67ª Edição Nacional – Jornal Chico da Boleia

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Ano 06 - Edição 67 - Julho de 2017

Prorrogado prazo para adequação a novas regras do transporte de produtos perigosos ANTT exigirá cumprimento de nova resolução a partir de dezembro deste ano Pág. 03 Mercedes-Benz Axor é o maior caminhão blindado da América Latina Modelo ganhou configuração especial para transporte de cargas valiosas, oferecendo 175 metros cúbicos de capacidade de carga na versão cavalo mecânico 8×4 com bitrenzão Pág. 04 Chico da Boleia entrevista cantor Daniel

CAMINHONEIRO, CARRETEIRO, MOTORISTA Preocupações com segurança, legislação e atenção no trânsito são temas recorrentes na vida de quem optou por trabalhar como motorista, figura essencial no cenário econômico do país.

Chico da Boleia esteve presente na 38ª Feira do Carreteiro realizada em Aparecida do Norte, e conversou com o cantor Daniel. Confira a entrevista. Pág. 14


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EDITORIAL

MEIO ANO JÁ SE FOI

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ompanheiros e Companheiras do trecho aconteceu o que não queríamos e torcíamos para não acontecer, a FÓRMULA TRUCK suspendeu a temporada de 2017, por inúmeros problemas a direção da competição achou melhor suspender a temporada atual e preparar com novo folego a temporada de 2018. Meio ano se foi e estamos todos com a mesma pergunta, será que agora começa a melhorar, será que chegamos no fundo do poço a pergunta está em todo canto, e na minha modesta opinião só é possível acontecer uma melhora real e gradual quando descolarmos a Política da Economia, só

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assim é possível imaginar um cenário melhor, muitos vão dizer que é impossível mas vamos olhar o Agronegócio, mesmo com toda crise política e incertezas ele foi lá e colheu uma nova safra recorde. Isso mostra que possível sim decolar, basta querer. Pois se deixar a Política contaminar do jeito que vem fazendo ao longo dos anos estaremos em um buraco sem fundo, antes se imaginava que as eleições de 2018 poderia eleger um Governo com legitimidade, mas com boa parte ou quase a totalidade da classe política tendo seus nomes envolvidos a cada nova delação premiada, já dá para imaginar que um novo Governo Eleito em 2018 já entrará “sob judice”, sendo assim não resta outra saída a não ser seguir no exemplo do Agronegócio, trabalhar e esquecer da Política.

foi excelente a visitação aos stands e consequente realização de negócios também foi muito boa parabéns aos organizadores e ao Comandante em Chefe da brilhante equipe nosso amigo Afrânio Kieling, e já anunciaram que em 2018 a 20ªTransposul volta ao seu berço inicial que é Bento Gonçalves.

Companheiros e Companheiras temos que arregaçar as mangas e seguir em frente, ficar apenas chorando a crise não resolve, vamos buscar caminhos vamos nos unir e achar uma saída só nos resta fazer isso vamos assumir nosso papel e efetivamente mudar a história.

Acesse nosso site www.chicodaboleia.com. br, visite no FanPage no Facebook, nos acompanhe diariamente na FM 102,9 das 5:50 as 6:00 hs da manhã com o Momentos das Estradas e as segundas feiras das 13:00 as 14:00 hs com Programa Boa Tarde Chico na Rádio Clube de Itapira AM 930.

Mas vamos falar um pouco do que trouxemos para vocês nesta edição, estive na 19ª TRANSPOSUL realizada em Porto Alegre nos dias 27 a 29 de Junho, e mais uma vez a Feira mostrou sua força, onde a participação nas palestras do Congresso

Um Abraço e uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

Realizamos também a cobertura da 38º Festa do Carreteiro em Aparecida do Norte onde conversamos com alguns amigos do trecho e com uma personalidade ilustre, o cantor Daniel. Continuam acompanhando nosso Jornal, nosso site www.chicodaboleia.com.br e de sua opinião participe. Já estamos rodando com o Chico Móvel II quero que o viu mande sua opinião.

Chico da Boleia Orgulho de ser Caminhoneiro e Buscando Informação onde ela acontece.

EXPEDIENTE TIRAGEM: 50.000 exemplares Nacional DIRETORA-PRESIDENTE: Wanda Jacheta DIRETOR-GERAL | EDITOR: Chico da Boleia chicodaboleia@chicodaboleia.com.br COORDENAÇÃO Larissa J. Riberti imprensa@chicodaboleia.com.br DIAGRAMAÇÃO | FOTÓGRAFA: Pamela Souza marketing@chicodaboleia.com.br FOTÓGRAFOS: Matheus A. Moraes Murilo de Abreu PUBLICIDADE: marketing@chicodaboleia.com.br

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RESPONDE ESCREVA! ENVIE SUA OPNIÃO, DICAS E SUGESTÕES E-MAIL: chicodaboleia@chicodaboleia.com.br

Prorrogado prazo para adequação a novas regras do transporte de produtos perigosos ANTT exigirá cumprimento de nova resolução a partir de dezembro deste ano Fonte: Agência CNT de Notícias | Foto: Divulgação

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ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) prorrogou o prazo para as empresas se adequarem às novas regras para o transporte de produtos perigosos, previstas na Resolução nº 5.232. A agência cobrará dos transportadores o cumprimento do novo regulamento a partir de dezembro deste ano. A data inicial era 16 de julho de 2017. A Resolução nº 5.232, publicada em dezembro de 2016, apresenta prescrições mais atualizadas no que diz respeito a aspectos como embalagem, sinalização, operação de transporte, transporte em quantidade limitada, entre outros. Ao todo foram feitas oito atualizações, entre as quais, a alteração da descrição do produto no documento fiscal, como o número ONU – série estabelecida pela Organização das Nações Unidas, que identifica e fornece informações sobre os produtos ou misturas químicas. De acordo com o presidente da ABTLP (Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos), José Maria Gomes, a publicação da resolução coloca o Brasil em conformidade às recomendações do TDG (Comitê de Peritos em Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas) e ao regulamento modelo da ONU (Organização das Nações Unidas), intitulado Orange Book. O documento, que é atualizado a cada dois anos, está na 19ª Edição (2015). Gomes explica que a regulamentação estava defasada. “A antiga resolução (nº 420) estava alinhada à 11ª edição do Orange Book. Ao longo do tempo, nossa legislação

teve cerca de dez atualizações com o objetivo de se adequar às alterações das normas internacionais. Contudo, os novos produtos continuavam ‘congelados’ à numeração da 12ª edição, e isso causava grandes transtornos na importação e na exportação de produtos perigosos”, diz. Segundo o dirigente, a nova regulamentação está de acordo com a 18ª edição da ONU e incorporou os números da edição mais recente. A intenção da ANTT, a partir de agora, é também atualizar a legislação brasileira a cada dois anos. Com a nova classificação, o produto ONU 1203, por exemplo, que tinha como descrição Combustível Auto-Motor ou Gasolina, passa a ter a seguinte descrição: Combustível para Motores ou Gasolina de Aviação (GAV – 100LL ou AVGAS -100LL). O mesmo aconteceu com o dispositivo de segurança, conhecido como Air Bag, cujo número ONU é 3268. A partir de dezembro, passa a ter a descrição Infladores para Bolsa de Ar ou Módulos para Bolsa de AR ou Pré-tensores para Cinto de Segurança. A ABTLP alerta que, em função dessas mudanças, além de alterar a informação no documento fiscal, os fabricantes e/ou expedidores terão de atualizar a ficha de emergência, assim como a marcação e a rotulagem da embalagem. Além das recomendações do Orange Book, na nova resolução, também são considerados convênios internacionais como o ADR (Acordo Europeu sobre Transporte de Produtos Perigosos por Rodovia) e RID (Regulamentos Internacionais sobre o Transporte de Produtos Perigosos por Ferrovia).

FACEBOOK: facebook.com/chicodaboleia

PERGUNTA Kleber Augusto Machado: Oque muda pra nós motorista na Reforma trabalhista? Chico da Boleia: Companheiros e Companheiras do trecho a reforma trabalhista vai atingir efetivamente quem está sob o regime de CLT, isso quer dizer várias conquistas estão deixando de existir a carga horaria vai para o espaço podendo chegar à

12 horas diárias, sabe aquela hora do almoço tempo do café e higiene pessoal deixam de contar como hora trabalhada, em linhas gerais há um retrocesso nas conquistas no nosso site www.chicodaboeia.com.br/ reforma-trabalhista-e-aprovada-no-senado-confira-o-que-muda-na-lei/ você saberá em detalhes o que muda. Um abraço e até a próxima edição!


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FIQUE POR DENTRO

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Mercedes-Benz Axor é o maior caminhão blindado da América Latina Modelo ganhou configuração especial para transporte de cargas valiosas, oferecendo 175 metros cúbicos de capacidade de carga na versão cavalo mecânico 8×4 com bitrenzão TEXTO: Mercedes-Benz | Foto: Murilo de Abreu

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extrapesado Axor 2644 é o maior caminhão blindado do Brasil e da América Latina. A fim de atender solicitações da Prosegur, empresa líder em segurança privada no País, o veículo ganhou uma implementação especial, com tração 8×4, para transporte de produtos e mercadorias de alto valor agregado. Assim, pode tracionar semirreboques como o bitrenzão (composição de 10 eixos), assegurando uma capacidade volumétrica de carga de 175 metros cúbicos (100 no primeiro semirreboque e mais 75 no segundo), com até 74 toneladas de PBTC.

Rubens Carbonari, da Prosegur: “O Axor se encaixou como uma luva” De acordo com Rubens Carbonari, diretor regional da Prosegur, a companhia está investindo mais de R$ 5 milhões na ampliação da frota e no desenvolvimento de soluções para o transporte de mercadorias com alto valor agregado para atender à crescente demanda de seus clientes por esse tipo de transporte.

“Com o aumento da demanda tivemos que investir rapidamente na ampliação da 915 E foi customizado pela Mercedes-Benz para atendimento a solicitações da Prosefrota”, ressalta o cliente. “Nesse sentido, gur| Foto: Murilo de Abreu o Axor 2644 se encaixou como uma “A Prosegur já conta com O executivo afirma que pesou muito a faEntre as modificações aplicadas à versão luva. Com sua versatilidade e sete unidades dessa vervor da Mercedes-Benz o fato da Prosegur blindada do Axor 2644 destaca-se a inclupotência, proporcionou a são especial do Axor poder contar com o atendimento e a assissão de um 2º eixo direcional pelo mercado, criação de um caminhão na sua frota, buscan“Nossa experiência com a marca é tência especializada da Rede de Concessiotornando esse cavalo mecânico, que sai de capaz de transportar de do atender um segmuito satisfatória e longa. Aproximanários. “Reconhecidamente no nosso setor, fábrica com tração 6×4, uma versão 8×4. forma eficiente diferentes mento de mercado damente 96% da nossa frota de 1.650 esse é um diferencial da Mercedes-Benz A cabina blindada conta com quatro posiveículos são Mercedes-Benz, a grande tipos de carga em diverem crescimento maioria carros-fortes, além de camino mercado. Em qualquer lugar do Brasil, ções de assentos, incluindo o banco do mosas capacidades e combino País, que é o do nhões e 31 cavalos mecânicos”. podemos contar com peças e serviços da torista, a fim de acomodar, com conforto, nações. Fizemos os comtransporte de cargas marca. E como a Prosegur atua em todos os a equipe de trabalho e atender à legislação - Rubens Carbonari parativos e ele se destacou valiosas”, afirma Roestados brasileiros, não podemos abrir mão do setor de transporte de valor. Os semirreDiretor regional Prosegur em capacidade de carga, berto Leoncini, vicedessa vantagem. Disponibilidade da frota é boques do bitrenzão também são blindados qualidade técnica e potência”, -presidente de Vendas, essencial na nossa atividade e a rede nos dá ou reforçados. Todas as implementações diz Rubens Carbonari. Marketing e Peças & Seressa segurança”. foram executadas por empresas especialiviços Caminhões e Ônibus da zadas no mercado. Carbonari reforça, ainda, que todas as Mercedes-Benz do Brasil. “Isso demonstra Rubens Carbonari afirma que o excea versatilidade de aplicação do Axor, mo- soluções desenvolvidas para ampliar a selente relacionamento da Prosegur com a Os caminhões Axor 2644 8×4 da Prosedelo consagrado no mercado pela alta dis- gurança no transporte de cargas especiais Mercedes-Benz também pesou na escolha gur operam principalmente no Estado de ponibilidade para o trabalho e pelo baixo dos clientes têm se mostrado muito eficiendo Axor. “Nossa experiência com a marca São Paulo, no transporte de cargas valiocusto de manutenção. A isso somam-se os tes. “Desde 2011 já foram realizadas 6.777 é muito satisfatória e longa. Aproximadasas, como eletroeletrônicos, celulares, meatributos do ECONFORT, conceito de de- operações com o sistema da Prosegur em mente 96% da nossa frota de 1.650 veícu- dicamentos, joias, relógios, papel moeda, senvolvimento que agrega um alto padrão todo o país, com sinistralidade zero em los são Mercedes-Benz, a grande maioria mercadorias de luxo, barras de ouro, entre de economia, conforto, força e desempe- mais de R$ 10 bilhões em cargas transporcarros-fortes, além de caminhões e 31 ca- outros. O veículo faz a interligação entre tadas”, destaca. nho aos caminhões da marca”. valos mecânicos”. as fábricas e os centros de distribuição,


FIQUE POR DENTRO além de outros pontos de retirada e entrega, como aeroportos, conforme o pedido do cliente e em qualquer região do Brasil. Prosegur adquire 134 caminhões 915 E para renovação de frota “A presença da Mercedes-Benz na frota da Prosegur é muito expressiva. Além dos Axor 2644, o cliente adquiriu recentemente 134 caminhões 915 E da nossa marca para renovação de sua frota de carros-fortes”, diz Roberto Leoncini. “As últimas unidades estão sendo entregues. O grande diferencial dessa venda é que o 915 E foi totalmente customizado por nossa Empresa para atender as solicitações da Prosegur. Foram 11 modificações no veículo original de fábrica, tornando o veículo uma solução específica para o cliente”. Entre as principais modificações no veículo incluem-se: mudança de entre-eixos de 4.500 mm para 3.150 mm; reposicionamento de componentes, especialmente tanque de ARLA e de combustível, além da adequação de chicotes elétricos, pneumáticos e de combustível; posicionamento da coluna de direção conforme a posição do cockpit desejada pelo cliente. Também ocorreu o desenvolvimento de um projeto inédito de ar condicionado para carros-fortes que adequa a potência do sistema de climatização da cabine à severa utilização do caminhão e dispensa o uso de dispositivos no teto do veículo. Desta forma, melhora a estabilidade, com a redução do centro de gravidade, e aumenta a altura da cabine para os quatro ocupantes. Os veículos desenvolvidos a partir do modelo 915 E oferecem um campo maior de visão para o motorista, além de mudanças na parte interna que proporcionam mais conforto à equipe. O chassi foi totalmente customizado para as necessidades de um carro-forte, com blindagem 100% nível

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três, o que aumenta ainda mais segurança dos itens transportados e dos ocupantes. Mercedes-Benz oferece customização para os clientes O desenvolvimento do 915 E para a Prosegur foi coordenado pelo Centro de Customização para Clientes (CTT), área criada pela Mercedes-Benz para atendimento a pedidos especiais das empresas de transporte. De acordo com Roberto Leoncini, essa expressiva venda para a Prosegur é resultado de um trabalho de parceria com o cliente, que indicou à Mercedes-Benz características e demandas específicas do transporte de valores, acompanhando todo o processo de adequação do 915 E para a aplicação como carro-forte. “Além disso, o time do CTT também trabalhou sempre junto das implementadoras, a fim de assegurar que o caminhão chegasse à Prosegur com todas as modificações necessárias já realizadas dentro do nível de qualidade exigido pelo cliente”, afirma Leoncini. Por meio da atuação do CTT, a Mercedes-Benz ganha flexibilidade para oferecer produtos cada vez mais dedicados a cada necessidade das empresas de transporte. Com a customização, a Empresa fornece veículos totalmente adequados às mais diversas aplicações, atendendo assim às necessidades particulares de cada cliente. “Esse trabalho realizado pela Mercedes-Benz nos surpreendeu de forma muito agradável. Isso também fez uma grande diferença”, destaca Rubens Carbonari. “Numa reunião na fábrica, ao ver um grupo de mais de dez pessoas dedicadas à customização do nosso carro-forte, notamos que a Empresa está empenhada em criar soluções para nossas necessidades, pensando em melhorar o produto e o valor agregado que o veículo nos oferece”.

“Frete mínimo” é aprovado em comissão da Câmara Se não houver recurso para votação no plenário da Câmara, o texto aprovado pela CCJ seguirá para apreciação e votação no Senado. O projeto determina que o Ministério dos Transportes defina, com base em proposta da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), valores mínimos por quilômetro rodado para o frete cobrado no transporte rodoviário de cargas. Os preços deverão ser estabelecidos até o dia 20 dos meses de janeiro e julho de cada ano, com validade a cada semestre. O texto já prevê valores mínimos para os fretes até que o Executivo regulamente as

normas. Eles são de R$ 0,90 por quilômetro rodado para cada eixo carregado, no caso de cargas refrigeradas ou perigosas; e de R$ 0,70, nos demais tipos de cargas. Para fretes considerados curtos (em distâncias inferiores a 800 quilômetros), esses valores são acrescidos em 15%. Para a definição de preços mínimos deverá ser levado em conta, prioritariamente, a oscilação do valor do óleo diesel e dos pedágios na composição dos custos. Os preços mínimos, de acordo com a proposta, serão definidos com a participação de sindicatos de empresas e de transportadores autônomos de cargas, além de representantes das cooperativas do setor.

Roubo de cargas de caminhões aumenta 70% Os casos de roubos de carga de caminhões subiram 70% nos quatro primeiros meses deste ano em Mato Grosso, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp). Os roubos causaram prejuízo de R$ 25 milhões, entre os meses de janeiro a julho deste ano, conforme estimativa do Sindicato dos Transportes de Mato Grosso.

Foto: Murilo de Abreu

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Para evitar os crimes, as empresas estão utilizando a tecnologia e o rastreamento para tentar impedir que veículos e a carga sejam roubados. Segundo o encarregado da tecnologia e informação que trabalha em uma empresa de transportes de caminhão, Bruno Eduardo de Amorim, o rastreamento possibilita que o caminhão seja bloqueado, caso saia do limite do seu trajeto.

“Ele tem uma rota definida, onde a grade de afastamento pode ter até 800 metros. Caso ele saia [desse limite], o caminhão é automaticamente bloqueado”, afirmou. Os caminhoneiros que são vítimas de quadrilhas nas estradas, na maioria das vezes são mantidos em cativeiros. Como ficam sem acesso aos meios de comunicação, o crime pode ser descoberto somente depois de alguns dias, o que dificulta a investigação. No caso de desvio de rota, ou perda do sinal do veículo rastreado, a empresa deve notificar a polícia rapidamente, como afirma o delegado Vitor Hugo Teixeira. “Com esse trabalho nós conseguimos monitorar essas organizações criminosas e fazer a prisão desses integrantes”, explicou.


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REPORTAGEM

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CAMINHONEIRO, CARRETEIRO, MOTORISTA Preocupações com segurança, legislação e atenção no trânsito são temas recorrentes na vida de quem optou por trabalhar como motorista, figura essencial no cenário econômico do país. TEXTO: Redação Chico da Boleia | FOTO: Divulgação

çar, o nome Cristóvão remete àquele que “leva Cristo” ou que “carrega Cristo”, e tem uma grande relação com sua história.

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ompanheiros e Companheiras do trecho da rodagem, muitos devem conhecer de cor a música acima. Na minha modesta opinião ela descreve bem como é nosso dia a dia. Existe uma quantidade enorme de músicas retratando nosso dia a dia, mas eu particularmente gosto muito de “Frete”, pois estamos em um mês que se comemora uma das datas em homenagem ao Caminhoneiro e ao Carreteiro. Estamos em julho e neste mês em muitas regiões do nosso Brasil se comemora o dia do Caminhoneiro em função da data, ou melhor, do dia de São Cristóvão, 25 de julho, quando é celebrado o Dia do Motorista, que mobiliza diversas entidades para educar os motoristas e estimular uma direção mais defensiva e segura. Segundo a Igreja Católica Apostólica Romana, São Cristóvão virou um santo por uma história bastante peculiar. Para come-

São Cristóvão era filho de um rei pagão que, depois do seu nascimento, dedicou a criança ao deus Apolo e o nomeou como Reprobus. Ele foi crescendo e se tornou grande e forte, decidindo então que serviria apenas a alguém muito forte, corajoso e poderoso, assim como ele. Algumas versões da lenda dizem que ele virou um verdadeiro gigante. Após muito procurar, ele conheceu um rei que considerava muito poderoso. Depois disso, conheceu Satanás, a quem começou a servir. Mas, no fundo, no fundo, Reprobus não achava nenhum dos dois realmente corajoso. Tempos depois, ele teria se convertido à fé cristã, mas ainda assim não estava profundamente convencido. Nesse tempo, por exemplo, contam que ele não via a necessidade de orar ou jejuar, mas de ajudar as pessoas a atravessarem um rio muito perigoso na região. Até que, um dia, percebeu que a criança que carregava nos braços ia ficando cada vez mais pesada, tornando o transporte cada vez mais difícil. Ao chegar do outro lado, a criança se revelou como o próprio Cristo e, por isso, ele passou a ser conhe-

cido como Cristóvão, aquele que carrega Cristo. Depois do milagre envolvendo Jesus, São Cristóvão recebeu a ordem de enviar o bastão no chão do deserto. No lugar, nasceu uma palmeira, um milagre que levou muitas pessoas à conversão. Anos mais tarde, o santo foi decapitado pelo rei pagão que governava a região e se irritava com a pregação que Cristóvão fazia do cristianismo. Bem, você deve estar se perguntando o que fez com que ele virasse o padroeiro dos motoristas, certo? A verdade é que o dia 25 de julho foi estabelecido como uma homenagem a quem trafega por esse país, pegando péssimas estradas para transportar cargas e pessoas. Nos dias de hoje, ser um motorista é ainda mais difícil, pois as estradas estão mais violentas, o número de acidentes aumentou e muitos motoristas são imprudentes. Cada um deles conta com a proteção e auxílio de São Cristóvão, para que consigam carregá-los no meio das estradas perigosas como fazia no rio perigoso de onde morava. Com essa proteção, eles conseguem superar os desafios com mais facilidade. AS DATAS OFICIAIS Existe uma certa confusão sobre a data em que se comemora o Dia do Caminhoneiro e Carreteiro. Muitos comemoram no dia de São Cristóvão pelo que escrevi acima, mas existem outras datas e outros Santos de Devoção desses profissionais.

Vejamos! No dia 30 de Junho se comemora o Dia do Caminhoneiro no Estado de São Paulo e esta data foi oficializada através da lei nº 5.487, de 30 de dezembro de 1986. Já no território nacional, o Caminhoneiro é comemorado em outra data, pois o ex-vice-presidente do Brasil, José Alencar Gomes da Silva, decretou através da lei nº 11.927, de 17 de abril de 2009, o Dia Nacional do Caminhoneiro para ser comemorado em 19 de setembro. Sem contar as datas de Santos de devoção como Santo Antônio! Os caminhoneiros de Sergipe realizam uma das festas mais tradicionais do Brasil para comemorar a data em 13 de Junho. A festa acontece na cidade Itabaiana onde reúnem-se milhares de caminhoneiros e carreteiros do país. Já no Rio Grande do Sul, a comemoração acontece no dia 12 de outubro, coincidindo com o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Não existe uma data única para comemorar o dia do Caminhoneiro e Carreteiro afinal o nosso Brasil tem dimensões continentais e inúmeras crenças religiosas. Estima-se que atualmente existem cerca de 850.000 caminhoneiros autônomos, 1.900,00 de motoristas celetistas contratados em Empresas de Transporte de Cargas e ainda um outro número de motoristas em empresas que transportam sua própria mercadoria. Ou seja, é um universo imenso de profissionais em trânsito pelo Brasil. O Transporte de Cargas carrega mais de 60% da economia do país, não existe pra-


REPORTAGEM ticamente nenhum item que não seja entregue por um caminhoneiro ou carreteiro. LEIS Nas últimas duas décadas o número de leis para regulamentar o setor foi maior que nos últimos cinquenta anos. 1ª Lei do Pedágio: Vale-Pedágio obrigatório Instituído pela Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001, o Vale-Pedágio obrigatório foi criado com o principal objetivo de atender a uma das principais reivindicações dos caminhoneiros autônomos: a desoneração do transportador do pagamento do pedágio. Por este dispositivo legal, os embarcadores ou equiparados, passaram a ser responsáveis pelo pagamento antecipado do pedágio e fornecimento do respectivo comprovante, ao transportador rodoviário. A Medida Provisória nº 68, de 04 de setembro de 2002, convertida na Lei nº 10.561, de 13 de novembro de 2002, transferiu à ANTT a competência para regulamentação, coordenação, delegação, fiscalização e aplicação das penalidades, atividades até então desempenhadas pelo Ministério dos Transportes. Com esta alteração da legislação, elimina-se a possibilidade de embutir o custo do pedágio no valor do frete contratado, prática que era utilizada com frequência, enquanto o pagamento do pedágio era feito em espécie, fazendo com que o seu custo recaísse diretamente sobre o transportador rodoviário de carga. 2ª Lei 11.442 de 2017 Que dispõe sobre nova regulação do TRC: 3ª Lei 12.249/2010 – dispõe sobre o fim da Carta-Frete. 4ª LEI Nº 13.103, DE 2 DE MARÇO DE 2015 - Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Algumas considerações sobre a Lei no 13.103/2015, de 2 de março de 2015, conhecida como Lei do Motorista. O dispositivo legal está roubando a cena quando o assunto é regulamentação do exercício da profissão de motorista. A lei em questão estabelece novas normas para regulamentar a rotina de trabalho dos motoristas profissionais de passageiros e de transporte de cargas. Embora ainda não seja considerada ideal por algumas partes do setor, a nova lei

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prevê melhorias das condições de trabalho para os motoristas profissionais e aumenta a segurança nas estradas, em função da exigência de exames toxicológicos para o exercício da função. As mudanças implantadas pela lei abrangem desde jornada de trabalho, período de descanso e espera até questões como a exigência de os profissionais se submeterem a exames toxicológicos e a responsabilização do contratante do frete em caso de discordância entre o conteúdo transportado e a nota fiscal. CONTROLE E REGISTRO Não houve mudança em relação ao direito de o motorista ter a jornada de trabalho controlada e registrada mediante anotação em diário de bordo ou sistemas eletrônicos instalados no veículo. Entretanto, com a nova lei, há um novo ponto em questão: o controle deixa de ser apenas um direito do empregado, passando a ser um dever do empregador, isto é, consiste em uma obrigação compartilhada. Sua eficácia só é possível se o empregado colaborar na transmissão de dados e informações sobre paradas e repouso. JORNADA DE TRABALHO Os motoristas terão jornada diária de oito horas, que podem ser prorrogadas por até duas horas extraordinárias ou, se previsto em convenção ou acordo coletivo, por até quatro horas extraordinárias. Continua sendo considerado trabalho efetivo quando o empregado estiver à disposição dos empregadores. Estão fora da jornada de trabalho os intervalos para refeição, que devem ser de no mínimo uma hora e podem coincidir com o tempo de parada obrigatória. As horas que o motorista fica aguardando carga ou descarga do veículo e o período gasto com a fiscalização da mercadoria são considerados tempo de espera. TEMPO DE DIREÇÃO É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de cinco horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário de cargas. Apesar da carga horária prevista, a lei estabelece como obrigatório um período de descanso de 30 minutos a cada seis horas na condução do veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas cinco horas e meia continuadas no exercício da condução.

TEMPO DE ESPERA Segundo a nova lei, em nenhuma hipótese o tempo de espera poderá prejudicar o direito ao recebimento da remuneração correspondente ao salário-base diário. Quando o tempo de espera for superior a duas horas, o tempo poderá ser considerado repouso, desde que não seja exigida a permanência do motorista junto ao veículo e o local ofereça condições adequadas. Embora a lei traga outra novidade em relação esse assunto, é nessa condição de espera que o empregado pode realizar movimentações necessárias do veículo sem contar hora na jornada de trabalho. Entretanto, não é especificado o limite para essas movimentações, o que pode gerar discussões judiciais sobre eventuais descaracterizações do tempo de espera. DESCANSO A cada 24 horas, o motorista tem direito a 11 horas de descanso, que podem ser fracionadas, garantindo-se o mínimo de oito horas ininterruptas. PEDÁGIO Segundo o Art. 17 da lei, os veículos de transporte de cargas que circularem vazios não pagarão taxas de pedágio sobre os eixos que mantiverem suspensos. BENEFÍCIO DE SEGURO A lei prevê que o motorista deve ter um seguro obrigatório custeado pelo empregador no valor mínimo correspondente a 10 vezes o piso salarial da categoria ou valor superior fixado em Convenção ou Acordo

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Coletivo de Trabalho. O seguro deve ser destinado a atender à cobertura de morte natural, morte por acidente, translado e auxílio-funeral. EXAMES TOXICOLÓGICOS Os motoristas serão submetidos a exames toxicológicos na admissão e no desligamento da função, com direito à contraprova e confidencialidade dos resultados. Os exames também são obrigatórios para a renovação ou emissão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias C, D e E.. Para os motoristas empregados, a nova lei traz a obrigação de submissão a exames com janela de detecção mínima de 90 dias e programa de controle do uso de drogas e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, com ampla ciência do empregado, pelo menos uma vez a cada dois anos e seis meses. E A CADA DIA QUE PASSA HÁ UMA NOVIDADE Está em discussão no Congresso Nacional um novo Marco Regulatório sobre o nosso setor e só Deus sabe o que vem por aí, porque a grande questão não é ficar criando Leis, há que aplicá-las e tem que ter fiscalização, senão tudo acaba em letra morta. Para a Lei do Pedágio no estado de São Paulo não há fiscalização e em outros estados também. A aplicação da Lei do Fim da Carta Frete é outro problema já que do montante que se estima do pagamento de frete apenas 17% passa por dentro do CIOT.


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38ºFeira do carreteiro: festa, devoção e união

Chico da Boleia marcou presença na 38º Feira do Carreteiro, no Santuáriode Nossa Senhora Aparecida (SP).

Redação Chico da Boleia | Fotos: Murilo de Abreu

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hico da Boleia marcou presença na 38º Feira do Carreteiro, no Santuáriode Nossa Senhora Aparecida (SP). A Feira conta tradicionalmente com a participação de diversas empresas expositoras do segmento e todas as atividades se desenvolvem dentro de um ambiente alegre e descontraído, oportunidade para os profissionais conhecerem as novidades do segmento de transporte rodoviário de cargas e estabelecerem negócios com as empresas expositoras. João Geraldo, organizador da feira.

manhã servimos gratuitamente um café da manhã para o pessoal que exta acampado, então o lugar é perfeito para este tipo de evento e ainda tem este palco imenso para fazer um show como o do Daniel." OS CAMINHONEIROS NA FEIRA Em entrevista à Chico da Boleia o caminhoneiro Cláudio de Paula Gomes, com 15 anos de profissão, disse que a festa é muito boa, dá prêmios e é uma oportunidade para ficar junto da família e dos amigos. Cláudio carrega alimentos para o Ceasa e teve influência dos irmãos na profissão de caminhoneiro. Este é o exemplo de como é o dia a dia do caminhoneiro, muitos caminhoneiros começam por influência da família.

"Muita gente fala ‘qual a vantagem de fazer uma feira em Aparecida?’. Eu digo que são muitas. A começar pelo lado religioso que o ano todo o motorista vem aqui, e claro que ele passa mas não fica como está agora dois, três dias parado aqui. Esta época Para o caminhoneiro Gleidmir Ântambém julho que é mês de fégelo da Silva, com 30 anos de rias ele tem esta liberdade. profissão, a festa é muito Outra coisa interessante boa, muita gente humilde, é a localização, já que muita gente bacana, uma A Feira conta tradicionalmente com aqui você está num festa muito calorosa. E a participação de diversas empresas dos maiores eixos roquando o assunto é a expositoras do segmento e todas as doviários do Brasil, atividades se desenvolvem dentro de um profissão de caminhoambiente alegre e descontraído então aqui passa muineiro, ele expressa um ta carga, muito camimisto de satisfação mas nhão. Outra coisa é que também de chateação aqui dentro tem uma baicom as dificuldades. “Está ta infraestrutura para fazer muito difícil, ainda mais na um evento deste porte, o motonossa região com a exploração rista entra com o caminhão aqui dentro das transportadoras que estão acabando ele não paga nada, o estacionamento é por com a gente lá.", explicou. nossa conta, nós temos seguranças andando pelo pátio a noite toda para o pessoal que Elmo Lucas está há 10 anos no trecho está acampado, aqui eles têm banheiros, com sua carreta baú. Para ele, a feira é masala de tv, área de descanso. E na parte da ravilhosa com uma ótima estrutura e com

Daniel e Chico da Boleia | Foto: Murilo de Abreu

muitas opções de entretenimento. Elmo desde pequeno sempre gostou da profissão, que ele acha muito bonita. Sua família também foi fundamental na hora de se transformar em caminhoneiro. MERCEDES-BENZ LANÇA SHOW DE TALENTOS PARA MOTORISTAS DE CAMINHÃO A Mercedes-Benz aproveitou um dos principais eventos dos carreteiros para apresentar uma grande novidade para os profissionais do volante. A Empresa lançou o projeto “Música na Estrada – Talentos do Trecho”. Trata-se de um show de talentos voltado para motoristas de caminhão. Os participantes puderam gravar, durante os três dias da Feira do Carreteiro, uma música no interior de uma cabine musical especialmente criada para esta ação. Serão cinco etapas, em diferentes eventos pelo País. No final, uma comissão julgadora elegerá

o melhor “Talento do Trecho”. O ganhador receberá um prêmio em dinheiro e participará de um show com o cantor Sérgio Reis. "Como eu disse, as estradas falam e a Mercedes-Benz ouve. Então a gente criou agora o nosso concurso “Música nas Estradas”, onde o grande vencedor vai receber prêmios em barras de ouro e vai cantar com o Sérgio Reis em eventos para o público, então de repente é uma chance de a gente descobrir ai um grande talento que no futuro pode vir a ser uma pessoa importante ai no mundo musical”, ressaltou Ari de Carvalho, um dos organizadores do evento. CHICO DA BOLEIA ENTREVISTA CANTOR DANIEL E SEU PAI CAMILO Chico da Boleia: Bom amigos Caminhoneiros, Carreteiros e Empresários do setor de transportes, estamos repercutindo a 38º Festa do Carreteiro em Aparecida do Norte


DE BOA NA BOLEIA no Vale do Paraíba. Vamos conversar com alguém que tem todo um envolvimento especial não só com a categoria, porque o pai dele começou como caminhoneiro autônomo, e também porque é devoto de Nossa Senhora. Daniel, o tempo é curto mas, o que é estar aqui cantando para os caminhoneiros na Basílica e quais as músicas que você já fez pro pessoal do trecho? Daniel: É uma satisfação muito grande, é uma grande responsabilidade subir neste palco nesta noite especial, poder comemorar este ano especial, por este ser o ano que marca os 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. E poder estar com essa classe que são os caminhoneiros que pra mim tem tudo a ver, porque eu comecei a minha história praticamente na boleia do caminhão também ao lado do meu pai, que me deu o presente de poder estar comigo aqui hoje para homenagear a todos os carreteiros, caminhoneiros e a todos os motoristas. E eu já fiz muitas homenagens a esta classe, a gente sabe da importância que esta classe tem para o nosso país, para a nossa nação. Enfim hoje já estive em contato com alguns caminhoneiros e alguns motoristas. É gratificante poder ter o pé nessa historia, e através da nossa música quem sabe tentar retribuir um pouco, porque a musica não deixa de ser uma das grandes companheiras desta classe pelas estradas do Brasil. As músicas estão sempre presentes nas viagens deles, com tantas histórias que eles têm para contar. Então é gratificante estar aqui, é um presente pra mim, muito obrigado pelo convite, e eu espero que com esse repertório eu possa retribuir este carinho desta noite e da presença de cada uma das pessoas aqui e de todos os motoristas e todos caminhoneiros, todos os carreteiros. Chico da Boleia: Repercutindo a 38º Festa do Carreteiro em Aparecida vamos conversar com o pai do cantor Daniel o Senhor José Camilo. Estamos conversando com ele porque ele tem tudo a ver com a gente, já que ele começou como caminhoneiro autônomo. E eu descobri que ele começou com um caminhão Ford. Como é que é começar a vida com um caminhão e estar até hoje no trecho? José Camilo: Era difícil, porque o caminhão que eu comecei minha vida, um cami-

nhão Ford 69, um caminhão completamente diferente dos caminhões de hoje. Os caminhões de hoje são automáticos, são muito mais fáceis de dirigir. Na época era mais difícil. Mas eu aprendi mesmo a dirigir foi num Ford 46, quer dizer que pra mim o Ford 69 era mais fácil de guiar que o caminhão que eu aprendi a guiar, o Ford 46 era bem pior, tinha cambio seco e tudo. Mas a vida é assim, acho que pra começar, tudo que vier é lucro, eu acho que é por ai. Mas eu tenho até saudade da época, porque naquele tempo eu ainda era jovem, dirigia um caminhão bem difícil, mas, era bem jovem! Hoje acho que não daria mais. Mas o caminhãozinho tá lá guardado. CB: Quando o senhor vê o pessoal reclamando dos caminhões de hoje, deve achar até covardia pelo que se teve no passado. JC: Se reclamar de dirigir um caminhão igual os que se tem hoje, caminhão automático e coisa e tal, para dirigir estes caminhões o único problema é o tamanho dele, mas ainda é quase a mesma coisa que dirigir um carro. Já tem até caminhão que não precisa nem de motorista mais não é? Tem caminhão que vai sozinho. É o que vai acontecer daqui uns anos. Acho que não vou conseguir ver isso ai, mas com certeza vai ter isso ai. CB: E como é pro senhor a sensação e a emoção de estar aqui em Aparecida, a capital nacional da religiosidade brasileira, vendo o filho do senhor cantar numa festa de caminhoneiro, justamente a profissão que o senhor começou? JC: Você sabe que eu levava o Daniel para cantar em festa de caminhoneiro ainda quando ele era moleque, porque tinha muita festa de caminhoneiro, na nossa região mesmo tinha, faziam nos postos festa para os caminhoneiros, então eu levava ele. Eu acho que isso ai hoje mudou muito, porque hoje a coisa está muito mais moderna, mas é quase que um costume ir em festa de caminhoneiro. Então pra mim, mudou mas não mudou tanto, melhorou, a realidade é esta. Que hoje a coisa esta diferente, a festa de caminhoneiro era coisa pequena. E hoje aqui é um lugar que eu respeito muito. E pra mim é um prazer muito grande estar junto.

Veja mais fotos em nosso site www.chicodaboleia.com.br

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ESPORTE

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Fórmula Truck anuncia suspensão da temporada 2017 Após um começo de ano conturbado e de muitas mudanças, organização da Fórmula Truck anuncia pausa.

Imprensa Fórmula Truck | Foto: Divulgação

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o dia 28 de junho um comunicado oficial da organização da Fórmula Truck anunciou a suspensão da competição em 2017. Com mais de 20 anos de história, a Truck se consolidou como principal competição de corrida de caminhões do Brasil. No entanto, no início deste ano, problemas internos levaram diversas equipes a abandonar a organização do evento. Apesar dos problemas, a competição realizou três provas em 2017. Os grids enxutos e ausência dos principais nomes da categoria tomaram o foco nas provas e a quarta etapa, em Cascavel, foi cancelada na véspera da corrida. Mesmo com os problemas, Neusa Navarro, gestora da Fórmula Truck, pretende voltar com a categoria em 2018. COMUNICADO “Comunicamos a todos patrocinadores, colaboradores, torcedores, dirigentes, pilotos e amigos, a suspensão de nossas atividades relacionadas ao Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck – temporada 2017. As razões que nos levaram a tal decisão foram de ordem econômica, emanadas pelo cenário que atinge o mercado brasileiro, já há três anos, com fortíssima acentuação no

segmento do transporte, pelo qual pertencemos, bem como outros sérios problemas que surgiram neste semestre. Não foi fácil chegar à condição de principal categoria do automobilismo do Brasil, mas os números não negam, alcançamos resultados muito fortes e impressionantes, sofremos e amadurecemos, mas com uma estrutura que nos permite afirmar que fizemos sucesso, e isso, só foi possível porque nossos objetivos sempre foram pela busca incessante do retorno aos patrocinadores e pela dedicação extrema ao grande público que sempre nos prestigiou. Porém, as coisas nem sempre são do jeito que gostaríamos que fossem, chegou nossa hora de pararmos, repensar nossos caminhos, asseguramos que não vamos desistir, vamos continuar lutando para cravar outras marcas até o fim de nossa trajetória. A vida é assim, ela nos experimenta, insistimos, mas chegou a hora de discernirmos a emoção da racionalidade, as duas podem até conviver por algum tempo, mas por fim, a racionalidade sempre deve imperar. Gostaríamos de ressalvar que estaremos envidando todos os esforços para retomarmos nossas parcerias para a temporada 2018, cabe ressaltar que estamos tão somente suspendendo o campeonato de 2017, sendo que nossas demais atividades continuam normalmente.

Agradecemos por todos os momentos em que voces, público e patrocinadores, nos deram a preferência e oportunidade de recebê-los, esperamos ter entregado não só um entretenimento nos autódromos que sempre procuramos melhorar e arrumar, mas também a certeza de que sempre bem atendemos e que cumprimos a nossa mis-

são de construirmos amigos ao longo deste empreendimento. A todos que acreditam no nosso trabalho, nossa mais sincera gratidão. Obrigado pelo Carinho, Até breve, Neusa Navarro”



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Chico da Boleia acompanhou as novidades da 19ª Edição da Transposul

TranspoSul projeta movimentar R$ 130 milhões em negócios.

Redação Chico da Boleia | Fotos: Chico da Boleia

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19ª Feira e Congresso Transposul foi realizada entre os dias 27 e 29 no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.

nio. Afrânio o ano passado já foi difícil em função de crise e o ano de 2017 continua em crise, como é fazer uma feira do porte da Transposul nessa situação?

O congresso técnico desta edição da TranspoSul reuniu, em três dias, mais de 25 palestras, painéis e seminários que discorreram sobre política, segurança pública, marketing digital, inovação, acidentes de trânsito, automação logística, entre outros assuntos. Entre os renomados palestrantes convidados estiveram o jornalista e sócio-gerente da empresa Dicas & Pistas, de Portugal, José Monteiro Limão; o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (SETCEMG) e presidente da Patrus Transportes, Marcelo Patrus; a consultora e especialista em gestão de pessoas, Vânia Ferrari; o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Hugo Carlos Scheuermann; o juiz federal do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), Marlos Augusto Melek; o ex-secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame; o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ), entre outros.

AK: E com tamanho sucesso, faltou tu completar! Eu diria obrigado por estarem sempre aqui na nossa feira nos prestigiando, é uma honra falar contigo, é uma honra falar com teus ouvintes, é sempre muito bem vindo aqui. Eu quero dizer o seguinte, é sempre um desafio muito grande, é muita dificuldade, e esse não é um desafio do Afrânio, aqui nós somos um time, nós temos um goleiro, nós temos o back-central, nós temos os laterais e temos todo um time que faz essa feira, isso não é de uma pessoa só e aqui eu quero deixar registrado meu agradecimento a toda diretoria e meu agradecimento a todo esse time maravilhoso que nós temos na organização da feira. Naturalmente, como tu dissestes, era difícil lá em 2016, foi muito difícil, pensamos muito em 2017. Quando iniciamos a feira em 2017, nós tínhamos uma pequena certeza que o governo tinha pego um novo rumo, um novo avião e estava voando, que era o presidente Temer e não imaginávamos que este avião poderia despencar de repente e nós ficarmos na mão. Pois muito bem, no meio da realização da feira aconteceu isso e as dificuldades foram enormes. Para este momento nós estamos trabalhando com a possibilidade de descolar fortemente a questão política da questão produtiva, nós somos trabalhadores, nós precisamos produzir, nós não podemos esperar até 2018 para que se defina quem vai ser o presidente, nós precisamos continuar a traba-

Em entrevista exclusiva para Chico da Boleia, Afrânio Kieling destacou a força do setor e cobrou confiança e trabalho duro para superar a instabilidade econômica. Confira a entrevista completa: CB: Estamos conversando aqui com nosso amigo Presidente do Setcergs, responsável pela realização da 19ª transposul, Afrâ-

lhar para produzir renda e riqueza nesse país, nós precisamos continuar investindo e agora com a possibilidade da reforma trabalhista poder acontecer os investimentos retornarão com certeza. CB: Nós vemos que a feira está bem movimentada, tem bastante expositores e a gente notou e observou que na abertura ela foi muito representativa com a presença do vice-governador, presença do prefeito, secretários, deputados, enfim. É uma feira que tem um peso importante para o estado. O senhor consegue vislumbrar se ela vai ter volume de negócio maior do que a de 2016? AK: Com certeza, essa feira é importante primeiro pra cidade, porque nós movimentamos: aviões, ônibus, rede hoteleira, restaurantes. Nós imaginamos que venham de fora mais ou menos 4 mil pessoas, computando os ônibus que nós trouxemos do interior, cada cidade mandou um ônibus tal dia: Pelotas, Rio, Carazinho, enfim. Todas as cidades do estado do Rio Grande do Sul

mandaram delegações que vieram olhar a feira e foram embora. De tudo isso nós movimentamos a economia gaúcha, a economia da cidade de Porto Alegre que está tanto precisando, então a feira é importante para todos os setores, ela não é só importante para o nosso setor ela movimenta todos e com certeza a presença maciça das autoridades que vieram nos prestigiar: o vice-governador, o prefeito que tinha um compromisso veio aqui, inclusive disse que colocou a gravata e o terno dentro do carro pra chegar aqui porque ele estava numa inauguração de uma creche, enfim, nós estamos muito felizes, veio muita gente de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, de todos os cantos deste país. Isso é uma coisa boa e mostra que nós regando esta sementinha que gera uma sementinha hoje que virou uma árvore e agora é uma floresta vamos continuar a fazê-lo com muito carinho e com muito amor. CB: Bom vocês discutiram aqui a questão do marco regulatório, como que o Setcergs está vendo essa questão?


ONDE ESTÁ O CHICO DA BOLEIA AK: O Setcergs tem acompanhado o marco regulatório, não só o marco regulatório do setor, mas o marco regulatório também que nós temos brigado muito na questão dos pedágios no estado, nós entendemos que pra fazer o pedágio no estado do Rio Grande do Sul nós precisamos do marco regulatório, nós não podemos cometer o mesmo erro que nós cometemos em governos passados onde só as companhias de pedágio lucraram e a sociedade como um todo perdeu, nós não somos contra lucro e não somos contra pedágio, nós somos a favor do lucro da livre iniciativa e somos a favor do pedágio, agora esse pedágio ele tem que dar retorno, nós queremos uma estrada bem conservada, que nos dê chance de economizar óleo Diesel, pneu, caixa, cambio, estradas mal conservadas nós gastamos mais com pneu, gastamos mais com combustível e as coisas estão muito difíceis, então essa condição que o Setcergs briga é pra que as estradas sejam melhores e em melhores condições. Sem falar na questão segurança que nós brigamos por pontos estratégicos para paradas dos caminhoneiros, então é uma luta incessante, eu sei que não vamos conseguir amanhã, mas é um trabalho que nós devemos dar continuidade. CB: Você acredita que 2017 paramos de afundar e vamos respirar? AK: Com certeza o que nós sentimos nesse momento é um descolamento da questão, nós não podemos mais, já passou, nós estamos sobrevivendo, ninguém está investindo, nós estamos simplesmente sobrevivendo, as empresas estão sobrevivendo de todos os setores, pena daquelas que fecharam, muitas tem fechado a porta, do nosso e de outros setores, eu costumo andar por este Brasil a fora e costumo dizer que a empresa que mais está crescendo e eu a vejo em todo o Brasil, tem duas empresas que nessa crise cresceram muito já, eu não sei se tu vai concordar comigo, mas a tal da ‘aluga-se e vende-se’ cresceu ehm, o que tem por aí de ‘aluga-se’ e ‘vende-se’ amigo, essa empresa cresceu muito viu, porque esta empresa é famosa no Brasil todo ehm em qualquer lugar ehm! CB: Bom, eu conheço já a algum tempo, eu acompanho a feira, já está indo para o sétimo ano que eu venho aqui no Rio Grande do Sul acompanhar a feira, acompanho o congresso, as palestras, que são extremamente importantes e me sinto na liberdade de sobre o que eu vi hoje, a gente sempre acompanha as palestras com nível técnico muito alto, assuntos extremamente pertinentes ao setor e hoje a gente assistiu uma palestra que eu ainda estou querendo enten-

der o porquê dela, o senhor poderia explicar? AK: Na realidade é o seguinte o Setcergs dentro da democracia ele traz todos os candidatos e pré-candidatos e nós temos relacionamento, o Setcergs não tem partido, o Setcergs não tem vocação política, nós estamos aqui pra receber todos os candidatos, e o Bolsonaro ia vir para porto alegre e nós aproveitamos, fizemos o convite então que ele viesse e ele tem uns compromissos hoje de tarde aqui, ali, de noite, vai ficar aí amanhã, e nós queríamos ouvi-lo, nós temos que ouvir, o que a Transposul fez foi trazer um candidato que está em segundo nas pesquisas pra falar sobre pra falar sobre nós, preciso conhece-lo, agora nós não temos partido, o Setcergs não tem partido e volto a te dizer, e em outras eleições a Transposul e o Setcergs ouviram todos os candidatos, por exemplo, no ano passado nós estávamos tentando trazer um senador, que eu não vou citar o nome dele aqui agora, e que teve tendo algum tipo de problema, mas ele era um cara que nós iriámos trazer, nós queremos entender as ideias, então Chico nós não temos absolutamente nada, o Setcergs, a Transposul não tem partido, ela simplesmente ela quer ouvir as pessoas e aqui nós temos uma questão democrática, quando existem as eleições municipais para prefeito nós convidamos todos os candidatos para que vão lá e tenham direito de falar meia hora, qual é seu plano, então assim é que funciona, não temos candidato. CB: Bom escutamos aqui nosso amigo Afrânio presidente da Setcergs, pessoal já está raptando ele por aqui, muito obrigado, Chico da Boleia sempre com orgulho de ser caminhoneiro e buscando a informação aonde ela acontece! Alguns dos principais fabricantes de caminhões apresentaram seus produtos na exposição. A Scania apresentou os caminhões pesados R 440 6×2 e R 440 6×4 Streamline Highline (Edição Especial 60 anos). “A Scania participa desde a primeira edição da TranspoSul, pois nos proporciona a oportunidade de estar mais próximos das empresas de transporte da região Sul. Na feira, podemos apresentar a um seleto público nossas soluções financeiras, de produtos, serviços, seguros, e as vantagens do Consórcio Scania. Além de atrair novos clientes”, disse Victor Carvalho, diretor de vendas de Caminhões da Scania no Brasil. Hoje, a participação da marca no Rio Grande do Sul está em 34%, nos pesados, e de 10%, nos semipesados.

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O R 440 é o campeão de vendas da Scania. Com 838 unidades, o modelo fechou o acumulado do ano, de janeiro a maio, na liderança dos pesados. Segundo a montadora, o veículo continua sua curva de ascensão após ser o líder de vendas da mesma categoria em 2016. Os dados são do ranking da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ele conta com motor de 440cv e desenvolve eficiente torque de 2.300 Nm já a 1.000 rpm, garantindo economia superior em relação aos concorrentes. Atua em aplicações de longas distâncias com implementos baú, sider, carga seca, caçamba, contêiner, frigorífico, tanque, cegonha e pranchas para cargas indivisíveis. Sua cabine oferece a maior ergonomia e conforto do segmento.

o compromisso estabelecido no slogan ‘As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve’. “Estamos cumprindo à risca o que prometemos e entregando o produto que os clientes pediram, ganhando o reconhecimento e a confiança do mercado. E isso vem ocorrendo também em outras atividades, como no transporte de cargas frigorificadas, combustíveis, produtos químicos, cegonheiro e porta-contêiner”, declarou Carvalho.

A Mercedes-Benz participou da feira em parceria com seus concessionários Mecasul e Savar. A marca expõs em seu estande o caminhão extrapesado Actros 2546 6×2, o semipesado Atego 3030 8×2 e o leve Accelo 1016, além do furgão Vito 111 CDI. Ainda no Centro de Eventos, ganhou destaque o Actros 2651 6×4, modelo top de linha da marca no país.

“A região Sul é responsável pelo maior market share da DAF no Brasil, então é muito importante estarmos presentes na TranspoSul, que é reconhecida como uma das principais feiras de logística no Brasil. É um ótimo momento para fazermos novos contatos, novos negócios e também reforçarmos a presença da marca DAF na região Sul”, ressaltou Antenor Frasson, diretor de vendas da DAF Caminhões Brasil.

“Durante a TranspoSul, demonstramos as soluções que a nossa marca oferece para o transporte e logística, o que inclui a mais completa linha de caminhões e veículos comerciais leves, como também de produtos e serviços de pré e de pós-venda”, afirmou Ari de Carvalho, diretor de Vendas e Marketing Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. “O Actros 2651 vem tendo um grande sucesso como mix-road em diversas regiões do Brasil, como, por exemplo, nas atividades do agronegócio.” De acordo com o executivo, o êxito do Actros no agronegócio tem tudo a ver com

As concessionárias da rede DAF Caminhões Brasil, DAF Austral e DAF Eldorado, exibiram na feira as versões mais equipadas da montadora: os modelos XF105 na versão 6×4 com motorização de 510 cv e cabine Super Space e o CF85 versão 6×2 410 cv com cabine Space.

Atualmente a DAF fabrica no Brasil os caminhões CF85 e o XF105. O primeiro é um modelo pesado indicado para operações de curtas e médias distâncias, até 56 toneladas. O veículo pode ser adquirido nas versões 4×2 e 6×2 nas versões 360 cv ou 410 cv. O XF105 tem capacidade máxima de carga de 74 toneladas e possui as configurações 6×2 ou 6×4 em três opções de motorização: 410 cv, 460 cv ou 510 cv. O veículo conta com três opções de cabine: Comfort, Space e Super Space.


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SAÚDE NO TRECHO

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Rotina afeta saúde do caminhoneiro

Uso de estimulantes, os rebites, caiu para 2%, mas problemas de sobrepeso e coluna ainda afetam o profissional do volante

TEXTO: Circuito MT | Foto: Divulgação

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esquisa realizada pela concessionária Rota do Oeste revela que 65% dos motoristas de caminhão apresentam circunferência abdominal maior que 94 cm; 35% apresentaram sobrepeso; 33% estão com colesterol acima de 200 mg/dl e 11% apresentaram glicemia acima de 140 mg/dl. Os dados, apurados em 2016, são referentes ao ano passado. Há diversos outros estudos que relatam as péssimas condições ocupacionais dos motoristas e os prejuízos que isso traz para a saúde deles. Muitos não praticam atividades físicas, não fazem alongamento ou até mesmo comem no horário correto. Tudo isso resulta em maus hábitos, decorrentes da pressão pela entrega rápida de cargas em um tempo predeterminado. Antônio Barbosa de Araújo, 43 anos, está há quatro anos praticando atividade física, quando dá. Quando ele não está na estrada, aproveita para jogar um futebol com os amigos, mas é só. “No mais, não pratico nenhuma atividade física”, e a alimentação também não é a correta. Tem dias que é feita na cozinha do caminhão e às vezes, “quando dá”, ele come em algum restaurante de beira de estrada. Apesar dos hábitos, ele garante que não tem problemas de saúde, mas porque sempre faz um acompanhamento com o médico. “Sem a saúde nós não somos nada, então é importante cuidar. Muitos companheiros pensam que só trabalhar é o bastante e acabam prejudicando muito a saúde. No dia a dia, amanhã ele vai ter um retorno

disso aí, pensa que ao dirigir tantas horas chega mais rápido até o local e acaba se prejudicando”. Para essas pessoas, ele tem um aviso. “Pode ter certeza que essas pessoas que tomam alguma coisa mais pra frente serão prejudicadas e irão se arrepender. O serviço de caminhoneiro é bom, mas a saúde é melhor, então precisa se cuidar. É cuidar da saúde e depois pensar no trabalho”, aconselha.

nárias. Direito ao pagamento de horas extras, direito ao adicional noturno, intervalo de descanso de no mínimo 11 horas a cada período de 24 horas, entre outros. Mas, passados pouco menos de três anos da promulgação da Lei do Descanso, sobreveio a Lei nº 13.103/2015, introduzindo modificações. Agora as transportadoras são obrigadas a implementar o controle de jornada de trabalho, entre outras modificações. JORNADA CONTROLADA

Há 15 anos na estrada, João Fernandes, de 39 anos, afirma que a lei foi importante. “Melhorou muito depois que a lei passou a vigorar, até porque a lei te obrigou a parar. Hoje se você vai renovar uma habilitação tem o exame toxicológico, se você não estiver 100% beleza em termos de rodar à noite, sem tomar algum produto para tocar a noite, nem renovar você consegue”.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado de Mato Grosso (Sindimat), Eleus Vieira de Amorim, a lei exige que o motorista tenha essa jornada de trabalho controlada, e isso é importante. “Ele, queira ou não, a jornada dele será controlada por lei federal. Se ele for flagrado em uma fiscalização da PRF descumprindo isso, ele é preso”.

Ele se orgulha em dizer que não toma nenhum remédio ou faz uso de drogas e reforça que a saúde do caminhoneiro é “complicada”. “A gente não tem tempo de cuidar. A gente não tem hora pra se alimentar, tem dia que você consegue comer no horário, tem dia que você se alimenta fora de hora e tem dias que não dá nem para se alimentar. Então é muito complicado”, conta.

Desse modo, o sindicato tem realizado palestras e eventos para instruir o empresário do transporte rodoviário para cumprir a lei, juntamente com os trabalhadores. “O sindicato patronal e o sindicato laboral têm feito um trabalho muito forte nesse sentido de estar fazendo a orientação para o trabalhador no cumprimento da lei” completou.

Nesse contexto, foi editada a Lei nº 12.619/2012, que estabelece limites de jornada e intervalos para repouso. Pelos limites, o motorista trabalha oito horas diárias e 44 semanais, com possibilidade de prorrogação por até duas horas extraordi-

MENOS DE 2% DOS MOTORISTAS FORAM REPROVADOS EM EXAME TOXICOLÓGICO De acordo com Eleus Vieira de Amorim, presidente do Sindimat, após a aplicação da lei os motoristas do transporte rodoviário e

de carga reprovados nos exames toxicológicos são menos de 2%. “No primeiro momento, quando saiu a lei, nós estávamos muito preocupados porque tínhamos as informações de que o número de motoristas que usavam algum tipo de droga era muito alto, mas na realidade na comprovação do dia a dia a gente tem verificado, até agora menos de 2%”, pontuou. Para ele, o estímulo com campanhas que mostram ao trabalhador o efeito que a droga provoca sobre ele e o veículo chama a atenção para a responsabilidade de não fazer uso dela. “Hoje o empresário do transporte rodoviário tem sido chamado a essa responsabilidade de instruir o seu motorista, e ele tem feito isso. Acredito que isso tem dado um resultado muito positivo e por isso esse número (2%)”. Eleus aponta que tem motorista que tem trabalhado com a pressão ao extremo, pronto para ter um infarto. Sabendo disso, o sindicato, junto ao Sest-Senat (Serviço Social de Trabalho e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), oferece aos seus filiados planos de saúde e lazer para o trabalhador e família. Na área médica, o caminhoneiro tem os benefícios: clínica geral, fisioterapia e psicólogo. Também conta com a área odontológica: prevenção, diagnósticos, dentística e radiologia. No lazer, eles podem fazer natação, hidroginástica, futebol de campo e salão, artes marciais, voleibol, ginástica aeróbica e localizada. “Além disso, O Sindimat está preparan-


SAÚDE NO TRECHO

Exequível Tipo de tela de TVs modernas

Pedaço de jornal Varredor destacado de ruas Composto com a (bras.) gasoso da tesoura respiração

Tecnologia da Informação (sigla) Imitar o gemido dos cães

Graça, em inglês Diminuto Processo facilitado por lixeiras coloridas Qualidade dos anjos (Rel.) Musical hippie da Broadway Assassinato de muitas pessoas

"(?) tudo que reluz é ouro" (dito)

"Falso", na resposta de provas

Naturalismo (abrev.)

Modelo de carro criado por Ford

Boston (?) Sox, time de beisebol (EUA) "(?) Traviata", ópera de Verdi 68

Solução

E M G I R

BANCO

Símbolo do poder na Roma Imperial

S I G L A C E

Mencionem Quase improváveis (fem.)

(?) Sangalo, cantora de "Poeira"

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PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE

Teoria (?): explica o processo de seleção natural Níquel (Biol.) (símbolo)

F I I N D E E X

Segundo dados da Rota do Oeste, em 2016 foram 2.173 motoristas atendidos em três edições do Parada Legal. Em 2015, foram 2.511 motoristas atendidos e em 2014, 1.209 motoristas.

Edição (abrev.) Hábitat da moreia

(?) Diaz, atriz de "As Panteras" Doutora

C C A D O A L M R F P N C I A E R O N H A I N C I A I A VE L T I E M I T A D A

Os participantes também têm a oportunidade de receber massagem, consultar a situação de sua carteira de motorista e assistir a palestras educativas sobre o trânsito ministradas por uma equipe da PRF. Todos os serviços são realizados por meio de parcerias.

Marca do texto sem nexo (?) profissional, prérequisito de vagas de emprego

Crustáceo que gruda em cascos de navios

O erro da frase: "Cheguei em Belém"

(?) Maia, cantor de "Me Dê Motivo"

A N E L

As principais reduções foram relacionadas a ocorrências de capotamentos (92%), colisões laterais (30%), tombamentos (19%) e engavetamentos (13%). Os motoristas profissionais são os principais usuários da rodovia federal em Mato Grosso, que tem mais de 60% do tráfego formado por veículos pesados.

Massa (abrev.) Corte (de faca)

A G R A N C I R

Em Mato Grosso, o número de acidentes envolvendo caminhões que trafegam na BR-163 caiu 14% em 2016. Os dados da Rota do Oeste apontam que, com relação às ocorrências envolvendo caminhoneiros, de 1º de janeiro a 30 de novembro de 2016, o número caiu de 2.017 registros em 2015 para 1.729 em 2016.

O foco do programa é a saúde e o bemestar dos caminhoneiros, principal usuário da BR-163 e 364. O Parada Legal disponibilizou gratuitamente exames clínicos como eletrocardiograma, de visão, aferição de pressão, consulta psicológica, testes de estresse e de glicemia.

A empresa cuja responsabilidade de cada sócio é Tecido restrita ao valor de muscular suas quotas

A tradução ao pé da letra O dedo Abonar; indicador afiançar (Anat.)

PARADA LEGAL – PROGRAMA ROTA DO OESTE O programa Parada Legal, da Rota do Oeste, destinado a motoristas profissionais, é organizado pela Concessionária Rota do Oeste em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Neste ano, a edição realizada em Cuiabá entre os dias 3 a 5 de maio atendeu 1.361 motoristas e marcou a abertura das ações do Maio Amarelo, movimento internacional que busca sensibilizar a sociedade sobre o alto índice de mortos e feridos no trânsito.

© Revistas COQUETEL

Gíria (abrev.) Marca de carros

(?) das palavras: Cobertura Robert De objeto de estudo da à base de (?), ator de semântica A vogal açúcar, "Ajuste de (Ling.) do pingo para bolos Contas"

S

Há cinco anos, o trabalho dos caminhoneiros, um dos mais exigentes no que se diz respeito à necessidade de boas condições físicas e mentais, ganhou um reforço com a Lei 12.619 de 2012, popularmente chamada Lei do Caminhoneiro.

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E V O L U T I V A

ACIDENTES REDUZIRAM EM 14% COM LEI E GANHOS

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

M N I F I T E R R O E R C A M A R E R I D G I L C I C A N D F N I F E M M O T

“Nós realizamos um questionamento informando que o nome deles nunca será divulgado, mas há um registro muito baixo de pessoas que utilizam algum tipo de substância. Não posso afirmar se é por causa da Lei dos Caminhoneiros que restringiu a direção continuada ou pelo fato de realmente ter reduzido”, explicou.

Anteriormente os motoristas não eram sujeitos a controle de horários. Com isso não eram pagas horas extras e não havia intervalos de descanso. Mas o problema não era só uma questão financeira, mas também um problema de saúde do caminhoneiro e de segurança na estrada.

PALAVRAS CRUZADAS

G A R R E C H O C A R C I T R E

De acordo com o gerente Administrativo e de Sustentabilidade da Rota do Oeste, Pedro Ely, ou eles realmente não utilizam nenhum tipo de substância ilícita ou há certa restrição para assumir isso.

“A gente não consegue dizer se foi por causa disso [lei] ou porque existem outras diversas atividades acontecendo. A melhoria do pavimento, a realização de obras para a rodovia”, disse Pedro Ely.

CHICO DA BOLEIA

3/lcd — red. 4/hair. 5/grace — índex. 6/viável. 7/remotas. 9/evolutiva. 11/carnificina.

do para agosto ou setembro o lançamento do programa Fadiga Zero em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da saúde dos trabalhadores por completo. Estamos começando essa campanha para tratar a alimentação, controle da jornada de trabalho, postura ao dirigir o caminhão”, contou ao Circuito Mato Grosso.

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O JORNAL DO AMIGO CAMINHONEIRO



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