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Massachusetts concede US$ 8 milhões para expandir programas de educação
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Joe Santos: o muralista que transforma cidades em galerias a céu aberto
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Joe Santos: o muralista quetransformacidadesem galeriasacéuaberto
Dezoito estados entram na justiça contra Trump
Pensando em Nossos Dias Sem medo, e com resistência
Direto da Redação
Donald Trump voltou ao poder, e com ele medidas através de decretos que até violam leis federais. Uma de suas novas diretrizes permite que agentes federais de imigração realizem prisões em escolas públicas e locais de culto, tradicionalmente considerados refúgios seguros para imigrantes indocumentados. Mas mesmo levando o medo e até o pânico a muitos, há aqueles que se estendem firmes contra a ordem do Presidente. Vários distritos escolares públicos de Massachusetts e um importante grupo de defesa de imigrantes garantem às famílias que manterão proteções para salvaguardar os estudantes. Acompanhe os detalhes na matéria especial desta edição.
Tem ainda a coluna Pensando em Nossos Dias com a jornalista Heloísa Galvão falando sobre a resistência que precisamos ter
contra o novo governo federal americano. Na editoria Educação, uma ótima novidade anunciada pela governadora de Massachusetts, Maura Healey, sobre conceder US$ 8 milhões para expandir programas de educação. Em Imigração, a resistência ao governo de Trump continua, com o anúncio de 18 estados que entraram na justiça contra o Presidente.
E não poderia faltar Artes & Estilo de Vida com nosso correspondente Wilson Smith nos brindando com Joe Santos: o muralista que transforma cidades em galerias a céu aberto. Acompanhe ainda as notícias online no www. brazilianmagazine.net, e nas nossas mídias sociais pelo Facebook, Twitter e Instagram, e na Brazilian Magazine TV no YouTube (www. YouTube.com/BrazilianMagazineTV). And don’t forget to read BM in English!
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Escolas e grupos de defesa garantem às famílias imigrantes que manterão proteções imigratórias
A nova diretriz do Presidente Trump, permitindo que agentes federais de imigração realizem prisões em escolas públicas e locais de culto, tradicionalmente considerados refúgios seguros para imigrantes indocumentados, levou vários distritos escolares públicos de Massachusetts e um importante grupo de defesa de imigrantes a garantirem às famílias que manterão proteções para salvaguardar os estudantes.
Funcionários das Escolas Públicas de Worcester enviaram um e-mail aos funcionários, estudantes e suas famílias, afirmando que não coordenarão com agentes do Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e que esses agentes não serão autorizados a entrar nas escolas sem mandados criminais assinados por um Juiz Federal.
“Não permitiremos a entrada de agentes do ICE nas escolas com base em um mandado administrativo, uma ordem de detenção do ICE ou
“Uma educação pública gratuita é um alicerce da nossa democracia”, escreveu Monarrez. “As Escolas Públicas de Worcester estão comprometidas em educar todas as crianças, independentemente de raça, religião, etnia, gênero, identidade de gênero, orientação sexual ou status migratório. O WPS mantém firmemente seu compromisso de garantir a segurança, o bem-estar e os direitos de todas as nossas crianças”.
“Diretores e funcionários das escolas receberam orientações detalhadas sobre como proteger qualquer outro documento relacionado à aplicação civil de leis de imigração”, escreveu a superintendente Rachel H. Monarrez no e-mail.
os direitos dos estudantes, responder a interações com o ICE e apoiar estudantes cujos pais ou responsáveis possam ser detidos durante o horário escolar”, dizia o e-mail.
As Escolas Públicas de Worcester, o segundo maior distrito do estado, tinham 24.530 estudantes matriculados do pré-jardim de infância ao 12º ano no ano letivo de 2023-2024, segundo os dados estaduais mais recentes disponíveis.
Monarrez garantiu que o distrito não questiona o status migratório, não compartilhará registros de estudantes com o ICE (exceto em raras circunstâncias com uma ordem judicial ou consentimento dos pais ou responsáveis) e não liberará estudantes para qualquer pessoa não autorizada pelos pais ou responsáveis.
As Escolas Públicas de Everett também enviaram nota aos pais e funcionários que a política de servir a todos indepedente do status imigratório continua, e que não haverá cooperação com agentes de imigração. Malden, Chelsea e outros distritos escolares no estado fizeram o mesmo.
A diretriz de Trump reverte orientações que, por mais de uma década, restringiam duas principais agências federais de imigração — o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e a Alfândega e
Proteção de Fronteiras (CBP) — de realizarem operações de imigração em locais sensíveis.
Os oficiais que aplicam as leis de imigração agora poderão prender imigrantes em locais sensíveis, como escolas e igrejas, após o governo Trump descartar políticas que limitavam onde essas prisões poderiam ocorrer, informou a Associated Press.
Advogados locais de imigração também estão prontos para combater o que dizem ser uma cla-
ra violação do direito de uma criança à educação pública, independentemente de seu status migratório. “No Lawyers for Civil Rights, recebemos relatos perturbadores de possíveis operações de imigração em escolas”, disse Iván Espinoza-Madrigal, Diretor Executivo, em um e-mail. “Estamos prontos para proteger todos os estudantes e utilizaremos todas as opções legais disponíveis para garantir que as escolas permaneçam espaços protegidos”.
Para a diretora-executiva do Grupo Mulher Brasileira, Heloisa Galvão, é normal os imigrantes estarem com medo das recentes decisões do Presidente, mas a única forma de vencer o medo que tomou conta da comunidade é estar bem informada e saber seus direitos. “Sentir medo é normal, o clima que o governo federal está gerando é de pânico e este é o objetivo do governo, criar pânico, isolar as pessoas para que elas não se organizem. Se deixarmos o medo nos controlar, o governo ganha essa batalha. Temos de procurar a informação correta, não espalhar boatos, a desinformação gera mais pânico, e temos de nos organizar como comunidade”.
Massachusetts concede US$ 8 milhões para expandir programas
A Governadora de Massachusetts, Maura Healey, anunciou que está destinando US$ 8 milhões em subsídios específicos para programas de Ensino Médio com Créditos Universitários (Early College), permitindo que estudantes do ensino médio frequentem aulas universitárias e obtenham créditos acadêmicos sem nenhum custo para eles ou suas famílias.
Esses recursos serão utilizados para apoiar escolas e instituições de ensino superior na criação de novos programas de Early College, além de
expandir os programas existentes para oferecer cerca de 2.300 vagas adicionais, aumentar o quadro de funcionários e recrutamento, e proporcionar desenvolvimento profissional. Os programas de Early College são uma parte fundamental da iniciativa “Reimaginando o Ensino Médio”, garantindo que os estudantes de Massachusetts estejam preparados para a faculdade ou para suas carreiras ao concluírem o ensino médio.
“Os programas de Early College são excelentes para nossos estudantes e para nossa economia. Eles permitem que os alunos obtenham créditos universitários ainda no ensino médio, sem custo, tornando mais acessível a obtenção de um diploma e preparando-os para o sucesso em suas carreiras. Também estamos fortalecendo nossa força de trabalho ao ajudar os estudantes a se formarem com as habilidades demandadas pelos empregadores hoje. Temos orgulho de expan -
dir o Early College para mais escolas do que nunca”, disse a Governadora Maura Healey.
Massachusetts prioriza a participação de estudantes historicamente sub-representados no ensino superior. Os participantes do 12º ano do ensino médio (último ano nos EUA) nos programas de Early College são majoritariamente negros e latinos, e divididos igualmente entre estudantes de baixa renda e outros.
A participação no Early College aumenta as taxas de matrícula no ensino superior para todos os grupos raciais, mas faz a maior diferença para os estudantes latinos, que historicamente têm sido os menos propensos a ingressar na faculdade.
Várias universidades estaduais, faculdades comunitárias e escolas de ensino médio em Massachusetts receberão financiamento entre US$ 50.000 e US$ 125.000.
Heloísa Galvão
Jornalista e Diretora-Executiva do Grupo Mulher Brasileira
Dia 20 de janeiro de 2025 os Estados Unidos regrediram para a Idade Média, e nós imigrantes entramos para a resistência.
E u imagino que muita gente na nossa comunidade está tentando se esconder mas vamos lembrar que a história e nossas experiências de vida mostram que ficar invisível não protege ninguém. O que protege é estar bem informada, saber seus direitos, ter um plano estruturado para o caso de algo acontecer. Isso inclui saber que recursos você tem a seu dispor, onde ir ou quem procurar em caso de emergência. E muito importante: saber que você não está sozinha, tem uma comunidade atrás de você.
Ao mesmo tempo, precisamos entender que o Presidente não pode tudo, ele não pode, por exemplo, mudar a Constituição e decidir com uma penada que crianças nascidas em solo
norte-americano, fihas de pais indocumentados, não terão a cidadania norte-americana.
Esse direito faz parte da emenda 14ª da Constituição norte-americana desde 28 de julho de 1868 e foi ratificado por 28 estados como a suprema lei da terra.
É verdade que o Presidente tem pequena maioria no Congresso e a maioria dos juízes da Suprema Corte, mas nada disso muda leis.
Existe um processo legal para que novas leis ou mudanças sejam introduzidas e aprovadas. Da mesma forma, existe um processo legal a ser seguido quando um pessoa é detida. O Presidente está propondo anular este processo mas isso ele não consegue com outra penada.
O que temos de ter em mente é que as organizações de defesa dos direitos civis e dos imigrantes e mais de 20 estados já entraram com processo contra a ordem executiva para retirar a cidadania de crianças imigrantes, Da mesma forma distritos escolares, hospitais e instituições religiosas estão vindo a público garantindo a segurança de sua população.
Nenhuma autoridade policial ou agente da imigração pode entrar na sua casa ou em outro
local sem permissão, e precisa ter uma ordem judicial assinada por um juiz com o nome da pessoa que procura.
Nossa comunidade pode ter certeza de que instituições legais, como “Advogados pelos Direitos Civis”, estabeleceram medidas de segurança para apoiar imigrantes ameaçados.
As organizações comunitárias, como o Grupo Mulher Brasileira e o Centro do Trabalhador Brasileiro, estão abertas e prontas para eventualidades.
Sentir medo é humano, mas o pior que podemos fazer é enfiar a cabeça em um buraco achando que assim tudo fica bem. Não fica. Por último, um apelo às brasileiras e aos brasileiros que têm residência legal ou cidadania: esta é a hora de você se levantar e proteger aqueles que não têm documento. Nossa comunidade deve ficar de pé e olhando firme para à frente. A nossa história de vida é de luta, dignidade e força. Mais do que nunca, e juntas estamos preparadas para enfrentar injustiças.
Procuradores-Gerais de 18 estados processaram o Presidente Trump para bloquear uma ordem executiva que se recusa a reconhecer os filhos nascidos nos Estados Unidos de imigrantes indocumentados, o que marca o início de uma longa batalha legal contra as políticas de imigração da administração Trump.
Aação, apresentada no Tribunal Distrital Federal de Massachusetts, contou com o apoio das cidades de São Francisco e Washington, D.C. Os estados consideram a tentativa de Trump de limitar a cidadania por nascimento como
“Extraordinária e extrema”, afirmou Matthew J. Platkin, Procurador-geral de Nova Jersey, que liderou o esforço legal junto com os Procuradores-Gerais da Califórnia e de Massachusetts. “Presidentes são poderosos, mas ele não é um rei. Ele não pode reescrever a Constituição com um simples ato de assinatura”.
Desde o primeiro dia do seu segundo mandato como Presidente, Trump assinou uma ordem declarando que futuros filhos de imigrantes indocumentados não seriam mais tratados como cidadãos. A ordem se aplicaria até mesmo aos filhos de algumas mães legalmente, mas temporariamente, no país, como estudantes estrangeiras ou turistas.
O decreto do Presidente afirma que os filhos desses não-cidadãos não estão “sujeitos à jurisdição” dos Estados Unidos e, portanto, não são abrangidos pela garantia Constitucional da 14ª Emenda, vigente há muito tempo.
Artes & estilo de Vida | Wilson Smith
Desde os primeiros traços na infância, Joe Santos sabia que o desenho era mais que um passatempo. Papel e lápis eram as ferramentas de uma mente criativa, moldada por histórias em quadrinhos, animes e os grandes mestres da arte clássica. Hoje, aos 35 anos, o que começou como brincadeira se tornou um propósito de vida, com obras que ressoam em paredes e muros, transcendem o visual e se tornam resistência, diálogo e transformação social.
“Cresci fascinado pelo mundo das HQs, pelos detalhes e as narrativas visuais. Isso me despertou um olhar curioso, que ainda me guia. Com o tempo, percebi que a arte seria o meio de expressar o que sinto e vejo no mundo”, compartilha Joe, que encontrou nas ruas a tela perfeita para dar voz a suas ideias.
Para Joe Santos, o muralismo vai além da técnica ou do simples embelezamento.
Cada parede tem uma história, e ele acredita que a arte deve dialogar com o espaço e as pessoas que o habitam. “Eu começo observando. Cada local tem sua história, e a minha arte tenta agregar. É uma troca: recebo inspirações do ambiente e deixo um pouco de mim. Tento criar algo que se adeque ao espaço, que converse com ele. Não adianta sair com uma ideia fechada e perceber que ela não se encaixa. É como um improviso ensaiado”, explica.
Essa abordagem reflete sua crença de que a arte pública precisa ser significativa, mais do que decorativa. Joe busca provocar reflexões, inspirar e devolver algo valioso à comunidade. Suas obras, passeiam por diferentes temas, figuras humanas e referências culturais, são um tributo ao cotidiano e à essência das pessoas e lugares que retrata.
“Minha arte é sobre as coisas simples que muitas vezes ignoramos. Fala de pertencimento, das raízes e das histórias que moldam quem somos”, relata Joe.
A trajetória de Joe Santos, como a de muitos artistas, teve desafios. Seguir uma carreira artística era incerto e envolvia lidar com expectativas externas e internas. “O maior obstáculo para o artista é o medo. Medo de falhar, de não agradar ou de não conseguir viver do que ama. Mas é libertador quando você se desapega disso e foca em ser verdadeiro com sua arte”, reflete.
Hoje, essa autenticidade é o alicerce de seu trabalho. Para ele, muralismo é mais do que pintar muros; é oferecer às cidades e seus moradores uma forma de expressão coletiva. “Uma pintura na rua é um presente. É acessível a todos, sem barreiras. Pode tocar o coração de quem está apenas passando ou de quem mora ali. É mágico e transforma o caos urbano em poesia visual”.
A rua como Galeria Inclusiva
Joe Santos acredita que a arte urbana tem um papel único na democratização da cultura. Nas ruas, não existem ingressos, nem filtros sociais. Qualquer um pode se conectar
à mensagem de uma obra. “A arte urbana é universal. Ela fala com todos, independentemente de classe ou formação. É inclusiva por essência”, pontua. Entretanto, ele também destaca os desafios enfrentados pelo muralismo em tempos de crescente comercialização do espaço público.
Para Joe, o muralismo é uma ferramenta poderosa de mudança. Ele acredita que as pinturas podem ressignificar espaços, inspirar autoestima e fortalecer identidades culturais, especialmente em comunidades marginalizadas.
“Quando você pinta um lugar esquecido, está dizendo: ‘Vocês importam, suas histórias importam’. É uma forma de resistência e de reescrever narrativas”, afirma.
Joe visualiza cidades onde a arte integra o dia a dia, conectando pessoas e ideias. “Uma parede pode ser mais que concreto; pode guardar memórias, cultura e esperança”.
Com pinceladas de cor e propósito, Joe
Santos continua sua jornada de contribuir com as ruas como uma galeria a céu aberto. Em cada obra, ele deixa um fragmento de si enquanto absorve o que o mundo lhe oferece. No dinamismo da vida urbana, ele encontra a tela ideal para expressar uma arte que é livre, acessível e profundamente humana.
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