Dezembro/Janeiro/2009 ∙ Ano VIII ∙ Nº35 ∙ Exemplar Gratuito
Amor Real
Elba Ramalho fala sobre as suas três Marias
Alimentação
O que fazer quando seu filho não quer comer
Especial adoção O que muda com a nova lei que entrou em vigor
Saia de casa
Os melhores programas para as crianças nas férias
editorial
expediente
Alô Bebê www.alobebe.com.br
Editor-responsável Jéssika Torrezan MTB nº 41.394/SP
Editora-executiva Carina Ohana
Reportagem Felipe Demartini Renata Cavalcante
Revisão Adriana Lemos
Amor
incondicional
Fotos Marinheiro Manso
Foto da capa Daniela Dacorso/Ag. IstoÉ
Direção de Arte Adriano Frachetta
Ilustrações Danilo Gonçalves
Com essas palavras, qualquer mãe descreveria o sentimento por um filho. E quando o objeto desse amor imensurável nasce de outra pessoa, o que muda? Absolutamente nada. E é com fervor que a cantora Elba Ramalho, que tem três crianças adotadas, faz questão de afirmar: “um filho desmonta a gente... um filho adotivo desmonta três vezes mais”. As responsáveis por deixar essa paraibana assim “desmontada” são suas três Marias, estrelas de um amor que nasceu quando Elba decidiu que queria uma família unida pelos laços do coração. Assim como Maria Clara, Maria Esperança e Maria Paula, outras
Atendimento
“criaturinhas cheias de amor”, como diz Elba, são responsáveis por
Karina Freitas
trazer alegria a mães e pais que decidiram adotar. Mas a adoção
CTP/Impressão Vox Editora
Tiragem 30.000exemplares
ainda é tratada com indiferença por muita gente. Tanto que 80 mil crianças e adolescentes vivem em instituições de acolhimento. A Lei Nacional de Adoção, que entrou em vigor em novembro, tem como objetivo resolver essa situação. Para mostrar o que mudou, a jornalista Carina Ohana conversou com especialistas e traz reportagem sobre o tema na página 13.
A revista Alô Bebê é uma publicação da Rái Editorial e empresa do Grupo Rái de Comunicação
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(11) 3648-3000 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Qualquer matéria pode ser citada e utilizada mediante prévia autorização e correta citação da fonte.
Com a chegada do verão, é importante proteger as crianças do sol. Além disso, beber água, comer alimentos leves e se proteger de alguns riscos da alta estação são atitudes que devem ser iniciadas na infância. E como trabalhar todos esses hábitos saudáveis quando comer, ato básico para o desenvolvimento das crianças, é um problema? A solução é transformar a hora das refeições em diversão, com pratos coloridos e temáticos. Ótima leitura! A redação
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sumário
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Entrevista
Dicas que vão proteger crianças e gestantes dos riscos da alta estação
Mãe do século XXI Elba Ramalho fala sobre a adoção de suas três Marias Ibh etueriurer
Educação
As mudanças que a nova lei trará para adoção no Brasil
Atividades
Doenças de gente grande acometem também os pequenos
Saúde
Doenças de gente grande acometem também os pequenos
Comportamento
Desenhos politicamente corretos são a nova onda da criançada
Educação
Saiba quando isso prejudica e confira dicas para vencer a
Enxoval
Receitas divertidas para transformar a hora de comer
Artigo
Elba Ramalho fala sobre a adoção de suas três Marias
Dicas
Mil e uma opções de presentes para o Natal
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matéria de capa
por carina ohana
O
ROTINA, ainda que maluca
lhe ao seu redor. Lá estão elas: circulando de tailleur alinhado e salto alto. De tênis e tatuagens. Com o corpo definido pela
academia. Encarando plateias de duas mil pessoas em palestras. Namorando. Administrando o próprio
MÃES
-
modernas As angústias e as alegrias de mulheres multifacetadas, que cuidam dos filhos, da casa e do marido, mas nem de longe acham que a vida é só isso fotos Marinheiro Manso
negócio. E tendo filhos. As mães da primeira década
Luciana Sabongi, 43 anos, é mãe de cinco
do século 21 em nada lembram o estereótipo da
filhos (um deles falecido). Há um ano e meio
rainha do lar, da mulher santa e devotada que padece
teve a caçula, Eva. Lulu, como prefere ser
no paraíso. Atualmente, 51% das mulheres brasileiras
chamada, faz parte de uma estatística que
são mães. E elas estão cada vez mais independentes,
indica mais uma mudança no perfil das novas
multifacetadas e ocupadas.
mães: mulheres que engravidam em uma idade
Influenciadas pelas lutas feministas do século passado
mais avançada. Segundo o IBGE, o número de
- que colocaram as mulheres no centro de questões
partos com mulheres de mais de 40 anos dobrou
políticas e socioculturais e deram espaço para suas
entre 1999 e 2007, principalmente por causa
conquistas -, as mães do século 21 têm em seu DNA a
do aprimoramento da técnica de reprodução
vontade de vencer por mérito próprio. Correm contra
assistida e da preocupação com a profissão.
o tempo para assumir tantas atividades e são, muitas
O trabalho, aliás, é a razão pela qual Luciana
vezes, as principais provedoras do lar. Em dez anos o
passa um bom tempo fora de casa, já que ela
número de mulheres na condição de chefe de família
viaja o Brasil e o mundo se apresentando.
subiu de 25,9% para 34,9%, segundo o IBGE.
Lulu conta que já se sentiu muito culpada
No mercado de trabalho, cada vez mais mulheres
por ficar tanto tempo fora, e que essa culpa
assumem cargos de chefia. Pesquisa da agência de
acabou gerando um problema: dificuldade
empregos Catho mostra que quase 60% das mulheres
em estabelecer limites. E essa não é uma
que comandam são mães. “Até por conta da vivência
constatação só dela: o Ibope aponta que 87%
familiar, as mulheres têm características importantes
das mães vêem a falta de limites como um
na gestão de pessoas. Para ser líder, além de ótimo
problema nos filhos.
profissional, você tem de ser bom com gente”, explica
Para dar conta da criação das crianças, a
Carolina Stilhano, gerente de comunicação da Catho.
bailarina conta com uma ajudante, a quem
Mais que sustentar os filhos, ascender profissionalmente
chama de “anjo da guarda”. “Atualmente, a
é uma forma de realização pessoal. Segundo pesquisa
sociedade exige que se tenha uma equipe de
do Ibope Mídia, 90% das mulheres disseram que o
amparo na criação dos filhos. A mãe deste
trabalho é fundamental para se sentirem completas.
século tem, como a de antigamente, uma ama.
E quando o assunto é maternidade, elas também são
O que muda é o contexto social”, analisa Lucila
responsáveis por redefinir os paradigmas e conceitos
Scavone, socióloga e livre-docente da Unesp.
do que significa ser mãe. Foi-se o tempo em que a
Mesmo tendo horários de trabalho pouco
maternidade era uma obrigação, ou que emancipação
convencionais, Lulu consegue fazer com que
significava renegar os filhos e se dedicar somente
a casa e os filhos tenham uma rotina. “Mostro
ao trabalho. As mulheres desse século querem a
a eles que todos têm de fazer sua parte. Eu
felicidade e as angústias de ambos. E podem. Hoje,
a minha, eles as deles”, explica. A socióloga
é uma questão de escolha, de prioridade e de atitude optar por engravidar ou adotar em qualquer época da vida. E as mães retratadas nas próximas páginas traduzem, cada uma com sua história, o que é a maternidade no século 21.
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Luciana Sabongi 43 anos Mãe de Yasmim, 21 anos, Yane, 15 anos, Maya, 13 anos e Eva, de um ano Professora e bailarina de dança do ventre
concorda. “Os filhos vêem o exemplo. Se elas exergam nos pais pessoas felizes, a tendência é que entendam que a rotina, mesmo maluca, é algo bom. Educação se dá muito por meio de exemplos”, afirma.
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matéria de capa
por carina ohana
COM autonomia Foi no susto que Giovana Belucci, 24 anos, “decidiu” ser mãe. Quando descobriu que estava grávida, ela, que é autônoma, tinha uma rotina muito agitada. Além dos muitos trabalhos como produtora, ela se dividia entre um brechó e alguns trabalhos esporádicos. Mas esse não foi o único susto. Na época, Giovana namorava há apenas três meses. “Apesar de estável, era uma relação muito curta. Havia uma ansiedade, afinal é normal a gente questionar como as coisas vão ficar, como vai ser, e tal. Mas agora, no final da gravidez, percebo que o neném só vem agregar”, conta. Como Giovana, 41% das mães brasileiras que trabalham são autônomas, segundo dados do Ibope. E, ainda que não possam largar tudo - já que não contam com benefícios como férias e licença-maternidade -, cuidar dos filhos é uma prioridade. A produtora de moda, por exemplo, vai privilegiar a maternidade mesmo sabendo
“Ao contrário de muitas amigas, eu decidi cuidar primeiro do meu filho e depois da profissão”
que sua carreira pode ficar de lado por um tempo. “Ao contrário de muitas amigas, eu decidi cuidar primeiro do meu filho e depois da profissão”, afirma. “Eu tenho um ritmo de trabalho corrido. Por ser autônoma, posso desacelerar, se eu quiser. Fico um tempo fora do mercado, talvez perca contatos, mas depois vou conseguir voltar”, diz, otimista. “Em alguns
Nina Sayuri F. Urasaki, Empresária
quesitos, a mulher do século 21 mantém características bastante tradicionais, só que sob uma nova roupagem”, afirma a psicanalista Malvine Zalcberg. Para esta nova empreitada, Giovana conta com a ajuda do marido. “Temos sorte de ter Giovana Belucci 25 anos Mãe de Lorenzo Produtora de moda Casada há um ano
essa liberdade de horários. Mas justamente por dependermos só da gente, tudo fica imprevisível. Mas tenho minha mãe, que mora perto, muito amigos queridos, que podem ajudar. Não será tão assustador”, acredita.
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matéria de capa
por carina ohana
Uma questão de ESCOLHA Retardar a hora de ser mãe e buscar a realização profissional e pessoal faz parte da realidade de muitas mulheres brasileiras. Segundo dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), as mulheres têm cada vez menos filhos. Da década de 60 para cá, a taxa de fecundidade das brasileiras caiu de 6,3 filhos por mulher para 1,89. “Às mulheres de hoje é dada uma grande liberdade de escolha: elas decidem se querem, quando ou com quem ter filhos”, ressalta Malvine Zalcberg, psicanalista e autora do livro “Amor Paixão Feminista” (ed. Campus) Foi fazendo escolhas que Ana Carolina Pelegrini Marsiglia aos 20 anos teve sua primeira filha. Hoje, aos 31, está grávida novamente. “Eu e o pai da Lohana namorávamos há algum tempo. Apesar de nos gostarmos, era um namoro muito infantil. Eu decidi ter um filho e ele aceitou. Obviamente, não tínhamos noção nenhuma do que significava, do trabalho que daria”, conta. Por isso, quando se casou novamente, Ana não
momento no qual eu achei que nossa relação
“...chegou um momento no qual eu achei que nossa relação merecia isso, e decidi engravidar...”
merecia isso, e decidi engravidar novamente.
Nina Sayuri F. Urasaki, Empresária
tinha pressa em engravidar, apesar dos apelos do marido. O foco era seu desenvolvimento profissional – ela trabalha como professora de ginástica e personal trainer. “Era um desejo do meu marido, ter um filho. Eu já tinha a Lohana e estava tudo bem, pensava apenas na minha profissão. Mas chegou um
Está sendo ótimo”, diverte-se. Por causa da gravidez, Ana Carolina optou pela flexibilidade na sua rotina – mesmo que isso signifique horários bem diferentes dos convencionais. “De manhã trabalho em duas academias, à tarde dedico meu tempo à minha filha, à gravidez, enfim, cuido das minhas
Ana Carolina Pelegrini Marsiglia 31 anos Mãe de Lohana, 11 anos e Luan Ravi, na barriga Professora de ginástica e personal trainer Casada há quatro anos, com o segundo marido
coisas. À noite, saio de novo para trabalhar.”
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matéria de capa
por carina ohana
“Quando chora eu paro o que estiver fazendo para atendê-la. Afinal, ela é minha prioridade.”
Quando engravidou, Nina Sayuri Fernandes
Nina Sayuri F. Urasaki, Empresária
Urasaki estava casada há um ano. Recém-
Administrando TUDO chegada do Japão, onde viveu por sete meses, ela estava focada em cuidar de seu bar e em voltar a estudar quando descobriu que estava esperando um filho. “Tive de mudar tudo. Deixei de trabalhar à noite, fiquei mais na parte administrativa do negócio”, conta. Nina leva a pequena Marina ao trabalho, porque durante o dia não tem com quem deixá-la. “Ela fica na cadeirinha, quietinha. Quando chora eu paro o que estiver fazendo para atendê-la. Afinal, ela é minha prioridade.” Quando está casa, Nina conta com a ajuda do marido para cuidar do bebê. “O Fernando levanta à noite para buscá-la e trazê-la para eu amamentar. Ele troca a fralda, dá banho. Pai tem que participar, e ele procura fazer muito isso”, afirma. Segundo Lucila Scavone, as novas mães acabaram criando também outro tipo de pai, mais participativo. “O novo perfil materno e familiar exigiu dos homens uma participação maior. Hoje você vê mais pais levando os filhos na escola, por exemplo”, constata a socióloga. Apesar de contar com a ajuda do marido, Nina conta que, assim como qualquer mãe, tem suas inseguranças. “O tempo é o nosso maior desafio. A gente tem de administrar tudo, conciliar as t arefas”, explica. A educação da pequena Marina é outra preocupação. “Pesa muito essa quest ão de passar bons valores aos filhos. Temos que de dosar as atitudes, não dá para ser xiit a de t ão Nina Sayuri Fernandes Urasaki 26 anos Mãe de Marina, de cinco meses Empresária
rígida ou muito permissiva”, pondera. E achar esse equilíbrio é o principal desafio que todas as mães, e não apenas as deste século, vão encontrar pela frente.
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entrevista
por carina ohana
Q
depois que você tem filho, ele se coloca em primeiro lugar. Quando me
Luiza Tomé - É uma pauleira. Principalmente agora que estamos na
apaixonei de verdade, pelo Adriano, eu comecei a pensar e a querer ter
reta final da novela. Todo sábado, teoricamente, bem teoricamente, sai
filhos. E acho que deve ser assim com todo mundo, não pode ser de
o roteiro. Só com ele consigo saber como vai ser minha semana e me
pressão. Ter filho é muita responsabilidade. Por isso, sempre digo
organizar para ficar em família. Mas isso não anda acontecendo, não dá
para as minhas amigas que, aos 40 anos, ficam se pressionando:
para planejar. Isso atrapalha a rotina, porque eu gosto de acompanhar
“você quer ter ? Tenha. Mas se não tem certeza, desista. Vá ser feliz
meus filhos nos assuntos referentes à escola. Tenho um filho pré-
com seu marido”. A maternidade não pode ser vista sob esse ângulo,
adolescente, uma fase que pede uma mãe que fique em cima para que
como uma obrigação.
ele estude. O final de semana é o tempo que eu tenho para brincar
AB - Aos 40 anos você foi mãe de gêmeos depois de fazer
com eles, para ficarmos “agarradinhos”, como costumamos dizer. Eu
tratamento de fertilização. Acredita que a ciência contribui para
sou uma pessoa muito afetiva, mas não sou permissiva. Eu sinto
que as mulheres possam ter escolha sob maternidade?
que eles pedem um limite. Comigo sim é sim e não é não. Senão,
L.T – Claro que sim. Mulheres de 50 anos que não tiveram esse desejo
confunde a cabeça deles.
antes podem ter filhos, porque a ciência está aí para isso. Hoje, todas
AB - Você teve o Bruno com 34 anos. Relativamente tarde,
podem se dedicar ao trabalho, planejar a vida. Por exemplo, eu planejei
comparado à média no país. Ter filhos mais tarde foi uma opção?
a gravidez dos meninos para aquele momento da minha vida, porque já
LT - Foi uma opção completamente minha. Eu nunca tinha pensado na
sabia que tinha um trabalho mais pra frente e queria me organizar. Mas
maternidade, só pensava na minha profissão. Eu tinha muito prazer em
eu vou te dizer uma coisa: ser mãe é tão gostoso que eu teria tido meus
me dividir entre T V e teatro. Isso me enchia o coração, tanto que me
filhos antes, só para ter mais tempo com eles.
Fotos Marinheiro Manso
submeteu a um tratamento. Oito meses depois, descobriu que
Freitas em “Bela, a Feia” (Record), desprezando o filho Max
esperava gêmeos, Luigi e Adriana, hoje com 6 anos.
e importunando a filha Ludmila, mal pode imaginar que por
Aos 47 anos, Luiza vive em uma agitação só. Ela passa um
trás dos barracos da personagem existe uma mãe que se desdobra para
bom tempo na ponte área entre São Paulo, onde mora, e o Rio
estar com os filhos. A atriz já passou por dificuldades significativas no
de Janeiro, onde grava a novela. Nessa correria, ela tenta se
quesito maternidade. Alguns meses após dar à luz ao filho Bruno, de
organizar para cuidar da casa e passar o maior tempo possível
12 anos, a atriz enfrentou uma depressão pós-parto. “Não foi um fato
com os três filhos e o marido, o empresário Adriano Facchini.
isolado. É como se fosse uma bolha que vai fazendo uma pressão e
Nessa entrevista exclusiva à Alô Bebê, ela explica que ter filhos
depois explode.” Quando a vontade de engravidar novamente apareceu,
mais tarde foi uma opção que tomou e fala dos desafios de ser
em 2000, Luiza tentou, mas não conseguiu. Recorreu à ciência e se
uma mãe moderna.
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familiar gravando no Rio e morando em SP?
Luiza Tomé, atriz
uem assiste a Luiza Tomé na pele da cômica dondoca Samantha
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sentia realizada a ponto de pensar que não precisava de mais nada. Mas
“...ser mãe é tão gostoso que eu teria tido meus filhos antes, só para ter mais tempo com eles.”
Mãe de fibra
Luiza Tomé conta como administra a vida profissional corrida com a tarefa mais importante da sua vida: a maternidade
Alô Bebê - Como você faz para conciliar o lado profissional e o
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entrevista
por carina ohana
AB – Ser mãe mais madura facilitou?
L.T – Não. Até porque temos de trabalhar os dois. Ele é tão empresário
L.T – Sim, mas acho que isso é mais notável quando se compara a
quanto eu sou, ele trabalha e paga as contas tanto quanto eu. Não tem
primeira com a segunda vez. Na primeira gravidez você tem medo de
dessas de “fique em casa que eu te banco”. Somos um casal moderno,
tudo, fica excessivamente protetora. Na segunda, você já sabe que a
dividimos as contas, cuidamos dos nossos filhos. E ele sempre me
criança vai cair, e que também vai se levantar. E isso é a vida. Você já
apoiou, tem muito orgulho de mim, me considera uma grande guerreira
está mais descolada. Fica mais corajosa e, com a idade, mais preparada
porque eu consegui as coisas que queria. Eu adoro trabalhar e ele me
para ser mãe.
conheceu assim.
AB - Você teve uma criação rígida. O que acha que mudou da
AB - Você dá conta de atividades domésticas?
criação que sua mãe te deu para aquela que está dando para os
L.T - Sou uma boa dona de casa. É cansativo porque eu vou ao
seus filhos?
supermercado, arrumo a despensa do jeito que gosto. A parte do lanche
L.T – É engraçado. Minha mãe sempre foi rígida comigo. Mas com meus
das crianças sou eu quem organiza. Sou perfeccionista. Nunca consegui
filhos é oposto e eu ressalto isso. Ela responde: “eu leio muito e sei que
alguém que fizesse do meu jeito, ou talvez eu seja difícil, então eu acabo
as coisas são diferentes da sua época”. Ela é a avó, não é mais mãe.
fazendo tudo. Sem contar que tem a cachorrada. São quatro. E já passei
Só quer saber de adoçar. Mas o grande diferencial que vejo é que as
até madrugada em hospital por causa de um deles.
relações são mais próximas. Procuro ser mais amiga dos meus filhos, e
AB - Acha que as mães de hoje têm muitos desafios?
é legal que eles confiem em mim. É assim que quero que seja, para que
L.T – Se têm! Para mim, o grande desafio é o de formar a personalidade
eu possa acompanhá-los.
dos meus filhos. Formar seres humanos com caráter. Se eu conseguir
AB - Apesar de ser casada com um empresário, você nunca deixou
fazer isso já estarei realizada, feliz da vida. Aí vou saber que eles estão
seu trabalho. Já houve conflitos por causa disso?
aptos para estudar, trabalhar e seguir a vida.
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educação
por renata cavalcante
Maternidade em dobro Mães de múltiplos contam como conciliam a criação de crianças ao mesmo tempo sem fazer com que percam a individualidade fotos Marinheiro Manso
R
Ruth e Raquel em “Mulheres de Areia”, Diogo e
irmã é minha melhor amiga, e quero que as minhas filhas também sejam
Lucas em “O Clone”, Taís e Paula em “Paraíso
assim”, diz. Isabella e Giovanna, gêmeas filhas de Carina, têm quatro anos e
Tropical” e, atualmente, Jorge e Miguel em “Viver a
são tão próximas que uma não sai de casa sem a irmã. “Elas sentem ciúme
Vida”. Na teledramaturgia brasileira, é comum que histórias
uma da outra com a gente, mas a maioria das brigas é só para chamar a
irmãos gêmeos sejam exploradas para retratar como duas
nossa atenção. Elas ficam o tempo todo juntas”, conta. A psicóloga afirma
pessoas com aparência idêntica podem ter personalidades
que estar em sintonia com o irmão é uma coisa boa, mas ressalta que a
completamente diferentes, como é o caso dos gêmeos do
individualidade de cada uma delas deve ser preservada. “É importante
momento, interpretados pelo ator Mateus Solano. Os dois
também não estimular a competição entre as duas.”
têm gênios opostos. Felizmente, não é bem assim que as coisas funcionam na vida
Três é demais
real. Os pais de múltiplos – gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos
A sensação de que será impossível cuidar de mais de um bebê de uma
– não têm dentro de casa, necessariamente, um vilão e um
vez é um medo comum entre as grávidas de múltiplos. O segredo para
herói com o mesmo rosto. “Os problemas de relacionamento
não se abalar, segundo Regina Kato, é confiar nos instintos maternos.
entre múltiplos são os mesmos de outros irmãos”, explica
“O medo do desconhecido é normal, principalmente para mães de
Regina Kato, psicóloga e professora da Faculdade de Ciências
primeira viagem.” A psicóloga afirma que o senso de realidade sobre
Humanas e da Saúde da PUC-SP. “Ciúme, competição e
a quantidade de trabalho também é importante. “A mãe vai sentir-se
brigas em geral entre irmãos não têm a ver com o fato de eles
cansada, exaurida, e vai ter de abrir mão de algumas coisas.”
serem gêmeos.” Segundo a especialista, estudos mostram
Quando descobriu que estava esperando três filhos, Andréa Nascimento
que bebês que conviveram no útero possuem maior sintonia.
Cazelato, 37 anos, teve um ataque de riso – por puro nervosismo.
“Cabe aos pais cultivar a individualidade de seus filhos e
“Pensei ‘estamos ferrados’. O primeiro impacto foi o susto: eu e meu
evitar competições e comparações.”
marido ficamos, literalmente, preocupados. A maternidade já muda sua vida com uma criança só, imagina então com três.” Aos cinco meses
Irmãs em total harmonia
de gravidez, a barriga de Andréa já aparenta uma gestação completa.
Carina Aparecida Infante Lopes, 30, e sua irmã gêmea,
Ela conta que sentiu tanto enjôo até o momento que só agora está
Carolina, são um exemplo de harmonia. As duas
curtindo a iminência da chegada das crianças (e começando a
sempre foram muito unidas e são tão amigas
trigêmeos). “Ainda não sei se
morando próximas uma da outra. “Nós
estou preparada para isso,
trabalhamos juntas, fizemos a mesma
mas sei que vou conseguir
faculdade e hoje somos vizinhas. Minha
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assimilar o fato de que será mãe de
que, mesmo depois de casadas, continuam
me virar.”
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educação
atividades
por renata cavalcante
Dicas A psicóloga Regina Kato dá dicas de como cuidar de múltiplos - Não fique desesperada com as brigas entre eles. Todos os irmãos se desentendem; - Não os vista com roupas iguais. Eles precisam ter suas necessidades individuais atendidas, e não apenas de tratamento equitativo em tudo; - Não se sobrecarregue. Saiba que você tem amigos e familiares dispostos a te ajudar nos cuidados com as crianças; - Confie no seu instinto materno, mas tenha em mente que terá maiores dificuldades por cuidar de mais de um bebê ao mesmo tempo;
E agora? Algumas dúvidas relacionadas à gravidez e ao parto são comuns às mulheres que estão esperando múltiplos. Conversamos com Hedi A. El Malat, coordenador da maternidade do hospital Irmã Dulce, em Praia Grande (SP), para solucionar algumas delas: Alô Bebê - Quem faz tratamento para engravidar tem, de fato, mais chances de ter gêmeos? Hedi A. El Malat: Sim. Apesar de não haver dados consolidados da porcentagem, está comprovado que mulheres submetidas a tratamentos de reprodução humana têm mais chances de desenvolver uma gestação gemelar. AB - Existem riscos maiores em uma gravidez de múltiplos do que em uma gravidez comum?
Individualidade na prática
HM: A gestante fica mais propensa a desenvolver problemas
Majoy Antabi, 37 anos, já é mãe de trigêmeos de sete anos de idade,
típicos da gravidez, como hipertensão e diabetes.
e conta que seus filhos desenvolveram personalidades completamente
AB - O que as grávidas de gêmeos podem fazer para evitar
diversas. Majoy diz Laila é a “menininha”, Henri assume a postura de
complicações?
líder e Maia é a mais tranqüila. Para manter o equilíbrio entre os irmãos,
HM: A gestação gemelar é considerada de alto risco e, por isso,
ela conta que o mais importante é cultivar a individualidade. “Eles estão
requer um pré-natal de alto risco, que é mais detalhado e oferece
em classes diferentes na escola, vão a festas diferentes. Sempre levo um
acompanhamento mais frequente. São recomendados também
sozinho comigo ao mercado.”
repouso e cuidados com a alimentação, principalmente no final
Sara Gonçalves diz que a dinâmica entre seus trigêmeos, também com
da gestação.
sete anos, mudou desde que eram bebês. Anna Vitória, João Vítor e
AB - Quais são as chances de os bebês nascerem prematuros?
Antonio Carlos Júnior eram mais dependentes uns dos outros quando
Quais são as recomendações em relação ao parto?
menores. Hoje, não tanto. Os três desenvolveram personalidades muito
HM: É normal que múltiplos nasçam prematuros. Cada caso é
diferentes. “Eu acho incrível. Mesmo estando sempre juntos e estudando
um caso, e existe a chance de os bebês não estarem na mesma
na mesma sala, eles são diferentes. Acho isso excelente, e eles também,
posição na hora do parto. Isso tem que ser analisado pelo médico
tanto que não gostam que as pessoas se refiram a eles como ‘os
na hora de decidir por parto normal ou cesariana.
trigêmeos’”, afirma.
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saúde
por felipe demartini
para encarar o
D
fotos Marinheiro Manso
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mas os pediatras ainda não confirmaram se ele sofre de bronquite ou
bem-vinda. O problema é que as baixas temperaturas aliadas
asma. “Theo toma vitamina C diariamente e, quando começa a ter coriza,
à poluição agravam doenças alérgicas e pulmonares, e quem
ele faz inalação com soro fisiológico. Em casos mais graves, procuro
padece desses males precisa ter cuidado. No caso de bebês e crianças,
um médico para adicionar remédios à nebulização”, conta a mãe. Além
então, o sofrimento é ainda maior.
disso, Lilian toma uma série de precauções em casa, pensando também
Segundo pesquisa da organização internacional Isaac (International Study
na caçula Nina, de quatro meses. “Os quartos estão sempre muito
of Asthama and Allergies in Childhood), 26% das crianças e 30% dos
limpos. Mantenho a maioria dos bichos de pelúcia guardados, apesar de
adolescentes brasileiros sofrem de rinite alérgica. As formas mais graves
o Theo sentir falta deles”, afirma.
da doença predominam na região Sudeste, onde há mais concentração
Alergias e problemas respiratórios são os grandes vilões do inverno
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epois das altas temperaturas, a chegada do inverno é muito
de poluição. Bronquites e asmas, condições que atingem entre 10 e 15%
Cuidado com as bactérias
das crianças brasileiras, de acordo a Asbai (Associação Brasileira de
As medidas utilizadas contra alergias também são muito eficazes para
Alergia e Imunopatologia). “Há maior incidência de todo tipo de doenças
prevenir infecções bacterianas. Karina Lanzillotta, 29 anos, mãe de
infecciosas, desde resfriados comuns até doenças bacterianas”, afirma
Milena, 4, e Karen, 10, sabe bem disso. A filha mais velha morou até
Fátima Rodrigues, alergista e diretora da Asbai (Associação Brasileira de
os cinco anos de idade em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de
Alergia e Imunopatologia).
Janeiro, em uma casa com muita umidade e infiltrações. Por isso, vivia
Theo, de dois anos, é uma criança que sofre com os problemas
constantemente gripada. “Sempre tentei compensar com vitaminas C e
respiratórios. Aos seis meses de vida, o pequeno sofreu uma condição
uma alimentação adequada, mas aos oito meses de idade Karen teve uma
conhecida pelos médicos como “bebê chiador”, que ocorre quando
pneumonia que a levou ao hospital”, comenta a mãe. A pequena ficou
os brônquios pulmonares, responsáveis pela chegada do oxigênio nos
internada durante três dias, recebendo inalação e fortes antibióticos.
pulmões, estão mais contraídos e dificultam a passagem do ar. O bebê
A mudança de residência ajudou muito na melhora do quadro de Karen, mas
sibila durante a respiração e pode sentir falta de ar. “Ele piorou, ficou
a mãe não deixou os cuidados de lado. “Evito tapetes, carpetes e bichos de
internado durante três dias com máscara de oxigênio”, comenta a
pelúcia em casa. Quando a Karen ganha algum de presente com potencial
mãe Lilian Melim, 23 anos.
para causar alergia, coloco em um saco e guardo”, conta. A estratégia surtiu
Mesmo após o fim da crise, Theo ainda sente dificuldade para respirar,
efeito. Milena, a caçula, não passa pelos mesmos problemas da irmã.
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por felipe demartini
Aposte na prevenção
O que fazer em caso de crises
Dicas para imunizar um ambiente contra alergias e
- Simples resfriados exigem apenas repouso e hidratação;
doenças respiratórias
os sintomas desaparecem em cerca de dois dias;
- Mantenha uma rotina constante de limpeza do local;
-
- Nunca use espanador, pois ele apenas espalha a sujeira pelo
acompanhamento. S omente um exame clínico é capa z
ambiente. Retire o pó com um pano úmido;
de determinar a gravidade do caso e t ambém a melhor
- Remova todo o carpete e tapetes. Se não for possível, evite
forma de trat amento;
os felpudos e prefira os baixos, que acumulam menos poeira,
- Mantenha o calendário de vacinações em dia. A gripe
- Lave roupas de cama com água muito quente uma vez por
suína merece atenção especial. “É importante que todos,
semana;
não apenas as crianças, estejam protegidos do H1N1”,
- Travesseiros e colchões contêm material fibroso, ideal
afirma Fátima Rodrigues. A vacina está disponível em
para o crescimento de ácaros. Forre-os com protetores
postos de saúde públicos e privados.
herméticos de plástico ou vinil e lave-os a cada duas
- Agentes alérgicos crescem em ambientes úmidos e
semanas com água quente;
fechados. Por isso, locais limpos e arejados contribuem
- Evite a utilização de velas, principalmente as que
para acabar com as alergias. Manter as mucosas hidratadas
têm essências;
com soro fisiológico também é uma boa opção;
- Sempre que for tomar banho, abra uma janela para reduzir
- Defina o perfil alérgico dos pequenos logo cedo,
a umidade. Os ácaros se reproduzem em ambientes quentes
por meio de análise do histórico familiar e exames de
e úmidos;
sangue ou pele;
- Animais de pelúcia devem ser lavados uma vez por semana,
- Crianças que sofrem de asma ou bronquite também
e guardados longe da cama;
precisam de acompanhamento médico e de remédios que
Fonte: ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia)
controlam os sintomas;
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Outros
vírus,
como
o
da
gripe,
exigem
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comportamento
por renata cavalcate
T
oda família que vai receber um novo membro precisa se preparar. Desde a arrumação do quarto do bebê até as novas rotinas que os pais e irmãos terão de seguir, várias adaptações fazem parte
dessa preparação. E quando se trata de um membro da família que não é humano, então, pode ser que esta adaptação seja ainda mais complicada. Animais de estimação podem ter imensas dificuldades provocadas pelo ciúme. Afinal, em uma casa sem crianças, os bichos costumam ser os donos do pedaço. Cabe aos donos administrar a situação para que a chegada de um novo membro não se torne motivo de encrenca.
Como mudar a rotina Segundo Valéria Oliva, veterinária e professora da Unesp Araraquara, quando o animal vem primeiro é normal que ele sinta seu espaço invadido pelo bebê. E, dependendo do grau de atenção que recebe dos donos, pode se sentir rejeitado com o bebê exigindo tantos cuidados. Isso pode resultar em problemas que vão desde mau comportamento até doenças de fundo emocional. Para que o estranhamento causado por um novo morador na casa seja o menor possível, ela recomenda que eventuais mudanças de rotina sejam introduzidas ainda durante a gestação. “Se um cão vive dentro de casa e vai ter que passar a viver fora por recomendação do pediatra, essa mudança deve ser feita gradativamente”, afirma. A recomendação também vale para outros hábitos como subir no sofá, entrar nos quartos ou permanecer na cozinha durante as refeições dos donos. Outra precaução apontada é permitir que os bichos de estimação participem dos preparativos da chegada do bebê. “Os donos devem deixar os animais entrarem no quarto, cheirarem o berço e os móveis novos, assim eles não estranharão tanto.” Outra coisa que deve ser feita também de forma gradual é a eventual mudança nos hábitos de higiene, como o aumento na freqüência dos banhos tomados pelo animal. “Existem coisas que não são permitidas em casas com crianças, como brincar na rua e voltar sujo. Um animal é capaz de modificar esses hábitos, mas ele não pode associar isso ao novo ser que chegou a casa”, afirma.
ENTRE cães e gatos Animais de estimação podem reagir mal diante da chegada de um bebê; cabe aos pais cuidar para que isso não aconteça 30
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“Quando chegamos com o bebê, ela agiu como se fosse um presente para ela”, conta Fúlvia. Os pais permitiram que a cachorra cheirasse
Cão e bebê em sintonia
a criança e, gradativamente, criasse um vínculo de amizade. Mas nem
Suzi, uma cadelinha whippet de cinco anos, era, de fato, a rainha de sua
tudo foi fácil; Suzi, que sempre foi obediente e educada, demonstrou
casa. Durante quase três anos, ela foi a filha única de Fúlvia Andrade,
ciúme por meio de atitudes atípicas, como destruir objetos da casa.
29 anos. A dona e o marido chegaram a ter dúvidas entre quem deveria
“Tivemos que mudar bastante a rotina com ela e encurtar os passeios.
vir primeiro: o bicho ou o bebê. “Optamos pela cachorra porque ela
Quando percebemos que ela estava reagindo mal começamos a dar mais
cresce rápido, fica mais calma. Assim, seria mais fácil adaptá-la a uma
atenção, e ela se acostumou.” O problema foi resolvido com observação
criança.” A chegada de Letícia, hoje com dois anos, foi tranquila. “A Suzi
e paciência. Fúlvia reitera as recomendações dadas pela veterinária
sempre gostou de crianças. É uma raça dócil, embora muito tímida. Por
Valéria Oliva: “É só mudar a rotina do bichinho antes do nascimento da
isso nunca tivemos receio de colocar as duas em contato”, conta.
criança, para que ele não associe uma coisa à outra. E, acima de tudo,
A princípio, a mascote aceitou bem a presença de Letícia na casa.
nunca deixar o animal de lado.”
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comportamento
por renata cavalcate
“Nós já tínhamos uma rotina com os bichos, adaptamos a Nina a esta rotina” Luiz César Pimentel, pai da Nina
Sempre cabe mais um
nove meses, quando começou a engatinhar. O pai conta que ela aprendeu
A casa de Luiz César Pimentel, 39 anos, já era tumultuada antes do
com o tempo a brincar com os animais. “Ela anda atrás deles, puxa o
nascimento de sua filha Nina, de dois anos. Ele e a mulher dividiam o
rabo. Quando um gato está no meu colo, ela vem e deita junto. A reação
apartamento com três gatos persas e dois cachorros – um cocker spaniel
deles é como se dissessem ‘ah, é só uma criança mesmo’”, conta.
e um chow chow. A família é tão apegada aos animais que encarou as
O único “problema” gerado pela interação com os bichos é que agora,
mudanças geradas pela chegada da criança de um ângulo diferente do
conta Pimentel, Nina não tem medo de nada. “Quando vamos ao sítio,
habitual: “Nós já tínhamos uma rotina com os bichos, adaptamos a Nina
ela quer abraçar os gansos”, diz. O pai também vê influências positivas
a esta rotina”, conta. A família está à espera de mais uma menina.
no vínculo que a filha tem com os cães e gatos: “Ela aprende as coisas
O pai de Nina lembra que demorou um tempo até os cães e gatos darem
mais rápido quando a gente incorpora um animal no processo.”
conta de que havia um ser humano a mais na casa. Mesmo quando
Para que a interação entre bichos e bebês seja feita sem maiores
perceberam, a postura nunca foi de afronta, e sim de companheirismo.
traumas, a única recomendação de Pimentel é agir com naturalidade.
“A gente sempre permitiu uma proximidade grande, mas sem exagero.
“Se a integração entre as duas rotinas for feita de forma suave, o
Não deixávamos ela botar a mão na boca dos cachorros, essas coisas”,
animal nunca vai se sentir preterido ou diminuído, e não vai reagir
diz Pimentel. Nina só começou a interagir com os animais por volta dos
com mágoas e ciúme.”
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educação
por felipe demartini e maíra zanutto
lição de
CASA Saiba o que é necessário na hora de montar um ambiente de estudos para seu filho
A
montagem de um ambiente de estudos pode parecer simples,
hora fazendo a lição de casa. Os materiais são organizados pela própria
mas exige uma série de cuidados e atenção especial aos
criança, em gavetas específicas e com fácil acesso. “Minha preocupação
detalhes, que são capazes de influenciar o desempenho
era proporcionar um ambiente no qual minha filha se sentisse confortável
escolar dos pequenos. Mais que encontrar um lugar quieto e reservado,
e que tivesse uma história”, conta a mãe Rosane Muniz. O móvel, que
é preciso que a criança entenda que aquele ambiente é específico para
hoje é uma escrivaninha, foi usado também como trocador quando Ana
os estudos, e que os momentos entre os livros não devem ser misturados
Clara era mais nova, e foi adaptado a partir de uma antiga estante.
a outras atividades.
Rosane afirma não precisar mandar a filha fazer a lição. “Ela adora vir
Para Adilson Garcia, professor e diretor do Colégio Vértice, em São
para o cantinho dela assim que chega da escola, e faz tudo sozinha.
Paulo, o ambiente ideal depende da dinâmica da casa. “É importante que
Quando termina, fica muito feliz de me mostrar o resultado”, conta a
o momento de estudos se transforme em uma rotina para a criança, com
mãe. Ana Clara tem consciência de que a mesa do quarto é apenas para
horário e local bem definidos.” Os pais devem respeitar estes momentos
o estudo. “A diversão favorita dela é desenhar, mas ela faz isso na sala”,
e auxiliar a criança na disciplina, fazendo-a entender que a educação é
completa a mãe.
importante. “A criança deve sentir que está aprendendo para se sentir estimulada”, completa o educador.
Acertando na escolha
Qualquer que seja o ambiente, é fundamental que a criança esteja
De acordo com Luis Carlos Paschoarelli, ergonomista e professor da
confortável. O espaço deve ter boa iluminação, escrivaninha e cadeira
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp (Universidade
adequadas, e ficar longe de fontes de distração como T Vs e outros
Estadual
equipamentos eletrônicos. A internet pode ser utilizada, mas apenas
a montagem de um
como material de apoio e pesquisa. A família deve auxiliar na organização
ambiente de estudos
do local, para que não seja necessário sair da mesa para buscar outros
deve começar pela
materiais.
cadeira. “A criança
O envolvimento da família com o estudo, porém, termina por aí. “A
deve estar com os
criança deve transitar sozinha pela lição de casa. Em caso de dúvidas,
pés
os pais podem sugerir onde encontrar as respostas, mas nunca fazer a
chão, com o bumbum
tarefa pelos filhos. Críticas e comentários negativos também devem ser
e as coxas apoiadas
evitados, para manter os pequenos estimulados”, completa Garcia.
no assento, que deve
Paulista),
apoiados
no
ter uma angulação
“Minha preocupação era proporcionar um ambiente no qual minha filha se sentisse confortável e que tivesse uma história” Rosane Muniz, mãe de Ana Clara
Na prática
de três a cinco graus
Quando chega da escola, Ana Clara Amorim, seis anos, vai direto para
para trás”, explica. “Assim não há esforço na coluna.”
a mesa de estudos montada em seu quarto. Lá, fica por cerca de meia
Outros aspectos também são importantes na hora de escolher a cadeira. O encosto deve ficar a 15 cm de altura do assento e com, no máximo, 105 graus de angulação entre os dois. Para o especialista, apoios de braço e estofamento não são necessários. “A criança não vai passar tanto tempo estudando. Esse tipo de acessório é essencial apenas para atividades funcionais”. A criança deve se sentar com os braços relaxados e em um ângulo de 90 graus em relação ao corpo. A altura do cotovelo até o chão é a medida ideal para a mesa. “Para desenho e escrita, a mesa pode ficar reta. Para atividades de leitura, um móvel com 15 graus de inclinação reduz o esforço na coluna, mas este recurso não é essencial”, comenta Paschoarelli. Para o professor, porém, o fundamental é dar treinamento aos pequenos para que eles conheçam a postura correta ao sentar. “A criança deve saber reconhecer quando está com uma postura incorreta. Esse é um ensinamento que ultrapassa a escola, fica para a vida”, completa.
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educação
por felipe demartini e maíra zanutto
MÃO NA MASSA Pequenos detalhes fazem toda a diferença. Por isso, reunimos algumas dicas do que é essencial para montar o cantinho de estudos do seu filho:
Iluminação Procure posicionar a bancada próxima à janela, para proporcionar ventilação e luz natural. À noite, as lâmpadas centrais do quarto não são suficientes; é preciso utilizar uma luminária articulável. “Assim, dá para direcionar a luz para baixo, diretamente na superfície, ou em direção à parede”, explica a arquiteta Ignez Ferraz. A luz nunca deve atingir diretamente o olho da criança. Preste atenção também ao tipo de lâmpada utilizada. “As ideais são as incandescentes, que produzem luz amarelada”, afirma Ignez. As fluorescentes brancas podem atrapalhar a criança porque iluminam de forma não contínua, piscando discretamente, além de deformar as cores. A última dica é o posicionamento da luminária. Se a criança for destra, a fonte de luz deve estar posicionada à sua esquerda. Assim, a sombra produzida não irá atrapalhá-la. Se ela for canhota, a luminária deve estar do lado direito.
Adeus sujeira Crianças costumam ser bastante desastradas, principalmente as mais novas. É normal deixarem rastros de canetinha e lápis pela bancada. Ao optar por materiais laváveis, isso não será problema. Para a superfície da mesa, opte pelo laminado melamínico – a marca mais conhecida do material é a Fórmica. Basta passar um pano com álcool que os riscos de canetinha desaparecem. “Se a mesa for de madeira, só é possível limpála raspando e envernizando a superfície”, explica Ignez.
Tudo no lugar Na opinião da arquiteta, quando existe um espaço em que cada coisa tem o seu lugar, a criança tende a ficar mais organizada. Por isso, ela recomenda que as gavetas sejam divididas, para que o material seja separado por categorias. É possível também planejar o tamanho delas de acordo com o papel com o qual a criança trabalha – folha A4 ou cartolina, por exemplo. “Também costumo fazer uma espécie de caneleta ao fundo da mesa e encostada na parede. Tudo que a criança precisa fica à vista”, explica. O acessório tem espaços divididos de acordo com o material. Para transformar a parede ou parte dela em um painel cheio de ímãs, onde é possível colocar lembretes e fotos, os fabricantes oferecem um novo tipo de tinta magnetizada. Basta aplicar com uma segunda mão de tinta colorida.
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enxoval
por maíra zanutto
O enxoval do bebê Planejamento e bom senso são essenciais na hora de comprar as roupinhas que o pequeno irá usar
Tome nota Para facilitar a vida de quem espera a visita da cegonha, a Alô Bebê preparou uma lista do essencial para o bebê vestir durante os três primeiros meses de vida: - 6 bodies - 6 macacões RN - 6 macacões P - 6 conjuntos de pagão - 5 mijões (calças para bebês) - 5 camisetas de manga curta
M
Montar o enxoval do bebê é uma das atividades mais prazerosas para a futura mamãe. Escolher cada macacão
ou sapatinho faz a imaginação ir longe, só de pensar no pequeno vestindo a roupinha. A escolha dos itens, porém, exige planejamento e um certo grau de resistência àquela vontade de comprar tudo o que estão na vitrine. A primeira lição é antecedência. “O ideal é que tudo esteja comprado até o sétimo mês de gravidez. Depois disso, a mãe estará mais cansada e com dificuldade de locomoção, tornando o processo menos
- 2 casaquinhos de lã, dependendo do clima (evitar lã felpuda ou sintética) - 3 cueiros - 12 fraldas de pano (são muito práticas: servem para a amamentação, limpar a boca do bebê, usar no ombro enquanto ele arrota etc.) - 6 pares de meia - 2 touquinhas (a criança perde calor pela cabeça nos primeiros dias) - 2 ou 3 mantas (de linha se for verão, de lã para o inverno)
prazeroso”, afirma Fernando Lamano, pediatra e neonatologista do Hospital Maternidade Pro Matre Paulista e do Instituto Conceive. A futura mamãe também deve considerar a possibilidade de o bebê nascer antes do previsto.
Alguns cuidados
Não é necessário estocar uma grande quantidade de roupinhas, afinal
- Prefira tecidos 100% algodão
a criança irá usá-las por pouco tempo. “Depois da fase fetal, o período
- Evite macacões com babados e golas para
em que o bebê cresce mais rapidamente é nos três primeiros meses.
não incomodar o bebê nem atrapalhar a
Geralmente, macacões do tamanho RN (recém-nascido) servem
amamentação
somente no primeiro mês de vida”, explica o médico. Outra recomendação é comprar peças somente dos tamanhos recémnascido e pequeno. Depois que já estiver acostumada com a criança, a mãe saberá medir melhor a quantidade de roupas que seu filho usa diariamente. O melhor é que, como os bebês crescem muito rápido,
- Antes do uso, lave tudo com sabão neutro líquido ou em pedra (de coco) - Não use amaciante nem alvejante - Cultive o hábito de ter um balde só para as roupinhas do bebê
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sempre dá para achar coisas novas e lindas para os pequenos.
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artigo
Meu irmão nasceu e não foi para casa. E agora?
E
por Juliana Delamônica*
star internado em uma UTI Neonatal é uma situação desconfortável não só para o bebê, mas também para toda a sua família. Afinal, nunca está nos planos de nenhuma mãe, ou pai, não sair da
maternidade com o recém-nascido nos braços. E os bebês internados nessas unidades de tratamento intensivo precisam de uma grande dedicação dos familiares, o que muitas vezes pode comprometer a atenção dos pais com seus irmãos mais velhos, causando ciúme. O que pode fazer a diferença no processo, que já é tão complicado, é trazer os irmãos para o cotidiano do novo integrante da família. O contato do irmão maior com o pequeno, ainda internado na UTI, faz toda diferença no tratamento e ajuda na união familiar. O trabalho de inclusão dos irmãos no tratamento dos bebês internados na UTI Neonatal faz parte do método Mãe Canguru, que funciona no Brasil há 10 anos. Mais do que o contato entre mãe e filho, o método foi empregado aqui no país com uma série de outras medidas, que visam valorizar o contato humanizado entre os familiares e os bebês internados. Por isso, a visita dos irmãos mais velhos, e também dos avós, é incentivada. Antes mesmo de ser regulamentado pelo Ministério da Saúde, o programa já funcionava na Perinatal Laranjeiras: já são 14 anos de existência. O programa ‘Lembraram-se de Mim’ leva, uma vez por semana, os irmãos mais velhos para visitarem os recém-nascidos internados. Além da visita, os irmãos contam com apoio psicológico durante todo o tempo de internação, assim como o restante da família, para entender o porquê de todo aquele processo estar acontecendo. Os bons resultados demonstram que a iniciativa traz benefícios para a família. Na ante-sala da UTI há um quadro em que ficam expostos desenhos feitos pelos irmãos dos bebês internados, que tem como tema o novo integrante da família que ainda não deixou a maternidade. É uma maneira lúdica deles se expressarem, demonstrarem carinho pelo novo irmão e mostrarem que também estão dispostos a colaborar na recuperação do caçula.
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Juliana Delamônica é psicóloga da Perinatal Barra
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dicas
por felipe demartini
Aprendendo no cotidiano O desenho Pocoyo já é sucesso no canal Discovery Kids, e agora pode ser levado também para casa. A caixa de DVDs com os 52 episódios da primeira temporada da animação já está nas lojas, em uma caixa especial com três discos. No programa, o curioso Pocoyo transforma e descobre o ambiente ao seu redor, enquanto aprende novos ritmos de dança com seus amigos Pato, Elly e Loula. Pocoyo – Primeira temporada completa Zinkia Entertainment / Granada International – 364 minutos Preço sugerido: R$ 89,90
Clássicos do rock Com o CD “MPBaby – Pink Floyd”, os pais podem apresentar aos filhos os sucessos de uma das mais importantes bandas da história do rock. No álbum, os violonistas Álvaro Fernando e Evandro Gracelli transformam músicas clássicas do consagrado grupo inglês em arranjos para violões acústicos. Hits como “Wish You Were Here”, “Money” e “Another Brick In The Wall” são algumas das 15 faixas do disco. MPBaby – Pink Floyd Gravadora MCD Preço sugerido: R$ 19,20
O mundo de Alice Na trilha do novo filme de Tim Burton, a editora Ciranda Cultural publica uma nova versão do clássico “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll. Nesta edição, a história da menina que é transportada para um mundo mágico é contada por meio de páginas em “pop up”, ou seja, os cenários e textos saltam aos olhos dos pequenos, proporcionando uma experiência interativa. Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll Ciranda Cultural – 26 páginas Preço sugerido: R$ 39,90
Esquilos cantores No filme “Alvin e os Esquilos 2”, sequência do sucesso de 2007, os esquilos cantores Alvin, Simon e Theodore têm a missão de salvar um programa musical e encontram rivais à altura: “As Esquiletes”, trio formado pelas simpáticas esquilinhas Brittany, Eleanor e Jeanette. A viagem musical inclui releituras de clássicos da música pop, além de romance e comédia. Jason Lee, Justin Long, Anna Faris e Christina Applegate estão no elenco. Alvin e os Esquilos 2 Fox – 88 minutos
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Preço sugerido: R$ 29,90
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AnĂşncio 44
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