Desenho Urbano Integrado

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1 CICLOVIA CICLOVIA DESENHO INTEGRADOURBANOUNICAP2021VOLUMEÚNICO

O presente trabalho representa o primeiro volume do pro duto da disciplina de Ateliê de Projeto IX do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco. Com base na metodologia do Plano Urbano Cidadão, foram elaborados dois pla nos integrados de quadra: o Plano Integrado de Conservação, Uso e Ocupação do Solo e o Plano Integrado de Mobilidade e Espaços Públicos, seguidos de diretrizes projetuais de Mobilidade, Articu lação e Espaços Públicos, que visem, dessa forma, melhorias para a área. A elaboração dessa pesquisa foi realizada pelas estudantes Allana Xavier, Beatriz Dantas, Camilla Sassi, Catarina Tai, Evellin Mo rais, Katarine Katlly, Maria Eduarda Cordeiro e Suívini Rocha, sob a orientação dos professores Ricardo Pessoa de Melo e Vera Freire.

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Universidade Católica de Pernambuco Recife 2021.2

2 01APRESENTAÇÃO

4 5 01 05 02 0604 08 SUMÁRIO 03 07 3.1 Diretrizes de Conservação 3.2 Diretrizes de Uso 3.3 Diretrizes de Ocupação do Solo 7.1 VIla Olímpica de Barcelona PLANO DE MOBILIDADE E ESPAÇOS PÚBLICOS 4.1 Diretrizes de Mobilidade e espaços 4.2viáriosDiretrizes de Espaços Livres Polares 4.3 Diretrizes de Espaços Viários 4.4Diretrizes de Articulação TIPOLOGIAS PRELIMINARES 8.1 PROPOSIÇÃO TIPOLÓGICA 8.2 Implantação8.2.1Implantação Agnes 8.2.2 Implantação Marista APRESENTAÇÃO ESTUDOINTRODUÇÃOPRELIMINAR ESTUDO DE CASO INTRODUÇÃO ESTUDOS EXISTENTESTIPOLÓGICOS

6 7 09 13 10 1412 16 11 15 11.1 O Plano de Massas 15.115.2PermeabilidadeProximidade 15.3 Proporcionalidade15.4Viabilidade15.5Variabilidade QUADRA PILOTO 12.0 Plano Geral da Quadra Piloto 12.1 Plantas Gerais 12.2 Plantas Baixas Expecíficas BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS PRELIMINARMODELAGEMDAQUADRA O PLANO DE MASSAS URBANÍSTICOSPARÂMETROS CONSIDERAÇÕES FINAIS INTRODUÇÃO PLANO GERAL PERSPECTIVAS

9 02INTRODUÇÃO

Rui Barbosa, a qual deságua na Av. Agamenon Magalhães - via de caráter metropolitano. Além disso, está presente a rota educacional, em que três importantes colégios se destacam: Damas, Marista São Luís e Agnes; o que reflete o caráter importante do território por atender a pessoas diversas ao longo do dia. Entretanto, como todo centro urbano, existem aspectos a serem aperfeiçoados.

De primeira instância, percebe-se que suas vias privilegiam os automóveis ao invés dos modais verdes e que as margens do rio são negligenciadas e não possuem alguma função. Ainda, ao analisar o mapa da área, observa-se que os colégios mencionados anteriormente ocupam quadras de grandes proporções com suas instalações espalhadas pelos lotes. Sendo assim, essa configuração caracteriza um baixo adensamento construtivo e pouca conectividade com o entorno. Por exemplo, numa situação onde o pedestre esteja na R. do Futuro e queira ir para a Villa Ponte D’Uchoa, sua única solução será conduzir-se pela Avenida Dr. Malaquias ou pela R. Paulino de Souza.

Dessa maneira, será a partir das análises urbanas locais realizadas através dos Planos Integrados de Conservação, Uso e Ocupação do Solo e de Mobilidade e Espaços Públicos - os quais serão explicados com mais detalhes a seguir - e das determinações de diretrizes projetuais que será possível realizar uma proposta de desenho urbano para o bairro das Graças.

O território de estudo está localizado na cidade do Recife, no estado de Pernambuco, e engloba boa parte do bairro das Graças e uma fração do bairro da Jaqueira. De caráter histórico, as Graças é palco de importantes marcos arquitetônicos que representam um pouco da história da ocupação da cidade com os grandes engenhos e palacetes. Quando a vida ali, ainda era subúrbia e o rio Capibaribe era utilizado como meio de transporte para se chegar ao centro.

Nos dias de hoje a área se encontra bastante urbanizada e é local de intenso fluxo de pessoas devido à existência da conectora Av.

10 11 PERNAMBUCO RECIFE GRAÇAS 03SOLODOOCUPAÇÃOEUSOCONSERVAÇÃO,DEPLANO 3.1. Diretrizes de Conservação 3.1. Diretrizes de Uso 3.1. Diretrizes de Ocupação do Solo

E, por último, o Mapa de Ocupação, propõe a delimitação dos lotes a serem adensados e transformados, estando sob a classificação de: a) Áreas de Adensamento Habitacional por Reabilitação - pelo qual promove o adensamento em reabilitação de suas instalações; b) Áreas de Adensamento Habitacional Moderado por Renovação especial - promove-se, portanto, o adensamento moderado, levando em consideração instalações de relevância à paisagem cultural; c) Áreas de Adensamento habitacional por Renovação - pelo qual promove o adensamento daquela área como um todo. Desse modo, o Plano baseia-se a partir da designação de propostas com o intuito de preservar a paisagem cultural, suas edificações consolidadas, características que fazem parte de sua história e de valor social. (Tabela 1): Quadro resumo realizado pelas autoras ESTABELECER EDIFICAÇÕES DE USO MISTO QUADRO RESUMO DAS DIRETRIZES DE MOBILIDADE E ESTABELECER ABERTURA DE NOVAS VIAS ARTICULAR ESPAÇOS SEMI-PÚBLICOS COM A RUA REABILITAR E HUMANIZAR OS EIXOS VIÁRIOS QUADRO RESUMO DAS DIRETRIZES DE CONSERVAÇÃO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO SALVAGUARDAR OS EDIFÍCIOS CONSOLIDADOS VALORIZAR OS PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS DEFINIR PARÂMETROS CONSTRUTIVOS PROPOR ADENSAMENTO NAS GLEBAS ESTUDANTIS A

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O Plano de Conservação, Uso e Ocupação do Solo é resultante da leitura integrada das diretrizes de Conservação, de Uso e Ocupação do Solo. Desse modo, o Plano de Conservação baseia-se a partir da sobreposição das diretrizes citadas, pelo qual a futura proposta urbana terá como base para ocupar-se. O plano tem como objetivo, ainda, definir parâmetros construtivos, propor adensamento em grandes glebas estudantis, como também valorizar o patrimônio histórico em quadras como a que está localizado o Museu do Estado de Pernambuco e a do terreno de Batista da Silva, considerando aspectos relevantes que compõem a paisagem. A enumeração das quadras está identificada no Mapa de Quadras e os objetivos podem ser vistos na Tabela 1

PLANO DE CONSERVAÇÃO, USO E OCUPAÇÃO

As Diretrizes de Conservação leva em consideração, de maneira primordial, o conceito de “paisagem cultural”, estando sob a classificação de: a) Áreas ou edificações de preservação cultural; b) Áreas ou edificações de interesse social; c) Áreas ou edificações consolidadas. As Diretrizes de Uso apontam o potencial dos usos, revelando quais devem ser mantidos e também estimulados na área em estudo, que por sua vez, contemplam as seguintes classificações: a) Misto Comercial (térreo ativo e serviços); b) Misto Residencial (térreo ativo e residencial); c) Cultural; d) Residencial; e) Educacional; d) Institucional.

As Diretrizes de Conservação tem como peça norteadora o conceito de “Paisagem Cultural”, uni do à categoria de preservação do patrimônio cultural definido pela UNESCO, tendo em vista parâmet ros legislativos vigentes. Compreende-se, portanto, a importância da conservação dos bens materi ais e naturais no qual são construídos ao longo do tempo, deixando a marca de sua história. Desse modo, para a análise da área em estudo foram levados em consideração as classificações a seguir:

Figura 01 - Colégio Damas/ Fonte: Google Earth A

a) Áreas ou Edificações de Preservação Cultural, subdividido em : Edificações ou conjuntos preservados por Lei (Federal, Estadual e Municipal); Edificações ou conjuntos a preservar (pela história ou pelo uso).

Em termos de proteção e garantia habitacional, há a presença do ZDS (Zona de Desenvolvimento Sustentável) - Capibaribe e ZAC (Zona de Ambiente Construído) - Planície 1. A primeira diretriz baseia-se em assegurar a relação entre o sítio natural, valores materiais e imateriais consolidados e a conservação e implantação Parque Capibaribe; já a segunda diretriz corresponde ao alto adensamento construtivo e populacional por meio da vigilância e gestão urbana.

DIRETRIZES DE CONSERVAÇÃO

A área em estudo apresenta uma grande quantidade de edifícios de preservação cultural, sob proteção da ZEPH (Zonas Especiais de Preservação Histórica) em detrimento da importância da sua história e da paisagem arquitetônica no bairro das Graças. Sendo assim, há a presença tanto da ZEPH rigorosa quanto da ZEPH ambiental, que buscam assegurar a preservação cultural e ambiental da área. Somando-se a isso, o IPAV (Imóveis de Preservação de Área Verde) entra como reforço para garantir a proteção da vegetalização intra-lote que proporciona uma melhora na qualidade do conforto ambiental do espaço público.

b) As Áreas ou Edificações Consolidadas, dividida em: Edificações acima de 4 (quatro) pavimentos e/ou 10.00010.000m2. Edificações acima de 10.000m2.

3.1.

A partir dessas metodologias de análise, foram propostas estratégias que aproximasse o território para a conceituação de um urbanismo sustentável. Segundo Douglas Faar, os vetores que conduzem a um urbanismo sustentável são as diversidades de usos que tornam um bairro ou uma cidade viva, dinâmica e cívica, sendo um potencial estímulo para a caminhabilidade. Do ponto de vista conceitual, a caminhab ilidade está relacionada à qualidade do lugar, desse modo, é imprescindível espaços urbanos com térreos ativos e convidativos que promovam aos pedestres experiências urbanas, integração com as edificações e que a motivação para uma vida com deslocamento a pé. Através da análise territorial (consultar mapa de usos), foram constatadas áreas que caminham em desencontro com o urbanismo sustentável, a pre dominância das edificações se caracterizam em construções de uso habitacional, sem térreo ativo, e escas sez de usos comerciais com grande influência de prédios do tipo podium, que promovem desintegração entre as pessoas e o ambiente construído que consequentemente levam a falta de vivacidade nos espaços urbanos. Com base nisso, foram promovidos usos “Misto + Residencial” para proporcionar a preservação das residências consolidadas e criar uma variedade de usos no térreo. Foram também proposto o uso “Mis to + Comercial” para comércios com térreo inativos, que após reabilitados deverão promover atividades naquele perímetro.

Desse modo, as áreas que constituem o território em estudo foram solucionadas com propostas a partir da harmonia de usos no perímetro urbano resultando no equilíbrio das atividades nos espaços, promov endo um urbanismo sustentável em toda a sua formação. Como exemplo de térreo ativo e diversidade e usos, a Renovação do Armazém Fenix I por Mei architects and planners, que possui quase 45.000m² de espaço do uso misto, transformando uma área desfavorecida do bairro com inúmeras empresas culinárias, criativas e culturais.

3.2

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DIRETRIZES DE USOS

(Figura 2): Armazém Fenix / Fonte: Marc Goodwin A

Esta análise tem como objetivo fazer uma leitura do território em estudo, identificando os usos existentes na localidade, para que através de um diagnóstico se aponte estratégias norteadoras para novos usos que colaborem para um urbanismo sustentável, promovendo vivacidade para os espaços urbanos. Entre es ses usos analisamos: misto comercial (térreo ativo + serviço), misto residencial (térreo ativo+residência), residencial, cultural, educacional e institucional. Os critérios de investigação que caminhe para as novas propostas são: a) a identificação dos usos existentes no território; b) demarcação dos usos consolidados existentes a serem preservados, nas subcategorias mencionadas, a fim de sintetizar as diretrizes. c) a iden tificação do potencial dos usos atuais tanto por via quanto por predominância. d) a promoção de novos usos considerando os edifícios consolidados e a predominância dos usos existentes que possam propor e preservar as identidades atuais com o objetivo de atender as diretrizes de ocupação.

3.3

O Plano de uso e ocupação do solo, fundamentado no Plano Centro Cidadão Volume 4, sintetiza dire trizes que através de uma análise territorial, permitem a definição dos planos em questão. As diretrizes de uso, buscam destacar os usos a promover na área sendo representados por via, dessa forma, segundo a diretriz, adequa-se a via ao uso predominante nela. Para desenvolver as diretrizes de uso da área, foram definidas 05 (cinco) camadas de usos predominantes: a) Misto Residencial (Térreo Ativo + Residencial); b) Residencial; c) Misto Comercial (Térreo Ativo + Serviços); d) Institucional; e) Educacional. A partir disso, foi necessário identificar todos os usos da área em estudo, para desta forma, conseguir definir o uso pre dominante em cada via. Percebe-se na área que a grande maioria dos usos atuais (por predominância e por via), é definida como Misto Comercial e Residencial. A definição do vocação de uso a propor em cada via, deverá preser var as identidades atuais e também atender os objetivos gerais do plano. Diante disto, percebe-se segun do a análise, que o território apresenta uma grande diversidade de usos, por meio das escolas, serviços e atividades de lazer presentes na região, porém a predominância das edificações residenciais se sobressai das demais atividades. Por isso, é necessário estimular atividades comerciais na área, para que haja um equilíbrio entre o percentual comercial e de habitações existentes, por meio de propostas de edificações habitacionais que apresentem térreos ativos, criando um pavimento que dialogue com a vizinhança e estimule o uso de atividades comerciais dentro das habitações. Dessa forma, a área possuirá mais vi talidade e segurança, estimulando a circulação de pessoas que moram em outros bairros em horários comerciais.Asdiretrizes de ocupação, por sua vez, são sintetizadas por meio da definição de áreas de adensamen to habitacional e dos limiares de altura, que auxiliam na proposta de adensamento para o território. Tais diretrizes foram representadas a partir de 05 (cinco) intervalos: a) LIMIAR 1 (até térreo + 1); b) LIMIAR 2 (até térreo + 3); c) LIMIAR 3 (até térreo + 6); d) LIMIAR 4 (até térreo + 9); e por fim, e) LIMIAR 5 (até térreo + 14). Os intervalos foram definidos com fundamento nos gabaritos predominantes existentes, e o limite máximo coerente de acordo com as características da paisagem cultural do lugar. Como é possível obser var no mapa de gabarito levantado da área, a maioria das edificações possuem até 04 (quatro) pavimen tos, as demais edificações de uso habitacional possuem gabaritos mais altos atingindo mais de 20 (vinte) pavimentos. Dessa forma, a proposta buscou manter o gabarito predominante em cada quadra, sendo a maioria definida como LIMIAR 1 (até térreo + 1), e as demais quadras variando entre os outros intervalos. (Figura 3): Gabarito da Área de Intervenção / Fonte: Google Earth A

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DIRETRIZES DE OCUPAÇÃO

21 04PÚBLICOSESPAÇOSEMOBILIDADEDEPLANO 4.1 Diretrizes de Espaços Livres Polares 4.2 Diretrizes de Espaços Viários 4.3 Diretrizes de Articulação

O Plano de Mobilidade e Espaços Públicos é resultante da leitura integrada das Diretrizes de Mobilidade para Espaços Viários, Espaços Livres Polares e de Articulação. Desse modo, o Plano de Mobilidade e Espaços Públicos baseia-se a partir da sobreposição das diretrizes citadas, pelo qual a futura proposta urbana terá como base para configurar-se. O plano tem como objetivo, ainda, estabelecer novas vias, considerar a reabilitação de vias, propor travessias seguras e compor espaços públicos que contribuam para a biofilia, consultar a Tabela 2.

As Diretrizes de Mobilidade para Espaços Viários, levam em consideração, de maneira primordial, o conceito de “rua cidadã”, visando sobretudo a segurança e o conforto das cidadãs e cidadãos, entendendo-a como um espaço público articulador de lugar para as pessoas. Sendo assim, estas diretrizes apresentam-se sob a classificação de: a) Eixo cidadão Metropolitano; b) Via conectora; c) Via Parque; d) Via ativa; e) Via ativa não motorizada; e ainda, designou-se as ruas à compartilhar, como também as principais rotas cidadãs.

A

22 DIRETRIZES DE MOBILIDADE E ESPAÇOS PÚBLICOS QUADRO RESUMO DAS DIRETRIZES DE MOBILIDADE E ESPAÇOS PÚBLICOS ESTABELECER ABERTURA DE NOVAS VIAS ARTICULAR ESPAÇOS SEMI-PÚBLICOS COM A RUA CRIAR ESPAÇOS PÚBLICOS VERDES DEFINIR TRAVESSIAS SEGURAS REABILITAR E HUMANIZAR OS EIXOS VIÁRIOS ATIVAR ESPAÇOS TÉRREOS (Tabela 2): Quadro resumo realizado pelas autoras

As Diretrizes de Espaços Livres Polares, por sua vez, se dão pela atribuição de valores de reabilitação, ativação ou desenvolvimento de espaços públicos, considerando tais espaços de “respiro” como vetores da melhor relação do ambiente urbano e a natureza. Sendo assim, estas diretrizes apresentam-se sob a classificação de Espaços Públicos a: a) Reabilitar; b) Criar; c) Conservar; d) Ativar; e ainda, designou-se Edifícios Garagens à ativar, pontuou-se, ainda, edificações Multiparques, como também as principais rotasPorcidadãs.fim,asDiretrizes de Articulação tem como objetivo propor valorizar os espaços públicos, como também promover tramas urbanas articuladoras de maior acessibilidade ao pedestre, a exemplo do remembramento de grandes glebas, como instrumentos de grande importância para a humanização do território como um todo. Sendo assim, estas diretrizes apresentam-se pela atribuição de: a) Travessias seguras a promover; b) Espaços Semi-públicos a Integrar/ Articular; c) Espaços Públicos; d) Novas Vias. E ainda, designou-se Passagem de Pedestres a Criar.

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a) Espaços a conservar são aqueles que apresentam boa preservação e que precisam permanecer com seu estado de cuidado.

Os espaços livres polares são análises que seguem quatro categorias, são elas: espaços a conservar, a reabilitar, a criar e a ativar. A partir delas serão indicadas diretrizes de intervenção e/ou ativação. Cada categoria tem como conceito:

DIRETRIZES DE ESPAÇOS LIVRES POLARES 4.1 (Figura

Através dessas articulações de criar novos espaços confortáveis tem como consequência futura, ativação dos espaços ao redor, desencadeamento de vigilância social, novos visitantes, interesse da população em conservar o espaço gerado, melhor aproveitamento urbano. Por isso, foi pensado em proporcionar isso, para a quadra em frente ao museu (Figura 3), a quadra ao lado da Praça do Murro na Árvore e também em uma grande quadra localizada no encontro das Ruas Doze de Outubro e Abelardo. Os espaços escolhidos para serem ativados, seguem a linha de raciocínio da conceituação, no qual, são áreas de grandes glebas, tornando-se preciso dar novos usos, para gerar movimentação, inovação e reabilitação da região. Foram escolhidos, para tal transformação, os lotes dos colégios Marista, Damas, Agnes, do Museu do Estado de Pernambuco, O Terreno de Batista da Silva, da Toyolex e do AABB, ambos têm baixa apropriação da população, sendo apenas utilizados para fins específicos do próprio uso. Eles se encontram em bom estado de conservação e todos, com exceção do AABB, apresentam edifícios históri cos, por isso foram classificados como ativar com espaço a conservar. As praças São José dos Manguinhos, Murro na Árvore (Figura 4) e a da Villa Ponte D’Uchôa foram colocadas como a conservar, pois apresentam boa conservação, sendo importantíssimas para a vitalidade e apropriação da região. Já a Praça Marcelino Champagnat foi escolhida para ser reabilitada, para melhoria da sua conservação. Com esse foco na vivacidade da área, foram escolhidos alguns edifícios garagem, para ativar seus térre os. A premissa usada, para atingir esse objetivo, foi a análise das quadras com menos diversidade de usos, ou seja, quadras mais adensadas por prédios multifamiliares foram escolhidas para implantação do uso 4): Espaço a criar no atual posto de gasolina Fonte: Google Earth (Figura 5): Vista da Praça do Murro na Árvore Fonte: Google Earth A

Na área de análise os espaços a criar tem como objetivo gerar biofilia, ativar por uma melhor camin habilidade, conforto térmico, em exclusivo, no espaço em frente ao Museu do Estado de Pernambuco, gerar maior visibilidade da construção histórica, obra que é tão importante e significativa para a área.

b) Espaços a reabilitar são aqueles que precisam de intervenção, para serem ativados, ou seja, eles não apresentam boa conservação física, não sendo atrativos para a área, precisando passar por transfor mações, que gerem interesse social sobre eles.

c) Espaços a criar são recintos que precisam da criação de áreas verdes.

d) Espaços a ativar são aqueles que precisam ser ativados através de novos usos ou equipamentos, para que eles possam atrair pessoas, podendo ser espaços a reabilitar ou conservar.

Durante o processo de análise do território foi percebido a necessidade da criação de duas vias ativas a primeira no lote da Faculdade e Escola Damas para ajudar a inserir de forma menos agressiva essas grandes glebas no traçado urbano já existente, enriquecendo ainda mais a área por abrir elas para carros, bicicleta e o personagem de uma Rua Cidadã, o Pedestre. Ainda nessas glebas também foram criadas duas vias Ativas Não Motorizadas convidando os transeuntes a pé ou em suas bicicletas a entrar nesses espaços que atualmente apenas uma pequena parte da população tem acesso. Seguindo esse mesmo ideal foi proposto uma Via Ativa Não Motorizada no terreno da mansão e entre um conjunto de lotes mais estreitos um pouco acima da ponte do Uchôa, já que a gleba da mansão assim como as duas glebas cita das acima são de um perímetro consideravelmente grande e ela tem o privilégio de ter um contato quase que direto com o Rio Capibaribe. As ruas M. Loyola e Antonio Célso Uchôa Cavalcanti também passaram a ser classificadas segundo essa mesma definição de via por causa do Jardim do Baobá.

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Os tipos de vias preliminarmente definidos foram: a) Eixo Cidadão Metropolitano: São compostas por vias de eixo metropolitano com presença de faixas exclusivas para transporte coletivo, ciclovias e pas seios de pedestres de largura generosa; b) Via Conectora: São vias de eixo urbano com eixo exclusivo de transporte coletivo, ciclovias ou ciclofaixas e passeios de larguras confortáveis; c) Via Parque: São vias que podem ser de eixo urbano ou metropolitano, com faixa de via exclusiva para transportes coletivos, ciclofaixas e passeios de pedestres confortáveis, porém, sua principal função é articular espaços públicos vegetados, além de apresentar uma boa cobertura vegetal; d) Via Ativa: Vias locais geralmente sem cir culação de transporte coletivo dando prioridade aos pedestres e ciclistas, podendo ser compartilhadas ou não; e) Via Ativa Não Motorizada: Vias locais ou micro locais, de uso exclusivo de pedestres e ciclistas. Nas ruas do Futuro, Amélia, Senador Alberto Paiva Paulino Gomes de Souza passaram a ser classificadas como Via Parque principalmente pelo fato de estarem fazendo a ligação entre espaços públicos verdes, como o Parque da Jaqueira e o próprio Rio Capibaribe, também foram levados em consideração que essas ruas possuem atualmente, como a ciclofaixa na Rua Amélia e sua arborização razoável confortável nas calçadas. A Av. Rui Barbosa por sua vez foi designada como uma Via Conectora por ser uma das prin cipais rota no território analisado, comportando em sua dimensão uma grande diversidade de modais, faltando apenas o espaço para os ciclistas que atualmente se arriscam ao usarem as faixas de rolamento que também são usadas por carros e ônibus. As demais ruas foram classificadas como Vias Ativas, servindo como irrigações paras as vias de maiores portes, sendo mais utilizadas pelos moradores da área para chegar em suas residências ou em algum estabelecimento comercial ou de serviço. Apenas as ruas: R. Sérgio Magalhães, Adalberto Camargo, Es meraldino Bandeira, Dona Idalina, Bruno Maia , Praça de São José de Manguinhos e um trecho sem saída da Rua Senador Alberto Paiva foram escolhidas para serem compartilhadas, isso por ter em seu entorno imediato um contexto mais residencial, tentando assim convidar as pessoas a participar mais da vida urbana, ajudando também a criar ou reabilitar espaços públicos.

As diretrizes de Mobilidade e Espaços Públicos viários tem como principal objetivo estabelecer as vias que deverão passar por um processo de humanização com a finalidade de transformar ou reabilitar o espaço público viário do território com base nas “Ruas cidadãs” do Plano Centro Cidadão (2018), a partir desse plano foram então estipuladas cinco tipos de vias, segundo as hierarquias de articulação do ter ritório e as diretrizes para promover a diversidade de modais e a mobilidade ativa.

DIRETRIZES DE ESPAÇOS VIÁRIOS 4.2 A

29 MODELORUAS

30 31

E, por fim, a qualidade de um bairro também está totalmente associado a quantidade de espaços pú blicos existentes e acessíveis para a população, sendo assim, na área em análise há uma grande presença de pequenos lotes que podem ser ativados por meio de novos usos e com a inserção de vegetação e mobiliário urbano, para proporcionar uma melhor sensação de acolhimento, da vivacidade e de ser um convite à permanência nos espaços, como já dizia Jan Gehl “melhor espaço urbano, mais vida na cidade”. (Figura 5): Vista de satélite da Quadra 16. Fonte: Google Earth A

A diretriz de articulação tem como premissa promover a reabilitação dos espaços públicos viários e po lares, utilizando como parâmetro a busca da humanização da área em estudo. Sendo assim, as principais “camadas” de articulação são:

4.3

a) travessias seguras a promover; b) passagens de pedestres a criar; c) espaços semi-públicos a articular; d) ativar o edifício garagem e)espaços públicos No mapa, foram sinalizadas algumas travessias seguras que devem ser promovidas, dentre elas: nos cruzamentos das rotas cidadãs prioritárias, em cruzamentos entre eixos urbanos e nas travessias de aces so aos espaços polares, tendo como destaque na marcação, Av. Rui Barbosa com o intuito de fomentar o uso dos espaços pelos cidadãos, de maneira segura e confortável.

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As passagens de pedestres a criar foram destacadas em diferentes locais com o objetivo de garantir a mobilidade ativa por meio da redução de percursos, seja através da criação de novas passagens em lotes de espaços semipúblicos, como ocorre nos terrenos do Colégio Marista São Luis e Colégio Damas através da criação de novas passagens em lotes de espaços semipúblicos e nos lotes 25 e 37 e Batista da Silva através da abertura de novas passagens.

Os espaços semipúblicos a articular indicam a estratégia de tornar o térreo desses espaços mais per meável, vigilante e ativo, principalmente, nos colégios, centros comerciais e públicos. Sendo assim, alian do-se a isso, a ativação dos edifícios garagens são imprescindíveis para contribuir com a permeabilidade, reduzindo a quantidade de muros e barreiras para os cidadãos.

DIRETRIZES DE ARTICULAÇÃO

34 35 05INTRODUÇÃO

Nesta fase do trabalho, tem-se como ponto de partida alguns estudos, tais como os das tipologias arquitetônicas existentes, gabaritos e aspectos naturais que foram fatores norteadores para a formação do plano de massas a partir de um recorte que compõe uma quadra modelo na qual passará por uma intervenção com base nos elementos abordados no produto 1 (um).

ESTUDOS TIPOLÓGICOS EXISTENTES 5.1. QUADRAGRAÇASRECIFEMARISTAQUADRAAGNES PERNAMBUCO Figura 07 - Foto aérea - Graças/ Fonte: Google Figura 08 - Foto aérea - Graças/ Fonte: Google

36 37

A área de intervenção está inserida no bairro das Graças, um recorte da cidade do Recife. O recorte caracteriza-se por apresentar em sua maioria, edificações de uso residencial, além de obter uma presença marcada por edifícios singulares e recursos naturais que fazem parte da composição da paisagem do Recife como um todo. A fundamentação teórica tem como referencial o Espaço Urbano Cidadão (DUARTE, 2016) no qual, o espaço público e privado são planejados de maneira integrada. A arquitetura urbana compreende o espaço privado onde é projetada após o planejamento do espaço público. Ela parte do conceito de quadra aberta (PORTZAMPARC, 1997) que tem como propriedades espaciais a proximidade, permeabilidade, proporcionalidade, variedade e viabilidade.

39 06EXISTENTESTIPOLÓGICOSESTUDOS

40 ESTUDOS TIPOLÓGICOS EXISTENTES 6.1.

A área de estudo em questão dispõe de grandes equipamentos que, por conseguinte, são responsáveis pela formação de grandes glebas no meio urbano, distanciando o caminho dos pedestres e tornando-o inóspito com a presença de altos muros em determinadas edificações, algumas destas são caracterizadas pelos edifícios singulares como o colégios Damas, Marista de São Luís (que detém em sua extensão o uso religioso), Agnes e o Museu do Estado de Pernambuco (MEPE).

Ainda articulando sobre os edifícios da localidade, além da tipologia pódio, temos os edifícios caixão e pilotis, que ocupam uma considerável área do território, isto é, dispomos de um espaço extremamente denso através da verticalização, que apresenta variadas construções consolidadas, inertes a mudanças. As casas soltas no lote e sem recuo lateral também se destacam na superfície da região, e as de porta e janela manifestam-se de forma característica nas regiões próximas ao colégio Agnes.

Como consequência do carro, posto como protagonista no palco da cidade, no bairro das Graças é notável a significativa quantidade de edifícios pódio no local, onde grande parte destas edificações possuem seus primeiros pavimentos destinados ao uso do estacionamento, sem qualquer interface que Isto é, são geradas edificações sem perme abilidade visual prejudicando a vivacidade da área, isto é, contraria o conceito estudado por Jane Jacobs (Morte e Vida das Grandes Ci dades, 1961) que aponta os moradores dos pri meiros andares como os olhos vigilantes da rua, que contribuem para a segurança nas cidades.

Figura 09 - Edf. singular - Colégio Damas/ Fonte: Google Earth Figura 10 - Casa sem recuo lateral/ Fonte: Google Earth Figura 11 - Edifício Pódio/ Fonte: Google Earth Figura 12 - Solto no lote/ Fonte: Google Earth LOTENOSOLTACASA SINGULAREDF. PÓDIOEDF. TEMPLO

43 07CASODEESTUDO

O setor escolhido apresenta pontos positivos para ser restaurado e participar do desenvolvimento de Barcelona: Sua localização próxima ao centro da cidade, usos obsoletos, foi um local remodelado várias vezes com o passar do tempo por causa da ação de erosão da zona litorânea, e se localiza no ponto de partida de uma importante via da cidade a Carles I.

A Vila Olímpica de Barcelona surgiu a partir da proposta da Câmara Municipal para a revitalização de um setor costeiro da cidade ocupado na época por usos industriais ultrapassados e uma estrutura urbana que se encontrava em estado de degradação. O setor possuía uma localização privilegiada, encontrando-se entre o parque Ciutadella e o centro do bairro Poblenou, além de ser marcado pela continuação de duas importantes avenidas e do mar. Ao longo do caminho que delimita o bairro pode-se observar duas linhas ferroviárias que servem como barreiras entre o centro da cidade e o litoral. Dessa forma a revitalização desta área tinha como objetivo principal a reconexão entre a cidade e o mar.

45 ESTUDO DE CASO Vila Olímpica de Barcelona (1992) - Oriol Bohigas, Martorell and Makay 1.1. O LUGAR/ O PROJETO 7.1

1.2. O PLANEJAMENTO URBANO ESTRATÉGICO À ESCALA METROPOLITANA 1.3. OS OBJETIVOS BÁSICOS 1.3.1. A criação de uma estrutura urbana Trata-se da regeneração urbana de uma bairro para torná-lo um fragmento habitacional da cidade, um setor de complexidade funcional caracteristicamente urbana, com prioridade para uso residencial, não sendo necessário a separação entre bairros vizinhos que possuem identidade própria, mas que apresente meios que busque conseguir estrutura física e social no qual comunique o processo de regeneração entre eles, proporcionando serviços culturais, recreativos e sociais.

Em Barcelona, estes objetivos foram alcançados facilmente operando em pequena escala, atribuindo um papel decisivo a ela, dando aos bairros uma identidade própria, mas o método também pode e deve ser aplicado a escala metropolitana.

1.3.2. A recuperação da costa e o estabelecimento de instalações costeiras. Consolidar o litoral com praias estáveis e cais de atração como um novo centro recreativo atendendo a bairros próximos e toda conurbação metropolitana, além disso, utilizar de equipamentos litorâneos ao longo do calçadão marítimo, pois o mesmo atua como eixo da vida urbana.

Para alcançar o objetivo de revitalizar o bairro, mudando seus usos, seu caráter e reestruturando este setor da cidade, foi proposto que a maior parte do terreno - 46,7 hectares - fosse utilizado para a construção da Vila Olímpica dos jogos de 1992. Porém, para não se caracterizar apenas como uma revitalização temporária, a Vila passaria a fazer parte do centro urbano, possuindo uma integração entre os dois objetos. Os novos usos determinados para o local focaram em enfatizar a economia local, por se tratar de um bairro privilegiado à beira mar, marcando um caráter turístico ao setor ao destacar funções de lazer, comércio e cultura.

Barcelona tem aplicado uma política de “urbanismo estratégico” que apoiada em ações concretas, tinha o papel de centro de regeneração expansiva, uma espécie de saudável transformação. No tecido urbano, este critério é baseado na prioridade da construção sobre a expansão, entendendo que hoje o controle da cidade se faz construindo sobre o que se edifica, com um método que opera a partir do espaço público que se define em um urbanismo: ESTRATÉGICO - METASTÁTICO RECONSTRUTIVO - PROMOCIONAL

Figura 13 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Figura 14 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

2. UMA ESTRUTURA URBANA

1.3.3. Organização Geral A área projetada será dividida em uma série de faixas paralelas ao litoral, cada uma delas recebendo uma característica específica. Considerando o sentido do interior da cidade até a costa, pode-se observar:

2.3. Os parques públicos Há um percentual de áreas verdes para uso privado de comunidades residenciais, localizadas dentro de quadras e superquadras, polarizando sua atividade coletiva. Mas, além disso, existe um sistema de quatro grandes parques que por si só, é outra regra de composição do todo. Assim, as séries de quarteirões e edifícios isolados são organizados segundo um critério de maior dimensão urbana, à escala da metrópole. Os quatro parques são Paseo Marítimo, a área central da Avenida do Litoral, Paseo de Carles le Avenida del Bogatell, Todos eles estão relacionados entre si por três grandes grandes dobradiças que atuam como pontos focais. de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Figura 16 - Vila Olímpica

3. A terceira faixa é destinada a uma área de instalações costeiras, priorizando os usos hoteleiro, comercial e de lazer, sendo o centro de concentração de atividades na fachada do Paseo Marítimo; de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

4. A quarta faixa, consiste no passeio para pedestres que delimita com as praias; 5. Por fim, a última faixa, onde estão presentes as praias, devidamente equipadas com quebra-mar e amarração para barcos, trazendo ao mar qualidade e acessibilidade, além de legitimar as características da cidade.

2.1. As ruas e os quarteirões Toda área é estruturada de acordo com o traçado ortogonal da expansão de 1859 de Ildefonso Cerda, onde seu traçado e morfologia - o quarteirão e a rua-corredor - é a imagem mais representativa do que constitui hoje o grande centro real da cidade. Os fundamentos desse layout devem ser mantidos, a forma urbana e a imagem que ela carrega também devem ser respeitadas na medida do possível. Entre as ruas existentes, deve-se distinguir aquelas que têm um valor hierárquico e podem constituir uma rede viária básica, não só em termos funcionais mas também visuais. As superquadras marcam uma continuidade da fachada ao longo das ruas que as limitam, mantendo o caráter de uma rua-corredor.

Tanto os pedestres como os carros, ao entrarem nas superquadras, são integrados a uma nova paisagem que ao invés de responder aos tipos urbanos da rua corredor e da quadra fechada, será consequência de uma interpretação mais fracionada da cidade. Trata-se de bairro com formas

2. A segunda faixa, A Avenida del Litoral é o trecho litorâneo do anel viário, caracterizada como uma via parque, recolhe o trânsito, amenizando o tráfego e não permitindo que seja criada uma barreira entre o bairro residencial e as praias. Esta via é inserida em um parque e possui passagens transversais com semáforos a cada cruzamento;

tradicionais que aceitem que cada casa tenha pelo menos seu próprio espaço de lazer e esportes, que cada casa tenha alternativas de privacidade visual e acústica e inter-relação de vizinhança.

2.2. A fachada limite da expansão. Aceito a continuidade do traçado e morfologia do Cérdà, o seu limite deve ser especificado com uma formalização que permita uma alteração da estrutura entre este e o novo setor de praia. Entre esta fachada limite de expansão e o mar existem apenas áreas públicas, equipamentos e elementos especiais de atividade urbana, distribuídos na grande unidade do parque e nas praias e divididos de forma a não constituírem barreira visual.

Figura 15 - Vila Olímpica

46 47 1.3.3. A implementação de um sistema de link: É de extrema importância estabelecer a conexão entre o novo bairro que irá ser criado com os bairros vizinhos e também do mar com a cidade, para isto é necessário eliminar as barreiras causadas pelas antigas linhas do trem e da rodovia, além de equipamentos e instalações obsoletos. Sendo necessário assim, encontrar uma nova solução para o eixo viário do Cinturón del Litoral, para amenizar o tráfego, e não estabelecer uma nova barreira urbana no novo bairro. 1.3.4. A previsão de uma área olímpica Uma parte da área do setor - cerca de 46,7 hectares - vai ser destinada para os jogos olímpicos de 1992, possuindo instalações de treinamento, competições e a Vila Olímpica. Após os jogos o funcionamento desta área do bairro deve ser integrada imediatamente a cidade.

1. A primeira faixa, o bairro residencial que mantém uma estrutura urbana reinterpretando a do centro de Barcelona, Ensanche Cerdà;

iv) O edifício antigo que suporta o depósito de água do parque da Ciutadella é uma obra de Josep Fontseré que necessita ser conservado. Ainda, possui excelente potencial de reaproveitamento, principalmente tendo em vista o aspecto do lago na cobertura. 2.4.3. Comércios e serviços Com o intuito que o bairro possua uma caráter multifuncional com a complexidade de um centro urbano, todos os edifícios presentes na área devem dispor de usos distintos sem restrições de zoneamento específico, apresentando desta forma funções: residencial, comercial, saúde, lazer, desportivo, religioso, cultural e estacionamentos.

É recomendado que os pavimentos térreos dos blocos e super blocos que possuem suas fachadas de frente para a rua, sejam destinados ao uso comercial. Apesar desta proposta, foram situados outras duas localizações na área favoráveis para receber shopping centers de maior estrutura, sendo elas: na Rua Ávila e na Avenida Litoral. Este último local, irá ser sobreposto a um uso preexistente de uma estação de tratamento, dessa forma, a nova edificação que irá abrigar o shopping poderá se envolver a este serviço, amenizando seu impacto em uma zona residencial.

‘2.4 Os equipamentos e os serviços Trata-se de desenvolver um bairro em Barcelona que influencie as demais áreas e tenha utilização olímpica temporal, prevendo equipamentos com três critérios: servir aos novos habitantes, compensar os déficits do entorno e admitir as necessidades das Olimpíadas.

Tais construções, juntamente com os espaços recreativos e públicos serão suficientes para a população prevista e para recuperar os déficits.

i) Devidamente adaptado, o antigo Mercado del Pescado tem total capacidade de se transformar em uma quadra poliesportiva com capacidade suficiente de pistas e público para ser usada como um centro de competição. ii) A atual prisão de mulheres não poderá ocupar mais tal localização, mas o edifício - um exemplar modernista de Enric Sagnier - pode ser reformado para abrigar serviços sociais que o setor necessita, especialmente residência geriatras ou centro de recepção para pessoas com problemas especiais ou sociais.

2.4.2 Reutilização de edifícios antigos É premissa do projeto preservar edifícios existentes que detém importância artística e histórica ou que possua benefícios econômicos.

48 2.3.1. O Paseo de Carles I. O Edifício curvo no Paseo de Carles, a autonomia arquitetónica do atual quartel e o antigo Mercado do Peixe, garantem um cenário ideal para a realização de um parque bem composto, atravessado pelo grande eixo. A forma de seus limites permite que seja entendido como uma extensão do parque de Ciutadella, dentro da qual haveria uma série de edificações únicas, da mesma forma que no limite sudeste estão os museus de zoologia e Geologia. 2.3.2. A avenida del Bogatell. Sua organização é sustentada por um eixo platonal paisagístico, marcado por uma sucessão ordenada de árvores. Termina na praça circular de la manida del Litoral e um parque tranquilo - até a esquina das ruas de Ramón, Turroy de Allava-an que estão localizadas uma série de equipamentos , alguns já existentes. Este parque e as suas instalações são elementos de união do novo bairro com o Ondante, canal através do qual a regeneração será transmitida através dos três pisos residênciais.

Figura 18 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Figura 17 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte:

Figura 19 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

iii) Os quartéis possuem a possibilidade de serem remodelados para funcionarem como hotéis ou alguma instituição cultural ou administrativa. Martorell et al. (1992).

2.4.1 Existentes e novas construções Propõe-se a preservação de duas escolas, sendo uma primária e outra secundária, e a proposição de construir outra escola primária no fim da Av. Icària, junto ao cemitério e um centro comunitário.

Figura 22 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Figura 21 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Como visto anteriormente, as duas linhas ferroviárias da Estação Francia restringiam o desenvolvimento da área por servirem como barreiras.Asolução encontrada foi de manter a Estação Francia, retirar a linha da costa até ao rio Besos e transferir a linha Francia-Glorias Catalanas para o subsolo. A avenida do litoral: A avenida faz parte da seção do sistema de cinturões rodoviários que circulam a cidade e por isso, absorve um fluxo de veículos muito importante.

Figura 20 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

Otros enlaces: Outras vias importantes da região são a união vertebral até o norte da cidade, denominada Rua Carles I e a rua que vai em direção ao bairro de Poblenou. Ambas terão significado funcional e representativo por conectar a área residencial de Poblenou com a regeneração urbana produzida em Nova Icària.

50 3. A FACHADA DO MAR 3.1 As praias e os piers A defesa e a consolidação do eixo litorâneo das praias são prioridades do projeto de desenvolvimento do bairro.

Uma das problemáticas a serem resolvidas foi pensar em soluções para gerar a conectividade entre as estruturas e atividades urbanas e como mantê-las ativas durante todo o ano, tendo em vista a estacionalidade do uso das praias. Inicialmente, decidiu-se traçar uma fachada limite da proposta marítima na Av. Litoral e organizar entre ela e o passeio litorâneo, uma zona com equipamentos, hotéis e comércios de modo a existir atividades variadas e flexíveis ao longo do ano. Entretanto, tal proposta não foi aceita pelo Ministério de Obras Públicas porque viu-se inadequado o desenvolvimento de edifícios de grande porte, como os hotéis, na Zona Marítima Terrestre. Assim sendo, ao invés de uma faixa longilínea de edificações, foi proposto duas torres que se fazem como entradas monumentais e marcantes para o mar.

Tornou-se essencial para o projeto desenvolver uma solução que suprisse a demanda de veículos ao mesmo tempo que garantisse a premissa principal do projeto de conectar a cidade com o litoral.

3.2 O passeio marítimo Ao longo da costa, tem-se um passeio com 30 metros de largura, destinado especialmente aos pedestres e permitindo veículos em casos de emergência ou ocasionalmente.

4. OS ACESSOS E BARREIRAS

5. CRITÉRIO DO DESIGN: A área deve possuir coerência e harmonia quanto às formas, mas ainda prezar pela individualidade de cada edifício de modo a evidenciar a diversi dade arquitetônica. A diversidade é indispensável não apenas para direções e gestão (visto que serão construídos graças à iniciativas privada e pública), mas também para a integração do bairro com a realidade social e histórica da cidade de Barcelona. Desenvolvimento de um método que trouxe como base outros conceitos de projetos urbanos, mas ainda mantendo uma certa flexibilidade em cada projeto. Faz-se um sistema de operação com base nos seguintes critérios: i) as unidades do projeto, ii) a arquitetura predeterminada, iii) os edifícios especiais e iv) a arquitetura base. i) as unidades do projeto: a entidade do projeto deve ser coerente no design em sua dimensão territorial e não com base no sítio. ii) a arquitetura predeterminada: três elementos que devem ser projetados de acordo com as primeiras notas do projeto, sendo eles: a fachada na curva do passeio Carles I, os prédios que formam uma praça circular na Av. Litoral e os dois tipos de alpendre dessa mesma avenida. iii) os edifícios especiais: são 6 os edifícios especiais que devem ser tratados como exemplares do local por possuírem pontes que passam por cima das ruas, servindo como um portão de entrada para as superquadras; iv) a arquitetura base: as demais construções terão diretrizes mais rígidas no que se diz respeito ao material, volume e textura, visando uma continuidade sutil na paisagem.

Após diversas propostas, escolheu-se a que melhor assegura às praias e apresenta uma paisagem mais natural, menos construída, mais aberta ao mar e, ainda, mais econômica. Assim, o litoral conta com duas praias e três elementos estruturais: os quebramares de Barceloneta e Bogatell e o pequeno porto deOsamarração.doisquebra-mares

serão capacitados com serviços anexos à praia, enquanto o porto servirá como uma praça aquática onde possa atracar barcos pequenos relacionados com o uso normal das praias e equipamentos costeiros. A penísula que fecha o porto abrigará um complexo para conferências e eventos culturais, com um programa que sirva a toda a metrópole.

Figura 23 - Vila Olímpica de Barcelona Fonte: Martorell et al. (1992).

55 08PRELIMINARESTIPOLOGIAS

O novo traçado viário possibilitou uma nova proposta de projeto para a área, a Quadra Piloto. O local de estudo nas Graças viabilizou uma gama de estudos e formas de massas, no qual, seu gabarito, também, cria uma liberdade projetual. A preexistência dos colégios Damas, Marista e Agnes, seus edifícios históricos foram respeitados e referenciados.

É importante mencionar que o estudo de caso, a Vila Olímpica de Barcelona, viabilizou olhar para o “urbanismo estratégico” revitalizando e promovendo áreas públicas existentes ao invés de expandir a cidade com novos locais. O adensamento presente neste lugar traz uma visão da importância desse fenômeno para a quadra e para a cidade.

QUADRA AGNES BASE EM L BASE OBLÍQUA BLOCO PRISMA BLOCO PERMEADO BASE PADRÃO BASE EM Z BLOCO PÓRTICO BLOCO EM BALANÇO

56 57 PROPOSIÇÃO TIPOLÓGICA 8.1.

As formas dos edifícios foram criadas de acordo com alguns aspectos: gabarito, sistema de módulos, linhas de força da preexistência, contemplação ao Rio Capibaribe e atendimento às diretrizes de adensamento estabelecidas previamente. Quatro novas tipologias foram desenvolvidas para o plano de massa do colégio Agnes. Da mesma forma, foram feitas as dos colégios Damas e Marista, com cinco novas tipologias. Essas duas quadras foram trabalhadas de forma simultânea, dispondo de uma mesma identidade, como ilustrado nos diagramas ao lado.

As novas tipologias criadas tem como objetivo diversificar os tipos de construções da área, trazendo uma variedade na morfologia do local, além de diferenciar da arquitetura contemporânea presente. A opção por edifícios com térreos vazados é garantir a vigilância social, o conforto do pedestre ao vivenciar a rua, além de trazer sensação de proporcionalidade com os andantes, independente da altura do edifício. O Rio Capibaribe foi contemplado, através da disposição dos prédios, de forma que se iniciam com gabaritos baixos, nas proximidades das ruas, e ao longo do seu distanciamento vai aumentando a altura, garantindo admiração dos recursos naturais do Recife.

58 59 QUADRA MARISTA BASE BLOCOBLOCOBASEBLOCOBLOCOPADRÃOENCAIXEEMBALANÇOPADRÃOMAIORPRISMAEML

60 61 N 8.2.IMPLANTAÇÃO N IMPLANTAÇÃO QUADRA AGNES 8.2.1. CORTE LONGITUDINAL - COLÉGIO AGNES CORTE TRANSVERSAL - COLÉGIO AGNES

62 63 N IMPLANTAÇÃO QUADRA MARISTA 8.2.2. CORTE LONGITUDINAL - COLÉGIO MARISTA CORTE TRANSVERSAL - COLÉGIO MARISTA

65 09QUADRADAPRELIMINARMODELAGEM

68 69

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80 81 10GERALPLANOINTRODUÇÃO

O projeto apresentado encontra-se localizado no Bairro das Graças, na cidade de Recife-PE, analisando o contexto no qual está inserido, pode-se compreender de melhor forma o desenho das massas inseridas na malha urbana local, permitindo dessa forma intervir na área respeitando suas preexistências.Emrelaçãoa

Utilizando “A Arquitetura Urbana’’ (Duarte, 2014), como principal referência bibliográfica e o levantamento do mapa de usos da área, foi proposto para as edificações desenvolvidas a disposição de usos de serviço, comércio e habitação, selecionados através do entendimento das necessidades locais e garantindo uma boa viabilidade urbana e econômica para o plano de massas.

INTRODUÇÃO PLANO GERAL 10 PERNAMBUCO RECIFE Imagem 24: Pernambuco Fonte: produzido pelas autoras Fonte: produzido pelas autoras Imagem 25: Recife GRAÇAS QUADRA PILOTO Fonte: produzido pelas autoras Fonte: produzido pelas autoras Imagem 26: Graças Imagem 27: Quadra Piloto

ocupação, observa-se uma predominância de edifícios multifamiliares e quadras compostas por importantes núcleos educacionais, caracterizando o território pela promoção de um grande fluxo de pessoas e transportes decorrentes de seus usos.

82 83

O gabarito dos volumes propostos foram aumentando sua escala ao decorrer de sua aproximação do fundo do terreno, ou seja, para ter uma melhor relação da interface com o pedestre, assegurar sua segurança e conforto, as massas próximas às ruas são mais baixas, e as mais distantes mais altas. A proximidade do terreno com o Rio Capibaribe também foi um aspecto considerado ao desenvolver a escalonação dos blocos, promovendo o enquadramento de diferentes vistas de dentro dos apartamentos, a partir da disposição deles ao longo do lote. A apresentação da quadra piloto consolidada utiliza esses volumes, como referência para as quadras existentes, possibilitando um estudo de implantação.

A área que foi adensada, corresponde a nova quadra criada. As novas edificações foram projetadas para aumentar o adensamento da quadra e, por estar localizada em uma região que permite novas construções, com coeficiente de utilização equivalente a 01 (um), foi possível construir 58.370,55 metros quadrados. Ao todo contabilizam dez blocos (A, B, C, D, E, F, G, H, I e J), todos de uso misto, contendo comércio, serviço e residência.

O Plano de Massas foi designado através de aspectos como: contexto inserido, linhas de forças vindas da preexistência, presença do Rio Capibaribe, condicionantes climáticos e tipologias com pátios internos. A formação da proposta urbanística proporcionou duas características para quadra: adensada e moderadamente adensada. Para cada uma delas se teve uma atenção, para propor um melhor planejamento.

84 11MASSASDEPLANOO O PLANO GERAL 11

Os colégios Marista e Damas são possíveis de um adensamento moderado. A decisão por não adensar foi tomada para manter seus valores culturais e históricos, que fazem parte da memória coletiva da cidade do Recife. Esses condicionantes são necessários para manter uma boa arquitetura e um bom urbanismo, sempre levando em consideração a escala do pedestre. Os muros ao redor foram retirados e algumas construções que não são preservadas nem utilizadas como salas de aula, para a construção da nova quadra.

Todas as considerações usadas para essa escrita, advém do volume 1, apresentado neste trabalho. Através dos mapas Plano de Conservação e Uso e Ocupação do Solo, tem-se todos os dados exibidos no estudo. Portanto, com essa renovação foi possível atingir o grau de adensamento que a área permite e ainda sim conservar a preexistência local.

86 87

89 12PILOTOQUADRA

Os edifícios foram dispostos seguindo as linhas de força e respeitando as edificações existentes no terreno, adotando a estratégia de afastamentos entre os blocos e de intercalar os cheios e os vazios nas edificações tanto nos espaços públicos quanto nos privados, com o intuito de estabelecer pátios verdes ou de permanência para assegurar a concepção de ter “espaços de respiro”, promover a circulação livre de pessoas, diluir as vistas adensadas por meio da permeabilidade visual e a passagem da ventilação natural. Com isso, estes pátios estão presentes na maioria dos pavimentos térreos e também em alguns dos pavimentos superiores das edificações.

O Plano Geral da Quadra Piloto teve como premissa promover formações de quadras abertas e multifuncionais, com o propósito de assegurar o contato direto com o exterior (ruas e paisagismo) e interior (habitações e serviços) em termos de visibilidade, acessibilidade e atratividade.

Vale ressaltar que, a implantação das volumetrias na quadra, além de respeitar as edificações existentes, também buscou-se “celebrar as esquinas” deixando a maior parte dos perímetros do lote livres do adensamento físico e visual, por meio da estratégia de não ocupar totalmente o pavimento térreo a fim de proporcionar a permeabilidade e de acolher do público através da presença de térreos ativos e de caminhos livres para se percorrer. Referindo-se ao agenciamento, a quadra buscou assegurar conexões entre os blocos e promover trajetos atrativos tanto para os moradores quanto para o público que perpassa pelo espaço urbano, sendo assim, seguiu as linhas de força e buscou consonância com a disposição das volumetrias. Apesar dos edifícios serem independentes há a presença de passarelas que proporcionam diferentes interações visuais e físicas das pessoas com a edificação e também possibilita novas opções de percursos e circulações entre os blocos.

90 91 PLANO GERAL DA QUADRA PILOTO 12

12.1PLANTASGERAIS

Em vista disso, a presença dos cheios e vazios foi uma estratégia projetual que estabelece a relação dos edifícios construídos com o espaço urbano e a sua paisagem, permitindo desse modo, uma melhor integração com o entorno preexistente, respeitando e agregando valor para a área de intervenção.

92 93 PLANTA GERAL DE GABARITO

PLANTA DE COBERTA

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO ÁREAS SERVIÇOSCOMÉRCIOHABITACIONALVERDES

99 3PAVIMENTOBAIXAPLANTA 5PAVIMENTOBAIXAPLANTA

100 101

102 103 12.2PLANTASBAIXAS A PAV TIPO 01A PAV TIPO 01, 02, 03B PAV TIPO 01, 02PLANTASC 12.2BAIXASLEGENDASHABITACIONAL COMÉRCIO SERVIÇO

104 105 PAV TIPO 01D PAV TIPO 01, 02E PAV TIPO 01F PAV TIPO 01, 02, 03, 04G PAV TIPO 01, 02H PAV TIPO 01, 02, 03I PAV TIPO 01J

URBANÍSTICOSPARÂMETROS

A análise das características construtivas da nova ocupação foi disposta em três tabelas, em que abordam respectivamente, a disposição das áreas construídas nos respectivos blocos, a análise entre a área total do lote e a área já construída existente, e, o estudo do coeficiente de utilização da nova proposta volumétrica.

Vale ressaltar que a Quadra Piloto em estudo é caracterizada por ser uma zona de adensamento habitacional e comercial por ocupação, o que revela que a quadra buscou ocupar os vazios do lote por meio da inserção de novos edifícios, respeitando as edificações preexistentes. Dentro da quadra piloto, estão inseridos dez blocos (A até o J) e cada um deles apresenta propostas de distintas tipologias, tanto em termos de gabarito quanto na composição da volumetria.

106 107 13

PARÂMETROS URBANÍSTICOS 13

Fonte:

Com esses limites já definidos, buscou-se atender os parâmetros de 300 habitantes por hectare, com o propósito de atingir um bom nível de adensamento para o terreno em análise. Com isso, apenas com os prédios propostos foi possível atingir o valor de 308 hab/hect, revelando um índice de aproveitamento alto, sem haver necessidade de interferir na parte mais consolidada dos colégios Damas e Maristas.

Fonte:

pelas autoras

Tabela 02 e 03: Área Construída e Área Existente Produzido pelas autoras

BLOCO PAVIMENTOS TIPO QUANTIDADEPAVIMENTOSDE QUANTIDADE DE APTO. POR PAVTO. QUANTIDADE DE APTO. POR PAVTO. TIPO QUANTIDADE DE APTO. POR BLOCO QUANT. TOTAL DE HABITANTES POR PAVTO. QUANT. TOTAL DE HABITANTES POR BLOCO TOTAL HABITANTESDEDAQUADRA DENSIDADE(hab/ha) Bloco A Planta tipo 01 5 23 115 115 345 345 2868 295,6701031 Bloco B Planta tipo 01 10 8 80 158 240 474Planta tipo 02 1 15 15 45 Planta tipo 03 3 21 63 189 Bloco C Planta tipo 01 6 12 72 88 216 264 Planta tipo 02 2 8 16 48 Bloco D Planta tipo 01 3 10 30 30 90 90 Bloco E Planta tipo 01 3 5 15 36 45 108 Planta tipo 02 7 3 21 63 Bloco F Planta tipo 01 3 6 18 18 54 54 Bloco G Planta tipo 01 7 8 56 197 168 591 Planta tipo 02 3 16 48 144 Planta tipo 03 3 24 72 216 Planta tipo 04 1 21 21 63 Bloco H Planta tipo 01 4 10 40 46 120 138 Planta tipo 02 2 3 6 18 Bloco Planta tipo 01 2 39 78 214 234 642Planta tipo 02 2 48 96 288 Planta tipo 03 4 10 40 120 Bloco J Planta tipo 01 3 18 54 54 162 162 TOTAL 20 74 308 956 956 2868 2868 2868 295,6701031 Tabela 04: Coeficiente de Utilização Fonte: Produzido pelas autoras

Tabela 01: Área Construída (Blocos) Produzido

108 109 CÁLCULO DA ÁREA CONSTRUÍDA CÓDIGO COMERCIAL HABITACIONAL SERVIÇO TOTAL BLOCO A 748,68 1.013,13 0,00 1.761,81 BLOCO B 680,34 5.646,91 1.429,00 7.756,25 BLOCO C 508,68 3.730,48 0,00 4.239,16 BLOCO D 277,12 1.526,04 277,12 2.080,28 BLOCO E 242,34 4.590,42 3.619,20 8.451,96 BLOCO F 385,58 2.370,99 0,00 2.756,57 BLOCO G 0,00 10.309,46 1.258,53 11.567,99 BLOCO H 1.110,76 2.325,20 1.249,64 4.685,60 BLOCO I 1.460,49 9.989,55 870,40 12.320,44 BLOCO J 0,00 2.750,49 0,00 2.750,49 TOTAL: 5.413,99 44.252,67 8.703,89 58.370,55 ÁREA CONSTRUÍDA (m²) SOLO NATURAL DOS COLÉGIOS (m²) SOLO NATURAL TOTAL (m²) HABITACIONALDENSIDADE VOLUMÉTRICAPROPOSTA 58.370,55 15.293,00 30.050,20 295,67 A partir disso, foi necessário realizar a divisão da gleba original pertencentes aos colégios Damas e Maristas para atingir o índice de construção 1 da área, sendo permitido a área construída ser igual ao valor da área total do terreno, que é 97.653,55m², sendo esse também o valor do coeficiente de utilização do terreno . Foi calculado o valor da área construída existente no local que equivale a 39.268,69m² e subtraído da área total, permitindo que a área construída nova seja de no máximo 58.370,55.

110 BLOCO A 345 HAB BLOCO B 474 HAB BLOCO C 264 HAB BLOCO D 90 HAB BLOCO E 108 HAB BLOCO F 54 HAB BLOCO G 591 HAB BLOCO H 138 HAB BLOCO I 642 HAB BLOCO H 138 HAB

113 14PERSPECTIVAS

114 115

Uma rua compartilhada foi criada dividindo a grande gleba em duas áreas, uma com as antigas edificações e a outra com os novos edifícios, onde nessa rua possibilita os diversos modais de forma democrática, abrigando estacionamentos para os edifícios. Nela, também foram inseridos canteiros para vegetação e calçadas com larguras confortáveis para uma boa caminhabilidade. Uma característica marcante do bairro é ter edifícios de uso misto, então foi dado continuidade propondo edificações com diversos usos e próximas a escala do pedestre, garantindo sua interação com os prédios. As escalas dos edifícios existentes, também foram levadas em consideração, pois nas proximidades dos colégios garantiu um gabarito mais baixo, no qual, foi aumentando à medida que se aproximava dos prédios no fundo do terreno. Em suma, conclui-se que o projeto, procurando atender a legislação, tem uma boa relação com o conjunto urbano ao seu redor. A sua morfologia é arrojada em comparação aos demais edifícios, pois ela emerge de um desenho frequente, para um inovador, sem ser dissonante.

126 15FINAISCONSIDERAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 15

O produto final da cadeira de Atelier de Projeto IX se conclui com esse terceiro volume, nele apresenta o plano de massas em um trecho do bairro das Graças, no lote dos colégios Damas e Marista. O produto leva em consideração os conceitos de Arquitetura Urbana (DUARTE, 2016) e Quadra Aberta (PORTZAMPARC, 1997), definindo assim uma arquitetura humana, preocupada com a cidade, procurando se inserir no tecido urbano respeitando a preexistência. A Quadra Piloto foi criada a partir de estudos feitos na área, no qual, levou em consideração as necessidades do local, com isso estabelecendo seu uso, traçado, morfologia e gabarito. Foi procurado manter uma grande quantidade de área verde, característica do local, antes da renovação, por ser uma área de IPAV (Imóveis de Proteção de Área Verde). Esses espaços foram utilizados para estimular a relação entre a vida pública e privada, tão pouco visto na cidade.

PROXIMIDADEPERMEABILIDADE

128 129 ANÁLISE SEGUNDO A ARQUITETURA URBANA

O gabarito proposto está em consonância com o entorno preexistente, respeitando e estabelecendo uma relação harmoniosa com as alturas das edificações das demais quadras. Os térreos dos blocos propostos utilizam estratégias projetuais como térreo ativo com uso comercial, saques de pavimentos mais altos e marquises para estabelecer uma relação com o pedestre e estimular a ativação do espaço urbano.

A permeabilidade física do projeto é garantida pela presença de passagens que cruzam a quadra e também por passagens intra-lote, promovendo acessos para os pedestres em todas as fachadas da quadra, permitindo o percurso por todos os blocos propostos.

A permeabilidade visual é concebida pela promoção de térreos ativos, destinados ao uso comercial, além do uso de grandes marquises e sacadas.Aimplantação dos edifícios se deu próximo das ruas, tanto a que foi proposta neste trabalho, bem como as vias já existentes. Essa aproximação permite que os pedestres tenham uma relação direta com o térreo ativo, ao mesmo tempo também que ele pode acessar os espaços públicos que foram criados no interior da gleba.

VIABILIDADEPROPORCIONALIDADE

A viabilidade econômica e urbana do plano de massa estão diretamente ligadas à criação dos espaços públicos e privados de maneira estratégica a fim de contribuir com usos distintos para a área, proporcionando desse modo, a coerência construtiva e a valorização das quadras e do seu entorno imediato.

A presença de espaços privados e públicos dentro da proposta volumétrica permite que o local seja mais atrativo tanto para os moradores como para os transeuntes que passam pelas proximidades da quadra. Uma outra maneira que a variedade existe é por meio da própria morfologia dos blocos, que não apresenta uma única tipologia, variando em suas dimensões e implantações.

130 VARIEDADE

l MARIA EDUARDA

DEIRO

l EVELLIN

ALLANA XAVIER l BEATRIZ DANTAS l CAMILLA SASSI l CATARINA TAI MORAIS l KATARINE KATLLY CORl SUÍVINI ROCHA

132 133 CÂMARA, C. D. D. et al. Plano Centro Cidadão, volume 04 - Recife: UNICAP, 2018 Desenho Urbano Integrado: Planos na Quadra de Île de Nantes. Autores: Beatriz de Souza, Gabriela Cabral, Giovanna Beltrão, Júlia Vasconcelos, Paloma Tabosa, Rafaela Black e Thalita Brasileiro - Recife: UNICAP, 2021 Desenho Urbano Integrado 1: Plano de Conservação, Uso e Ocupação do Solo. Autores: Blenda Santiago, Clarissa Alves e Gustavo Guimarães - Recife: UNICAP, 2020 GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013 JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. Martins Fontes, 2000 SPECK, Jeff. Cidade caminhável. Editora Perspectiva SA, 2016. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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