Revista JCPM

Boas práticas Mais resultados :: Aos 80 anos, o Grupo JCPM consolida o seu compromisso social em todos os empreendimentos que realiza

:: Instituto JCPM é lugar de inclusão e formação, e abre porta para transformar a realidade de milhares de pessoas

Tempo de ousar Pensar o projeto de um shopping vai além da abertura de um novo local para compras. É um investimento capaz de desenvolver regiões, sendo âncora para outros grandes empreendimentos no entorno. Desde 2005, quando passamos a construir os shoppings com nossa própria construtora, colocamos em prática uma conduta de vanguarda, com aplicação das mais modernas tecnologias, resultando em obras mais rápidas e racionais. Desde a concepção do projeto até a operação, pensamos em shoppings confortáveis e capazes de demandar menos recursos naturais – uma das mais importantes discussões do mundo atual.

Ao longo dos últimos dez anos, implantamos três novos shoppings em dois Estados e fomos aprimorando experiências. Através do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social, desenvolvemos jovens de 16 a 24 anos, moradores de comunidades próximas, com capacitação e apoio para inserção no mercado de trabalho. Com esta publicação, onde relatamos nossas experiências e seus efeitos, esperamos contribuir para que, no futuro, tais ações sejam cada vez mais comuns.

João Carlos Paes Mendonça Presidente do Grupo JCPM

Sumário

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Alimentação saudável

Com o programa de reeducação alimentar, mais de mil pessoas já foram atendidas.

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Com segurança

Técnicos atuam na prevenção de acidentes nas obras do RioMar Presidente Kennedy

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Canteiro sustentável,

operação eficiente As soluções ambientais presentes em cada etapa da construção dos empreendimentos do grupo JCPM, seguem após a conclusão das obras, estimulando e gerando novas práticas de redução de impacto

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Soluções

Mais de R$ 135 milhões investidos em melhorias na infraestrutura urbana de capitais como Recife, Salvador e Fortaleza

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Comunidade

No Recife, programa estimula idosos a praticarem exercícios 4

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PARTICIPAÇÃO O Quiosque Social permite a venda de produtos de associações comunitárias

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COMERCIÁRIOS Na parceria com o SESC, shoppings têm restaurantes para trabalhadores

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Rio e Mar

Pescadores participam da limpeza do Rio Capibaribe, no Recife, e comemoram a volta dos crustáceos ao entorno do RioMar

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Formação

Histórias de transformação e olhar para um novo futuro em curso com o Instituto JCPM 5

A TRADIÇÃO DE OLHAR À FRENTE Grupo JCPM chega aos 80 anos consolidando suas ações de compromisso social, sustentabilidade e tecnologia nos empreendimentos

“

Não existe futuro sem passado e sem presente”, costuma dizer João Carlos Paes Mendonça, sintetizando numa frase tudo aquilo que é a base da filosofia do Grupo JCPM. Para construir o porvir, é necessário lembrar as origens e atuar para aperfeiçoar o momento atual. Desde 1935, quando o comerciante Pedro Paes Mendonça inaugurou uma mercearia na Serra do Machado, em Sergipe, o Grupo JCPM orienta seus passos pelo signo da transformação - seja numa relação crescente e contínua com os arredores dos locais onde ergue seus empreendimentos, seja no emprego das mais modernas técnicas construtivas para garantir agilidade às obras ou no fortalecimento de iniciativas sociais.

O ano de 2015 marca o aniversário de 80 anos do grupo e um dos marcos de sua história de compromisso social se situa em 1989, com a criação da Fundação Pedro Paes Mendonça,

Shopping RioMar Recife é referência em construção sustentável

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Acreditamos que desenvolver pessoas é tão importante quanto desenvolver projetos. Por isso, pautamos nossa conduta no compromisso social, algo que vai além da responsabilidade social.

Compromisso é olhar para o conjunto e contribuir com que for possível para o desenvolvimento.”

na Serra do Machado, interior de Serque o shopping seria um espaço com gipe. Lá, o grupo fincava os alicerces muitas oportunidades para o mercapara o que se tornaria uma política do de trabalho nesse setor”, recorda. permanente de desenvolvimento Parcerias com instituições com a social. Nada mais natural, portanto, solidez do Sistema S - Sebrae, Senac, que a iniciativa se desdobrasse nos Senai e também o Sesc foram firmaempreendimentos comerciais com a das desde o RioMar Recife. “O Grupo assinatura do grupo. Foi assim, por JCPM não era identificado na socieexemplo, que nasceu o IJCPM - Insdade como uma entidade formadora. tituto João Carlos Paes Mendonça de Foi importante ter uma certificação Compromisso Social. Em dezembro reconhecida pelo mercado na área de 2006, os primeiros passos comeem questão”, disse. çaram a ser dados no Recife sob o seTal capacidade para encontrar um guinte mote: onde existir um empredesafio e esquadrinhar as diversas endimento comercial, haverá ações possibilidades em busca da melhor de desenvolvimento social. solução é replicada em todo empreUma das principais bandeiras na endimento do Grupo JCPM. Passamatuação do Grupo JCPM é o diálogo.

-se os anos e os profissionais estão Exemplo significativo é a obra do sempre a procurar as melhores forshopping RioMar Recife, realizada mas de construção, o maior refinaentre 2010 e 2012. Antes mesmo da mento nas técnicas, materiais e uma primeira estaca ser batida, os moraintegração mais plena com a susdores das comunidades vizinhas do tentabilidade. Da experiência vem o Pina e de Brasília Teimosa foram chaque Lúcia Pontes chama de “rotina”, mados para receber as informações que é a sistematização e a posterior sobre o projeto. “Antes de qualquer replicação dos saberes acumulados iniciativa de construção, conversaa cada empreendimento: “Fomos mos com aquelas pessoas e falamos aprendendo na prática. Começamos sobre as oportunidades de emprego a fazer sem saber como poderia ser que poderiam existir”, rememora Lúfeito. Alcançamos a integração entre cia Pontes, diretora de Desenvolvio desenvolvimento social e a engemento Social do Grupo JCPM. nharia, capacitamos pessoas, busOutro aspecto a ser ressaltado camos as iniciativas ambientais que nessa trajetória de oito décadas é o foram sendo replicadas em outras foco na empregabilidade. Quando o estruturas. Hoje tudo já é padronizaSalvador Shopping estava em obras, do, do planejamento à construção”.

Presidente do Grupo JCPM em 2006, Lúcia Pontes foi à Bahia As premissas de sustentabilidade; para iniciar a articulação com as locao compromisso com o meio ambiente; lidades circunvizinhas. “Não demorou o planejamento preciso; o cuidado na para recebermos 900 currículos de capacitação dos profissionais; o zelo pessoas interessadas em trabalhar na construção, o que com o bem-estar de todos os envolvidos nas obras; o innos deixou intrigados. Percebemos que era possível traba- vestimento na qualificação; a ênfase na inclusão (a entrada lhar com desenvolvimento desde o início do projeto, para de mulheres nas obras é um perfeito exemplo disso); e a capacitar e absorver o maior número possível de pessoas. transparente relação com as comunidades do entorno são Não seria apenas a empregabilidade pronta para a opera- alguns dos pilares que sustentam o Grupo JCPM. A escolha ção, mas desde a origem”, lembra Lúcia. por trilhar esse caminho não se mede por premiações ou Tudo isso se concretizou no RioMar Recife. A atmos- holofotes, e sim por traduzir a integridade na prática do cofera de conversa com a comunidade foi ampliada para a mércio e no trato com as pessoas, iniciada, há oitenta anos, formação - mais um importante eixo de atuação do Grupo por Pedro Paes Mendonça.

JCPM. “Fomos convocando as pessoas que tivessem inte“Acreditamos que desenvolver pessoas é tão imporresse em trabalhar, para que elas se cadastrassem conos- tante quanto desenvolver projetos. Por isso, pautamos co e se inscrevessem, independente de sexo e idade. Fi- nossa conduta no compromisso social, algo que vai além zemos parcerias com o Senai para os cursos de pedreiros, da responsabilidade social. Compromisso é olhar para o armadores, carpinteiros; com o Sebrae para a formação conjunto e contribuir com que for possível para o desenempreendedora; e, depois, começamos a discutir com o volvimento”, comenta o presidente do Grupo JCPM, João Senac a formação para o varejo e o comércio. Sabíamos Carlos Paes Mendonça.

João Carlos Paes Mendonça

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CANTEIRO HUMANIZADO / CONTRAPARTIDAS

UM CANTEIRO DE OPORTUNIDADES Biblioteca, cursos de formação e de língua estrangeira ajudam a construir outras histórias

Paulo tornou-se um dos frequentadores da biblioteca no canteiro de obras

Q

uando soube da construção do Shopping RioMar Fortaleza, Paulo Rodrigues, 42 anos, decidiu que era hora de aprender mais sobre a profissão. Participou do curso para pedreiro oferecido no canteiro e trabalhou na obra até ver erguido o empreendimento no bairro do Papicu, em Fortaleza. Em menos de três meses, voltou a ter carteira de trabalho assinada, desta vez para atuar na construção do RioMar Presidente Kennedy, cuja conclusão está prevista para outubro de 2016. “Pude fazer um curso, ser contratado e agora estou aplicando o que aprendi na construção deste novo shopping”, comenta.

A vontade de aprender, no entanto, não parou por aí. Paulo é hoje um dos recordistas na leitura de livros dentro do canteiro. A biblioteca, com mais de 200 volumes, é aberta diariamente para aqueles que dese8

jam se dedicar à leitura. Exemplares de Machado de Assis, João Ubaldo Ribeiro, Vinícius de Morais e Mário Quintana dividem espaço com títulos infantis e livros que contribuem com a preparação para concursos e vestibulares. A ação é uma parceria do Grupo JCPM com o Serviço Social da Indústria (Sesi), que disponibiliza um acervo temporário, renovado a cada cinco meses. “A leitura vai abrindo a mente, vai despertando emoções novas”, diz Paulo, que costuma levar os livros para ler em casa, incentivando as duas filhas.

O armador Jorge Assef também perdeu as contas de quantos livros já leu na obra. Admirador do escritor baiano Jorge Amado, procura dividir seu tempo entre romances, poemas e livros didáticos. “A literatura é fascinante. Prende a atenção, nos leva a aprender mais e a viajar por outros mundos e histórias”, expli-

ca. No tempo livre, costuma arriscar seus próprios versos. “Sempre falo de amor, dos sentimentos que mais me tocam”, conta. Na sua ficha, na biblioteca, o último livro solicitado é uma gramática. “Para escrever bem é preciso estar em dia com o português.

Sempre que posso, reviso tudo”, diz.

Além da biblioteca, o canteiro oferece outras oportunidades para quem deseja aprender mais. A exemplo do que ocorreu no Recife e no RioMar Fortaleza, os colaboradores podem se inscrever para aulas de inglês, informática e até de música. Paulo, o mesmo que já fez o curso de pedreiro e que visita frequentemente a biblioteca, não perdeu tempo. Recentemente, concluiu o curso de informática e, pela primeira vez, passou a navegar na rede. “A internet é como a leitura, vai abrindo outras portas”, comenta, com um olho no livro e outro na tela do computador, equipamento que pretende comprar em breve.

Afinando resultados

O

dedilhado de cordas surpreende quem passa no canteiro do RioMar Presidente Kennedy. O som, que contrasta com o ruído da obra, vem das aulas de violão promovidas pelo Instituto João Carlos Paes Mendonça (IJCPM). É lá onde o carpinteiro José Valdemir da Rocha, de 35 anos, está aprendendo os primeiros acordes.

“Comprei um violão há mais de 15 anos, mas não conseguia aprender a tocar.

Agora, estou indo com tudo. Tem sido uma oportunidade única”, disse.

Para o músico iniciante, a atenção dada pelo Grupo está em todas as partes. “Onde, em um canteiro de obras, eu poderia ter aulas de violão? Isso nos motiva ainda mais”, diz. O curso de música acontece duas vezes por semana, sempre ao final do expediente. Participam aproximadamente 10 estudantes, que recebem acompanhamento de músicos profissionais.

Primeiros acordes: José recebe aulas de violão

Momento de aprender Ediléia, única mulher no curso para eletricista

A

ntes de iniciar os empreendimentos, a comunidade participa de reuniões com integrantes do Grupo. É a hora de esclarecer dúvidas, de entender as principais demandas e de viabilizar contrapartidas possíveis junto com o poder público. Em seguida, começa o cadastramento das pessoas do entorno com alguma experiência em Carteira de Trabalho em atividades relacionadas à construção civil – e interessadas em participar dos cursos de capacitação. As oportunidades, no entanto, continuam existindo dentro do canteiro de obras.

Ediléia Lima, 19 anos, é um dos exemplos. Ela participa da qualificação com curso de eletricista, “um tema que mal conhecia até frequentar a sala de aula”, como costuma dizer. Única mulher em uma turma de 30 pessoas, soube do curso no bairro onde mora, localizado próximo ao RioMar Presidente Kennedy. “Decidi sair de Paracuru, cidade onde cresci, para morar em Fortaleza. Em menos de dois meses, me deparei com essa grande oportunidade”, conta.

Curiosa em conhecer mais sobre a eletricidade, praticou o que já vem aprendendo há dois meses na casa dos pais. “Comecei a fazer a instalação elétrica deles, com os primeiros reparos na rede”, diz a estudante que agora quer se preparar para ser engenheira. “Meu pai me considera uma guerreira. Vou continuar me esforçando para 9 seguir alcançando novas conquistas”.

Bill Clinton perdeu quase 7kg com o Programa de Reeducação Alimentar

HORA DA REFEIÇÃO E DE CUIDAR DA SAÚDE Mais de mil pessoas já foram atendidas no programa de reeducação alimentar

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S

alada, jerimum, feijão e arroz integral. O prato de Bill Clinton, 19 anos, poderia ser feito em qualquer colônia para redução do peso. “Mais baixo e um pouco mais pesado”, como se define em relação ex-presidente norte-americano de quem carrega o nome, o servente se alimenta durante a semana no refeitório do canteiro de obras do RioMar Presidente Kennedy – um local climatizado, com cardápio balanceado e com programas de reeducação alimentar disponíveis para todos os colaboradores. A exemplo do xará, o Bill Clinton da obra tem também um histórico de vencedor. Foi o colaborador que mais perdeu peso em apenas um mês. Atingiu a marca de quase 7 Kg a menos. “Ainda quero perder mais”, diz, confiante.

COMER BEM 4 mil

refeições por dia em média são servidas na obra de um shopping

100 pratos no cardápio

1,6 milhão de refeições servidas no RioMar Recife

1,5 milhão de refeições servidas no RioMar Fortaleza

3 mil

toneladas de alimentos na construção dos shoppings

atendidas pelo 1 mil pessoas Programa de Reeducação Alimentar

No refeitório do Presidente Kennedy, onde são servidas mais de 1,5 mil refeições por dia, a hora de se alimentar é também o momento de cuidar da saúde. Só na construção do RioMar Fortaleza este número foi quase o dobro: aproximadamente três mil por dia. Como Clinton, são mais de mil pessoas já atendidas pelo Programa de Reeducação Alimentar, uma medida de estímulo à alimentação mais saudável implantada desde as obras do RioMar Recife. Quem decide fazer a dieta, passa por acompanhamento médico e nutricional.

Os cuidados são ainda maiores para quem sofre de doenças como diabetes e hipertensão. “A avaliação é feita periodicamente, com orientação específica para cada profissional.

Eles já saem do consultório com uma

previsão até a conclusão 500 mil édoaPresidente Kennedy

receita nutricional, que também deve ser seguida em casa”, explica Rebeca Uchôa, nutricionista da obra. Clinton está seguindo as recomendações à risca. Não abre mão da salada nem do arroz integral ao chegar em casa.

Cortou tudo aquilo que não estava lhe fazendo bem e trocou as horas em frente à TV por mais partidas de futebol, junto com corridas semanais. “A gente sente a diferença. Fica mais disposto e mais maneiro”, disse.

Durante as refeições, com uma variedade que pode chegar a até 100 pratos, pode-se escolher entre a ala da “dieta”, para aqueles que integram o programa de reeducação alimentar, ou da refeição tradicional. “Com isso, fica mais fácil evidenciar o cardápio para quem precisa de demandas nutritivas especiais, principalmente por

questões de saúde”, explica Rebeca.

São mais de 60 pessoas trabalhando apenas na produção dos alimentos, atendendo às demandas de café da manhã, almoço e jantar.

Somando o período de construção dos três centros comerciais, estima-se que serão consumidas aproximadamente 3 mil toneladas de alimentos. Mensalmente, apenas nas obras do Presidente Kennedy, são mais seis toneladas de carnes, cinco de arroz e outras cinco de macarrão. “Nós seguimos o PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador da construção civil, sempre trabalhando na diversificação. Oferecemos os nutrientes essenciais, sempre com mais de uma opção”, explica Rebeca.

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Pausa para a oração: reunião de colaboradores nas obras do RioMar Fortaleza

Lugar de fé

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urante a obra do RioMar Fortaleza, um hábito foi instituído por alguns dos trabalhadores. Pouco antes do meio-dia, operários se reuniam em um espaço no térreo. Ao redor, blocos de concreto, cadeiras de plástico, um banco de madeira retangular e um púlpito. Apertos de mãos, exemplares da Bíblia, logo todos se ajoelhavam e começavam a rezar.

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Instituído pelos próprios funcionários da obra, o culto ecumênico virou uma referência no dia a dia durante a construção, um momento reservado para a religiosidade e a fé no canteiro de obras, que também acontece nas obras do RioMar Presidente Kennedy. Manuel Alves, servente, ex-presidiário, é um dos frequentadores mais assíduos. “Todos são bem-vindos para ouvir a palavra do Senhor”, diz. Trechos da bíblia são declamados entre um cântico e outro. Há sempre a partilha de alguma experiência.

Luciano Souza, ajudante de encanador, prestou atenção em tudo na primeira vez em que foi a um dos cultos, que tem 30 minutos de duração. Ao seu lado, o servente Carlos Alberto do Nascimento reconhecia a importância daqueles instantes voltados para a interiorização individual: “A gente chega aqui e logo tira o peso. Sai mais fortalecido, abençoado para enfrentar o restante do dia de trabalho e para lidar com qualquer dificuldade que apareça.”

Segurança é item obrigatório

André relata que são cerca de seis técnicos em segurança para cada 100 pessoas

Carlos Alberto participa do momento de reflexão dentro do canteiro.

O

cuidado com as pessoas dentro da obra também se reflete nas normas de segurança do trabalho. Antes de ingressar em qualquer atividade é preciso passar por um momento de integração no “Espaço de Formação Profissional”. O curso prevê quatro dias de aulas, todas na área chamada de QSMS – qualidade, segurança, meio ambiente e saúde. As medidas de prevenção estão presentes ao longo de todo o canteiro, com sinalização específica, e acompanhamento permanente de técnicos de segurança.

Para se ter uma dimensão, o número de profissionais responsáveis por evitar acidentes supera o exigido pelas normas que regulam o setor. Segundo André Fragoso, líder em segurança do trabalho, a legislação fala em 1 técnico para um total de 250 pessoas envolvidas na construção. “No RioMar Fortaleza, nós tivemos 6 técnicos para cada 250, e eles são responsáveis pela fiscalização dos EPI, que são os equipamentos obrigatórios de segurança, pela organização do pessoal e acompanhamento das atividades de maiores risco”, ensina.

Há orientações específicas, por exemplo, para quem atua em plataformas de trabalho aéreo. “Nada é feito aqui sem a máxima segurança”, garante Fragoso. Para o profissional, a atenção tem de ser redobrada, sobretudo pela dimensão das obras. “Quanto mais seguro for o ambiente, maior a qualidade, a rapidez e a produtividade”, argumenta o técnico, que trouxe sua experiência do RioMar Recife para as empreitadas cearenses.

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Adriana venceu o preconceito e hoje trabalha como armador na construção dos shoppings

BENDITAS SOIS VÓS ENTRE OS HOMENS Cada vez mais numerosas nos canteiros de obras, elas aprenderam uma nova profissão e agora começam a construir um futuro diferente 14

A

função se chama “armador”, mesmo para Adriana de Souza Ferreira, que se destacou nesse campo de atuação na construção do RioMar Fortaleza e agora nas obras do Presidente Kennedy. “Não existe armadora, não sei o motivo”, ela sinaliza. Carioca de nascença, com Duque de Caxias na certidão, veio para o Ceará com 11 anos. Antes de entrar na construção civil, trabalhou no comércio, inclusive em Pernambuco, onde vendeu quadros em Paulista e em Olinda. Foi lá que ficou sabendo da obra do RioMar Recife, mas as circunstâncias que a fixavam no estado não permitiram que Adriana fosse atrás de uma vaga.

Quis o destino que ela se mudasse para Fortaleza. Ficou sabendo da oferta de cursos nos bairros das cercanias da Lagoa do Papicu. Fez o de alvenaria, “100% dado no Senai”, como lembra. “Só queria saber de construção civil. Eu já tinha ajudado até a construir a casa do meu pai e quis entrar nessa área para não ficar desempregada, pois sabia que tinha demanda”, recorda. Mas era, como ainda é na maioria das vezes, um ambiente predominantemente masculino. “Foram 2 meses e 15 dias de cursos e éramos apenas eu e mais duas mulheres. Participamos da obra para fazer o jardim, mas eu quis aprender mais, aí entrei no curso de drywall”, diz Adriana.

Ela ocupou um posto de servente, com a expectativa de concorrer assim que abrisse uma vaga no campo. “E lá fui eu. Três meses na limpeza, surgiu minha vaga”. No setor de alvenaria, existem as vagas para pedreiro, carpinteiro e armador. Adriana, 41 anos, foi para esta última, logo aquela onde não existe o equivalente feminino. E brilhou.

José Edmildo de Oliveira, conhecido por Sibithy e encarregado da equipe de armadores dela, é só elogios. “É um orgulho tê-la aqui conosco. Ela é trabalhadora, esforçada, não deixa de fazer nada por ser mulher, muito

pelo contrário”, aponta. Ao armador cabe o preparo de todas as ferragens de uma obra. Para se ter uma ideia da importância da função, não existe nenhum pedaço de concreto armado sem que por dentro dele esteja o emaranhado de ferros alicerçado por um armador. Adriana se dedicou com afinco e, sete meses depois, conseguiu sua classificação como “armador” - “nós somos os primeiros a entrar numa obra”, ressalta, feliz da relevância da sua contribuição.

Ela segue estudando em uma escola técnica, no curso de edificações, e pretende ser mestre de obras, enquanto, para diversificar os horizontes, mantém uma barraca de

maio de 2013, como auxiliar de almoxarifado. Um dia, ouviu do chefe o desafio de saber se era capaz de dirigir uma máquina daquelas. “Aí pensei alto: ‘Será que consigo?’ Ele ouviu e quis pagar para ver. Fiz o curso em uma semana e em um mês já estava operando a empilhadeira”, comenta.

Ela é a única mulher entre os 15 operadores do seu setor. “Para mim, tudo é novidade. Estou adorando”, diz Marylene, que acredita que o olhar feminino é sempre muito cuidadoso. “Na obra, todo dia temos DDS - Diálogo diário de segurança, e depois cada um faz o checklist na sua máquina. Eu olho tudo: a torre, o garfo, verifico os óleos. Quando estou

Empilhadeira: Francisca é uma das responsáveis por operar a máquina

venda de roupas em uma feira pública. “Nós, mulheres, temos que estar sempre fazendo muitas coisas, né?

Sempre foi assim, principalmente para quem é mãe e trabalha. Comigo não podia ser diferente”, comenta.

Em outro setor também predominantemente ocupado por homens, Francisca Marylene de Andrade, 34, é valorizada pelo empenho com que opera uma empilhadeira. Ela entrou na obra do RioMar Fortaleza em

dirigindo, preciso de muita atenção não apenas com o que estou carregando, mas com os pedestres, principalmente”, garante aquela que não se incomoda de ser uma mulher no meio dos homens. “Faço meu trabalho e todos respeitam”, pontua. Benditas sois vós, Marylene e Adriana, entre os homens, que ainda formam a esmagadora maioria dos trabalhadores em construção civil. Mas há exceções.

E das melhores.

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Outra rota

Adriana vendia lanches nas proximidades da obra. Conquistou emprego no shopping e mudou de endereço: deixou as palafitas para morar em casa própria

E

la tem 37 anos e orgulho de dizer que trabalha como camareira do RioMar Recife. Em que consiste sua função? “Sou a responsável por manter o banheiro limpo, em ordem, sempre OK. O lugar precisa mostrar limpeza, boa higiene e ter um bom aroma”, conta Adriana da Silva Rodrigues, cuja relação com o estabelecimento começou da maneira mais inusitada possível, levou-a para dentro da obra por 1 ano e 8 meses, em seguida para mais um período no Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM), até que chegasse o momento de tornar-se funcionária do shopping. E essa relação nem de longe está perto do fim.

Nascida e criada no Jardim Beira-Rio, Adriana vendia lanches pelo bairro. Vivia numa casa nas palafitas, como boa parte dos moradores da comunidade. Lá, teve as duas filhas e fez planos para uma vida melhor, que, confessa, não sabia se existiria. Até que tiveram início as obras de construção do shopping e ela enxergou uma janela de oportunidade.

“Comecei a vender meus lanches por lá. Botava cachorro quente, pão com queijo, bolo, mungunzá, refrigerante, café. Aí chegava o porteiro para mim e dizia que eu não podia vender na frente da obra”, recorda.

“Eu perguntava a ele: ‘Então como é que eu faço, pois não posso deixar de ganhar meu pão?’. E ele respondia: ‘Por que você não fica aqui na obra? É só fazer um curso gratuito’. Mas eu achava que não podia, pois tinha tão pouco estudo”. Só que Adriana resolveu ir em frente, seguindo seu instinto, pois ânimo e vontade da fazer ela tinha de sobra. Fez o curso de auxiliar de limpeza e conservação e, em dois meses, já trabalhava na obra. “Fiz o curso do Senac de Qualificação para o Varejo”, recorda. Passou a integrar o time dos serviços gerais e gostou de reparar que havia mais mulheres também.

Uma década depois, saiu das palafitas para o conjunto habitacional Via Mangue, cujo terreno para a construção das casas foi mais uma contrapartida do Shopping.

Hoje, as duas filhas estudam e Adriana trabalha. Será que ainda vende lanches? “Não, só vivo mesmo do meu emprego”, conta. Entusiasmada pelo resultado obtido com a oportunidade de se capacitar, resolveu voltar ao estudo: matriculou-se no EJA, o projeto de Educação de Jovens e Adultos que leva o ensino médio para todos que não puderam cursá-lo. “Recebi o incentivo que me encorajou a seguir adiante. Voltei para a escola e quero seguir em frente”, garante.

Recebi o incentivo que me encorajou a seguir adiante.

Voltei para a escola e quero seguir em frente.”

Adriana da Silva

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Das alturas

A

participação das mulheres no canteiro de obras tem aumentado.

Até agora, cerca de 150 já atuaram nas obras de Recife e Fortaleza. Um exemplo é Liziane Silva da Silva, operadora de cremalhaira, uma espécie de elevador utilizado na obra para pessoas e equipamentos. Do alto, ela é responsável por gerenciar os comandos da máquina, função que aprendeu na obra depois de conseguir ser inserida por meio do curso de pedreira. A antiga empregada doméstica quer seguir em frente na profissão. E tem motivos de sobra. Foi promovida três vezes nos últimos dois anos.

“Aqui não tem peão e patrão.

Somos todos colaboradores, porque o tempo inteiro somos ouvidos e chamados a contribuir de alguma forma.

Isso faz toda diferença”, diz.

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LIÇÕES DE CARNAVAL Eilton redescobriu a profissão, não deixa de investir em novos cursos de formação e se destaca no grupo da terceira idade do RioMar

N

a carteira de identidade, o nome de batismo apresenta Eilton José Pimentel, nascido em 1949, no Recife. No seu perfil no Facebook, consta que é casado com Ilza, pai de Esdras e Ellen Jéssica, morador de Brasília Teimosa, comunidade da Zona Sul da capital pernambucana. Mas é pelo apelido e pela função que ocupou nas obras dos shoppings RioMar Recife, Fortaleza e agora no Presidente Kennedy que ele é conhecido por todos, sem exceção: Carnaval. De capacete azul, cinturão de equipamentos a tiracolo, lá vem seu Carnaval, o eletricista.

Luva de couro, chave de fenda, alicate de corte na mão, ele é um exemplo de bom humor e dedicação ao trabalho. Sua trajetória, porém, não começou entre as subestações de transmissão de energia ou na supervisão dos quadros elétricos. Seu Carnaval tem décadas de serviços prestados em diversas empresas e funções.

Trabalhou numa indústria de vidros, como mecânico industrial; passou por uma siderúrgica; atuou, como mecânico, em dois grandes hotéis do Recife. “Cheguei lá sem ser eletricista, sem nada. Mas já tinha aprendido alguma coisa, nos lugares por onde passei, e fui ficando. Quando disseram que quem não tinha o curso técnico não poderia ficar... Fui fazer o curso”, recorda seu Carnaval.

Somou o curso básico de elétrica predial à bagagem dos anos de trabalho e pronto: o mecânico ficou para trás, eletricista seria o futuro. Mas, já perto de se aposentar, veio o inesperado: a demissão. “A pessoa vai envelhecendo e aí é fogo, viu? Porque você vai vendo que ninguém vai querer mais lhe contratar.

Eu passava os dias meio triste”, rememora.

Um dia, passando pelas ruas de Brasília Teimosa, ele viu o anúncio que convocava os moradores de lá para participarem da construção do RioMar Recife. “Cheguei em casa dizendo que iria lá me inscrever, mas que achava difícil ficar. Porque ninguém ia querer alguém da minha idade”, lembra. Quiseram. E lá se foi seu Carnaval para o RioMar Recife, fazer o curso de NR10 – formação essencial para os procedimentos relacionados à energia elétrica numa obra. Passou 2 anos e 2 meses. Chegando a data de inauguração do shopping, ele se deu conta de que queria seguir adiante. “Não tenho mais idade para ficar parado. Aí, vim para Fortaleza.”

Em fevereiro de 2014, transportou sua alegria e seu apelido para a obra do RioMar da capital cearense. Fez um curso de computação, outro de comando (uma especialização voltada para os eletricistas, com foco no quadro geral de automação). “Estou sempre fazendo curso, que é para não esquecer”, ensina ele que, no Ceará, já atuou nas obras do RioMar Fortaleza e seguiu para o RioMar Presidente Kennedy.

Não tenho mais idade para ficar parado. Aí, vim para Fortaleza.”

Seu Carnaval.

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Existe um mundo à nossa volta Alargamentos de ruas e avenidas no RioMar Presidente Kennedy

A construção de novas unidades do RioMar está acompanhada de um conjunto de obras de infraestrutura urbana, fora dos empreendimentos

O

desafio de integrar grandes empreendimentos ao cotidiano das cidades tem se tornado uma condição que envolve desde o canteiro obras até a adoção de novos e mais sustentáveis padrões de construção.

No entanto, é também preciso ir além dos muros, com novos vínculos estabelecidos com quem vive no entorno, trazendo ganhos reais à população.

Essa mudança de padrão alcança maior representatividade quando alinhada com as demandas de planejamento urbano, com o redesenho de uma nova centralidade em regiões inteiras. Tem sido assim com a construção do complexo de Shoppings RioMar. No Recife ou em Fortaleza, onde novos centros comerciais foram ou estão sendo erguidos, um conjunto de contrapartidas é sempre oferecido às capitais, criando uma nova rede de serviços e de obras estruturadoras.

Nos últimos cinco anos, desde a construção da primeira unidade em Pernambuco, já foram investidos mais de R$ 92 milhões em ações de

infraestrutura, incluindo as unidades do Ceará, como rede de iluminação, novas vias de acesso e até a aquisição de terrenos para que conjuntos habitacionais sejam erguidos pelo poder público. Considerando os aportes na capital baiana, no entorno do Salvador Shopping, são mais R$ 40 milhões, totalizando R$ 132 milhões. No Recife, apenas na área de mobilidade urbana, o empreendimento assegurou a construção de um viaduto, melhorando a fluidez do trânsito na região. Mais de 4,5 quilômetros de ruas e avenidas foram construídos ou requalificados.

Além dos novos caminhos, o shopping também previu mais acessos aos pedestres, com uma nova passarela, junto com uma a alça erguida na Ponte Paulo Guerra, que trouxe mais segurança ao tráfego da Zona Sul ao Centro da capital pernambucana.

Em parceria com a Prefeitura do Recife, pessoas que antes residiam em palafitas foram deslocadas e passaram a ter moradia digna. Mais de 350 habitações foram erguidas, em uma área localizada no entorno do

Mais de duas mil mudas de árvores foram plantadas, contribuindo para a cobertura vegetal da região.

RioMar Recife. Outra contrapartida imprescindível, as ações socioambientais foram determinantes para reduzir impactos na Bacia do Pina, uma área cercada por manguezais, um verdadeiro estuário para dezenas de espécies. Mais de duas mil mudas de árvores foram plantadas, contribuindo para a recuperação da cobertura vegetal da região. Em Fortaleza, espaços antes degradados, como a Lagoa do Papicu, receberam atenção especial. A área foi cercada para evitar o avanço da degradação e a ocupação desordenada. Primeiro, com uma grande ação de limpeza.

Depois, com novo projeto paisagístico e a implantação de passeios públicos na região. As intervenções também garantiram a proteção do espaço e a ampliação da área verde no entorno.

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20

Grandes intervenções urbanas

A

penas na capital cearense, as contrapartidas somaram mais de R$ 52 milhões em investimentos. Um dos principais eixos viários já construídos na região, o túnel para acesso ao empreendimento na intersecção da Av. Santos Dumont e a rua César Fonseca, no Bairro do Papicu, está entre as obras realizadas pelo empreendimento. O shopping também implantou um novo binário, que compreende ações de drenagem, pavimentação e a padronização de calçadas em sete ruas do entorno.

Outras vias, como a Prisco Bezerra,

Intervenções do grupo JCPM melhoram áreas no entorno dos shoppings e incluem alças viárias e sinalização

Almeida Prado e Ari Barroso, foram alargadas, oferecendo maior segurança ao trânsito.

Os números chamam atenção: no RioMar Fortaleza foram 9,5 km de novos caminhos construídos ou recuperados. E as mudanças vêm acompanhadas de outras intervenções.

São 144 novos pontos de iluminação, reforço na sinalização de ruas e avenidas, como semáforos, placas de trânsito e faixas de pedestres, além da construção do prédio para o Batalhão da Polícia Militar e da Delegacia de Polícia do Ceará. Com as medidas, a comunidade começa a sentir a dife-

rença. Junto com a nova central de serviços e de compras, surge um amplo conjunto de intervenções urbanas.

A mesma atenção se vê no Shopping RioMar Presidente Kennedy, cujas obras seguem em ritmo acelerado. As principais ruas e avenidas já foram alargadas e receberam novos serviços de urbanização e de sinalização. Também está incluída a construção de uma via interligando o empreendimento a um conjunto de edifícios que estão sendo erguidos pela construtora Moura Dubeux. O investimento em ações que beneficiam o entorno supera a marca de R$ 12 milhões.

TEMPO DE MUDANÇA Contrapartidas Investimento

R$ 132 milhões

Novos caminhos

13,5 km em intervenções urbanas Fortaleza

Recife _ Viaduto de acesso ao Shopping _ Alças viárias _ Píer para pescadores _ Passarela para pedestres _Terreno para construção de casas populares

PRINCIPAIS INTERVENÇÕES

_ Túnel de acesso _ Binário e conjunto de serviços em 7 ruas _ Iluminação e urbanização de novas vias _ Nova sinalização, com 16 semáforos instalados _ Construção do Batalhão da Polícia Militar e da Delegacia de Polícia do Ceará.

Salvador _ Implantação do sistema viário no entorno do shopping; _ Construção de dois viadutos para atender à demanda de fluxo de veículos na entrada principal do empreendimento; _ Construção de três pontes sobre o Rio Camaragibe, sendo: duas para carros com duas faixas e uma para pedestres; _ Implantação de três passarelas; _ Doação definitiva dos terrenos usados para o sistema viário que faziam parte da área do centro comercial.

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TECNOLOGIA CONSTRUTIVA/ IMPACTOS AMBIENTAIS

QUANDO FAZER O NOVO FAZ BEM Novas tecnologias construtivas já são uma referência

N

em sempre o caminho certo torna-se o percurso mais fácil. Mas sempre garante bons resultados ao final da jornada. A opção por construir um empreendimento sustentável, com participação direta de quem vive na região e a redução dos impactos ao meio ambiente, exige aprendizado constante. Da primeira unidade do RioMar, no Recife, até o canteiro de obras do Presidente Kennedy, em Fortaleza, a adoção de novas técnicas construtivas, aliadas a práticas inovadoras, tornam o empreendimento uma referência mundial na construção de centros comerciais. No canteiro, medidas importantes foram adotadas, como o reaproveitamento de materiais, contratos com fornecedores certificados e ambientalmente responsáveis, o monitoramento da qualidade do ar e até a redução da poluição sonora.

O Presidente Kennedy começou a ser construído em 2015, um mês depois da entrega do Shopping RioMar Fortaleza. Mais de 1,4 mil pessoas participam da obra, que dará nova dinâmica a uma das regiões mais populosas da capital cearense. Além do diálogo permanente e da inclusão dos moradores do entorno, com cursos de formação profissional, outras ações foram iniciadas. Entre elas, está a implantação da coleta seletiva de resíduos em todo o canteiro. São cinco centrais de recolhimento, divididas por tipo de material e por áreas onde o fluxo de trabalho está mais intenso.

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Os números comprovam. Somando as obras do RioMar Presidente Kennedy ao Fortaleza e Recife já são mais de 300 toneladas de lixo reciclável. O percentual de lixo reaproveitado atinge a casa dos 94%.

A destinação é feita de acordo com o material coletado, sempre por empresas especializadas. É assim que ocorre com todo papel, plástico, papelão, tinta e óleo recolhidos. Outros insumos, como resíduos de alvenaria e madeira, são reaproveitados dentro da própria obra.

No caso do concreto, o grupo utiliza uma recicladora, responsável por transformar o material em derivados que voltam a ser aplicados na construção. A medida gera economia de aproximadamente 30% no valor de aquisição do produto. “A recicladora foi um equipamento trazido para a obra do RioMar Fortaleza. Com certeza, a primeira do Nordeste. O investimento foi recuperado não somente na matéria, mas principalmente na diminuição do transtorno no entorno, ao reduzir a necessidade de retirada de material ou a entrada dele”, observou Francisco Bacelar, diretor da Divisão Imobiliária do grupo JCPM. A lógica é bem diferente de uma construção tradicional, uma vez que, como explica Bacelar, “com equipamentos desse tamanho, como um shopping, que transforma uma região, é a obra que precisa se adaptar ao entorno e não a região que tem de se adaptar à obra”, disse.

CANTEIRO SUSTENTÁVEL

Recicladora de concreto Máquina que separa o material usado no concreto para aproveitálo novamente

70% de redução de entulhos na construção

94% Situação semelhante ocorre com a madeira. Barrotes e sarrafos descartados na obra ganham nova utilidade e são reaproveitados. De acordo com Francisco Rogério de Souza, encarregado do setor no Presidente Kennedy, nada se perde. Por dia, são reciclados 70 barrotes, que, depois de serem redirecionados para a central, voltam ao canteiro. “Fazemos uma varredura na obra em busca de material passível de ser reciclado.

A madeira que poderia ir para o lixo, se transforma em guarda-corpo, escada e até em estaca”, explicou.

Novas tecnologias construtivas, como o sistema de revestimento drywall (estrutura pré-moldada que gera menos entulhos e é mais fácil de ser transportada), torna-se outro aliado na redução de impactos. De

rápida aplicação, a técnica consiste no emprego de uma camada de gesso, ligada a uma placa de aço, que garante aos ambientes maior conforto acústico e térmico, reduzindo o desperdício de materiais. Nas fachadas, o emprego de estruturas em iso-painel também contribui para a redução de detritos na obra, o que representa, inclusive, menor movimentação de cargas e emissão de gás carbônico (CO2). O zelo na escolha dos materiais repercute, posteriormente, na operação.

“Na obra do RioMar Recife, por exemplo, fizemos um estudo com um especialista da Universidade Federal de São Paulo para saber a incidência do sol em cada horário do dia, de forma que poderíamos saber em qual ponto estaria a luz. Assim, a co-

de lixo reciclável

30% de redução nos ruídos

90% de aproveitamento dos resíduos da obra

50% de melhoria na qualidade do ar Lixo reciclado nas obras 300 toneladas no Recife e em Fortaleza Centrais de resíduos no canteiro 5 instaladas no RioMar Presidente Kennedy

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berta poderia deixar entrar a luminosidade sem atrapalhar as operações.

Pesquisamos e selecionamos um tipo de vidro especial, de alta performance, que permite a passagem de luz ao mesmo tempo em que retém o calor. São vidros chamados Duplar - que recebem uma camada de ar entre eles. Esse material, como a maioria da estrutura da obra, já chegava pronto. Era só ser instalado no local”, complementou Bacelar.

O trabalho de seleção dos materiais foi facilitado com a instalação

dos eco-dutos. Por meio deles, toda sobra é direcionada às centrais de resíduos para, em seguida, ser feita a triagem. Com a medida, a redução de restos de construção não aproveitados já é 70% superior ao verificado em uma construção tradicional. “No RioMar Recife, reaproveitamos o resíduo do estaqueamento para pavimentar o próprio terreno. Ou seja, como esse material não precisou sair, deixamos de ter seis mil viagens de caminhão para sua retirada, o que certamente diminuiu o baru-

lho e incômodo no entorno. Uma construção tradicional, que não utilizasse os métodos e as tecnologias que o Grupo JCPM adota, levaria mais seis meses para ficar pronta”, apontou Bacelar.

Além disso, durante todo o processo construtivo, o monitoramento do ar na região é feito periodicamente. Segundo estimativa dos técnicos, se comparado com outras obras de construção civil, a qualidade aferida pode ser até 50% superior aos métodos tradicionais.

Costume da praça veio à casa Reciclar, em todo lugar, é um dos compromissos de Jaílson

J

aílson Arruda, 33 anos, aprendeu com os pais, desde cedo, a jogar o lixo na lixeira. Só não imaginava que tudo aquilo antes descartado poderia se transformar em novos produtos.

A lição viria anos depois, quando o encarregado de pedreiro se inscreveu para trabalhar nas obras do RioMar Recife. “No curso, aprendi a fazer a separação correta do lixo e a entender o valor de cada item no processo de reutilização”, disse. As primeiras aulas foram suficientes para que decidisse ir além. Reuniu professores e estudantes de uma escola municipal na zona rural de Paudalho (37 km do Recife) e sugeriu que fosse criada a “Gincana da reciclagem”.

O que antes era descartado, começou a somar pontos para a comunidade. “Recolhemos papelão, garrafas e pet, latas de refrigerante e sobras de papel. Todo o material foi comercializado e revertido em renda na própria escola. Resultado: arrecadamos R$ 870,00, valor que permitiu a compra de uma copiadora, na primeira edição, e de um bebedouro, na segunda”, lembra.

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O pedreiro deixou a cidade natal para trabalhar em Fortaleza, atuando nas obras do Papicu e do Presidente Kennedy. Mas o desejo por um mundo mais sustentável seguiram junto com ele. Na obra, liderou o projeto “Recicle seu preguinho”, reunindo milhares de unidades do produto que foram reutilizadas.

No canteiro é conhecido por cobrar dos colegas que todo o lixo seja jogado no lugar correto. “A gente acaba virando um fiscal do bem. Mas o melhor é saber que a maioria dos que trabalham aqui tem a real dimensão da importância da reciclagem”, comemora. Mesmo longe da família, Jaílson diz manter contato permanente com as filhas e a esposa, que agora também aprenderam a separar os produtos recicláveis. “Alugamos uma casa com um galpão. Sempre reunimos o que pode ser reaproveitado para que seja comercializado. Ajudamos o meio ambiente e ainda podemos investir mais na própria casa”, afirma o pedreiro, que pretende montar uma central de resíduos sólidos em sua terra natal.

Tecnologia para reduzir impactos

Sistema construtivo industrializado Uso de pré-moldado e estrutura metálica _ Fachada ventilada _ Automação das instalações (refrigeração, energia) _ Sistema de refrigeração modulado de acordo com a ocupação do shopping _ Tratamento acústico especializado para dar maior conforto ao cliente _ Iluminação Cênica

Dry-wall Estrutura pré-moldada, composta por uma camada de gesso e de aço, que gera menos entulhos e se torna fácil de ser transportada.

Central de reaproveitamento de madeira Reutilização de toda madeira recolhida na obra, com a construção de guarda-corpos, escadas e estacas.

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OPERAÇÃO COM NOVO OLHAR/ COMUNIDADE

SUSTENTABILIDADE: CHEGOU PRA FICAR A adoção de novas práticas, do projeto à operação, trouxe resultados e reconhecimento

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O

zelo com o meio ambiente é um norte nos empreendimentos do Grupo JCPM. A preocupação tem início tão logo qualquer projeto comece a ser esboçado, muito antes de se iniciar a execução das obras.

E prossegue na fase de operação, quando os estabelecimentos já estão abertos ao público. Em decorrência de todas as iniciativas sustentáveis idealizadas para minimizar o impacto durante a construção, e também para garantir o funcionamento adequado sem agressões ao meio, o RioMar Recife foi o primeiro shopping do Brasil a receber o selo de Alta Qualidade Ambiental (AQUA/HQE).

Concedida pela Fundação Vanzolini, de São Paulo, a partir de um selo francês, a certificação é conferida a vários tipos de edificações. Na categoria “edifícios comerciais”, o RioMar Recife, inaugurado em outubro de 2012, foi o primeiro shopping nacional a receber o selo. “Quando começamos a obra, nem tínhamos pensado em certificar. Mas já tínhamos todas as premissas dos programas de alta qualidade na concepção, na execução e na operação. Assim, houve uma convergência de métodos e procedimentos que coincidiam com as exigências do AQUA. Ou seja, não nos adaptamos a ele. Tínhamos os mesmos valores e conceitos”, pontua o diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM, Francisco Bacelar.

O Selo AQUA avalia 14 categorias. O RioMar Recife foi considerado

excelente em oito delas – das quais fazem parte a relação do prédio com o entorno, a gestão de energia, água e resíduos de uso e a operação do edifício. “Ter a certificação AQUA significa que o empreendimento atende à premissa do tripé de sustentabilidade: a garantia ambiental de que uma operação vai consumir menos energia e menos água, vai dar o destino correto aos resíduos e também usar materiais menos agressivos e menos tóxicos, além de trazer um menor impacto junto à comunidade do entorno. Esse é o compromisso do Grupo JCPM”, complementa o gerente de desenvolvimento socioambiental do Grupo JCPM, Sérgio Maffioletti.

A mesma certificação concedida ao RioMar Recife foi outorgada ao RioMar Fortaleza. Ambos os empreendimentos receberam o selo AQUA nas fases de programa, concepção e realização e, posteriormente, na fase de uso e operação do shopping, auditadas durante três anos. Um dos grandes diferenciais dos empreendimentos do Grupo JCPM é justamente o conjunto de medidas tomadas, desde a idealização do projeto, para assegurar uma operação em harmonia com o meio ambiente.

Um exemplo é o sistema de refrigeração utilizado nos shoppings.

Para climatização do ambiente interno, foi adotado um sistema que utiliza vigas frias, pisos frios e a refrigeração que utiliza tanques de termoacumulação (esfriamento da água em três patamares progressi-

vos e uso em horários de pico), onde o sistema de refrigeração recupera e reutiliza a água de condensação do ar condicionado nas torres de refrigeração, proporcionando uma economia anual de 30 milhões de litros. A água pluvial é armazenada em um tanque cuja capacidade de armazenamento chega a 3,5 milhões de litros, podendo, em um ano, acumular cerca de 48 milhões de litros, dependendo do nível das chuvas.

Em seguida, a água vai para a CAG - Central de Água Gelada, onde por meio de bombas, chillers e tonéis de resfriamento (tudo automatizado) é refrigerada e bombeada para estruturas ao longo do shopping (as vigas frias). Esse sistema de ar-condicionado diminui em 36% o consumo em relação a projetos convencionais. “Isso garante que não haja um constante consumo de energia para manter a refrigeração do shopping.

E, também pensando na sustentabilidade, estudamos a média de precipitações do Recife e percebemos que era melhor aproveitar a água que vem da natureza para o sistema de ar condicionado e para uso nos vasos sanitários e na irrigação da área verde do shopping. Nos períodos em que a chuva é maior, alinhada às demais soluções adotadas como uso de equipamentos mais econômicos nos banheiros e nas áreas de operação, chegamos a obter economia de até 50% no consumo de água”, acrescentou Sérgio Maffioletti.

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO economiza anualmente 30 milhões de litros de água

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SUSTENTABILIDADE EM NÚMEROS

RIOMAR RECIFE MEIO AMBIENTE PRESERVAÇÃO e zelo do mangue localizado no entorno do shopping

ACRÉSCIMO de 40 mil m2 de área verde na área externa do shopping

PLANTIO de 2.183 árvores para recriar o ambiente nativo e atrair novamente espécies que já haviam abandonado a área.

Entre as plantas, algumas raras espécies de palmeiras 28

O CONCEITO E HOJE É, SE NO FUNCION

DE SUSTENTABILIDADE NORTEOU AS OBRAS DO GRUPO JCPM EM DÚVIDA, UMA DAS PRINCIPAIS DIRETRIZES NAMENTO DE TODOS OS EMPREENDIMENTOS

ARQUITETURA VALORIZAÇÃO da paisagem existente, transformando-a em componente ecológico, além de importante elemento estético

CONCEPÇÃO do projeto arquitetônico em harmonia com o entorno, tendo, inclusive, sido criada uma via de contorno pública, ao redor do shopping, arborizada, com ciclovia e calçadão

PROJETO arquitetônico que privilegia espaços amplos que se interligam, com cobertura transparente que permite a entrada de luz natural; ênfase no paisagismo não apenas com função estética, mas também ecológica; e tratamento acústico nos ambientes do shopping, permitindo um maior conforto na circulação

ECONOMIA CONSUMO total de energia 35% menor em comparação com outros estabelecimentos comerciais de porte similar, por causa do uso de sistemas eficientes de resfriamento, automação predial integrada, dos vidros eficientes e do aproveitamento máximo da iluminação natural em consonância com a iluminação artificial nas áreas envidraçadas

POR CONTA DAS ESTRUTURAS arquitetônicas de vidro, os domos, estima-se que entre 10h e 17h o gasto energético com iluminação artificial do empreendimento seja 60% inferior, pela iluminação natural

ECONOMIA de 50% de água através de captação pluvial para reaproveitamento da água em irrigação, vasos sanitários e ar condicionado Isso abrange ainda as descargas a vácuo (cerca de 80% de economia de água), torneiras e mictórios com sensores de presença, que garantem apenas a água necessária para estas atividades 60 MILHÕES de litros de água - é a economia estimada, por ano, com o reuso de águas pluviais e do sistema de condensação 29

LIXO: “QUASE NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA” Central de reciclagem é instalada nos shoppings, em iniciativa pioneira no País

RioMar Presidente Kennedy: triagem do lixo é feita ainda no canteiro de obras

O

que fazer com o lixo, com tudo que é jogado fora pela sociedade, com os descartes do cotidiano?

A resposta para essa pergunta requer, acima de tudo, compromisso - não apenas com o meio ambiente, mas com o próximo e, principalmente, com a ideia de futuro. A prática do Grupo JCPM com relação aos resíduos denota o cuidado com o entorno, com a cidade e com as pessoas. É uma iniciativa que vislumbra o aproveitamento de boa parte do material descartado, colaborando, assim, para a reciclagem dos materiais sólidos, para o reuso do material orgânico e para a construção de uma melhor relação de todos com 30

o que sobra após um dia de trabalho.

A primeira central foi construída no Salvador Shopping. O formato foi aperfeiçoado e o RioMar Recife inaugurou uma estrutura ainda mais equipada com a mesma finalidade.

A central de resíduos do Shopping RioMar Recife foi a primeira implantada em estabelecimentos comerciais das regiões Norte e Nordeste.

“Normalmente, os shoppings fazem o processo de separação e prensagem dos resíduos reciclados nas docas, onde entram e saem os produtos. No nosso caso, os resíduos só chegam ali como um local prévio, de recepção, para depois sair para a central de resíduo. Então, há um

ambiente separado, dimensionado e preparado para receber os resíduos recicláveis”, destacou o gerente de desenvolvimento socioambiental do Grupo JCPM, Sérgio Maffioletti, ao se referir às novas estruturas.

Trezentas toneladas de resíduos são geradas por mês, entre recicláveis e não recicláveis. A maioria dos resíduos recicláveis - de 75% a 80%, segundo Maffioletti, é de papelão. Somando aos demais, são encaminhados para reciclagem cerca de 59 toneladas por mês. Os resíduos orgânicos - restos de comida, sobras dos restaurantes das praças de alimentação - são separados e levados pela equipe do shopping até as docas. Na prática, os resíduos chegam e podem ficar até três dias

Cooperativas crescem com o apoio oferecido pelos Shoppings

acondicionados na câmara fria. No RioMar Recife, o empreendimento firmou uma parceria com a Lógica Ambiental para tratamento e compostagem desse material.

“Nós buscamos desenvolver as oportunidades de encaminhamento desse resíduo para tratamento.

No orgânico, identificamos a Lógica Ambiental, formalizamos a parceria, solicitamos à empresa transportadora de resíduos que desenvolvesse uma caçamba específica pra acondicionar os resíduos orgânicos - fechada e com sistema de estanqueamento para não haver o vazamento de líquido. Chegando lá, a Lógica faz o processo de transformação térmica e bacteriológica, decompondo o orgânico e, em seguida, misturando com terra até formar um adubo”, explica Maffioletti.

O resultado: esse adubo volta para o RioMar Recife, sendo aproveitado nos jardins, nos canteiros e nos vasos internos do estabelecimento.

Fora isso, o shopping segue atuando na perspectiva de conscientizar todos os lojistas para a separação efetiva do lixo. O RioMar Fortaleza, por exemplo, já inovou ao instituir, nos próprios restaurantes, coletores específicos para separação do lixo or-

gânico e dos resíduos secos em cada empresa. É importante fazer e, ao servir de exemplo, incentivar todos os parceiros a pensar juntos na melhor forma de reaproveitar e assim preservar a natureza.

E O ÓLEO VIROU SABÃO Uma outra parceria estabelecida pelo RioMar Recife aproveita o óleo de cozinha usado, que é processado para se tornar sabão em barra.

De dois a três mil litros por mês são gerados pelos restaurantes. Os parceiros nessa coleta específica depositam o resíduo líquido acumulado de uma semana nas “bombonas” de 50 litros, fornecidas pela indústria ASA. A Asa utiliza esse material para fazer sabão em barra e outros produtos de limpeza. Assim, o investimento em sustentabilidade do Grupo JCPM, acrescido ao senso de responsabilidade de um outro grupo empresarial nordestino, garantem um destino apropriado para o que seria comumente jogado pelo ralo da pia.

“Criamos essa parceria com a Asa, empresa que tem uma enorme ação de sustentabilidade. Garantimos o controle de que os restaurantes coletam de forma adequada e, também, asseguramos que os restos de óleo

estão sendo encaminhados para o reuso, em uma revalorização correta.

Ao mesmo tempo, parte desse volume coletado, que rende R$ 200,00 por tonelada, é encaminhada para a Fundação Terra, uma instituição que o Grupo JCPM apoia. Assim, também se inseriu o viés social nessa proposta ambiental”, reforçou Sérgio Maffioletti.

COOPERATIVAS Um diferencial no cotidiano da central de resíduos é a relação estabelecida entre o grupo JCPM e cooperativas que trabalham com lixo reciclado. No RioMar Recife, por exemplo, atuam a Pró-Recife e a Coopagres. As duas se revezam - uma opera a cada semana - para aproveitar o material sólido descartado rotineiramente pelos lojistas. Além do papelão, são reutilizados também o plástico, as garrafas PET, o alumínio e o que pode ser considerado sucata.

Laudicéia Maria dos Santos é a diretora da Cooperativa de Trabalho de Catadores de Resíduos Sólidos e Recicláveis/Coopagres, situada no bairro de São José, na região central do Recife. Ela coordena uma equipe de 28 cooperados, que desde 2012, quando da inauguração do RioMar Recife, trabalha no local, das 8h às 31

DESTAQUES

17h. “Só de papelão, são dez toneladas por semana”, diz.

Cada cooperativa coleta de 24 a 36 toneladas por mês. O papelão é separado em fardos e prensado na própria central de resíduos, facilitando o manuseio e o transporte. José Ernesto da Silva Neto é um dos que integram a equipe da Coopagres. Pai de uma menina de 9 anos, ele entende que seu ofício é importante pois, alem de gerar renda para a família, transforma a sociedade: “Evitamos que esse lixo vá para as ruas e seja tratado de maneira errada. Estamos cuidado do meio ambiente”.

Cerca de 48 famílias são beneficiadas pela atuação das duas cooperativas. As toneladas de papelão são revendidas para fábricas que operam com a reciclagem do material. “Vendemos para as fábricas, que vão poder dar um uso correto para tudo isso, que em outra condição estaria no lixo, nas ruas ou mesmo jogado em qualquer lugar”, comenta Laudicéia.

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Fortaleza O mesmo princípio de atuação foi desenvolvido no RioMar Fortaleza. Em apenas seis meses de funcionamento, passaram pela Central de Resíduos mais de 150 toneladas de materiais recicláveis.

Essa atenção ao meio ambiente se transformou em oportunidade para Antônia da Silva, de 45 anos. Depois de trabalhar anos como empregada doméstica, descobriu um novo ofício, ao participar da cooperativa. O trabalho tem ajudado a manter a casa, onde mora com filhos e netos. “O lixo, aqui, vira fonte de renda. Já consegui até comprar minha primeira máquina de lavar”, conta.

Bem Viver

M

aria Auxiliadora Ferreira, 66, veio da comunidade do Jardim Beira-Rio e era uma das mais empolgadas: “Não poderia perder, estou achando tudo ótimo”.

Trouxe a cunhada, Maria Luísa Afonso Ferreira, 61, para lhe acompanhar no primeiro dia. Elizete Galvão, 56, e Solange do Monte, 55, também vieram do mesmo bairro. “Somos sedentárias. Essa é uma boa oportunidade para nos movimentar”, diziam, entre um alongamento e outro.

Todas elas participaram da primeira aula do projeto Bem Viver, parceria entre o Instituto JCPM, o RioMar Recife e a Companhia Athletica, firmada com o intuito de estimular o exercício físico como indutor de uma vida mais saudável para os moradores das comunidades do entorno.

Todas as terças e quintas, das 8h às 10h, quem chegar a uma extensa área do estacionamento do RioMar Recife vai se deparar com sessenta senhores e senhoras - sorridentes e animados - acima de 55 anos, sendo orientados por dois professores da academia Companhia Athletica.

“Além da prática periódica da atividade física, o grupo vai ser acompanhado pela fisioterapeuta Fátima Tedim.

A proposta é que sejam exercícios voltados para o equilíbrio e para a prevenção de quedas. Cada um será avaliado de dois em dois meses, em um acompanhamento de perto”, observou a coordenadora de desenvolvimento social do Instituto JCPM, Fábia Siqueira.

Zaira Pereira de Lima, 57, saiu do Pina para se exercitar. “Eu já caminho na praia, mas a saúde é o que temos de mais importante, então gostei muito dessa oportunidade”, comentou. Entre os participantes, até uma maratonista: Maria do Socorro Oliveira, 70. “Eu corro maratonas, mas faço questão de estar aqui para poder fortalecer os músculos

Acompanhamento físico, com a supervisão de fisioterapeutas

com esses exercícios”, disse a moradora do Jardim Beira-Rio. Além da atividade física, foi agregado ao projeto um trabalho de prevenção dos transtornos cognitivos ligados à idade, fortalecimento da capacidade de aprendizagem e atenção para aqueles que já apresentam dificuldades com a memória. As aulas de 1 hora, que são ministradas no IJCPM uma vez por semana, exercitam a concentração, a criatividade, a percepção, os vários tipos de memória, o raciocínio e tantas outras capacidades importantes para otimização dos recursos cerebrais. Essa área vai ser desenvolvida pela equipe do Programa Amigos da Memória formada por fisioterapeutas Milena e Luciana Liberal e uma fonoaudióloga Lúcia Liberal.

Eu já caminho na praia, mas a saúde é o que temos de mais importante, então gostei muito dessa oportunidade.”

Zaíra Pereira

OLHAR SOBRE O BRASIL 24,4

Fonte: Global AgeWatch Index, com apoio do HelpAge International

58º

milhões de habitantes acima dos 60 anos colocado no item de capacitação para terceira idade

56ª

posição entre os melhores países para se envelhecer

11,7% é o percentual da população idosa no Brasil

29,3%

é a previsão para o ano 2050

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A

Quiosque social

Mãos que Criam: aumento de 50% nas vendas com o Quiosque Social

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poiar entidades sociais na divulgação e comercialização de seus produtos, revertendo a renda para as própria ações, foi o mote na implantação do chamado “Quiosque Social”, nos empreendimentos do Grupo JCPM. Sem qualquer custo de instalação, as entidades se revezam na ocupação do espaço, localizado no meio dos corredores dos shoppings, como os demais quiosques. Em Fortaleza, por exemplo, a procura é tão grande que a agenda está fechada até janeiro de 2017.

Lá, a presidente da organização “Mãos que Criam”, que inclui trabalhos de artistas comunitários, crianças e adolescentes atendidas por centros de ressocialização, diz que as vendas cresceram mais de 50%. “Ficamos encantados com a proposta e estamos certos de que medidas assim fortalecem o nosso artesanato”, disse.

Bom para quem vende e também para quem compra.

Clarice Cunha se surpreendeu com os produtos apresentados no quiosque. “Estou surpresa em saber que se trata de um quiosque social. Achei o trabalho fantástico, por reunir um conjunto bem interessante do artesanato local”, disse, depois de comprar algumas peças.

Kélia aprova a diversidade de pratos do restaurante

Q

uem circula pelo Shopping RioMar Fortaleza não se dá conta, mas existe um grande restaurante situado fora da Praça de Alimentação. É que, graças a uma parceria com o SESC - Serviço Social do Comércio, o empreendimento dispõe de uma unidade exclusiva para os comerciários que atuam ali, com preços subsidiados, ou seja, muito mais em conta.

Sob o acompanhamento de nutricionistas, são servidas mais de 1.200 refeições por dia, nos mais de 430 lugares disponíveis no espaço. Colaboradora de uma das lojas do shopping, Kélia Silva é uma das frequentadoras.

“O preço é ótimo e a variedade é sempre muito grande. Dá para escolher de tudo”, diz.

No cardápio, existem opções para quem precisa de mais cuidados com a alimentação. Além do RioMar Fortaleza, um restaurante nos mesmos moldes funciona no Recife e outro vai entrar em operação ao término das obras no RioMar Presidente Kennedy, também na capital cearense. A unidade do Salvador Shopping está em fase de implantação.

Reservado para comerciários

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ENCONTRO DO RIO COM O MAR Pescadores receberam apoio para cuidar melhor do meio ambiente. Além da limpeza no mangue, participaram do plantio de mudas no manguezal

J

orge Augusto, 45 anos, navega desde a infância pelas águas mansas da bacia do Pina, que nasce do encontro de afluentes do Rio Capibaribe com o Oceano Atlântico, no Recife. Como pescador, profissão que herdou do pai, costuma dizer que “possui um GPS na cabeça”, de tanto circular com pequenas embarcações pela região. Quando soube que seria construído o Shopping Riomar, imaginou que viriam junto muitos empregos na cidade, mas não tinha dimensão dos ganhos ambientais. “Participei de várias reuniões para entender como tudo seria feito.

Foi daí que veio o convite para os pescadores cooperarem, com o plantio de mudas e a limpeza do mangue”, disse.

Foi assim que surgiu a iniciativa batizada de “Amigos do Mangue”, 36

uma parceria do Grupo JCPM com a Colônia de Pescadores Z1 de Brasília Teimosa, na capital pernambucana. Hoje, o projeto se chama “Jogando Limpo com o Mangue” e envolve o grupo através do IJCPM e do RioMar Recife, além de pescadores da região.

Jorge calcula que já foram retirados mais de 20 mil quilos de lixo do rio. E reafirma: “Comigo, não tem essa de história de pescador”. Na recuperação da vegetação nativa foram plantadas 1.400 mudas, específicas para o bioma. Com a chegada do Shopping, a rede de esgoto, que antes ia para os mananciais, foi redirecionada para as centrais públicas de esgotamento sanitário. “Hoje, a vida voltou nessa região. Voltamos a ter peixes maiores e a ver carangue-

jos e guaiamuns nascerem no estuário”, comenta.

A prática foi acompanhada de perto pela teoria. Junto com outros pescadores, Jorge participou de um curso, realizado pelo RioMar, sobre destinação correta do lixo e novas práticas ambientais. A relação com o rio, que existia desde criança, tornou-se outra. Nos caminhos que percorre com o barco, está sempre atento a qualquer resíduo que apareça flutuando no rio. “Se está perto, corro logo para recolher. Com o tempo, aprendi que a retirada desses dejetos é tão importante quanto a pesca em si”, comenta. Além da limpeza, quando foram retirados até “máquinas de lavar, fogão e televisões do manguezal”, como lembra o pescador, outras três edições do projeto foram reali-

Bacia do Pina, no Recife, está às margens da área do empreendimento

zadas, sempre em datas alusivas à atenção ao meio ambiente, a exemplo do Jogando Limpo com o Mangue, nova versão da iniciativa.

O pescador não perdeu tempo.

Dedicou-se a navegar por outros mares. Fez um curso de informática, pelo Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social, e só sai de casa depois de acompanhar a tábua de marés pelo computador. “O curso me ajudou a entender uma área completamente desconhecida. Valeu demais o tempo que passei estudando informática”, diz o recente navegador. Atualmente, Jorge participa de outros projetos dedicados ao monitoramento da poluição do mangue.

Atuou no etapa inicial do projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe. E agora faz a coleta permanente de diversos trechos da Bacia do Pina, para encaminhá-las aos pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco. “O mangue não deixa de ser parte da minha casa. É preciso de cuidado, e de limpeza, para que siga como o grande berço de novas espécies.”

Meio ambiente: Jorge participou de cursos de formação e agora segue atento à limpeza do rio

José Fernandes Alves vive da pesca do sururu, no Recife. Para ele, a limpeza do mangue, realizada pelo IJCPM com apoio do RioMar, também contribuiu para a maior oferta do molusco. “Foi muito importante para o rio. E hoje a gente só tem a comemorar porque o sururu tá dando bem”, diz.

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INCLUSÃO E FORMAÇÃO

COMPROMISSO COM AS PESSOAS Relacionamento com as comunidades se inicia com diálogo e segue na formação profissional e oferta de oportunidades de emprego

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mpreender assegurando o compromisso social. A frase resume bem o cerne de atuação do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social – IJCPM, braço do grupo destinado a promover uma contínua articulação, focada sobretudo na formação profissional, com as comunidades do entorno de seus empreendimentos comerciais.

Corria o ano de 2006 quando o IJCPM iniciou suas atividades em Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. Na época, tinha o apoio da escola estadual Assis Chateaubriand, para oferecer aulas de português, matemática e informática para jovens do ensino médio. As classes eram atendidas graças a uma parceria com a Universidade Católica de Pernambuco/Unicap.

Em seguida, foi criado o Espaço Jovem Rumo ao Futuro, em Brasília Teimosa, com foco nos jovens entre 16 e 24 anos. Já com uma metodologia pedagógica própria, o Instituto passou a trabalhar na elevação da escolaridade com oficinas de português, matemática, informática e também inglês, com duração de seis meses. “O jovem entrava e fazia as quatro oficinas. Foi quando iniciamos o processo de capacitação para a obra do RioMar Recife”, lembra Juliana Martorelli, gerente de desenvolvimento social do grupo JCPM. A partir daí, o IJCPM multiplicou sua capacidade formativa. “Formamos a primeira turma de jovem aprendiz de Pernambuco. Ao mesmo tempo, investimos na capacitação para a construção civil, através de parceria com o Senai, e para o varejo, com o Senac”, completa Juliana.

Quando foram abertas as vagas na obra do Recife, por exemplo, houve um cadastramento nas localidades do entorno, com prioridade para quem vivia lá e já tinha experiência em determinada função. Em paralelo, a partir de 2011, o Programa de Qualificação para o Varejo passou a preparar os moradores do Pina e

de Brasília Teimosa para as oportunidades de trabalho, que chegariam após a inauguração do shopping.

Um dos resultados deste programa foi o Banco de Currículos, um espaço virtual onde os lojistas do RioMar Recife podiam acessar mais de 1.500 currículos dos participantes dos cursos de capacitação, na hora de selecionar e contratar profissionais para suas empresas. Em janeiro de 2013, quando a sede do IJCPM no RioMar Recife foi inaugurada, reunindo as operações do Espaço Jovem de Brasília Teimosa com as ações in loco no empreendimento, mais de 500 jovens já haviam sido inseridos no mercado de trabalho, tanto no condomínio do próprio RioMar Recife como em diversas operações do grupo e dos lojistas.

Hoje, os números são ainda muito mais expressivos. Só no Programa de Qualificação para o Varejo já passaram 5 mil pessoas. Desse contingente, 1,3 mil participantes conseguiram inserção no mercado, por intermédio do instituto, no Recife. Somando Fortaleza e Salvador, onde também existem unidades, esse número chega a 2,4 mil. A formação prossegue, também, sob o foco do empreendedorismo. “Ainda em 2010, identificamos os três segmentos que mais mobilizavam a comunidade de Brasília Teimosa: a pesca, o ramo dos cabeleireiros e o de supermercados e mercadinhos.

Firmamos um plano de ação com o Sebrae para criar um programa de capacitação em grupo, tanto para o gestor como para seus funcionários”, recorda Juliana Martorelli.

Agora, existem, por ano, duas turmas de Formação Empreendedora. “O trabalho do Sebrae é bom para fomentar nos jovens uma atitude empreendedora. Então, fazemos uma turma mista, à noite, para que os jovens que estão no ensino integral possam frequentar, e uma outra turma voltada para os pequenos e médios empreendedores de Brasília Teimosa e do Pina, com cursos mais

Trabalhamos na perspectiva de desenvolver habilidades para garantir a competência da empregabilidade”, afirma Juliana Martorelli.

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Formação: mais de 2,4 mil pessoas participaram das atividades do IJCPM

específicos, por exemplo, sobre gastronomia, segmento que vem crescendo nesses bairros”, comenta Fábia Siqueira, coordenadora de desenvolvimento social do Grupo JCPM. Partindo da experiência exitosa do Recife, o IJCPM desencadeou as ações de compromisso social antes mesmo do início da obra do shopping RioMar Fortaleza, com a realização de cursos de qualificação profissional na área da construção civil, em parceria com o SENAI/ CE. Parte da mão de obra formada migrou para a própria construção do empreendimento. No total, um quantitativo de 40% dos que passaram pelos cursos foi inserido na obra; outros saíram de lá com uma capacitação que certamente facilitou o acesso às diversas oportunidades na área da construção civil.

As primeiras turmas foram abertas em maio de 2012; ao todo, eram seis capacitações nas funções de armadores de ferro, pedreiros, carpinteiros e eletricistas. Em paralelo a essas atividades, a filial cearense do instituto foi alargando o escopo de relações com o entorno.

Atraiu gente como Najla Alexandre, 22 anos, moradora do bairro Vicente Pinzón, a poucos metros do Shopping RioMar Fortaleza. O desejo de ingressar no mercado de trabalho esbarrava na falta de cursos de qualificação, que sempre eram “mais caros e distantes da região onde moro”, segundo ela. A novidade foi que, no início de 2015, com a operação do shopping, começou também uma nova etapa de formação do Instituto JCPM. Hoje, Najla estuda para ser auxiliar administrativa, preparando-se para um novo momento profissional. “Aqui aprendo a escutar

mais, a entender como funciona uma empresa, a me expressar de forma correta”, comemora.

Mas o IJCPM não sai de cena quando o jovem conquista um emprego. “Trabalhamos na perspectiva de desenvolver habilidades para garantir a competência da empregabilidade. O nosso itinerário formativo permite, também, que o instituto faça o acompanhamento, por doze meses, do jovem que saiu daqui e se inseriu no mercado de trabalho.

Inclusive, esse acompanhamento nos dá possibilidade de, ao estar em contato com o jovem e com seu gestor direto, transformar isso em capacitação”, diz Elizabete Mercês.

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PARCERIAS COM O SISTEMA S

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o longo dos anos, o IJCPM construiu uma sólida parceria com as principais entidades que compõem o Sistema S. Quando os empreendimentos são anunciados, e o instituto cai em campo para convocar os moradores do entorno a se inscrever nos cursos, tem início a etapa que compete ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai.

“A maior parte da qualificação para a construção civil, com os cursos de pedreiro, armador, carpinteiro e eletricista, entre outros, é realizada pelo Senai”, explica Juliana Martorelli.

Também durante a obra, o Sesi (Serviço Social da Indústria) entra com o reforço escolar para os trabalhadores – aulas de línguas e de

informática – e também com ações como a biblioteca itinerante. Quando a construção chega à reta final, é a vez do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac. “No primeiro ano, o foco é na qualificação de pessoas que vão poder ser absorvidas na construção, ou seja, qualificamos e inserimos na obra. No segundo, começamos a fazer a capacitação para o varejo, já na estrutura do instituto, que é o primeiro espaço a ficar pronto na obra”, conta Fábia Siqueira.

Durante o funcionamento do IJCPM, outras instituições parceiras também desenvolvem atividades, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, por exemplo, com ênfase no empreendedorismo. Também passam a ser

Motivação dos estudantes é um dos diferenciais para os resultados alcançados

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executados trabalhos de elevação de escolaridade e pré-vestibular.

Os professores Otávio Lúcio e Sandra Wanderley, do Senac do Ceará, enaltecem a parceria e a dedicação dos alunos do IJCPM Fortaleza. “São assíduos, pontuais, demonstram interesse e querem aprender. Junto, vemos a importância de uma boa performance no processo seletivo, dentro da preparação para o mercado de trabalho”, diz Otávio.

Sandra elogia a iniciativa do IJCPM. “A sociedade ganha muito com isso. São jovens antenados com o que acontece na cidade e no país, questionadores, com atitude cidadã.

Participam nas aulas, têm interesse no assunto, fazem por onde merecer essa oportunidade”, comenta.

Passos que levam a um futuro diferente

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ucas Kilder Amorim, logo que saiu do IJCPM, onde foi aluno e monitor de informática, seguiu direto para a obra do RioMar Recife, mais especificamente para a área de tecnologia de informação. “Fui trabalhar no cadastramento. Ao todo, dois anos na obra, em um período de bastante aprendizado. Um desafio grande e pesado, no começo. Uma coisa é você estar no curso de informática, vendo Windows, Word, Excel, Powerpoint, outra é ficar em uma obra com manutenção de hardware e software, fibra ótica, roteador e rede. Eu me perguntava: 'O que é que estou fazendo aqui?'”, recorda ele.

Os desafios foram sendo superados com a disposição para aprender mais e mais. “É lógico que passar pelo processo de aprendizado de trabalho, ou seja, sair do didático e ir para a prática, é complicado. Fiquei como auxiliar de TI na obra e em seis meses me promoveram”, reforça Lucas, que hoje é analista de sistema da Accenture.

Ele destaca a importância de alguém ter uma primeira oportunidade. “A chance de um jovem sem experiência entrar no mercado de trabalho não é grande: alguém que veio de escola pública, sem condições de pagar uma graduação… Poder entrar, pode, mas em uma função onde a remuneração é pequena, em uma empresa que talvez não ofereça toda essa estrutura, todo esse suporte”. Hoje, ele está concluindo o curso superior de Sistema de Informação.

Lucas mergulhou no universo dos computadores

Ascensão na carreira

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A curiosidade falou mais alto

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ateus de Menezes viu o amigo sair de casa todo arrumado, como se estivesse pronto para uma entrevista de emprego. A curiosidade falou mais alto. Interpelou o rapaz no meio do caminho para saber para onde estava indo. Foi assim que teve notícia, pela primeira vez, dos cursos de qualificação profissional oferecidos pelo Instituto JCPM no Shopping RioMar Fortaleza. Nas aulas, realizadas em uma parceria com o Senac, tem a oportunidade de estudar sobre o varejo, com noções de administração e de como falar em público. Falar, aliás, nunca foi problema para o curioso jovem de 18 anos. “Quero seguir me aperfeiçoando para, no futuro, ser um palestrante na área de vendas e de comunicação.

Estou confiante que, tão logo termine as aulas, serei chamado para uma das vagas abertas pelo Shopping”, diz.

Bons exemplos não faltam. Muitos amigos de Mateus já concluíram o curso no Instituto e hoje dividem o tempo trabalhando no RioMar e assistindo aulas na faculdade. “Em pouco tempo, já podemos ver uma grande mudança na comunidade. Mais pessoas estão empregadas, com estímulo para seguir novos caminhos”, diz, depois de lembrar que parte dos amigos acabou entrando para o tráfico de drogas. Para Mateus, a rota tem sido outra. “Todo mundo fala em jogo mais rápido. Eu falo no jogo de fazer o certo. E a construção do Shopping tem nos apresentado novas possibilidades”.

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Em busca do primeiro emprego, Mateus participa das aulas em Fortaleza

De degrau em degrau...

Andrea ingressou no mercado de trabalho e agora estuda psicologia

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ntre as jovens que passaram pelo IJCPM e desenvolveram uma trajetória está Fabiane Andrade Lima, 22, que foi aluna do instituto nas quatro oficinas multidisciplinares. Em junho de 2012, ela começou como recepcionista da obra do RioMar Recife. “Com a inauguração do shopping, fui promovida para a recepção da administração. Em seguida, recebi uma nova promoção, dessa vez para auxiliar administrativo de auditoria. Depois já fui promovida de novo, para encarregada de auditoria, e hoje sou supervisora de atendimento”, conta Fabiana.

Ela, que até hoje mora em Brasília Teimosa, nunca esqueceu os ensinamentos recebidos no instituto. “O que mais tem me servido é a questão comportamental. Como me portar, como trabalhar em equipe, como gerir uma equipe, são coisas que aprendi no instituto e que consegui colocar em prática lá”, afirma ela, que também faz faculdade de Psicologia.

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Aprender foi o primeiro passo para Maria de Conceição

Clientela fiel

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uncionária da Uatt desde a inauguração do RioMar Recife, Maria de Conceição Silva, 39, é moradora de Brasília Teimosa e tomou conhecimento das aulas também pela divulgação realizada na localidade.

Foi aluna do curso de vendedor em 2012, do qual só guarda ótimas lembranças. “Eu já tinha trabalhado como vendedora no comércio, no centro da cidade, mas com a oportunidade do curso pude descobrir muito. Aprendi tanta coisa boa”, recorda.

Para ela, os ensinamentos mais significativos foram aqueles de dinâmica de grupo, que até hoje norteiam sua atuação. “No curso, os alunos tinham que fazer uma apresentação para a turma, fazer uma venda para trabalhar essa parte do relacionamento. Isso me ajudou bastante no contato com os clientes”, aponta. Tanto que Maria da Conceição, que acredita na relação com a clientela como a melhor forma de crescer na profissão, já tem os seus fregueses fiéis. “O melhor é quando a gente faz de tudo para ajudar os clientes e em troca recebe atenção deles. Às vezes, se torna até amigo das pessoas. Muitas vezes, o cliente vem aqui para comprar algo e me procura.

Se eu não estou, ele diz que volta no outro dia”.

Marcílio recebeu maior reconhecimento na sua área de atuação

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Para felicidade da mãe

arcílio Batista, 28, foi um dos alunos do curso de garçom oferecido pelo Programa de Qualificação para o Varejo, em 2012. Durante seis meses, aperfeiçoou conhecimentos que já havia adquirido na prática, e hoje comemora os resultados de sua participação. “Tive excelentes professores no curso e ganhei um grande conhecimento na área de gastronomia, incluindo elaboração de café, coquetéis, serviço de mesa e escolha da carta de vinhos”, afirma Marcílio, que trabalha no restaurante KISU desde a sua inauguração, no RioMar Recife, em outubro de 2012.

Tamanha responsabilidade não o assusta, até porque desde 2008 ele é conhecedor do ramo.

Trabalhou como auxiliar de serviços gerais em um restaurante e não demorou a ser promovido a garçom, posto que ocupou também em um hotel.

Morador do Pina, zona sul da cidade, ficou sabendo do curso oferecido pelo IJCPM Recife por meio da divulgação na própria comunidade. Resolveu fazer porque não se contentava com o que já tinha conquistado. “Foi minha mãe, Luzinete, que ouviu e disse para eu me inscrever e ir fazer. Graças a Deus já cresci muito na profissão, mas quero seguir aprendendo. Onde trabalhei, fui promovido. Quero continuar crescendo”, situa. E sua mãe? “Está muito feliz”, responde.

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