Papo de Montanha - Mai 2015

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PAPO DE MONTANHA

Revista do CEL

CEL participativo A história da adoção de uma trilha

ano 3 | número 6 | maio 2015

Santa Parede Duas novas vias no bairro mais charmoso do Rio

Curso Basico de Montanhismo ´ O que mudou em minha vida? Depoimentos dos novos montanhistas Abril 2015

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editorial ano 3 | número 6 | maio 2015 CEL - Clube Excursionista Light Presidente: Éder Abreu Vice-Presidente: Fernando Araújo Secretaria-Geral: Claudney Neves Tesouraria: Claudio Van e Norma Bernardo Diretoria de Montanhismo: Filipe Careli Diretoria Social: Gabriela Lima Diretoria de Ecologia: Daniel Arlotta Diretoria de Comunicação: Karla Paiva e Claudney Neves Diretoria Cultural: Miriam Gerber Projeto Gráfico inicial: Paulo Ferreira Organização: Claudney Neves Editoração: Karla Paiva Foto de capa: Conquista da via Carnaval em Santa Teresa

Esta edição que está em suas mãos foi produzida especialmente para ser distribuída durante a Abertura da Temporada de Montanhismo (ATM), que nesse ano faz parte de um evento maior, a 2ª Semana Brasileira de Montanhismo (SBM), cujo principal objetivo é exaltar o relacionamento dos cariocas e turistas com suas montanhas, destacando essa intensa conexão emocional que as mesmas despertam em nós. Trazemos aqui três matérias que exemplificam bem essa interação em diversos níveis. A primeira mostra a importância da participação dos Clubes de montanhismo na manutenção de nossas trilhas e o resultado dessa adoção pelo Clube Excursionista Light do trecho Parque Lage-Corcovado.

Foto: Karla Paiva Papo de Montanha é uma publicação do CEL - Clube Excursionista Light. As opiniões expressas pelos autores são de inteira responsabilidade dos mesmos e não representam a opinião da revista Papo de Montanha e do CEL.

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A matéria de capa conta a história do nascimento de uma via de escalada em um dos bairros mais queridos do Rio de Janeiro, provando que ainda há espaço para novas conquistas onde menos se imagina.

cel@celight.org.br Av. Marechal Floriano, 199/501 Centro, Rio de Janeiro - RJ Tel.: +55 21 2253-5052 Siga-nos: /celight.org.br /ClubeExcursionistaLight /cel_celight

Fechamos com os depoimentos da nova geração de montanhistas, alunos do nosso Curso Básico de Montanhismo (CBM), que nos dizem como esse mundo diferente mudou suas vidas. Esperamos que você, montanhista, curta as matérias e você, que chegou aqui por acaso, sem saber bem o que era tudo isso, conheça um novo horizonte e veja o Rio de Janeiro por um outro ângulo. Boa SBM!

índice

CEL participativo A história da adoção de uma trilha ....................................................................... 04

Santa Parede Duas novas vias no bairro mais charmoso do Rio .............................................. 10

Curso Básico de Montanhismo O que mudou em minha vida? ............................................................................. 20 Abril 2015

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- DA TRILHA PA ADOCAO O CEL adotou a trilha Parque Lage-Corcovado. Adotar significa tomar legalmente para si a obrigação pelo zelo. O Clube Light se propõe a manter o caminho em condições aceitáveis de uso aplicando métodos de controle da erosão 4

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Texto: Marcus Vinícius Carrasqueira Imagens: Marcus Vinícius Carrasqueira e Filipe Careli

ARQUE LAGE-CORCOVADO e aprimorando a segurança para os transeuntes, pelo tempo em que se der a adoção. Os beneficiários serão todos que percorrem a trilha Parque Lage-Corcovado, sejam turistas ou montanhistas. Abril 2015

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Manter uma trilha é um trabalho que pode ser traduzido pela realização de uma série de atividades cíclicas, tais como nivelamento do piso, limpeza de drenos, poda de galhos, formação do corredor, balizamento de trechos duvidosos, fechamento de atalhos e instalação de sinalização fidedigna. Por se tratar de uma das trilhas mais populares da cidade e de uso intensivo por caminhantes de todas as idades, nacionalidades e conhecimentos, há necessidade de confiabilidade no seu traçado. Uma trilha bem mantida diminui as chances de pessoas despreparadas se perderem ou se acidentarem, lembrando que resgate em montanhas consome os escassos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis. Existem normas de comportamento social que não são escritas, porém são plenamente aceitas e consagradas, tais como um jovem ceder o assento para idosos nos transportes coletivos ou o homem se colocar entre a rua e sua acompanhante na calçada. O montanhismo permite um paralelo semelhante ao aconselhar que as trilhas incluídas nos ambientes urbanos sejam mais sinalizadas com placas, pinturas e marcações de apoio do que aquelas localizadas em regiões remotas, essas últimas quase que reduzidas a um risco na terra. Questão de bom senso! Em tese, no primeiro caso, os participantes serão formados, na maioria, por leigos no esporte exercendo pressão constante nas trilhas de fácil acesso próximas às suas residências, enquanto que, no segundo, os praticantes serão montanhistas 6

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com algum nível de experiência, se deslocando eventualmente para lugares de baixa densidade populacional e pouco frequentados. A trilha Parque LageCorcovado está inserida no coração da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, rodeada por bairros com vigorosa rede hoteleira e constando nos livros e revistas especializados, incentivando os leitores a conhecer. A trilha adotada está dentro de uma unidade de conservação ambiental denominada Parque Nacional da Tijuca. A legislação brasileira permite que um parque seja objeto de uso público, principalmente turismo ecológico e recreação. A trilha se encontra no setor Serra da Carioca do PNT, local de construção de uma das sete maravilhas do mundo moderno: o Cristo Redentor. Essa é uma circunstância que agrega mais responsabilidades à adoção, não apenas pelos pontos já comentados (tipificação de visitantes e intensidade de frequência), mas, sobretudo, por haver uma instituição federal interlocutora no processo. Em síntese, uma parceria foi estabelecida para que atribuições parciais do órgão público fossem repassadas para uma organização da sociedade civil. O sociólogo Betinho definia parceria como “a soma das diferenças”, onde a deficiência de um parceiro é complementada pela força do outro, e vice-versa, formando um conjunto uniforme e fortalecido. O Parque Nacional da Tijuca (leia-se ICMBio/MMA) acredita na capacidade operacional do CEL em realizar as tarefas de manutenção da trilha Parque Lage-Corcovado, sob sua supervisão direta e com utilização do seu ferramental. O PNT sabe como


manter, mas faltam monitores em número suficiente para atender à totalidade das suas demandas. O Clube Light possui associados motivados em participar de ações em prol da melhoria do caminho, mas carece de orientação e instrumentos apropriados.

partir deste ano. A responsabilidade aumenta enormemente quando sabemos que a trilha Parque Lage-Corcovado é apenas um dos 39 trechos contínuos formadores da grande Trilha Transcarioca, com cerca de 160 km de extensão, perpas-

A estratégia eleita para a conservação foi fomentar uma sequência de eventos públicos de recrutamento de voluntários, conduzidos por um grupo de sócios treinados pelos monitores do PNT que assumem o papel de agentes multiplicadores das técnicas ensinadas. Em março passado o CEL promoveu um mutirão de manutenção da trilha, testando em campo os saberes adquiridos e incorporando esse acontecimento à grade curricular do seu Curso Básico de Montanhismo, a

sando o Parque Estadual da Pedra Branca, o Parque Nacional da Tijuca, o Parque Natural Municipal da Catacumba, o Parque Natural Municipal Paisagem Carioca e o Monumento Natural Municipal do Pão de Açúcar. Além desses cinco órgãos públicos de gestão ambiental das esferas federal, estadual e municipal, outros atores (personalidades físicas ou jurídicas) estão articulados na divisão e manutenção dessas dezenas de segmentos, como por exemplo: Femerj, CEB, CEG, Unicerj, Abril 2015

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Clube dos Aventureiros, Makalu, Instituto Moleque Mateiro e Terralimpa. O êxito da Trilha Transcarioca resulta do trabalho integrado de todos os adotantes. Tal qual uma corrente, cada instituição é um elo com uma função determinada, todos concatenados entre si. O bom manejo da trilha exercido pelo CEL terá reflexos positivos junto aos demais colaboradores. Em setembro passado foi promovido um mutirão de sinalização, com inscrição aproximada de 600 voluntários. O trecho Parque Lage-Corcovado registrou 50 participantes, o maior número entre todos os 39 trechos da Transcarioca, demonstrando, primeiro, a importância que esse caminho possui para a população e, segundo, a disposição dos cariocas em atuar neste tipo de evento. O mutirão comprovou que o CEL não está sozinho nessa empreita, pois a maioria dos voluntários presentes não faz parte de agremiações esportivas, fato que representa um potencial de pessoas interessadas que podem ser reunidas ao comando do clube.

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Para o CEL, ser protagonista na adoção do trecho Parque LageCorcovado da Trilha Transcarioca é se alinhar em consonância com valores modernos de gestão de espaços naturais, é pertencer a um movimento contemporâneo de parcerias institucionais, é participar de uma oportunidade ímpar de mobilização organizada e inovadora de montanhistas, é dar um salto de qualidade nas tradicionais missões dos clubes de excursionistas do Rio de Janeiro. Para os sócios do Clube Light, participação é a palavra-chave para o sucesso da adoção. O CEL deve provar que é merecedor da confiança depositada pelo PNT através da realização competente da sua parte na construção deste magnífico projeto de trilhas de longo percurso no território nacional. Em país com sérias limitações nas políticas públicas da área ambiental, a adoção de trilhas pela sociedade civil pode ser um novo paradigma para o Montanhismo brasileiro do século XXI.


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Santa Parede Texto: Claudney Neves Fotos: Karla Paiva, Hans Rauschmayer e Claudney Neves

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Ano passado (2014), meu amigo Hans, comentou que estava de olho em uma bela parede em Santa Teresa, bairro aqui do Rio de Janeiro, onde mora. Não tínhamos informação nenhuma sobre a montanha. Analisamos algumas imagens do Google Maps e traçamos possíveis rotas para chegar à sua base, basicamente seguindo cursos d’água. Reconhecendo o lugar Nossa primeira ida aconteceu no início de novembro, já com o bafo quente do verão carioca chegando. Subimos por um dos curso d’água que fica quase em frente a um bar, casa número 394 da Estrada Dom Joaquim Mamede. Conversamos com a senhora que estava lá, que se espantou quando dissemos que subiríamos ali para chegar à parede. Contou sobre alguns rapazes que haviam tentado isso e precisaram ser resgatados, pois se perderam. Avisamos que não pretendíamos nos perder e que, se não voltássemos até escurecer, ela chamasse os bombeiros. Nos deixou ir depois que nos preveniu para termos cuidados com as cobras. Havíamos marcado alguns pontos no GPS para ajudar na orientação, seguimos a direção que apontavam por um caminho razoavelmente tranquilo. Miramos alguns costões de rocha e chegamos lá sem grandes problemas. Continuamos subindo e chegamos em um dos nossos objetivos que era a lateral de um teto que pode ser visto de longe na parede. Felizes e animados, começamos a traçar linhas imaginárias em possíveis vias alucinantes… Quando desci por uma canaleta de mato e encontrei... uma chapeleta.

Fomos do 100 a 0 em 1 segundo. Tentamos chegar em outro setor, mais à direita de onde estávamos, mas a trilha era horrível e talvez causasse um grande impacto na vegetação. Descemos… Contornamos a parede e encontramos o início de duas vias, uma em grampos e outra em chapeletas com um pequeno diedro no início. Depois descobrimos que a primeira é a Paredão Kika (4º VI), conquista do Maurício Mota e companhia. A outra chama-se O Renegado, do Edgard Moreira da Rocha. Há ainda um projeto, que não localizamos, iniciado pelo Tufo Wermelinger e Pedro Bugim nesta mesma face norte. Continuamos o passeio e encontramos um grampo em uma espécie de caverna, já na face nordeste, que depois o Sergio Bula assumiu a paternidade. Sua cria e equipe foi batizada de Fissura Tadeusz Hollup (4º IV sup A1+). Entre uma investida e outra Hans levou algumas cobaias para escalarem com ele o Paredão Kika e O Renegado, mesmo não completando nenhuma das duas, afirmaram que são bem interessantes, apesar de estarem bem sujas. Abril 2015

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árvore que fica a uns 10m acima do solo. Perguntei se ele queria mesmo entrar lá e enfrentar o mato que tomava conta de parte da parede. Ele respondeu que sim! Fomos. O alemão começou a subida protegendo com fitas nas raízes bem grossas, para depois entrar em uma fissura, onde protegeu em móvel. Viu que a fissura chegava em um platô e continuou até lá. Montou minha segurança em uma árvore para que eu chegasse lá e visse uma linda chaminé acima, além de outra possibilidade à esquerda. Confesso que até aquele momento não achava que a linha renderia algo interessante, depois que visualizei as linhas me animei, muito! `

Apresentando a furadeira a parede

Iniciando a brincadeira A ideia ficou em banho-maria por umas duas semanas, com o Hans ansioso e me perturbando para conquistarmos alguma coisa nesse seu quintal. Voltamos lá quase no final de novembro, mas sem equipamento de conquista. Apenas alguns friends a mais nas mochilas. O sol estava tostando nesse dia na face norte, Hans insistiu em uma linha que achei certo ser muita ‘forçação de barra’, na face nordeste, pois iniciava com a subida pelas raízes de uma

As festas de fim de ano atrapalham muito a escalada! Só conseguimos voltar lá no início de janeiro desse ano (2015). Dessa vez, Fernando Araújo nos acompanhou e ajudou. Como Hans estava mais ansioso para continuar a conquista que pai de primeira viagem, combinamos que eu guiaria o trecho que ele havia conquistado na última investida e que ele faria o primeiro furo na parede. Com Fernando fazendo sua segurança, começou a subir a chaminé perfeita e bateu a primeira chapeleta no meio desta. Continuou, protegendo com um friend na saída da chaminé e montou a parada em duas outras chapas. Até aqui a via estava bem tranquila, talvez um 4º grau geral. Abril 2015

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Como no platô abaixo, ali também havia mais de uma linha possível. Assumi a ponta da corda e elegi um lindo diedro que seria totalmente protegido em móvel à esquerda da parada. Parecia fácil. Não era! Entrei no negócio e sofri um bocado com a dificuldade e os cristais canibais dentro da fenda. Mas passei e cheguei a mais um platô, onde o diedro segue, mas ali já com muita vegetação. Preferi sair pela aresta e bater uma chapeleta 20m depois da última parada. O dia acabou aqui com a conquista do que seria o crux da via no diedro abaixo.

10 metros em um dia Na terceira investida levamos o Guilherme Mendes para experimentar nossa cria. Não deixamos cordas fixas nas vezes anteriores, assim alternamos a guiada até a chapa que bati por último e ali o Hans assumiu novamente a ponta da corda. Nesse dia começamos bem tarde e demoramos bastante para escalar o trecho já conquistado. Resultado, Hans bateu duas proteções, eu intermediei um lance que achei exposto e, dessa vez, deixamos cordas fixas. Apesar do pouco trabalho foi muito bom chegar em mais um platô e ver o que havia mais pra cima.

A dura realidade Aprendemos com a investida anterior e começamos cedo. As cordas fixas ajudaram a chegar rapidamente ao último platô conquistado, ainda no sol. Fernando Araújo estava conosco novamente. O mês era fevereiro, logo, um calor infernal até chegar à parede. 14

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Saindo dessa parada parecia ser um lance tranquilíssimo, novamente não era! Bati a proteção bem próxima da parada para proteger bem a queda de platô. Passando isso, segue uma fácil diagonal para a direita. Cheguei ali e bati mais uma chapeleta, já na virada para a face norte. Aqui, um mar de bromélias se apresentou acima. Hans também foi olhar e definimos que não continuaríamos. Entre as investidas houveram alguns conflitos de agendas e nesse intervalo levei a Karla para repetir a via. Aproveitei para limpar uma fenda que fiquei de olho desde a primeira investida. Com a decisão de não atravancar a floresta de bromélias, sugeri conquistarmos essa linha. Mas como estávamos com a furadeira ali e essa fenda seria totalmente em móvel, Hans sugeriu conquistarmos uma outra linha à direita da parada, acima da chaminé, que também começa com essa técnica e que, possivelmente, seria necessário proteger com algumas chapeletas. Como quem dá a ideia é quem executa, Hans entrou na nova chaminé, que mistura passadas em agarras e proteções móveis, terminando em um artificial fixo com três chapeletas, que encontra a última parada da linha já conquistada. A decisão de bater as proteções para o artificial só foi tomada depois que o autor da ideia levou um belo vôo, onde um friend soltou-se, mas o que estava embaixo aguentou firme. Acima desse friend salvador, a fenda perde qualidade. A decepção por não ter continuado a linha original Abril 2015

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transformou-se em alegria por termos conquistado mais esse braço da via. E o dia terminou muito bem. Recolhemos as cordas fixas, já que o trecho que ainda faltava conquistar estava bem abaixo, saindo do primeiro platô, que batizamos de platô da decisão, pois ali é possível optar por duas linhas distintas. Olhando o croqui dá pra entender bem:

A via que nunca acaba Tivemos outros conflitos na agenda, a chuva frustou algumas idas marcadas, mas, finalmente, em abril voltamos novamente, dessa vez para matar a pendência da fenda que estava namorando deeeeesde o primeiro dia, amor à primeira vista! Dessa vez quem nos acompanhou foi a Karla, que já conhecia um pouco a via e foi fotografar o que imaginávamos ser o último dia de conquista dessa bendita linha. Mais uma vez, começamos cedo.

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Retribuindo o favor da primeira investida, Hans guiou até a primeira parada fixa, 50m acima, onde deixou Karla e desceu até o platô da decisão, início da fenda que faltava. A linda linha começa fácil, tem um lance mais complicado no meio e depois continua tranquila, sempre bem protegida com friends diversos. Testei


tudo lá e todos ficaram muuuito bem! Essa linha segue independente e faz uma parada móvel na base o diedro já conquistado. Finalmente havia acabado. A insistência do Hans deu resultados. Com isso finalizamos duas vias com 80m cada, quase totalmente em móvel e em um local muito fácil de chegar,

com um visual incrível, desde o porto do Rio até o Pão de Açúcar, com Niterói ao fundo. Realmente um achado! A via foi doada ao Clube Excursionista Light (CEL), clube do qual todos que participaram dessa história fazem parte. As duas linhas ficaram assim:

Atualizado em 06/05/2016

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Como chegar

De carro, suba para o bairro de Santa Teresa pela Rua Monte Alegre, pegue a Almirante Alexandrino, em direção ao Silvestre, e um pouco antes do número 4.098, onde fica o Centro Educacional Anísio Teixeira (CEAT), entre na Estrada Dom Joaquim Mamede, que é a que sobe para o Sumaré. Estacione próximo ao número 394 da estrada, antes de uma bica de água. Indo de ônibus é possível descer em frente ao CEAT e andar cerca de 1,2 Km até a entrada da trilha. As linhas que fazem esse trajeto são: 006 - Castelo/Silvestre 007 - Central/Silvestre 507 - Largo do Machado/Silvestre São cerca de 15 min, sem grandes dificuldades, desde o local onde é deixado o carro até a base da via. A entrada da trilha fica ao lado esquerdo da casa nº 235, começando em uma pequena escadaria. Após subir a escadaria, continue pela trilha bem definida, seguindo os canos de água, que à frente desviam para a esquerda sobre uma larga canaleta de concreto. Continue em frente, onde vai encontrar outros canos, vire à direita, onde a trilha continua definida.

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Suba em zigue-zague. Você chegará a um largo redondo com um toco seco no meio. A trilha continua logo à esquerda. Mais à frente passará por uma árvore caída à direita. Ali começa a marcação com fitas zebradas amarradas nas árvores. Aqui a trilha continua por um canaleta de mato por cerca de 15m, depois sai à direita da canaleta sempre subindo, mas menos definida. Mais à frente você passará por uma árvore marcante com raízes largas, onde há um bloco meio enterrado. Contorne a árvore e siga em diagonal à esquerda até avistar blocos grandes à sua direita. Neste momento vire à direita em uma longa diagonal ascendente até alcançar a cumeeira da trilha, ao lado de outra árvore marcante, há uma bifurcação. À direita desce uma picada para a base das vias Paredão Kika (4° VI) e O Renegado (5° VI sup). À esquerda, sempre seguindo a cumeeira, cerca de 50m adiante logo surgirá uma árvore 10m acima do nível do solo com grandes raízes descendo a parede. É a base das vias Santa Trepadeira e Um Carnaval em Santa Teresa, inconfundível. Se passar da base dessas vias, chegará à uma grande chaminé com uma entrada em forma de gruta (base da Fissura Tadeusz Hollup), volte 30m.

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O CBM é muitas vezes a porta de entrada para muita gente no mundo das montanhas. Através do curso que os recém chegados conhecem, de verdade, o que é esse esporte, que passa a ser uma filosofia de vida para quem se dedica. Fizemos uma pergunta simples aos nossos alunos de 2015. A seguir, o que pensa cada um deles.

Curso Básico de Montanhismo

O que mudou em minha vida? Fotos: Karla Paiva, Gabriela Lima, Miriam Gerber e Hans Rauschmayer

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“O CBM do Light está me apresentando a pessoas maravilhosas e que parecem compartilhar de muitos valores comigo. O mundo da montanha me fascina e participar do Light, acredito que ajudará a me envolver ainda mais nessa comunidade. Espero poder dividir muitas conquistas, escaladas e trilhas com os meus amigos CBM!” Rafael Pinheiro de Lima, 23 anos

“O CBM foi muito importante para eu consolidar os conceitos de segurança na escalada e pela oportunidade de conhecer pessoas fantásticas!” Ákbar, 46 anos

“Aprendi a entender o conceito ‘montanha’ de forma diferente, com tantas aulas ao ar livre, aprendi a confiar mais nos equipamentos e nas pessoas, principalmente na ‘seg’, ou seja, CBM é muito mais do que eu imaginava.” Leandro Gouvêa, 33 anos

“O CBM me fez conhecer pessoas legais e experiências boas em lugares bonitos.” Cícero Anjos, 35 anos

“Gosto de novos desafios e de me preparar para eles. O curso está me trazendo novas oportunidades de superar algumas dificuldades e trazer um novo olhar. Olhar por outros ângulos, conhecer novas pessoas e reforçar, ainda mais, o meu prazer em interagir com a natureza.” Claudia Teixeira, 48 anos Abril 2015

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“Muita coisa! Muita coisa mudou! Mudou para melhor! Conheci boas pessoas e fiz novos amigos que possuem a mesma paixão que eu sempre tive pelas montanhas! Mudou minha concepção sobre o montanhismo seguro e consciente, sempre fui muito aventureiro, agora quero praticar o montanhismo de verdade! E para isso tenho feito bons amigos que certamente vão durar pelo resto da vida!” Dino Estevão, 30 anos “Já conhecia o esporte e sabia da necessidade de conhecer bem os procedimentos de segurança. Não imaginava que além disso a troca de experiências com os outros alunos e guias seria tão enriquecedora em muito outros aspectos.” Isabela Freitas, 25 anos

“O CBM me trouxe, principalmente, duas noções as quais já carrego comigo. A primeira é a real importância dos procedimentos de segurança, finalmente percebidos quando se está pendurado. Mas importante do que isso, foi uma reintrodução à disciplina. Seriedade e horários rígidos podem ser mantidos sem se comprometer aprendizado e diversão.” Ricardo Kranen, 23 anos “Além de ter conhecido o Rio de um ângulo diferente, de poder ter mais contato com a natureza, acho que o mais importante foi ter conhecido pessoas novas e principalmente na simpatia camaradagem.” Guilherme Meirelles, 41 anos

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“Eu sempre fui apaixonado pela natureza, pelo contato com as pessoas, apesar da minha timidez. Fazer o curso está sendo muito bom para mim, pois não só consigo estar próximo da natureza, como também das pessoas. Estou descobrindo muitos aspectos da minha pessoa, meus limites físicos, emocionais, psicológicos. Enfim, estou aprendendo a superar medos, encarar e ver como me comporto e os valores que dou às coisas que realmente importam. Eu me sinto muito feliz em ter ‘descoberto’ o Light, pessoas maravilhosas em um lugar maravilhoso, o Rio de Janeiro.” Marcelo Gaudard, 44 anos 22

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As matérias coloridas e as edições anteriores da revista Papo de Montanha, você encontra em:

www.celight.org.br No menu “Revista”.

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Programação permanente na sede do CEL - Todas às terças e quintas: Muro de escalada e reunião social; - Terceira semana do mês: Palestra/debate no Papo de Montanha; acesse:

www.celight.org.br e fique sabendo da programação do clube e as vantagens de se associar.

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