Revista CFMV 53

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Figura 2. Granuloma Lepróide Canino (GLC). A, lesões nodulares alopécicas, parcialmente exulceradas acometendo o pavilhão auricular de um cão da raça Boxer portador de GLC. B, fotomicrografia de lesão histopatológica do cão com GLC . Intensa reação inflamatória ,piogranulomatosa e plasmocitária (H&E, X 400). C, fotomicrografia de lesão histopatológica do cão com GLC. A coloração especial revela vários bacilos álcool ácido resistentes (corados em rosa forte)localizados no interior dos macrófagos epiteliódes (Ziehl Neelsen, X 550).

O que acontece com o material no laboratório? Não há necessidade de que o clínico conheça todas as reações e seus fundamentos do processamento histopatológico. Entretanto, são importantes algumas noções do processo. Após o recebimento e o registro da amostra pelo laboratório, segue-se o exame macroscópico da peça que consta das dimensões (por vezes o peso) cor, consistência e o aspecto ao corte da lesão (quando houver alteração). O clínico deve ter consciência de que após a fixação em formalina, as alterações de cor como o eritema, discromias e mesmo impressões obtidas pela palpação, podem não mais ser observadas pelo patologista, devido ao endurecimento e descoloração da peça. Da mesma forma, lesões pequenas como pápulas e pústulas, visíveis durante o exame físico, podem também não ser mais óbvias após a fixação (Dunstan, 1990; Scott et al., 2001). A amostra deve ser cortada e colocada no cassete plástico juntamente com os dados de identificação do animal. Os fragmentos de pele podem ser adequadamente secionados ao meio, através da epiderme, para atingir a região panicular, no sentido dos folículos pilosos. Tal corte permite a visualização longitudinal dos folículos pilosos e demais anexos epidérmicos. O corte transversal, paralelo à superfí-

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cie cutânea, na altura do infundíbulo folicular, está indicado nos casos de avaliação das alopecias não inflamatórias (Dunstan, 1990; Yager e Wilcock, 1994). Após essa primeira etapa, o tecido é desidratado passando por soluções de xilol ou clorofórmio, várias soluções de álcoois para depois ser incluído em parafina. A parafina mantém firmes e relacionadas as estruturas morfológicas umas às outras, para não deformarem quando submetidas ao corte em micrótomo. A seguir, o tecido é colocado em um pequeno recipiente contendo parafina derretida que irá, ao endurecer, se fundir com a parafina previamente infiltrada no tecido, formando o bloco de parafina. A pele é um tecido de difícil corte, devido à natureza diversa dos tecidos que a compõem, exigindo um técnico experiente, paciente, cuidadoso, bem como aparelhagem limpa, lubrificada e afiada. Os cortes são feitos com espessura de 4 a 6µ, embora seja preconizada alguma vantagem com cortes mais espessos (Mehregan, 1986). Após o corte, o tecido é esticado em banho-maria e montado em uma lâmina microscópica. A coloração histológica empregada na rotina é a hematoxilina-eosina (HE). As coloração de orceína ácida de Giemsa também é útil na rotina e tem sido utilizada em alguns serviços. Algumas colorações permitem melhor visualização de certas estruturas Revista CFMV - Brasília/DF - Ano XVII - nº 53 - 2011


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