Cinturao Negro Revista Portugues 334 Abril parte 2 2017

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O trabalho contido nestes DVDs, mostra a diferença entre Kyusho e Dim Mak, posto que se não baseiam nos mesmos objectivos. É uma continuação dos trabalhos precedentes, acerca das “6 Mãos Ji” e “A Camisa de Ferro”. As 6 Mãos Ji prevalecem numa arte denominada Pangai-Noon ou Uechi Ryu, um dos muito poucos estilos que contêm e se concentram nestas posições específicas da mão, para chegar ao tecido mais profundo do corpo. Estes DVDs mostram o uso das mãos, não como maças, antes sim como adagas com o poder transicional de torsão, utilizado nass 6 Mãos Ji, para ser correctamente aplicado ao Kyusho... e esta é uma faceta ausente nas habilidades da maioria de praticantes do Kyusho, 8 KOs (incluindo KOs por compresão e sanguíneos). Este conjunto de 2 DVDs trata do aparentemente simples Kata Sanchin, através de 8 etapas de habilidades de luta. Um completo Sistema Marcial em um Kata, incluindo também métodos da “Camisa de Ferro”. Este DVD Vol.2 contém: Objectivos nas pernas, Takedowns, Grappling, Tuite.

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“A vocação do político de carreira, é fazer de cada solução um problema”. Woody Allen mundo está alterado pela eleição de Trump como presidente dos E.U.A. Para além de qualquer consideração acerca do personagem, (doutores há na igreja para isso!), assistimos em todo o planeta a uma fase de polarização a cada dia mais extrema, fruto dos tempos pelos quais transitamos. Vistos assim, Trump (e tantos outros fenómenos populistas de um ou de outro género) são um sintoma e não uma causa. A tendência aos extremismos e consequentemente à separação, é fruto da pressão negativa que suporta o planeta neste ciclo. Esta vai muito além de sintomas mais ou menos relevantes; os extremos se retro alimentam e em fases de alta pressão não podem deixar de se acrescentarem. Ao planeta, como a uma panela de pressão, lhe desligaram a válvula de escape das guerras convencionais, pondo-lhe a “tampa” da dissuasão atómica e a pressão não pára de aumentar. Por se isto fosse pouco, cada vez há mais “ingredientes” na panela, a humanidade não pára de crescer... Os sintomas são inquestionáveis: Mais calor, menos espaço, aceleração, expansão, tudo isso implica uma condição de mais e mais pressão e a pressão sempre obriga a tomar posições: Ou estás comigo, ou estás contra mim! Neste cenário, as fases intermédias da pirâmide humana decrescem, cada vez mais longe do eterno ideal matemático egípcio; a pirâmide se estica mais e mais; menos acima, têm mais em baixo; mais em baixo, têm menos acima. As classes médias, base da prosperidade e o florescimento do Ocidente moderno, foram “por água abaixo” desde o exacto momento em que se abriram as valas do proteccionismo e abandeirando o primeiro mundo o livre comércio, exportaram do nosso modelo, só o que o resto do planeta estava pronto para aceitar; sem contrapesos relevantes, sem preparação, sem uma história que sirva como viga mestra destas novas realidades, apostando tudo a que simplesmente o capitalismo iria trazer consigo as mudanças necessárias e a humanidade em breve se encontraria na Arcádia feliz! Claro que as motivações nem foram estas, nem de verdade existiram como tais, nunca os argumentos podem substituir as premissas. Mais além das motivações, estão as causas primeiras e estas têm a ver com forças titânicas muito superiores, que governam sem governar; fases e ciclos que nos superam, acontecimentos Yin Yang históricos e Toynbeeanos e aos quais esses pequenos movimentos e personagens, servem sem saber (todos o fazemos!). Se olharmos de cima para baixo, os líderes são simples marionetes dessas forças; quando vistas de baixo para cima, emergentes de marés e tendências governadas pela mais elementar das físicas. Os humanos somos sempre filhos do nosso tempo e como o resto da matéria e energia do Universo, estamos expostos a leis Universais, como a lei do pêndulo. O proteccionismo, seja ele económico, ideológico, racial ou de qualquer outro tipo, é uma medida defensiva

O

O medo é meu companheiro mais fiel. Jamais me enganou para ir embora com outro”. Woody Allen e em consequência, um símbolo de debilidade. Como proclama o grande Sun Tsu: “Quando somos o mais forte, atacamos, quando somos o mais débil, defendemos”. É natural que estas tendências encontrem eco e amparo social, porque as classes médias, agora já de segunda categoria, clamam contra o engano, ao qual se acolheram graciosamente, (estado do bem estar) e amolecidos, capados e sequestrada a sua iniciativa, ao ser-lhes abduzida, faz muito maior força de impulso (ou seja, a necessidade), tratam de lutar agora - “sem pés nem cabeça” e sem estratégia alguma - pelas migalhas do seu sonho partido ao meio. Uns como falcões, os outros como pombas, enfrentam a queda do império de Ocidente, neste incerto, descompassado, conflituoso e desconcertante momento, onde a lucidez brilha por ausência e as consignas ocupam o lugar da inteligência. Os falcões, mais individualistas, bramam por amparar-se nos esforços e tratar de voltar a um passado idealizado, que não é senão uma anacrónica e velha falácia. As pombas, que tudo sujam de cagadelas, se juntam em bandos para se defenderem, pedindo comida gratuita, como se as coisas não custassem esforço e o maná pudesse chover do céu, mas a isso as temos habituadas. Não é verdade? Falcões, Yang, pombas, Yin, ambos são sintomas de extremos que se tocam, símbolos dos tumultuosos tempos que vivemos, onde medram os provedores de soluções fáceis, os aldrabões de poções mágicas e feirantes de bálsamos do diabo; sedutores de massas, ou massas seduzidas…, ou as duas coisas! Visto assim, Chaves não está tão longe como se poderia pensar, do próprio Trump, nem Trump da Alcaeda, nem estes do gordinho pai da faminta Coreia. A reacção oposta e complementaria do abrir-se todo ao mundo , está acontecendo agora; passamos do sonho do governo mundial, ao provincianismo e ao minifúndio dos novos saloios, agarrados ao sentimental sonho da terra querido, (agora transcendental e imarcescível Nação). Do Esperanto, ao “slang” da minha província ou do meu cantinho no bairro planetário, como se o objectivo das línguas tivesse sido deixar de o ser ou comunicar-se, para se tornar ferramenta de toda afirmação própria na diferença. Passamos sem solução de continuidade, da mestiçagem total, à pureza da raça, como e tal coisa existisse! E postos a ir para trás no tempo, porque parar em algum ponto ainda próximo? Vamos às origens! Cheguemos até a ameba primogénita, da qual todos vimos! Mas isso sim, si Uma ameba com a nossa bandeira! E pensávamos nós que o século XIX foi o séculos dos nacionalismos! A história vem e vai... “Coisas hás-de ver, irmão Sancho, que farão falar as pedras!” (Cervantes, Dom Quixote da Marcha) Mas mais além de tudo isso, está a pressão que não cessa, que torna a crescer e esmaga nações e indivíduos, os quais, sem perspectiva, interpretam o que há-de vir com uma única certeza, a certeza de que as coisas não vão ir para melhor. Nem a ortodoxia de Merkel, nem a falaz heterodoxia de “Podemos” arranjam


esta confusão, porque o que está por detrás de tudo isso, supera em muito o limiar médio de compreensão. São as consignas, a manipulação e o atordoamento. Tentações tenho de me espalhar em qualificativos e análises dos enganos que nos propõem unos e outros, mas as trevas não se combatem com argumentos e sim acendendo luzes! Acordem! Por favor, PENSEM! Sábio é aquele que vê as vantagens inerentes aos inconvenientes e os inconvenientes inerentes às vantagens. Aquele que sabe que não há cara sem dorso e que quanto maior é a cara, maior será o dorso. E por favor… Ninguém da dá Euros! Entretanto, com qualquer exercício de lucidez que façamos, não poderemos abstrair-nos da confusão em que estamos metidos e a pressão nos obrigará a tomar partido, (sem esquecer que “partido” vem de como se chamavam os grupos de assaltantes e malfeitores que se lançavam aos caminhos para assaltar gente de bem). Por isso, o facto de posicionar-se não deve significar comungar com rodas de moinhos, nem comprar as mentiras que nos querem vender; antes sim, manter a mente clara, ver mais além do evidente, ler entre linhas os sinais, e saber que não há receita simples nem atalho sem trabalho. Significa, que tocar um extremo, implica tocar o outro, que apesar de tudo, se pode ser pessoa inteligente e sobre todas as coisas, capaz de distinguir o que é individual do que é colectivo, o grupo da tribo e a tribo da nação; porque somos mais, muito mais que ideias, patrocínios ou adscrições; somos seres espirituais vivendo uma vida material, com uma tarefa própria a de elucidar, que concluir, talvez sim, como um grão de areia nas praias do infinito, levados por mil e uma marés…, marés que passam; umas vezes estaremos no quebrar da onda…, outras, em terra firme e apesar de que o mundo e seus profetas frequentemente são um nojo, há tantas coisas belas para viver e descobrir, que não devemos reduzir-nos, nem conformar-nos com nos dedicarmos a praticar a mentalidade de uma ameba. A evolução é caminho acima… Teremos de esforçar-nos...




Grandes Figuras

Tong Po, mais do que um vilão, um referente dos anos 90 Passar uma tarde com Mohammed Qissi, basta para percebermos de que por detrás dessa imagem de vilão que vemos em seus filmes, principalmente em “Kickboxer”, se oculta uma pessoa tremendamente amável e educada. Com um físico imponente, 1,89m de altura, Qissi parece um homem sério e disciplinado e ao longo dessa tarde, pudemos isso constatar. A impressão que me causou, foi a de um homem religioso (a entrevista se realizou em frente da grande mesquita de Madrid). Um homem que não fuma nem bebe e por seus actos, parece que mantém cuidadosamente os preceitos do Alcorão. Está preocupado com os garotos e jovens da rua e inquieto por poderem adquirir maus hábitos com as drogas ou se façam em delinquentes juvenis. Contou numerosas anedotas e facetas desconhecidas do seu colega y amigo Jean Claude Van Damme. Depois da entrevista, chegou a sessão fotográfica, na que era óbvio que o estilo de Qissi é o de um thai e kickboxer profissional, com grande experiência em Boxe e desportos de contacto. Mesmo que a sua maneira de lutar não se parece em nada ao espectacular estilo de Jean Claude Van Damme, é certo que Qissi possui um talento inato para coreografar e situar a câmara em no lugar mais apropriado, para captar optimamente a acção desde o melhor ângulo.


Cinema Marcial “Mohamed Qissi foi uma das testemunhas e protagonistas da segunda Idade de Oiro do cinema de artes marciais, na década dos 90, estando propriamente no centro do furacão. Qissi tem trabalhado com alguns dos melhores artistas marciais do cinema de acção e conseguiu ser bem conhecido neste género”

Texto: Mónica Gail Rodríguez & Pedro Conde Studio Fotos: © Alfredo Tucci


Grandes Figuras Qissi conhece perfeitamente suas limitações físicas: por sua constituição óssea, carece de elasticidade. Observando as suas técnicas, se percebe que o seu objectivo é finalizar o combate o antes possível e fá-lo com eficácia. Podemos apreciar que tem lutado em ringues, pois procura economizar os seus movimentos, não executa nenhuma técnica sem uma finalidade e por isso, as técnicas espectaculares e arriscadas brilham por sua ausência por. Isto não capta a atenção dos espectadores em um filme e Qissi é ciente de que lhe será muito difícil aparecer como actor principal em um cartaz. Mas há outras saídas, para as quais ele está qualificado e a sua grande vantagem está por detrás de uma câmara, sendo coreógrafo ou director. Mohamed Qissi foi uma das testemunhas e protagonistas da segunda Idade Dourada do cinema de artes marciais, a década dos anos 90, estando ele no mesmíssimo “olho do furacão”. Qissi tem trabalhado com alguns dos melhores artistas marciais do cinema de acção e conseguiu alcançar um nome próprio neste género.

Mohammed Qissi, com o nosso Director Alfredo Tucci, na década dos anos 90.


Cinema Marcial “A amizade pessoal que Qissi mantém com Jean Claude Van Damme desde a infância, pode ter sido em seu momento, fundamental na carreira fulgurante do belga de oiro”.


Cinema Marcial A amizade pessoal que Qissi mantém com Jean Claude Van Damme desde a infância, talvez tenha sido em seu momento, uma peça chave na carreira fulgurante do “belga de oiro”. Apesar de essa indissolúvel relação - que já tratamos extensamente em um anterior artigo de Budo Internacional, nos concentraremos mais na pessoa de Qissi, porque conhecemos realmente Mohamed Qissi? O que tem praticado e treinado? Que importância teve na sua carreira o filme “Kickboxer”? Até que ponto foi importante o seu papel de Tong Po, na carreira de Jean Claude Van Damme e na sua própria? Seguidamente, respondemos a todas estas e outras perguntas. Mohamed Qissi é mais conhecido por seu nome artístico Michel Qissi. O actor e coreógrafo nasceu a 12 de Setembro de 1962, na cidade de Oujda, ao nordeste de Marrocos. Quando contava dois anos, seus pais emigraram para a França, onde se instalaram em um subúrbio de Paris. Era difícil encontrar trabalho e poucos meses depois, se mudaram para Bruxelas, em busca de uma nova vida e melhores oportunidades. Ali, na cidade belga, Qissi foi à escola em Ixelles. Devido à sua idade, lhe não foi difícil adaptar-se à vida europeia. Cresceu com ambas culturas, pois seus pais guardaram e mantiveram os costumes e tradições do seu país. Com sete anos, começou a praticar Boxe numa instalação desportiva, mas, porque este desporto em especial?


“O meu irmão mais velho praticava Boxe e eu queria imitá-lo. Eu o via com uma grande segurança em si mesmo. Além disso, Muhammad Ali era um dos meus ídolos!”. Naquele centro, conheceu um menino de nove anos, que praticava Karate Shotokan: Jean Claude Camille François Van Varenberg. Entre eles nasce uma grande amizade… “Ao princípio, quando nos conhecemos e nos fizemos amigos, ele me ensinava alguns pontapés e técnicas de Kárate e eu lhe ensinava técnicas de Boxe. Assim começou a nossa amizade. Éramos como irmãos. Muitas vezes, eu dormia na casa dele e outras vezes, ele dormia na minha...” Com as frequentes visitas, havia uma grande confiança e no lar de Jean Claude, surgiria um facto curioso. “O pai de Jean Claude e ele mesmo, começaram a chamar-se Michel. Depois, no bairro me chamavam assim e quando cheguei a Hollywood, também. Mas agora, apesar de algumas pessoas me continuarem a chamar Michel, na actualidade prefiro utilizar o meu autêntico nome: Mohamed”. Além de compartilharem a paixão pelas artes marciais, também gostam muito de cinema. Seguidores incondicionais de Bruce Lee e também de alguém que não é actor: Mohamed Ali. “Meu irmão admirava profundamente Mohamed Ali, se levantava de noite para ver os seus combates e eu com ele. No Boxe, não havia ninguém que com ele se pudesse comparar... Abdel queria ser como ele e me contagiou sua admiração por Ali”. Jean Claude competiu e venceu alguns campeonatos de Kárate e posteriormente, de Full Contact (18 vitórias e uma derrota) enquanto que Qissi fazia o mesmo no Boxe, em 1979, com uns resultados similares. Venceu nas semifinais do campeonato belga, ao temido Jesus Fernandes, belga de origem espanhol, que meses mais tarde, vencia por nocaute todas as suas lutas.


Cinema Marcial “Com 17 anos, fui campeão amador dos pesos médios da Bélgica, em 1980, em 81 fui campeão da Europa, ganhando a medalha de oiro em Salónica, (Grécia)”. Lamentavelmente, três anos depois, a carreira tão prometedora e que todos auguravam de sucesso, acabou. “Magoei-me seriamente os cotovelos, justamente quando me tinham seleccionado para a equipa Belga de Boxe, que havia de ir às Olimpíadas de 84. Estive um ano inteiro deprimido por aquilo, mas hoje até me deixa contente, pois a vida competitiva de um pugilista é muito curta e muito dura”. A carreira pugilista de seu irmão Abdel, dois anos mais velho que ele - que os seguidores de Jean Claude Van Damme lembrarão por suas interpretações de Athila no filme “Lionheart” (1990) e como o lutador Khan em “The Quest” (1996) ou como o assassino de “The Order” (2001), não foi lá muito bem sucedido... “Abdel era muito bom púgil, nunca perdeu um combate. Para ser peso pesado era muito rápido e tinha uns braços muito compridos. Mas também teve de deixar a competição, porque tinha a pele da cara muito



Grandes Figuras

“Em “Contacto sangrento”, além de ajudar Van Damme a coreografar as cenas de acção, também participou na montagem”


Cinema Marcial

“Eu fiz Boxe e sei que com o tempo, se pode realmente ferir alguém e magoar o cérebro, a menos que não se praticar muito”

fina e se abriam brechas muito facilmente. Casou e formou uma família. Pendurou as luvas, a nível profissional, para sempre” É paradoxal, para alguém que praticou Boxe e que seu ídolo era Mohamed Ali, agora recomende a prática do Karate, estilo Shotokan, e desaconselhe a da nobre arte: “Desde muito pequeno, gostava do Boxe e de Mohamed Ali, mas isso era quando eu era muito novo... Agora, com a idade, vejo as coisas de maneira diferente. Eu não deixaria que os meus filhos praticassem Boxe. Disso podem ter a certeza! Nem diria a ninguém que o fizesse, mas isso depende de cada um. Não recomendaria a ninguém qualquer desporto que possa ferir outra pessoa. Inscrevi meus filhos no Shotokan - o que Jean Claude treinava. Acredito que o Shotokan é o melhor, só que é preciso encontrar o mestre adequado. Para mim, o Shotokan, que vem do Japão, é o melhor porque implica respeito, amor, paz. Em vez de lutar temos katas e nos combates e competições há muito boas regras, é muito limpo. Estou convencido que é o melhor que podemos aconselhar aos nossos filhos, para praticarem. O que mais me agrada do Shotokan são os katas e que tem alguns bloqueios e que sendo um praticante conhecedor do Shotokan, se alguma pessoa tiver um problema na rua, podemos ir e defendê-la. Levo muitos anos lutando contra as drogas e motivando as pessoas para fazerem desporto e o único desporto que eu recomendo a todos, porque sei que é bom para todos, é o Shotokan. Mas mesmo assim, sempre digo que é preciso ter cuidado e encontrar o mestre adequado. Em geral, todas as federações de Shotokan do mundo têm bons programas e acostumam a ter muito bons mestres. Pelo único motivo que eu digo que o Boxe não é bom para ti, é só a minha opinião. Eu pratiquei Boxe e sei que pode realmente ferir e com o tempo, magoar o cérebro, a menos que não se pratique muito. Eu tive muita sorte porque não pratiquei muito tempo. Não por não querer, mas porque tinha problemas no cotovelo e tive de deixar de lutar. E foi bom que assim fosse, porque se tivesse continuado, agora poderia ter maiores problemas. Mas se tenho de escolher para as crianças a rua ou o ringue, então, sem dúvida escolhia o Boxe. Muitas cosas más podem acontecer e o pior de tudo é a rua: brigas, drogas… Podes ver-te envolvido em coisas muito más, com as pessoas erradas. Nesse caso, então sim, o Boxe é melhor que a rua!” Mohamed Qissi, pela influência do seu amigo Jean Claude, praticou Kárate na juventude, inclusivamente conta: “Quando conheci Jean Claude, comecei a descobrir as artes marciais orientais e me apaixonei por elas. Em jovem, participei em um torneio de Karate Shotokan e fiquei vice campeão”. Quando Van Damme tinha 18 anos e Qissi 16, foram ao Festival de Milão, para tentar conhecer produtores. Voltaram para casa com grande número de cartões de visita e telefones de importantes personalidades do mundo do cinema. O seu entusiasmo cresceu e em breve se deixaram tentar pelo “sonho americano”, esquecendo as competições. Assim foi como a meados dos anos 80, resolveram ir aos Estados Unidos, tentar a sorte em Hollywood. Aqueles primeiros anos na América, foram realmente duros para ambos, pois assim como eles, muitos jovens procuravam sua oportunidade. Jean Claude Van Damme esteve quase a desistir, mas Qissi se negou absolutamente a voltar e incentivava o seu amigo a continuar tentando... E o milagre que esperavam, chegou. Van Damme conseguiu por primeira vez, um papel importante numa produção de Hong Komg, filmada nos



Cinema Marcial “A primeira fita importante para nós, foi Contacto Sangrento”

Estados Unidos, interpretando ao vilão no filme “No Retreat, No Surrender” (“Retroceder nunca, tender-se jamais”). Foram só quatro dias de rodagem, mas foi o primeiro passo importante que davam, no mundo do celulóide. Pouco depois, Jean Claude passou o casting para interpretar o Alien, no “Predador”. Mas eles queriam, a todo custo, conhecer Menahem Golan, produtor da Canon. Quase todos os filmes ocidentais de artes marciais da época, eram produzidos por esta companhia e Chuck Norris, Michael Dudikoff, Sho Kosugi, etc. trabalhavam nela. Surgiu a oportunidade de entrevistar-se com Menahem Golan, mas o que ninguém sabe é o que nos contou Qissi: - “Contacto sangrento” foi a primeira fita importante para nós. Conseguimos ter uma entrevista com o Sr. Golan. Quando nos entrevistava, Jean-Claude fez a sua famosa abertura de pernas entre duas cadeiras, mas Golan não ficou impressionado. Depois de conversar um pouco vê-lo em acção, nos disse já ter visto suficiente e que não pensava que fizéssemos sucesso em um filme. Eu disse que estava cometendo um grande erro, porque Jean Claude tinha passado um casting para trabalhar numa grande produção com Arnold Schwarzenegger. Isto chamou sua atenção e mandou a sua secretária telefonar para a 20th Century, para confirmar isso. Efectivamente, o


Cinema Marcial agente de 20th Century disse que um tal Jean-Claude Van Damme tinha sido seleccionado para o papel do vilão, no filme com Schwarzenegger. O que o agente não disse foi que o vilão era um monstro e que Jean-Claude ia vestido de tal maneira que se lhe não via a cara... Golan nos deu a oportunidade depois de escutar aquilo e é realmente ali onde tudo começou para nós”. Ironia do destino, Jean Claude não chegou a interpretar o papel de Alien por não dar a altura que requeria o papel. Apesar disso, devido àquela pré-selecção, conseguiu protagonizar “Contacto sangrento”. Qissi teve muito pouco protagonismo nesta fita, interpretando ao thai-boxer brasileiro, que tem um estremecido confronto com Dong Li Bolo Yeung, mas o seu trabalho atrás das câmaras foi bastante importante. Esta e outras experiências, com o tempo lhe têm permitido dirigir seus próprios filmes. “Sempre me tem interessado muito todo o complexo processo da realização de uma fita. De facto, sempre tenho colaborado ‘extra-oficialmente’ nisso, apesar de depois não aparecer o meu nome nos de crédito técnicos. Em ‘Contacto sangrento’, por exemplo, além de ajudar Van Damme a coreografar as cenas de acção, também participei na postprodução. Após vermos o deplorável trabalho de montagem final da fita, Van Damme e eu pedimos a Menahem Golan que nos deixasse a nós fazer uma montagem e depois escolhesse a aquela de que mais gostasse. Escolheu a nossa e eu penso que salvamos a fita e a tornamos um êxito. A partir de então, tudo foi a melhor para os dois”. “Bloodsport” teve um sucesso que surpreendeu a todos incluído Jean Claude Van Damme - e o levou a ser conhecido mundialmente. A pesar de ser uma fita destinada ao mercado videográfico, se tornou inesperadamente, em um tremendo êxito de bilheteira! “Na Menahem Golan” - declara Van Damme – “nem sequer se lhe passou pela cabeça a ideia de que “Contacto sangrento” pudesse estrear nos cinemas. Era uma produção da série B e como tal, parecia condenada a ir parar directamente aos videoclubes. É preciso reconhecer que a realização era nula e a música nem se podia ouvir. A


“Sempre me tem interessado muito o complicado processo de realização de um filme”


Grandes Figuras primeira versão do libreto original, da autoria de Sheldon Lettich, era realmente interessante, prometia uma história com bom ritmo e tensão, mas certos libertistas impostos pela Cannon, começaram a retocála, tirar daqui e pôr acolá e o resultado final foi uma história cheia de altos e baixos e bastante estúpida. Além disso, a primeira montagem era desastrosa, mas eu sabia que era um diamante em bruto e queria tentar talhá-lo. Após um ano, durante o qual a fita esteve acumulando poeira no armazém da Cannon, Golan me permitiu tentar arranja-la. Assim sendo, pus-me a montar de novo toda a fita, dedicando especial atenção às cenas de combate. Após várias semanas trabalhando nisso 12 horas por dia, das sete da manhã às sete da tarde, Golan viu a minha versão e aceitou que fosse distribuída para os cinemas. Sem nenhuma publicidade, se arrecadaram posteriormente, mas de 12 milhões de dólares nos videoclubes, só nos Estados Unidos. Em Hong Kong arrecadou mais nas bilheteiras que a fita “Perseguido” de Schwarzenegger, que se estreou na mesma altura. Menahem Golan se desculpou por não nos ter feito caso antes e juntou: “Pressinto que tu e eu vamos a formar uma boa equipa”. A partir desse dia, me cedeu três lugares do estacionamento do edifício da Cannon e uma planta inteira do mesmo, para eu poder trabalhar à vontade”. Talvez seja estranho para algumas pessoas, que depois de protagonizar um êxito total como “Contacto Sangrento” (1987), Jean Claude Van Damme aceitasse interpretar o papel de vilão em “Águia Negra” (1988), na qual Qissi não participou. O próprio Van Damme explica este pormenor, aparentemente pouco coerente: “Quando me ofereceram o papel de vilão em ‘Águia Negra’ eu não estava em condições de exigir nada e tinha sérios problemas económicos, pelo que estava disposto a aceitar qualquer coisa. Temos de considerar que, apesar de já ter protagonizado ‘Contacto sangrento’, este filma ainda não tinha sido estreado e dormia nos arquivos da Cannon, pelo que eu ainda não era conhecido. Participar em ‘Águia Negra’ como rival de Sho Kosugi representava uma oportunidade fantástica, mesmo que tivesse de fazer o papel de vilão”. Após a estreia de “Contacto sangrento” e o seu êxito, a Cannon ofereceu a Jean Claude Van Damme três projectos alternativos: co-protagonizar junto a Chuck

Norris “Delta Force III”, protagonizar “American Ninja” (“O guerreiro americano”) ou protagonizar “Cyborg”. Não aceitou o primeiro projecto porque, segundo disse: “Apesar de que me encantava a ideia de trabalhar com Chuck, após o êxito de ‘Contacto sangrento’, teria sido um erro aceitar essa oferta. Era o momento de voar com as minha próprias asas ou de já não levantar voo”. A sua resposta ao segundo projecto foi um inapelável não; ele não tinha nada a ver com o Ninjutsu, pelo que se viu obrigado a aceitar o terceiro, “Cyborg”: “Nunca quis fazer essa fita, mas tinha um contrato com a Cannon e considerei ser esta era a possibilidade menos má, das três que me ofereceram. Mas acredito que me enganei, porque tudo foi horrível logo no primeiro dia de rodagem”. A fita foi recebida com uma fria recepção nas bilheteiras. Toda a gente pressentia o seu potencial, mas faltava o filme que o lançasse ao êxito. O seu seguinte trabalho foi “Kickboxer” e nesta ocasião, com a intervenção de Qissi, e de quê maneira!… fez o papel do “grande vilão”, que inquestionavelmente se destacou no cinema de artes marciais dos anos 90, o odiado thaiboxer Tong Po, personagem que marcou uma geração. “Kickboxer” contém algumas cenas realmente épicas de Qissi (Tong Po). Talvez a mais inesquecível é aquela em que se pode ver o tailandês endurecendo suas tíbias, à base de golpes a uma coluna de tijolo e cal. Ao ritmo de seus low-kicks, serpenteava a sua longa trança e choviam fragmentos de cal em seu redor. “Kickboxer” estreou a 8 de Novembro de 1989, nos Estados Unidos e meses depois, no resto do mundo. A fita contou com um orçamento de um milhão e meio de dólares e angariou no mercado dos Estados Unidos em apenas duas semanas, 14 milhões e meio, tornando-se um êxito de bilheteira. Não se conhecem com exactidão os rendimentos obtidos a nível mundial na sua distribuição em cinemas, em vídeo e pelos direitos de imagem por sua emissão na televisão. O que sim se sabe, com segurança, é que foi um enorme êxito onde foi projectada. A rodagem durou 56 dias, de 28 de Junho até o 23 de Agosto de 1988. Foi dirigida por Mark Disalle, quem não só dirigiu a possivelmente melhor fita de Jean Claude Van Damme, como também a melhor de Jeff Speakman: “Arma Letal”.


Cinema Marcial O início da rodagem de “Kickboxer” esteve carregado de problemas - relata Qissi: “Harold Diamond era originalmente o actor seleccionado para interpretar Tong Po, mas teve uma discussão com o director e foi tirado do elenco no último momento. Então se pensou em contratar um tailandês e me encarregaram de ir a todos os ginásios onde se ensinasse Thai Boxing, em busca da pessoa adequada. Mas todos os tailandeses que entrevistei, não tinham nenhuma capacidade interpretativa ou não davam o peso e musculatura que requeria o papel de Tong Po. Por isto, eu disse ao Jean Claude: “Não temos tempo para encontrar um substituto, eu farei o papel”. Ele me disse: “Mas tu não tens a aparência suficiente para ser um asiático!”. Eu respondi que conhecia alguém que me podia fazer parecer um asiático. Depois da sessão de maquilhagem, ele não podia acreditar na transformação. Assim foi como conseguiu fazer esse papel, graças à cumplicidade de Van Damme. Ele disse aos produtores que em Bruxelas encontraria a pessoa ideal para fazer de Tong Po. Quando voltou a Los Angeles, mostrou fotos minhas maquilhado para parecer um tailandês (o magnífico trabalho de caracterização foi realizado pelo maquilhador de “Cyborg”) e com a cabeça rapada. Os produtores pareceram encantados e disseram que contratasse o ‘tailandês’ daquelas fotos. Não posso esquecer sua incredulidade quando lhes dissemos que aquele ‘tailandês’ era Eu. A minha interpretação de vilão detestável, foi um grande êxito!”. As inesquecíveis cenas de treino de Jean Claude se filmaram perto dos templos de Wat Phra Si Sanphet e Wat Ratchaburana, e uma outra parte, nas ruínas da cidade de Ayutthaya, na Tailândia. O ginásio que Kurt (Jean Claude) que visita durante sua busca para encontrar um treinador, era o Sor Thanikul, de Banguecoque. Quando fechou em 2003, era um verdadeiro

“Preparei o meu papel e gostei de interpretar o ‘garoto mau’ Apostei e trabalhei com muito entusiasmo o personagem e uma coisa levou à outra e a fita foi um êxito”

centro de treino para praticantes de Muay Thai, tendo alojado em seu momento, a mais de 50 thaiboxers, a maioria competidores. Nenhum praticante de desporto de contacto, incluídos os de artes marciais, compreendeu porque o filme se intitulou “Kickboxer”, se todos os combates que se realizam ao longo da fita, são de thai-boxing e o treino que realiza Jean Claude Van Damme é de muay thai (versão tradicional do thai-boxing). É lógico, considerando que a acção do filme é integralmente na Tailândia, donde o thai-boxing é o desporto nacional. Como todos sabem, o kickboxing é uma espécie de Boxe thai suavizado desde faz décadas pelos japoneses. Dada a sua grande dureza, o thai-boxing, era difícil de exportar ao Japão, à Europa e os Estados Unidos, pelo que os japoneses criaram uma versão mais “civilizada”, onde é proibido bater com os cotovelos e o joelhos; esta versão foi baptizada como “kick boxing”. No entanto, os combates de “Kickboxer” são inquestionavelmente de thai-boxing e inclusivamente lutam da forma de muay thai mais tradicional. Ou seja: com cabeçadas permitidas e com os nós dos dedos cobertos por umas ligaduras cheias de cola, que se introduziam em um recipiente cheio de vidros quebrados, com o terrível resultado que se pode apreciar na cena final do filme.


“Apesar de me encantar a ideia de trabalhar com Chuck, após o sucesso de ‘Contacto sangrento’, teria sido um erro aceitar essa oferta”


Cinema Marcial Isto não foi inventado ou pensado por escritores para ser mais espectacular o combate final. Isto vem de uma época bastante recente, nos inícios do século XX, quando alguns combates de Muay Thai eram à vida ou morte. Apesar de ser pouco acertado, o título, o resultado foi que Tong Po impactou fortemente no público. Sem este sádico e vil personagem, é possível que a fita não tivesse triunfado como o fez. A caracterização do personagem foi um grande acerto. “Totalmente sim. Funcionou; estava muito bem conseguido. Até me assustei comigo mesmo, a primeira vez que me vi no espelho! Estudei bem o personagem e gostei de fazer o papel mau. Apostei por ele e trabalhei com muita entusiasmo o personagem. Uma coisa levou a outra e o filme foi um êxito” A rodagem, como já foi dito, esteve cheia de dificuldades e principalmente, marcada pelo tempo e o clima tropical. Se filmou durante a estação das chuvas (de Maio a Outubro, mais ou menos), pelo que alguns dias não se podia trabalhar ou se adiava devido e se mudar o cenário, tendo de improvisar e transportar todo o equipamento de um lugar para outro. Tudo dependia do clima, pelo que a rodagem foi maratonista. Também foi especialmente duro para Qissi: “Guardo uma bonita lembrança de quando fizemos ‘Kickboxer’, apesar de eu ter um inconveniente que os outros actores não tinham. A parte mais dura da filmagem era a maquilhagem. Tinha de lá estar às quatro da manhã e ficar sentado e quieto, durante duas horas e meia. Para a maquilhagem da cara demoravam duas horas e para a tatuagem do ombro empregavam uns 30 minutos. Estar assim tanto tempo, era muito duro, porque não podias ler, nem ver televisionado, nem fazer nada, só colaborar e ajudar no que pudesse na maquilhagem e depois disto, participava na coreografia e filmava. Realmente foi esgotante, mas valeu a pena!” A respeito da colaboração que prestou Mohamed Qissi na coreografia, é coisa que nunca vamos saber. O que sim podemos dizer é que, graças a esta fita, nasceu o género de cinema do Lick Boxing e que foi uma baforada de ar fresco no cinema das artes marciais, mostrando um estilo de luta completamente novo, que cativou o público dos cinco continentes. “O estilo que se utilizou no filme ‘Kickboxer’ é o mesmo utilizado em “Contacto sangrento”, que poderíamos denominar como livre - declarou Jean Claude Van Damme - e varia conforme o adversário. Cada artista marcial tem de desenvolver o seu próprio estilo: o estilo de Jackie Chan é acrobático, fantasioso e cómico, enquanto que o de Bruce Lee é tudo ao contrário: directo, contundente e dramático. O meu estilo se poderia dizer que é um término médio entre estas duas superestrellas das artes

marciais: é espectacular, mas contundente, gracioso, flexível e rápido. Em ‘Contacto sangrento’ trato de conseguir que o espectador aprecie o desejo de vingança do herói na sua maneira de lutar. Em “Kickboxer” acontece alguma coisa parecida, mas este filme, ao contrário que ‘Contacto sangrento’, possui uma historia sólida, uma filosofia”. À margem do estilo que empregasse, o certo é que se os seus rivais não tivessem sido Bolo Yeung e Mohamed Qissi, possivelmente “Contacto sangrento” e “Kickboxer” respectivamente, não teriam obtido o êxito que conseguiram no público, sendo seus combates finais os melhores da filmografia de Jean Claude Van Damme. Por jogadas do destino, Qissi não apareceu nos títulos de créditos, com a finalidade de se fazer passar por um lutador tailandês. A pesar disso, pelo carácter e carisma que deu ao papel de Tong Po, não foi inconveniente para que saltasse à fama. “Jean Claude pensava que era bom manter o mistério em volta do personagem mas era tarde demais para modificar coisa alguma”. A fita consagrou Van Damme como um dos grandes actores do denominado “cinema de artes marciais”. O eu seguinte trabalho foi “O Lutador”, onde Qissi interpreta a um legionário francês que persegue Van Damme, um desertor. Este foi a última longa-metragem onde trabalharam juntos, a partir daí, cada um seguiu sua carreira cinematográfica por separado. Como Tong Po impactou fortemente na audiência, Qissi foi contratado para “Kickboxer II”, sendo o autêntico gancho da fita. Jean Claude não aceitou o projecto. Apesar de obter um certo êxito, “Kickboxer II”não foi o que se esperava na bilheteira. Foi muito bem no mercado videográfico, mas estava a estrela!… Depois, Qissi interveio nas seguintes produções, representando o papel em que se encontrava metido: “Combate sangrento” (1991), “Kickboxer, pacto com a morte” (1992) e “Kickboxer, terminator woman” (1993). No dia 13 de Abril de 1992, Jean Claude Van Damme viajou até Madrid para promover o filme “Sem escape”. Veio acompanhado de Mohamed Qissi e graças a ele, pudemos falar com Jean Claude, antes da roda da imprensa. Se evidenciava a existência de uma grande amizade entre eles. Tempos depois, soubemos que tinham surgido discrepâncias entre eles. Fosse ou não certo, o caso é que houve uma paragem de anos na carreira de Qissi, antes de voltar a estar em frente das câmaras com Heitor Echavarria, nos filmes “Força extrema” e “A última batalha”. Filmados em 2001, foram seus últimos trabalhos nos Estados Unidos. Em 2002, resolveu transmitir seus conhecimentos e experiência aos jovens do seu país. Após 40 anos no estrangeiro, voltou a Marrocos e casou na cidade de

“Quando conheci Jean Claude comecei a descobrir as artes marciais orientais e me apaixonei por elas. Em jovem, participei em um torneio de Karate Shotokan e fiquei vice-campeão”


Ahfir. Depois se instalou em Tata, uma cidade que o encantou pela paisagem e a amabilidade de suas gentes. Por outra parte, é nesta cidade onde seus filhos Ayoub, de nove anos, e Adam, de oito, foram campeões de Karate Shotokan, guiados pelo Mestre Chakir, que tem um dos melhores ginásios de Karate de Marrocos. Desde então, Mohamed Qissi quase que não tem trabalhado no cinema. Participou em “Road to Kabul” (2011), “Um Marocain à Paris” (2012), “Kanyamakan” (2014) e “Bara” (2015). Todas estas são produções muito modestas e longe dos grandes estúdios dos Estados Unidos. Finalmente, após anos sem trabalharem juntos, em 2016 Qissi teve um papel secundário em “Kickboxer: Vengeance”, filme em que também trabalhava Jean Claude. Nenhum dos dois teve um papel protagonista, mas o mais importante é que se tinham juntado de novo e tinham conversado... Quem sabe se têm algum projecto em comum? Esperemos que seja assim e os vejamos juntos nos cinemas. Os sentimentais e saudosos gozaríamos enormemente vendo-os em acção. Somos conscientes de que passaram quase 30 anos desde que se filmou “Kickboxer”, mas tendo em vista o que nos nossos dias se filma de cinema de acção, em geral, e de cinema de artes marciais, em especial…, se triunfa na bilheteira a saga de “Os mercenários”, porque não haviam de triunfar eles? Mas deixemo-nos de conjecturas... Uma coisa é certa: se houvesse um reencontro fílmico deles, já me teriam como um espectador seguro.


Cinema Marcial




Ser Instrutor Tornar-se Instrutor exige muitos sacrifícios, até se estar pronto para ensinar e oferecer a outros o nosso conhecimento. Parece fácil e ser fácil de alcançar nestes tempos de consumismo, nos que tudo se tem de ter. Não obstante, o ensino não é fácil e temos de deixar o nosso orgulho no vestiário, para darmos o máximo aos nossos estudantes. Sempre temos de dar tudo do fundo do nosso coração, para que os nossos estudantes alcancem as suas metas, sem forçá-los a alcançarem as nossas metas, mas sim as suas! É inconcebível que um instrutor tente obrigar um estudante a fazer uma coisa que ele não deseja, como competir em torneios, ensinar...



“O instrutor está para aconselhar o estudante e ajudá-lo a alcançar a sua meta. Mas para isso, se necessita uma associação entre o estudante e o Mestre”


Instrutor está ali para aconselhar o estudante e ajudá-lo a alcançar a sua meta, mas para isso, faz-se necessária uma associação entre estudante e Mestre. Sem ela, nada é possível, por pelo que temos que desenvolver um relacionamento de cumplicidade, para se obterem os melhores resultados. Sem esta cumplicidade e esta confiança entre eles, nada resultará em bem. Por isso, o Instrutor tem de ser honesto consigo mesmo: tem de ser capaz de guiar o seu estudante a outro instrutor, se não se sentir capaz de ajudá-lo a alcançar as suas metas. O Instrutor não pode ser egocêntrico, tem que fazer tudo e em todo momento, pelo bem do estudante. Se um instrutor não pode treinar correctamente um futuro campeão, para que o mesmo alcance o seu melhor nível e se torne o campeão que merece ser, o instrutor tem de ser honesto para lhe dizer isso e guiá-lo até alguém competente neste sentido. Desafortunadamente, a maioria dos instrutores pensarão na sua própria fama e no seu benefício, tendo este campeão no seu clube, em vez de lhe dar ocasião de explorar o seu potencial. Por outro lado, a gente se esquece de que na palavra "instrutor" está implícita a palavra "instruir" e isto não é fácil e nem toda a gente o pode fazer. Alguns grandes combatentes são incapazes de compartilhar seus conhecimentos e os não combatentes podem ser capazes de transmiti-los perfeitamente. Sempre temos que treinar e trabalhar as nossas habilidades de ensino, para fazer todos os possíveis para compartilhar o nosso conhecimento

O

de maneira eficiente, com os nossos estudantes. O treino nunca acaba - não importa o que a gente possa pensar! O nosso treino vai durar toda a nossa vida e vai evoluir com o tempo e a nossa idade. Nos nossos dias, todos querem instruir sem formação, ou simplesmente treinar em um muito curto espaço de tempo e depois viver com estes pequenos conhecimentos, sem se questionar a si próprio, sem continuar sendo corrigido... Ser continuamente corrigido é coisa que muitos instrutores não aceitam. De facto, muitas pessoas pensam que quando já são diplomadas, já sabem tudo e não toleram um comentário o um conselho de seus próprios professores. Pode parecer ridículo o estar para além da compreensão, mas isto é extremamente comum. Muita gente pensa que ser corrigido, receber comentários o críticas, vai diminuir sua credibilidade, mas muito pelo contrário, isso irá permitir-lhes melhorar e tornarem-se um melhor instrutor do que eram anteriormente. Desafortunadamente, as pessoas acostumam a mostrar o seu grande ego e se negam a progredir para darem o melhor aos seus estudantes. Isto é um freio a este questionamento e à continuidade da sua evolução como instrutores. Quantos instrutores querem brilhar só diante de seus estudantes, sem os ter em consideração a elas e as suas metas? Muitos deles são narcisistas e só querem impressionar os seus estudantes e não faze-los evoluir. Mas ensinar significa transferir conhecimento e uma total abnegação dos nossos próprios desejos. Temos que dar o melhor de nós aos nossos estudantes e fazer tudo o possível para ajudá-los a


chegar o mais alto que possam alcançar, sem pensarmos no nosso êxito pessoal e na nossa satisfação. A nossa única satisfação será ter ajudado os nossos estudantes a alcançarem as suas metas, levá-los a aprender a se conhecerem e a serem felizes. Mas o instrutor nunca deve pretender ser o único responsável deste resultado. É a colaboração, a associação e a confiança que fazem-no possível. Sem o trabalho do estudante, nada é possível, e isso é o que deve de mostrar o instrutor, para o destacar e mostrar-lhe que todo o seu trabalho e sacrifícios não foram em vão mas sim de beneficio. O Mestre é só um elo na corrente do estudante, no êxito do estudante. O instrutor não pode atribuir-se o papel principal nesta aventura. Só o papel de um guia que do fundo do seu coração, tudo fez para satisfazer o seu estudante. As pessoas que só pensam em si mesmas, não têm nada a fazer na área do ensino. Devem treinar e alcançar suas metas por si mesmas, sem se aproveitarem dos estudantes para brilhar e sentirem-se importantes. Com suma frequência, os instrutores que não têm nenhuma consideração por seus estudantes, são só incompetentes que se refugiam no domínio do ensino para ocultar sua frustração de serem incapazes de se fazerem importantes, sem tomarem vantagem de alguém, ou sem esmagar pessoas para se sentirem melhor que os outros. Como instrutor, é essencial não pensar nunca em nós mesmos, querer ajudar os outros e aplicar uma auto-análise, e isto, ao longo das nossas vidas. Por favor! Sem isto não se façam instrutores, porque o único resultado será magoar e destruir os sonhos dos vossos futuros estudantes. Alguns estudantes até deixam de praticar algum desporto, devido a esse desgosto e essa decepção vivida com um Mestre incompetente. Ensinar significa transmitir a nossa paixão aos outros, escutando-os plenamente e respondendo a cada uma das suas petições. Por outro lado, um instrutor não deve lamentar o que tiver feito por seus estudantes, mesmo se o deixarem e atraiçoarem. Tudo o que seja dado, deve ser dado do fundo do coração e nada pode ser calculado ou feito esperando receber alguma coisa em troca, como benefício.


“Quantos instrutores só querem brilhar diante dos seus estudantes, sem os ter em consideração a eles e as suas metas?”











Após o grande sucesso do primeiro DVD, o Grão Mestre Marco Morabito apresenta um novo trabalho, dedicado às armas. Os conhecimentos de Morabito no âmbito civil e no militar, se entrelaçam numa mistura explosiva de técnica e inovação. Nada se deixa ao acaso e não há segredos: com "cognitio experimentalis" se examinam com grande cuidado e pormenor, as agressões com mão armada mais comuns. Se analisam diversas técnicas com as armas mais comuns, mas tendo em consideração que não há um "modelo universal de agressão", os tipos de ataque são ilimitados e também o são as maneiras de defesa. A técnica é só a base do estudo, para adquirir fluidez e consciência do movimento, mas o propósito é fazer instintiva a nossa defesa, encurtando o tempo de reacção. Morabito, com seu Krav Maga Israeli Survival System, quer acabar com os esquemas e mostrar ao público algo totalmente novo, longe das técnicas habituais e vetustas, imitadas durante décadas. Neste DVD, a técnica se mistura com a experiência e tudo adquire âmbitos claros e definidos. Nada se deixa à sorte e os erros mais comuns são desmascarados e analisados. Encontrarão no Krav Maga Israeli Survival System, um novo método de defesa excepcional e autântico.

REF.: • DVD/KMISS 2 Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.


FU-SHIH KENPO MUNDIAL “Esclarecendo Conceitos Básicos do Estilo” Desde que o estilo foi criado em 1985, avalizado por várias organizações mundiais orientais e mestres da época e principalmente pelo Grão Mestre Robert A. Trias (agora já falecido) e a “United States Karate Association”, USKA, sempre pensei (e continuo a pensar) que a Arte do Fu-Shih Kenpo tivesse as seguintes características:


Grandes Mestres



Grandes Mestres • O ordem de Graus apresentado no meu primeiro desenho, como emblema do nosso Programa de Ensino e Graduações, a Espiga e os diversos cintos desde o branco até o Cinto Castanho 1º Kyu e depois o Cinturão Negro em seus diferentes graus Dan. A descrição do mesmo poderão encontrá-la nos múltiplos artigos, livros, vídeos e entrevistas que tenho realizado durante estes últimos 32 anos. • O Programa nos leva desde os treinos físicos, fisiológicos, mentais e espirituais, como assim também o aspecto tradicional do estilo, em respeito e conservação da tradição marcial e aos Grandes Mestres que no passado as criaram. Isto é a sempre importante e transcendente técnica básica, em seus blocos de punhos, mãos abertas, pontapés, bloqueios ou defesas, posições e suas diversas combinações. Isto vem desde a influência em mim do Shotokan Karate dos meus começos e posteriormente, com a minha introdução no Kosho-Ryu Kenpo. O meu máximo grau em Shotokan foi o 5º Dan e em Kosho-Ryu Kenpo, o 9º Dan concedido directamente de mãos do Grão Thomas Barro Mitose. • Em segundo lugar analisamos a Defensa Pessoal da Escola. Eu a denomino Escola, simplesmente porque é o estudo, a aprendizagem, a repetição e aprimoramento de técnicas ou séries como chão, ou podemos dizer também “à Carta”. É no Dojo onde com persistência, força de vontade e esperança, realizamos os máximos esforços para conseguirmos habilidade, controlo, velocidade... • Força, potência e continuidade nas nossas possíveis respostas perante um ataque. Mas é claro, na escola ou no dojo, estamos geralmente treinando sobre “supostos e de mútuo acordo”, no sentido de que sabemos como nos vai atacar o nosso oponente, simplesmente porque o professor, instrutor ou mestre, indica ao seu sparring ou aluno colaborador com que arma ou de que maneira nos deve atacar. Depois, nós realizamos uma bela exibição da nossas habilidade, como a desejarmos. E este sparring “deixa fazer”, ataca sem querer ferir nem provocar lesões, depois fica quieto e não replica. Nem sequer se afasta ou resiste aos nossos impactos. Assim tudo parece bonito,

mas não é realista. Mesmo que tudo isto, supomos nós, faz sentido e é lógico. É uma etapa pela qual devemos de passar desta maneira, porque é uma etapa do caminho a outros níveis ou evoluções do estilo. Um bebé primeiro anda de gatas, um dia fica em pé e anda, depois aprende a correr e a saltar e um belo dia tomará suas próprias decisões e fará seu próprio caminho como melhor ver ou sentir que é necessário. • Temos um outro bloco referido à Defesa Pessoal FuShih, que é o da Defesa Pessoal na Rua. É outro mundo, um mundo de realidades, duro, áspero, por vezes muito violento e até mortal. Neste espaço, o oponente vai querer magoar-nos, tal vez muito e sempre demais. Vai agredir-nos como bem entender, talvez sem avisar e em ocasiões à traição. Vai tentar bater-nos com a sua máxima potência e a melhor técnica, sem moral, sem civismo, sem impedimentos religiosos, políticos ou legais. Vai querer arrancar-nos a cabeça, quando não a cabeleira como os antigos Índios Americanos. Se portar uma faca não terá problema em nos fazer uma exibição, nem será cuidadoso para não magoar-nos. Bem pelo contrário nos espetará a faca até o fundo, em qualquer parte do nosso corpo. Não se vai preocupar com o que possa acontecer se nos ferir ao de leve ou de maneira mortal. Não vai ter preocupação nenhuma e até está convencido de que a justiça nunca o encontrará, que pode fugir dela. Se tiver um pau ou um ferro, da mesma maneira vai tentar quebrar-nos joelhos, braços ou cabeça. E se portar uma pistola vai esvaziá-la em nós. Por desgraça, isto é a parte mais feia da vida e nós, os civilizados, os que ainda acreditamos em DEUS, que amamos a nossa família, apreciamos amigos e respeitamos as leis e a justiça, mesmo que cada dia nos desampara e decepciona mais, não utilizaremos os nossos conhecimentos e poder para defender-nos a esse nível. Simplesmente porque no desejamos ferir nem matar ninguém. Não queremos acabar preso por culpa de um alterado mental, um louco ou um bandido qualquer. Não temos medo de um bandido ou de um estúpido, mas não queremos destruir a nossa existência nem a existência dos nossos. A outra parte no estará nem minimamente preocupado a esse respeito.

“Força, potência e continuidade nas nossa possíveis respostas perante um ataque”




Grandes Mestres É melhor não estar em lugares problemáticos. É preferível evitá-los. E só devemos agir quando não resta outra solução nem saída. O facto pela nossa parte, de termos cuidado em não nos excedermos no uso da nossa força e conhecimentos marciais ou de luta, jogará em contra de nós; é claro que será uma enorme desvantagem. • Continuando com a Defesa Pessoal, chegamos à que tem a ver com as Forças de Segurança do Estado. Aqui, a maneira, as técnicas e tácticas devem ir orientadas para a trabalho realistas da Polícia, Seguranças e Escoltas. E o uso da força, manobras, reduções, pôr grilhetas, transporte, condução, manipulação do armamento, etc.… deve estar regulado pelas normas e leis vigentes em cada sector. Em alguns sectores se necessita um maior uso de força e menos em outros. Em cada país temos diferentes corporações encarregadas da segurança nacional, com as suas normas. • Na parte relativa ao Combate Desportivo, o nosso sistema de combate está em linha com as regras do Kick-Boxing e sistemas de contacto. O Fu-Shih se caracteriza pelo contacto, sempre desde os seus primeiros programas de treino. A este capítulo o denominamos como Fu-Shih Contact. • O quinto aspecto do Fu-Shih Kenpo está em relação com o manejo de armas tais como: Yawara, Bengala Curta, Bengala de Rua, Faca, Pau Comprido, Tonfa e Kama. Nelas procuramos seu uso, manobrar com elas e a sua aplicação no sentido mais prático, perseguindo também “efectividade”, simplicidade e a maneira mais lógica e natural de resolver encontros reais.



Grandes Mestres • A ideia geral do estudo e prática do Fu-Shih Kenpo, é que cada praticante pode escolher sua aprendizagem passando por todas as linhas antes ditas, ou escolher qual delas deseja desenvolver especialmente. Isto quer dizer que bem poderia estudar só Defesa Pessoal de Escola a nível artístico, na rua, na defesa policial, no combate ou na manipulação de armas, ninguém seria obrigado a desenvolver o sistema completo. Alguns dos nossos alunos ou membros do Fu-Shih Kenpo Mundial, tais como: Santiago Remesal Fernández em Madrid, é o Treinador Oficial do Grupo de Escoltas de um dos principais Bancos do país; Luis Vidaechea Benito, da zona de Castela e Leão, desenvolve o Fu-Shih Kenpo de maneira global e também é versado em sistemas de Combate; O nosso Representante em Lisboa, Portugal o Instrutor Luís Tavares, se dedica exclusivamente ao denominado Fu-Shih Contact.

“Na parte relativa ao Combate Desportivo, o nosso sistema de combate está em linha com as regras do Kick-Boxing e sistemas de contacto”



RAÚL GUTIÉRREZ LÓPEZ, 9º DAN Kosho-Ryu Kenpo y 10º DanFu-Shih Kenpo www.ipsa-internacional.com www.feamsuska.com rgutkenpo@hotmail.com Teléfono: (0034) 670818199 Sensei Luis Vidaechea Benito Cinturón Negro 3º Dan Fu Shih Kenpo Delegado FEAM en Castilla y León Templo Segoviano de Fu-Shih Kenpo Pabellón Pedro Delgado - Segovia Tel.: 622 263 860 mailto: sensei.luis@cylam.es http://www.cylam.es/ Maestro Philippe D´Andrea Cinturón Negro 3º Dan Fu-Shih Kenpo Director FEAM e IFSKA en TOLEDO CASTILLA LA MANCHA Teléfono: (00 34) 666 785 734 Email: philkenpo99@gmail.com CLUBE ESCOLA DE DEFENSA PERSOAL José Rodríguez López Fundador Hand Krav Fu System Instructor Nacional Defensa Personal Policial IPSA Escuela Defensa Personal y Policial de As Pontes Lg Petouto - Ribadeume 15320 As Pontes, A Coruña Tel: 670 770 004 escuela@handkravfu.es - www.handkravfu.es Francisco Javier Martin Rubio, C.N. 4º DAN de Karate Shotokan CD A.M. c/ Poligono de la Estacion, Parcela 15, Nave 21 Olmedo - Valladolid Teléfono: 665810990 Email: gimnasiolmedo@hotmail.com Sifu Jeroni Oliva Plans, Director Nacional del Departamento de TAI CHI CHUAN y CHI KUNG SIFU 3º Grado de Tai Chi Chuan y Chi Kung Terapeuta Manual Tel.: +34 659 804 820 E-mail: jopsanestudi@gmail.com C/València, 345, Barcelona C/Indústria, 110, Malgrat de Mar Maestro Martín Luna Director internacional Krav Maga Kapap FEAM Instructor policial/militar IPSA Seguridad y escoltas /vip protección Representante IPSA y FEAM Canarias Maestro Cinturón Negro 5º dan Fu-Shih Kenpo Instructor kick Boxing / K-1/Full Contact Tel: 671 51 27 46.martin75kenpo@hotmail.com


Martín García Muñoz Maestro Internacional 8º Dan Instructor Internacional, IPSA Instructor Internacional Tae-Kwon-Do ITF Vice-Presidente Federación Andaluza Tae-Kwon-Do ITF Director de Operaciones y Coordinador de IPSA para España Gimnasio Triunfo (Granada) Teléfono 607 832 851 opencleanmotril@hotmail.com OSVALDO GASPARETTI GENRE Cinturón Negro 8º Dan Fu-Shih Kenpo Representante Personal Soke Raúl Gutiérrez Para Argentina y toda Sudamérica. (FEAM/IPSA/IFSKA) Teléfono: + 54 9 3471 53-1052.patokenpo@hotmail.com Joel Barra Ortega Cinturón Negro 4º Dan Fu Shih Kenpo Instructor Regional IPSA Teléfono móvil: +56950180374 joelfsk@gmail.com Sensei Mario P. del Fresno C.N. 3er Dan Fu-Shih Kenpo Representante F.E.A.M. Madrid Centro Entrenamiento Profesional Box Everlast www.boxeverlast.es Club de artes marciales 78 www.artesmarciales78.com Gimnasio In Time MMA. www.intimemmamadrid.es Teléfono: 658 016 688 mario.fushihkenpo@gmail.com Maestro Luis Pedro Rojas Torres, 7º Dan Fu-Shih Kenpo, Instructor Internacional de Defensa Personal Policial, IPSA – Centro de Osteopatía y Terapias Naturales. Calle Industria 110, 08.380 Malgrat de Mar, Barcelona Tel: 937 654 598.kitorojas8@hotmail.com Instructor Krzysztof Adamczyk Instructor Nacional para Polonia y Noruega. Grinnisvegen 611 ,7236 Hovin i Gauldal ,Noruega fushihkenponorge@gmail.com 0047 92520150 fushihkenpopolska@gmail.com 0048 783474760


Neste mês, gostaríamos de apresentar SIFU Leung Pui Chung, Director da Ving Tsun Athletic Association e um destacado aluno de Sifu Tsui Sheung Tin (Rei do Siu Lim Tau), um aluno do Grão Mestre Ip Man.



Cinturão Negro: Quando começou a praticar Wing Chun e quem era o seu Mestre? Sifu Leung Pui Chung: Estudei Ving Tsun em 1972, com o irmão mais velho. Em 1978 passei a ser um estudante do Grão Mestre Chu Shong Tin. A Associação Ving Tsun House de Artes Marciais, foi estabelecida em 1983, por Sifu Leung. Desde 1999, tenho sido o director e tesoureiro da Associação Atlética Ving Tsun, de Hong Kong. C.N.: Há muitas escolas que focalizam a sua prática na autodefesa, outras na saúde ou em aspectos históricos da cultura chinesa do Kung Fu. Na sua escola, o que focalizam principalmente, na prática do Wing Chun? L.P.C.: Com o progresso da civilização, o conceito de Artes Marciais deve estar em linha com a tendência dos tempos, pelo que a nossa escola se comprometeu com o conceito da aptidão física (Healthy Exercise Guidelines) para ensinar Wing Chun tradicional, utilizando uma maneira científica de interpretação (Bio-mecânica, Quinesiologia), introduzindo o Wing Chun para todos. Mas nos apegamos a um conceito de não nos afastarmos das ideias mais simples, com a franqueza e a eficiência na luta, que nos foram transmitidas a nós, desde os nossos antepassados. A nossa missão é preparar treinadores de alta qualidade. C.N.: O Wing Chun é hoje, um estilo bem conhecido em todo o mundo. Há milhares de praticantes na Europa e nos Estados Unidos. O crescimento tem sido enorme nos últimos 20 anos, principalmente devido aos filmes do Grão Mestre



VingTsun Yip Man. Mas muita gente pensa que isto não é bom para o Wing Chun. O senhor, o que pensa? L.P.C.: Penso que os filmes do Grão Mestre Yip Man podem não ser verdadeiros ou sejam exagerados, mas são bons para a promoção do Wing Chun. Como mínimo, podem fazer com que mais gente conheça o Wing Chun e aumentar o interesse por aprender ou desenvolver o Wing Chun. Assim sendo, a interpretação do verdadeiro significado do Wing Chun e a conotação do Wing Chun, é responsabilidade dos nossos treinadores. C.N.: Pensa que os filmes de Artes Marciais, especialmente os últimos de Yip Man, são positivos ou negativos? L.P.C.: Se os nossos treinadores têm a capacidade de interpretar correctamente o verdadeiro significado do Wing Chun, neste caso, as últimas fitas de Yip Man são positivas para a promoção da nossa indústria do Wing Chun. C.N.: A nível técnico, o Wing Chun tem evoluído nos últimos anos, ou tem havido uma involução? L.P.C.: A corrente principal, do ponto de vista técnico, em seu conjunto está evoluindo, mas se subestima um pouco, o princípio de aforro da energia. A luta pode ser débil para superar o forte e o aforro de energia é um factor muito importante, caso contrário, se desvia. C.N.: O Wing Chun deve permanecer como se aprendeu das gerações precedentes ou pelo contrário, deveria adaptar-se aos novos tempos, introduzindo mudanças e nesse caso, por que motivo? L.P.C.: Penso que o Wing Chun não deve manter o velho estilo da aprendizagem centrada no professor. Deve de ser através de focar a aprendizagem centrada no estudante, para se adaptar ao baseado no conhecimento e ao baseado na evidência da sociedade. Portanto, os treinadores devem continuar estudando tanto a técnica como o nível teórico do Wing Chun, para se somar o autovalor. Os três conjuntos de rotinas do Wing Chun, visam como realizar o golpe forte e o pontapé pesado, através do peso corporal como conceito básico. Defendemos o uso da mente para dirigir os movimentos, reduzir as restrições por movimentos, aproveitar o potencial e a experiência. Com frequência, através das fortalezas se alcançam conquistas diferentes. Depende de nós. A próxima geração de praticantes de Ving Tsun, há-de ver que usamos o melhor sistema, para assegurar que só este sistema tem para oferecer ser sostenível, nas próximas décadas.



VingTsun


Quando falamos de mudanças, nos referimos, por exemplo, à necessidade de introduzir técnicas para lutar contra os grapplers, à luta no chão, etc. Não nos devemos deixar estar. Para lutar, é preciso conhecer a vantagem dos oponentes. Frente aos grapplers ou lutando no solo, as técnicas eficazes são lutar contra eles com o nosso forte batimento e o pontapé pesado, para impedir que os oponentes levem o combate ao seu terreno. C.N.: Como vê o futuro do Wing Chun em Hong Kong e no resto do mundo? L.P.C.: Hong Kong está carregado de factores históricos e se tornou a base da evolução do Wing Chun. No futuro, deveria desenvolver-se como o centro de ensino e centro de pesquisa do Wing Chun. Preparar treinadores e directores excelentes e continuar pesquisando e desenvolvendo a indústria do Wing Chun. Os praticantes de Wing Chun de todo o mundo, devem ser considerados como competidores para trabalharmos juntos e para desenvolver a indústria do Wing Chun. C.N.: Gosta do caminho por onde o sistema está enveredando e o enorme aumento no número de praticantes? ¿Por que motivo sim e por qual não? L.P.C.: Como director da Associação Atlética Ving Tsun, sou feliz por ver que o Ving Tsun se pode expandir por todo o mundo. Quantos mais praticantes, melhor é a nossa missão. Se há competência, há progresso! Eliminando os débeis para se manterem os fortes, o Wing Chun pode continuar desenvolvendose, procurando a excelência. C.N.: Agora está ensinando Wing Chun a tempo completo, ou tem outro trabalho e ensina em seu tempo livre?


VingTsun L.P.C.: Ensinar, desenvolver e promover o Wing Chun, é o meu trabalho a tempo completo! C.N.: Para si, qual a importância destas formas Siu Nin Tao? L.P.C.: Siu Nin Tao tem a intenção de aprender a libertar a "força mental" que se aplica na luta. Pode fazer com que os estudantes percebam a sua estrutura corporal, praticar para relaxar as articulações, saber gerar força através do peso corporal e reduzir o uso da força muscular de tensão. Apesar do Siu Nin Tao se dividir em três secções, a rotina básica é no Wing Chun, a mais importante das três. A primeira secção é um treino de coordenação da linha central e o pulso. A segunda secção é um treino de coordenação da linha central e a articulação do cotovelo. A terceira secção é um treino de coordenação da linha central e a articulação do ombro, com função da posição "Yee Chi Kim Yeung Ma" - para ser guiado de maneira gravitatória. Além disso, o vector formará uma poderosa força de estrutura corporal. C.N.: E o Chum Kiu? L.P.C.: O Chum Kiu é encontrar o ponto de força das partes, nos membros superiores do oponente. Com a "força da mente" do Siu Nim Tau e a estrutura de base, a prática das duas vias ou multi-direccional força das articulações. Para que os estudantes compreendam o princípio de usar a força "Dragonfly” ou ponto de água, é como uma libélula toca a superfície da água. O Chum Kiu, se divide em três secções para o treino de coordenação entre as extremidades e o tronco. A primeira secção é o treino da aplicação da rotação do tronco. A segunda secção é o treino da aplicação do movimento de esquerda e direita. A terceira secção é o treino da aplicação de avance e movimento para trás, o que resulta na geração de uma força mais poderosa no vórtice de contacto com o oponente. Através dos membros se estenderá completamente o nosso peso até o ponto da força nos membros superiores do oponente. No Chum Kiu, também se começam a treinar pontapés básicos de Wing Chun. C.N.: E o Biu Jee? L.P.C.: O Biu Jee pretende utilizar o ataque como a melhor defesa. É um treino integrado, de aplicação do princípio de "guiado da gravitação", que inclui o uso da rotação do tronco e a força centrífuga distal dos membros, para gerar força. Pode transferir rapidamente o peso corporal às extremidades, no lugar mais afastado, o que significa "eliminar uma força completamente concentrada, com a ponta de um dedo". Biu Gee é, de facto, a forma mais poderosa no Wing Chun, com o mais rápido e tremendo poder destrutivo. Na minha opinião, o Biu Gee é o mais adequado para lutar contra alguns oponentes. No passado, devido ao conceito da existência do perdão e



VingTsun a benevolência, não se proporcionava facilmente esta técnica a estudantes maliciosos e/ou hipócritas. C.N.: Falemos do Boneco de Madera... L.P.C.: A forma do Boneco de Madeira não só se concentra na dureza dos membros superiores e no uso de movimentos. De facto, é para treinar a técnica e poder ser utilizada para a luta real com um oponente mais forte. De cara à adversidade, temos o ensino de como utilizar o jogo de pés, para cooperar com os três conjuntos de formas do Wing Chun, para lutar com o oponente. Resumindo: a forma do Boneco de Madeira é para praticar como lutar com outro Mestre de Artes Marciais! C.N.: E a forma de Bart Cham Dao? L.P.C.: A forma de Bart Cham Dao do Wing Chun é o treino de armas com as mãos estendidas. Mantém facas em ambas mãos e era muito adequada para os antigos soldados, nos propósitos de luta no campo de batalha,. Quem faz bom uso da faca, nunca vai entrar em um atrito com a faca propriamente dita. Bart Cham Dao (com a "força da mente"), serve para dar impulso à extremidade e à faca, junto com o pé da posição triangular e mover-se flexível e simplesmente. Todos os movimentos são muito práticos! O movimento das facas consiste no peso do corpo e a faca. Entrando em contacto com as armas do oponente, as facas fixas diante do pé, realizam a paragem do pé e a paragem da faca. A sua força pode ser contínua, para passar e ser enviada a través de corte ou espinha, desde diferentes ângulos, para controlar os ombros do oponente e acabar instantaneamente com a posse de armas de mão. Se executa de maneira sólida e fácil, assim como com poderosa e magistral magnanimidade. O segredo de usar na faca é como empregar a arma. Não se pode segurar a arma com força, o cabo deve ser a melhor arma para o controlo da posição, mas tem de se saber o lugar do centro e o ponto de gravitação da arma. C.N.: ¿E a Forma de Pau Comprido? L.P.C.: A Forma de Pau Comprido, também é conhecida como “Pau de Seis Pontos e Meio”. A longitude dos paus em Hong Kong é de uns 2,75 metros de comprimento. A forma do pau é simples e prática. Apesar de por sua longitude, o pau parece difícil de controlar, a aplicação apropriada que se pode fazer com todas as partes do mesmo, é muito forte. Toda a forma tem só sete movimentos e era a mais adequada para os antigos campos de batalha, tanto em ataque como em defesa, para derrotar o inimigo à distância. A maioria dos movimentos de ataque são de apontar para golpe e punhalada e têm de cooperar com o jogo dos pés e o peso corporal. Portanto, focalizar o treino é muito importante. Quando se podem compreender os verdadeiros significados de destruir a posição do oponente pelo espaço ocupado e a posição ocupada. O poder e os efeitos dos seis pontos da metade do Pau, não é inferior à forma Bart Cham Dao! C.N.: É muito comum nos praticantes de Ving Tsun, ensinar da mesma maneira que aprenderam do Mestre, mas por vezes, alguns praticantes também utilizam ideias próprias (tais como exercícios ou sistemas de treino) desenvolvidos após anos de ensino. O seu método de ensino é o que aprendeu do seu Mestre ou adicionou alguma coisa nova ao método de ensino?



VingTsun L.P.C.: Na nossa linhagem, pensamos que a teoria do Wing Chun e o princípio de geração de força são mais importantes que os movimentos. Sempre e quando se seja coerente com a teoria da franqueza, com a simplicidade e a eficiência na luta, vamos ensinar as diferentes séries de movimentos do Wing Chun. O conteúdo foi unificado pelos estudantes, para escolherem, com seu próprio tipo de corpo e ajustarem o seu carácter à prática. A nossa escola pretende um modelo de ensino centrado no estudante e uma focalização individualizada. O propósito é melhorar o que já foi conseguido e os resultados da aprendizagem do estudante. C.N.: Poderia fazer-nos uma demonstração de algum dos exercícios desenvolvidos? L.P.C.: O Yat Jee Chung Kuen - Pontapé debaixo do saiote https://www.youtube.com/watch?v=6LpD3_uHUaY&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=Q_YTocc-UFU&feature=youtu.be C.N.: Poderia mostrar-nos alguns dos seus exercícios técnicos que se praticam na sua escola? No caso de que se mantenha o sistema clássico de ensino... L.P.C.: A aplicação da Auto-defesa - Bong Da Sparring https://www.youtube.com/watch?v=X7HE1SiDlXc&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=aKj72xJ4u40&feature=youtu.be C.N.: O que aconselha para quem estiver começando a aprender? L.P.C.: Em primeiro lugar, perceber o propósito e a necessidade de aprender Wing Chun, tratando de encontrar um estilo adequado. Após participar, por favor, continuar na prática e encontrar a escolha para aprender. C.N.: O que aconselha para o estudante que começa a aprender as últimas actualizações do sistema? L.P.C.: Como um praticante mais velho, têm de perceber as matérias, os propósitos e cada movimento subjacente em cada forma do Wing Chun. Todos eles têm um ponto em comum, o aforro de energia, com a qual, os débeis podem superar os fortes. E por favor, encontrem as razões e saibam como faze-lo. Estamos praticando a forma sem ser uma forma, encontrem o nível mais avançado! C.N.: Agradecemos muito a sua hospitalidade. Foi um grande prazer podermos realizar esta entrevista em HongKong (China), neste ano 2017.

“Como director da Associação Atlética Ving Tsun, me sinto feliz por ver que o Ving Tsun se pode expandir por todo o mundo. Quantos mais praticantes, melhor, é a nossa missão! Se há competência, há progresso. Eliminando os débeis para se manterem fortes, o Wing Chun pode continuar desenvolvendo-se em busca da excelência”



“O arame de ferro”

A Forma Secreta

1 - 2 - 3 - 4 de Julho de 2017 - Génova (Casella) - Itália 1º Seminário Especial Hung Gar A Forma Secreta Ensinada e analizada em todos os seus segredos Pelo Grão Mestre Paolo Cangelosi. A forma dos 6 estados anímicos, das 5 emoções, das 12 pontes, acompanhada pelo som do canto interior, poesia sonora do Grão Mestre TIK KIU SAM. O seminário está aberto a todos aqueles que desejarem aprofundar no nivel avançado do Kung Fu, será realizado en plena natureza. Inclui estudo, prática, alojamento y regeições. Uma inmersão total.


AS INSCRIPÇÕES ESTÃO ABERTAS Y O NÚMERO É LIMITADO Para mais informação e pormenores: Telefone da rede: +39 010 8391575 - Telemovel: +39 340 6848475 email: cangelosipaolo@libero.it - www.sifupaolocangelosi.com fb: School Sifu Paolo Cangelosi - Kung Fu Headquarters Genova – ITALY


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Introduzindo o Sanchin Parte 2 O Sanchin é o epítome das Artes Marciais, posto que é um exercício de fortalecimento, uma Meditação em movimento e contém poderosas possibilidades de luta. Um dos aspectos mais poderosos do Sanchin para o Kyusho, radica no desenvolvimento da Torção. O par de torção é uma medida de quanto faz uma força ou acção energética, que age sobre um objecto, para o objecto girar. O objecto gira em volta de um eixo; no caso de Sanchin no pulso, braço, torso, ancas e pernas. Isto se consegue em uma acção curta e explosiva, que manda a transferência enérgica para o objectivo do Kyusho. Este é só um dos pormenores para fazer que o Kyusho funcione, mas é um dos mais vitais.


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Potência de Rotação O Kyusho trabalha com a rotação ou o ataque não em linha... e é aqui onde muitos novatos encontram dificuldade em fazer que funcione. Na maioria das Artes Marciais convencionais, empregamos potência linear, com treino massivo em almofadas de batimento, sacos pesados, Makiwara e outros dispositivos de treino. Se concentram mais na força balística para causar um trauma massivo aos aspectos exo-esqueléticos do oponente, em vez de penetrar na anatomia interna, mais débil e vital.

O par de torção não é mais do que uma medida da força de torção ou de rotação. Gera muito mais que uma linha recta de emissão de poder e muitos lutadores têm falado disto desde os primeiros dias do Boxe. Aqueles velhos pugilistas sempre disseram que torcemos a luva no impacto... e foi por diferentes motivos, mas mesmo assim, eles sabiam isso. Usaram-no principalmente para abrir um corte, preferentemente sobre o olho, para o sangue pingar no olho e ter um efeito de cegar..., e que continuaria sendo o objectivo para o resto da luta. Também sabiam que tinha muito mais impacto, mesmo se não se abriu uma ferida, com o estiramento com o impacto, faz o golpe muito mais eficaz.


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Então, o que faz o par de torção mais forte que a potencia em linha? Comecemos com a energia cinética. Em física, a energia cinética de um objecto é a energia que possui devido ao seu movimento. Também se define como o esforço o a inércia necessários para acelerar uma massa determinada, desde o repouso a uma velocidade específica. A energia cinética pode ser energia cinética linear ou energia cinética rotacional. A enorme vantagem de usar a técnica de rotação é a maior capacidade de aumentar a velocidade de um golpe, a uma determinada distância, devido à maior trajectória de aceleração. Esta trajectória aumentada de aceleração, pode ser até 1,5 vezes maior na técnica de rotação, em oposição à técnica em linha. A energia cinética também pode passar de um objecto a outro, como em um jogo de bilhar. Isto se pode observar quando um jogador impõe energia cinética na bola branca, batendo nela com o pau de sinal. Quando a bola branca choca com outra bola, se faz dramaticamente mais lenta e a bola com a qual chocou, se acelera a uma determinada velocidade, na medida em que a energia cinética se transfere a ela. Se denominam colisões elásticas aquelas nas quais se conserva a energia cinética. Com colisão não elástica, a energia cinética se dissipa em outras formas ou energias, como calor, som, ruptura, etc. Também é possível combinar energia linear e rotacional para uma velocidade máxima, assim como um nível de potência transferível. Logo que se inicia um golpe com uma projecção linear e no final adiciona a velocidade de rotação e a força em contacto, então se obtém o máximo efeito. Mas, porque motivo o par de torção é mais influente no oponente com o Kyusho, que a linha recta de transferência de energia cinética? A maioria dos principiantes tentam o poder ou a força da línea recta balística. É porque o Kyusho não trabalha para eles até desenvolverem o tacto correcto com o esforço de torção. Mas não só aumenta o poder de penetração, há muitos outros constituintes vitais involucrados.


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Utilizando uma rotação tal como se viu explicada e demonstrada no DVD de “6 Mãos Ji”, utilizamos esta dupla transferência de potência, para uma maior penetração na área de destino. Se chega ao nervo mais facilmente, posto que a acção da rotação serve para empurrar as estruturas musculares para um lado. Isto dá uma trajectória clara ao nervo, sem os músculos que protegem ou que acolchoam o zona do contacto da arma. Também serve para ganhar profundidade a partir da maior velocidade e a velocidade da acção.

Nesta acção, o nervo, quando já exposto e alcançado, também se estica, fazendo-se muito mais vulnerável e reactivo, com maiores resultados. A acção pode ser instrumental ao beliscar também o nervo esticado, contra um objecto que funciona como uma estrutura do osso, para uma mensagem ainda mais aguda ao cérebro. Isto pode causar uma sobrecarga de entrada sensorial e desencadear um mecanismo de segurança no corpo, como cair a uma posição de prono (através de queda, disfunção ou inconsciência), para sua recuperação.


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Agora bem, se o objectivo está numa secção muscular do corpo (à diferença de um ponto da cabeça com poucas camadas de pele, gordura e fascia), também serve para atacar o sistema reflexo, que o leva de somático motor ao mais autonómico reflexivo nível subconsciente. Isto se consegue afectando simultaneamente as células do eixo muscular ou o órgão do tendão de Golgi, dependendo de onde se bateu. A mesma acção de estiramento que se emitirá no nervo, também alcançara uma destas duas estruturas e provocará ainda maiores efeitos sobre o oponente. Também nos serve no Boxe clássico o no Kick Boxing e também no mais moderno treino de MMA, adicionando a rotação extra que utilizam no contacto os pugilistas de idade. Tomemos o jab, por exemplo. A maioria dos combatentes utilizarão a potência linear que atordoa no contacto, mas se acabar por aprender a mover também os nós (inclusivamente com luvas) e descer em impacto, os resultados serão muito maiores, especialmente quando se utiliza em um alvo do Kyusho. Tomemos o queixo como outro exemplo neste energético rotatório. Se espetamos directamente, vai haver poucos resultados discerníveis, que não sejam um retrocesso ou retirada da cabeça receptora. Se conseguimos soltar os nós no final do jab, no impacto ao queixo, então se consegue o ângulo da trajectória para chegar ao nervo e vai haver muito maior disfunção, deterioro dos sentidos, ou estado alterado de consciência. Isto também é certo para o crochet, o gancho e o uppercut..., os golpes principais usados em combates, assim como nos altercados da rua. Aprendendo os objectivos do Kyusho e trabalhando com eles e com o golpe de rotação, seremos muito mais poderosos, potentes e estaremos melhor protegidos.


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Resumindo, temos: • Aumento da aceleração do nosso ataque • Maior penetração • Aumento da velocidade do golpe na fase de contacto • Base mais estreita da transferência de energia As vantagens da técnica de rotação incluem: • Os praticantes não têm que ser tão grandes nem tão fortes • Maior variação no treino da técnica de rotação, em comparação com o ataque linear

• A tensão requerida e a força necessária para o ataque linear, podem ser contraproducentes, em oposição ao movimento relaxado e mais fluido do ataque em rotação. Assim senso, o "par" torção(medição da energia cinética rotacional) em Kyusho, não se mede por dispositivo mecânico, se mede no resultado físico no treino. Lamento muito Vince, mas a energia é real! © Evan Pantazi 2016 www.kyusho.com












Bujutsu, no centro e no todo! Vários foram os conceitos que os mestres desenvolveram para explicar que, para encontrarmos o Mushin (mente vazia, sem sentimento), primeiro aprendemos e depois esquecemos. Por outro lado, a fluidez que todos almejam, surge a partir do momento que conseguimos libertar nossa mente dos conceitos arraigados no certo e errado. Dentro do raciocínio do BuJutsu, da guerra como forma de guerra, não existe certo e errado. Existem formas que favorecem o objectivo e outras que nos atrasam. No caminho do BuJutsu não existe excelência. Se a encontrarmos, a excelência deve ser admirada pela sua excelência. A excelência existe nos Seiteigata – sequência pré-


Artes do JapĂŁo


ordenadas correctamente. Estes são responsáveis por nos mostrar a essência do raciocínio. Nestes, existem regras! Logo, dentro do contexto das formas de guerra apresentadas pelo homem ao longo da história, nenhuma se difere da outra no sentido da busca pela vitória. Em sua maioria, as guer ras tinham como objectivo o domínio do território inimigo. Inúmeras formas de técnicas e movimentações, estabeleceram esta ou aquela nação como melhor preparada ou tecnologicamente mais desenvolvida. Podemos ver isso claramente, com o reaparecimento de mercenários em algumas crises africanas, como exemplo, na Costa do Marfim.


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“Dentro do raciocínio do BuJutsu, da guerra como forma de guerra, não existe certo e errado. Existem formas que favorecem o objectivo e outras que nos atrasam”


Nesses últimos 15 anos, uma parte do planeta foi submetida a uma profunda “somalização”: a fragmentação e a dissolução das estruturas de poder. Em alguns Estados minados pela corrupção, provocam o renascimento de identidades pré-coloniais e a destruição da economia legal. Os “grupos armados não-estatais” – mais de 400, presentes em 90 países – tornaram-se verdadeiros actores dessas crises de baixa intensidade. Se olharmos com os olhos da actualidade, saindo um pouquinho da Idade Média, que é sempre o foco de meus artigos acerca do Bujutsu, - de acordo com o “Le Monde”, as crises de origem política são as mais tradicionais: seu objectivo declarado é a tomada do poder, mas – sem receber recursos de Washington ou de Moscovo, depois do fim da Guerra Fria – elas foram buscar toda uma gama de meios para encontrar os recursos necessários à sua sobrevivência. Esse foi o caso do “Sendero Luminoso”, no Peru. No contexto bem particular da Colômbia, as Forças armadas revolucionárias da Colômbia (Farc) recorrem ao sequestro e à cobrança de imposto sobre a coca, ou sobre a primeira etapa da transformação desta em cocaína (pasta básica) para se financiar: mas o dinheiro do narcotráfico financia igualmente os paramilitares. Penetrou no exército e em outros sectores económicos “respeitáveis”, como também na classe política. Podemos ver que não importa o caminho, a guerra sempre se manifesta através do viés da conquista e a constante busca desta. Analogamente, desde o período do Sengoku Jidai, muito se modificou acerca da mentalidade da guerra, muito se reavaliou acerca das verdades e mentiras que levam à vitória. Nunca o que conhecemos como Bujutsu – arte da guerra – esteve tão avançada e tão bem preparada. Por outro lado, se voltarmos os olhos para o caminho tradicional, os Seiteigata representam apenas uma romântica alfabetização de um sistema. Diante do todo, observando em nível de uma guerra real, principalmente frente ao que se conhecesse em nível de mundo, a essência do estudo do Caminho, por mais que ela seja conhecida, alcança apenas a casa da tradição e conservação. Nada mais! Quiçá, por isso, a busca romântica de muitos é abandonada; não existe uma separação entre o bonito, o belo, o clássico, e a realidade nua e crua da actualidade. A mente, aqui, converte-se no pior inimigo. Basta observarmos que os praticantes de hoje em dia, sem perceberem o funcionamento do Caminho, querem muito presenciar milagres, ser o samurai dos filmes de Hollywood. Diversas pessoas perguntam: e qual é o melhor, praticar o método tradicional ou um sistema de autodefesa? Independentemente de qual seja a escolha, se falarmos de Bujutsu, uma vez que aprendemos o Seiteigata e nos direccionamos para o caminho do estudo da guerra como forma, passado e presente mesclam-se na ideia de libertar a mente e não estabelecer o que é certo ou errado.


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“Podemos ver que não importa o caminho, a guerra sempre se manifesta através do viés da conquista e a constante busca desta”


Estudar o Caminho é tornar-se um com o Caminho – e esquecer inclusive qualquer vestígio da Iluminação. Aqueles que começam a praticar o BuJutsu, ou qualquer método, independentemente de qual seja, têm primeiro que acreditar nele. Aqueles que acreditam na Via (no caminho) devem acreditar que já se encontram nela desde o início, sem estarem sujeitos à ilusão, aos pensamentos enganosos e às ideias confusas, sem aumento e sem diminuição e sem desvio da compreensão. Aquele que desperta uma segurança como esta, que clarifica a Via e pratica em conformidade – detém a essência do estudo da Via. Por isso, a guerra surge do centro ou o todo? Ambos!... Esta é uma verdade que podemos afirmar. Se o princípio da guerra surge a partir do centro, ele surge também a partir do todo. Ou seja, tendo em conta que a responsabilidade pelos nossos actos é completamente nossa, já que somos privilegiados com livre arbítrio, nos tornamos a guerra quando esta existe dentro de nós – o centro -, e a guerra se torna o todo, quando esta surge de fora para dentro. No estudo do Bujutsu como forma e expressão, em relação ao todo (não como matéria), podemos ver que "o forte das massas é a ignorância", haja vista que a estratégia é o princípio que manipula e consegue interagir com uma quantidade muito grande de pessoas. Assim sendo, se olharmos o Bujutsu apenas como expressão da guerra, as guerras acompanham a trajectória da civilização desde os primórdios. Apesar de esforços como a criação da ONU, no final da 2ªGuerra Mundial, e de acordos internacionais em diversos níveis, a guerra é um fenómeno ainda presente e suas consequências são devastadoras. Por outro lado, não obstante do todo e retornando ao centro, o passado modifica-se a todo instante, segundo as interpretações que recebe de cada geração. Nas intenções das guerras geradas,

“No caminho do BuJutsu não existe excelência. Se a encontrarmos, a excelência deve ser admirada pela sua excelência”


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“Tanto no Bujutsu japonês, quanto nas formas de guerra apresentadas por qualquer país, não há determinismo na história, pois ela é um processo aberto, uma teia que emerge da vontade política de inúmeros actores”


sejam de palavras ou de interesses, há eventos que sempre estarão entre nós, ainda que sua releitura sofra mudanças. As Cruzadas, como mito, estão mais presentes do que nunca. As conclamações ao “choque de civilizações” e das culturas, a todo instante estão mandando para a fogueira infelizes que acreditam que podem ser diferentes do sistema. A intolerância unida ao interesse social e estratégico de cada um, ainda é maior do que a consciência de que a guerra surge primeiro interiormente. Tanto no Bujutsu japonês, quanto nas formas de guerra apresentadas por qualquer país, não há determinismo na história, pois ela é um processo aberto, uma teia que emerge da vontade política de inúmeros actores. A expectativa que muitos pensadores e humanistas, ao longo da história, guardavam sobre a possibilidade do mundo ver-se um dia livre das guerras, seguramente frustrou-se. Imaginavam eles que com o avanço da civilização e com o crescente aperfeiçoamento ético dos homens e das mulheres, fosse possível evitar-se as chacinas e as demais desgraças trazidas pelos grande confrontos armados. Longe de permanecer como uma relíquia dos tempos bárbaros e primitivos da humanidade, a guerra, ao invés de desaparecer, apenas modernizou-se, adoptando, devido aos avanços da tecnologia, uma potencialidade ainda mais mortífera e destrutiva do que em qualquer outra situação do passado. Seja através da política, das armas, das intrigas... O Bujutsu é uma arte inerente ao homem. No fim, as palavras, os movimentos, as técnicas, os desenvolvimentos, tudo é Bujutsu!!! Ao mesmo tempo, podemos dizer que entre o todo e o centro não há semelhança. O que existe são as metáforas. Assim, seja qual for o seu Bujutsu o a sua guerra, Gautama – Buddha – disse algo interessante: "Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento. Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras. Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência. Não creiais em algo simplesmente por terem ouvido. Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração. Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos. Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou. Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de mestres e idosos. Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de vossa vida".


Artes do Japão “Seja através da política, das armas, das intrigas..., o Bujutsu é uma arte inerente ao homem. No fim, as palavras, os movimentos, as técnicas, os desenvolvimentos, tudo é Bujutsu!!!”










Artes Plásticas e Artes Marciais = Arte Total Quatro dedos abaixo do umbigo “Não esqueças os teus cinco sentidos à procura do sexto”. Bruce Lee Omedo entra pelo umbigo… e para não sentirmos medo, é então preciso tapar o umbigo com a mão direita". Este ensinamento foi-me dado quando eu era muito jovem, por um professor de educação física da minha escola primária e, de facto, eu acreditei; engoli a história e durante muito tempo, cada vez que sentia medo tapava o umbigo com a minha mão direita e, instantaneamente, o medo aos poucos desaparecia; um bom paliativo que funcionou por sugestão e que na verdade me ajudava a controlar o medo, mesmo baseando-se num ensinamento errado, porque de facto, o medo NÃO entra pelo umbigo, mas ajudava-me a lidar com os meus temores que como fantasmas me assaltavam. O medo manifesta-se, isso sim, como centro, como epicentro, quatro dedos abaixo do umbigo e, rapidamente, controla todos os nossos actos. A adrenalina mal orientada invade o nosso corpo, a energia mal dirigida toma então posse de todo o nosso organismo, descontrolandonos, provocando-nos náuseas e até fazendo-nos não controlar os esfincteres, dando-nos força, talvez, para realizar as coisas mais disparatadas, loucas e absurdas, ficando pálidos, a tremer e a suar com frio, a correr sem rumo fixo e à máxima velocidade, fazendo-nos dar gritos descomunais e histéricos… ou, o que é pior, paralisando-nos de medo. A quatro dedos de distância abaixo do umbigo, fica situado esse ponto que os mestres marciais identificam como o "HARA". É o centro da nossa gravidade, ponto de percussão, ponto de onde emanam todas as forças psíquicas e físicas do indivíduo, centro onde reside a vontade, ponto em que se assenta e de onde parte a energia, o KI, o CHI, o QI, o DANTIAN, o PRANA, o KHI, o IHRU… "A ENERGIA" manifestação directa do nosso Deus.



Artes Plásticas e Artes Marciais = Arte Total O HARA é o lugar onde vão as mãos, quietas, com as palmas viradas para cima, palma sobre palma, tocando entre si os polegares, para a meditação ZEN, generando energia. A energia depois manifesta-se em todos os actos das nossas vidas, emana de nós mesmos "quatro dedos abaixo do umbigo" e depois manifesta-se plenamente. Essa energia que é formosa em si, mal manejada e manipulada pelos "fantasmas pessoais" e pela "mente", pode então atrair para nós as coisas mais nefastas, atrair a má sorte e os pesares, provocar que nos agridam ou até um cão morder-nos ou urinar para cima de nós. Mas também no seu estado mais puro pode ajudar-nos a lidar melhor com a nossa própria vida, proporcionando-nos encontros próximos do positivo, com o amor, com a boa sorte e com a boa saúde. Também pode desanimar qualquer agressor, intimidar um rival ou um adversário na rua ou num combate de Artes Marciais no Dojo, não importando se o adversário é maior, mais musculado ou com mais experiência no combate que nós, teremos um campo protector de energia emanando de nós, deixando "isso" fluir de nós…, de facto essa energia poderosa que emana de nós, afugenta qualquer agressor ou delinquente. Quem utilizar o poder do KI, essa energia da vida, mostrará o aspecto positivo ou negativo de si mesmo, pois a energia que se manifesta é o que o homem faz dela, é "o seu fiel reflexo", que se reflecte até na maneira de olhar, na maneira de andar e comportar-se de quem a possui. Mas de onde provém essa energia? –perguntaremos nós, posto que essa energia, na verdade somos nós mesmos, é o nosso espírito e alma que se mostram, que se manifestam, a força do mundo invisível que se faz visível. No mundo das artes marciais, considera-se como o ponto de energia mais importante do corpo, aquele que se encontra "quatro dedos abaixo do umbigo", pensa-se que é o centro do "KI" , daí sai essa força sobre-humana para levantar um automóvel em caso de perigo, para matar com um golpe um toiro enfurecido que nos ataca, para derrotar um adversário sem mover um dedo, para conseguir o mais alto grau de eficácia num movimento ou ataque total, acompanhado por um grito, um KIAI que



Artes Plásticas e Artes Marciais = Arte Total surge desse ponto, um ataque devastador chamado KIME, a reunião de todas as forças físicas e psíquicas, que partem de um ponto chamado HARA, que como última decisão mobiliza todo o ser num só movimento e num só momento em eficácia pura. De facto, todos nós, seres humanos, a possuímos, mas em muitos de nós está adormecida, outros, erroneamente, procuram fora o que têm dentro… Penso que a chave para nos reconhecermos na nossa energia reside no seguinte: em vez de ver para crer (como pensava Santo Tomé) a ideia correcta reside em acreditar para poder ver, se acreditamos, então com certeza veremos. Está aí, acreditemos ou não, está aí; é uma realidade de todos os nossos dias, ainda que não se tenha podido verificar cientificamente. Mas, realmente necessitamos de uma confirmação científica para poder aceitar o mundo espiritual? Passaram muitos anos, muita água passou debaixo da minha ponte, esses ensinamentos que em jovem me deram para vencer o medo, não têm cabimento na minha vida, já o facto de tapar o meu umbigo com a mão direita não faz sentido; já não é o temor à escuridão, aos fantasmas da casa da minha avó, aos cemitérios à noite nem aos monstros que vivem debaixo da minha cama o que na verdade me assusta e me tira o sono. O Mestre Huang Ta Chung diz que "o inimigo não está fora, mas sim dentro. O de fora é o espelho, o campo de batalha onde nos confrontamos com o nosso verdadeiro inimigo, a própria estupidez". Sei que o medo não entra pelo meu umbigo mas que é produzido por mim próprio, que tenho que situar-me situando a origem do medo, para lidar melhor com a minha energia…, a minha energia positiva, a qual não está por cima do umbigo e nem a quatro dedos abaixo do mesmo, mas sim no caminho para dentro…, para o interior…, o caminho ao centro de nós mesmos. Carlos Zerpa é pintor e artista venezuelano, praticante e amante das Artes Marciais.





Keysi O que possui uma criança que tu não possuas? A criança possui a qualidade do não conhecimento, a inocência. Nos olha aos olhos, é transparente, sem nos julgar, sem estabelecer ideias. Uma criança é capaz de fazer coisas que nos surpreendem. Conhece o movimento porque é natural nele, nós só conhecemos a técnica que criamos repetindo-a centenas de vezes; a técnica é a interpretação simples de quem somos e do que chegamos a perceber. Se constitui de coisas separadas entre si, é a nossa noção da verdade. A técnica consiste em um movimento numa unidade. Para o Keysi, a técnica é a ponte para chegar ao objectivo, não é o objectivo. Justo Diéguez Cinturão Negro: O jogo actua como um estimulante da superação pessoal? Justo Diegue.: O motor da aprendizagem simplificando todo o conhecimento que há a esse respeito, é o interesse com que se fazem as coisas, é como nos entusiasmamos com o que fazemos, o jogo entra nessa esfera sensível. Os jogos devem de ser uma mensagem de valores. São estes aspectos que nos fazem cada vez mais humanos. O jogo em Keysi nos proporciona a arte, contribui à capacidade de expressão, a linguagem corporal, forma parte da nossa inteligência porque representa a assimilação funcional da realidade; consoante cada cenário ou etapa, contribui a desenvolver funções perante uma situação; a través do jogo representamos cenas que vão mais além dos impulsos internos emocionais. Com o jogo podemos exteriorizar medos, angústias, tirar para fora preocupações profundas, permitindo reconhecer paixões e sentimentos, recriando-os através dos cenários, ensaiando diferentes finais a situações difíceis, ou meter-nos na pele do outro por “empatia”, repetindo até a saciedade as incontáveis situações com as quais nos encontramos e enfrentamos no jogo. C.N.: Jogar à realidade saindo da realidade? J.D.: Jogar à realidade saindo da realidade e da nossa rotina. O jogo é inato, um instinto que nos permite desenvolver a imaginação, sentir, compartilhar experiências e adquirir uma série de habilidades que necessitaremos, enquanto reconhecemos o nosso eu físico e emocional. O jogo é um espaço onde temos a ocasião de interagir connosco mesmo, com os outros e com o nosso meio. Esta maneira de aprender jogando, cobre uma faceta muito importante na aprendizagem. Nos seres humanos, conforme nos afastamos da inocência, o jogo fica relegado só às crianças. No Keysi sabemos que o jogo é uma porta que vamos fechando conforme crescemos. No Keysi o jogo é a base da aprendizagem, brincando despertamos essa necessidade de descobrir, conhecer, aprender, experimentar e acima de tudo, entender-nos. C.N.: O jogo nos facilita a compreensão do que somos? J.D.: Sim, porque brincando, abrimos a mente e experimentamos sensações que com uma mente fechada seria difícil conseguir. Com o jogo conseguimos analisar, decifrar situações para entendê-las melhor, é uma maneira de reduzir a cruel complexidade da realidade, levando-a a um território que possamos dominar sem o perigo de sermos magoados. O jogo nos facilita a compreensão do que somos e do que podemos chegar a fazer. Com o jogo nos podemos dar ao luxo de recriar cenários como se fosse um ensaio de uma situação real, sem termos de viver essa realidade. Podemos enganar-nos, experimentar, projectar sem consequências. O jogo

“Para o Keysi, a técnica é a ponte para chegar ao objectivo, não é o objectivo”



Keysi

é aprendizagem, prazer e diversão que desenvolve a habilidade da criatividade. C.N.: Com o jogo expressamos o nosso eu interior?... J.D.: Foi avaliado que o jogo é a arte do desenvolvimento da linguagem corporal e isto tem um impacto no desenvolvimento da pessoa. Na medida que a nossa mente começa a contactar com o nosso corpo, com o jogo começamos a desentranhar essa realidade que nos rodeia e as regras pelas que se governa, o jogo nos proporciona as ferramentas que nos ajudam a decifrar uma situação e a adaptarmo-nos a ela. Com o jogo expressamos o nosso eu interior, entrelaçando-o com o mundo exterior. Para isso nos servimos de



cenários imaginários de situações que aconteceram ou poderiam o poderiam acontecer, para desta maneira assimilar os diferentes papeis em situações de risco. C.N.: O jogo é uma aptidão frente à vida? J.D.: O jogo é uma aptidão frente à vida que não tem um fim propriamente dito; está mais além do prazer de desfrutar, experimentar, imaginar em um concatenamento que nunca termina, que nos permite libertar emoções e nos mostra a nossa natureza. É um mecanismo onde vamos buscar a nossa verdadeira identidade. No coração do jogo está



a liberdade. Integra muitíssimas habilidades! E estas são as que intencionalmente usamos no Keysi, no nosso ensino. C.N.: No Keysi, o professor é o transmissor? J.D.: O professor é no Keysi o transmisor em forma e situação de analisar o que apresenta e o modo e maneira em que permite que se realize a acção, respeitando os princípios do jogo, basicamente, reconhecimento do meio, do espaço, do tempo e a repetição. Durante o jogo, se pensa, se cria, se inventa e se solucionam situações, o que é um dos aspectos fundamentais da inteligência, numa introspecção desde o que se pensa e o que realmente fazemos, a capacidade de manter situações de fracasso ou ruptura de regras.
















Clássicos Marciais COMBAT ARTS FAMILY Em 1973 me impactou o primeiro capítulo da série “Kung Fu”, até tal ponto que comecei a compilar dados e informação sobr e aquilo tão inovador e diferente do que já tínhamos visto e conhecido, as Ar tes Marciais. Poucas semanas depois, meu pai me inscreveu em um ginásio. Por r ecomendação do pr ofessor, comecei a treinar Judo. O Mestre disse que aquilo era o mais completo e o melhor para a minha idade, mas aquilo não se parecia em nada ao que se via na série, nem ao que meses depois, se via no cinema. Depois de ver em acção Bruce Lee, me aconteceu o mesmo que aconteceu a milhares de jovens, me cativaram as suas habilidades e carisma. Eu queria lutar como ele, não obstante, no ginásio quase se não lançavam “atemis” (golpes), quase tudo se baseava em agarrar, projectar e lutar no chão. Depois de passar por um desagradável confronto, resolvi abandonar a prática desta arte e aqui começou a minha incansável busca para encontrar a técnica de combate adequada, aquela que mais se adaptasse aos ideais que mentalmente eu forjara. Devia de existir alguma coisa diferente, que nesse momento não estava ao meu alcance; alguma coisa que enchesse a minha sede de saber e superação e eu queria encontrá-la!

Texto: Ramón Luego & Pedro Conde


essa minha procura, incluí revistas e livros e passado algum tempo, percebi que já tinha, pelo menos teoricamente, mais conhecimentos acerca de certos assuntos, que os meus professores ou mestres. Guiado por esta motivação, me veio à ideia escrever vários artigos, que foram muito bem recebidos pelos leitores, o que me levou a ser o Director da revista “DOJO” durante 20 anos. Quando um Mestre ou um campeão se deslocava para m i n i s t r a r u m s e m i n á r i o , p re p a r a v a à c o n s c i ê n c i a a entrevista que lhe iria fazer e logicamente, se ele me dava a opção e me convinha a sua maneira de treinar, treinava com ele. Mas, evidentemente, uma coisa é ir a um seminário e outra ser um conhecedor de uma determinada arte! É muito diferente! Nos inícios pensei que o meu caminho estava orientado a tornar-me um especialista na arte criada por Bruce Lee (Jeet Kune Do), mas a minha decepção veio por não haver na Espanha ninguém credenciado para a ensinar e eu contava com os meios económicos para ficar alguns anos nos Estados

N

Unidos e aprender lá. A única opção ao meu alcance foi assistir aos seminários que os alunos de Bruce Lee faziam na Espanha. Além destas experiências, nunca deixei de praticar. Mutas vezes pratiquei duas artes marciais à vez. Entre elas o Karate junto com o Full Contact, mais tarde Kick Boxing e quando chegou à Espanha o Sanda (a grandes rasgos Kick Boxing com projecções), também me dediquei a ele. Durante anos, acumulei prática e experiências. Nesta minha busca do conhecimento, cheguei à conclusão de que fazia uma coisa parecida ao Jeet Kune Do, empregava alguns dos seus conceitos em ocasiões, mas não sempre, pelo que não se podia denominar JKD. A mim me têm interessado sempre, as ideias e conceitos nas artes marciais de Bruce Lee. Estou convencido de que era um génio, tendo chegado neste campo, a umas conclusões revolucionárias para a sua época. Dou valor ao seu talento e à sua arte, que em determinado momento, deve ter estado nos limites da perfeição, principalmente nos anos em que foi criada. No entanto, penso que o não poderia ser na época actual.


Clássicos Marciais E porque digo isto? Bruce Lee era um guerreiro no mais amplo sentido da palavra e os seus conceitos de Jeet Kune Do eram revolucionários, mas parece que presentemente, ou pelo menos essa é a minha impressão, ficaram um pouco estancados, obsoletos. Nos desportos de combate e MMA, se tem evoluído muitíssimo e nem sempre se pode levar a efeito o conceito de interceptação e antecipação. Pelo menos, eu não sou capaz de o fazer! e quando estes falham, para poder vencer um combate, devo recorrer a outros repertórios técnicos e conceitos de diferentes artes marciais e desportos de contacto, que nada têm a ver com o JKD. Sou consciente de que possuo muitíssimas limitações em JKD, por exemplo: Frente a um pugilista com experiência, não sou capaz de realizar agarres de mãos; frente a “guerreiros” de MMA não sou capaz de interceptar ou me antecipar em 100% dos casos, acabando no chão em numerosas ocasiões, onde tenho grandes limitações frente a especialistas em Jiu Jitsu, etc. Resumindo: para mim, o JKD nem sempre é a “reposta” frente às diferentes circunstâncias que se podem dar em um

combate, por isso, desde faz anos que pratico o meu próprio estilo, ao que denomino “Combat arts family”, fruto das minhas experiências pessoais de 40 anos de prática e aprendizagem. Não inventei nada novo! Se empregam ocasionalmente os conceitos do Jeet Kune Do, mas não se pode denominar JKD. É um estilo com personalidade própria. Ao “Combat Arts Family” poderíamos denominá-lo como a arte resultante da minha experiência, enriquecida com a dos meus alunos amigos.

COMBAT ARTS FAMILY Em sua génese, todo estilo parte da descoberta de um mestre (ou de vários) com um ou mais conceitos marciais como base. Por exemplo, Jigoro Kano, fundador do Judo, explorou a fundo o conceito da flexibilidade e fez dele o eixo estrutural do seu estilo; Morihei Ueshiba, fundador do Aikido, fez o mesmo com os conceitos de circularidade e equilíbrio. Se analisamos a estrutura de todo estilo, sempre encontraremos vários conceitos básicos que o definem.


O problema surge quando toda uma geração de alunos, em vez de herdar os conceitos do seu mestre e continuar explorando (transformando a estrutura desenvolvida pelo fundador e gerando novas), se aferra a esta estrutura e a cristaliza. Isto detém a evolução, a exploração marcial; os alunos se limitam então, a reproduzir e a imitar, em vez de interpretar e criar, e "ninguém chegou a ser grande imitando…" Desta maneira, os conceitos marciais são encerrados em rígidas estruturas e se tornam tradições. Como tais, se fazem sagrados, inamovíveis e inquestionáveis e perdem grande parte do seu sentido. "Os modelos fixos, incapazes de adaptação, de flexibilidade, só oferecem uma jaula melhor. A verdade está fora de todos os modelos". No Combat Arts Family pensamos que uma pessoa não pode estar atada a um conceito ou ideia; o combate é uma coisa viva e impossível de prever, porque os adversários, tácticas e estratégias de combate, distâncias, circunstâncias onde se desenvolve a luta..., variam ao longo do tempo e


Clássicos Marciais mais ainda no âmbito da defesa pessoal, pelo que não se pode estar apegado a um só conceito ou ideia. No Combat Arts Family pensamos que as pessoas são únicas e irrepetíveis e devem de adaptar os conhecimentos e conceitos marciais à sua pessoa, interpretando-os conforme as suas características e atributos físicos. Quer dizer: As artes de combate se devem de adaptar à pessoa e não a pessoa a elas. Consoante os atributos físicos e constituição própria de cada pessoa, existem técnicas que se adequam melhor a ela, aprendendo-as com facilidade, transformando-as em um breve prazo de tempo em movimentos naturais. Pelo contrário, existem outras que requerem de anos de treino e com elas nunca se chegará a alcançar a perfeição. É o Mestre quem deve de ver e potenciar as qualidades do aluno, levando-o pelos rumos que ele necessitar. O mestre é só um “guia” a nível técnico, que o ajuda a desenvolver os seus atributos e lhe mostra um leque técnico, para o estudante escolher e o adaptar a ele. Pelo contrario, pensamos que algumas artes marciais onde se repetem os movimentos até a saciedade, para conseguir a perfeição que o mestre mostra, o estudante deve de criar, conforme vai adquirindo experiência, a sua própria “maneira” de se expressar. Obviamente, existe uma aprendizagem técnica no Combat Arts Family. Posto que ninguém nasce sabendo, primeiro tem de começar observando e imitando, mas conforme vai progredindo, tem de ir transformando o que vai aprendendo, para que, com o passar do tempo, criar a própria interpretação marcial. No nosso estilo não se pretende que o aluno seja a “cópia” técnica do mestre. Primeiro de tudo, marcialmente, deve de ser ele mesmo. Um estilo marcial nasce quando um ser humano, um mestre, cria a sua própria maneira de interpretar a parte marcial. Se os alunos se limitarem a repetir exactamente as suas técnicas e maneiras, estão reproduzindo, não criando; o seu maestro se está expressando através deles, mas à custa de que eles não possam se auto-expressarem.

Apesar de que estas ideias possam parecer “revolucionárias”, o Combat Arts Family não é uma “nova” arte marcial, posto que as técnicas que nele se empregam, são comuns nos desportos de contacto e artes marciais. É um compêndio de técnicas e experiências acumuladas durante 40 anos, numa busca para resultarem o mais eficazes possíveis em um combate ou numa briga na rua. Para começar, devíamos matizar o que se entende por eficaz: “Conseguir levar a efeito uma intenção ou propósito", pelo que deve de ser funcional em qualquer género de circunstância e em qualquer das quatro únicas distâncias de combate existentes: Longa ou de pontapé; Média, na qual se alcançam os punhos directos; Curta ou do corpo a corpo; e o Chão. O seu contexto é muito simples: Na distância longa se empregam todo tipo de pontapés: frontal, circular, lateral, de revés, em rotação, etc. Na distância média se empregam punhos directos, agarres, low kick, etc…) Na distância curta se utilizam os cotovelos, ganchos, joelhos e projecções. No chão se executam luxações, imobilizações e estrangulamentos e golpes com punhos, cotovelos, joelhos e calcanhares. Pode parecer MMA mas não é MMA, e vai mais além dos estilos tradicionais conhecidos. Basicamente, é um desenvolvimento pessoal que leva à evolução de cada um, utilizando as artes de combate como meio. Não é um desporto de contacto, porque existe uma filosofia e espírito marcial que nada tem a ver com a MMA ou com o Thai Boxing, nem é uma arte marcial tradicional porque carece de katas. Nos baseamos em um entendimento mais estudado e perfeccionista da luta e da defesa pessoal, sem nos determos na espectacularidade de muitas técnicas, cujo uso fica relegado às exibições. Apesar de que na sua base tem muito a ver com os desportos de contacto, não é ecléctico, pois toma diferentes técnicas de diferentes artes marciais. O que realizamos é o estudo de cada movimento, de cada técnica… e

“Em 1973 fiquei impactado com o primeiro capítulo da série da TV Kung Fu, até tal ponto que comecei a compilar dados e informação sobre aquilo tão novo e diferente do que tínhamos visto e conhecido, nas artes marciais”



Clássicos Dentro da aprendizagem do Combat Arts Family há tres etapas: A primeira, a física, onde conhecemos e trabalhamos para exteriorizar as nossas habilidades. A segunda é a do “crescimento”, onde aprendemos a ensinar e a compartilhar, e a terceira é a etapa da evolução, da viagem ao interior, onde descobrimos que há mais alguma coisa que pontapés e socos… Pela técnica e a disciplina marcial adquirimos uma segurança e o que é mais importante, uma filosofia que aplicamos à vida quotidiana e que nos ajuda a conseguir e alcançar os nossos objectivos. Talvez quem melhor tem sabido explicar por escrito esta filosofia do sistema, tenha sido o meu aluno e amigo Ramón Luengo e esta é a sua explicação…

A filosofia do Combat Arts Family

aplicamos as três perguntas “como, quando e por quê”. O objectivo final é a efectividade e a simplicidade!

O Combat Arts Family se divide em duas partes: 1) O combate: no qual incluímos todas as distâncias, ângulos de ataque, sistema defensivo, deslocamentos… e parte das armas, como facas, kali, etc. 2) Defesa pessoal: mais específica e dirigida a responder a uma agressão, em contextos o mais realistas possíveis. Contamos com que aqui existem três focalizações diferentes, como são: defesa pessoal de rua, militar e policial. A arte que mais explora a defesa pessoal é o Krav Maga, o que não implica que outras artes de combate não sejam eficazes, pois tudo depende da focalização dada e a maneira de a levar à prática.

A figura central do Combat Arts Family é o Tao, o universo marcial como instrumento para a evolução pessoal. Porque como dizia D. T. Suzuki: “Aqueles que estão demasiadamente ocupados melhorando a sua habilidade técnica e a sua destreza, se tornam mais destros, mas isso nem sempre é válido. A habilidade é uma actividade mental”. Na arte da luta é importante lembrar isto. A história do Combat Arts Family é particularmente, um exemplo do poder criativo da combinação. Pedro não tem feito outra coisa que interpretar as ensinanças das artes marciais, sobre a base das peculiaridades psicológicas da sociedade actual e renascer com uma nova maneira de evolução pessoal. Portanto, o potencial transformador do Combat Arts Family é enorme, assim como o seu efeito a nível subconsciente. Praticar Combat Arts Family nos serve como semente ou pilastra para o treino e desenvolvimento de cinco “estados mentais” ou “neuro-competências”. “Por detrás de cada movimento está a música da alma feita visível” Toshimitsu Hasumi “Se diz que dominamos a arte quando a técnica trabalha através do corpo e membros, como se fossem independentes da mente consciente. Yagyu Munenori” Os “estados mentais” (neuro-competências) que desenvolvemos e integramos no Combat Arts Family são:



1) Auto-confiança: É o sentimento de ter capacidade para alcançar alguma coisa. Se baseia no pensamento “eu posso saber” e não no “eu sei artes marciais”, é o pensamento “eu sou um artista marcial”.

5) Auto-regulação emocional: É a capacidade de aceitar todas as possibilidades, desapegar-se do resultado e entrar em combate “disposto a morrer”. Sem esta capacidade, “os nervos” nos superam e nos tornam rígidos…

“As batalhas da vida nem sempre são ganhas pelo homem mais forte ou mais veloz; tarde ou cedo, o homem que triunfa é aquele que acredita poder triunfar”. Vince Lombardi

“Numa alma absolutamente livre de pensamentos e emoções, nem sequer o tigre encontra espaço para meter suas ferozes garras”. Ise no Kami Hidetsuna

“A auto-conquista é a maior das vitórias. Poderoso é aquele que se conquista a si próprio”. Lao-Tse”

“A espada tem uma dupla função a realizar: Não é para matar qualquer pessoa mas sim a nossa própria cobiça, raiva e falta de razão. Está dirigida a nós mesmos.” D.T. Suzuki

2) Auto-motivação: É a capacidade de nos orientarmos na conquista dos nossos objectivos e nisso insistir com entusiasmo. Supõe manter o esforço para além do impulso automático, proporcionando um sentimento de pertencer a alguma coisa maior que nós mesmos. “Quando um homem chega a uma realização vital, consciente dessas grandes forças que há dentro de si mesmo e começa a usar essas forças na ciência, nos negócios e na vida, o seu progresso no futuro será imparável.” Bruce Lee 3) Adaptação à mudança: É a capacidade de reorganizar o nosso próprio estilo de luta, em função dos adversários a que nos enfrentarmos e proporcionar uma resposta adequada e coerente, perante meios incertos e cambiantes, como o actual. “Os não ilustrados do século XXI, não serão aqueles que não podem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e voltar a aprender.” Alvin Toffler 4) Concentração: É a capacidade de concentrar intensamente a atenção em alguma coisa. Supõe a durabilidade no tempo para manter a acção. “A concentração é a raiz de todas as capacidades do homem.” Bruce Lee

Isto não é uma ideia, é uma realidade, que eu já constatei! O Pedro é um mestre por ter alcançado mestria nas artes marciais, não no sentido de as ter conquistado, mas sim no sentido de ele próprio ser a arte marcial. Sim, eu sei que estas palavras podem parecer literatura bonita e necessitam de mais explicação. Mas como, realmente, o processo não trata de perceber mas sim de sentir, posso tentar explicar o meu processo, a minha própria evolução, a evolução que vi nos meus amigos colegas e no próprio Pedro, conforme íamos treinando e como - na maioria dos casos sem sermos conscientes - temos aplicado essa filosofia nas nossa vidas quotidianas. Primeiro destacarei o que vemos: Competição: Devo dizer que o Pedro a não chama competição e que quando o tentávamos convencer, ele nos dizia que a auto-confiança não está em um ringue ou em um tatame, que ela se encontra dentro de nós. Apesar disso, um grupo o “pressionamos” e acabou por nos levar à competição. ¿Os resultados? ¡Campeões da Espanha de Kung fu! Campeões da cidade de Madrid, Triangulares regionais, Vice campeão do mundo de Kung fu, campeões de Full Contact (com várias vitórias por KO)… Resumindo: se apresentávamos seis competidores em um campeonato, trazíamos quatro taças; se ia só um, trazia uma... E agora, o que é mais importante, os efeitos colaterais nas nossas vidas quotidianas! Tenho visto vários amigos colegas de treino, aprovarem concursos (com frequência logo à primeira) para a Polícia

“Se diz que se domina a arte quando a técnica trabalha a través do nosso corpo e dos nossos membros, como si fossem independentes da nossa mente consciente” Yagyu Munenori


Clássicos Marciais Nacional ou local, Bombeiros e Ensino; também tenho podido testemunhar o sucesso internacional de livros escritos por outro amigo colega e empreendedor de negócios. A minha vida profissional está ligada à evolução pessoal, sou responsável da formação e evolução em um consultório de formação para o alto rendimento. Possivelmente seja por acaso, mas pessoalmente, acredito que treinar com o Pedro foi decisivo. Mas não falemos dos resultados finais e sim do processo… Tudo começou nos encontros de grupos de artes marciais para falar de Bruce lee (filosofia, técnica e mecânica do movimento, defesa pessoal) que organizava o Pedro, através da revista Dojo. Assíduos a esses encontros (Salvador Múgica, José Antonio Acedo, Julia Sevillano e Adrián Sevilla) convenceram o Pedro para que os treinasse e uns dois anos depois aparecia eu... O meu nome é Ramon, nasci em 1971 (tenho agora 45 anos). Com 7 anos, os meus pais me levaram a um Dojo de Judo. Durante os seguintes anos pratiquei Karate, Kung fu e Full Contact. Contava 17 anos quando o meu amigo André me contou que Pedro Conde, o da revista Dojo, estava treinando um reduzido grupo de alunos. Escrevi uma carta ao Pedro e ele me convidou para assistir a uma aula... Me lembro com muito carinho do primeiro dia, éramos dois “novos” (o outro garoto se chamava Marcos e era um fanático de Bruce Lee, que vinha fazendo artes marciais desde os doze anos) José António Acedo (de quem aprendi a multiplicar a potência do pontapé lateral) se encarregou de nos mostrar o Dojo e “supervisar” o nosso primeiro treino. O meu primeiro contacto com o Dojo foi como abrir a porta a uma outra realidade. Era um micro-universo marcial de duas salas. Numa delas, com o chão em madeira castanha, havia um grupo de pessoas fazendo defesa pessoal vestindo trajos de passeio e com facas de verdade; na outra, o tatame propriamente dito, outro grupo fazia combate, batia com os paos e usava as manoplas…

Se respirava a energia e o esplendor do momento me deslumbrou de tal maneira que o meu pensamento, na época compulsivamente falador, fez uma pausa para evitar a minha distração do aqui e agora. Seguidamente, senti que havia dois pólos muito diferenciados, ainda que unidos (o ying e o yang). Por um lado, estavam “os guerreiros” (cujo líder indiscutível era o grande Salvador Múgica, que anos depois foi vice campeão do mundo de Kung Fu. Três meses depois, eu era o seu Uke e quando anos mais tarde Salvador foi para o Chile, eu fui o seu sucessor natural. Por outro lado, estavam “os filósofos”, sem interesse em competir, mas nem por isso menos bons em combate, cujo principal baluarte era o José António. As aulas do Pedro satisfaziam a todos, pela sua maneira de explicar e de ver a defesa pessoal… Durante vários anos, um pequeno grupo combinávamos com o Pedro ir treinar aos domingos, às 11:00, no Cerro de los Ángeles, localidade muito próxima de Madrid (finalizávamos depois das 14:00 horas). O Pedro nos falava da energia, nos motivava para experimentarmos e questionarmos por nossa conta. Simultaneamente, eu fazia o treino com o Pedro y outras disciplinas. Também combinava com o Salvador para treinar em parques, quando ele vinha até a Espanha e junto com Toni (mais do que um irmão, a melhor pessoa que conheço e a mais efectiva numa luta a valer), Fer, Juancar e André, fazíamos os possíveis para poder treinar alguns dias na parte da tarde, em um dojo e aos sábados, em um colégio… Apesar de todo o meu treino, me acontecia uma coisa curiosa, quando competia era uma sombra de mim mesmo, alguma coisa dentro de mim me limitava. Tanto me fazia vencer, como ser desclassificado na final e que mestres de outras escolas me viessem dizer que era o melhor lutador do torneio…, ou melhor dito, quanto mais disso acontecia, pior eu enfrentava as competições, podia até surgir uma lesão que ia e que vinha em épocas de competição. O Pedro me dizia; “Ramón, já tens as tuas taças, esquece a competição, esquece



Clássicos Marciais vencer, só procura dentro de ti, concentra-te, estuda as tuas emoções. A solução não está fora, absorve, aprende, questiona, procura dentro de ti e encontrarás. Tens de ser tão disciplinado mentalmente como és para a tua técnica e o teu corpo”. Resolvi levar em sério a meditação e comecei a praticá-la todos os dias, estudei a fundo filosofia Oriental, psicologia positiva, inteligência emocional e neurocomunicação… Tive muitos amigos colegas de treino, nos que Pedro plantou uma semente. Muitos deles talvez nem deram por isso. Foi muito mais adiante, olhando retrospectivamente, quando fui consciente do quanto o Pedro influiu na formação da minha maneira de ser, nas minhas ideias e na minha forma de vida. O Pedro nos ajudou a nos transformarmos em artistas marciais, enquanto nós o ajudávamos a transformar a sua arte e a continuar crescendo, porque a aprendizagem nunca acaba, continuamos aprendendo até o último momento… Agora, sou consciente do que o Pedro me proporcionou. Não eram ferramentas para vencer outras pessoas, eram ferramentas para explorar através do meu ego, os meus medos, a minha raiva e a minha vida consciente. De facto, todas as ferramentas são, afinal, meios para penetrarmos na profundidade do nosso ser. Com a filosofia chegamos ao final do artigo. Só me resta acrescentar que acreditamos que todas as artes de combate são boas, umas são estruturalmente superiores a outras, mas a sua eficácia reside principalmente na pessoa e na sua atitude e não na arte marcial propriamente dita. Quer dizer: o individuo está por cima da arte marcial que praticar. O importante é encontrar essa pessoa que nos ensine e proporcione aquilo que procuramos, treinar em companhia de um grupo de colegas e amigos, gozando do que fazemos. O segredo radica no respeito por todas as artes de combate, porque treinando com outros mestres e especialistas, se chega à conclusão de que qualquer pessoa pode ensinar e proporcionar alguma coisa. Ninguém é dono da verdade absoluta. Cuidado com as aparências, porque um campeão talvez seja muito bom lutando mas pode acontecer que não consiga transmitir nada aos seus alunos e só os fazer suar... Pelo contrário, há essas pessoas que mesmo não tendo dotes físicos, ensinam e motivam melhor que ninguém... Por último, destacar que Combat Arts Family não é uma arte fechada, ela está em contínua expansão e mudança por tudo aquilo que possa servir à nossa ideia de aumentar conhecimentos, descartar o que não servir e aprender daquilo que desconhecemos. Da mesma maneira que há uma constante evolução na vida, o estilo também evolui.







Grandes Maestros POLÍTICA E ARTES MARCIAIS Da autoria do Grão Mestre John Pellegrini

Há um velho provérbio nos Estados Unidos que diz: "Se queres manter os teus amigos, nunca discutas de política ou de religião com eles". Isto é interessante... e por desgraça, provavelmente certo. Mas não concordo com as premissas, porque eu pergunto: Se não podemos falar de política ou de religião com os nossos amigos, então com que podemos falar? Com estranhos? Numa sociedade civilizada, de indivíduos maduros e inteligentes, devemos ser capazes de falar de qualquer assunto, mesmo controverso e altamente emotivo, como a política ou a religião, de uma maneira respeitosa e objectiva. Mas, por desgraça, sei que é ilusório esperar isso. A natureza humana e os condicionantes sociais são como são e determinados assuntos sempre serão amargos adversários e problemáticos entre as pessoas, entre amigos chegados e familiares.


Grandes Mestres


Grandes Mestres

“Durante a minha longa carreira nas Artes Marciais, tenho tratado de manter uma posição publicamente neutra, acerca dos assuntos da política e da religião”


Combat Hapkido “A política está intrínseca e inevitavelmente ligada às condições sociais e económicas, às actividades empresariais e às atitudes públicas”

Durante a minha longa carreira de Artes Marciais, tenho tratado de manter uma posição "publicamente neutra", acerca dos assuntos de política e religião. A fim de contas, as Artes Marciais são uma filosofia de vida que acolhe a indivíduos de todas as crenças, sempre e quando dispostos a aceitar as exigências das nossas disciplinas e cumprir seu código de honra. Também foi uma decisão de negócios sensivelmente pragmática: dirigindo uma organização de Artes Marciais Internacionais, não seria inteligente afastar milhares de membros potenciais, sendo demasiadamente aberta e fortemente vocal com as suas crenças políticas o religiosas. Com os anos, tenho conhecido muitos Instrutores que abertamente proclamam suas crenças religiosas e alguns até os incorporam em seus programas de ensino. Pessoalmente, não estou de acordo com essa maneira de ver, mas respeito o seu direito a fazer isso. Se eles sentem tão fortemente suas crenças que as queiram compartilhar com seus estudantes, que assim seja, sempre e quando estiverem dispostos a aceitar a possível resposta negativa dos membros da sua comunidade que não compartilhem suas crenças o não aprovem a inclusão dessas crenças no seu treino de Artes Marciais. O mesmo acontece com a política, mas em uma maneira diferente e em menor grau. A política está intrínseca e inevitavelmente ligada às condições sociais e económicas, às actividades empresariais e às atitudes públicas. Por exemplo, se operamos em um programa de Artes Marciais como um negócio, nos preocuparão quantos e quais são os impostos ao nosso e como são os regulamentos locais, estaduais e federais, que interferem na nossa capacidade de operar. O êxito do negócio, em certa medida, está directamente relacionado com as decisões políticas e as opiniões políticas e o decorrer da acção conseguinte, reflectem a nossa aprovação o desaprovação dessas decisões. Mas a política também está ligada às Artes Marciais em outros aspectos menos óbvios. Com a vossa licença, darei alguns exemplos: Nos Estados Unidos da América, nos últimos anos, vários grupos violentos têm atacado os agentes da Polícia com violência e até assassinatos. Tratasse de um assunto político, sobre o qual os instrutores de Artes Marciais podem permanecer "neutrais"? Ensinaríamos técnicas de luta a um membro de um desses grupos, sabendo que o é? A nossa organização, a Federação Internacional de Combat Hapkido, tem um ramal especializado e dedicado ao

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Grandes Mestres “Somos guerreiros pacíficos, conscientes guerreiros e nunca devemos ficar em silêncio perante o mal. Esta é uma declaração política, que sem dúvida alguma, devemos ter orgulho de a fazer.”


Combat Hapkido “Nos Estados Unidos da América, nos últimos anos, vários grupos violentos têm atacado os agentes da Polícia com violência e até com assassinatos. É este um assunto político, perante o qual os instrutores de Artes Marciais podem permanecer neutrais?”

ensino de tácticas defensivas, para comunidade da aplicação da lei. Estamos muito bem considerados pelas agências policiais de vários países e dou muito valor a essa especial relação. Então, como poderíamos treinar indivíduos comprometidos em magoar e possivelmente até matar oficiais da Polícia? E se nos negarmos, somos nós os que fazemos uma declaração política? Certamente, agora o estamos fazendo e sentimos orgulho por isso! Eis aqui outro exemplo: Algum Instrutor realmente ético, honesto e responsável, capacitará a um membro de um grupo terrorista, sabendo que o é? Ensinaríamos tácticas de combate efectivas e devastadoras, incluindo desarmar, pontos de pressão e técnicas de faca, a alguém que queira cometer massacres ou outras terríveis acções de terror? Espero que a vossa resposta seja NÃO! Mas fazendo-o, estarão fazendo uma declaração política e possivelmente até religiosa! Mais uma vez, não posso evitar posicionar-me! O que aconteceria se um ditador brutal, que reprimir, prender, torturar e assassinar a sua própria gente, nos oferecesse um contrato para treinar a sua Polícia ou as suas unidades militares de elite? Faríamos isso? Isto, realmente me aconteceu a mim, duas vezes durante a minha carreira. Uma vez me contactaram para dirigir o treino em Cuba e outra vez no Irão. Recusei ambas ofertas. Foi isso uma declaração política? Absolutamente! Já viajei a 20 países para ensinar a minha Arte e continuarei fazendo-o, mas nunca oferecerei os meus serviços a tiranos, déspotas, terroristas, regimes comunistas e fanáticos religiosos. Como se pode ver, separar as Artes Marciais de todas as questões políticas não é tão simples nem tão fácil como parece! E isto me leva a um assunto que tem sido fonte de acaloradas discussões e desacordos na comunidade das Artes Marciais coreanas durante vários anos e continua sendo muito debatido. Há uma facção na comunidade TaeKwon Do, que defende a participação activa, o intercâmbio, a cooperação e a amizade com a comunidade TaeKwon Do da Coreia do Norte. A facção oposta pensa que qualquer relação de amizade com esse país, afinal só serve para dar valor, dignificar e apoiar o brutal governo que actualmente tem o poder. Para aqueles leitores que não seguem a política internacional, a Coreia do Norte está


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“Algum Instrutor realmente ético, honesto e responsável, pode capacitar a um membro de um grupo terrorista, sabendo que o é?”


Combat Hapkido actualmente dirigida por um megalomaníaco, assassino psicopata que lamentavelmente também tem acesso às armas nucleares. Actualmente, esse regime é a ditadura mais opressiva e perigosa do planeta. Cada ano, mais de um milhão de seus cidadãos morrem de fome, enquanto que milhares de milhões são gastos em armas para a sua enorme máquina militar. O "culto do líder" é eficazmente inculcado no cérebro da população já a partir da infância e a polícia do estado é tão brutalmente repressiva que não há esperanças de um derrubamento interno deste regime de pesadelo, em um futuro previsível. O desporto marcial do Tae Kwon Do é financiado, organizado e rigidamente controlado pelo exército da Coreia do Norte. Portanto, à vista de tudo isso, iríamos a uma viagem do TaeK won Do de "boa vontade", à Coreia do Norte? Seríamos tão ingénuos para pensarmos que a nossa visita iria contribuir a uma "melhor" compreensão entre as nossas culturas? Que "aceitar" este mau regime poderoso, poderá trazer mudanças positivas? Que este tipo de gestos sem sentido, inúteis, amigáveis, realmente ajudam à causa da paz mundial? Aqueles que acreditarem o esperam que ser "agradáveis" a um monstro mau, levará a uma transformação mágica, são, no melhor dos casos, ingénuos e ignorantes da história. No pior dos casos, estão permitindo serem utilizados e manipulados como fantoches, em benefício da imagem desse regime. Intercambiando respeitosamente as visitas e as cordiais actividades de Tae Kwon Do com a Coreia do Norte, estamos legitimando e dignificando uma das tiranias más cruéis e piores do planeta. Também estamos aceitando os milhões de vítimas das atrocidades bárbaras cometidas por esse governo. Nenhuma viagem simbólica do TaeK won Do com "boa vontade", mudará esta realidade. Enquanto que em geral, é melhor não misturar a política e as Artes Marciais, há, como ficou ilustrado, tempos em que se devem de fazer excepções. Os Artistas Marciais não vivem isolados dos acontecimentos mundiais. De facto, eu acredito que os Artistas Marciais VERDADEIROS devem ser campeões valentes e defensores da liberdade, da justiça e dos direitos humanos. Nunca débeis, crédulos, apaziguadores. Somos guerreiros pacíficos, conscientemente guerreiros e nunca devemos ficar em silêncio perante o mal. Esta é uma declaração política que sem dúvida alguma, devemos sentir orgulho de a fazer.

“Enquanto que em geral, é melhor não misturar a política e as Artes Marciais, há tempos em se devem de fazer excepções. Os Artistas Marciais não vivem isolados dos acontecimentos mundiais!



Combat Hapkido



Neste primeiro DVD de “Wind Warriors 21”, o Mestre Rui Ribeiro apresenta um trabalho que qualquer pessoa pode realizar, em artes marciais tradicionais e em desportos de combate, para melhorar a saúde, as tecnicas e a maneira de trabalhar, tanto em treino como em combate. Evidência, referência e controlo em Artes Marciais, Desportos de Combate e na Vida, o homem deve ser selvagem, natural y preparado. Não mostrar medo. Conhecer seu corpo. Estabelecer uma relação com o seu Espírito.Empregar o tempo necessário para compreender os valores do que se é. Sentir as diferenças, a sua constituição, a maneira em que o cêrebro age. Existen sinais externos para nos avisar de novos erros. Compreender os sinais, a relação do corpo e da alma, a relação con os outros, com os nossos sentidos. NATUREZA / RACIOCÍNIO. Conquistas da Evolução / Tipo de Sistemas. Tudo depende de nós. Façamos do nosso corpo um lugar vazio. No exercício, o espírito só pode ser atacado se perdermos o instinto natural. OSS

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Neste novo DVD de Vovinam, Patrick Levet quis mostrar as facetas do uso e a manipulação do Pau Vietnamita. Ainda que pouco conhecido, o pau comprido vietnamita sem dúvida é a arma mais importante de todas as armas das artes marciais tradicionais do Vietname. A escola Vovinam, no seu programa oficial, só propõe a forma de pau (Tu Tuong Con Phap) e os contra-ataques de pau contra pau (Phan The Con), sem explicar os movimentos intermédios. Mas o pau vietnamita vai muito alem destes dois aspectos e o Mestre Levet nos propõe dois DVDs detalhados, acerca de todas as aplicações dos numerosos movimentos intermédios do Quyen de Pau. Este primeiro volume incluí toda uma série de exercícios de aquecimento e musculação, específicos do pau, a guarda, princípios fundamentais, o manejo estilístico da arma, a defesa contra o desarme, os bloqueios e esquivas, os deslocamentos, assim como as técnicas de combate. Um trabalho original, que mostra por primeira vez o pau vietnamita, de uma maneira completa e exaustiva.

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