Inside Chapel #31 Português

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Edição 31 - Agosto de 2025 / ISSN 2527-2160

COLÉGIO EM EVOLUÇÃO

Renovação do selo NEASC comprova alto padrão da educação oferecida pela Chapel

DA CHAPEL PARA HARVARD

Ex-aluna Beatriz Abram compartilha experiências decisivas vividas no colégio

O INTERCÂMBIO

SEM FIM

Crônica de Matthew Shirts

FALAR SEM OFENDER

Comunicação Não Violenta facilita conversas difíceis

Entrevista exclusiva com a especialista Lu Vianello, sobre uma das habilidades mais importantes da atualidade

tudo sobre a Chapel School basta escanear

Serviço de Nutrição
Serviço de Nutrição
Serviço de Saúde
Serviço de Saúde
Programa Esportivo
Programa Esportivo
Early Childhood Education Center
Early Childhood Education Center

Ms. Juliana Menezes, Superintendente da Chapel

A31ª edição da Inside Chapel marca o início do ano letivo de 20252026. Ao começarmos este novo ano letivo, que o façamos de corações abertos, mentes curiosas e compromisso compartilhado com a aprendizagem e o crescimento. Abracemos as oportunidades diante de nós, aprofundemos nossas conexões e a construção contínua de uma comunidade inclusiva e com propósito.

O dicionário Merriam-Webster define comunicação, em tradução livre, como o “processo de troca de informações, ideias ou sentimentos por meio de um sistema em comum de símbolos, sinais ou comportamentos. Abrange a transmissão de informações ou a troca de pensamentos, opiniões ou sentimentos, através da fala, da escrita ou por outros meios”. No entanto, isso é uma subestimação no contexto escolar de aprendizagem, crescimento e conexão humana.

A comunicação é um processo complexo e dinâmico. Envolve expressar ideias com clareza, escutar com intenção e estar atentos a como nossas palavras podem ser recebidas ou afetar os outros. Devemos refletir constantemente sobre a seguinte questão: “Como nos comunicar de forma respeitosa, construtiva e empática?”

A comunicação eficaz é a base da confiança. Ela evita mal-entendidos e fortalece relações. Ainda assim, em um mundo cada vez mais moldado por plataformas digitais e mensagens instantâneas, somos diariamente lembrados do poder e também do risco das nossas palavras. As redes sociais e as mensagens de texto aceleraram a velocidade de difusão da informação, mas nem sempre com veracidade e gentileza. Cada mensagem pode ter um impacto duradouro. Uma vez compartilhada, pode ser difícil, senão impossível, revertê-la.

E, por isso, as nossas intenções têm importância. Sempre que possível, escolha a conversa em vez do comentário. Um diálogo frente a frente em vez de uma mensagem encaminhada. É na interação humana em tempo real que acolhemos as diferenças e construímos a compreensão. Nenhuma tecnologia substitui o valor da verdadeira conexão.

Na condição de educadores, famílias e membros de uma comunidade de aprendizagem, devemos dar o exemplo da comunicação que esperamos ver nos nossos alunos. Converse com quem precisa conversar, mesmo quando for difícil. Discorde quando necessário, mas faça-o com respeito. Busque clareza, mas nunca em sacrifício da gentileza.

A comunicação em uma escola como a nossa não se resume à troca de informações; ela constrói relações, cultiva a confiança e garante que todos sejam ouvidos com dignidade.

INSIDE CHAPEL É UMA PUBLICAÇÃO

SEMESTRAL DA CHAPEL SCHOOL

WWW.CHAPELSCHOOL.COM

CONSELHO EDITORIAL CHAPEL SCHOOL: Miguel Tavares Ferreira e Marcos Tavares Ferreira

EDITORA: Paula Veneroso MTB 23.596 (paulaveneroso@gmail.com)

ASSISTENTE EDITORIAL: Fernanda Caires (publications@chapelschool.com)

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

Adriana Calabró, Matthew Shirts, Maurício Oliveira e Paula Veneroso

FOTOS:

Arquivo Chapel, Freepik, Kiko Ferrite, Van Papillo e Vanessa Souto

DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: João Henrique Moço

TRADUÇÕES: Chapel School

IMPRESSÃO: Leograf

ADRIANA CALABRÓ

[NEASC: reflexão, crescimento e excelência na Chapel School, p. 15] é jornalista e desenvolve projetos nas áreas de literatura, teatro e audiovisual, além de realizar pesquisa autoral sobre a escrita como processo de transformação. Foi premiada com o Selo PUC/Unesco Melhores Livros do Ano (2017) e com o Prêmio João de Barro (2016) pelo seu primeiro livro juvenil, Vida Game. Também conquistou o ProAC de criação literária (2007) e os prêmios Selo Elas Cabíria Telecine (2021) e Rio WebFest (2022, como roteirista colaboradora). Foi finalista nos prêmios Off-Flip, Paulo Leminski e em Festivais de curta-metragem, no Brasil e em Contis, na França. Tem nove livros publicados.

COLABORADORES

MATTHEW SHIRTS

[O intercâmbio sem fim, p. 37] é escritor. Americano criado na Califórnia, formou-se na UC Berkeley, estudou História na USP e fez pós-graduação na Universidade Stanford. Mudou-se para São Paulo na década de 1980. Lançou no Brasil a revista National Geographic e ajudou a criar o Planeta Sustentável, a maior e mais influente plataforma de sustentabilidade em língua portuguesa. Foi cronista da revista Veja e do jornal O Estado de S.Paulo. É autor dos livros O jeitinho americano, A feijoada completa e Emergência climática: O aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor

MAURÍCIO OLIVEIRA

[“É difícil dizer não para Harvard”, p. 32] já escreveu para os principais veículos da imprensa brasileira, como Veja, Exame, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e UOL. Com mestrado em História Cultural e doutorado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tem mais de 30 livros publicados, como Amores Proibidos na História do Brasil, Garibaldi, Herói dos Dois Mundos e Pelé, O Rei Visto de Perto

PAULA VENEROSO

[Conversas difíceis: é possível falar sem machucar e ouvir sem se ofender?, p. 09, e A conexão é a chave da comunicação, p. 24] é editora da Inside Chapel. Jornalista e mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), atuou como revisora, redatora e repórter nas revistas Veja, Veja São Paulo e no jornal Folha de S.Paulo. Por mais de 20 anos lecionou técnicas de redação jornalística em cursos de graduação. Atualmente, trabalha como preparadora e revisora de livros, e na produção e edição de reportagens para mídias impressas e digitais.

SUMÁRIO

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COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA

A especialista em Comunicação Não Violenta (CNV)

Liliane Sant’Anna fala sobre a abordagem desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg e que diz muito sobre o comportamento humano. A CNV mostra como os seres humanos olham para o mundo: se o fazem a partir da colaboração ou a partir da competição cega e sem limites.

CRÔNICA

Um intercâmbio colegial foi responsável por trazer Matthew Shirts pela primeira vez ao Brasil, há quase meio século. Na crônica “O intercâmbio sem fim”, ele narra, com muito bom humor, suas agruras no centro-oeste do País, sem falar nem entender quase nada da língua portuguesa.

ENSINO DE ALTA QUALIDADE

Em um processo desafiante e, ao mesmo tempo, enriquecedor, a Chapel renova este ano o seu selo NEASC (New England Association of Schools and Colleges), certificação que avaliza a credibilidade e a excelência educacional de escolas americanas, dentro e fora dos Estados Unidos.

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SPOTLIGHT

Participação dos professores da Chapel na XIV Jornada de Estudos Brasileiros e na conferência AMISA 2025; visita dos alunos do 4º ano a indígenas Kuikuro em São Paulo; conversa do ex-aluno Luis Mameri com alunos do HS sobre escolha de carreira; caminhada beneficente organizada pelo NHS; doação de triciclos à escola Santo Eugênio pelos membros do The Giving Project. O que foi notícia na Chapel.

HABILIDADES COMUNICATIVAS

Considerada uma das habilidades comportamentais mais importantes da sociedade contemporânea, a boa comunicação é fundamental para o sucesso pessoal e profissional. Em entrevista exclusiva, a fonoaudióloga Lu Vianello explica que, por mais que pareça natural do ser humano, a comunicação ainda é uma dificuldade enorme para muita gente. E dá dicas para uma comunicação eficaz.

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TALENTOS & PAIXÕES

Os professores Ana Inglesi e Christopher Govier falam de suas aptidões literárias e jornadas humanitárias. Destacam-se, entre os alunos, vocação para os esportes – natação, jiu-jitsu e patinação –, para as artes, canto, e muitas outras habilidades desenvolvidas dentro e fora Chapel como ações de sustentabilidade, trabalho voluntário e conhecimento financeiro.

SENSO DE

PERTENCIMENTO

Assim como a Chapel lhe proporcionou vivenciar experiências diversas dos três aos dezessete anos, agora é a vez de Harvard permitir a Beatriz Abram experimentar novas vivências, certamente também intensas e marcantes. Aprovada em cinco universidades Ivy League, a ex-aluna compartilha lembranças da Chapel e expectativas da vida universitária.

GALLERY

Registros fotográficos de eventos culturais e comemorativos do último semestre da Chapel: brincadeiras de Carnaval; comidas típicas do Festival Internacional; talento dos alunos em Anastasia: o musical; diversões e delícias da Festa Junina; e as formaturas das turmas do Kindergarten, 6º ano e 12º ano.

PARA LILIANE SANT’ANNA, ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV), SIM, É POSSÍVEL: “MAIS DO QUE UMA TÉCNICA OU UM MÉTODO, A CNV ENVOLVE A TOMADA DE CONSCIÊNCIA DOS PADRÕES COMUNICACIONAIS AOS QUAIS ESTAMOS ACOSTUMADOS – QUE REPRODUZEM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA INVISÍVEL – E A REFORMULAÇÃO DO MODO COMO NOS EXPRESSAMOS E OUVIMOS OS OUTROS”. FACILITADORA DA ABORDAGEM SISTEMATIZADA PELO PSICÓLOGO NORTE-AMERICANO MARSHALL ROSENBERG NA DÉCADA DE 1960, LILIANE SE IDENTIFICOU COM A CNV AO APROFUNDAR-SE EM HABILIDADES RELACIONAIS; E, EM 2017, FUNDOU COM MAIS TRÊS ESPECIALISTAS O INSTITUTO CNV BRASIL, REFERÊNCIA NA DIFUSÃO DA COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO BRASIL.

CONVERSAS

DIFÍCEIS: É

POSSÍVEL

FALAR SEM MACHUCAR E OUVIR SEM SE OFENDER?

Graduada em Administração e pós-graduada em Psicologia Positiva, Liliane iniciou sua carreira profissional como especialista em Recursos Humanos, e foi justamente no ambiente corporativo que se deu conta do quanto a comunicação podia se tornar um problema de convivência nas organizações.

“Passei a me comover com isso, vendo o vazio que muitas pessoas sentem no ambiente de trabalho”, explica ela, que se aprofundou em estudos do corpo, da linguagem e do movimento a fim de comprovar como o ser humano é capaz de conviver mais harmonicamente quando aprende a ter conversas melhores.

“Em minha prática de estudos sobre habilidades relacionais, a comunicação não violenta entrou como um elemento que fechou e arredondou todos os meus conhecimentos, é como se ela servisse como pílulas que melhoram as relações humanas”, afirma.

Ora, e como fazemos para entrar nesse clube da comunicação sadia? Tem pílulas para todos? Brincadeiras à parte, Liliana garante que tanto quem conhece apenas um pouco de comunicação não violenta quanto quem conhece muito pode se servir dela como um instrumento para viver relações melhores.

Diálogo ou cabo de guerra?

“Dentro das nossas relações, temos aquelas conversas que nos afastam, que viram cabo de guerra, nas quais eu falo e acabo machucando a outra pessoa, ou então levo para o lado pessoal aquilo que eu escuto; essas são o que eu chamo de conversas difíceis”, comenta a especialista. Nesses casos, a CNV atua desatando os nós, imprimindo fluidez às conversas, “para que os conflitos se tornem produtivos e a gente consiga encontrar uma solução que beneficie os dois lados”, complementa. Mas não pense que para isso acontecer alguém tem que ceder.

Por Paula Veneroso Fotos: Van Papillo

NA CNV, NINGUÉM DEIXA DE CUIDAR DAS SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES, MAS AMBOS SE DISPÕEM A COLABORAR PARA UMA SOLUÇÃO DE INTERESSE MÚTUO.

Nada disso: Não se trata daquele famoso ‘ganha X perde’, nem do tal ‘ganha X ganha’, no sentido de que alguém sempre acaba colocando suas necessidades em segundo plano para não magoar o outro. “Ninguém deixa de cuidar das suas próprias necessidades, mas ambos se dispõem a colaborar para uma solução de interesse mútuo”, explica. Numa relação, se apenas uma das pessoas souber praticar a comunicação não violenta, isso já faz com que a conversa se torne não violenta. E fazer isso é relativamente simples: “Nada mais é do que uma consciência de entender quais são as minhas necessidades e como as minhas ações impactam a outra pessoa, ao mesmo tempo em que tenho ideia das necessidades da outra pessoa e de como elas me impactam. A pessoa que tem essa noção puxa lenços que estavam entupindo o tubo entre elas para que a conversa flua”, resume Liliane. Dessa forma, mesmo que apenas um dos interlocutores pratique a CNV, a probabilidade de que uma conversa difícil flua é muito maior. A ressalva fica por conta das relações muito íntimas, pois quanto maior a convivência, maior a dor e, portanto, mais complexo se torna utilizar a CNV naquela relação. “Se eu tenho uma experiência muito grande com uma pessoa, eu também tenho uma dor muito grande que vai estar ali sendo vivida naquela conversa específica”, afirma a especialista, apontando para a eficácia dos processos de mentoria, “que funcionam muito bem nesses casos como a mediação, por exemplo, para fazer com que uma terceira pessoa possa acompanhar uma conversa que está muito dolorida, que está muito ferida”. No entanto, para a resolução de conflitos do dia a dia, “a CNV é totalmente

MAHATMA GANDHI E

MARTIN LUTHER KING NA

CONCEPÇÃO DA CNV

Para sistematizar a Comunicação Não Violenta (CNV), o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg (1934-2015) inspirou-se nas ações de resistência não-violenta do líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948) e do ativista político estadunidense Martin Luther King (1929-1968).

Gandhi afirmava que “o primeiro princípio da ação não violenta é a não cooperação com qualquer forma de humilhação”, e tal preceito fundamentou a transformação de realidades violentas ao fazer valer a prática da resistência pacífica. Martin Luther King, por sua vez, foi o mais importante líder dos movimentos que lutaram pela ampliação dos direitos civis dos negros nos EUA, e, contemporâneo de Rosenberg, o inspirou, no início dos anos 1960, em seu trabalho como orientador educacional em instituições de ensino que tentavam eliminar a segregação racial. Ao ensinar métodos e técnicas de comunicação, o psicólogo desenvolveu a CNV, em busca de uma conexão concreta e verdadeira entre as pessoas.

transformadora ao trazer elementos claramente observáveis e tangíveis dentro da forma como a gente vê o mundo, o que já transforma as nossas conversas”, explica.

Mais colaboração e menos competição

No dia a dia, é bastante comum tentarmos, a todo instante, distinguir o certo do errado, o bom do mau. Para tanto, é usual julgar os outros e suas atitudes, assim como é fato que nós e nossas ações também estão sendo julgados a todo momento. “É aí que nos perdemos”, afirma Liliane. “A CNV é essa conduta que volta a gente para o centro de ‘o que é importante

para mim’ e ‘o que é importante para você’, a fim de que encontremos a colaboração”, diz. Na prática, é parar de querer sempre ter razão e passar a tentar se conectar com o outro para, no encontro dessa colaboração, buscar benefícios mútuos. “A CNV tem esse tom de sair da conversa do eu contra você ou de querer estar com a razão e ir para um lugar de entendimento, de compreensão. O importante é ter em mente: o que eu estou querendo, o que você está querendo, e como a gente vai chegar a uma solução que atenda minimamente a isso, que é tão importante para nós dois”, resume. Para tanto, a CNV se vale de quatro componentes que devem permear a

SER NÃO VIOLENTO SIGNIFICA CUIDAR DAQUILO QUE É VERDADEIRO, AUTÊNTICO, DAQUILO QUE É NECESSIDADE DE TODOS.

comunicação a fim de que o propósito da não violência seja atingido. Eles funcionam como focos de atenção porque facilitam a conexão com o que realmente importa para os interlocutores, ou seja, as suas necessidades.

Observação, sentimento, necessidade e pedido

O primeiro passo para fugir da violência invisível em uma conversa é observar sem julgar, ou seja, conseguir descrever de maneira imparcial o que está acontecendo em uma determinada situação, sem interpretar. “Existe o fato e a interpretação do fato, e o primeiro componente busca conseguir separar o que aconteceu do que eu julgo sobre o que aconteceu, levando o interlocutor para a realidade ao eliminar a subjetividade”, explica Liliana.

O segundo componente diz respeito aos sentimentos envolvidos, e nada mais é do que “entender e conseguir descrever como aquele fato me impacta, como é que eu me sinto quando aquilo acontece”. A partir desse entendimento, chega-se naturalmente ao terceiro componente, as necessidades. E essas, todos conhecem, pois se tratam das necessidades humanas universais como conexão, afeto, estima, autorrealização, compreensão, entre outras. Liliana comenta que todo sentimento é mensageiro de uma necessidade: “Quando detectamos essa necessidade, a intensidade emocional diminui porque, ao manifestá-la, mostro para meu interlocutor o quanto isso é importante para mim”. E, daí chega-se naturalmente ao quarto componente: o pedido. “A partir disso, eu posso tanto fazer um pedido de ação, que é quando eu peço que a pessoa me dê alguma coisa, ou posso fazer um pedido de conexão, quando eu peço que a outra pessoa me diga os quatro componentes dela. Então, eu falo: ‘Como você percebe isso? Como é para você essa situação?’”, exemplifica Liliane. De acordo com ela, a partir daí volta um pedido de conexão e os interlocutores vão vivendo os quatro componentes da CNV até chegarem a

EM UMA CONVERSA, O PRIMEIRO PASSO

PARA FUGIR DA VIOLÊNCIA INVISÍVEL

É OBSERVAR

SEM JULGAR.

compreender o que é importante para um, para o outro, gerando, assim, um resultado de benefício mútuo. Segundo a especialista, é muito comum que as pessoas queiram apenas compartilhar: “Desejo, simplesmente, que você me escute para além da minha história, mas que você escute a minha experiência. Que você escute o que eu estou sentindo, o que eu estou precisando. E é isso que a gente chama de acolhimento”. Para exemplificar os quatro componentes da CNV,

Liliane supõe como um pai ou uma mãe podem abordar o filho que não está estudando para as provas que se aproximam: “Quando eu te vejo não estudando e a sua prova vai ser na semana que vem [observação], eu fico preocupado(a) [sentimento] porque, para mim, é muito importante proteger você, e eu vejo o estudo antes da prova como um passo essencial para você conseguir se dar bem [necessidade].

Eu queria saber como você está com isso, queria saber inclusive qual é a sua

CNV NO DIA A DIA: A METÁFORA

DA GIRAFA E DO CHACAL

Para melhor explicar os conceitos da CNV e facilitar sua utilização no dia a dia, Marshall Rosenberg desenvolveu uma metáfora animal que associa a girafa à comunicação não violenta e o chacal à comunicação violenta. Assim, quando a pessoa dialoga de maneira empática, com intenção de se conectar com o outro, expressando suas necessidades pela via do coração e com intuito colaborativo, age como a girafa. Mamífero terrestre que tem o maior coração (43 vezes mais forte do que um coração humano), a girafa, com seu pescoço comprido, consegue enxergar de cima, observar de forma ampla; e, mesmo tendo força para matar um leão, é um animal manso, de movimentos lentos e delicados.

Por outro lado, quando a pessoa se comunica dentro do padrão certo X errado, bom X mau, valendo-se de julgamentos e críticas, rotulando seu interlocutor ou falando de maneira hostil, age como o chacal. Animal agressivo, de uivo estridente, que reage automaticamente, enxerga curto e mantém o olhar baixo, o chacal exemplifica aquele cuja linguagem é marcada pela violência.

Enquanto a pessoa que se comporta como girafa dialoga para fortalecer as relações humanas, aquela que se comunica como um chacal acaba por gerar atritos e distanciamento.

perspectiva em relação a esse estudo, e quais são suas dificuldades [pedido].”

Ser pacífico não é ser passivo

O objetivo da CNV não é tornar as pessoas boazinhas. “Ela nos leva a sermos autênticos, reais, para que não sejamos violentos, tanto com as outras pessoas quanto com nós mesmos”, pontua Liliane, já que a passividade machuca muito. Dado que a palavra violência aponta para a agressividade física como um soco ou cadeirada, é lugar-comum associar a não violência à passividade, ao ficar quietinho, ao não dizer nada e concordar com tudo. Errado. É justamente a violência invisível, sutil, implícita nos relacionamentos que leva à violência concreta. E a passividade pode, sim, levar à violência, pois a pessoa que tudo suporta sem reagir acaba explodindo e partindo para a agressividade.

A CNV FUNCIONA COMO PÍLULAS QUE MELHORAM AS RELAÇÕES HUMANAS.

O oposto da violência é a não violência, ou o pacifismo. E ele não é passivo. A não violência é ativa, carrega muita energia. “Ser não violento significa cuidar daquilo que é verdadeiro, autêntico, daquilo que é necessidade de todos”, explica Liliane, complementando: “É uma questão de objetividade, de empatia, de saber colocar as suas necessidades, saber colocar os seus limites, pois às vezes nos violentamos ao não colocar as nossas necessidades a fim de não causar conflito, e isso pode gerar uma violência no futuro. Quantas vezes vemos jovens se automutilando por não conseguirem falar, expor suas necessidades?”.

São justamente as rotulações e as dualidades (eu X você) que a CNV tenta desconstruir: todo discurso que é concebido no sentido de tachar uma pessoa ou um grupo de pessoas é uma incitação à violência invisível. Ao desconstruirmos os rótulos, passamos a olhar para aquilo que é importante para nós e para aquilo que é importante para as outras pessoas. A partir daí, a lógica muda e finalmente começamos a conversar diferente.

FUTURO

Conheça nosso trabalho e seja um Amigo do Bem.

Há 30 anos, os Amigos do Bem atuam no sertão nordestino, atendendo a 150 mil pessoas todos os meses levando alimentos, água, saúde e educação. Com projetos que geram 1.500 postos de trabalho, 100% dos recursos obtidos com a venda dos produtos solidários são destinados a transformação de vidas.

NEASC: REFLEXÃO, E EXCELÊNCIA NA CHAPEL SCHOOL

e forma periódica, a Chapel School, e outras escolas americanas espalhadas pelo mundo, participam do processo de obtenção, ou renovação, do selo de agências acreditadoras, entre elas, o NEASC. O objetivo macro é comprovar que as normas e padrões adotados pela instituição de ensino estejam consoantes àquelas reconhecidas como as melhores práticas globais. Os fatores avaliados são os mais diversos e envolvem aspectos estruturais, didáticos, de gestão e de bem-estar da comunidade. O processo, longo e detalhista, também visa à comprovação de que melhorias contínuas estejam em curso. Ms. Juliana Menezes, diretora da Chapel, comenta como esse percurso, realizado ao longo de um ciclo de cinco anos, traz resultados positivos para os envolvidos. “Um dos pontos mais importantes é a reflexão interna que acontece em todas as áreas. Não para ver o que estamos fazendo, mas para entender onde estamos e onde gostaríamos de chegar, quais são as nossas projeções

DO QUE É UM ENSINO DE ALTA QUALIDADE. AS BOAS SURPRESAS DURANTE O PROCESSO SERVIRAM COMO MAIS UM INCENTIVO PARA A CONSTANTE EVOLUÇÃO.

Essa visão de excelência e melhoria constante é justamente a esperada pela NEASC, instituição fundada por líderes de Harvard, Yale, Wellesley College e outros ícones acadêmicos para garantir a qualidade da educação em escolas americanas, independente de sua localização geográfica. As visitas e acompanhamentos são feitos in loco e, como norteadores do trabalho, figuram dez Learning Principles, que se tornam base da jornada de avaliação.

Ms. Melissa Kassner, coordenadora curricular à frente do processo de acreditação, observa que a participação de todos de forma equânime e engajada ajudou a mostrar o colégio como ele realmente é. “O processo é longo, começou em setembro de 2023 e ainda continua, por isso, posso dizer que não existe ninguém com uma participação pequena. Todos trazem pontos fundamentais que, juntos, compõem a essência da nossa comunidade”, explica ela.

Para Mr. Sean Quinn, coordenador do High School, o percurso amplia o que, desde sempre, é uma prática estruturante no colégio - a autorreflexão. A construção do portfólio pelos alunos é uma forma de praticarem um pensamento independente e de terem uma visão crítica sobre seu caminho de aprendizado. Com os professores acontece o mesmo e eles também colecionam os resultados e as melhores práticas de suas próprias atividades, estabelecendo as metas a serem alcançadas. O processo do NEASC também segue essa trilha de reconhecimento e validação, mas em âmbito macroestrutural. “Se o processo gera valor para alunos e professores, ele inevitavelmente gera valor para o colégio. A acreditação é uma forma concreta de reconhecer, validar e impulsionar o que fazemos de melhor.”

O processo, realizado em várias etapas, abrange a multiplicidade do ambiente acadêmico, do setor administrativo ao corpo docente, dos orientadores aos alunos. A comissão visitante conversa com responsáveis de todas as áreas e, conforme explica Ms. Carla Winkelmann, coordenadora do ECEC, esse olhar de fora se torna valioso. “A visita é feita por pessoas extremamente capacitadas, aptas a revisar a nossa trajetória e observar as evidências daquilo que nós concluímos com nossas ações. Também nos dão parabéns naquilo que estamos fazendo bem, o que é muito importante como validação e incentivo”, conclui.

As pessoas que compõem a comissão são originárias de vários países do mundo, possuem alta qualificação e são especialmente treinadas para visitarem

O QUE O COMITÊ DO NEASC PRESENCIOU É EXATAMENTE O QUE SE VIVENCIA DIARIAMENTE NO COLÉGIO: O COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DE CADA CRIANÇA, EM TODAS AS ETAPAS DE SUA FORMAÇÃO. NÃO SE TRATA APENAS DE APRENDER A LER, A ESCREVER OU A DOMINAR A MATEMÁTICA, MAS TAMBÉM DE PROMOVER O DESENVOLVIMENTO FÍSICO, ESPIRITUAL, SOCIAL E EMOCIONAL. TRATA-SE, PORTANTO, DE FORMAR O SER HUMANO EM SUA TOTALIDADE, CAPACITANDO-O PARA ATUAR NO MUNDO DE MANEIRA PLENA E CONSCIENTE.

Ms. Juliana Menezes

os colégios e realizarem as análises e entrevistas. Ainda assim, Ms. Menezes relata que todos os passos são bem planejados, especialmente quando incluem o contato com os alunos. Eles são comunicados sobre o que vai acontecer no colégio e incentivados a interagir com os visitantes de forma sincera e verdadeira. Há ainda um pedido para que cada um dos membros da agência acreditadora grave um vídeo se apresentando, assim, as crianças e adolescentes podem reconhecer o rosto das pessoas e saber que são seguras. O resultado é sempre melhor do que o esperado. Não só os alunos são entrevistados, como buscam interagir espontaneamente e transformam os membros do NEASC em celebridades. Até mesmo pedidos de autógrafos aconteceram, em clima de confraternização.

Quanto aos pais, também são elucidados sobre o percurso do NEASC, tanto em reuniões pontuais que explicam os dez Learning Principles que regem o trabalho da agência, como na apresentação de um consolidado com

tudo o que está sendo feito. É a melhor forma de mostrar que a importância do processo vai muito além do selo e da validação. Trata-se de um conjunto de evidências que, por meio de um olhar especializado, traz a certeza de uma educação de excelência, posicionando a comunidade Chapel no mais alto grau de qualidade.

Integrar e descobrir

Um dos pontos mais comentados no colégio durante o período de acreditação é o intercâmbio de informações que acontece entre as diversas equipes da Chapel. No caso dos professores, que precisam responder às demandas de suas áreas e só se encontram em conversas rápidas na sala de almoço, é bastante enriquecedor entender mais sobre a realidade dos colegas de outras áreas, por meio de visitas, reuniões e conversas. Os professores de ensino médio, por exemplo, são bastante impactados quando podem conhecer com mais profundidade a educação infantil. “Durante a visita de professores a outras salas de aula, é possível observar colegas em ação, vivenciar diferentes abordagens pedagógicas e perceber aspectos importantes do cotidiano escolar, como a autonomia das crianças, a organização do ambiente e a forma como elas interagem entre si. São descobertas que só se tornam evidentes em uma experiência ao vivo. Essas visitas promovem a aproximação, fortalecem vínculos e proporcionam um entendimento mais profundo de como o colégio funciona no dia a dia. Todos conseguiram se conectar à sintonia fina do nosso ambiente escolar. Essa troca gera aprendizados significativos, com resultados que podem ser aplicados em diferentes contextos e situações pedagógicas”, explica Ms. Juliana Menezes. Outro aspecto é o espelhamento durante o processo. Ao observar o sucesso de áreas diferentes, demonstrado pelas evidências levantadas e consolidadas nos relatórios, os participantes ganham subsídios para impulsionar o seu próprio trabalho. “É uma questão de auto-eficácia. Enquanto os professores

assistindo as conquistas do entorno, observando os colegas tendo sucesso nas áreas deles. Isso aumenta a eficácia de todos”, observa Mr. Quinn.

Ms. Menezes traz ainda uma visão institucional que vai além dos muros do colégio e reforça o conceito de comunidade. “O processo do NEASC acontece nas escolas americanas mais renomadas, o que garante que todas as participantes estejam oferecendo um ensino de excelência, sem comparações ou competições. Somos credenciados pela mesma instituição e passamos pelo mesmo processo”, diz ela.

Um colégio que mostra o que é

Os protocolos do NEASC são rigorosos, específicos, e buscam nos colégios visitados um elevadíssimo padrão de qualidade. Na Chapel, tal seriedade conta com o respeito de todos, mas não deixa de ser complementada por uma evidência que chamou a atenção da comissão avaliadora: o sorriso que todos exibem nos corredores, nos pátios e nas salas de aula.

Ms. Melissa relembra os comentários feitos pela equipe da agência: “Na Chapel, todo mundo tem nome. Inclusive os visitantes. Todo mundo tem um nome e um sorriso”. Ela complementa contando que um dos membros do comitê ficou especialmente impressionado

FOI PRECISO SE AVENTURAR FORA DA NOSSA

ZONA DE CONFORTO E DESBRAVAR NOVOS

AMBIENTES, CONVERSAR COM TODOS OS

MEMBROS DA COMUNIDADE EDUCATIVA E VIVENCIAR AS MUITAS EXPERIÊNCIAS QUE

ACONTECEM POR AQUI. É FANTÁSTICO DESCOBRIR

QUE TUDO AQUILO QUE VOCÊ JÁ ACHAVA MUITO BOM É, NA VERDADE, BOM DEMAIS!

Ms. Melissa Kassner

com a delicadeza que alguns alunos demonstraram ao perguntarem como o seu nome era pronunciado, de uma maneira interessada e acolhedora.

Ms. Menezes complementa com algumas falas marcantes da equipe NEASC direcionadas aos professores. “Um deles disse que tínhamos algo muito especial. Que o colégio reunia recursos materiais, recursos humanos e principalmente uma genuína bondade, uma generosidade e real colaboração entre as pessoas. E que isso era sentido assim que entravam aqui”.

Outra visitante da comissão declarou que faz parte da sua metodologia de trabalho perguntar a si mesma se gostaria de trabalhar no colégio avaliado, ou ainda, se colocaria seus filhos para estudarem ali. Ao visitar a

Chapel, ela afirmou que diria sim às duas perguntas.

Mais um feedback que a coordenadora do processo, Ms. Kassner, considerou fundamental foi o que comparou os dados dos relatórios com a vida real. “Eles nos disseram que tínhamos uma visão muito clara e honesta de quem éramos, pois leram os documentos e reconheceram tudo o que dissemos no dia a dia do colégio. Isso para nós é motivo de muito orgulho”, diz ela. “Ainda mais porque não estávamos mostrando nada além do que realmente acontece, era só o nosso cotidiano, da forma mais genuína. Se eles conseguiram sentir essa realidade em poucos dias de visita, então estamos no caminho certo”, completa Ms. Menezes.

Planejar, ajustar, evoluir

A grande quantidade de relatórios, fruto do processo de acreditação da NEASC, literalmente, dá um livro. Um documento de centenas de páginas que é entregue nas mãos da agência para a análise final. Mas, se do lado deles vêm os comentários daquilo que, a partir de nossas considerações, pode ser melhorado, no nosso planejamento estão apontadas muitas das coisas que relatamos nesses documentos. Ou seja, o trabalho se torna verdadeiramente sinérgico. “Eles lapidam os nossos pensamentos com a visão deles, que é de fora, objetiva, o que complementa o plano já montado”, aponta Mr. Quinn. “O importante é lembrar que um colégio nunca está estático”.

Ms. Kassner discute outro ponto crucial, reforçado pela comissão da NEASC, e que reflete diretamente na questão das melhorias. O tempo que leva para realizá-las. “Eles sempre

NOSSO OBJETIVO É FORMAR CRIANÇAS

INDEPENDENTES, COM PENSAMENTO CRÍTICO E CAPACIDADE DE AUTORREFLEXÃO.

ESSE PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO TAMBÉM SE ESTENDE AOS PROFESSORES E À PRÓPRIA INSTITUIÇÃO, QUE ESTÃO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO.

Mr. Sean Quinn

dizem: ‘Calma, vocês não vão cumprir todos os objetivos que traçaram em um ano. Vocês têm tempo para completar o ciclo, e depois iniciar outro’. É importante trabalhar com essa consciência, ter cautela e observação, pois não adianta nada concentrar tudo em um ano e os envolvidos terem um burnout”, explica ela. Ms. Menezes concorda com essa dinâmica e diz que o processo de acreditação em si, por todo o seu potencial reflexivo, está alinhado com o principal objetivo do colégio: o entendimento compartilhado do que é um aprendizado de alto nível, ou Shared Understanding of High-Quality Learning. Esse conceito rege as ações da Chapel e foi sintetizado em um texto que abrange todas as suas facetas:

Na Chapel School, a aprendizagem é uma jornada colaborativa e pessoal, concebida para se adequar às necessidades e ponto forte de cada aluno. Enraizada nas melhores práticas, baseadas em investigação e fundamentadas em currículos internacionais e nacionais, a nossa abordagem engloba uma visão holística do crescimento do aluno.

A aprendizagem vai para além dos conhecimentos acadêmicos. Abrange as dimensões espiritual, socioemocional, cognitiva e física do desenvolvimento do aluno. O nosso processo de aprendizagem fomenta as competências para a vida, ao mesmo tempo em que promove a comunicação, a colaboração e o pensamento crítico e criativo. Ao cultivar um sentido de responsabilidade e de pertencimento, capacitamos os nossos alunos para contribuírem com as suas comunidades. A aprendizagem tem o objetivo mais elevado de ter um impacto positivo na sociedade.

O importante é que o reconhecimento profundo da realidade do colégio e a participação de todos sigam alimentando esse processo de evolução e crescimento. O selo do NEASC tem ciclos definidos e nos proporciona momentos de pura integração, o que só nos faz querer celebrar um ciclo ainda maior, composto pelos 77 anos de história da Chapel School.

O NEASC EM NÚMEROS

professores envolvidos 30 reuniões em 5 dias

73 aulas observadas

Participação em diversos eventos da Chapel:

• Ensaios de música

• Jogos extracurriculares

• Interclasses

• Walkathon

LEARNING PRINCIPLES

Learning Principle 1 - Learning Purposes/ Propósitos da Aprendizagem

“Este comitê era responsável por avaliar o currículo interdisciplinar da Chapel. Imaginamos que teríamos muito trabalho para desenvolver esse aspecto, mas o que descobrimos é que muitos dos processos interdisciplinares já estão em ação.”

Mr. Jean Silva

Learning Principle 2 - Dimensions of Learning/Dimensões da Aprendizagem

“Fomos desafiados a pensar em uma série de ideais que perpassam a educação. O processo nos levou para fora das nossas matérias e departamentos individuais, trazendo compreensão do colégio como um todo. Foi bem enriquecedor para nós, profissional e academicamente.”

Mr. Christopher Govier

Learning Principle 3 - Evidence of Learning/Evidência de Aprendizagem

“Eu estava confiante em relação aos professores que demonstravam maior predisposição para se envolver em projetos interdisciplinares, uma área que integra diretamente minhas iniciativas no Departamento de Inovação de Aprendizagem. No entanto, com o ciclo do NEASC, percebi que havia muitos outros professores com esse perfil que eu ainda não conhecia. Essa descoberta me proporciona uma visão mais ampla e clara do colégio como um todo, permitindo-me apoiar de forma mais efetiva os projetos futuros.”

Mr. Javier Rebagliati

Learning Principle 4 - Learning Perspectives/ Perspectivas da Aprendizagem

“Obtive uma visão valiosa do impacto da Chapel além da sala de aula. Fiquei particularmente comovida com os poderosos depoimentos de ex-alunos. Suas reflexões revelaram como a Chapel os preparou profundamente para a vida além do colégio - algo que talvez não tivéssemos percebido totalmente sem o processo do NEASC.”

Ms. Kahlie Graves

Learning Principle 5 - Learner

Autonomy and Engagement/Autonomia e Engajamento do Estudante

“O processo promoveu uma jornada significativa de reflexão, colaboração e crescimento. Ouvindo as perspectivas de todos e analisando as evidências, pudemos ver o quanto já estamos fazendo bem e onde ainda temos espaço para crescer. Isso destacou como o processo NEASC ajuda a alinhar nossas ações com nossos valores fundamentais.”

Ms. Maria Hernandez

Learning Principle 6 - Research, Reflection, and Action/Pesquisa, Reflexão e Ação

“Participar do NEASC é um convite para um mergulho profundo no processo educativo que ocorre diariamente em todos os espaços da Chapel School. Nos grupos de trabalho, foi interessante ver que a experiência levou a uma maior integração dos três segmentos escolares, ECEC, Elementary e High School. Juntos, os professores puderam ver a progressão do seu trabalho, somando para uma educação que prepara para a vida.”

Ms. Melissa Kassner

Learning Principle 7 - Inclusion, Diversity, Equity, and Belonging/Inclusão, Diversidade, Equidade, e Pertencimento

“Durante o processo, consideramos toda a experiência escolar – não apenas do ponto de vista acadêmico, mas também sob a ótica das relações humanas. Avaliamos como essa experiência é vivenciada por todos os membros da comunidade escolar: alunos, pais, professores, funcionários e demais colaboradores.”

Ms. Cristiana Cavalcanti

Learning Principle 8 - Leadership for Learning/Liderança para a Aprendizagem

“A experiência foi trabalhosa, mas também muito rica em conhecimentos, informações, trocas de opiniões, reflexões e soluções. Uma situação que exemplifica a importância do processo foi quando os participantes exploraram segmentos distintos de sua área de atuação. Essa experiência promoveu uma visão mais abrangente de todo o colégio.”

Ms. Eliana Cardia

Learning Principle 9 - Learning Space and Time/ Uso de Espaço e Tempo para a Aprendizagem

“O tempo que dedicamos à coleta de evidências e à elaboração dos documentos necessários nos permitiu perceber claramente o crescimento e o desenvolvimento que estão ocorrendo nas diferentes divisões do colégio. Cada um de nós teve a oportunidade de refletir sobre o trabalho que já está sendo realizado e de criar novas estratégias de ensino, permitindo-nos continuar a realizar o trabalho significativo e inspirador que acontece diariamente em nossas salas de aula.”

Ms. Cristina El Dib

Learning Principle 10 - Learning Community Wellbeing/Bem-estar da Comunidade Educativa “Fazer parte do time me possibilitou ter uma visão mais ampla, panorâmica, de todo o processo de acreditação e, principalmente, dos inúmeros programas, protocolos, currículos e sistemas que o colégio dispõe para toda a comunidade: alunos, pais, professores e funcionários. O interessante é que, mesmo trabalhando na mesma Instituição, grande parte do time envolvido nas tarefas desconhecia determinadas práticas cotidianas que ocorriam ‘bem ali do lado’”.

Mr. Erico Padilha

OUTRAS ACREDITAÇÕES E AFILIAÇÕES DA CHAPEL

Fundado em 1885, o New England Association of Schools and Colleges (NEASC) é a agência de acreditação educacional mais antiga dos Estados Unidos e atesta o alto padrão de educação em todos os níveis, do Jardim de Infância ao Doutorado.

Fundado em 1968, o lnternational Baccalaureate® (IB) é uma fundação educacional, sem fins lucrativos, que oferece programas educacionais internacionais. Mais de quatro mil escolas pelo mundo adotaram os programas que visam o desenvolvimento intelectual, pessoal, emocional e competências sociais necessárias para viver, aprender e trabalhar em um mundo cada vez mais globalizado. A Chapel foi a primeira instituição educacional brasileira a se tornar uma escola IB.

A KPMG opera como uma rede global de firmas-membros independentes que oferecem serviços de auditoria, fiscalização e consultoria, auxiliando os clientes a atenuar riscos e a aproveitar oportunidades. Corporações empresariais, governamentais, agências de setores públicos e organizações sem fins lucrativos contam com o serviço da empresa.

A American International Schools in the Americas (AMISA) foi criada em 1961 e formalmente fundada nos Estados Unidos em 1977 para aprimorar o conhecimento em educação internacional, seja na qualidade de ensino e aprendizagem em escolas associadas ou na comunicação e cooperação ativas entre elas. O órgão facilita medidas cooperativas entre agências nacionais, estaduais, locais e não governamentais no campo da educação internacional.

A National Catholic Educational Association (NCEA) é a maior organização profissional de educação privada do mundo, representando 150 mil educadores católicos, que atendem a seis milhões de alunos no ensino médio e fundamental de escolas católicas, oferecendo programas religiosos educacionais, seminários, faculdades e universidades. Seus membros são indivíduos voluntários, instituições e organizações.

A Abrace – Programas Preventivos foi criada com o objetivo de prevenir e combater o bullying e a violência escolar, oferecendo a pais, professores e alunos as ferramentas necessárias para agir de maneira efetiva para a prevenção e combate ao problema. Sua equipe de profissionais conta com especialistas capacitados pelo Olweus Bullying Prevention Program.

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo) é uma das instituições artísticas mais importantes do Brasil. Sua coleção contém mais de cinco mil obras dos representantes da Arte Moderna e Contemporânea brasileira. A Chapel School foi a primeira escola internacional a se tornar membro do programa Escolas Parceiras, participando ativamente desde 2006.

Desde os últimos 25 anos, o Principal’s Training Center (PTC) tem realizado cursos voltados ao desenvolvimento de habilidades essenciais para o treinamento de líderes, professores e orientadores que trabalham em escolas internacionais.

Common Sense é uma organização independente, dedicada a ajudar crianças e adolescentes a se desenvolverem em um mundo conectado. Por meio do Common Sense, pais e profissionais da educação recebem informações imparciais, com opiniões confiáveis, e tópicos inovadores que os auxiliam a preservar o poder dos meios de comunicação e mídia tecnológica como uma força positiva na vida de crianças e adolescentes.

A International Association for College Admission Counseling (IACAC) é uma associação cuja missão é facilitar a interação entre orientadores educacionais e instituições em um nível global, destinadas a auxiliar alunos do ensino médio em sua transição para o ensino superior, com competências profissionais alinhadas à responsabilidade social e ética.

A Association for the Advancement of International Education foi fundada em 1967, sob a missão de ajudar educadores internacionais a trabalharem com visão, sabedoria e integridade, atuando como uma comunidade global que conecta pessoas, ideias e recursos.

NBA Basketball Schools é uma rede de programas de desenvolvimento por meio do basquete para jovens entre 6 e 18 anos. Adota a abordagem baseada na “maneira NBA” de desenvolvimento de seus jogadores, com um programa estruturado e um ambiente focado em valores positivos, como integridade, trabalho em equipe, respeito e determinação. A missão do programa é inspirar jovens atletas e proporcionarlhes o contato único com técnicos estabelecidos e treinamentos comprovados.

A CONEXÃO É A CHAVE DA COMUNICAÇÃO

CONSIDERADA UMA DAS

HABILIDADES COMPORTAMENTAIS

MAIS IMPORTANTES DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, A BOA

COMUNICAÇÃO É FUNDAMENTAL

PARA O SUCESSO PESSOAL E PROFISSIONAL. ORIGINADA

DO LATIM COMMUNIO, QUE

TAMBÉM DEU ORIGEM À PALAVRA COMUNHÃO, “COMUNICAÇÃO”

SIGNIFICA TORNAR COMUM, COMPARTILHAR; NO ENTANTO, POR MAIS QUE PAREÇA NATURAL DO SER HUMANO, AINDA É UMA DIFICULDADE ENORME

PARA MUITA GENTE. E DISSO A FONOAUDIÓLOGA LU VIANELLO

ENTENDE BEM: “DEDIQUEI MINHA

CARREIRA AO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES COMUNICATIVAS

PORQUE, PARA MIM, TRATOUSE DE UMA CURA PESSOAL.

Luciana Vianello foi uma criança tímida e introvertida. Na adolescência, percebeu que a inevitável exposição exigida para fazer uma apresentação acadêmica ou mesmo para expressar um posicionamento era, para ela, como um sacrifício. E, na iminência de falar em público, se martirizava. Com tal problema para resolver, decidiu cursar Fonoaudiologia, a fim de entender os distúrbios, os problemas – não raro, crônicos – de comunicação que impediam os elos, a conexão e o entendimento entre as pessoas. “Desde o início da minha carreira, sempre fui muito curiosa para entender como a outra pessoa recebe a mensagem de quem está falando”, comenta.

O trabalho com os pacientes a levou a lecionar na universidade, o que, naturalmente, a colocou em contato com o desenvolvimento das habilidades comunicativas dos alunos, que ela passou a enxergar como um “campo de dor”: “A dor da exposição, a dor da liderança, o receio que as pessoas têm de não conseguir construir elos ou conexões”. Cursando especializações até chegar ao doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Lu foi entendendo cada vez mais o quanto todas as pessoas, sem exceção, necessitam desse ativo fundamental que é a comunicação.

Daquele momento até hoje, passaram-se mais de vinte anos, e ela foi confirmando a percepção de que, “apesar dos inúmeros canais de comunicação, nós não nos tornamos melhores na comunicação, pois as dores continuam”. Por trás de qualquer ferramenta, inclusive da inteligência artificial, tem sempre alguém precisando de suporte, precisando desenvolver essa competência para chegar onde deseja. Para falar mais sobre as dores e as delícias da comunicação, Lu Vianello concedeu esta entrevista exclusiva à Inside Chapel

Por Paula Veneroso
Fotos: Vanessa Souto e Freepik

É NECESSÁRIO UM ESTADO DE PRESENÇA, DE CONEXÃO, PARA QUE, DE VERDADE, EU

POSSA

OUVIR O OUTRO.

Você afirma que passou a compreender os problemas de comunicação além dos distúrbios físicos quando se tornou professora. Qual a importância do professor no desenvolvimento das habilidades comunicativas dos alunos?

LV: Como professora, toda vez que eu entro numa sala de aula, estou ali para cuidar daquele grupo, a fim de que aquelas pessoas possam se desenvolver. Então, a ponte de conexão, de proteção, se constrói no papel do professor. Percebi que o meu passado foi marcado por dores, vulnerabilidade e sacrifícios porque faltou, muitas vezes, aquele professor que é capaz de acolher e dizer: “Respira, você está indo bem”; “Pode falar, estou aqui do seu lado”. Na docência, eu me curei ao perceber o quão maravilhoso foi abrir a porta da comunicação, isso mudou o meu campo de visão. Como fonoaudióloga, que trabalha a comunicação em seu transtorno máximo, eu sempre me questionei frente a alguns casos porque eu tinha as técnicas, tinha as ferramentas para apoiar aquela pessoa, mas entendia que muita gente não tem transtorno, mas sofre desafios e se vê tão bloqueado quanto aquele que tem.

Foi a partir desses questionamentos que você passou a atuar além da clínica médica...

LV: Sim, eu pensava: “Então, como que eu posso pegar na mão dessa pessoa e elevá-la, transformando a realidade dela ali na hora?” Desde então, há mais de vinte anos venho trabalhando com esse olhar de cuidar de quem precisa de expansão, de cuidar de quem precisa de holofotes, de cuidar daquele que precisa fortalecer conexões e amplificar a sua influência. Nós estamos num mundo em que a influência parece ser algo muito mecânico, porque somos influenciadores, mas esquecemos que todos nós temos um potencial de influência muito maior nos nossos espaços, e que é como mãe, como pai, como professor que eu preciso ancorar aquele que está comigo. E, se eu sou

ÀS VEZES, ESQUECEMOS QUE TEMOS UM POTENCIAL DE INFLUÊNCIA MUITO GRANDE NOS NOSSOS ESPAÇOS, COMO MÃE, COMO PAI, COMO PROFESSOR.

aluno, preciso aproveitar a oportunidade que está bem diante de mim em vez de virar de costas para ela. Eu sempre digo que a comunicação abre uma porta, e que é nosso direito, que é o de conexão, de proximidade, de construir sentido com o outro. Quando viramos de costas, estamos sozinhos, solitários.

Você costuma dizer que o desejo de todas as pessoas é o de serem ouvidas. Mas, como é possível ser ouvido numa sociedade cada vez mais impaciente e dispersa?

LV: Parece bem antagônico e é mesmo, porque a gente vive um momento histórico de complexidade, de aceleração, de senso de urgência; o digital é rápido, ele nos treina, o clique é rápido, passar pelos stories é rápido. Então, como se fazer ouvir? Talvez o maior desafio da nossa Era seja o de perceber que, numa complexidade, numa aceleração, numa incerteza do mundo em que vivemos, nós precisamos mostrar o elo humano, pois é ele que nos conecta. Então, eu preciso fazer sentido para o outro, trazendo a minha humanidade. E, muitas vezes, as pessoas esquecem e entram com imposição, com controle,

com alta velocidade e zero escuta. Assim, se eu quero ser ouvida, que eu esteja presente. É necessário um estado de presença, de conexão, para que, de verdade, eu possa ouvir o outro. Pois, quando eu escuto o outro, ele se esvazia para que eu possa falar. E, essa troca é sensível em vários ambientes: nas empresas, nas escolas, na sala de aula, na relação entre pais e filhos.

Como essa conexão pode ser estabelecida na relação entre pais e filhos?

LV: É muito comum a gente replicar esse mundo exigente lá de fora para dentro dos nossos lares. Então, precisamos trazer um pouco mais desse sentido, dessa presença de conexão para que eu seja ouvido. E entender o quanto nossas crianças também precisam ser ouvidas. Às vezes, estamos no telefone, ou escrevendo, e dizemos pro filho: “Vai falando aí”. Daí, você se dá conta e pergunta: “Filho, o que foi mesmo que você falou?” E ele repete, emendando: “Pôxa mãe, pôxa pai, você não me ouviu”. Então, para ocuparmos esse campo da presença, também precisamos de coragem, de quebrar o ciclo, de não nos deixar cair no piloto automático. Pois o estado de presença significa o piloto conduzindo, sabendo para onde eu vou te levar, com toda a intencionalidade.

Na sua opinião, o que caracteriza uma comunicação eficaz?

LV: Essa é a pergunta que vale um milhão. Vamos lá. Primeiro, eu preciso ter clareza interna do que eu quero comunicar. Sem a clareza interna, vou levar o outro para um mundo dando voltas, saindo do ponto central. Preciso estabelecer: Qual é o ponto central dessa conversa? Qual é o coração dessa conversa? E, a partir daí, ter em mente: Qual é a minha intenção com essa conversa? Eu quero sair dessa conversa com você feliz, satisfeito, com você encorajado? Ou eu quero sair dessa conversa com você reflexivo, ou com você encantado? Então, a intencionalidade precisa amarrar essa conversa, pois, qualquer sinal que você demonstre diferente disso que eu desejo, me informa que eu preciso de ajuste. Segundo, a comunicação eficaz precisa gerar compreensão eficaz, pois sem compreensão não há comunicação. Só que, para os nossos tempos, isso é básico e é pouco ainda. É necessário que o outro me compreenda, mas compreender parece pouco, porque, muitas vezes, preciso de algo a mais. Eu tenho de mobilizar o outro para algo. E esse mobilizar é o que essa pessoa deverá fazer a partir do ponto em que conversamos, em que consolidamos a informação ou que apontamos para o futuro. Então, a comunicação eficaz gera ação, ela gera novos comportamentos, ela gera novos cenários.

Pensando ainda na eficácia da comunicação, como conseguimos identificar um bom comunicador?

LV: Eu sempre penso nos grandes comunicadores, que características eles têm? E todas as vezes que eu estou diante de um, fico encantada. Temos essa impressão de encantamento diante de comunicadores que parecem estar no flow da vida. Ele usufrui dessa vantagem e parece estar feliz e pleno ao comunicar. E essa plenitude me leva ao prazer, então, um bom comunicador é aquele que demonstra prazer em comunicar. O bom comunicador carrega um brilho que toca as pessoas, que nos inspiram. E tem algo nessa comunicação que mexe com o público, pois parece que eles sabem construir

pontos de empatia numa velocidade tão rápida quanto a de passar a informação. Então, tem sorriso, tem conexão, parece que tem aproximação e não resistência, parece que, quando eu escuto um grande comunicador, eu não me defendo dele, pelo contrário, eu quero ficar conectada a ele. O bom comunicador abre um espelho e eu me vejo através dele. É como se ele não estivesse num palco, e sim estivesse ao meu lado. Minha admiração é por essas pessoas que sabem tocar com as palavras não somente as mentes, mas também o coração.

Em relação à comunicação do dia a dia, é muito comum presenciarmos ou vivenciarmos conversas nas quais a discordância de ideias gera desrespeito na interação. Como não cair nessa armadilha? LV: Eu gosto de pensar uma comunicação positiva a partir da comunicação não violenta. Nenhuma conversa ou diálogo pode ter um

pressuposto de que existe uma ideia fixa, pois, na hora em que você discorda de mim, eu fico magoada: “Por quê? Como você não concorda comigo?” A ideia é um ser distanciado de quem eu sou, porque hoje eu tenho uma ideia, mas amanhã eu tenho outra. E as pessoas lutam por estar certas e não lutam pela construção das soluções comuns. Porque estar certo significa estar no grupo A e não no grupo B. Então, nós estamos nas polaridades, e estar nas polaridades não faz com que

aquele problema se resolva, talvez eu até crie outro. Por isso, quando estou no campo das ideias, o ideal é que eu coloque a minha ideia, que eu esteja disposta a trabalhar essa ideia que, depois de lançada, não é mais minha como um apego, ela é uma intenção de construir algo com alguém, não é da minha parte para o outro, mas é com o outro. E aí essa ponte é diferente, porque, quando nós estamos com ideias diferentes, talvez eu tenha que chamar meu eu interno para um campo

de mais curiosidade, daquilo que eu ainda não sei: “Eu não imaginava que você pensava diferente, será que você pode me explicar mais sobre o seu ponto de vista? Porque eu também quero dizer o meu e, quem sabe, do ponto A e do ponto B, a gente ainda construa o ponto C”. No entanto, as pessoas estão tensionadas no diálogo e só querem ouvir aquilo para o que elas já têm respostas. E isso é muito impressionante, pois, se eu já tenho uma resposta, como é que eu vou dialogar? O diálogo serve para a construção de uma solução comum,

APESAR DOS

INÚMEROS CANAIS DE COMUNICAÇÃO DISPONÍVEIS

ATUALMENTE, NÓS NÃO NOS TORNAMOS

MELHORES NA COMUNICAÇÃO, POIS AS DORES

CONTINUAM.

em que eu cocrio com o outro. É cocriação, senão, faríamos monólogos. E para a gente fazer essa cocriação, a gente precisa não só falar, mas a gente precisa também ouvir.

Ouvimos muito falar em escuta ativa. Fale um pouco sobre ela e como podemos colocá-la em prática no dia a dia.

LV: A escuta ativa, como o nome diz, tira o outro da passividade, e significa “eu desejo te ouvir”, sem dar respostas, sem construir a minha resposta diante do que você está falando. Além disso, a escuta ativa é também investigativa, ela é curiosa sobre aquilo que eu não sei e vou descobrindo no caminho. Significa ainda se esvaziar da própria opinião para olhar para o outro. É muito interessante termos que falar em escuta ativa, porque às vezes a pessoa está tão centrada em si mesma que ela nem ouviu o que o outro disse. E, a escuta ativa exige de nós atenção plena. Para construí-la, eu preciso

O BOM

COMUNICADOR

SABE CONSTRUIR

PONTOS DE EMPATIA NUMA VELOCIDADE

TÃO RÁPIDA

QUANTO

validar com o interlocutor três níveis de escuta: 1) “Quais são os fatos?”, “Qual é a informação?”, este é o campo da compreensão da informação. Aqui, eu demonstro para ele que entendi o que ele falou. 2) “Meu interlocutor está apreensivo, ou cansado, ou alegre, ou nervoso”, este é o campo da percepção das emoções. Para validá-lo, eu verbalizo que estou percebendo seus sentimentos, sua aflição, sua apreensão ou angústia. No terceiro nível eu ainda vou mais fundo, e é o que eu chamo de diamantes da escuta: são os valores que estão embutidos naquele diálogo. Então, aqui a gente vai profundamente trazer o outro para nós, porque a escuta ativa não é sobre o que eu penso, mas como eu escuto, enxergo, valido e trago o outro para mim. E nós podemos fazer esse campo da escuta em todos os cenários da vida, com os nossos filhos, com os colegas, eu posso fazer isso todas as vezes que aquele diálogo estiver um pouquinho mais tenso. Na hora em que eu percebo uma tensão,

um sinal de que está gerando um conflito ali, é necessário abrir uma nova porta para esse diálogo ser consolidado. É uma questão de estar realmente disponível na hora da conversa.

Para finalizar, a título de curiosidade, quais são as demandas que mais surgem no seu dia a dia como mentora em competências comunicativas?

LV: Sem dúvida, as pessoas querem muito aprimorar a comunicação no digital, a presença nas telas. A pessoa quer falar num vídeo para os stories do Instagram, mas quando se vê na tela acha que não está sendo ela mesma, e precisa aprender a se (re) identificar. Outros precisam dar uma palestra e não sabem por onde começar, e os ajudamos a construir suas apresentações do zero. E tem pedidos óbvios, como o velho medo de falar em público. E, isso é muito interessante porque, às vezes, quem chega até mim com muito medo de falar em público é quem, às vezes, a gente nem imagina. É aquela pessoa que já está sentada na cadeira da presidência de uma empresa, ou já é um político. Recebo também vários pedidos de suporte para uma comunicação de liderança: como se posicionar, como construir campos de oportunidade para a carreira. Enfim, são esses os pedidos mais frequentes, embora sejam bastante particularizados, mas outro dia recebi uma cliente que passou por uma entrevista de oportunidade de trabalho e, incrivelmente, ela não se deu bem. Quem estava fazendo a entrevista com ela era a inteligência artificial. Aí, veja, a inteligência artificial gerou um relatório que continha observações do tipo: “Em tal momento, você respondeu tal coisa mas você poderia ter falado aquilo, e nesse momento aqui a sua voz estava insegura, e nesse outro ponto aqui você estava com uma voz infantilizada”. E, isso me levou a pensar: é realmente um mundo complexo e cada vez mais os nossos filhos, os nossos alunos serão expostos a uma matemática, a dados e números que se compõem e que vão validar uma performance comunicativa. Então, nós precisamos estar preparados para isso.

DICAS DA LU VIANELLO PARA VENCER O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

“Preparar-se com antecedência”

A preparação é fundamental porque ninguém pode se expor sem uma base de conhecimento, sem uma clareza da sua própria informação.

“Identificar o que gosta na sua comunicação”

Ao saber o que me agrada, e, em que sou bom, posso me valer dessas habilidades em minha comunicação.

“Fazer perguntas para a audiência”

Às vezes, já queremos falar logo para nos livrar e não buscamos o acolhimento da plateia. Mas, quando faço uma pergunta e alguém responde, significa que não estou mais sozinho, aquela pessoa está comigo; e assim consigo me sentir num ambiente mais protegido.

“Ter coragem de se gravar”

“Identificar possíveis pensamentos intrusivos”

Muitas vezes, temos pensamentos julgadores, punitivos de nós mesmos (“Não estou agradando”, “Minha voz está estridente”, “Todo mundo vai reparar que não sou perfeito”), e, se não os identificamos antes, qualquer gatilho na hora “H” pode fazer com que caiam como cascata no nosso cérebro, gerando estresse e nos fazendo perder o controle.

Quase ninguém gosta de se ver ou de se ouvir num vídeo, mas é um exercício muito potente porque podemos anotar o que não gostamos, mas também o que gostamos, e aprimorar nossa comunicação.

“Estabelecer conexão com a plateia”

Para os muito introvertidos, cumprimentar a plateia, brincar com o professor antes da apresentação de um trabalho, por exemplo (“E aí, professora, está preparada? Esta será a melhor apresentação que já assistiu na vida”), ajudam a relaxar.

ALUMNUS

“É DIFÍCIL DIZER NÃO PARA HARVARD”

APROVADA POR CINCO UNIVERSIDADES DA IVY LEAGUE, BEATRIZ ABRAM OPTOU PELA ALMA MATER DE OITO PRESIDENTES DOS ESTADOS UNIDOS E DEZENAS DE VENCEDORES DO PRÊMIO NOBEL

Aos 17 anos, Beatriz Abram, aluna da Chapel desde os três, obteve um feito incrível: foi aprovada em cinco universidades norte-americanas que integram a chamada Ivy League, grupo de oito instituições reconhecidas pela qualidade e prestígio. Ao escolher Harvard, abriu mão de Yale, UPenn, Brown e Dartmouth –além de Princeton e Columbia, nas quais ficou na lista de espera (para Cornell, a oitava integrante do grupo, ela não chegou a aplicar).

Harvard não seria a primeira opção, mas Beatriz mudou de ideia após visitar o campus, em Cambridge, na região metropolitana de Boston. “Conversei com alunos e professores e me senti muito à vontade. Saí de lá com a sensação de match com o meu jeito de ser, que é bem extrovertido”, ela descreve. “Além do mais, é difícil dizer não para Harvard.”

Trata-se da universidade mais famosa e admirada do mundo. Fundada em 1636 – há quase 400 anos, portanto –, frequentá-la significa não apenas ter acesso a uma formação de altíssimo nível, mas também fazer parte de uma rede que envolve ex-alunos que se destacam nos mais

Por Maurício Oliveira Fotos: Arquivo Chapel

diversos setores, da política às artes, passando pelas ciências.

Oito presidentes dos Estados Unidos formaram-se em Harvard e cerca de 150 contemplados com o Prêmio Nobel já passaram pela instituição, seja como alunos, professores ou funcionários. “É uma experiência intensa e marcante, tanto que os ex-alunos mantêm contato permanente. A experiência na Chapel me faz valorizar muito esse senso de pertencimento”, conta Beatriz.

Entre Humanas e Exatas

Ela prevê que conhecerá muita gente por conta do sistema de integração dos novos alunos: no primeiro ano, todos ficam hospedados numa área geral, conhecida como Yard, e só a partir do segundo ano são destinados a uma das 12 houses da instituição. “Esse sistema é ótimo, porque não gera qualquer estresse relacionado a procurar lugar ou room mate. A designação do lugar e das pessoas próximas é randômica, mas isso não me preocupa em nada, porque adoro conhecer gente.” Há também os encontros e festas promovidos pela Harvard Undergraduate Brazilian Association (Huba), que congrega brasileiros e estudantes de outras nacionalidades que se sentem conectados ao país.

As aulas começam em agosto. Até lá, Beatriz pretende descansar dos estudos, dedicando-se a viagens e despedidas dos amigos, muitos dos quais feitos na Chapel. “Amo a Chapel de paixão. Ela me deu a oportunidade de muita experimentação, sempre com um acompanhamento próximo e cuidadoso.” Um marco dessa trajetória ocorreu aos sete anos, quando, identificada como avançada para a idade, Beatriz pulou da metade do segundo ano para a metade do terceiro. “Essa decisão, tomada em conjunto com os meus pais, foi muito importante para o meu desenvolvimento.”

Natural de São Paulo, filha única, seus pais têm origem paranaense – conheceram-se como colegas de classe numa pós-graduação do Ibmec de Curitiba. André Abram é líder do escritório brasileiro da EgonZehnder, consultoria especializada em buscar executivos para empresas, enquanto

Isabela de Oliveira Abram atua de forma autônoma como coach. Ambos fizeram MBA no exterior.

“Eu me acostumei em casa a refletir sobre quem sou e o que quero a partir de perguntas e feedbacks construtivos dos meus pais”, descreve Beatriz. O detalhe curioso é que tanto Isabela quanto André são formados em Engenharia. “Eu certamente fui muito influenciada pela trajetória deles, pois também tenho meus interesses compartilhados entre Humanas e Exatas.” O plano de Beatriz é se aprofundar em Ciências Cognitivas, o que provavelmente envolverá um double major em Psicologia e Ciências da Computação durante a passagem por Harvard.

Experiências diversificadas

Sobre os tempos de Chapel, Beatriz recorda com carinho dos Curiosity Projects, realizados entre o primeiro e o sexto anos do Ensino Fundamental. “Uma vez por mês, era preciso escolher um tema para conhecer mais a fundo. Foram oportunidades incríveis para explorar diferentes interesses, o que também acelerou o meu autoconhecimento.”

Em meio a tanta exploração, Beatriz pensou em ser atriz e cantora, o que a levou a fazer cursos nessas áreas e a gravar três canções, produzidas profissionalmente e disponíveis no Spotify. Outro interesse que aflorou foi a política. No ano passado,

ela se engajou fortemente à campanha de Tabata Amaral (curiosamente, ex-aluna de Harvard) à prefeitura de São Paulo. “Eu era fã da Tabata desde os 12 anos, quando li a biografia dela. Não imaginava que teríamos esse contato próximo.” Beatriz se dedicou tanto que assumiu uma das 30 diretorias regionais da campanha, liderando cerca de 100 pessoas aos 16 anos. “Fazer panfletagens no metrô e conversar com pessoas de 80 anos completamente desencantadas com o processo de votação foram experiências transformadoras.” Quando soube que a pupila havia passado para Harvard, Tabata a chamou para um encontro, em que contou detalhes da experiência vivida lá. Beatriz sempre demonstrou facilidade para Matemática, disciplina extremamente valorizada pelos pais. Aos oito anos, começou a fazer cursos de Matemática avançada no Center for Talented Youth, centro de jovens talentos da universidade Johns Hopkins. Outro grande incentivo foi dado pelos professores do High School da Chapel, que a chamavam para competições de Matemática com alunos mais velhos. Ela se tornou capitã da equipe de Knowledge Bowl, que participa de competições de conhecimentos gerais com outras escolas.

Quando estava no oitavo ano, Beatriz fez uma disciplina eletiva de programação e ficou encantada com aquele novo mundo. “É uma recomendação que faço a todo mundo na Chapel: dedicar as eletivas a temas que parecem não ter relação com suas preferências, pois daí pode surgir algo surpreendente.” Depois de aprender a primeira linguagem, PHP, ela continuou explorando o universo da programação e aprendeu outras sete, de forma quase compulsiva.

Horizonte amplo

Beatriz agradece à Chapel por ter implantado o curso de Ciências da Computação justamente quando

ela chegou ao 11º ano, em grande parte como resposta às reivindicações dela e de um grupo de colegas interessados na área. “Foram dois anos de aprendizado intenso, que deram continuidade a uma ligação com o tema que já vinha desde o Ensino Fundamental, quando tivemos aulas de computação e orientação sobre como usar adequadamente a Internet, entre outras iniciativas.”

A visão que Beatriz vinha consolidando sobre a computação mudou radicalmente a partir da leitura do livro Machines Like Me (“Máquinas Como Eu”), do inglês Ian McEwan, ficção que descreve a formação de um triângulo amoroso entre um androide chamado Adam e seus donos, Charlie e Miranda. “Esse livro despertou a minha atenção para as tensões cognitivas

entre a mente humana e a suposta mente da máquina. Foi quando me dei conta que computação certamente não é apenas programar e entrei em contato com conceitos como cognição artificial, humanismo e pós-humanismo.”

Ela fez estágios de férias em empresas de tecnologia, oportunidade para participar do desenvolvimento de aplicativos e outros produtos reais. Nas conversas com os profissionais mais velhos que trabalhavam nessas empresas, percebia que a tecnologia era vista de uma forma muito prática, sem os conflitos internos e as reflexões filosóficas que a interessavam tanto, a ponto de inspirar a temática do Extended Essay, redação de 4 mil palavras que funciona como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Chapel. “Ao final dessa experiência, fiquei com a sensação clara de ter descoberto a paixão da minha vida.”

Em busca de caminhos estimulantes, Beatriz propôs ao Tino Econômico, jornal de economia voltado ao público jovem, que assinasse uma coluna mensal sobre inteligência artificial. A coluna tornou-se uma oportunidade única, para uma menina de 15 anos, de entrar em contato com especialistas para entrevistá-los. Ela procurou cientistas, professores, executivos, escritores e outros profissionais que tinham coisas interessantes a dizer sobre tecnologia. “Meu essay principal para as faculdades às quais me candidatei foi sobre o que aprendi sobre mim ao entrevistar essas pessoas”, ela conta.

Beatriz percebeu que pesquisadores são superestimulados para as discussões teóricas, ao contrário do que ocorre com executivos de grandes corporações. Como ela não se identifica plenamente com nenhum dos dois perfis, projeta para o seu futuro um meio-termo, algo que classifica como “executiva-pesquisadora” – ou seja, uma executiva com mindset de pesquisadora, preocupada em refletir o tempo todo sobre o que faz e sobre o cenário mais amplo ao redor.

Por Matthew Shirts

Fotos: Kiko Ferrite e Freepik

O INTERCÂMBIO SEM FIM

Um roteiro de filme da minha história no Brasil poderia começar com o desfecho do meu primeiro date no país. Tinha 17 anos de idade. Corria o ano de 1976. Chegara há poucos meses em Dourados (MS), perto do Paraguai, sem saber nada de língua portuguesa, nem do país, quase zero mesmo. Fora enviado por um intercâmbio de colégio, da Califórnia, onde morava, via American Field Service, fundado e levado adiante por motoristas de ambulância nas duas Grandes Guerras do Século 20. O objetivo de AFS, como é conhecido, é promover a paz mundial, através do entendimento entre países. Os motoristas de ambulância se julgavam com “lugar de fala” para abordar o assunto. Não queriam voltar a presenciar as cenas sangrentas que haviam visto nos campos de batalha. Para tanto o AFS promove, ainda hoje, o intercâmbio entre colegiais de culturas distintas. A ideia, creio, é que quem conhece a cultura e as pessoas de outro país dificilmente vá invadi-lo.

Os alunos dos EUA, no meu tempo, ao menos, não escolhiam para onde iam, apenas o hemisfério, sul ou norte. Escolhi o sul, já que “todo mundo ia para a Europa”. E caí na cidade de Dourados (MS), àquela altura da história mundial, longe de tudo e com apenas 40 mil habitantes.

Não terminou em beijo meu primeiro date em Dourados. Posso adiantar esse fato sem dar muito spoiler. Quando chegamos à porta da casa da Sofia, que devia ter uns 15 ou 16 anos de idade, abriu-se de repente a porta e saiu o pai dela com uma espingarda de dois canos (lado a lado) à altura da minha cara e não muito longe

dela. A mim me parecia filme. Este era o meu primeiro encontro com o pai da Sofia, um fazendeiro ali da região da fronteira, e a primeira vez que tive uma arma apontada para mim. Lembre-se, eu falava pouquíssimo português. E ele não parecia disposto a fazer um esforço para falar minha língua natal. Tentei olhar para dentro dos canos para ver se estava carregada a calibre 12 – mas sem sucesso. Não sabia o que dizer. Meu repertório em português mal dava para o dia a dia. Levantei as mãos, não como quem é assaltada, mas à altura da cintura, como quem diz, “devagar com o andor”. E aí o pai da garota saiu com uma frase que, para minha surpresa (e alívio), entendi perfeitamente. “Não sei como é na sua terra”, disse, “mas aqui, aqui a gente traz as garotas em casa até as 10 da noite”. Eram 23 horas naquele momento. Olhei depois no relógio para saber.

Sofia não falava inglês. E, ao ver o pai e a arma, entrou correndo em casa pela porta da frente. Quase ninguém falava inglês em Dourados naquela época. Fui, inclusive, o primeiro professor contratado no recém aberto Instituto Yázigi (escola de inglês) da cidade. Isso tudo aconteceu há quase 50 anos. Lembro como se fosse ontem. Consigo recordar a temperatura do ar e cor da nova iluminação urbana ali no bairro chique (o progresso chegava). Mas esqueço como respondi. Algo na linha de, “sim, senhor”, certamente. Foi o suficiente para não levar um tiro, pelo menos.

Voltei sozinho para o pequeno e charmoso Grande Hotel, onde morava

com seus proprietários, a Família Fedrizzi, na praça central da cidade, ao lado da igreja (católica, claro). Parecia um filme a minha andada, como já falei. Seria a hora do “voice over”, talvez. No caminho, após soltar uns xingamentos, sozinho, em inglês, na noite douradense, passei a refletir sobre minha situação. Como será que eu havia sido retirado de uma pequena cidade praieira, repleta de surfistas e estudantes de oceanografia, fora os hippies, em plena década de 1970, para acabar naquele ponto do Planeta? Muita coisa precisou acontecer, inclusive a Segunda Guerra Mundial, que trouxera para o Mato Grosso, ainda na década de 1940, o jovem italiano Vittório Fedrizzi, que como dizia, queria distância da Europa e fazer as pazes com os estadounidenses. Daí a sua participação no AFS.

Antes mesmo de alcançar o hotel, concluí que eu padecia de um problema de comunicação. Se eu fosse aproveitar aquele ano naquela remota cidade precisava aprender a falar português. Embora soubesse que não se fala inglês no mundo todo, enfrentava pela primeira vez o que isso significava, na prática. Era difícil entender as pessoas e ainda mais passar adiante uma ideia qualquer. Tentava contar umas histórias em inglês, devagar, mas as expressões faciais dos douradenses deixavam clara a falta de compreensão. E eles, por sua vez, falavam, falavam, falavam e eu nada ou pouco entendia. Toda hora me apresentavam a pessoas novas, que muitas vezes, me beijavam, diga-se de passagem. Uma, duas ou três vezes. O

meu português sequer era suficiente para entender a diferença entre um, dois ou três beijos. Parece uma banalidade, mas até aquele momento nada de parecido me havia acontecido. Hoje, creio que a experiência seria diferente. Em 1976 não havia TV a cabo, muito menos a internet, e o mundo sequer imaginava Tik Tok. Telefonar para os meus pais na Califórnia, para matar saudades, levava um dia inteiro e era permitido apenas uma vez por mês, devido ao custo. Pedia uma conexão logo cedo para as telefonistas internacionais no Rio de Janeiro e ela só saía no começo da noite.

Apreender o português bem acabou levando anos. Voltei para os EUA, após um ano, com um domínio mediano da fala brasileira e uma escrita pífia, mas com muita curiosidade. Acabei estudando a língua de Camões (às vezes literalmente, na fonte, nos Lusíadas) na faculdade em Berkeley, perto de San Francisco. A minha meta era conseguir contar uma piada. É mais difícil do que possa parecer. Depois voltei para o Brasil, através de outro intercâmbio, na USP (FFLCH) estimulada com o fim próximo da ditadura militar e a volta da democracia.

Um ano de faculdade no Brasil, algumas namoradas e esposas brasileiras e outro ano na Folha de S.Paulo, onde fiz o “serviço militar” do jornalismo, me ensinaram a escrever em português. Hoje consigo contar e até escrever piadas. Vivo em São Paulo há mais tempo do que vivi nos Estados Unidos. Posso garantir que a língua portuguesa pautou minha existência na Terra. Quanto à Sofia, namoramos durante alguns meses, após o confronto com seu pai. Nunca mais a deixei em casa depois das 22h.

Matthew Shirts vive no Brasil há quarenta anos, atualmente em São Paulo. Foi cronista de O Estado de S. Paulo e da Veja SP e editor da revista National Geographic e do site Planeta Sustentável. É autor de livros sobre a cultura brasileira e o aquecimento global. Trabalha no World Observatory of Human Affairs e no site Fervura no clima.

SPOTLIGHT

CHAPEL NA XIV JORNADA ESTUDOS BRASILEIROS

Em fevereiro, as professoras Daniela Hayashida e Tatiana Barbosa Cavalari viajaram a Brasília a fim de participar da XIV Jornada de Estudos Brasileiros, sob o tema: “Inovação e Criatividade na Educação Multicultural – Integrando Tecnologia, Arte e Comunicação Efetiva.

Descobertas em 3D

Estudos recentes indicam que a Realidade Aumentada (RA) não apenas facilita a interação com o conteúdo, mas também potencializa a aprendizagem significativa. No workshop, os presentes aprenderam a usar o MAGIPIX, que integra elementos virtuais ao ambiente real, permitindo que os estudantes vivenciem os conteúdos de diferentes áreas do conhecimento e segmentos de forma contextualizada. Com exemplos práticos realizados na Educação Infantil, foi demonstrado como o MAGIPIX pode transformar temas como a fauna brasileira em experiências interativas que despertam a curiosidade e o interesse dos alunos. A oficina fundamentou-se em duas abordagens: a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, que destaca a importância de conectar novos conhecimentos a experiências prévias, e no livro Cinco Caminhos para o Engajamento, de Dennis Shirley e Andy Hargreaves, que oferece estratégias práticas para envolver os estudantes em um aprendizado profundo e significativo. Juntas, essas bases ajudam a cultivar identidades únicas e plurais, especialmente em escolas internacionais que entrelaçam diferentes culturas.

Durante três dias, professores e líderes se reuniram na Escola das Nações para discutir tendências e abordagens inovadoras para a educação. Confira a participação das professoras da Chapel no evento anual promovido pela AASB – Association of American Schools in Brazil:

“FIQUEI MUITO SATISFEITA COM O ENGAJAMENTO DO GRUPO E ENTUSIASMADA COM O IMPACTO

POTENCIAL QUE ESSA ABORDAGEM PODE TER EM DIFERENTES REALIDADES ESCOLARES. ESSA TROCA REAFIRMA A IMPORTÂNCIA DE INTEGRAR TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO DE FORMA

SIGNIFICATIVA, RESPEITANDO A DIVERSIDADE E ESTIMULANDO O PROTAGONISMO DOS ESTUDANTES. COMPARTILHAR MINHA PESQUISA E PRÁTICAS COM PROFISSIONAIS DE DIFERENTES

CULTURAS, E ESPECIALMENTE TER A PRESENÇA DE NOMES QUE ADMIRO, FOI UMA HONRA IMENSA. SAÍ DESTA “JORNADA” AINDA MAIS

MOTIVADA A SEGUIR PROMOVENDO UMA EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA, MULTICULTURAL E ENGAJADORA, QUE VALORIZE AS SINGULARIDADES DOS ESTUDANTES E OS PREPARE PARA UM MUNDO EM CONSTANTE MUDANÇA.”

Daniela Hayashida

O estudo de fotografias em diferentes expressões: sustentabilidade, senso crítico, arte e criatividade Tatiana Barbosa Cavalari

O objetivo do workshop foi apresentar diferentes aspectos envolvendo os estudos sobre a fotografia, na disciplina de português, em turmas de Ensino Médio. Primeiramente, os participantes puderam ver e analisar fotografias escolhidas pelos alunos em sala de aula. Eles, os alunos, aprenderam a identificar os pontos mais importantes nestes documentos pesquisados na internet, já que a fotografia foi estudada como um texto não literário. Também foi possível aos participantes conhecer, na sequência, fotos produzidas pelos próprios alunos em uma viagem que fizeram com o colégio, onde tinham o desafio de produzir imagens e criar legendas

dentro do tema sugerido para a atividade: “Sustentabilidade”. Assim, além de pesquisar fotos, os alunos também produziram, depois, suas próprias imagens. Para finalizar a unidade, houve a visita da fotógrafa Renata Mello, que conversou com os alunos sobre seu trabalho artístico e, juntamente com eles, fez interessantes análises sobre aquilo que eles haviam aprendido em sala de aula. Essas três etapas foram apresentadas aos participantes do workshop, que interagiram também analisando as imagens apresentadas e, por último, foram convidados a criar suas próprias fotografias. Elas foram compiladas em um padlet e compartilhadas ao final da apresentação.

“NESTE WORKSHOP, OS PROFESSORES SE ENVOLVERAM E SE ENGAJARAM NAS ATIVIDADES PROPOSTAS QUE, POR SEREM INTERATIVAS, MOTIVARAM BASTANTE O PÚBLICO. PARA MIM, PARTICIPAR DE EVENTOS DESSA NATUREZA SIGNIFICA APRENDER ENQUANTO ENSINO, FAZER NOVAS CONEXÕES, DISCUTIR E PERCEBER NOVAS IDEIAS E INICIATIVAS QUE ME AJUDAM A APRIMORAR MINHAS PRÁTICAS EM SALA DE AULA.”

Tatiana Barbosa Cavalari

CHAPEL NA AMISA 2025

De 8 a 11 de abril, cinco professores da Chapel viajaram para a Cidade do Panamá a fim de participar da EdCon 2025, Conferência Anual de Educadores da AMISA (American International Schools in the Americas), sediada este ano na Escola Internacional do Panamá. Sob o tema “BridgeBuilders: Connecting What Matters” (“Construtores

Unindo STEAM e Comunidade: Inovação Prática para Soluções do Mundo Real

A apresentação teve início uma breve discussão sobre o que é o ensino STEAM e como conectar projetos em sala de aula com a comunidade. Em seguida, houve uma apresentação de projetos de Inovação na Aprendizagem que conectam alunos e turmas com a comunidade por meio de aplicações práticas. A sessão foi encerrada com uma atividade prática, dando aos participantes a oportunidade de vivenciar um dos projetos em que os alunos costumam se envolver. Todos os participantes deram feedback positivo sobre os projetos apresentados e muitos fizeram perguntas profundas e detalhadas sobre como implementar projetos semelhantes em suas próprias escolas.

de Pontes: Conectando o que importa”, em tradução livre), o congresso reuniu educadores, coordenadores e líderes de escolas internacionais para compartilhar conhecimentos sobre inovações pedagógicas, desenvolvimento profissional e melhores práticas de ensino. Confira os trabalhos apresentados pelos profissionais da Chapel:

“PARTICIPAR DESTA EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA AMISA FOI UMA EXPERIÊNCIA VERDADEIRAMENTE SIGNIFICATIVA. VALORIZEI A OPORTUNIDADE DE APRENDER AO LADO DE EDUCADORES APAIXONADOS DE TODAS AS AMÉRICAS, TROCANDO IDEIAS E PERSPECTIVAS. TAMBÉM FOI INCRIVELMENTE GRATIFICANTE COMPARTILHAR MEU TRABALHO E RECEBER FEEDBACKS PROFUNDOS, QUE NÃO SÓ VALIDARAM MEUS ESFORÇOS, MAS TAMBÉM INSPIRARAM NOVAS IDEIAS PARA PROJETOS FUTUROS. O SENSO DE COMUNIDADE E COLABORAÇÃO TORNOU A EXPERIÊNCIA ESPECIALMENTE MEMORÁVEL.”

Brício Salles

Pequenos Aprendizes, Grandes Corações

Marianna Zambrini

A educadora apresentou um currículo socioemocional para crianças de 3 e 4 anos, inspirado nos livros de Trace Moroney. Tal currículo oferece estratégias práticas e baseadas em pesquisas para ajudar crianças pequenas a desenvolver inteligência emocional, autorregulação e empatia por meio de atividades envolventes e adequadas à idade. A apresentação foi um grande sucesso, oportunizando a interação de educadores de vários níveis de ensino, principalmente professores da educação infantil. O público participou ativamente das discussões, compartilhando experiências e trocando estratégias e recursos valiosos.

“PARTICIPAR DA AMISA EDCON 2025 FOI UMA EXPERIÊNCIA INCRÍVEL. FOI PROFUNDAMENTE GRATIFICANTE

COMPARTILHAR COMO A LITERATURA MOLDOU MINHA ABORDAGEM À APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL, EXPLORAR MANEIRAS SIGNIFICATIVAS DE CONSTRUIR CONEXÕES COM OS ALUNOS E SUAS FAMÍLIAS E DISCUTIR ESTRATÉGIAS PARA A APRENDIZAGEM LÚDICA E O FOMENTO DA CONEXÃO POR MEIO DA LEITURA. TAMBÉM ADOREI INTERAGIR COM MUITOS EDUCADORES QUE COMPARTILHAM A MESMA PAIXÃO POR CAUSAR UM IMPACTO SIGNIFICATIVO NA SALA DE AULA E NO AMBIENTE ESCOLAR.”

Marianna Zambrini

Da reflexão à conexão: capacitando alunos por meio da expressão criativa

Maxine Louise Rendtorff

Este workshop foi baseado em pesquisas atuais, integrando princípios de Aprendizagem Socioemocional e Mentalidade de Crescimento para nutrir uma cultura escolar positiva. Utilizando desenho, escrita e movimento, promove-se a autorreflexão, que apoia a ASE e a construção de comunidade. Essa abordagem está alinhada ao tema do congresso, “Construtores de Pontes - Conectando o que Importa”, ao abordar como construir ambientes inclusivos e acolhedores que reconheçam os dons e características únicas de cada aluno, expressando seu potencial criativo com sua comunidade de aprendizagem. Também aprimora o engajamento individual e coletivo para concretizar a visão da Chapel.

“FOI UMA LUFADA DE AR FRESCO OUVIR

PROFESSORES E LÍDERES DE OUTRAS ESCOLAS

AMERICANAS E APRENDER NOVAS IDEIAS, ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS PARA CONTINUAR CRIANDO EXCELENTES EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM PARA TODOS OS MEUS ALUNOS, ALÉM DE PODER APOIAR MEUS COLEGAS AO LONGO DO CAMINHO. SAÍ ME SENTINDO MUITO MOTIVADA E INSPIRADA PARA CONTINUAR BUSCANDO A EXCELÊNCIA E TAMBÉM CULTIVAR MINHA PRÓPRIA JORNADA

PROFISSIONAL COM MINHAS MELHORES

HABILIDADES, A FIM DE SER A MELHOR

PROFESSORA QUE POSSO SER AQUI NA CHAPEL. SOU PROFUNDAMENTE GRATA POR FAZER

PARTE DESTA COMUNIDADE QUE SE APOIA MUTUAMENTE E CUIDA DE NOSSAS JORNADAS

PROFISSIONAIS COM TANTO CARINHO, RESPEITO E APOIO! SOU VERDADEIRAMENTE ABENÇOADA POR ESTAR AQUI.”

Maxine Louise Rendtorff

Caminho para o sucesso: participe da sua jornada de aprendizado

Roberta Bonelli Braga

Como o Sistema de Avaliação Baseado em Padrões beneficia alunos e educadores, promovendo uma mentalidade de crescimento e aprendizagem significativa, foi o foco da sessão de Ms. Braga. Ao decompor as metas de aprendizagem em níveis de proficiência claros, os alunos obtêm uma melhor compreensão de onde estão e do que precisam para crescer. Essa abordagem incentiva a apropriação, gera confiança e cria um ambiente de sala de aula mais acolhedor. Ao longo da sessão, os participantes foram orientados, passo a passo, sobre como implementar esse sistema, usando exemplos claros e atividades práticas baseadas em experiências reais de sala de aula. Juntos, exploraram como essa mudança na prática ajuda os professores a planejar com mais clareza e propósito, permitindo que toda a comunidade escolar prospere em conjunto. Engajados, os participantes se envolveram genuinamente durante toda a sessão – cantaram, compartilharam ideias e participaram plenamente das atividades.

“PARTICIPAR DA CONFERÊNCIA DA AMISA FOI UMA

EXPERIÊNCIA DE PROFUNDO CRESCIMENTO PROFISSIONAL E PESSOAL. ME DEU A OPORTUNIDADE DE ME RECONECTAR COM MINHA EQUIPE, FORTALECER LAÇOS E COMPARTILHAR IDEIAS EM UM ESPAÇO DE TROCA AUTÊNTICA. A APRESENTAÇÃO ME TROUXE UMA GRANDE ALEGRIA E ME LEMBROU O QUANTO ADORO INTERAGIR COM COLEGAS EDUCADORES. FOI TAMBÉM UM MOMENTO DE REFLEXÃO –SOBRE OS DESAFIOS DO DIA A DIA E SOBRE OS CAMINHOS QUE QUERO TRILHAR COMO PROFESSORA E LÍDER.”

Cultivando a persistência na educação infantil

O workshop teve como objetivo fornecer aos educadores da Educação Infantil estratégias para nutrir a persistência em jovens aprendizes, essencial para enfrentar os desafios de um mundo em constante mudança. Por meio de discussões interativas, os participantes adquiriram estratégias eficazes para fomentar a persistência nos alunos e aprenderam a criar ambientes de sala de aula resilientes que promovam uma mentalidade de crescimento. O feedback foi muito positivo dos mais de quarenta participantes da sessão, que se envolveram durante e após o workshop, discutindo como poderiam promover ainda mais a persistência em seus alunos.

“A AMISA EDCON 2025 FOI UM EVENTO PARA AMPLIAR MINHAS PRÁTICAS E APRENDER NOVAS ESTRATÉGIAS COM EDUCADORES EXPERIENTES DAS AMÉRICAS. DO MEU PONTO DE VISTA, OS DESTAQUES FORAM OS PALESTRANTES PRINCIPAIS, DR. KENNETH HARRIS II E ROSALIND WISEMAN, E SUAS PERCEPÇÕES SOBRE ENGAJAMENTO FAMILIAR, DIGNIDADE E RESPEITO NO AMBIENTE ESCOLAR, BEM COMO ESTRATÉGIAS DE ALTO NÍVEL E ALTO APOIO QUE DEVEM SER APLICADAS EM SALA DE AULA COM OS ALUNOS. AS OFICINAS DAS QUAIS PARTICIPEI ME AJUDARAM A AMPLIAR MINHA COMPREENSÃO DE ALGUMAS ESTRUTURAS E ESTRATÉGIAS ESSENCIAIS QUE TÊM O POTENCIAL DE APRIMORAR NOSSO TRABALHO COM JOVENS APRENDIZES.”

Emanuela Santo

Roberta Bonelli Braga

EM

ENCONTRO COM TURMAS DO HS, EX-ALUNO LUIS MAMERI FALA

SOBRE ESCOLHA DE CARREIRA

Oolhar atento da professora de Artes Sylvia Soares de Almeida e uma cirurgia foram responsáveis pelo produtivo encontro das turmas de IB Arts e do 11º ano com o ex-aluno da Chapel Luis Mameri. Por redes sociais, Ms. Almeida costuma manter contato com ex-alunos, pós IB: “Antes não, mas, depois que se formam, consigo acompanhar o sucesso deles e ter notícias sobre suas carreiras”, conta. Um deles é Luis Mameri, que se graduou em Cinema na Scad (Savanna College of Art and Design), na Georgia, e faz carreira em produção cinematográfica em Atlanta, onde reside. Num comentário do Instagram, Ms. Almeida o convidou, quando por ventura viesse ao Brasil, para falar aos alunos do IB Arts, disciplina que ele frequentou na Chapel. Coincidentemente, Luis tinha uma cirurgia marcada no Brasil e, prontamente, aceitou o convite. Em fevereiro, o ex-aluno visitou a Chapel, onde se formou em 2014, e conversou com a turma de IB Arts. Interessado por fotografia e cinema desde o High School, ele relatou seu percurso acadêmico e profissional, respondeu às dúvidas dos estudantes e deu conselhos para escolha da carreira e ingresso no ambiente profissional. “Ele não falou apenas sobre seu trabalho, mas também sobre suas experiências como ser humano. Suas decepções, insights, fracassos, sucessos e aprendizados. E como isso influenciou suas escolhas de vida, tanto profissional quanto pessoalmente”, comenta Leonardo Waquill, atualmente cursando o 12º ano. O estudante, que também pretende estudar Cinema, criou

forte conexão com o palestrante e continuou a conversar com ele pelas redes sociais: “Assim como ele destacou a importância do networking, ele foi a minha primeira experiência nesse sentido, por isso foi muito significativo para mim”.

Entre as dicas que Luis Mameri transmitiu aos estudantes, além da construção de relações com profissionais, está a importância de aproveitar o conhecimento e a experiência dos professores: “Façam perguntas, usem o tempo com os professores para absorver conhecimentos, eles ficarão felizes”, insistiu. O cineasta também comentou sobre a escolha de cursos e universidades para quem pretende seguir carreira artística e falou sobre a importância de ser proativo e insistir, contando que chegou a fazer dezenas de entrevistas e enviar uma centena de currículos para conseguir uma vaga de emprego. Segundo Ms. Almeida, o carisma de Luis Mameri o conectou com os estudantes, que ficaram à vontade para fazer perguntas. A experiência com a turma do IB Arts foi tão positiva que a orientadora educacional Flavia Thomsen o convidou para conversar também com as turmas do 11º ano, convite prontamente aceito.

De volta a Atlanta, Luis Mameri enviou email de agradecimento à Ms. Almeida: “Foi realmente uma ótima experiência. Foi uma honra retribuir, mesmo que de forma modesta, à comunidade que desempenhou um papel tão significativo na minha formação. O colégio está lindo como sempre. É incrível ver como ele manteve sua essência enquanto continua a crescer ainda mais”, afirmou.

ALUNOS DO 4º ANO CONHECEM INDÍGENAS KUIKURO, DO ALTO XINGU

Em abril, as turmas do 4º ano vivenciaram uma experiência incrível em visita ao espaço Toca da Raposa, em Juquitiba (SP): conheceram e interagiram com indígenas da nação Kuikuro, uma das dezesseis etnias que vivem no Alto Xingu (MT). A visita integra o projeto desenvolvido pelas disciplinas de Português e Brazilian Social Studies (BSS) cujo eixo principal é a formação da sociedade brasileira. O momento não poderia ter sido mais oportuno: há trinta anos a Toca da Raposa, sítio ecológico que preserva a biodiversidade da Mata Atlântica e abriga um enorme viveiro de animais silvestres aprovado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), mantém programa de intercâmbio cultural com a nação Kuikuro e, anualmente, recebe cerca de cinquenta indígenas que passam uma temporada no local, mostrando seus costumes por meio de apresentações de cantos, danças, arco e flecha, alimentação, pintura corporal e artesanato. E, todas as atividades são realizadas numa aldeia cenográfica, espaço que imita uma aldeia kuikuro.

“Essa atividade representa o fechamento de uma unidade curricular, de tudo o que foi aprendido dentro

da sala de aula e, em contato com os indígenas, os alunos entendem a importância dos povos originários na constituição da sociedade”, explica Ms. Aline Cuchiaro, professora de BSS. Durante todas as etapas da unidade, os alunos vão preenchendo um caderno de estudo, que depois serve de material de consulta para eles. Durante a visita, os alunos registraram diversos momentos por meio de fotos. De volta à

E POR FALAR EM CULTURA INDÍGENA...

No dia 4 de abril, as turmas do Pre II e do Kinder também vivenciaram um momento especial: participaram de uma conversa com Kerexu Mirim, indígena da etnia guarani, como parte do projeto Nhandereko –“Modos de Viver” no idioma guarani.

A iniciativa reforça a proposta interdisciplinar do colégio, com a colaboração das equipes de Arte, Educação Física, Inglês e Português. Juntas, essas disciplinas promoveram uma

experiência rica e integrada, incentivando os alunos a explorar diferentes aspectos da cultura indígena e sua influência tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

No encontro com a Kerexu os alunos tiveram contato com histórias, músicas, danças, brincadeiras e produções artísticas, ampliando seus horizontes, cultivando o respeito à diversidade e fortalecendo sua identidade cultural desde os primeiros anos escolares.

sala de aula, cada um escolheu duas imagens que considerava representar os momentos mais significativos da experiência. Essas fotos foram coladas no caderno de estudo e, a partir delas, os estudantes produziram textos informativos justificando suas escolhas – uma atividade realizada durante as aulas de Português. A professora de BSS Juliana Hanftwurzel ressalta que os estudantes da Chapel receberam elogios dos indígenas e dos educadores do intercâmbio, tanto pela postura quanto pelos conhecimentos: “Eles já sabiam que estavam conhecendo uma entre diversas outras etnias indígenas, entendendo a existência de diferenças culturais entre elas, e conhecendo, inclusive, as funções do cacique e do pajé; isso tudo fez a visita render muito, e a participação colaborativa dos nossos alunos foi notada”, afirma.

Para os alunos, a experiência foi marcada não só pela compreensão das diferenças, mas também pela

percepção de algumas semelhanças entre os indígenas e os povos da cidade, como explica Valentina Massih, do 4º ano: “Eu gostei de entrar nas ocas, foi histórico, e de conhecer os brinquedos das crianças, elas mostraram um aviãozinho que fazem com madeira. Também aprendi que elas brincam com flechas, mas, como são muito afiadas, elas colocam cera de abelha na ponta para não se

machucarem”. Já Felipe Reif, também do 4º ano, ficou impressionado com as diferenças culturais, tema que ele adora: “Foi interessante entender como o nosso estilo de vida na cidade é diferente do deles; eles não têm supermercado, caçam e plantam o que vão comer. Nós experimentamos o peixe com biju, que eles prepararam, eu só achei que tinha pouco tempero”.

CLUBE THE GIVING PROJECT DOA TRICICLOS À ESCOLA SOCIAL SANTO EUGÊNIO

S e a produção de papel reciclado pelos membros do clube The Giving Project já é motivo de orgulho para a comunidade escolar, a finalidade do projeto é ainda mais impactante. Os bloquinhos artesanais produzidos com as folhas de papel – e cujas capas são pintadas a mão por alunos do High School – são vendidos na Feira de Livros e no Bazar de Natal e o valor arrecadado se transforma em materiais para a escola social Santo Eugênio, mantida pela Chapel. Neste ano, a escola social foi apresentada com cinco triciclos. Os brinquedos foram entregues no dia 12 de maio, quando o grupo de dezenove alunos que integrou o clube neste ano letivo visitou o Santo Eugênio acompanhado da orientadora educacional Cristiana Cavalcanti, do professor Christopher Govier e da diretora

escolar Juliana Menezes. Recepcionados pelos alunos e professoras da escola social, os estudantes da Chapel participaram de atividades de artes e música, fizeram um lanche juntos, e ainda brincaram.

De acordo com Mr. Govier, esse projeto beneficente “contribui para o desenvolvimento social e espiritual das crianças, pois experimentam de maneira tangível o que significa ajudar o próximo, sendo elas as protagonistas”. Ms. Cavalcanti concorda, complementando: “É uma sementinha que plantamos nas crianças, de contribuir positivamente na vida de outras pessoas. E sempre nossos estudantes voltam muito felizes da visita. Notamos o senso de realização, de fazerem parte de um projeto que impacta a vida de outras crianças.”

NHS REÚNE CERCA DE 300 PESSOAS EM CAMINHADA BENEFICENTE

Promovido e organizado pelo NHS, clube de honra da Chapel, o Walk-a-Thon aconteceu este ano no dia 3 de abril e conseguiu reunir cerca de trezentas pessoas, entre alunos e professores, que caminharam ou correram em volta do campo de futebol a fim de angariar fundos para a ONG Nosso Sonho, que promove a inclusão de crianças e jovens com paralisia cerebral na sociedade e no mercado de trabalho. Com voltas patrocinadas por familiares e amigos – valendo de R$ 1 a R$ 50 –, a comunidade escolar participou entusiasmada da atividade que se tornou tradição no colégio. Entre os alunos, o recordista foi o aluno Enzo Ventura, do 10º ano, com 57 voltas; e, entre os professores, houve empate: Mr. Brian Manning e Mr. Zoltan Raffai deram 54 voltas cada um. Considerado um dos maiores eventos do NHS, o Walk-a-Thon é motivo de orgulho não só para os alunos que o organizam, cuidando de todas as etapas, mas também aos coordenadores, que acompanham o trabalho. “Nesse meu primeiro ano como advisor do NHS está sendo incrível ver o quanto os alunos desse clube estão assumindo papeis de liderança na comunidade escolar”, afirma Mr. Christopher Abbs.

Lara Cavalcanti (11º ano) é a historiadora do clube, responsável por registrar e divulgar o evento: “É a melhor oportunidade para nosso grupo trabalhar, pois temos a missão de engajar pessoas de todos os anos do High School para contribuir a uma única causa, o que requer publicidade antes, durante, e depois do evento, garantindo a maior participação possível e a maior quantidade de doações

arrecadadas”, afirma. Responsável pelo planejamento financeiro do evento e pelo contato com a ONG apoiada, a tesoureira do NHS, Leticia Menezes (11º ano), sentiuse grata e feliz por ver tanta gente do colégio engajada na causa: “Durante o processo, aprendi muito sobre organização e sobre como pequenas ações, quando feitas em conjunto, podem ter um grande impacto. No contato com a ONG, percebi o quanto nosso apoio era valioso para eles e o quanto estavam genuinamente gratos”, relata. Do total arrecadado, 85% é doado à ONG, que muda de um ano para o outro, e os outros 15% são usados nas ações natalinas do clube.

Para Maria Carolina Melo (11º ano), organizar o Walk-a-Thon foi especial, pois “ver tantos colegas engajados e animados reforçou o que eu sempre acreditei: quando a comunidade escolar se mobiliza, coisas incríveis acontecem”. Opinião parecida tem Luciano de Antoni (12º ano): “Apesar dos desafios envolvidos no planejamento de um evento como esse, fico feliz por ter conseguido fazer algo significativo que deixou impactos positivos na nossa comunidade. É muito gratificante ver todo o colégio unido e engajado por uma causa, ver os alunos se divertindo juntos me enche de felicidade e gratidão”. Mr. Abbs ressalta a importância de ver os alunos fazendo atividades fora da sala de aula, e o quão grande é o coração da comunidade escolar, sempre disposta a contribuir para as causas beneficentes.

TALENTOS & PAIXÕES

Nesta edição, a seção Talentos & Paixões apresenta a jornada da escritora e professora de francês Ana Inglesi, que lançou há pouco seu segundo romance, e a aventura do professor de religião Christopher Govier, que passou mais de dois anos no navio de uma ONG cristã dando a volta ao mundo, difundindo literatura e realizando ações humanitárias. Entre os alunos, a seção traz sete destaques, do 6º ao 12º ano: natação, jiu-jitsu, canto, patinação artística, concursos de matemática, trabalho voluntário, ações de sustentabilidade, esportes em equipe e até conhecimentos financeiros estão entre as atividades prediletas desses estudantes.

SHITARA INGLESI ESCRITORA NIPO-BRASILEIRA

O ENCONTRO

LITERÁRIO DA CHAPEL REALMENTE INCENTIVA AS PESSOAS. INICIEI UMA CARREIRA LITERÁRIA

ESTIMULADA POR

ESSE PROJETO QUE

HOJE EU ORGANIZO.

Estimulada pelas edições do Encontro Literário, projeto anual da Chapel que premia os melhores textos em prosa e verso produzidos pela comunidade escolar, a professora de francês e português Ana Shitara Inglesi começou uma carreira de escritora e já publicou três obras. A primeira delas foi o livro de contos “Revoada”, lançado em 2019 após ser finalista em um concurso literário. Em seguida, durante a pandemia de Covid-19, Ms. Inglesi, que assina Ana Shitara, escreveu o romance “Sob o sol a pino”, narrando, sob a ótica de onze mulheres durante três gerações de uma mesma família, a construção de suas identidades como nipo-brasileiras. “Os descendentes de japoneses ocupam, no Brasil, um não-lugar, pois, apesar de termos nascido aqui, somos considerados estrangeiros”, explica a autora. Para produzir a obra ficcional, Ms. Inglesi entrevistou dezenas de pessoas, a maioria mulheres, incluindo algumas de sua própria família. Lançada em 2023 pela editora Patuá, a obra teve excelente aceitação pelo público, notadamente pela comunidade nipo-brasileira, o que lhe rendeu convites para participar de feiras de livros como a Flip (Feira Literária de Paraty - RJ) e a Bienal do Livro de São Paulo; e de encontros como o Festival de Livros da biblioteca Mario de Andrade, além de ter sido convidada para falar na Casa de Cultura Japonesa, na Universidade de São Paulo. Ao ser conhecida por alguns artistas e influenciadores, a obra passou a ser lida e discutida nas redes sociais, “o que proporcionou certo reconhecimento às escritoras nipo-brasileiras, cuja falta de representatividade é notória no Brasil”, afirma.

A partir disso, a escritora foi convidada para integrar um coletivo de escritoras asiáticas e brasileiras que reúne, além de nipo-brasileiras, mulheres taiwanesas, chinesas, coreanas e indianas. “O coletivo nos fortalece porque nós, mulheres escritoras amarelas, nos identificamos e nos conectamos, e somos convidadas para participar de eventos de cultura, onde divulgamos nosso trabalho”, conta Ms. Inglesi, que já escreveu mais um romance, publicado pela mesma editora. A obra “Hoje”, que trata sobre o processo de envelhecimento por meio da história de um senhor nipo-brasileiro, foi lançada em abril deste ano. Segundo a escritora, que também dá aulas de teatro na Chapel, as pessoas devem ser incentivadas a não apenas consumir arte, mas também a produzi-la. “É por meio da produção que você alcança pensamento crítico e se sensibiliza, pois a arte desembrutece a gente”.

GOVIER AÇÕES HUMANITÁRIAS PELO MUNDO

Ele é bastante jovem e já conhece 35 países, mas se engana quem pensa que Christopher Govier não faz mais nada na vida além de viajar. Dezesseis desses países ele conheceu entre 2014 e 2016, quando passou dois anos e três meses num navio – de uma ONG cristã –, viajando ao redor do mundo comercializando livros a preços módicos e fazendo trabalho humanitário. Ele havia acabado de se formar no High School quando ingressou nessa aventura com o objetivo de tirar um tempo para pensar no futuro, decidindo qual graduação cursar, ao mesmo tempo em que atuava como voluntário em missões humanitárias.

Para ele, foi uma experiência memorável e culturalmente riquíssima: “Eu trabalhei na livraria do navio, e amei todos os momentos. A cada porto que atracávamos, estabelecíamos contato com muita gente, mas dentro do navio a pluralidade também era grande, com voluntários de vários países”. No navio, Mr. Govier melhorou muito suas habilidades na língua espanhola, treinou seu francês e até aprendeu a tocar violão. “Fiz um amigo tailandês que me ensinou a tocar violão enquanto eu o ensinei a falar inglês”, lembra, rindo. O jovem passou por várias experiências na África e na Ásia. Nas Filipinas, o navio atracou pouco tempo depois de um tufão devastador, e Mr. Govier foi um dos inúmeros voluntários que atuou distribuindo donativos à população; já em Madagascar, além de conhecer os lêmures, visitou um orfanato muito isolado e carente: “Passamos um dia inteiro descendo o rio em um barco para chegar a esse orfanato, pois era o único meio de chegar, e nesse lugar eu vi, pela primeira vez na minha vida, crianças com desnutrição severa. Brincamos com elas e posso dizer que conheci as crianças mais felizes do mundo, mesmo não tendo nada”, relembra emocionado. Após retornar dessa viagem, Mr. Govier ingressou na faculdade de Jornalismo. Foi o trabalho como assistente de professor na Chapel que acabou revelando sua paixão pelo magistério. Cursou duas licenciaturas – Pedagogia e Ciências da Religião – e fez um curso de extensão em Línguas Bíblicas (grego e hebraico antigos) antes de conquistar a vaga de professor de religião na Educação Infantil e Ensino Fundamental. “É muito legal dar aulas de religião na Chapel, pois os alunos sempre têm uma energia muito boa. Eu uso bastante música nas minhas aulas e nos divertimos bastante”, comemora.

EU SEMPRE ME ENCANTEI PELA EDUCAÇÃO, MAS GOSTO MESMO É DA ENERGIA DAS CRIANÇAS. MESMO NA ROTINA DO DIA A DIA ELAS TRAZEM NOVOS QUESTIONAMENTOS E NOS AMAM DE GRAÇA.

NA NATAÇÃO, UM

SEGUNDO FAZ MUITA

DIFERENÇA. É POR

ISSO QUE TREINO

TODOS OS DIAS, PARA MELHORAR MEUS ÍNDICES.

Como a maioria das crianças, Joana começou na natação bem novinha, com menos de dois anos de idade, para frequentar praias e piscinas com segurança. No início, ela fazia aulas com o irmão, Gabriel, dois anos mais velho. No entanto, com o passar do tempo, eles acabaram ficando em turmas diferentes por causa da idade, e isso a incomodava: “Eu queria ficar perto dele, então, eu treinava muito para alcançar o nível dele, para fazermos aulas juntos”, conta Joana, hoje com 12 anos. Com seis anos de idade, ela conseguiu chegar ao nível do irmão, de oito anos. E, a partir daí, começou a competir, primeiro no Ipê clube e, depois, no Esporte Clube Pinheiros, ambos em São Paulo.

A garota que não para quieta – como ela mesma se define – também já fez aulas de dança e de patinação, além de treinar ginástica olímpica, modalidade pela qual chegou a competir. “Minha família é muito esportista. Meu pai não gosta que eu fique enfurnada em casa, vendo televisão, ele me incentiva a sair e a brincar bastante”, afirma a aluna do 7º ano, que estuda na Chapel desde o Pre I. Aliás, o campo de futebol – e as oportunidades de práticas esportivas que ele proporciona – foi uma das razões de sua família tê-la matriculado no colégio. Hoje, além da natação, cujos treinos ocupam a semana toda, Joana pratica futebol e integra o clube de matemática da Chapel. “Ingressei no clube por incentivo da minha mãe, que é engenheira, mas eu acho maneiro participar”, conta ela, que também gosta de outras disciplinas como artes, educação física e Brazilian Social Studies. Competindo na categoria Petiz II, Joana costuma participar de campeonatos regionais e estaduais. Seus melhores resultados são no estilo borboleta, considerado o mais difícil da natação ao exigir maior movimentação e força do atleta do que os outros estilos. Recentemente, em uma competição regional, conquistou o terceiro lugar com a marca de 1’15’’ nos 100 metros borboleta, resultado que a colocou em quinto lugar no ranking paulista. A jovem atleta já fez uma prova em mar aberto, e se divertiu muito! No entanto, Joana não se acomoda: “Na natação, um segundo faz muita diferença, é por isso que treino todos os dias, para melhorar meus índices. Um dia vai”, afirma, sorrindo.

CLUBES E PROJETOS ACADÊMICOS

Há dois anos na Chapel, Pedro Ribas gosta de participar de clubes e de se envolver em projetos acadêmicos. “Gosto quando os professores propõem projetos de apresentação e debates, atividades em que temos que nos expressar”, afirma o aluno do 8º ano, que participa de cinco clubes no colégio, joga xadrez e ainda pratica esportes. Para ele, falar em público não é um problema. Membro do MUN (clube Modelo das Nações Unidas), destaca-se em todas as conferências das quais participa e já foi premiado três vezes como destaque. “Gosto bastante de debater e de fazer perguntas”, diz.

Outro clube com o qual ele se identifica é o Makers, justamente por fomentar o desenvolvimento de projetos. “Para mim, esse clube me auxilia e dá suporte para trabalhos e projetos que desenvolvo nas matérias. Na Feira de Ciências, por exemplo, usei recursos que aprendi no Makers para apresentar o meu projeto”, conta o aluno. No clube que produz o Yearbook da Chapel, Pedro gosta de aprender ferramentas como o Photoshop, além de ter a oportunidade de revisar as informações e diagramar partes do livro. São as ações sociais e a possibilidade de propor iniciativas sustentáveis que o levaram a ingressar no NJHS, o clube de honra júnior da Chapel. “Na minha antiga escola, a Saint Nicholas, eu fundei um clube de sustentabilidade, que é uma área que gosto muito”, afirma o jovem de 13 anos que também integra o clube de investimentos da Chapel.

Em meio a tantas atividades, Pedro encontra tempo para ler – um livro a cada duas ou três semanas – e para participar dos concursos literários do colégio. “Comecei a escrever por diversão, e até cheguei a ter um poema premiado no concurso literário, mas agora eu estou dedicado a publicar mesmo”, diz, referindo-se ao livro que está escrevendo, que reúne mistério e aventura. Esportes também são uma paixão do jovem, que já fez remo e, atualmente, joga tênis, treina jiu-jitsu e pratica surfe. Quando questionado sobre o que prefere fazer nos momentos de lazer, ele se refere não só à quadra esportiva do condomínio, onde joga tênis, mas também aos livros, seja lendo obras de mistério seja escrevendo a história do próprio livro.

GOSTO QUANDO OS PROFESSORES PROPÕEM PROJETOS DE APRESENTAÇÃO E DEBATES, ATIVIDADES EM QUE TEMOS QUE NOS EXPRESSAR.

O CANTO, PARA MIM, SEMPRE FOI UM TALENTO NATURAL.

COMECEI A APRENDER AS TÉCNICAS PARA PRESERVAR A MINHA VOZ, NÃO PARA ME PROFISSIONALIZAR.

Mariana ingressou na Chapel há dois anos, após ter morado nos Estados Unidos durante cinco, em razão do trabalho da mãe. Ela conta que se adaptou com facilidade ao colégio: “Uma das coisas que mais gosto são das oportunidades oferecidas, não só em relação ao suporte escolar para quem está com dificuldades, mas também pela grande oferta de clubes e atividades. Aqui tem bastante coisa pra fazer”, afirma a jovem de 14 anos, que vem aproveitando os clubes para fazer o que mais gosta: cantar e atuar – nos semestres anteriores, integrou o Drama Club e o Glee Club. Adepta das artes, fora do colégio ela também faz aulas de patinação artística.

Foi na gelada Chicago que aprendeu a patinar no gelo, hobby que manteve ao se mudar para São Paulo. “Não sou muito de praticar esportes, gosto da patinação porque é uma atividade artística e me dá muito prazer”, afirma a jovem que abre exceção apenas para o basquete, que pratica na Chapel. Ela também integra o NJHS, clube de honra júnior da Chapel, no qual ingressou há dois anos, após passar pelo processo seletivo.

Atualmente cursando o 9º ano, Mariana começou a cantar quando, na escola que frequentava nos Estados Unidos, teve de escolher entre aprender a tocar um instrumento musical ou fazer parte do coral. Ela ingressou no coral e passou a receber elogios, conseguindo atingir as notas com perfeição e sem nenhum esforço. Para ela, o canto sempre foi uma atividade espontânea: “Eu aprendi a cantar sozinha, é algo natural para mim, sei muito pouco de técnicas vocais”, explica. Ao retornar para o Brasil, participou de audições na escola Allégresse, em São Paulo, e integrou o elenco do musical A Família Adams, fazendo o papel de Wandinha. Apaixonada por teatro musical, na montagem de Anastasia, na Chapel, viveu a condessa Lily.

No semestre passado, começou a ter aulas de canto para, segundo ela, “aprender técnicas básicas a fim de preservar a voz”. A jovem não quer correr o risco de machucar suas cordas vocais: “Pretendo continuar cantando por prazer, sem a pretensão de me profissionalizar, seguir carreira ou participar de concursos. Só quero fazer porque gosto”, pontua.

MEDALHISTA NACIONAL

Desde que ingressou na Chapel, no 3º ano, Estela Sumi já gostou do ambiente, segundo ela, “mais informal” do que a sua antiga escola. Atualmente cursando o 10º ano, o que ela mais aprecia é o cotidiano acadêmico: “Agora que estou no High School, gosto da rotina, tanto da organização das aulas quanto da facilidade de acessar as notas e atividades”, comenta a jovem de 15 anos, que, após as aulas, frequenta o MUN – Modelo das Nações Unidas – e o clube de Matemática. No MUN desde 2024, já foi premiada como melhor oradora numa conferência em que representou a Venezuela debatendo questões sociais. Bastante disciplinada nos estudos, outra qualidade que não lhe falta é foco. Há um ano frequentando o clube de Matemática da Chapel, engana-se quem pensa que ela sempre teve facilidade na disciplina que hoje a premia em concursos e olimpíadas.

No início da escolarização, Estela acompanhava a matéria com facilidade, inclusive auxiliava as amigas; porém, quando estava no 3º ano, começou a ter dificuldades nas subtrações mais complexas. Então, foi matriculada no Kumon (metodologia que desenvolve o potencial de aprendizado individual), que frequenta há cinco anos. “Hoje, eu já estou alguns anos mais avançada em comparação ao meu ano escolar”, afirma. Ano passado, ela achou que seria uma boa ideia participar da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), maior olimpíada científica do Brasil – em 2024, teve a participação de 18,5 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Apesar do nome, desde 2017 a OBMEP aceita estudantes de escolas privadas, que concorrem separadamente. “Apesar de ser um concurso de matemática, a prova da OBMEP também apresenta questões de lógica, que têm a ver com a matemática do dia a dia, então, achei uma boa oportunidade para mim”, conta. O resultado foi incrível: na etapa regional, Estela conquistou medalha de ouro, premiação que a levou à etapa nacional. Nessa, a aluna da Chapel conquistou medalha de prata, ficando entre os vinte melhores estudantes do Brasil. Como medalhista nacional, a jovem foi convidada a integrar o Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC) do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), onde participa de atividades orientadas por professores do Instituto de Matemática da Universidade de São Paulo a fim de se aprofundar nos estudos matemáticos. Quando não está dedicada às atividades acadêmicas, Estela gosta de ler, fazer alongamento e curtir seus três gatos.

NÃO GOSTO DE ESTUDAR, PREFIRO APRENDER. EU PRESTO ATENÇÃO NAS AULAS PARA ENTENDER A MATÉRIA E NÃO PRECISAR REVISÁ-LA DEPOIS.

DAGNONI

DISPOSIÇÃO PARA PROJETOS SOCIAIS

GOSTO DOS

CLUBES PORQUE

SÃO UM ESPAÇO DE INTERAÇÃO

POSITIVA COM PESSOAS QUE, ASSIM COMO EU, QUEREM CONTRIBUIR PARA ALGO MAIOR COMO PROJETOS SOCIAIS, POR EXEMPLO.

Bernardo Dagnoni ingressou na Chapel há três anos, quando sua família se mudou de Alphaville, na cidade de Barueri, para a capital. Entre os principais motivos da escolha, além da qualidade acadêmica, incidiu o alinhamento de valores cristãos. Atualmente cursando o 11º ano, o estudante aprecia, particularmente, as aulas de História e de Religião: “Gosto de História porque é a matéria que mais se aplica à vida real. Ela te ensina sobre economia, política, ciências sociais, basicamente sobre quase tudo”, afirma o jovem de 16 anos que, além das aulas, gosta de integrar os clubes da Chapel.

Foi membro do NJHS, clube de honra júnior, no 9º ano e, hoje em dia, Bernardo participa do grêmio estudantil, StuCo, e está há três anos no MUN (Modelo das Nações Unidas), seu clube preferido. “O que mais me interessa no MUN é a possibilidade de ir a outras escolas discutir temas políticos e sociais, o que tem tudo a ver com História, que eu tanto gosto”, afirma. No grêmio estudantil, se dedica à organização de eventos que elevam o espírito escolar como o Pep Rally, de natureza esportiva, ou ainda a Feira de Livros, atuando na catalogação e organização dos livros comercializados no sebo.

Suas paixões, no entanto, vão além: vem de família sua inclinação ao voluntariado, por meio de ações sociais. “Gosto bastante de me dedicar a algum serviço social e isso faz parte da minha cultura familiar. Se Deus nos deu oportunidade, é importante abençoarmos a vida de outras pessoas”, explica o jovem que já atuou como voluntário em obras de construção de moradias sociais em projeto da ONG Construide, e também organizou eventos para arrecadação de doações para a ONG Lala – Latin American Leadership Academy, que ajuda jovens a se tornarem líderes. Uma das coisas que mais gosta é de estar com a família, principalmente na companhia do irmão, praticando algum esporte. Semanalmente, Bernardo pratica jiu-jitsu, joga tênis e, quando consegue, desce ao litoral para surfar. “Além desses, me disponho a fazer qualquer outro esporte que meu irmão queira fazer comigo, o que ele quiser jogar eu topo”, afirma.

MARIA

CLUBE DE SUSTENTABILIDADE

Desde o Pré I na Chapel, Maria Clara Ermel se sente em casa no colégio. “Além de o espaço ser muito agradável e arborizado, eu conheço todas as pessoas, então, para mim, é muito aconchegante estar aqui”, comenta a aluna do 12º ano.

Após ter integrado diversos clubes ao longo de seu percurso escolar, no ano passado, a jovem criou o seu próprio: o Clube de Sustentabilidade, focado no desenvolvimento de projetos sustentáveis. A inspiração surgiu quando conheceu o telhado verde do shopping Eldorado, em Pinheiros: “O projeto é muito interessante. A partir da compostagem das sobras de alimentos da praça de alimentação, eles produzem adubo orgânico para fertilizar verduras, frutas e hortaliças cultivadas no teto”, explica a jovem de 17 anos. Diante de um projeto de tamanha magnitude, Maria Clara pensou em criar um clube que contribuísse para impulsionar entre os estudantes da Chapel um ciclo virtuoso de ações sustentáveis.

O primeiro projeto do clube teve por objetivo angariar recursos para adquirir recipientes para a coleta de pilhas e baterias, materiais extremamente poluentes, que prejudicam o meio ambiente ao serem descartados sem os devidos cuidados. Para tanto, os membros do grupo confeccionaram ecobags que foram vendidas no Bazar de Natal. Com o valor arrecadado, foram adquiridos recipientes para a coleta de pilhas e baterias. “Vamos distribuir essas caixas de coleta pelo colégio, e o material será destinado a empresas especializadas em logística reversa ou descarte consciente”, comenta. Adepta da prática de atividades físicas, Maria experimentou diversos esportes ao longo dos anos, mas se identificou especialmente com três: natação, ballet fly (dança acrobática com tecido) e musculação. Esta última se tornou sua verdadeira paixão, levando-a inclusive a participar de competições de levantamento de peso. “Peguei tanto gosto pela musculação que treino seis vezes por semana, e sinto muita falta quando não consigo ir. Para mim, a musculação não é apenas uma questão física, mas também mental”, relata animada. Ao concluir o High School, Maria Clara pretende cursar Medicina, área pela qual sempre demonstrou interesse, especialmente em dermatologia e nutrologia. Desde pequena, ela é fascinada por dermatologia e estética, enquanto o interesse pela nutrologia surgiu como consequência de sua dedicação ao esporte e da percepção, em seu próprio corpo, da importância de manter uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável.

O OBJETIVO DO CLUBE DE SUSTENTABILIDADE É PENSAR E DESENVOLVER

PROJETOS QUE AJUDEM A IMPLEMENTAR

MEDIDAS E AÇÕES SUSTENTÁVEIS NA CHAPEL.

MONTENEGRO

FINANÇAS E FUTEBOL

O ESPORTE FOI A ATIVIDADE QUE

MAIS ME TROUXE MEMÓRIAS NA

CHAPEL. O FUTEBOL, PARA MIM, NÃO SERVIU APENAS

PARA DESENVOLVER CARÁTER, MAS, PRINCIPALMENTE, PARA FORTALECER RELAÇÕES.

Recém-formado no High School, Leonardo Montenegro está prestes a se mudar para Boston, no Estado de Massachusetts (EUA), onde vai iniciar a graduação em Empreendedorismo na Babson College. “Vou ingressar nesse curso porque é o melhor da faculdade, mas planejo me transferir para Finanças, porque eu gosto muito da área financeira, já estagiei nela”, afirma o jovem que acabou de completar 19 anos. Seja em um ou outro curso, ele estará estudando naquela que, há quase trinta anos, vem sendo eleita a melhor faculdade de Negócios e Empreendedorismo dos Estados Unidos.

Aluno da Chapel desde o 5º ano do Elementary School, Leonardo foi adquirindo conhecimentos em finanças e, ao cursar o IB (International Baccalaureate), teve a oportunidade de cursar disciplinas que desenvolveram ainda mais suas habilidades. Foi então que, juntamente com o colega Nicolas Azevedo, iniciou um podcast para “descomplicar” o mundo do mercado financeiro, discutindo também sobre empreendedorismo. E assim nasceu o “Carreira na Real”: “Queríamos atingir jovens como nós, pois a maioria das escolas não tem muito conteúdo sobre economia ou finanças, diferente de nós, que no IB da Chapel temos o privilégio de estudar essas áreas”, explica, complementando: “Por meio de entrevistas com especialistas, tentamos mostrar como essas áreas funcionam na prática. A área financeira é muito rigorosa; os jovens não têm muita noção e acabam romantizando o tema”. Disponível no YouTube, o podcast está na terceira temporada, com dez episódios cada. Pouco antes de se formar, Leonardo e Nicolas estavam saudosos prevendo o fim do projeto, já que ambos seguirão para os EUA. No entanto, um amigo deles se interessou e dará continuidade ao podcast, para alegria de todos. O programa de entrevistas não será o único legado deixado por Leonardo na Chapel. Aficionado por futebol e presidente do StuCo, grêmio estudantil, ele é um dos criadores do campeonato de futsal Interclasses, que precede o Pep Rally, aquecendo o colégio para a participação no Big 8, campeonato no qual o futebol da Chapel é campeão absoluto. “Quando começamos a jogar o Big 8, combinamos de tentar ganhar todas as edições, como se fosse uma tradição da Chapel. E conseguimos”, comemora o agora ex-aluno que se apaixonou pelo colégio assim que viu o campo de futebol em sua primeira visita ao campus.

GALLERY

As cores da animada festa de Carnaval, as delícias do Festival Internacional, o sucesso da apresentação teatral de “Anastasia: O musical”, as danças e brincadeiras da Festa Junina, a missa de final de ano do Kindergarten e as emoções das cerimônias de formatura do 6º e do 12º ano foram alguns dos eventos que marcaram o último semestre da Chapel. Nas próximas páginas, confira registros fotográficos desses momentos culturais e festivos que envolveram a comunidade escolar.

CARNAVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - No Carnaval do ECEC, Maria Clara Araki, do Kindergarten, desfilou sua fantasia.

01 - At ECEC’s Carnaval, Maria Clara Araki, from Kindergarten, paraded in her costume.

02 - As amigas do Kindergarten Rafaela Gouveia e Marina Rahal divertiram-se na festa do dia 28 de fevereiro.

02 - Kindergarten friends Rafaela Gouveia and Marina Rahal had fun at the party on February 28th.

03 - Leonardo Sodré, do Pre II, brincou na festa de Carnaval.

03 - Leonardo Sodré, from Pre II, played at the Carnaval party.

04 - Ms. Stephanie Omori divertindo-se com Vitor Tavares, do Kindergarten.

04 - Ms. Stephanie Omori having fun with Vitor Tavares from Kindergarten.

05 - Brincando o Carnaval, as amigas do 2º ano Mariah Massih, Antonella Giamundo e Eduarda Lichtenberger.

05 - Second grade friends Mariah Massih, Antonella Giamundo, and Eduarda Lichtenberger played at Carnaval.

06 - Participando do desfile carnavalesco, Federico Forero, Julian Conner, Theo Serio e Isadora Machado (4º ano).

06 - Federico Forero, Julian Conner, Theo Serio, and Isadora Machado (Fourth grade) participated in the Carnaval parade.

07 - Inspiradas pelo frevo, as estudantes do 3º ano Maria Fernanda Hannud, Helena Brandão, Maria Thereza Muzzi e Isabela Yumi Hoshino exibem suas fantasias.

07 - Inspired by frevo, 3rd grade students Maria Fernanda Hannud, Helena Brandão, Maria Thereza Muzzi, and Isabela Yumi Hoshino showed off their costumes.

08 - A tradicional alegoria do Carnaval de Recife coloriu a festa das estudantes do 6º ano Mariana Romero, Helena Serio, Catherine Smith, Amanda Segui, Sofia Zanata e Gabriela Monzani.

08 - The traditional Carnaval parade from Recife brought a burst of color to the celebration of 6th grade students Mariana Romero, Helena Serio, Catherine Smith, Amanda Segui, Sofia Zanata, and Gabriela Monzani.

09 - Do 5º ano, Lola Cerda e Carolina Soares combinaram as fantasias.

09 - Fifth graders Lola Cerda and Carolina Soares wore matching costumes.

10 - Dando vida ao espírito de Recife e do Galo da Madrugada, Ms. Eliana Cardia, Ms. Daniela Hayashida, Ms. Flavia Tacchini, Ms. Cristiane Valim, Mr. Paulo Henrique da Silva, Ms. Fabiana Tavares, Ms. Adriana Alves, Ms. Livia Tezzei, Ms. Alessandra Dall`Ovo, Ms. Daviane Gomes, Ms. Cristina El Dib, Ms. Juliana Hanftwurzel, Ms. Aline Cuchiaro e Ms. Juliana Nuin.

10 - Ms. Eliana Cardia, Ms. Daniela Hayashida, Ms. Flavia Tacchini, Ms. Cristiane Valim, Mr. Paulo Henrique da Silva, Ms. Fabiana Tavares, Ms. Adriana Alves, Ms. Livia Tezzei, Ms. Alessandra Dall`Ovo, Ms. Daviane Gomes, Ms. Cristina El Dib, Ms. Juliana Hanftwurzel, Ms. Aline Cuchiaro, and Ms. Juliana Nuin made the spirit of Recife and the Galo da Madrugada come alive.

FESTIVAL INTERNACIONAL INTERNATIONAL

FESTIVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Em março, Ms. Ana Paula Aragon, Ms. Juliana Menezes e Mr. Sean Quinn prestigiaram o 38º Festival Internacional da Chapel, que transformou o campus em uma vibrante vila global.

01 - In March, Ms. Ana Paula Aragon, Ms. Juliana Menezes, and Mr. Sean Quinn enjoyed Chapel’s 38th International Festival, which turned the campus into a vibrant global village.

02 e 03 - Alemanha e Bélgica apresentaram seus pratos típicos, e a cerveja não poderia faltar.

02 and 03 - Germany and Belgium showcased their traditional dishes with beer being a must.

04 - Vinhos e churrasco bem representaram a vizinha Argentina.

04 - Wine and barbecue were a perfect representation of neighboring Argentina.

05 - Grandioso e de culinária diversa, o Brasil homenageou a culinária baiana.

05 - Brazil, known for its diverse cuisine, paid tribute to the cuisine of Bahia.

06 - A equipe do Canadá fez bonito na festa multicultural.

06 - The Canadian team did well at the multicultural festival.

07 - O Chile foi representado por suas belezas naturais e seus pratos deliciosos.

07 - Chile was represented by its natural wonders and delicious dishes.

08 - O famoso café não poderia faltar na barraca da Colômbia.

08 - Its famous coffee was a staple at Colombia’s stand.

09 - A cultura e a culinária coreanas foram muito bem representadas.

09 - Korean culture and cuisine were very well represented.

10 - Quitutes e vinhos espanhóis fazem sucesso na festa.

10 - Spanish delicacies and wine were a hit at the festival.

11 - A barraca dos EUA caprichou no visual e nas delícias oferecidas.

11 - The USA stand did a great job on its decor and on the delicious food.

12 - A linda decoração da barraca da França chamou tanta atenção quanto sua famosa éclair.

12 - The beautiful decoration at the France stand was just as eye-catching as its famous éclair.

13 - A Holanda mostrou alguns de seus pratos típicos.

13 - Netherlands showcased some of their traditional dishes.

14 - A Inglaterra esteve muito bem representada no evento deste ano.

14 - England was very well represented at this year’s event.

15 - A culinária italiana agrada aos mais diversos paladares.

15 - Italian cuisine appeals to all tastes.

- Japan’s colors and flavors always stand out.

17 - A culinária libanesa é sempre um sucesso no Festival.

17 - Lebanese cuisine is always a hit at the Festival.

18 - A barraca do México revelou as belezas do país. 18 - The Mexico stand displayed the country’s wonders.

19 - A barraca de Portugal sempre brilha no evento multicultural.

19 - The Portugal stand always shines at the multicultural event.

20 - A Suécia mostrou seus sabores no Festival. 20 - Sweden showed off its flavors at the Festival.

21 - As representantes da Suíça capricharam na apresentação do país.

21 - The Swiss representatives went all out to showcase the country.

ANASTASIA: O MUSICAL ANASTASIA:

THE MUSICAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Em abril, os alunos do Clube de Teatro do High School deram vida ao espetáculo “Anastasia: O musical”, sob orientação dos professores Mr. Caio Oliveira e Ms. Ana Inglesi.

01 - In April, under direction of teachers Mr. Caio Oliveira and Ms. Ana Inglesi, the High School Drama Club students brought the show “Anastasia: The Musical” to life.

02 e 03 - Em cena, Laura Santiago (Anastasia) e Luciano de Antoni (Tsar Nicholas II).

02 and 03 - Laura Santiago (Anastasia) and Luciano de Antoni (Tsar Nicholas II) in a scene.

04 - Fernando Ribeiro viveu o bolchevique Gleb.

04 - Fernando Ribeiro played Gleb, the Bolshevik.

05 - Vibha Komala, que interpretou a imperatriz viúva, com Laura Santiago (Anastasia).

05 - Vibha Komala, who played the widowed empress, with Laura Santiago (Anastasia).

06 - Vibha Komala (imperatriz viúva) com Lara Zwecker e Mariana Sevzatian (da equipe de bastidores) durante um ensaio.

06 - Vibha Komala (the widowed empress) with Lara Zwecker and Mariana Sevzatian (from the stage crew) during rehearsal.

07 - Marina Moura viveu Dmitry.

07 - Marina Moura played Dmitry.

08 - Mariana Ávila interpretou a condessa Lily.

08 - Mariana Ávila played Countess Lily.

09 - Laura Santiago (Anastasia) em cena.

09 - Laura Santiago (Anastasia) in a scene.

10 - Luisa Maesano no papel do ex-aristocrata Vlad.

10 - Luisa Maesano in the role of Vlad, a former aristocrat.

11 - Vibha Komala em cena como a imperatriz viúva.

11 - Vibha Komala in a scene as the widowed empress.

12 - A apresentação encantou o público com momentos mágicos, coreografias cheias de energia e solos vocais marcantes.

12 - The performance delighted the audience with magical moments, energetic choreographies, and remarkable vocal solos.

FESTA JUNINA

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Ana Carolina Ohara, Giovana Iannuzzi, Guilhermina Zogbi e Maria Fernanda Dirani, do 5º ano, reuniram-se na Festa Junina do colégio.

01 - Ana Carolina Ohara, Giovana Iannuzzi, Guilhermina Zogbi, and Maria Fernanda Dirani, from 5th grade, got together at the school’s Festa Junina.

02 - Do Pre II, Guilherme Cordovil e Lorenzo Fagliari.

02 - Guilherme Cordovil and Lorenzo Fagliari from Pre II.

03 - Matteo de Villi, Lis Vara e Vitor Tavares (Kindergarten) capricharam nas roupas típicas.

03 - Matteo de Villi, Lis Vara, and Vitor Tavares (Kindergarten) dressed up in typical clothing.

04 - As caipirinhas do 1º ano Maria Luiza Machado e Maria Fernanda Iberê.

04 - 1st grade country girls Maria Luiza Machado and Maria Fernanda Iberê.

05 - Maria Schahin e Valentina Perrotti (2º ano) em apresentação de dança.

05 - Maria Schahin and Valentina Perrotti (2nd grade) in a dance performance.

06 - Do 2º ano, Mateus Braz, Lavinia Jucá e Glória Marão se divertem na quadrilha.

06 - Mateus Braz, Lavinia Jucá, and Glória Marão from 2nd grade had fun dancing.

07 - Dançando as músicas juninas, Elisa Dario e Maria Valentina Pacheco, do 3º ano.

07 - Third graders Elisa Dario and Maria Valentina Pacheco danced to Festa Junina songs together.

08 - Esmeralda Cerda e Grace Hamilton, do 4º ano, divertiram-se na apresentação de dança.

08 - Esmeralda Cerda and Grace Hamilton, from 4th grade, had fun during the dance presentation.

09 - Eric Oguro e Isabela El Khouri, do 4º ano, formaram um par animado.

09 - Eric Oguro and Isabela El Khouri, from 4th grade, were a lively pair.

10 e 11 - A queima de fogos, no fim da festa, foi prestigiada pelos amigos Helena Brandão, Manuella Nicolia, Maria Luiza Boesel e Guilherme Echenique, do 3º ano.

10 and 11 - The fireworks at the end of the party were enjoyed by the 3rd grade friends Helena Brandão, Manuella Nicolia, Maria Luiza Boesel, and Guilherme Echenique.

12 - Enrico Cuoco (4º ano), Bernardo Cuoco (7º ano) e Tomas Barúa (4º ano) também assistiram ao espetáculo de fogos de artifício.

12 - Enrico Cuoco (4th grade), Bernardo Cuoco (7th grade), and Tomas Barúa (4th grade) also watched the firework show.

MISSA DE FINAL DE ANO DO KINDERGARTEN

KINDERGARTEN ENDOF-YEAR PRAYER SERVICE

Fotos: Arquivo Chapel Photos: Chapel Archives

01 - Kindergarten A com Ms. Daniela Sperling e Ms. Giovanna Bueno.

01 - Kindergarten A with Ms. Daniela Sperling and Ms. Giovanna Bueno.

02 - Kindergarten B com Ms. Maria Hernandez e Ms. Vitória Mayumi de Paula.

02 - Kindergarten B with Ms. Maria Hernandez and Ms. Vitória Mayumi de Paula.

03 - Kindergarten C com Ms. Emanuela Santo e Ms. Pollyanna Oliveira.

03 - Kindergarten C with Ms. Emanuela Santo and Ms. Pollyanna Oliveira.

04 - João Ermel falando sobre algo que aprendeu no Kindergarten.

04 - João Ermel spoke about what he learned in Kindergarten.

05 - Lara Zarif também contou sobre um aprendizado no Kindergarten.

05 - Lara Zarif also shared what she learned in Kindergarten.

06 - Isabela Serpa falando algo que aprendeu no Kindergarten.

06 - Isabela Serpa spoke about what she learned in Kindergarten.

07 - Ms. Daniela Sperling entregando o diploma a Matheus Jun Hoshino.

07 - Ms. Daniela Sperling gave Matheus Jun Hoshino his diploma.

08 - Ms. Daniela Sperling entregando o diploma a Maria Eduarda Mantegazza.

08 - Ms. Daniela Sperling handed Maria Eduarda Mantegazza her diploma.

09 - Ms. Maria Hernandez entregando o diploma a Carolina Malzoni.

09 - Ms. Maria Hernandez delivered Carolina Malzoni her diploma.

10 - Ms. Maria Hernandez entregando o diploma a Caio Gervazoni.

10 - Ms. Maria Hernandez handed Caio Gervazoni his diploma.

11 - Ms. Emanuela Santo entregando o diploma a Emma Ferrari.

11 - Ms. Emanuela Santo delivered Emma Ferrari her diploma.

12 - Ms. Emanuela Santo entregando o diploma a Manoel Araujo.

12 - Ms. Emanuela Santo handed the diploma to Manoel Araujo.

FORMATURA DO 6º ANO

6TH END-OF-

YEAR PROMOTION CEREMONY

Fotos: LES Fotografias

Photos: LES Fotografias

01 - Trinta e nove alunos participaram da cerimônia de formatura do 6º ano, em 3 de junho.

01 - Thirty nine students participated in the 6th grade graduation ceremony on June 3rd.

02 - Ms. Ruby Sheets e Mr. Filip Stoops, professores do 6º ano, foram os mestres de cerimônia.

02 - Ms. Ruby Sheets and Mr. Filip Stoops, 6th grade teachers, were the masters of ceremony.

03 e 04 - Laura Pereira e Henrique Lamounier fizeram o discurso “Staff Appreciation”.

03 and 04 - Laura Pereira and Henrique Lamounier delivered the “Staff Appreciation” speech.

05, 06 e 07 - Bruna Iannuzzi, Daniel Inglesi e Julia Guglielmetti fizeram o discurso “A Look Back”

05, 06 and 07 - Bruna Iannuzzi, Daniel Inglesi, and Julia Guglielmetti gave a speech called “A Look Back”.

08 - Audrey Hamilton fez o discurso “Time for Change”.

08 - Audrey Hamilton delivered the “Time for Change” speech.

09 e 19 - Theo Giarola e Gustavo Rocha fizeram o discurso “To Our Families and Friends”. 09 and 10 - Theo Giarola and Gustavo Rocha gave the “To Our Families and Friends” speech.

11 - Ms. Juliana Menezes entregando o diploma a Fernanda Barbosa.

11 -

12 - Ms. Juliana Menezes entregando o diploma a Pierre Chofard.

12 - Ms. Juliana Menezes delivered Pierre Chofard his diploma.

13 - Os formandos exibem seus diplomas.

- The graduates showed off their diplomas.

Ms. Juliana Menezes handed Fernanda Barbosa her diploma.

FORMATURA DO 12º ANO

12TH GRADE GRADUATION

Fotos: LES Fotografias

Photos: LES Fotografias

01 - No dia 24 de maio, os 47 alunos da turma de 2025 colaram grau.

01 - On May 24th, the 47 students in the class of 2025 graduated.

02 - A formanda Catalina Miraglia com seus pais, Catalina Alejandra e Luis Roberto, e sua irmã, Sofia.

02 - Graduate Catalina Miraglia with her parents, Catalina Alejandra and Luis Roberto, and her sister, Sofia.

03 - O formando Karam Ziad Bou Karam com seus pais, Magui e Ziad, e irmãos, Lucca e Katarina.

03 - Graduate Karam Ziad Bou Karam with his parents, Magui and Ziad, and his siblings, Lucca and Katarina.

04 - A formanda Alma Castañares com seus pais, Silvia e Marcelo, e irmãos, Santiago e Manuel.

04 - Graduate Alma Castañares with her parents, Silvia and Marcelo, and her brothers, Santiago and Manuel.

05 - Beatriz Abram discursou como Class Valedictorian.

05 - Beatriz Abram gave the speech as Class Valedictorian.

06 e 07 - Maria José Zappia e Felipe Menezes discursaram como Class Salutatorians.

06 e 07 - Maria José Zappia and Felipe Menezes gave speeches as Class Salutatorians.

08 - Luciano de Antoni e Lucas De Salles (também Class Salutatorian) foram os oradores da turma.

08 - Luciano de Antoni and Lucas De Salles (also Class Salutatorian) were chosen to address their graduating class.

09 - Carolina Saade, emocionada, indo receber seu diploma.

09 - Carolina Saade was emotional when she received her diploma.

10 - As amigas Eduarda Gervazoni e Sara Pontes após a cerimônia.

10 - Friends Eduarda Gervazoni and Sara Pontes after the ceremony.

11 e 12 - Leonardo Montenegro e Nickolas Azevedo receberam seus diplomas da School Director e Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, e do High School Principal, Mr. Sean Quinn.

11 and 12 - Leonardo Montenegro and Nickolas Azevedo received their diplomas from the School Director and Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, and the High School Principal, Mr. Sean Quinn.

13 - No final da cerimônia, houve a tradicional festa, com os capelos sendo jogados para o alto.

13 - At the end of the ceremony, there was a traditional celebration, with caps being thrown into the air.

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