14h00 marcondes oliveira pdfx

I SIMPÓSIO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO Integrando conhecimentos científicos em defesa do Velho Chico

Inventário florístico do Projeto de Integração das Bacias do Rio São Francisco (PISF)

Marcondes Albuquerque Oliveira; André Paviotti Fontana; Duilio Paulino de Souza; Vinicius Messas Cotarelli; Jefferson Guedes Carvalho-Sobrinho; Daniel Salgado Pifano & Renato Garcia Rodrigues 2016

Programa de Conservação da Fauna e Flora – PBA 23 (2008/ 2016) licença de operação da Obra da Transposição do Rio São Francisco CRAD e NEMA ( Várias ações)

Inventários florísticos são considerados levantamentos, classificações e mapeamentos de indivíduos, populações ou espécies (vegetais) e fornecem informações essenciais utilizadas por diferentes áreas do conhecimento (Watson et al.

1995) além de subsidiar estratégias para a conservação da biodiversidade (Fuhro et al. 2005).

A base de dados para a biologia da conservação: Inventários biológicos Por que fazer um inventário?

• Conhecimento da Biota local (vazio de informações) • Definição das prioridades de conservação • Monitoramento ambiental O que inventariar?

• Riqueza • Diversidade • Processos ecológico •Endemismo •Status de conservação (esp. Ameaçadas)

Áreas Prioritárias para a conservação no Bioma Caatinga – 1998, 2002, 2004, 2006 Os números impressionam, mas, segundo estimativas aceitas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), eles podem representar apenas 10% da vida no país.

Como várias regiões ainda são muito pouco estudadas pelos cientistas, os números da biodiversidade brasileira tornam/ se maiores na medida em que aumenta o conhecimento

ÁREAS PRIORITÁRIAS

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ESTUDOS BIOLÓGICOS NA REGIÃO NORDESTE Pernambuco – UFRPE: Floristica e Fitossociologia Ø ANDRADE/ LIMA, D. (1957/ 1989) / NE Ø Fotius, G.A & SÁ, I.B. 1985. Bodocó Ø SILVA, G.C. 1985. Ouricuri Ø SANTOS, M.F.A.V. , 1987/ Parnamirim Ø Ferraz, 1994,1998,2003/ Vale Pajeú Ø Araújo, E. L. 1990,1998 – Caruaru Ø Rodal, 1984 / atuais, (diversos municípios) Ø Alcoforado Filho, 1993, 2003/ Caruaru Ø Nascimento, 1998 / Petrolina Ø Gomes, 1999 / Buíque Ø ANDRADE, W.M. 2000. – Fazenda Nova Ø Figueirêdo, 2000 – Buíque Ø Tavares, M.C.; 2000 – Caruaru, Brejos Ø Araújo, E. L. 2002, 2005 – Herbáceas Ø Pessoa, L. M. et al., 2003 – Herbáceas- Betânia Ø Sampaio, E.V.B., 1981/ atuais – Botânica econômica, espécies lenhosas Ø Araújo, E. L. 2003 / Conservação Ø Reis et al., 2006 / Herbáceas Ø Andrade, K. V. S. A. – 2004/ Buíque Ø XAVIER, S. R. S. 2007, Pteridófitas da Caatinga:

Pernambuco 1996- 2003-

–

UFPE:

Conserva ç ã o, processos ecol ó gicos (fenologia, dispers ã o, banco de sementes; fauna,) = Xing ó , Bu í que e Alagoinha Org.: Marcelo Tabarelli, Inara Leal. Isabel Cristina, Jarcilene, Dilosa Barbosa, Roxana Barreto Griz, L.M.S. 1996. Dispers ão de Sementes na Caatinga APNE – CNIP / KEW/Inglaterra

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ESTUDOS BIOLÓGICOS NA REGIÃO NORDESTE Paraíba – UFPB Conservação Ø Silva, G.G. 1993. – Desertificação, Cariris Ø Barbosa, M. R. V. 2002. Espécies ameaçadas Floristica e Fitossociologia Ø Figueiredo/ Gomes, M.A.F. ,1981,1979.

Cariris Velho Ø Leite, U. T. 1998. Cariris Velho Ø PEREIRA, I .M. et al.. 2001 – Regeneração Agreste Ø Barbosa, M. R. V. 2005. São João dos Carriris Ø Araújo, Lúcio Valério Coutinho, 2007 – Santa Terezinha

Ceará – UFCE Floristica e Fitossociologia Ø Medeiros, 1995 Ø Araújo, F. S. & Martins, F. R. 1998, 1999/ Carrasco/Chapada do Araripe Ø Emperaire, L. 1991.Vegetação e flora.

IN IBAMA, Plano de manejo do Parque Nacional da Serra da Capivara, São Raimundo Nonato, PI Óleos essenciais Ø Craveiro, A. A. et al.; 19981 7

ESTUDOS BIOLÓGICOS NA REGIÃO NORDESTE Piauí Consevação- Plano de Manejo Ø Emperaire, L. 1991.Vegetação e flora. IN IBAMA, Plano de manejo do Parque Nacional da Serra da Capivara, São Raimundo Nonato, PI Ø Florística e Fitossociologia Ø Oliveira, M. E. A. et. al. 1997. / carrasco- caatinga de areia em Padre Marcos, Ø Lemos J.R. 2002, 2004. – Parque Nacional Serra da Capivara, Rio Grande do Norte Ø Ferreira, R.L.C. , 1998 / Manejo Florestal Ø Queiroz , Rubens Teixeira 2006.

Sergipe Ø Fonseca, M. R, 1991. – Fitossociologia Bahia Ø Lima, P. C. F. & Lima, J. L. S. 1998. Contendas do Simporá- Chapada DiamantinaFloristica e fitossociologia Ø Queiroz, Luciano Paganucci. 2002./ Leguminosas da caatinga 8

CARACTERÍSTICAS DA CAATINGA (palavra do tupi, mata branca, em referência à ausência de folhas da vegetação na época de estiagem) Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø

Exclusivamente Brasileira Alta Diversidade Muitos endemismos Extremamente heterogênea BIOMA MENOS CONHECIDO DO PAÍS Ocupa 11% DO PAÍS (850.000 KM²)‫ ‏‬- (Queiroz 2009; Loiola et al. 2012).

AL, BA,CE,PB,PE,PI,RN,SE e, MG (Norte); MA e Fernando de Noronha.

Elevadas temperaturas: 24-29° Clima: tropical semiárido Altitude: 0-600m Irregularidade de chuvas: 250-1000mm Altas taxas de vaporação e evaporação Seca (7-9) prolongada – Chuvosa (3-5) curta Adaptações morfo-fisiológicas das plantas e dos animais Vegetação xerofítica, baixa, com dossel descontínuo, folhagem decídua na estação seca com grande variação florística e fisionômica ao longo de sua faixa de ocorrência (Queiroz et al. 2006).

9

FITOFISIONOMIAS

ARBÓREA

ARBUSTIVA

ARBUSTIVA ARBÓREA

HERBÁCEA

ARBUSTIVA ARBÓREA FISIONOMIAS

SOLO

ARBUSTIVO- ARBÓREA HERBÁCEA

RELEV O

ESPARSA (aberta) AGRUPAMENTO

DENSA (fechada) EM MOITA

Fitofisionomias da Caatinga Inselbergs Chapadas

Caatinga arbustiva densa

Estação seca x chuvosa Caatinga arbustiva aberta

Mata de cipós Caatinga arbórea aberta

VEGETAÇÃO CAATINGA: FITOFISIONOMIAS

2016-6-14

AS ECORREGIÕES DA CAATINGA ØEcorregi õ es conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas esp é cies, condi ç õ es ambientais e processos ecol ó gicos, que s ã o fatores cr í ticos para a manuten ç ã o de sua viabilidade a longo prazo (Sampaio 1995; Prado 2003; Velloso et. al. 2002).

O Semin á rio de Planejamento Ecorregional da Caatinga, realizado pela The Nature Conservancy do Brasil em parceria com a Associa ç ã o Plantas do Nordeste em 2000, prop õ e 8 ecorregi ões no bioma caatinga: 1 / Complexo do Campo Maior: localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Consiste nas regiões que sofrem inundações periódicas nas planícies sedimentares:

buriti, carnaúba, pequizeiro.

PI/MA

13

AS ECORREGIÕES DA CAATINGA 2 / Complexo do Ibiapaba- Araripe, composto pelas Chapadas da Ibiapaba e do Araripe.

Ibiapaba- CE

Magonia pubescens - Tingui Araripe – PE,CE,PI

Magonia pubescens - Tingui

14

AS ECORREGIÕES DA CAATINGA 4 / Planalto da Borborema: abrange partes do Rio Grande do Norte, Para í ba, Pernambuco e Alagoas. O relevo movimentado e altitudes superiores delimitam a região.

Serra das Russas/PE

3 / Depress ã o Sertaneja Setentrional, desde a fronteira norte de PE, estende/ se pela maior parte dos estados da PB, RN e CE e se prolonga até uma pequena faixa ao norte do PI. A principal caracter í stica desta ecorregião são as chuvas irregulares ao longo do ano. É a área mais seca da caatinga.

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AS ECORREGIÕES DA CAATINGA 5 / Depress ã o Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem t í pica do sert ã o nordestino. Distingue/ se da Depress ã o Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários. Limita/ se ao Norte Com a Chapado do Araripe e a Serra do Cariris, a Oeste com o Planalto Central, ao Sul com o Cerrado de MG.

6/ Dunas do São Francisco: localiza/ se no centro- oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas.

Piabaçu- AL

Xique- Xique -

16

BA

AS ECORREGIÕES DA CAATINGA 7 / Complexo da Chapada Diamantina: localiza/ se no centro- sul do ecossistema e corresponde à parte mais alta da caatinga. É a região de menor temperatura, apresenta ilhas de campos rupestres nas partes mais altas, cercadas de caatinga nas regiões mais baixas.

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AS ECORREGIĂ•ES DA CAATINGA 8 / Raso da Catarina: localiza/ se no centroleste do bioma. Caracteriza/ se pela caatinga arbustiva de areia muito densa.

18

BIODIVERSIDADE NO BRASIL O Brasil é campeão mundial em biodiversidade: de cada cinco esp é cies do planeta, uma encontra/ se aqui. Essa enorme variedade de animais, plantas, microorganismos e ecossistemas, muitos deles ú nicos em todo o mundo, deve/ se entre outros fatores, à extens ã o territorial e aos diversos climas do país.

O Brasil detém o maior número de espécies conhecidas de mamíferos e de peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o terceiro de aves e o quinto de répteis. Com mais de 50 mil espécies de árvores e arbustos, tem o primeiro lugar em “biodiversidade” vegetal.

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Principais Convenções Internacionais ØConvenção Internacional de proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas dos Países da América. Washington, 12 de outubro de 1940. ØTratado da Antártida. Washington, 01 de dezembro de 1959. ØConvenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, especialmente com habitats de aves aquáticas. Ramsar, 02 de fevereiro de 1971. ØConvenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da fauna e da Flora Selvagens ameaçadas de Extinção. Washington, 03 de março de 1973. ØTratado de Cooperação Amazônica. Brasília, 03 de julho de 1978. ØConvenção Quadro das Nações unidas sobre Mudanças Climáticas. Nova Iorque, 09 de maio de 1992. ØConvenção sobre Diversidade Biológica. Rio de janeiro, 05 de junho de 1992.

Biodiversidade Animal e Vegetal GRUPO BIOLÓGICO NÚMERO DE ESPECIES (Brasil/Caatinga)

Flora do Brasil Nordeste

45- 47 mil

Caatinga

Aves

PLANTAS Martius, 1840- 1906

21.914

Groombridge,1992 Prance (citado em Gentry, 1982)

55.000

Good,1964

Thorne Miguel & Miguel, 2000 Govaerts, 2001 BramWell, 2002

40.000

30.000 30.000

120.000 35.000 70.000

8.760 1.981

Fauna 876/ 1.785 Brasil=1.826 / Caat=510/ 695

Peixes

Brasil=12.800/Caat=240

Répteis

Brasil=1721/Caat=97

Anfíbios

Brasil=875/Caat=45

Mamíferos Invertebrados

Brasil=713/Caat=143/10 Brasil=100 mil

Invertebrados abelhas

Brasil= (?) /Caat=187

Ameaçados

Brasil=627/Caat=234

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BIODIVERSIDADE DE PLANTAS DO BRASIL são reconhecidas 46.097 espécies para a flora brasileira

4747 de Algas

30 de Gimnospermas (pinheiros)

1524 de Briófitas (musgos)

5712 de Fungos,

http://floradobrasil.jbrj.g ov.br

1253 de Samambaias, avencas

Ca. de 47mil de Angiospermas (plantas com flores)

BIODIVERSIDADE BRASILEIRA

Nº de Espécies

http://floradobrasil.jbrj.g ov.br

SiqueiraFilho,2012

MATERIAIS E MÉTODOS ØO inventário florístico foi realizado nas Áreas de Influência Direta (AID), Áreas Diretamente Afetadas (ADA), Áreas de Supressão Vegetal (ASV) e dentro de uma grade de amostragem dividida em quadrículas de 0,2 x 0,2 graus (cerca de 22 x 22 km).

ØAs coletas do material bot â nico foram realizadas no per í odo de junho de 2008 a maio de 2016 e envolveram todas as formas de vida de indiv íduos herbáceos e lenhosos. ØForam obtidas, sempre que possível, pelo menos três amostras de indivíduos fenologicamente férteis, que foram herborizadas em laboratório seguindo as técnicas usuais (Mori et al. 1989). ØDuplicatas foram enviadas para os Herbários JBRJ; UEFS; EMBRAPA Semiárido e outros nacionais

MATERIAIS E MÉTODOS ØPara a classificação das famílias de angiospermas, foi utilizado o APG III (2009). ØPara as samambaias sensu lato, foi utilizado o sistema de Smith et al. (2006).

ØPara identificação do material coletado, foi utilizada bibliografia especializada (LORENZI, 2000;

LORENZI, 2008; LORENZI, 2009a; LORENZI, 2009b; SOUZA e LORENZI, 2008; QUEIROZ, 2009)

ØAuxílio de especialistas, experiência dos botânicos integrantes do Projeto, comparações com materiais de herbário e fotos de exsicatas disponíveis na rede speciesLink (2016) e da base de dados no Tropicos.org (2016) do Missouri Botanical Garden. ØA conferência de sinônimos, nomes válidos, grafia dos nomes científicos e a classificação das espécies endêmicas foram baseados na base de dados da Flora do Brasil 2020. ØAs espécies ameaçadas de extinção foram classificadas com base na Portaria 443/2014 do Ministério do Meio Ambiente. ØPara verificar o incremento da riqueza de espécies para cada período de relatórios, foram elaboradas curvas de riqueza de espécies, sendo selecionados os dados acumulados desde julho de 2008 até abril de 2016.

Norte – Ø402 km de canais artificiais, Ø4 esta ç õ es de bombeamento, Ø22 aquedutos, Ø6 túneis Ø26 reservatórios

Leste – Ø 220Km Ø 5 estações de bombeamento, Ø 5 aquedutos, Ø 2 túneis Ø 9 reservatórios

Área de estudo

Área de estudo

ØA área de influência direta (AID) do projeto está inserida no Domínio Fitogeográfico da Caatinga (DFC) em uma área de aproximadamente 50.000 Km2 (Univasf, 2014) e tem influência de cinco das oito Ecorregiões propostas por Velloso et al. (2002). ØA Ecorregião Depressão Sertaneja Meridional ocupa a maior área, cerca de 50%; ØDepressão Sertaneja Setentrional abrange cerca de 30% da área; Ø Ecorregião Raso da Catarina ocupa ca. 10% mas com elevada importância florística devido à contribuição para a riqueza de espécies total; ØEcorregião Planalto da Borborema, cerca de 3%; e o complexo Ibipiaba- Araripe, cerca de 2%

C. IbipiabaAraripe

D. S. Meridional

D. S. Setentrional

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Figura 1: Localiza ç ã o dos limites de amostragem na á rea de abrangência do projeto com a delimitação dos canais dos Eixos Leste e Norte e a influ ê ncia das Ecorregi õ es propostas para o Domínio Fitogeográfico da Caatinga. Fonte: NEMA, 2016.

a

ØA grade de amostragem foi utilizada para planejamento das coletas e para apresentação dos resultados de esforços amostrais na AID. Para isso, foram estabelecidas classes numéricas e atribuídas cores a cada uma das classes representadas no mapa

Figura 2: Esfor ç o de amostragem de esp é cies do invent á rio flor í stico na grade de quadr í culas na área delimitada do projeto.

Do campo ao laboratório

Identificaç ão Coletas Prensagem/ desidratação

Tombamen to

Anotação de campo Informação da comunidade

RESULTADOS E DISCUSSÃO ØForam coletadas 15481 amostras que representam 1302 espécies em 606 gêneros e 141 famílias de plantas vasculares, demonstrando um aumento nos números encontrados por Siqueira/ Filho et al. (2012), que amostraram, 1031 espécies, 114 famílias e 502 gêneros. ØAs fam í lias com maior riqueza de esp é cies foram Fabaceae com 204 esp é cies, seguidas por Poaceae com 73, Euphorbiaceae com 72 e Malvaceae com 55. ØO padrão de riqueza de espécies por família encontrado concorda com os dados apresentados por Siqueira/ Filho et al. (2012); no entanto, difere de Moro et al. (2014), principalmente no que se refere a riqueza de Poaceae. ØOs gêneros mais representativos foram Croton com 21 espécies, Mimosa e Ipomoea com 20 e Senna com 17, representando um padr ã o flor í stico semelhante ao apresentado por Moro et. al (2014) (Figura 4). ØDo total, 1867 coletas são de espécies endêmicas, representando cerca de 10% das amostras. ØAs famílias que tiveram mais amostras de espécies endêmicas foram Fabaceae com 388, Euphorbiaceae com 361 e Rhamnaceae com 124 espécies. ØForam registradas 10 espécies ameaçadas de extinção.

9 espécies

Inventário Florístico: curva do coletor

Figura 3: Gráfico do acúmulo de espécies por períodos de seis meses.

Os táxons endêmicos são representados por 154 espécies pertencentes a 37 famílias de Angiospermas, representadas principalmente por Fabaceae (33 espécies), Euphorbiaceae (18) e Cactaceae (sete) (Figura 4). Giulietti et al. (2002), listam 318 esp é cies s ã o end ê micos da Caatinga e de acordo com a Lista de Espécies da Flora do Brasil (2014) ocorrem 977 táxons na Caatinga.

Figura 4: 1. Famílias com maior riqueza de espécies, 2. Famílias com maior número de espécies endêmicas e 3.

Gêneros com maior número de espécies.

Fonte: The Virtual Botanic Garden

2013

Jacaranda rugosa (jacarandá) Tacaratu/PE

Pe

rig Fonte: Univ. Michigan Herb.

Handroanthus spongiosus (cascudinho, ipê/ amarelo) Cabrobó/Parnamirim/Jati

J.A.Siqueira- Filho,

Marcondes Oliveira, 2010

Foram registradas 10 espécies ameaçadas de extinção: 4- Em

Griffinia gardneriana

(Lírio do campo)

Sertânia/Custódia

o(

Janusia schwannioides (Malpighiaceae) – Jati/CE

Øuma espécie foi enquadrada na categoria Criticamente em Perigo (CR):

ØSetaria parvifolia (exótica)

Esp é cie nova descrita coletada nas á reas de influ ê ncia do projeto, Pleurophora pulchra Cabrobó/PE

EN )

el U (V http://www.kew.org/

):

http://www.cactos.com.br/

áv

http://www.refloresta/ bahia.org/

er

http://www.tela- botanica.org/ Liliane Roubaudi

ln

http://www.arvores.brasil.nom.br/new/garapa/in dex.htm

u V

Ipomoea subrevoluta (Jitirana) / Parnamirim; Cabrobó/PE

Cedrela odora Ouricuri;C. da Penha/ PE/ Aurora; B. Santo; Mauriti/ CE/ Conceição/ PB

5-

Apuleia leiocarpa Brejo Santo/CE

Discocactus bahiensis (coroa/ de/ frade) Lavras da Mangabeira/CE

Zeyheria tuberculosa (Canela/ de/ ema; ipê/ felpudo) S.J.Piranhas/PB

CACTÁCEAS – 81 spp.(NE); 13spp (PISF)

Arrojadoa rhodantha – rabo de raposa

Melocactus zehntneri – coroa de frade

Cereus jamacaru – madacaru

Melocactus bahiensis – coroa de frade

Pilosocereus gounellei – xique/ xique

Tacinga inamoena – quipá

Pilosocereus tuberculatus – caxacubri

Tacinga palmadora – palminha

BROMELIACEAE – 113 spp. – 20 spp (PISF)

T. loliacea

Bromelia laciniosa macambira de anzol T. recurvata

Encholirium spectabile – macambira de flecha

T. tricholepsis

T. streptocarpa

Neoglaziovia variegata – 36 gravatá

ÁRVORES (importantância madeireira, ornamental, medicinal, melífera)

Sideroxylon obtusifolium quixabeira

Commiphora leptophloeos – imburana de cambão

Maythenus rigida bom nome

Mimosa tenuiflora jurema

Gymnanthes boticario

Poincianella pyramidalis catingueira

Myracroduon urundeuva Aroeira do sertão

Schninopsis brasiliensis barauna

ÁRVORES

Erythrina velutina (mulungu)

Handroanthus spongiosus (cascudinho, ipê/ amarelo) Handroanthus impetinosus (ipê/ roxo)

Ceiba glaziovii barriguda

Cochlospermum vitifolium algodão- bravo

Ervas/arbustos

Commelina obliqua

Jatropha mollisima piĂŁo

Froelichia humboldtiana

Hydrolea spinosa

Portulaca elatior

Combretum sp.

Pente de macaco

Ervas Aquรกticas

Eichhornia azurea

Trepadeiras/hemiparasit as

Ipomoea nil.

Hydrocleis martii

Psittacanthus bicalyculatus

Banco de Dados /

Flora

Considerações Finais ØA Caatinga apresenta lacunas de conhecimento sobre a distribui ç ã o de suas esp é cies, cujo conhecimento est á , em grande parte, associado a fatores como dist â ncia de Centros de Ensino e Pesquisa (Tabarelli & Vicente 2002), falta de recursos, falta de segurança (áreas de conflitos) e periculosidade. ØEvidenciam a importância de estudos em médio e longo prazo, associados a investimentos em infraestrutura adequada e equipe técnica qualificada, sobretudo, taxonomistas experientes. ØOs Invent á rios e Listas flor í sticas s ã o essenciais para estudos sobre a vegeta ç ã o (Rodal et al. 2013) e contribuem para o conhecimento da distribuição geográfica das espécies (fitogeografia do nordeste do Brasil), em especial da Caatinga, bem como para um melhor entendimento dos padr õ es de riqueza flor í stica. Bem como, criação de coleção botânica de referência para o semiárido. ØPresen ç a de um grande n ú mero de esp é cies caracter í sticas e end ê micas da Caatinga na AID do PISF. Refor ç ando a id é ia de que a riqueza e o endemismo da flora da Caatinga t ê m sido historicamente subestimados (Giulietti et al. 2002). ØOs resultados de invent á rios flor í sticos s ã o cr í ticos para a implementa ç ã o de estudos e projetos de conservação e restauração ambiental (Ahrends et al. 2011) e devem subsidiar a utilização responsável dos recursos naturais. ØForam importantes para ampliação do conhecimento científico, formação de recursos humanos para a região, oportunidades de empregos para pesquisadores do país, aumento da produção científica, para os jovens de iniciação científica, da extensão universitária, subsídios cientícos para outros cursos, inetrcâmbio com outras instituições nacionais e estrangeiras.

Agradecimento especial a todos os pesquisadores que contribuíram direta e indiretamente por quase uma década em prol do conhecimento científico, bem como aos demais funcionários dos diversos setores do CRAD & NEMA. Marcondesoliveira@yahoo.com.br