foi projetada e

FOTO: Reprodução / Scania

bém poderá ser hibridizada e eletrificada futuramente. Pelo novo processo fabril, a Scania investiu na instalação de 77 robôs e treinamento avançado para os funcionários da linha de montagem, assim como uma nova ferramenta digital para revendedores, que permite configurar o caminhão de acordo com os dados operacionais do cliente. A Scania promete deixar de produzir de 200 a 300 caminhões iguais, focando na exclusividade para atender melhor o operador. Ação de Pré-lançamento - A estreia oficial da Nova Geração Scania na região foi no dia 2 de agosto, quando foi dada a largada para a atividade promocional ‘The Journey’. Dois caminhões com a nova cabine S e com o novo motor XPI com potência de 500 cv deixaram a fábrica de São Bernardo do Campo rumo a uma jornada por quatro países da América Latina - Brasil, Argentina, Chile e Peru. Um caminhão fará paradas em concessionários Scania da América Latina para eventos com clientes, colaboradores, fãs da marca e jornalistas. O segundo veículo será testemunha de histórias latinas de transfor-

mação para um mundo mais sustentável, resultando em uma web-série de cinco capítulos, com estreia marcada para o dia 29 de outubro, data oficial de lançamento na região (as primeiras entregas serão feitas a partir de fevereiro de 2019). “O desafio de liderar a transformação para um transporte mais sustentável nós já aceitamos. Mas sabemos que mudar o mundo é uma jornada, e não podemos fazer isso sozinhos. Por meio do projeto ‘The Journey’, vamos mostrar atitudes de transformação, ou melhor, dar voz e rosto, as pessoas que estão de alguma maneira buscando soluções sustentáveis”, explica Podgorski. Na sequência do lançamento regional, cada país fará eventos locais durante o primeiro semestre de 2019. “A resposta à nova geração tem sido extremamente positiva, incluindo tudo, desde prêmios em importantes testes de imprensa, a um expressivo aumento de vendas na Europa”, conta Podgorski. “Estamos confiantes de que na América Latina não será diferente, pois nossos clientes igualmente precisam de soluções rentáveis e sustentáveis e têm na Scania o parceiro ideal.”


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Falsa convocatória de paralisação de caminhoneiros causa alarde nas redes sociais Documento circulou por redes como Facebook e Whatsapp, além de ter sido divulgado pelos principais veículos de comunicação do país. Redação Chico da Boleia | FOTO: Agência Brasil

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o último dia 30 de agosto circulou pelos jornais do país inteiro uma convocatória chamando os caminhoneiros para uma nova paralisação, prevista para o próximo dia 08 de setembro. O documento é assinado por uma suposta entidade intitulada “União dos Caminhoneiros do Brasil”. O texto diz que a mobilização por “tempo indeterminado” tem como objetivo chamar a atenção do Governo Federal para o não cumprimento por parte da ANTT, das determinações da Lei 13.703/2018, que institui a política de pisos mínimos do transporte rodoviário. Tal lei, é derivada das exigências da última mobilização dos caminhoneiros, que reclamavam sobre o baixo valor pago pelo frete e a necessidade de criação de uma tabela que pudesse regular esses preços nacionalmente. Tema de controvérsias e discussões, a chamada “tabela do frete mínimo” tem dividido as opiniões do setor. Entre as entidades patronais muitos são contrários, já que defendem o caráter livre do mercado do transporte rodoviário de cargas. Outros afirmam que é necessário estabelecer um piso mínimo para que os caminhoneiros autônomos possam continuar atuando. A responsabilidade de criação dessa tabela de piso mínimo do frete ficou sob responsabilidade da ANTT. No entanto, alguns líderes de entidades dizem que a Agência não possui subsídios para criar um referencial capaz de contemplar as especificidades dos

tipos de carga, rotas e distâncias. Opiniões nesse sentido foram dadas pelos representantes de sindicatos durante o CONET & Intersindical e cujas informações o leitor pode ver na reportagem principal desta edição. Da parte dos caminhoneiros autônomos, as reclamações que nos chegam são de que a ANTT não tem cumprido com a fiscalização do frete mínimo pago por embarcadores e empresas de transporte. Por isso, esses segmentos não têm praticado o valor mínimo do frete, causando prejuízos aos caminhoneiros.

uma busca rápida na internet não foi possível encontrar nenhuma informação sobre tal organismo, nem quem são as pessoas que compõem sua diretoria ou a classe que representam. No documento, o falso grupo diz representar caminhoneiros de todo país. No entanto, numa conversa informal com membros da categoria, eles alegam desconheceram tal entidade. Ainda pontuam que depois da greve de maio deste ano, muitos organismos “fantasmas” apareceram divulgando fake news sobre o setor.

Sendo assim, a convocatória não tem validade. Ou seja, se uma nova paralisação de camiAlém disso, os caminhoneiros realmente aconA União dos Caminhoneiros nhoneiros também detecer não será porque a do Brasil, entidade que assina nunciam o aumento do falsa entidade os convoa convocatória, não existe. A óleo diesel nas bomcou. divulgação da "fake news" gerou bas dos postos de garepúdio por parte de sindicatos solina. Muitos alegam A hipótese é de que alcomo o Sindicam-Amparo e que o governo havia gum grupo, sabendo das Fecam-SP. prometido segurar o auinsatisfações dos caminhomento do combustível até neiros com os problemas ponjaneiro de 2019, medida que tuados acima, tenha se adiantado não cumpriu, visto que o come formulado o falso documento, fazendo bustível já foi reajustado. com que circulasse entre os meios de coNo entanto, mesmo com as atuais re- municação que, muito irresponsavelmente, clamações, não é possível afirmar se uma divulgaram uma informação que carece de nova paralisação está confirmada para os veracidade e que deturpa os interesses da próximos dias. Na última greve dos cami- categoria. nhoneiros, aprendemos que muitos deles se Tanto é que no texto divulgado no dia 30, mobilizaram de maneira espontânea, sem necessariamente terem respondido ao cha- a falsa entidade demanda a “dissolução da mado de sindicatos naquela época. Tam- diretoria da ANTT” e pede “espaço em cabém vale pontuar que a suposta entidade deira cativa e permanente de um represenque convocou a paralisação, a União dos tante da categoria por estado no conselho Caminhoneiros do Brasil, não existe! Em executivo, operacional e de administração dentro da ANTT no que tange ao transporte

rodoviário de cargas”. Até onde sabemos, essas não são exigências dos caminhoneiros. O documento foi amplamente divulgado por grandes veículos de comunicação e causou alarde entre a população. Nas redes sociais já se fala de uma grande paralisação, o que não tem, de fato, embasamento real. A suposta convocatória gerou repúdio entre as entidades representativas dos caminhoneiros. A Abcam, Associação Brasileira dos Caminhoneiros, desmentiu o documento e alegou que as imagens e vídeos que circulam atualmente em redes sociais se referem ao contexto da mobilização anterior, não tendo conexão com o presente momento. A Federação dos Caminhoneiros de São Paulo (Fecam-SP) divulgou nota de repúdio, denunciando a União dos Caminhoneiros do Brasil como uma entidade fictícia. De acordo com a nota, a suposta União não tem registro como entidade de classe e também não é possível localizar informações detalhadas sobre sua sede ou associados. Outra entidade que condenou a circulação da falsa informação sobre uma possível paralisação de caminhoneiros foi o Sindicam-Amparo, que publicou nota orientando caminhoneiros e veículos de comunicação a atestarem as informações repassadas através das redes sociais. O sindicato ainda salientou que não permitirá que falsas entidades se apropriem dos interesses dos trabalhadores das estradas para se auto promoverem e atenderem a interesses alheios aos da categoria.


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Acessórios para caminhão proibidos por lei Quer manter sua segurança, evitar gastos extras e problemas legais? Então continue lendo este artigo e confira quais acessórios são proibidos para caminhões. FONTE: 4Truck | FOTO: Reprodução / Internet

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personalização dos caminhões e implementos rodoviários não é uma prática nova. Há tempos motoristas buscam meios de se destacar na estrada. É muito comum encontrarmos caminhoneiros que optam por personalizar seus caminhões com os mais diversos acessórios. Acontece que muitas das alterações que os caminhoneiros tanto gostam, representa um risco à segurança não apenas dele como dos demais motoristas e passageiros presentes na rodovia. Além da questão da segurança, alguns acessórios são proibidos por lei. Assim, é preciso ficar atento à legislação para saber o que pode e o que não pode ser usado. Caso seja parado pela fiscalização, o caminhoneiro pode ser multado, levar pontos na CNH e ainda precisar remover os adereços para seguir viagem. ACESSÓRIOS PARA CAMINHÃO PROIBIDOS POR LEI

E, mesmo nesses casos, deve apenas transmitir informações sobre a linha. A justificativa é que o letreiro luminoso tira a atenção da pista dos motoristas que estão circulando no sentido contrário. Suspensão da traseira do baú de caminhão Outro item comum é a suspensão da traseira do baú do caminhão, que alguns acreditam dar maior beleza ao conjunto. O Contran regulamentou a inclinação da traseira do caminhão: o ângulo de inclinação da longarina de um veículo com mais de 3.500kg não pode ser superior a 2 graus. Traduzindo isso em centímetros, para um caminhão com 8 metros de carroceria, a diferença de altura do começo da carroceria para o final, tem que ser de apenas 28 centímetros. A prática também é proibida e o motivo é diminuir a gravidade de acidentes em caso de colisão traseira. Película para vidros automotiva

Painéis luminosos Um dos itens mais procurados pelos caminhoneiros é, por exemplo, os painéis luminosos instalados nos para-brisas. Segundo o CTB, esse tipo de acessório é proibido para veículos de carga. Ele pode ser utilizado apenas no transporte de passageiros.

A colocação de películas e adesivos nos vidros dos caminhões é permitida, desde que não seja em grau muito escuro. Nesse caso, é passível de multa grave e, além disso, o proprietário do veículo é obrigado a removê-la no local. Nos dias de hoje, inclusive, a polícia conta com um aparelho medidor de transparência dos vidros.

No caso dos adesivos, o grande problema é o tamanho e a localização de onde é aplicado. Um adesivo grande no meio do para-brisa, por exemplo, prejudica a visibilidade da pista à frente. Já nos vidros laterais, podem vir a atrapalhar a visualização dos espelhos retrovisores. Capas para parafuso estilo americanas As capas para parafuso combinam com o porte do caminhão e garantem um visual robusto para ele. Porém, aquelas em estilo americano, as pontiagudas, são acessórios proibidos. Segundo o artigo 2º da Resolução nº 426 do CONTRAN as rodas e seus enfeites ou elementos não podem ter partes cortantes ou protuberantes. Isso aumenta os danos em casos de acidentes.

Farol de xênon Não existe farol xenon legalizado. Pode ser muito bonito um farol xenon para moto, ou aquele kit de farol xenon para o gol G5, mas você não pode, legalmente, modificar um veículo que já tenha um sistema diferente de fábrica. Se você por no caminhão e for pego em uma blitz,terá que comprovar na nota fiscal do fabricante. A infração é considerada grave, com multa que pode chegar a R$ 195,23. A dica é sempre que se interessar por um acessório verificar se ele está de acordo com a legislação de trânsito para, só assim instalar em seu implemento rodoviário. Em caso negativo, não arrisque sua segurança, a de seu veículo, nem a de seu bolso. Até a próxima!


ENTRETENIMENTO

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PALAVRAS CRUZADAS

Batata Rosti Recheada MODO DE PREPARO 1. Comece rsalando as batatas (s/ casca) em um ralo grosso, coloque tudo de molho por 15 minutos em água com um pouco de sal e pimenta do reino e outros temperinhos que você gostar. 2. Escorra as batatas, e seque bem com ajuda de um pano de prato limpo. 3. Em uma frigideira pequena (15cm) e antiaderente coloque um pouco de azeite (cerca de 2 colheres (sopa). 4. Coloque metade das batatas e pressione para se acomodar no fundo e nas laterais. 5. Coloque o recheio tudo bem picado e

ingredientes • 2 Batatas Inglesas • 50g de Queijo Mussarela • 50g de Salame • 2 colheres (sopa) de Azeite • Sal, Pimenta do Reino (a gosto)

FONTE: Receitas de minuto

cubra com o restante das batatas raladas, dando sempre uma ajeitada e pressionada. 6. Ligue o fogo bem baixo e deixe fritar aos poucos por cerca de 15 minutos ou até que fique dourado e se solte sozinho da frigideira e só então vire com ajuda de prato e deixe dourar também.

Observações Batata: Aqui usamos a inglesa que é mais comum, mas se desejar usar a Astérix seria ainda melhor, já que possui pouco amido e isso deixa a batata mais crocante. Recheio: Use o que quiser e gostar, mas não use recheios muito úmidos e com molho. Frigideira: Se usar uma pequena dessas de fritar ovo é a melhor opção, pois fica mais fácil de virar, mas claro que pode fazer em uma maior, nesse caso precisa ver a quantidade de batata que deve usar, pois todo o recheio deve ficar coberto. Batata de Molho: Essa etapa é indispensável, não pule essa parte, pois é preciso tirar o excesso de amido para que fique crocante. Secar: Seque muito bem as batatas, se for necessário aperte para que saia o máximo de água possível ou vai dar tudo errado. Fogo: O fogo precisa ser bem baixo, para que de tempo de dourar e ainda cozinhar a batata, o tempo também é apenas uma sugestão, pois foi o tempo que levou aqui para dourar e virar sem problemas.

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Cubatão/SP Rua Estados Unidos, 70 Sítio São Luiz | F: (13) 3365-8700

Lages/SC Av. Luis de Camões, 508 Coral | F: (49) 2101-1300

São José dos Campos/SP Av. Dep. Bened. Matarazzo, 4161 Jd. das Indústrias | F: (12) 3932-1199

Canoas/RS Av. Getulio Vargas, 7083 Centro | F: (51) 2111-5780

Curitiba/PR Rod. BR 116 Km 9, 21459 Pinheirinho | F: (41) 3349-8500

Passos/MG Rod. Minas Gerais, 50 - 459 N. Sra. Graças | F: (35) 3529-3800

São Paulo/SP R. Mário Haberfeld, 290 Pq. Novo Mundo | F: (11) 2955-1899

Cascavel/PR Rod. BR 277 km 583,7 Presidente | F: (45) 3411-4400

Duque de Caxias/RJ Rod. Washington Luiz, 1327 Pq. Dq. Caxias | F: (21) 3184-4350

Poços de Caldas/MG Av. Pres. Wenceslau Braz, 4901 Estância Poços | F: (35) 3697-4900

Uberlândia/MG Av. Antonio T. F. Rezende, 3333 Distr. Industrial | F: (34) 2102-1150

Catanduva/SP R. Brasil, 2400 Jd. Brasil | F: (17) 3531-4150

Guarapuava/PR Av. Pref. Lustosa de Oliveira, 456 Morro Alto | F: (42) 3629-7700

Ponta Grossa/PR Av. Souza Naves, 3400 B. da Chapada | F: (42) 4009-2550

Colombo/PR Est. da Ribeira - BR 476, 303 Jd. Guaraituba | F: (41) 3605-8300

Jaú/SP Av. Totó Pacheco, 716 Zona Industrial | F: (14) 3602-1400

Pouso Alegre/MG Rod. Fernão Dias, Km 849 Setor Industrial | F: (35) 2102-2800

Criciuma/SC R. Manoel Delfino Freitas, 815 Próspera | F: (48) 3403-2600

Joinville/SC R. Dona Francisca, 6105 Dist. Industrial | F: (47) 4009-2500

Ribeirão Preto/SP Marg. Dir. Rod. Anhanguera, km 305 Setor Leste | F: (16) 3965-8282

0800 770 50 53

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