75ª Edição Nacional – Jornal Chico da Boleia

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Ano 07 - Edição 75

Ypê renova sua frota com caminhões Mercedes-Benz Os caminhões foram personalizados pela montadora e adaptados para as necessidades de transporte dos produtos. Pág. 04 Placas de veículos no padrão do Mercosul são suspensas Novo modelo estava previsto para valer a partir de 1º de setembro, após dois adiamentos. Em vídeo, diretor do Denatran diz que atendeu a pedido de empresas que estampam placas. Pág. 11 Intermodal 2018 inova com novos conceitos em logística e gestão de transporte Evento aconteceu em São Paulo e reuniu mais de 400 expositores nacionais e internacionais, além de promover debates sobre diversos assuntos da cadeia logística. Pág. 14


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EDITORIAL mais uma atrocidade contra o sexo feminino, mostrando que não há limites para os crimes contra as mulheres. Mais precisamente, no Rio de Janeiro uma vereadora foi assassinada por suas posições políticas. Este assassinato é emblemático pois ela era negra, com orientação sexual diferente da maioria e era uma mulher conhecida por sua firmeza em defender seus princípios nos quais acreditava.

Mês das Mulheres?

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ompanheiros e companheiras do tapete negro da estrada, dia 8 de março comemora-se o dia internacional da MULHER, por isso que estamos acostumados a falar que esse é o mês das mulheres. Porem as MULHERES continuam a sofrer com as diferenças em relação a salario e outros quesitos, o que para nós é um total absurdo. Segundo estatísticas, as mulheres de países latino-americanos podem receber até 30% menos que os homens mesmo exercendo igual função e tendo melhor formação educação. Mas neste Março em especial aconteceu

Junto com Marielle Franco, a vereadora, também foi morto Anderson Gomes, seu motorista. A morte deles não pode ficar impune como outras tantas que já aconteceram. É muitos simples! A morte de qualquer pessoa não pode passar impune. E se matam uma autoridade, imaginem o que podem fazer com nós, pobres mortais. Para tratar desse caso, portanto, dedicamos nossa reportagem especial que traz informações sobre a vida e a trajetória política de Marielle, e também pretende informar sobre quem era Anderson Gomes. Afinal de contas, acreditamos que essas mortes também dizem respeito aos caminhoneiros e caminhoneiras. Esta edição também está repleta de muitas novidades do trecho. Você vai conferir todos os lançamentos da Intermodal South Logística, um dos maiores eventos do tipo no mundo, e que neste ano incorporou no-

O JORNAL DO AMIGO CAMINHONEIRO

CHICO DA BOLEIA vas modalidades e conceitos logísticos. Além disso, dedicamos uma matéria para apresentar a nova fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo. Totalmente automatizada, as novas instalações têm tecnologia de ponta para produzir caminhões. Uma verdadeira beleza! Esperamos que gostem! Mais uma vêz queremos agradecer a todos que nos dão uma audiência maravilhosa seja lendo nossos jornais, seja acessando nosso site ou nos acompanhando pelas redes sociais. Também agradecemos aos nossos patrocinadores que acreditam que, mais que publicidade, o importante é informar com precisão. Um abraço, Chico da Boleia Orgulho de Ser Caminhoneiro.

EXPEDIENTE ANO 07 - MARÇO - EDIÇÃO 75

TIRAGEM: 50.000 exemplares Nacional DIRETORA-PRESIDENTE: Wanda Jacheta EDITOR-CHEFE: Chico da Boleia chicodaboleia@chicodaboleia.com.br COORDENAÇÃO E REVISÃO: Larissa J. Riberti imprensa@chicodaboleia.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE: Pamela Souza marketing@chicodaboleia.com.br FOTÓGRAFOS: Matheus Augusto de Moraes Murilo de Abreu PUBLICIDADE: marketing@chicodaboleia.com.br

ATENDIMENTO E CORRESPONDÊNCIA: Av. dos Italianos, 2300 Sala 08 Prados, Itapira – SP – CEP: 13970-080 Fone: (19) 3843-5778


PAPO DE BOLEIA

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ChICO DA BOLEIA RESPONDE

ESCREVA! ENVIE SUA OPNIÃO, DICAS E SUGESTÕES

Mercedes-Benz lança Expedição Vozes do Futebol com o caminhão Atego Ação da empresa percorre o Brasil em buscas de histórias do esporte contadas pelos motoristas

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E-MAIL: chicodaboleia@chicodaboleia.com.br FACEBOOK: facebook.com/chicodaboleia

PERGUNTA

FONTE: Mercedes-Benz | FOTO: Divulgação Mercedes-Benz

Mercedes-Benz não para de inovar com ações destinadas aos motoristas. Dessa vez, a marca acaba de lançar a Expedição Vozes do Futebol, projeto que irá percorrer mais de oito mil quilômetros com o caminhão Atego para encontrar histórias dos profissionais da estrada que estejam relacionadas ao esporte.

minhão e o futebol. No ano em que teremos o campeonato mundial da modalidade, não poderíamos deixar de convocar o Atego para esse time”, diz Ari de Carvalho. “Essa ação, que está sendo realizada em parceria com a editora Abril, também faz parte do nosso mote ‘As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve’”.

“Para realizar essa expedição, escolhemos o Atego 2430, que é reconhecido no mercado por ser forte e robusto, como um bom jogador de futebol”, afirma Ari de Carvalho, diretor de Vendas e Marketing Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. “Assim como um jogador de futebol, que precisa ser robusto para não se contundir, ter fôlego e força para aguentar até o final do jogo e ser versátil para jogar em diversas posições, o Atego está mais que preparado para enfrentar essa missão, que percorrerá 15 estados brasileiros”.

Linha Atego chega ao mercado em 2018 com novidades

Estão sendo realizadas 10 paradas, onde o Atego ficará cerca de 24 horas em concessionários da marca em cada cidade. Nesse dia, os motoristas terão a oportunidade de conhecer as soluções e veículos da marca. A Expedição Vozes do Futebol chegará amanhã, 29 de março, ao seu quarto destino: Marabá (PA). Logo depois, o Atego segue viagem para Fortaleza (CE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Aracajú (SE), Vitória da Conquista (BA), Cariacica (ES) e São Gonçalo (RJ). “Para nós, é muito importante estar próximo dos motoristas e ouvir suas histórias, principalmente quando estamos falando em dois temas que movem o Brasil: o ca-

A linha Atego está trazendo para o mercado muitas novidades, derivadas do conceito ECONFORT, filosofia de desenvolvimento voltada à economia, conforto, força e desempenho no transporte de cargas. Entre as novidades para 2018 incluem-se: Pacote Robustez com bloqueio de diferencial transversal, protetor de cárter e do filtro de ar e mola traseira trapezoidal; câmbio totalmente automatizado Mercedes PowerShift para o Atego 2426 6x2; nova geração do Mercedes PowerShift para o Atego 3030 8x2; Mercedes PowerShift com auxílio de partida em rampa e sensor de inclinação de via; novo climatizador; painel de instrumentos com novas funções; piloto automático com foco em menor consumo; HSA (Hill Start Aid) – auxílio de partida em rampa; EDB (Eletronic Brake Force Distribution) – sistema de distribuição da força de frenagem; e ASR – controle de tração. Dá para acompanhar a programação e as histórias reveladas pelo hotsite exclusivo www.vozesdofutebol.com.br.

Marcos Correia: Chico sobre a lei do descanso, quem é autuado; o motorista ou o embarcador. Gera pontos na CNH? Chico da Boleia: Marcos, quem é autuado é o motorista, ou seja, quem não cumprir as resoluções 405 e 406 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) pode ter o veículo apreendido e ser multado em R$ 127,69 mais a perda de cinco pontos na carteira de habilitação. A 13.103/2015, conhecida como Lei do Motorista, determina que os motoristas têm direito a repouso diário e jornada de trabalho de no máximo 8 horas por dia, podendo ser prorrogáveis por mais 2 horas, o que visa garantir que o caminhoneiro encontre um lugar de parada adequado. A legislação também obriga a empresa contratante a remunerar o motorista acompanhante, mesmo que não esteja dirigindo, além de custear o tempo parado em fiscalizações e terminais de carga e descarga. Além disso, é vedado ao motorista profissional dirigir por mais de cinco horas e

meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário de cargas. Apesar da carga horária prevista, a lei estabelece como obrigatório um período de descanso de 30 minutos a cada seis horas na condução do veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas cinco horas e meia continuadas no exercício da condução. Para saber se o motorista está descumprindo as regras, há um aparelho obrigatório para veículos de transporte escolar, de passageiro e de carga que controla o tempo de direção e descanso. O tacógrafo, como é chamado, não pode ter alterados dados sobre a velocidade e tempo percorrido pelo veículo. Cada tacógrafo deve ter a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Por meio do diário de bordo ou ficha de trabalho, também é possível verificar o tempo que o motorista está dirigindo. Nesse caso, a fiscalização é feita em registro manual da jornada e o descumprimento da norma ocasiona infração grave, sujeita a multa e retenção do veículo. Um abraço, Chico da Boleia


FIQUE POR DENTRO

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Ypê renova sua frota com caminhões Mercedes-Benz Os caminhões foram personalizados pela montadora e adaptados para as necessidades de transporte dos produtos.

Redação Chico da Boleia | FOTO: Murilo de Abreu

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maior geração de cargas transportadas por todo território nacional. Por isso, Roberto Leoncini, vice-presidente da Mercedes-Benz, acredita que a parceria entre a empresa e a montadora tem um longo futuro pela frente.

Ypê, empresa de produtos de limpeza e higiene pessoal, recebeu os novos caminhões Actros Mercedes-Benz preparados especialmente para as suas necessidades de transporte na região. A cerimônia, foi realizada em 16 de março, nas instalações da empresa, na cidade de Amparo, interior de São Paulo.

“Temos um resultado muito alto em termos de segurança e de redução de custos com combustível e manutenção. Estamos há mais de seis meses rodando com esses primeiros caminhões e vemos que os motoristas estão adaptados e que esse produto proporciona qualidade de trabalho para eles”, afirmou.

A entrega dos caminhões foi realizada após dois anos e meio de conversas entre a Mercedes-Benz e a Ypê. Na recepção dos novos Actros 2646, estiveram presentes membros da diretoria da empresa, além de Phillip Schiemmer e Roberto Leoncini, presidente e vice-presidente da Mercedes-Benz do Brasil.

Ari Carvalho, diretor de marketing e vendas da Mercedes-Benz do Brasil, destacou que os caminhões entregues à Ypê condizem com a postura da montadora de atender às necessidades dos clientes. “Eles são a materialização do nosso lema "As estradas “Eles queriam um falam. A Mercedes-Benz caminhão personalizado, e ouve", lembrou.

Jorge Eduardo Beira, presidente do conselho da Ypê, afirmou que a compra dos caminhões terá como objetivo atender as demandas de distribuição entre cidades do interior de São Paulo, como Pedreira, Jaguariúna e Serra Negra. “Adquirimos veículos com um perfil muito específico e porque ele também é o de maior segurança disponível no mercado brasileiro. Por isso, nossa expectativa é que ele nos ajude em produtividade e na redução de custos”, frisou. Essa é a segunda remessa de caminhões desse modelo que a Ypê Amparo adquire da Mercedes-Benz. Sobre isso, Jorge destacou que os primeiros caminhões que chegaram estão sendo muito bem aceitos pelos motoristas e atenderam adequadamente as aplicações de distribuição na região.

“Quando a gente percebe a capilaridade e a imensidão logística da Ypê vemos que existe um vasto campo que nos desafia a apresentar soluções para as mais diversas necessidades da empresa. Por isso, a gente espera avançar nas oportunidades, fazendo a lição de casa a partir das conversas que temos aqui”, afirmou Leoncini.

A entrega dessa remessa de novos caminhões acontece num momento de reaquecimento para o segmento. O vice-presidente nós nos propusemos a desenacredita que em 2018 o Os Actros 2646 foram volvê-los”, lembrou. José Recche, mercado tem reagido ajustados às demandas esgerente sênior de vendas da conforme as expectativas pecíficas da Ypê a partir de Mercedes-Benz e apresentando melhoras estudos sobre as operações em termos de vendas de calogísticas executadas pela emminhões. presa. “Isso tudo gera uma venda mais eficiente e útil, e um cliente mais satisfeito que vai ganhar mais dinheiro”, destacou Carvalho.

José Recche, gerente sênior de vendas da Mercedes-Benz, explicou que esse trabalho começou há dois anos e meio através de reuniões entre a diretoria de ambas as empresas. “Eles queriam um caminhão personalizado, e nós nos propusemos a desenvolvê-los”, lembrou. De acordo com os dados divulgados, a Ypê está entre as empresas brasileiras com

“A gente continua acelerando e vamos apresentar em breve a nova fábrica, na qual consolidamos e automatizamos todas as operações em São Bernardo do Campo. Esse é o resultado desse novo momento de crescimento e acontece porque a gente acredita no potencial do Brasil”, ressaltou. Phillip Schiemer, presidente da montadora no Brasil, realizou a entrega das chaves dos caminhões. Segundo ele, esse é o resultado de um longo trabalho realizado junto à Ypê. “Nossa expectativa é que esses caminhões sirvam adequadamente para

as aplicações da empresa e que a Mercedes continue crescendo e escutando a voz das estradas”, concluiu

Conheça a Ypê A Química Amparo é uma empresa 100% brasileira. Em 06 de novembro de 1950, deu início as atividades empresariais em Amparo, no interior de São Paulo. Nessa comunidade, no caminho do “Circuito das Águas” paulista, começaram a produzir o tradicional Sabão em Barra Ypê. Sob a liderança do fundador Waldyr Beira, a empresa se desenvolveu, ganhou o mercado nacional e também passou a exportar para outros países. Impulsionados pela busca permanente da qualidade e atentos à evolução tecnológica, imprimiu-se valor à marca e conquistaram o reconhecimento dos consumidores, oferecendo produtos desenvolvidos dentro de rigorosos padrões de qualidade e eficiência. Atualmente, os produtos Ypê estão presentes em diversos lares, de todas as classes sociais, de grandes centros urbanos até nos menores municípios brasileiros. As instalações operacionais e administrativas da empresa estão localizadas em Amparo, cidade que os abrigou desde o início e contribuiu de maneira fundamental com o seu desenvolvimento. Com o processo de crescimento e expansão dos negócios, também foram construídas novas unidades em Salto/SP, Simões Filho/BA, Anápolis/GO e Goiânia/GO. A marca atua com colaboradores competentes e oferece um portifólio com diversas linhas de produtos, divididas em três categorias: limpeza da casa, cuidado com a roupa e higiene corporal.


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Por que a morte de Marielle Franco também interessa aos caminhoneiros? Vereadora eleita com mais de 46 mil votos foi assassinada juntamente com o motorista Anderson Gomes. TEXTO: Larissa Jacheta Riberti | Foto Capa: Marcelle Gebara

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ra noite de 14 de março. Quase uma semana depois da celebração do Dia Internacional da Mulher, data que levou milhares de mulheres a marcharem por seus direitos e contra a violência no Brasil e no mundo. Marielle Franco participava de uma roda de conversa com companheiras negras de militância no centro da cidade do Rio de Janeiro. Após sair do evento, a mulher de apenas 38 anos, quinta vereadora eleita com maior número de votos do Rio de Janeiro, foi alvejada com nove tiros. Quatro deles a atingiram na cabeça. Com ela estavam Anderson Gomes, motorista de 39 anos, que prestava um serviço para complementar a renda da família que é composta pela mulher e o filho; e sua assessora, que foi atingida por estilhaços mas conseguiu sobreviver. O carro da vereadora foi atacado na região do Estácio, bairro localizado entre o centro e a zona norte da cidade. A morte de Marielle e Anderson causou comoção nacional. Imediatamente foram convocados atos em memória de ambos e homenagens ao papel político e social que a vereadora cumpria. Nos dias seguintes ao seu assassinato, brasileiros e brasileiras de todas as idades tomaram as ruas de muitas cidades do país e do mundo para pedir justiça e denunciar a violência. Familiares, parentes, amigos e desconhecidos se reuniram consternados e à espera de respostas. Até o momento, no entanto, nenhuma resposta convincente do poder público explicou as verdadeiras razões da execução da vereadora. As indagações sobre o caso se

multiplicam. Porque Marielle foi executada? Qual a motivação do crime? Quem são os responsáveis? Além disso, todos se perguntam como tal crime pode acontecer numa cidade que vive uma intervenção federal com a presença de militares que deveriam garantir a paz e a segurança dos cidadãos. É verdade que nenhum de nós tem condições de responder devidamente a essas perguntas. E enquanto as respostas não chegam, várias especulações saem à luz. Mais do isso, se espalham por aí as falsas informações. Incontáveis mentiras sobre o passado de Marielle Franco foram divulgadas e compartilhadas através das redes sociais. Supostas imagens e informações de que ela estava envolvida com o tráfico e havia sido casada com um traficante. Marielle foi deliberadamente atacada pela desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que se envolveu em polêmica após publicar em rede social que a vereadora tinha sido eleita pelo crime organizado1. Posteriormente, a desembargadora assumiu não conhecer a vereadora, nem sua trajetória pessoal ou sua atuação política. Os ataques à vereadora não pararam por aí. Recentemente, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) escreveu em rede social que Marielle havia sido casada com o traficante Marcinho VP e que era usuária de drogas. O deputado ainda atacou a vereadora usando como argumento sua gravidez. Após as mentiras divulgadas por Fraga, o Conselho de Ética da Câmara instaurou processo de

cassação do mandato do deputado. Na representação colocada pelo PSOL, Fraga é acusado de quebra de decoro parlamentar e calúnia 2 . Como já foi provado, nenhuma dessas informações divulgadas de maneira muito oportunista é verdadeira. São mentiras que buscam manchar o passado da vereadora e criminalizar sua atuação política. A divulgação dessas “fake News” fez com que o partido de Marielle, o PSOL, juntamente com sua família, encaminhasse um processo de calunia e difamação contra os produtores das mentiras ao Conselho Nacional de Justiça 3. Enquanto as circunstâncias e motivações que envolvem o assassinato da vereadora não são revelados pelas investigações, Marielle morre duas vezes. Uma através das mãos dos que a executaram e dos mandantes do crime; outra através das bocas que propagam as falsas informações sobre seu passado e sua vida. É por isso que nós, na condição de veículo de comunicação, não podemos nos esquivar de falar sobre o assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes. Nessas páginas, portanto, temos o objetivo de apresentar um pouco da trajetória da vereadora e de reconstruir sua atuação política, afim de desmentir as mentiras. Temos o intuito maior de mostrar que a morte da vereadora interessa a todos e todas, inclusive aos caminhoneiros e caminhoneiras, enquanto trabalhadores e cidadãos. Interessa, por fim, a toda sociedade. Chico da Boleia e toda sua equipe lamentam profundamente a trágica interrupção

Anderson Gomes | Foto: Divugação Internet

dessas vidas. Essa reportagem é dedicada à memória de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Quem era Marielle? Quem era Anderson? Marielle Franco nasceu no complexo da Maré, um dos maiores conjuntos de favelas do mundo, que está localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Era mãe e muito querida entre parentes e amigos. Em 2005 perdeu uma amiga próxima, vítima de bala perdida. Essa e outras circunstâncias de sua vida fizeram com que Marielle se envolvesse desde muito cedo na defesa dos direitos das mulheres e dos moradores e moradoras da região da Maré. Contrariando as estatísticas, a “mareense” cursou Ciências Sociais na Puc-Rio como bolsista e conseguiu realizar o mestrado em Administração Pública na Universidade Federal Fluminense. Sua pesquisa resultou na defesa da dissertação intitulada “UPP – A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro”, em 2014 4. Em seu trabalho de mestrado, Marielle Franco defendeu que o projeto de implantação das UPPs no Rio de Janeiro revelou o “predomínio de uma política de segurança sustentada na militarização” da cidade e, sobretudo, das zonas mais pobres. Em outras palavras, isso significa que o Estado


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Fotos: Marcelle Gebara

esteve mais preocupado em agir policialmente – e desde uma lógica mercadológica do sistema liberal – do que política ou socialmente. Marielle ainda questiona o caráter “pacificador” das incursões policiais nas favelas, que começaram a acontecer desde 2008 com a tomada do Morro Dona Marta, na zona sul da cidade. Segundo a pesquisadora, a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora atendeu à uma política de embelezamento da cidade para os grandes eventos que aconteceram em 2014 e 2016. Por isso, tal projeto de segurança pública teve diferentes características a depender da favela, respondendo a um claro corte social que privilegiou zonas nobres da cidade em detrimento de comunidades periféricas e afastadas do centro e das regiões turísticas. A pesquisadora também questionou o despreparo dos policiais militares lotados nessas unidades e a violência de atuação do BOPE. Em sua dissertação, Marielle apresenta dados e estatísticas sobre as favelas no contexto da “pacificação”, que revelam a perseguição e criminalização de moradores, o desaparecimento de pessoas e incluem a morte de policiais em confronto. Sobre isso, a pesquisadora escreveu: “A abordagem das incursões policiais nas favelas é substituída pela ocupação do território. Mas tal ocupação não é do conjunto do Estado, com direitos, serviços, investimentos, e muito menos com instrumentos de participação. A ocupação é policial, com a caracterização militarista que predomina na polícia do Brasil. Está justamente aí o predomínio da política já em curso, pois o que é reforçado mais uma vez é uma investida aos pobres, com repressão e punição”. A autora ainda conclui: “Decididamente,

o Estado cumpre um papel de agente para o mercado e não agente de cidadania. Existe negligência e abandono desses territórios, de modo que grupos criminosos armados – o tráfico ou as milícias – acabam por impor a sua própria ordem, seja com a complacência ou com a indiferença do conjunto da cidade”. Desde essa época, portanto, Marielle estudou a questão da segurança pública do Rio de Janeiro e conhecia os interesses financeiros e políticos por trás da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora. Atualmente, o que se pode verificar é que, após anos de implantação, as UPPs não atingiram seu objetivo principal. Tal ineficácia, foi acompanhada da formação das milícias, da corrupção policial e do desvio de verbas. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2017 foram registradas 6.731 mortes violentas, o que representa uma taxa de 40 mortes violentas por 100 mil habitantes. Os dados ainda revelam que a letalidade policial praticamente triplicou nos últimos 4 anos. Em 2017, se verificou a maior taxa de homicídios causadas pela intervenção policial nos últimos nove anos. Os números são assustadores: de acordo com o ISP, 2017 foi o ano em que se verificou a maior taxa de homicídios decorrentes de intervenção policial nos últimos nove anos. Foram 1.124 mortos pela polícia no ano passado5. As consequências dessa violência cotidiana eram a base do trabalho da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, presidida pelo então vereador Marcelo Freixo (PSOL). Nela, Marielle atuou por 9 anos e auxiliava na atenção a familiares de vítimas dos confrontos em favelas da cidade e do estado. Dentre as funções desempenhadas por ela e pela Comissão, estava o acompanhamento

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CHICO DA BOLEIA psicológico das vítimas e a assessoria jurídica para o encaminhamento das investigações.

denominar-se, não havia sido eleita pela favela e sim por outras zonas eleitorais da cidade do Rio de Janeiro.

Em abril do ano passado, Marielle publicou em rede social uma foto ao lado da mãe de Maria Eduarda, uma jovem de 13 anos que havia sido morta dentro do pátio da escola que estudava, na favela de Acari, região norte do Rio de Janeiro. A vereadora escreveu na ocasião: “O Estado precisa se responsabilizar por essas mortes. Está claro que esse tipo de operação não funciona. Não param de morrer moradores e policiais. É urgente pensarmos em outra política de segurança pública.”

Essas informações não deixam de ser verdadeiras, já que imediatamente após as eleições de 2016 elas estavam disponíveis no site do Tribunal Regional Eleitoral7. No entanto, tal discurso começou a ser amplamente divulgado com o intuito de manchar a trajetória de Marielle.

Marielle também trabalhou no atendimento as famílias de policiais militares mortos nesses conflitos. A prova disso é o recente depoimento concedido por Rose Vieira, mãe do policial civil Eduardo Oliveira, que morreu baleado em 2012. "A Marielle foi imbatível, foi muito importante no caso do meu filho", disse Rose em reportagem publicada pelo site G16. Na mesma reportagem, o ex-comandante da Polícia Militar, Íbis Pereira, que trabalhou diretamente com Marielle nos casos de policiais mortos em operações nas favelas, rebate as críticas que a vereadora tem sofrido por parte daqueles que insistem em dizer que ela “defendia bandido”. "Ela fazia essa ponte para que a comissão pudesse auxiliar as famílias. Um trabalho muito grande no amparo, procurando agilizar na recepção de proventos, benefícios ou aposentadoria. É um trabalho silencioso e muito bonito que as pessoas, na maioria, ignoram", destacou. Depois de quase uma década de trabalho na Comissão, Marielle se candidatou a vereadora em 2016. Seus comícios foram realizados ao lado de Marcelo Freixo, então candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Ao final do processo eleitoral, Marielle recebeu cerca de 46 mil votos, sendo a quinta vereadora mais votada da cidade. Logo após o seu assassinato, uma parte dos veículos de comunicação publicou reportagens afirmando que Marielle, “a cria da Maré”, como ela gostava de auto

O oportunismo escancarado dessas publicações, portanto, esbarra no fato de que a vereadora nunca disse publicamente que havia sido eleita pela favela. Ou seja, Marielle nunca reivindicou que seus eleitores eram favelados. O que ela fez em vida foi colocar em prática um plano de atuação que defendia os interesses e os direitos dos moradores e moradoras dessas regiões. Isso era o que Marielle vinha fazendo incansavelmente. Em 14 meses de mandato, a vereadora apresentou 13 projetos de lei8. Dentre eles, estava o projeto que prevê assistência técnica pública e gratuita para os projetos e construções de habitações para famílias de baixa renda, um assunto que interessa diretamente as populações que vivem em áreas de risco e em moradias irregulares. Recentemente, ela também havia conseguido a aprovação de seu projeto de lei que prevê a construção de novas casas de parto e centros de parto normal ligados a hospitais públicos.


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progressistas, que lutava pelos direitos de mulheres, trabalhadores, negros e homossexuais. Que denunciou a violência contra a população marginalizada e contra policiais. Que questionou interesses políticos e empresariais e incomodou grande parte da classe política conservadora que hoje ocupa as cadeiras do legislativo do Rio de Janeiro.

Antes de morrer, Marielle se tornou relatora de uma Comissão Representativa da Câmara de Vereadores criada com o objetivo de acompanhar a intervenção federal na segurança pública do estado. Sobre esse trabalho, é importante frisarmos que Marielle vinha denunciando as violências cometidas por policiais contra a população civil em regiões de confronto com o narcotráfico. No início de março, logo após integrar a Comissão, a vereadora escreveu em sua rede social: "Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior". Nessa publicação, Marielle se referia a morte de dois jovens na favela de Acari. De acordo com os moradores da região, os rapazes foram jogados em um valão e os policiais militares do 41° BPM, considerado o mais “letal” do Rio de Janeiro, invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram a população9. Vale lembrar que o mesmo local também foi palco da morte de Maria Eduarda, a estudante de 13 anos já citada nesta reportagem. Ao longo de sua curta trajetória política, portanto, Marielle denunciou uma série de arbitrariedades e violações. Também denunciou a violência do narcotráfico e das milícias nas favelas que afetava a moradores e policiais militares e civis. Denunciou o descaso público com a vida dos favelados. Denunciou a corrupção e os desvios de verbas na instalação de políticas de segurança pública pouco efetivas. Apoiou familiares de vítimas, tanto civis quanto policiais, e escutou seus testemunhos. Além disso, seu programa de atuação política incluía a defesa dos trabalhadores, das mulheres, dos homossexuais, dos negros e dos periféricos.

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Foto: Clarice Lissovsky

Anderson Gomes era motorista de Marielle. Casado e pai do bebê Arthur, Anderson não era o alvo dos que mataram a vereadora. Anderson era um trabalhador, pai de família, que estava no lugar errado e na hora errada. Nada disso, no entanto, minimiza o fato de que sua morte é fruto de um assassinato premeditado e executado; produto de um crime político. E apesar de pouco se falar de sua vida, não é verdade que não se lamenta sobre sua morte. Nos atos que ocorreram após seu assassinato e o de Marielle, os manifestantes pediram justiça pelos dois casos. Nenhuma morte, portanto, se sobrepôs à outra ou foi mais “valorizada”. Sendo assim, não é verdade o que se propaga em alguns veículos de comunicação que sugerem, com muito oportunismo, que os clamores por justiça ouvidos nas várias manifestações eram apenas pela vereadora. Em recente entrevista publicada pelo site da Band, Ágatha disse que seu esposo, Anderson, havia começado a trabalhar recentemente como motorista através de um aplicativo. Segundo ela, era um rapaz muito querido por todos e que preferia trabalhar a noite para poder ficar com o filho durante o dia10. É ainda pouco o que sabemos sobre a vida

e a trajetória de Anderson Gomes, mas sabemos que ele era trabalhador e cidadão. Sua vida tinha valor como a de qualquer outra pessoa, independente de seus precedentes. Ele e Marielle são partes de um mesmo crime, ainda sem solução. E se Marielle é a parte política desse crime, Anderson é a parte social, pois representa todos os homens e mulheres, moradores das favelas ou não, que são vítimas da violência diária e da falência do sistema de segurança público do Rio de Janeiro.

Por que a morte de Marielle e Anderson interessa a caminhoneiros e caminhoneiras? A equação é simples! A morte de Marielle e Anderson interessa aos caminhoneiros e caminhoneiras porque é o retrato de uma sociedade que vive sob o fenômeno da violência. É a evidência de uma política de segurança pública falida e do descaso com o sofrimento da população civil. É a consequência de uma intervenção federal que não consegue minimizar o conflito nas favelas, nem impedir o crescimento das milícias e as disputas territoriais entre facções criminosas. A morte de Marielle Franco foi um crime político. Foi a execução deliberada de uma vereadora que tinha projetos políticos

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MAX, Diego. “Sem provas, desembargadora diz que Marielle foi eleita pelo CV”. Exame. 17 de março de 2018.

2

BOLDRINI, Angela. “Processo de cassação contra Fraga por ofensas a Marielle é instaurado”. Folha de São Paulo. 03 de abril de 2018.

Marielle era uma voz dissidente, contrária às arbitrariedades e ilegalidades do sistema público. Defendia pautas e projetos políticos ignorados por grande parte dos representantes do legislativo. Suas agendas dizem respeito as nossas vidas, a de nossos filhos, pais, irmãos, amigos e colegas de trabalho. Anderson Gomes era um trabalhador, motorista particular. Um trabalhador autônomo como a maioria dos leitores e leitoras desse jornal. Era marido, pai e amigo. Era um cidadão com direitos que deveriam ser assegurados pelo poder público e por seus representantes. A morte de Anderson não foi política, mas foi a consequência direta de um Estado que não consegue resolver política e socialmente o problema da insegurança e da violência. Resultado de uma sociedade onde as forças extraoficiais, como o narcotráfico e as milícias, controlam o cotidiano da população. E fruto de um poder público que se omite e permite que tais atrocidades continuem acontecendo. Por essas razões, a morte de Marielle e Anderson interessa a todos nós! É nosso dever questionar como um estado sob intervenção federal permite a execução de uma vereadora. Onde estão as explicações do Estado sobre esse crime? Porque instituições como o Ministério Público, dentre outras, até agora não se pronunciaram sobre o caso? Enquanto as respostas não chegam, lutemos para que Marielle e Anderson continuem presentes!

3 TEIXERA, Fábio. “Irmã de Marielle entra com ação na Justiça para retirar vídeos com fake news sobre vereadora”. O Globo. 22 de março de 2018. 4 O trabalho de Marielle Franco pode ser encontrado em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/2166/1/Marielle%20Franco.pdf 5 Os dados podem ser consultados em: http://www.ispdados.rj.gov.br 6 BARREIRA, Gabriel. “Mãe de policial assassinado relembra ajuda de Marielle Franco no caso: 'Foi imbatível'”. G1. 17 de março de 2018. 7 Os dados sobre a quantidade de votos dos vereadores do Rio de Janeiro por zona eleitoral podem ser acessados através do site do TRE-RJ: http://www.tre-rj.gov.br/site/eleicoes/2016/index.jsp# 8 Eles podem ser consultados em: http://www.camara.rj.gov.br/index_principal.php?m1=home 9 O DIA. “Denúncias de morte de jovens e truculência policial em Acari”. 11 de março de 2018. 10

BAND. “Ele era querido por todo mundo, diz mulher de Anderson Gomes”. 18 de março de 2018.


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xiste um amplo debate acadêmico, jurídico e político sobre o que são os direitos humanos e como eles devem ser aplicados. De acordo com a Organização das Nações Unidas “os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”.

e acordo com as pesquisadoras Alba Zaluar e Isabel Conceição, o termo milícia tem sido atualmente utilizado no Brasil para se referir a grupos formados por policiais e ex-policiais, em sua maioria militares, bombeiros e agentes penitenciários, todos com formação militar, que passam a exercer funções de “segurança” em determinadas localidades.

Eles são um conjunto de leis que visam garantir o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, ao acesso ao sistema jurídico. Em suma, os direitos humanos têm a ver com o direito do exercício da cidadania, sem distinções. Sem a garantia desses direitos não podemos ir à escola, trabalhar, ter acesso à transporte, lazer e cultura. Não temos direito ao voto e tampouco o direito de ir e vir assegurado. É por isso que todos nós, homens e mulheres, de qualquer idade, precisamos desse conjunto de leis. Para garantir que tenhamos acesso mínimo aos mecanismos, estruturas e serviços para a nossa existência e sobrevivência. Ultimamente, muito se tem falado em “direitos humanos para humanos direitos”. Essa frase contém um “mal de origem”, já que a própria concepção de direitos humanos não faz distinções morais, religiosas ou culturais entre o que se entende por “bom e mau”.

Tal fenômeno é resultado direto das políticas de segurança pública mal sucedidas do Estado. Esses grupos, ao contrário de garantir a segurança dos locais que se propõem a vigiar, passam a explorar o comércio e a controlar a distribuição de serviços como água, luz, TV a cabo, gás e o contrabando de mercadorias. Em geral, isso acontece em regiões de vulnerabilidade como as favelas e periferias de grandes cidades.

Assim, é de suma importância sabermos que os direitos humanos são direitos inalienáveis e, sobretudo, regulam o igual acesso a um conjunto de leis que deve garantir que qualquer pessoa, independente do fato de ter cometido uma transgressão – um roubo, um assassinato, por exemplo – possa ser justamente julgado e condenado pelos seus crimes.

O resultado da existência dessas milícias é a disputa territorial com outras facções criminosas em nome do controle comercial e econômico das regiões, seja em relação à venda de mercadorias, seja em relação ao tráfico de drogas. Esses conflitos geram um aumento indescritível da violência e o acuamento das populações.

Historicamente, sociedades que não aplicam corretamente esse conjunto de leis apresentam um crescimento no índice de violência, desigualdade e exclusão social. Sem os direitos humanos, portanto, a sociedade fica vulnerável aos extremismos, intolerância e preconceitos. Em outras palavras, ficamos à mercê da barbárie.

Atualmente, as milícias são responsáveis por mortes de civis e policiais, bem como perseguição, ameaças e desaparecimento de corpos. Além disso, a atuação desses grupos gera desconfiança no trabalho de policiais militares e civis que ficam marcados por uma percepção generalizada da população que os vê como necessariamente corruptos e ineficientes.

“São os que têm ou tiveram a função de garantir o cumprimento da lei, mas agem ao arrepio da lei, contra a lei, não só para fazer da segurança um negócio lucrativo, mas também para explorar, em muitos outros empreendimentos, os mais vulneráveis entre os trabalhadores.”, escrevem Zaluar e Conceição sobre as milícias.


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CIRINO E LOSACCO VENCEM NA ABERTURA DA COPA TRUCK EM CASCAVEL Melhor, impossível! A Copa Truck iniciou a temporada 2018 com a primeira etapa da Copa Sul em Cascavel com duas corridas eletrizantes que premiaram Wellington Cirino e Giuliano Losacco. FONTE: Copa Truck | FOTO: Divulgação Copa Truck

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epois de uma disputa eletrizante na maior parte da corrida 1 com Felipe Giaffone, Cirino se beneficiou de um problema no câmbio do carro do atual Campeão das Copas para levar a melhor e vencer. Mesmo com o truck debilitado, Giaffone conseguiu salvar um segundo lugar, enquanto Beto Monteiro subiu ao pódio da disputa inicial. Já a prova 2 viu Losacco herdar a posição de honra após a dona original, Débora Rodrigues, ter sido forçada a largar do fundo do grid por manutenção após a bandeirada. Na partida, um acidente coletivo causou alvoroço na curva do Bacião, envolvendo gente graúda como Renato Martins. Alheio aos problemas, Losacco dominou toda a disputa, recebendo uma enorme pressão no fim de Cirino, mas conseguindo sustentar a ponta. André Marques, Débora Rodrigues e Witold Ramasauskas completaram o segundo pódio. Como resultado, Cirino começa a Copa Sul como líder do campeonato. “Foram duas boas corridas, uma vitória e um segundo lugar com belas disputas com o Giaffone e o Losacco. Esse ano eu sei que vou ser competitivo e vou passar o ano inteiro pensando no campeonato. Eu tenho certeza que vou terminar o ano bem”, comenta Cirino. “A segunda corrida o caminho tava equilibradinho, ficou bom da primeira pra segunda. Vim naquela tocada sem errar nada, mas nas últimas voltas o freio ficou duro e o Cirino chegou em mim. As últimas três vol-

tas foram de um sofrimento só, mais uma volta e ele me passava. Estou muito feliz, a categoria me recebeu de braços abertos e espero seguir o ano inteiro aqui. Eu jamais esperava nem nos meus sonhos em vencer. Eu pensava em pódio, mas não em vitória. Mas deu certo. Estrear com vitória é nota 10!”, celebra Losacco. A próxima rodada dupla, que define o campeão da Copa Sul, acontece no dia 14 de abril no charmoso circuito de Guaporé, no Rio Grande do Sul.

CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO DE PILOTOS:

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Transportadora deve recolher previdência para caminhoneiros autônomos

Colaboradores da Concessionária Irmãos Davoli conhecem a fábrica da Mercedes-Benz

STJ declarou a validade da contribuição à seguridade social pelas empresas, relativa a 20% do valor do frete

Redação Chico da Boleia | FOTO: Murilo de Abreu

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FONTE: Globo Rural | FOTO: Divulgação Internet

Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou a validade da contribuição à seguridade social feita pelas empresas de transporte, relativa à remuneração dos condutores autônomos de veículo rodoviário, no percentual de 20% do valor bruto do frete ou carreto. O STJ reconheceu a legalidade do artigo 201, parágrafo 4º, do Decreto 3.048/99 e da Portaria MPAS 1.135/01. Segundo o STJ, a empresa de transportes alegava a ausência de fundamentação capaz de justificar a cobrança da contribuição relativa aos caminhoneiros autônomos ou, alternativamente, buscava a fixação do recolhimento no percentual de 11,71%. “Todavia, o colegiado acolheu recurso especial da Fazenda Pública e reconheceu os normativos que preveem a contribuição de 20%”, diz em nota. No mandado de segurança que originou o recurso, a empresa sustentou que, para execução de sua atividade, ela utilizava veículos conduzidos por empregados registrados e também por profissionais autônomos, aos quais repassava os valores relativos à execução do serviço recebidos dos proprietários das mercadorias. A transportadora pedia a declaração de inconstitucionalidade do Decreto 3.048/99 e da portaria editada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Esclarecimento Em primeira instância, o magistrado jul-

gou improcedente o pedido da empresa. Com base no Decreto 4.032/01 – que incorporou as disposições da Portaria MPAS 1.135/01 e do Decreto 3.048/99 –, o juiz considerou legítima a regulamentação da base de cálculo da contribuição social devida pelas empresas tomadoras dos serviços prestados pelo transportador autônomo. A sentença foi reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O tribunal considerou que “violaria o artigo 22, inciso III, da Lei 8.212/91 a fixação, por ato infralegal, da base de cálculo devida pela empresa sobre a remuneração paga ao transportador autônomo, em desconformidade com o valor efetivamente pago pelos serviços, comprovado por contrato, recibo ou outro instrumento representativo da operação”. Em análise do recurso especial da Fazenda Pública, o ministro Og Fernandes destacou que, em julgamentos como o do REsp 1.487.224, o STJ já reconheceu a legalidade do artigo 201, parágrafo 4º, do Decreto 3.048/99 e da Portaria MPAS 1.135/01. Segundo o ministro, a legalidade foi reconhecida sob o fundamento de que os atos foram editados apenas para esclarecer no que consiste a remuneração do trabalhador autônomo, sobre a qual deverá incidir a contribuição previdenciária, ressalvada a sua não incidência apenas no prazo nonagesimal”.

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Concessionária Irmãos Davoli de Mogi Mirim proporcionou a alguns colaboradores, uma visita até a fábrica da montadora em São Bernardo do Campo, na segunda-feira dia 19. Assim que chegaram, os visitantes tomaram um coffee break e se dirigiram à sala de exibição do Espaço Mercedes, um local especialmente dedicado a eventos, recepções e apresentações. O grupo foi então encaminhado para o início da visita da linha de produção e montagem. Feito em duas etapas, o percurso começou na produção dos motores, parte da

fábrica na qual é possível acompanhar e conhecer todos os passos da fabricação de um motor Mercedes-Benz. Após o recorrido, os visitantes foram levados até o refeitório para desfrutar do belo almoço oferecido pela fábrica. Os visitantes ficaram encantados com a finalização da montagem de um caminhão, que é feita desde a inserção das peças do veículo como tanque, pneus e freios no chassi, até a colocação do motor e da cabine já equipada com painel, volante e outros assessórios.


DE BOA NA BOLEIA

Placas de veículos no padrão do Mercosul, são suspensas Novo modelo estava previsto para valer a partir de 1º de setembro, após dois adiamentos. Em vídeo, diretor do Denatran diz que atendeu a pedido de empresas que estampam placas. FONTE: G1 | FOTO: Divulgação

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Conselho Nacional de Trânsito (Contran) suspendeu por 60 dias a resolução sobre o novo padrão de placas de veículos do padrão Mercosul, previsto para começar a valer a partir de 1º de setembro próximo. As placas do padrão Mercosul foram anunciadas em dezembro de 2014. Elas já são usadas na Argentina e no Uruguai, e deveriam ter entrado em vigor no Brasil em janeiro de 2016, mas o prazo já foi adiado duas vezes. A decisão de implantar a partir de setembro foi divulgada no dia 8 de março, valendo primeiro para os carros novos e as transferências. Para os usados, o prazo para troca era até 2023. Motivo da suspensão Em vídeo divulgado pelo Ministério das Cidades, o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maurício Alves, diz que o cronograma foi suspenso atendendo a pedido das empresas que estampam as placas. "Resolvemos criar um grupo de trabalho especificamente para analisar as reinvindicações e dar a segurança jurídica para que a categoria continue", disse o diretor do Denatran. Ele não explica quais são essas reivindicações. De acordo com o órgão, este grupo de trabalho irá estudar as regras da resolução. Caso chegue a uma conclusão antes de 60 dias, a suspensão pode ser derrubada antecipadamente. Por outro lado, ela também pode ser prorrogada por mais 2 meses, se o grupo achar necessário.

Investigação do Ministério Público Na semana passada, um inquérito foi aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas para apurar supostas irregularidades na resolução que determina a implantação das placas do Mercosul no Brasil. O objetivo, de acordo com o MPF, é apurar se foram cometidas irregularidades em benefício de determinadas empresas de emplacamento e em prejuízo dos consumidores. O MPF entende que "a troca de placas resulta em relevantes gastos para os proprietários de veículos e consequente lucro para um seleto grupo de empresas". E que a simples troca das placas, sem a adoção de um sistema interligado entre os Estados-membros do Mercosul, que integre de forma efetiva os países, "não alcançará os objetivos de facilitar a fiscalização, coibir adulteração de placas e roubo de veículos e propiciar livre circulação entre os países que fazem parte do bloco". Vai e vem de medidas A implantação das placas é a segunda medida colocada em suspense pelo Contran nos últimos dias. Na última sexta-feira (19), o órgão divulgou que passariam a ser exigidos um curso e uma prova para a renovação da Carteira de Habilitação (CNH), entre outras medidas. O governo voltou atrás na decisão 1 dia depois, anunciando a revogação da resolução.

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Mercedes-Benz inicia uma nova era rumo à Indústria 4.0 no Brasil Fábrica de São Bernardo do Campo passa a contar com uma das mais modernas linhas de montagem de caminhões do mundo FONTE: Mercedes-Benz | FOTO: Divulgação

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Mercedes-Benz dá um passo gigantesco e histórico rumo à implantação do conceito de Indústria 4.0 no Brasil. A Empresa inaugurou no dia 27 de março, em sua fábrica de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, uma linha completamente nova de montagem de caminhões. “Em mais uma conquista pioneira no país, somos o primeiro fabricante de veículos comerciais a inaugurar uma linha de montagem de caminhões inovadora, no rumo da Indústria 4.0. Ou seja, já estamos vivendo o futuro”, ressalta Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil & CEO América Latina. “Novamente, estamos revolucionando a história da indústria automobilística brasileira. A quarta revolução industrial chega, então, ao segmento de caminhões no Brasil por meio da nossa marca”. A tecnologia digital, a hiperconectividade, dados na nuvem e a Internet das Coisas, elementos da Indústria 4.0, já são realidade na Mercedes-Benz do Brasil. Na nova linha de produção, os colaboradores estão no comando das tecnologias, obtendo altos padrões de qualidade e produtividade, além da maior flexibilidade para atendimento às demandas dos clientes. Investimento de R$ 500 milhões numa das mais modernas fábricas de caminhão do mundo A nova linha de montagem faz parte de um investimento de R$ 500 milhões aplicados pela Empresa desde 2015. Foram

Ganhos de produtividade e qualidade no trabalho para o colaborador três anos de construção de um prédio totalmente novo que concentra a montagem de caminhões, dos leves aos pesados, e a logística de peças, num sistema moderno, integrado e inteligente de produção. “Depois de anunciar os R$ 500 milhões na fábrica, chegou a hora de entregarmos essa linha para nossos colaboradores e também para os nossos clientes, que contarão com produtos fabricados com a mais alta tecnologia. Aliás, as tecnologias inovadoras da indústria 4.0 serão expandidas a todos os nossos processos produtivos, como às linhas de agregados (motores, câmbios e eixos) e à fabricação de chassis de ônibus em São Bernardo do Campo, como também à planta de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde produzimos cabinas e os caminhões Actros”, diz Philipp Schiemer. “Tudo isso está programado dentro do investimento de R$ 2,4 bilhões que anunciamos recentemente para os próximos cinco anos, até 2022”. Além de revolucionar a indústria de veículos comerciais no País, a nova linha de montagem é inovadora também para o Grupo Daimler. “Está nascendo aqui uma das mais modernas fábricas de caminhões do Grupo Daimler”, afirma Philipp Schiemer. “Com o investimento em nossa Fábrica 4.0, reafirmamos a confiança da Empresa na retomada do crescimento econômico do Brasil e na sustentabilidade do mercado de veículos comerciais”.

A nova linha de montagem de caminhões já traz, inclusive, ganhos para a Empresa. “Ela é 15% mais eficiente em termos de produção do que a anterior”, diz Philipp Schiemer. Além disso, alcançaremos 20% de ganho de eficiência logística, graças a exemplos como a redução de armazéns de peças de 53 para 6, ao aumento do percentual de entrega de peças diretas na linha de 20% para 45%, e à redução do armazenamento de componentes de 10 dias para no máximo 3 dias. Tudo isso se traduz em maior agilidade, eficiência e produtividade e nos deixa muito entusiasmados frente a muitos outros ganhos que ainda temos a somar com a evolução constante dessa nova fábrica”. Outro aspecto muito importante, que merece total reconhecimento, é que os próprios colaboradores tiveram participação decisiva na concepção do ambiente de trabalho da nova linha de montagem de caminhões, que oferece melhor ergonomia e segurança, trazendo reflexos muito positivos em produtividade. Alta tecnologia traz inovação para toda a linha de montagem A inovadora linha de montagem de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil chama a atenção pelo diversificado universo de equipamentos, ferramentas e tecnologias de última geração, totalmente conectados. A alta tecnologia aplicada por toda linha permite, por exemplo, disponibilizar dados em tempo real para diversas áreas da fábrica.

Entre os avançados recursos tecnológicos destaca-se um App móvel que permite acompanhar 100% da produção da nova linha de caminhões pelo celular. Essa ferramenta tem interface com a planta de Juiz de Fora e com diversas áreas de São Bernardo do Campo. Além disso, também terá com as demais fábricas de caminhões do Grupo Daimler. “Todos os dados gerados pelo aplicativo e por equipamentos como as apertadeiras eletrônicas e os AGVs (Automatic Guided Vehicle ou Veículos Guiados Automaticamente), estão sendo armazenados na nuvem com a inteligência do Big Data. Através desses dados, utilizando de recursos Analytics, podemos monitorar a qualidade de todos os nossos produtos, detectar qualquer falha e até casar as informações de Vendas com nossos sistemas de produção para flexibilizar cada vez mais nosso mix de produtos”, explica Carlos Santiago, vice-presidente de Operações da Mercedes-Benz do Brasil. Entre os diferenciais tecnológicos dessa nova linha de montagem de caminhões incluem-se: Mais de 60 AGVs, mais de 100 apertadeiras eletrônicas, mais de 40 monitores de TV que dispensam papeis na orientação aos montadores em cada estação de trabalho, modernas impressoras 3D e, em breve, óculos de realidade aumentada. Na logística de peças, destacam-se novas empilhadeiras com câmeras que orientam toda a movimentação e sensores luminosos nas prateleiras de estoque que monitoram a entrada e a saída de materiais.



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INTERMODAL 2018 INOVA COM NOVOS CONCEITOS EM LOGÍSTICA E GESTÃO DE TRANSPORTE Evento aconteceu em São Paulo e reuniu mais de 400 expositores nacionais e internacionais, além de promover debates sobre diversos assuntos da cadeia logística. Redação Chico da Boleia com informações de Conteúdo Empresarial Assessoria. FOTOS: Murilo de Abreu

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ntre os dias 13 e 15 de março aconteceu a 24ª edição da Intermodal South America, tradicional feira internacional de logística. Neste ano, o evento apresentou o novo slogan “O mundo em movimento”, que revela a incorporação de novos segmentos da cadeia de logística.

blockchain e muito mais. Além disso, o novo local, São Paulo Expo, proporcionou aos nossos expositores e visitantes mais qualidade de acesso e estacionamento em um pavilhão moderno”, explicou o diretor do portfólio de infraestrutura da UBM Brazil, Renan Joel.

A grande novidade da Intermodal 2018 foi a inclusão de empresas relacionadas às operações da armazenagem, distribuição e dos condomínios logísticos, entre outros segmentos da intralogística, no seu escopo de expositores. O objetivo principal foi apresentar aos visitantes uma oferta mais consistente e diversificada de soluções tecnológicas aplicadas ao completo gerenciamento da produção, armazenagem e distribuição dos mais diversos tipos de carga.

Outra novidade da edição de 2018 é a realização da Conferência Nacional de Logística (CNL), organizada pela Associação Brasileira de Logística (Abralog). A Conferência reuniu embarcadores, operadores logísticos e transportadoras para discutir sobre tendências, desafios e oportunidades para os atuais desafios da cadeia de suprimentos. Dentre os palestrantes, estiveram nomes internacionais como Zal Phiroz, professor da Universidade de Harvard; Carlos Roig, professor da ESADE Business School; e Yossi Sheffi, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

O evento ainda contou com uma nova e exclusiva área para empresas de TI, com soluções de tecnologia, softwares, segurança para logística, entre outros. E para demonstrar como as últimas novidades da indústria estão sendo aplicadas atualmente, foram promovidas visitas técnicas, para grupos de até 40 pessoas por vez, em algumas plantas e empresas parcerias do evento. “Realizando a feira em março, conseguimos antecipar o ciclo de negócios na área de logística e ficamos melhor ajustados aos calendários nacional e internacional. Buscamos incrementar a oferta existente na feira, pensando na demanda do mercado por soluções com tecnologias como: a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial,

Chico da Boleia conferiu de perto todas as novidades da 24ª edição da Intermodal South America e conversou com alguns participantes do evento. Entre eles estava o Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Mauricio Quintella Lessa, que durante a conversa, ressaltou a importância de feiras como a Intermodal. “Essa é uma das três maiores feiras desse tipo do mundo. Nós temos aqui mais de 400 marcas de 22 países, ou seja, é uma grande oportunidade para a realização de negócios nesse atual momento no Brasil”.

De acordo com o atual representante do governo, o momento é de retomada econômica para o país, o que significa um reaquecimento para o setor. As atuais mudanças estão gerando, segundo Lessa, condições para que investidores voltem a confiar no potencial econômico do Brasil. “A expectativa é que tenhamos um crescimento ainda maior este ano, e um crescimento sustentável. Temos previsto novamente um recorde da nossa safra, além do que outros setores estão experimentando crescimento como o ferroviário, o marítimo e o aéreo”, defendeu o Ministro. Chico da Boleia também teve a oportunidade de conversar com o senador Wellington Antônio Fagundes (PR-MT), membro da Frente Parlamentar de Logística, quem destacou pontos positivos do evento. “A organização da Intermodal tem se especializado cada vez mais e mostrado sua força. Mostrado também que o Brasil é um país de oportunidades. A logística, especialmente, é uma área que exige muito investimento, por isso que um evento desse porte é importante, para trazer parcerias público-privadas”, afirmou.

Expositores Com mais de 400 expositores, a 24ª edição da Intermodal South America apresentou conceitos inovadores, como intralogística (otimização de espaços e processos dentro do próprio local de armazenagem), internet das coisas, inteligência artificial e novas tecnologias de transporte. A Repom, especializada em soluções para o transporte rodoviário de cargas brasileiro, como pagamento e recebimento de frete, foi uma das empresas que expôs seus produtos e serviços no evento. Chico da Boleia visitou o estande da marca e conversou com Thomas Gautier, Diretor Executivo, quem destacou a celebração dos 25 anos da Repom e das suas operações junto aos caminhoneiros e transportadoras no Brasil. “A Intermodal 2018 é a nossa oportunidade de lançar duas novas soluções. A primeiro é uma nova plataforma de gestão de frete para nossas clientes transportadoras. E a segunda é uma gestão de pedágio eletrônico, um produto que lançamos no mercado no final de janeiro e que teve uma boa


ENTRETENIMENTO aceitação até agora”, afirmou Gautier. Para o Diretor Executivo, os 25 anos da Repom mostram que o bom relacionamento com o cliente sempre foi a principal preocupação da marca, e isso se reflete na atenção e no investimento em inovação de soluções. Atualmente, a empresa tem cerca de meio milhão de caminhoneiros operando com seus produtos. Gautier ainda falou sobre o “Clube da Estrada”, um produto voltado para os caminhoneiros que estão atuando nas estradas. “Trata-se de um espaço como os que vemos nos aeroportos, que são cedidos pelas grandes marcas. E a ideia é fazer com que os caminhoneiros se sintam em casa, agregando valor nesses diferentes locais. Atualmente temos 10 operando e outros 10 em implantação, mas a nossa meta é instalar oitenta espaços do Clube da Estrada”, concluiu.

Outra empresa que participou da Intermodal foi a Prosegur, que atua na área de transporte de valores. O Gerente Marcel Favoretto explicou que o objetivo da presença da empresa nesse tipo de evento foi, além de apresentar soluções, debater questões relacionadas ao serviço prestado pela marca. “Estamos aqui para escutar dos nossos clientes suas necessidades e verificar as tendências de mercado. É uma estratégia para o nosso crescimento.”, afirmou. Dentre as novidades apresentadas pela Prosegur, esteve o Rodotrem MercedesBenz, para transporte de cargas de valores como produtos farmacêuticos e eletroeletrônicos. “Com a apresentação desse caminhão esperamos agregar novos tipos de produtos aos que já estamos habituados a transportar, e também atender as novas necessidades dos nossos clientes”, finalizou Marcel.

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