Jornal 360_ ed. 205 _ fev2023

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ponto de vista Nosso mais novo colunista, o ator Leonardo Medeiros, aborda as redes sociais e como agem sobre nós •p3

meninada Pingo está de volta com uma aventura no campo e conhece pássaros que lhe fazem refletir sobre liberdade

agro_ Proprietários rurais têm novo apoio público com sistema de segurança Agro+Seguro que faz ronda diária no campo

Preservação do rio Pardo reúne agro, ativistas e poder público

Há mais de uma década sofrendo com intervenções que podem comprometer gravemente sua sobrevivência, especialmente em Santa Cruz do Rio Pardo e em Ourinhos, últimas cidades por onde passa antes

de sua foz, em Salto Grande, o rio Pardo foi tema de um evento reunindo o setor agro, ativistas e representantes do poder público em promovido pela prefeitura de Santa Cruz através de sua Secretaria de

Meio Ambiente. Na pauta do “1º Forum de Proteção ao Rio Pardo”, uma nova ameaça que precisa ser combatida: as CGHs, que aparentam ser inofensivas, mas podem levar o rio ao colapso.

18 nº205 Grátis! •p10
ANO
•p9 Jornal 360 foto_acervo do Prof. Piroli Fevereiro 2023 Jornal360_circulação mensal: 3 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Avaré • Bernardino de Campos • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Pedro do Turvo • Timburi Rodovias: • Graal Estação Kafé • Graal Paloma • Graal Ourinhos • RodoServ • RodoStar Versão Online: issuu.com/caderno360 facebook/jornal360 •p6 arte: Sabato Visconti

SERVIR

Do Latim SERVIRE, “escravidão, servidão”, significa trabalhar em favor de; encarregar-se do funcionamento ou da atividade (de algo); cumprir certos deveres e funções; dar auxílio; ajudar; prover com o necessário; oferecer algo; ser útil; substituir algo ou alguém; estar às ordens

Do Latim SERVIRE, “escravidão, servidão”, significa trabalhar em favor de; encarregar-se do funcionamento ou da atividade (de algo); cumprir determinados deveres e funções; dar auxílio; ajudar; prover com o necessário; oferecer algo; ser útil; substituir algo ou alguém; estar às ordens

Sinto prazer em servir. Em ser útil. É um sentimento pessoal que me move. Faz-me agir. Do prato preparado por mim e servido a alguém, à articulação em benefício de causas que julgo essenciais, como a preservação do meio ambiente e a atenção às necessidades dos menos favorecidos, servir não faz de mim apenas alguém útil, mas uma pessoa bem feliz.

Talvez por sentir essa satisfação servindo o outro, eu não rejeita quem queira fazer isso por mim. Muito pelo contrário. Aceito e sou grata por quem me presta serviços, seja de qual natureza for. Falo disso sob a ótica da satisfação pessoal porque acredito que esse olhar sobre a atividade de prestar-se a fazer algo pelos outros na condição de lhes ser útil pode transformar vidas e ampliar a consciência sobre o que afinal estamos fazendo aqui na Terra.

Esta edição está ancorada no conceito do servir ao outro . Ou aos outros. A começar pela nossa reportagem sobre um oportuno serviço que órgãos públicos - no caso governo do estado, prefeituras e polícia militar - estão oferecendo à população que vive no campo, o Agro+Seguro, que está devidamente explicado na nossa seção AGRONEGÓCIO.

Servir implica algo fundamental: não esperar nada em troca. Servir exige que se faça algo apenas para que o outro se beneficie. Ë o que vemos em mais um encarte de MEIO AMBIENTE com o tema SOS RIO PARDO VIVO, que desta vez aborda a delicada e eminente questão das barragens que empresários de conduta e intenções questionáveis insistem em implantar num rio essencial a 20 municípios e que precisa ser preservado para continuar servindo a todos indefinidamente.

É com esse espírito de servir à comunidade da nossa região, que pessoas como o Prof. Dr. Edson Luiz Piroli e o gestor hídrico Luiz Carlos Cavalchuki, vêm servindo como principais atores da defesa do rio Pardo há mais de uma década. Ambos têm sólida carreira profissional, das quais se ocupam como qualquer trabalhador responsável. Porém, isso não os impede de dedicar bastante tempo, energia e até mesmo recursos próprios, servindo a todos que precisam ou simplesmente querem saber como preservar o rio Pardo, como foi mais uma vez demonstrado, desta vez no 1o Fórum de Defesa do Rio Pardo, promovido pela prefeitura de Santa Cruz através da Secretaria de Meio Ambiente.

* Mesmo com uma agenda repleta de compromissos cadêmicos na UNESP, onde leciona, o Prof. Dr. Piroli não mede esforços para ajudar na defesa do rio Pardo. Grande conhecedor do assunto, faz palestras detalhando a situação. Na foto, em reunião com o prefeito Diego Singolani *

É também com o intuito de servir a comunidade com sua cultura e análise de nossa sociedade e nosso tempo, que os colunistas Fernanda Lira, Maurício Salemme Corrêa e Leonardo Medeiros, contribuem com seus textos de maneira voluntária, enriquecendo o conteúdo editorial deste periódico a cada mês, como vemos na seção PONTO DE VISTA, assim como o ilustrador Sabato Visconti com as artes que produz para a seção MENINADA, contemplando nosso mascote, o PINGO.

O simples ato de servir um alimento pode ser uma grande momento. Por isso vale a pena também ficar atento às receitas da nossa seção GASTRONOMIA, para que você garanta um serviço de dar água na boca.

Por essas e outras informações convido o leitor a aproveitar da uma de nossas páginas. Afinal, é para este serviço que estamos aqui todos os meses. Boa leitura!

Flávia

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Mateus 23 vs 11

ação!

O jornal 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 3 mil exemplares. Distribuição gratuita. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ˙editora, diagrmadora e jornalista responsável | Mtb 21563˚, André Andrade Santos e Paola Pegorer Manfrim ˙colaboradores˚, Fernanda Lira, Leonardo Medeiro, Angela Nunes e Maurício Salemme Corrêa ˙colunistas˚, Sabato Visconti ˙ilustrador˚, Odette Rocha Manfrin ˙receitas e separação˚, Camila Jovanolli ˙transcrições˚. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147CEP 18900-007 - Santa Cruz do Rio Pardo/SP

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Ora
“O maior entre vocês deverá ser servo.”
2 • editorial
xpediente
e foto: Flávia Rocha | 360

Quando Mídia Social era sentar com os amigos no boteco

Tento evitar a nostalgia. Ás vezes a gente tem saudade de um tempo que na verdade não existiu. Ou pelo menos apaga da memória a parte ruim. É fácil dizer: “Saudade do tempo que não existia celular, a gente marcava as coisas e todo mundo dava um jeito de aparecer na hora.”

No recente terremoto na Turquia, não fossem as redes formadas via mídias sociais em telefones celulares, uma parte significativa de vítimas sobreviventes não teria sido resgatada dos escombros. Se esse mesmo terremoto acontecesse nos saudosos anos pré-celular, milhares de seres humanos teriam morrido depois de intermináveis e terríveis horas de soterramento involuntário.

As ferramentas não são boas ou más, a maldade está no usuário. Toda tecnologia é amoral.

Veja por exemplo o caso das mídias sociais. Salvaram milhares no terremoto, mas são as grandes responsáveis pela disseminação de discursos de ódio que vêm dividindo em dois o planeta. De um lado os bons e do outro lado os maus. (O lugar onde você está depende do ponto de vista.) Essas mega corporações tecnológicas não querem saber se as pessoas vão se ma-

tar, se os regimes vão implodir, se as pessoas sofrerão de ansiedade e depressão por causa da divulgação maciça de modelos de comportamento inatingíveis. Elas querem lucrar, e não interessa como. Cada segundo que você passa “gratuitamente” fisgado num discurso circular que te embala em sua confortável bolha, a empresa está monetizando em propaganda subliminar e vendas ocultas. Os consultórios psiquiátricos estão cheios de gente sofrendo de doenças velhas com roupagens novas.

Voltando à nostalgia, quem viveu no tempo quando não existia celular lembra que

Adversários, sim. Inimigos, não!

Recentemente a morte do grande Roberto Dinamite, me chamou a atenção quanto à frase tema dessa reflexão. Vivi os anos 80 tanto musicalmente, quanto em relação aos esportes. Ídolos dessa década no futebol eram muitos. Posso citar sem sombra de dúvidas alguns nomes: Sócrates, Falcão, Leão, Júnior, Cerezo, Careca, Eder, Oscar.... Dentre outros.

Porém, no Rio de Janeiro, havia uma disputa muito acirrada e focada em dois nomes que foram muito grandes e expressivos no cenário esportivo mundial: Roberto Dinamite e Zico, Vasco e Flamengo. Disputas incríveis de campeonatos, artilharias, popularidade...Cada jogo, uma guerra, jogada dentro das quatro linhas.

Na verdade, fora das quatro linhas, havia uma amizade e um respeito mútuo entre os ídolos...

No jogo de despedida de Roberto Dinamite, Zico, jogou ao lado do seu maior rival, vestindo a camisa do time dele, o Vasco, algo provavelmente inédito, que demonstrou um respeito ao esporte, às diferenças e dando uma lição de que o espírito de luta pelos seus ideais, seu clube, não podem e

não devem se sobrepor à quaisquer respeito ao seu semelhante... Que linda lição.

Por isso, são ídolos, respeitados, aclamados e amados por todos.

Fica a dica: “Quando o jogo de xadrez acaba, o peão e o rei vão para a mesma caixinha”.

o comportamento das pessoas era diferente. Errar era mais confortável e menos culposo. Você cometia um erro, assumia e pe-dia desculpas. Tudo certo. Hoje não se erra mais, os culpados são sempre os outros. Que alegria eu tenho quando alguém assume um erro. É um negócio raro. É bonito.

Era mais fácil conversar porque existia escuta dos dois lados. Hoje, os cérebros estão cimentados em concreto. Argumentos válidos são desprezados como pecados. Como eu fico feliz quando um bom argumento me faz mudar de ideia! Que êxtase es-

cutar alguém dizer: “Obrigado, eu estava errado. Você me ajudou a mudar de opinião.” A dúvida era aceitável. Hoje todo mundo tem opinião formada sobre física quântica, geologia e filosofia iluminista. Ninguém assume a própria ignorância. Tem opinião pra tudo, chutada pra todo lado. Quem fala inglês conhece a expressão quase intraduzível “Ignorance is Bliss.” Quer dizer mais ou menos que existe alegramento em desconhecer. Os jecas tatus que o digam! Eu venho experimentando dizer: “Sinto muito, não entendo desse assunto, vou pesquisar.”

Recentemente li numa mídia social uma sábia usuária dizer: “Não existe vergonha em errar, apenas em se recusar a aprender.” Uma coisa linda dessas me faz lembrar que as ferramentas não são nem boas nem más. Depende do jeito que a gente usa.

* Ator, diretor e escritor

3 • ponto de vista
imagem: canva imagem: canva *Mauricio Salemme Corrêa

*Flávia Rocha Manfrin

Costelinha de porco versátil e deliciosa

Com exceção de veganos e vegetarianos, dificilmente um bom gourmet dispensa uma porção de costelinha de porco. Seja como petisco, servida em porções ou espetinhos acompanhada apenas com uma farofinha, esse corte suíno tem adeptos em todo o globo.

O desafio da costelinha, no entanto é deixar a carne tenra, pois geralmente ela é mais resistente. Daí o

Costelinha Gorda por: Flávia Rocha Manfrin

_Ingredientes:

• 1,5 de costelinha de porco, com gordura cortada com 3 cm de largura

• 4 dentes de alho

• 1 colher de sopa de gengibre em pó ou ralado

• 2 limões de qualquer tipo

• 1 ou 2 laranjas

• sal a gosto

• pimenta a gosto (eu só uso molho de pimenta vermelha puro)

_Preparo: Limpe bem a carne sem tirar o excesso de gordura, a não ser que seja mais larga que a carne. Neste caso, faça uma apara e reserve a gordura retirada para ser usada na farofa. Tempere a costelinha com os itens secos e por último coloque limão, sem exagero. Feito isso, coloque num pirex e cubra com o suco de 1 laranja. Deixe marinar o máximo de tempo que for possível, inclusive de um dia para outro. Cozimentos: você pode fazer na brasa, numa grelha, na panela de pressão finalizando com o forno ou diretamente no forno. Se for usar pressão, frite bem a carne com um pouco de

hábito de colocá-la na panela de pressão antes de levar ao forno. Ou de cozêla na base do pinga e seca, colocando pequenas doses de água quente enquanto ela frita na própria gordura, numa boa panela de ferro. Quando feita na brasa, é essa gordura, que vai garantir que a carne fique macia, além de uma boa marinada. Nesta edição, dicas e modos de preparo da costelinha.

Costelinha Caramelada por: Mariana Ferreira

_Ingredientes:

• 1 kg de costelinha

• 4 dentes de alho

• 1 xícara de café de conhaque

• 4 colheres de mel

• sal e pimenta a gosto

banha ou alguma outra gordura (manteiga, óleo ou azeite). Depois de fritar, acrescente o tempero que ficou no pirex e misture um pouco de água. Retire da pressão quando estiver macia. Leve ao forno para secar um pouco colocando o suco que ficar na panela (use o fundo da panela para fazer a farofa). Leve ao forno coberta com alumínio se ainda estiver dura e retire depois para dourar. Ou sem papel se já estiver bem cozida e macia. Se preferir fazer direto no forno, o que é mais demorado) coloque tudo numa assadeira, com a costelinha crua mesmo. Acrescente o suco de mais uma laranja, cubra com papel alumínio e cozinhe em fogo bem baixo. Quando estiver cozida, retire o papel para assar e dourar.

_Preparo: Limpe bem a costelinha e tempere com o sal e o alho ralado. Pimenta é opcional. Misture o mel e o conhaque e coloque sobre a carne,

deixando no tempero por algumas horas. Asse em forno baixo até ficar dourado. O uso de papel alumínio para cozinhar a carne é opcional. Também pode ser feita na panela, na base do frita e pinga. Ou seja, você frita bem a carne

Farofa Fundo de Panela por: Flávia Rocha Manfrin

_Ingredientes:

• 2 xícaras de farinha de mandioca biju

• 1 dente de alho amassado

• 1/2 cebola fatiada fino

• 2 colheres de manteiga

• sal a gosto

• azeite para ajustar

• sobras de carne do fundo da panela ou assadeira

_Preparo: Use a água para soltar o fundo da panela ou assadeira que você preparou a carne de porco se estiver muito grudada.

Senão, adicione a manteiga e quando derreter coloque o alho e rapidamente a ce-

e vai pingando água quente. Conforme seca, pinga mais água, até fica macia e bem dourada.

bola, para que o alho não amargue. Frite bem a cebola misturando tudo com o fundo de carne da panela. Adicione então a farinha e mexa até dourar e ficar crocante. Se estiver muito seco, ajuste com azeite. Tempere com sal e pimenta a gosto.

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• gastronomia
foto:
Flávia Rocha | 360 foto: Flávia Rocha | 360

Projetos de CGHs trazem sérios riscos à saúde do rio Pardo

Não. Essa palavra resume a opinião de especialistas quanto às investidas de empresas do setor hidrelétrico para introduzir geradores de energia elétrica no rio Pardo. O consenso de que o rio não pode ser alvo de novass interferências tornou-se público durante o 1o. Fórum de Preservação do Rio Pardo, realizado pela prefeitura municipal de Santa Cruz através de sua Secretaria de Meio Ambiente.

Entre os palestrantes, a unanimidade foi bastante clara, assim como os argumentos apresentados pelos especialistas de diversos campos de atuação: o promotor de Meio Ambiente, Vladimir Brega; o presidente do Sindicato de Proprietários Rurais, Antonio Consalter; o acadêmico e maior estudioso da bacia do Rio Pardo, Prof. Dr. Edson Piroli; o ambientalista e gestor hídrico Luiz Carlos Cavalchuki; o secretário de Meio Ambiente do município, Cristiano Miranda; e o prefeito da cidade, Diego Singolani.

No auditório montado no salão da ACE-Santa Cruz, um público formado por cerca de 50 pessoas, congregou boa parte do secretariado do município, imprensa, entidades, empresários e pessoas interessadas em saber como o rio Pardo pode ser preservado. Dentre eles, empresários rurais que estão recebendo propostas de compra e de sociedade para a implantação de CGHs – Centrais Geradoras Hidrelétricas – que aparentemente seriam inofensivas

às corredeiras do rio, mas implicam em grandes interferências, inclusive com efetivo desmatamento de áreas nativas e essenciais ao rio, que necessariamente terão que ser repostas pelos proprietários rurais em atendimento à lei que determina uma pequena, mas fundamental área de mata nativa em cada propriedade.

O consenso entre as autoridades, proprietários rurais presentes e especialistas no assunto soou como um grande alívio para os que se dedicam a manter o tema em pauta e a agir em defesa das águas do rio Pardo através da ONG que nomeia e lidera o Movimento pelo Rio Pardo Vivo.

Representou também um incentivo para que novas medidas sejam tomadas, já que o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou por completo o Projeto de Lei 198/17, de autoria do deputado estadual Ricardo Madalena, alegando total inconstitucionalidade na proibição estadual da instalação de novas PCHs no rio Pardo, como a que acabou sendo construída em Águas de Santa Bárbara nos últimos anos.

Diante deste cenário onde é evidente o risco que qualquer nova interferência, de qualquer porte, representa para o rio Pardo e para todas as suas utilidades, incluindo além do abastecimento às populações, o seu uso na agricultura, na indústria e no comércio, além de seu potencial turístico, o momento pede a busca de soluções junto às autoridades da esfera federal, o que será feito com apoio do prefeito de Santa Cruz e sua equipe gestora, e também dos edis que compõem a Câmara Municipal da cidade, que tradicionalmente apoia ações de defesa do rio.

Também se pretender informar autoridades, empresas e populações urbanas e rurais de toda a região para que ajam em defesa da preservação do rio Pardo. Para tanto nos valemos desta nova edição do Especial SOS Rio Pardo Vivo e de mantermos abertos canais de comunicação da ONG e de ativistas que se dedicam há mais de uma década a trabalhar para que as o rio Pardo continue correndo com suas águas fartas e limpas por toda a a sua extensão.

Boa leitura!

O evento de Santa Cruz promoveu a aproximação entre produtores rurais que possuem terras à beira do rio Pardo e ambientalistas, como o Prof. Dr. Piroli (centro), que trocou informações e se dispôs a atender às demandas de análise de Paulo Fernandes Menegazzo (à esquerda) e de seu filho Paulo Sérgio, proprietários da área onde fica a queda conhecida como Saltão do Menegazzo

Flávia Rocha Manfrin editora 360 e agente do Movimento pelo Rio Pardo Vivo

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SOS
Vivo_encarte da edição 205 do Jornal 360 [fev2023]
foto: Flávia Rocha
360
Rio Pardo
foto: Edson Luís Piroli

Por que centrais hidrelétricas s

Durante o 1ª Fórum de Defesa do Rio Pardo promovido pela prefeitura de Santa Cruz for hidrelétricas e de barragens no rio Pardo são nocivos para todos, inclusive para os pro

Por que dizer não às CGHs

1: As CGHs destroem fontes naturais de reposição de água no rio:

Devido ao seu local de instalação, as CGHs ocupam Áreas de Preservação Permanente (APPs), que ficam nas margens dos rios e por isso degradam o solo, eliminam as matas ciliares e as nascentes que existem ao longo das margens. Quando se degrada nascentes, automaticamente se reduz o volume de água que chega ao rio. Até mesmo para gerar energia depois das obras, essa água que deixa de chegar ao rio vai fazer falta.

2: Desequilibram o ecossistema flora – fauna:

A implantação de uma CGH compromete todo ecossistema local, inclusive, os corredores ecológicos, que são os locais por onde a fauna silvestre se desloca ao longo das margens dos rios. Além disso, durante a construção da obra com barramentos de qualquer natureza é preciso fazer o controle das águas, comprometendo o deslocamento de peixes e de outros animais e organismos aquáticos, o que compromete fortemente o ecossistema do rio e atividades como de pesca e observação, por exemplo.

3: Reduzem o abastecimento:

O controle das águas por qualquer empreendimento é extremamente danoso, tanto em termos ambientais como em termos econômicos, tanto da agricultura como de outros setores, incluindo as demandas dos municípios para uso doméstico e de todas as atividades urbanas, sejam industriais, comerciais, de serviços, saúde, educação, entre outras.

4: Envolvem barramentos:

Qualquer barramento no leito do rio Pardo pode comprometer o abastecimento às áreas agrícolas, principalmente em meses de estiagem. Inclusive isso já tem sido observado depois que foi construída a PCH em Águas de Santa Bárbara. Muitas CGHs também envolvem barramentos, como é o caso do projeto proposto para área conhecida como “Usina Velha”, em Santa Cruz.

5: Prejuízo à agricultura:

Para os proprietários das terras onde uma CGH é implantada, os principais prejuízos são geralmente a perda da autonomia sobre parte de suas propriedades, assim como a dificuldade ou impedimento de acesso ao rio e às nascentes que estão em suas margens. Além disso, na fase de construção há a concentração de pessoas e atividades nas propriedades, podendo trazer problemas das mais diversas formas. Há ainda que pensar que as CGHs precisarão implantar linhas de transmissão, que também trarão limitações nos usos das propriedades. Outra questão muito importante é que o rio já está no limite de uso de suas águas, que devem ser impactadas ainda mais devido à construção, em andamento, de um grande reservatório em Botucatu e com o uso crescente de pivôs para irrigação das plantações. Ou seja, as CGHs podem não conseguir gerar a energia e os lucros prometidos.

6: O rio pode entrar em colapso:

O Rio Pardo não tem mais água suficiente para atender às demandas PCHs que já existem em seu leito, como a de Santa Bárbara que em vários períodos dos últimos anos gerou menos de 20% de sua capacidade. Há ainda projetos aprovados e em andamento ao longo do rio que podem comprometer seriamente o

potencial do rio Pardo, como construção do reservatório de Botucatu, que reterá milhões de metros cúbicos de água, e a possível construção de uma PCH em Iaras. Além disso, a irrigação por pivôs centrais, que é um mecanismo necessário à produção agrícola, tem aumentado demais em toda bacia do rio Pardo, e cada pivô usa dezenas ou centenas de metros cúbicos de água por dia. Todo esse uso já indica um limite e deverá ser um grande problema para o funcionamento das CGHs, pois não haverá água suficiente para funcionarem.

É importante saber:

A energia gerada não é acessível:

Toda energia gerada por centrais hidrelétricas segue para a transmissão nacional. Não é possível ter acesso a ela por conta de estar na região.

A região já tem muitas barragens:

Já existem 12 usinas hidrelétricas (UHEs), 18 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e 07 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) na bacia do Rio Paranapanema, da qual o Rio Pardo faz parte. Ou seja, 37 barragens, das quais, 4 estão no Rio Pardo. A região já arca com uma grande contribuição para o setor energético.

Dados de adequação estão muito desatualizados:

O inventário do potencial hidrelétrico do Rio Pardo foi feito pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) há mais de 20 anos, quando vivíamos um outro contexto de ocupação das águas na bacia, econômico e climático. Investir alto para gerar energia no rio Pardo, pode ser um péssimo negócio simplesmente porque ele não tem água para atender a toda demanda a que está submetido em determinados períodos do ano.

APOIO:

Por lei, prioridade da água é para consumo humano e animal:

A Lei 9.433/1997 determina em seu Artigo 1, Inciso III: “Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais”. Ou seja, caso as populações ou qualquer de suas atividades sejam colocadas em risco, os gestores públicos e os representantes legais determinarão a interrupção de todas as demais atividades que usem intensivamente a água do rio Pardo, incluindo as centrais elétricas.

PCHs e CGHs não são sustentáveis:

Por colocarem em risco o volume de águas, por desmatarem matas nativas seculares, por provocarem a mortandade de peixes, por provocarem o êxodo de animais silvestres, por com-

foto: Edson Luís Piroli Área assoreada do rio pardo em Ourinhos, e Águas de Santa Bárbara. A situação pode pir

são ameaças para o rio Pardo

ram apresentadas as razões pelas quais qualquer projeto de instalação de centrais oprietários rurais que estão sendo procurados para investir em projetos de CGHs

Áreas de centrais hidrelétricas são restritas:

Engana-se quem pensa que uma represa significa mais uma área para lazer, turismo e atividades aquáticas. Toda central hidrelétrica, seja uma PCH ou CGH tem área restrita e, portanto, inacessível aos moradores, turistas e até mesmo proprietários rurais que se associem a elas.

Outras interferências:

Cuidados para repor a água do rio Pardo

O rio Pardo tem potencial para produzir água em quantidade adequada e suficiente para atender a todas as demandas atuais se tiver toda sua bacia manejada adequadamente, de maneira integrada. Esse manejo deve partir das prefeituras e demais órgãos públicos da área, mas pode ter a participação de toda população.

Aumentar a infiltração de água para recarregar as nascentes

m 2021, comprova o efeito nocivo da PCH de roar se projetos de CGHs forem em frente

prometerem nascentes, por restringirem o fluxo de água durante a estiagem, por promoverem uvariações no volume de água nos meses de chuva, as PCHs e CGHs não são consideradas fontes seguras e sustentáveis de energia.

PCHs e CGHs são obsoletas:

Por não contribuirem para a preservação ambiental, a energia hidrelétrica hoje ocupa um papel secundário e até mesmo desconsiderado em projetos de geração de energia. Principalmente com o advento de diversas fontes geradoras de energia que são sustentáveis e ecológicas, como a energia solar, a energia eólica, a energia de biomassa (que se vale dos restos da cana-de-açúcar e inclusive são várias na região do Rio Pardo), a energia das marés.

As demais interferências nos córregos, riachos, ribeirões e rios que formam a bacia do rio Pardo, estão em geral, difusas em todo território. Isso, num primeiro momento reduz seu potencial de degradação, mas que se não forem conduzidas dentro de limites sustentáveis ampliam os riscos à segurança hídrica dos moradores de Santa Cruz do Rio Pardo e de Ourinhos, além de comprometer suas atividades sociais e econômicas.

Cuidados necessários para quem utiliza água em larga escala:

Quem utiliza água em larga escala precisa ter clareza sobre sua fonte de abastecimento e monitorar sua capacidade de fornecimento de água. Por exemplo: quem usa água de um córrego precisa saber o que está acontecendo em toda a sua bacia para não ser pego de surpresa com a falta repentina de água devido ao aumento do uso em algum ponto ou à implantação de algum barramento. Já quem usa água subterrânea (de poços) precisa saber como está se comportando o aquífero ou o lençol freático de onde retira a água, pois se não houver recarga, a água reduzirá de volume até se extinguir. E, neste caso, a atividade econômica pode ser inviabilizada. Existem muitos exemplos de problemas como este pelo mundo, nos Estados Unidos, China, Índia, Austrália e entre outros países.

Você pode cuidar das nascentes em casa ou no campo

O Rio Pardo é formado por 3.281 nascentes. Cada uma contribui com um pouquinho de água para que ele chegue na cidade com o volume que ele tem, mas para continuar existindo, as nascentes precisam que a água das chuvas chegue até elas. E essa água das chuvas para chegar nas nascentes precisa infiltrar no solo. Ela não pode correr direto para o rio.

Quem deixa parte do quintal de casa, da calçada, sem concretar, contribui para que parte da água das chuvas infiltre, siga para o lençol freático e volte à superfície pelas nascentes, que vão formar os córregos que alimentam o rio Pardo.

Nas áreas urbanas deve ser incentivada a implantação de estruturas como: coleta de água das chuvas para uso menos nobres no dia a dia; jardins filtrantes; pavimentos permeáveis; calçadas permeáveis e pisos permeáveis; bacias de infiltração e praças e áreas verdes; valos de infiltração ao longo de ruas, estradas e estacionamentos; poços de infiltração; melhorar a arborização urbana; melhorar a gestão de resíduos sólidos e efluentes, entre outras.

Nas áreas rurais os produtores devem implantar terraços em nível, matas ciliares, reservas legais, sistemas mistos de produção como agroflorestas e integração lavoura pecuária, adubação verde, promover controle do fogo, plantio direto na palha, construir bacias de retenção de água ao longo de estradas rurais e carreadores, criar cordões de vegetação, entre outras técnicas e estruturas.

Fonte:

Prof. Dr.Piroli , autor do livro “Água e Bacias Hidrográficas”, distribuído gratuitamente pela editora UNESP. Link para baixar: https://editoraunesp.com.br/catalogo/9786557142981,a gua-e-bacias-hidrograficas

Margem desmatada do rio Pardo. Requer ser reflorestada para que não haja assoreamento. Ou seja, que a terra desça para o rio e comprometa seu fluxo

APOIO:

foto: Edson Luís Piroli

Não às CGHs é consenso entre todos os setores

haverá servidão. Os proprietários vão perder ocupação e potencial de suas propriedades. Então é muito importante discutir a questão, porque não são projetos pequenos.

“No início nós trabalhamos para defender o rio de barragens no rio Pardo, as PCHs. O tempo está passando e agora estamos tendo que lidar com novos projetos hidrelétricos, que são as CGHs, o que nos leva a alertar a sociedade local e as autoridades sobre o quanto esses projetos são prejudiciais e podem comprometer seriamente a preservação do rio para continuar a abastecer a cidade, incluindo moradores, empresas, agronegócio e também servindo como base para o desenvolvimento turístico do município. Isso vale inclusive para toda a região.”

LUIZ CAVALCHUKI

Fundador da ONG Rio Pardo Vivo

“São muitos fatores que se somam na defesa do rio Pardo. Temos que trabalhar para defender a proteção do rio, tanto pelo abastecimento quanto por sua importância ambiental e turística. Espero que esse evento, que reúne nossa equipe, a sociedade civil, autoridades e as lideranças do movimento em defesa do rio Pardo, seja um marco para criarmos alianças com todos os segmentos, inclusive das cidades da região, para que, juntos, busquemos soluções que garantam a integridade da nossa principal fonte hídrica de modo a evitar empreendimentos que possam comprometer sua sustentabilidade. O Rio Pardo é de todos e todos devemos protegê-lo de modo a preservá-lo para que possa continuar servindo a todos sem danos para qualquer se-tor e para as futuras gerações.”

“Nós temos na região outras fontes de geração de energia que não afetam o meio ambiente e produzem muito mais energia do que o que está sendo proposto com as CGHs, como as usinas de biomassa. As empresas chegam de longe propondo sociedade com projetos que vão comprometer a produção agrícola. Há mais de 700 CGHs no país e cerca de 200 já estão abandonadas. Então por que aparecem para nos propor esse tipo de negócio? Nós temos que nos unir, envolver produtores de outras cidades para evitar isso. Temos que combater propostas que colocam em risco o acesso dos proprietários à água e prejuízos para o agronegócio, para o meio ambiente e para toda a região.”

ANTONIO CONSALTER

Presidente do Sindicato Rural

“A união entre municípios, a sociedade civil e autoridades é extremamente importe para conseguirmos realizar um trabalho que possa ser vitorioso. É preciso que todos os municípios participem, inclusive entendendo que as barragens representam um dano a projetos turísticos, ao agronegócio, às indústrias. E se pensamos que precisamos proteger os rios, significa que precisamos proteger as matas ciliares e as nascentes.

É importante que os proprietários rurais participem para perceberem que não é simplesmente vender uma beirada do rio e que isso não vai trazer impacto algum. Vai ter impacto ambiental, nas margens e na propriedade. Porque haverá linhas de transmissão e mesmo não haven-do desapropriação de terra,

O Ministério público sempre esteve disposto para nessas questões e contamos com o GAEMA – Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente – que se dedica a esse tipo de demanda, com equipe técnica, que pode produzir laudos técnicos e oferecer argumentos para impedir a instalação dessas centrais. É preciso levantar informações sobre os impactos que esses projetos de CGHs podem causar ao meio ambiente e o GAEMA pode ajudar nessa questão.

Nada é definitivo no meio ambiente. Sempre aparecem novas ideias de usar os rios, novas leis e revogações de leis para atender às demandas de energia. Então temos que encontrar argumentos para que isso não aconteça.”

VLADIMIR BREGA

Promotor de Meio Ambiente

“Há dois anos, quando fui procurado, achei que era um grande negócio (as CGHS). Mas na minha opinião, depois de eles oferecerem um preço para um e outro para outro, não acho que seja uma empresa idônea. O pior é que assinei o doucumento de pré venda e temos que cumprir com o que foi feito. Se eles conseguirem autorização serei obrigado a vender, mas hoje preferia que a obra não saísse.”

JOSÉ ALDIVINO DA SILVA proprietário rural

Neste momento, quem pode realmente impedir de modo definitivo a instalação de CGHs no rio Pardo são os proprietários rurais. Basta eles dizerem não. Isso é amar a nossa cidade, é defender o nosso bem maior, que é o rio Pardo. Espero que todos que estão sendo abordados com propostas de venda ou sociedade para a instação de CGHs sigam esse exemplo e preservem não apenas as nossas águas, mas preservem também as suas propriedades.”

CRISTIANO MIRANDA

Vereador e Secretário de Meio Ambiente

“O rio Pardo não tem estrutura hídrica para suportar tantas interferências. Ele já comporta quatro PCHs, sendo a mais recente a que foi instalada em Águas de Santa Bárbara e já vem afetando o volume de água, o que se torna ainda mais evidente em períodos de seca. Há também um grande reservatório sendo construído em Botucatu, onde o rio Pardo é ainda muito incipiente. E essa obra pode trazer grandes impactos para as cidades que estão abaixo e dependem do rio, especialmente Santa Cruz e Ourinhos.

Caso sejam instaladas novas barragens e feitas novas interferências que eliminem grandes áreas de mata ciliar nativa, que protegem o rio e levariam mais de um século para serem repostas em sua forma original, o rio Pardo corre o risco de não chegar à sua foz, em Salto Grande. Pode ocorrer aqui o que é fato em rios famosos de muitos países, como o Colorado, nos Estados Unidos, que simplesmente secou antes da foz, deixando de abastecer muitas cidades. Santa Cruz e Ourinhos correm esse risco caso ocorram novas obras o Rio Pardo.

Não haverá desenvolvimento econômico na região sem a água do rio Pardo. É muito importante que todos se conscientizem disso. Se hoje os municípios trabalham com índices de crescimento nas áreas agrícolas, na indústria, no comércio, deve-se ao farto abastecimento de água que o rio Pardo oferece. O mesmo vale para toda a infraestrutura urbana. Sem água é impossível uma economia dinâmica, saudável e próspera.”

PROF. DR. EDSON PIROLI Unesp, estudioso do

“A importância da preservação do Rio Pardo vai além do abastecimento urbano. A biodiversidade, a produção agrícola e industrial e o potencial turístico de nossa região serão seriamente comprometidos se não nos mobilizarmos para garantir que nosso rio Pardo viva. Ademais, o rio é fundamental para a viabilidade econômica do nosso município.”

DIEGO SINGOLANI Prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo Rio Pardo JOÃO PAULO CAMARINHA FIGUEIRA morador de Santa Cruz e especialista em Meio Ambiente e Sustentabilidade *SOS Rio Pardo VIvo é uma publicação especial do Jornal 360 produzido para o Movimento Rio Pardo Vivo com o objetivo de atualizar as populações a respeito da situ- ação do rio Pardo que nasce em Pardinho e deságua em Salto Grande, no estado de São Paulo. Publicação encartada na edição 205 do Jornal 360_fevereiro de 2023.
fotos: Flávia Rocha | 360
A partir da esquerda: Edson Piroli, João Paulo Figueira e Cristiano Miranda em expedição para avaliar a situação do rio Pardo em Iaras, em novembro de 2020

Pingo foi ao sítio visitar seus amigos Border Collies no Sítio Jacutinga e lá se divertiu a valer brincando de esconde-esconde com maritacas, sanhaços, canarinhos, tucanos, jacus, gralhas pica-paus, e rolinhas que se escondiam nos galhos, folhas e flores das árvores.

Ele ficou meio atordoado com tantos sons entoados pelos amigos de asas que vivem livres onde se planta árvores.

Na volta pra casa, Pingo pensou: quem tem árvores nas calçadas e jardins não precisa de gaiolas pra ter pássaros a cantar e encantar. E, melhor ainda, são pássaros que voam! São livres para brincar!

Pássaros ou Aves?

PÁSSAROS são aves, mas nem todas as AVES são pássaros.

Pássaros são canoros, ou seja, cantam. Costumam ser menores e têm pés com 3 dedos para frente e 1 para trás. Encontre-os no diagrama.

ARAPONGA ARARA

ANDORINHA

AVESTRUZ AZULÃO

BEM-TE-VI

BEIJA-FLOR CANÁRIO

CARCARÁ

CARDEAL CATRACA

CEGONHA

CISNE

COTOVIA

CORUJA

CUCO

CURIÓ

CORUJA

DIUCA

EMA

ENTUFADO

ESTALINHO

FIM-FIM

FLAUTIM

FRUXU

GALINHA

GALO

GARÇA

GARIBALDI GRALHA

GRITADOR GAVIÃO

INHAPIM

IPECUÁ

JACU

JACUTINGA

JOÃO DE BARRO

JURITI

JURUVIARA

LENHEIRO

MARRECO

MARITACA

MAÚ

MIUDINHO

NEINEI

NOIVINHA

PAPAGAIO

PARDAL PATO

PATATIVA PAVÃO

PERIQUITO PERU

PICAPAU PINGUIM

PITIGUARI

PINTASSILGO

POMBO

ROLINHA

ROUXINOL

SABIÁ

SANHAÇO

SERIEMA

TICO-TICO

TUCANO

TUIM

TUIUIU

UIRAPURU

URUBU

9 • meninada
arte: Sabato Visconti
4-
11-
12-
PINGUIMOCOTOVIAAHNILAGR AUNUAPACIPINTASSILGOBUL PROGAVIÃOAPCUAHNILORUQA AAIOHNILATSEIJACUOFBLTD GHVTQSANHAÇOMTUIUIUSMER ANIÇUESBLTJJOÃODEBARROA IONÃDCOLAIESFIMFIMUOFHP OGHRJBAFRVEAROBSLULRMNÇ GEARAPONGAIALÃEJBACAUIO AC A R CARA O B N S X V M F G JUAODU LO S E UQPE A A A D C A T R A CATTUI ER M E TOIS C Ç E L O P E Z E SXIIIR NI A N IETB R B L S E R V P A TOCDMA HQ R S NNIA R O L F A J I E B DPOLSP ZL R I GOGZ D O D A F U T N E LETAEU UO E C AÇUL M U Ã O R E O F H XRIBRR RN C J EMAR I T A C A A S F O AICIIU TIOJUUREPOÇMOJCRZCQOREZ
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Diferenças: 1- Galho no alto (centro). 2- Rabo do Canrinho (amarelo). 3- Cauda do Pica-Pau (azul). Olho do Tucano. 5- Asa da Maritaca (verde). 6- Galho com folha (esquerda).
7-
Língua do Pingo. 8- Rabo do Border Collie. 9- Detalhe do gramado (centro).10- Pés do tucano.
Folha do galho à esquerda.
Pata do Border Collie.
SXHÃTRIDARAIVURUJXUZAME
Livres para voar e cantar! Ache 12 diferenças!

Mais segurança para o campo

Código

Há pouco mais de um mês cruzei com uma picape verde e branca com luminosos de policiamento em uma das estradas rurais onde costumo trafegar. Até pensei que poderia ser algum policiamento específico que estivesse em busca do piloto de um avião abatido pela FAB, que portava grande quantidade de cocaína. Só que não. A vistosa viatura pertence ao Agro+Seguro, um programa lançado pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo que vem sendo implantado nos municípios através de parcerias envolvendo a administração pública e a Polícia Militar. “O programa visa garantir mais segurança no campo. Trata-se de uma ação conjunta com os municípios, com viaturas específicas e identificadas para o trabalho de ronda nas áreas rurais”, respondeu a assessoria de imprensa do órgão estadual que criou o Agro+Seguro e o vem implantando desde agosto de 2021. Segundo o órgão, mais cerca de 70% dos 645 municípios paulistas já contam com o serviço.

Como funciona – Em linhas gerais, o Agro+Seguro envolve a entrega de viaturas adequadas para o patrulhamento policial na área rural. São veículos turbo 4x4 que possuem identidade visual do programa e são adaptados com giroflex e tecnologias como GPS e rádio comunicador. A secretaria estadual concede o veículo de acordo com a situação de segurança do município e sua estrutura policial. “Cabe às administrações municipais, com a participação da Guarda Municipal ou da Polícia Militar, a estruturação do esquema de segurança nas áreas rurais”, informa o órgão estadual.

Mais segurança – Em Santa Cruz, o patrulhamento teve início em novembro de 2022. “A prefeitura recebeu a doação de uma pick-up Triton L200 do governo do estado de São Paulo inteiramente equipada e adaptada para o uso da Polícia Militar, com a qual estabelecemos convênio para o patrulhamento rural. Fica por conta da prefeitura gastos com combustível, manutenção básica,

seguro veicular e pagamento dos policiais que executam a Atividade Delegada”, explica o assessor de gabinete do secretário municipal de Agricultura Diogo Sanches Martins de Gregório.

Segundo ele, conforme tomam conhecimento dos serviços, os moradores rurais reagem de maneira bastante positiva. “Os elogios chegam até nós pela população que tem visto a pick-up do Agro+Seguro e muitos são os relatos de se sentirem mais seguros ao saber que a Polícia Militar também está presente na área rural de maneira cotidiana”, afirma Diogo, acrescentando que o serviço vem sendo divulgado nas redes sociais oficiais da prefeitura, pela própria Polícia Militar e também por meio da parceria com o Sindicato Rural da cidade.

Dia e noite – Com a missão de percorrer bairros rurais dos municípios diariamente, o Agro+Seguro funciona em todos os turnos diários e noturnos, inclusive de madrugada, segundo planejamento estratégico da PM quanto a horários e localidades. Além da ação preventiva, que envolve não apenas a outros fatores de risco, a equipe do Agro+Seguro atende às demandas de segurança dos moradores e trabalhadores do campo. “É um ser-viço realizado exclusivamente no ambiente rural feito por policiais que se voluntariam para essa atividade”, afirma o Capitão Lucas Viol Franciscon, que está à frente da PM de Santa Cruz do Rio Pardo.

Sinergia no campo – Uma das metas do Agro+Seguro é ser um aliado da comunidade rural. A finalidade do serviço é aumentar a segurança e a vigilância do ambiente rural, compreendendo as comunidades rurais, propriedades, estradas

e acessos, buscando melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem e/ou trabalham nesse ambiente, por meio de controle de indicadores criminais e da identificação e gestão de fatores de risco. Visa ainda incrementar ações preventivas e estimular a participação desta parcela da população em programas comunitários, como o Programa de Vizi-nhança Solidária”, explica o capitão Viol, referindo-se a uma prática já implantada em bairros urbanos onde os moradores se conectam para avisar de ocorrências ou situações suspeitas. “Durante o serviço, os policiais rea-lizam o patrulhamento e visitam os moradores rurais, buscando maior aproximação com a comunidade e sua colaboração com a me-

10 • agro
de localização e patrulhamento diário visam garantir mais segurança aos moradores e trabalhadores do campo
* O proprietário rural Sérgio Marçola recebe a patroulha do Agro+Seguro no sítio São Divino, em Santa Cruz * foto: Flávia Rocha | 360

* Os PMs que realizam a ronda diária nos bairros rurais são pessoas que se voluntariaram para esta atividade. Seu trabalho é promover a segurança, não fiscalizar as propriedades e sim atender demandas *

lhoria da segurança rural”, acrescenta o chefe da PM, esclarecendo que não é função do patrulhamento fiscalizar as propriedades, mas observar circunstâncias que possam gerar riscos aos morado-res do campo e, caso isso ocorra, busca soluções junto aos órgãos competentes. Nesse sentido, o Agro+Seguro torna-se um aliado para qualquer situação que necessite de intervenção pública, incluindo condições de estradas e pontes, famílias em condições de extrema pobreza que necessitem de cuidados da assistência social, ocorrência de incêndios e alagamentos, entre outros.

Rotas Rurais – Para agilizar o trabalho de atendimento aos moradores rurais, a PM se vale de um novo serviço que também é fruto da iniciativa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e vem sendo implantado pelas Secretarias Municipais de Agricultura, o Rotas Rurais. O serviço consiste no cadastramento das propriedades para obter um Cadastro Digital, que permite à PM localizar a propriedade

através de geolocalização, indicando a localização exata e as vias rurais para chegar ao local. “O cadastro digital poderá ser usado pelos serviços de emergência do estado e do município para a localizar precisamente a propriedade, inclusive com a rota para acesso”, afirma o capitão Viol.

Como cadastrar – Para obter um código digital rural basta o proprietário dirigir-se à Secretaria da Agricultura do Município de posse de documentos que comprovem sua propriedade, mesmo que em situação de inventário. Há inclusive um telefone para informações a respeito. Também durante a visita feita pelo Agro+Seguro às proprietários rurais, o cadastro vendo sendo divulgado. “Muitos proprietários ainda não procuraram a Secretaria para obter seu endereço, mas estamos trabalhando assiduamente para mais adesões, pois é muito útil para questões de segurança da propriedade”, alerta Diogo, da secretaria de Agricultura de Santa Cruz.

Ação comprovada – Para conferir a atividade do Agro+Seguro, acompanhamos parte da ronda realizada no bairro Água dos Pires, em Santa Cruz. Com as porteiras abertas, pudemos visitar o Sítio São Divino, de Sérgio Marsola, que já conhecia o serviço, na companhia dos PMs Franco e Emerson. “Eu achei um serviço muito importante, que traz segurança pra a área rural. Nós tínhamos a visita da PM da cidade, mas não era algo exclusivo e cotidiano”, avalia Marsola. Segundo ele, o propósito da patrulha ficou muito claro.

Segundo o tenente Romero Franco, ainda não houve uma ocorrência em Santa Cruz e as rondas seguem em caráter preventivo. “Os proprietários podem acionar a equipe do Agro+Seguro em qualquer situação de anormalidade, incluindo veículos e pessoas suspeitas que possam estar rondando a propriedade e situações emergenciais de qualquer natureza. Basta ligar 190 que a questão será encaminhada para o patrulhamento rural, seja de natureza criminal ou não. Neste sentido, se o morador rural tiver o código digital irá facilitar bastante o trabalho da PM, que poderá localizar rapidamente o local e, quando necessário, agir de modo a atuar em todo o seu entorno”, informa o tenente.

Info: Agro+ Seguro - 190 Rotas Rurais - (14) 3332-2311

fotos: Flávia Rocha | 360

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